terça-feira, 18 de outubro de 2022

PROSPERANDO EM TEMPOS DE CRISE


VIVENDO EM DIAS DIFÍCEIS

Gênesis 26.1-25

Há um provérbio coreano que diz: “crises são oportunidades”, mas nem todos veem essa realidade nos momentos de dificuldades ou quando os problemas batem a nossa porta.

Na jornada da vida a crise chega para todos, e diante desta realidade não adianta esconder a cabeça na areia como avestruz fazendo de conta que ela não existe. A crise chega para rico ou pobre, preto ou branco, independente da condição econômica ou social. Ela estende suas asas “desde o palácio até a choupana, desde os maiores centros urbanos até as regiões mais remotas das nossas selvas. Porém, pior do que a crise é a conformação com ela”.

A experiência vivida por Isaque nos ensina como podemos enfrentar os problemas tão desafiadores que podem se levantar em nossas vidas. A crise foi um tempo de oportunidade na vida de Isaque. Em vez de se desesperar, ele seguiu a direção de Deus e prosperou num tempo em que todos estavam fracassando.

Talvez você esteja atravessando esteja enfrentando uma  crise financeira, familiar, ou mesmo na área dos seus sentimentos. Como você tem reagido diante dessas crises? Estou certo de que os princípios que encontramos neste capítulo poderão lançar luz em seu coração e colocar os seus pés na estrada que o conduzirá à verdadeira vitória sobre todas as crises que surgem em nossas vidas.

Meus irmãos, aos lermos o texto de Gênesis 26.1-25, encontramos alguns princípios para que possamos prosperar em tempos de crise. Para prosperar em tempos de crise precisamos:

1- SEGUIR A ORIENTAÇÃO DE DEUS(Gn 26.1,2,6)

Quando olhamos para o texto de Gênesis 26 podemos ver que Isaque também estava enfrentando uma crise. E não é uma crise pequena, mas grande. A fome assolava a sua terra. Seu país estava vivendo o drama do empobrecimento coletivo. A esperança do povo estava morta. Os sonhos, destruídos, muitos estavam desanimados. Havia uma inquietação no ar, um rumor entre as famílias. O gado geme de fome. O útero fecundo da terra parece estéril. As sementes que nela são depositadas perecem antes mesmo de dar aceno de vida.

A seca, estava assassinando o sonho de muitas pessoas, prevalecendo naquela região. A chuva estava retida. O sol castigava o solo. Os agricultores não se aventuravam a depositar no ventre da terra a semente da esperança. Reinava um desespero generalizado entre as pessoas daquela região. As fontes estavam secando. Os ribeiros estavam se tornando leitos de morte e não condutores de vida. As cabras montesinas bramam, sedentas, O povo aflito vê a despensa se esvaziando e as crianças gemendo e clamando por pão. Aquele estava sendo um tempo amargo, de fome, de escassez, de vacas magras, recessão, desequilíbrio, desemprego, contenção drástica de despesas.

O que fazer na hora em que você se vê encurralado pela crise? Que decisão tomar quando todas as estradas de escape parecem cheias de barricadas? Muitos nessa hora perdem a cabeça, cometendo grandes loucuras. Outros, se revoltam contra Deus culpando-o por todas as desventuras. Outros ainda, petrificados, assistem passivo à dolorosa marcha da crise aceitando inertes a decretação da derrota e não conseguem dar um passo.

Isaque, porém, não ficou parado, assistindo passivamente o agravamento da situação. Ele se mexeu. Não ficou lamentando, queixoso, os reveses da vida naquele momento. Ele saiu, se moveu. Fez alguma coisa O seu problema não era simples. Era uma questão Vital. Não havia água. Tratava-se de uma questão de sobrevivência, de vida ou morte.

Talvez, enquanto você lê estas páginas iniciais, você se dê conta de que também está enfrentando um problema aparentemente insolúvel. É o casamento que virou um deserto, de onde só brotam os cactos venenosos da amargura. É o diálogo com os filhos que secou, como a terra de Isaque. É o salário que está minguando como os ribeiros em tempo de seca. É a saúde que está ameaçada por uma doença implacável. É a empresa que está emperrada e não consegue deslanchar. É o sonho de entrar na Universidade que está cada vez mais distante. É a decepção de um amor não correspondido. Talvez, como Isaque, todas as noites você olhe para o horizonte na esperança de ver a chegada de uma chuva restauradora que faça reverdecer o deserto da sua vida.

Talvez você já tenha semeado várias vezes no solo tórrido e seco da sua família, vendo, com tristeza, todas as sementes mirarem no útero da terra. Talvez você tenha investido toda a sua esperança em um negócio, mas a chuva da prosperidade foi retida e a safra de seus investimentos perdida. Talvez você tenha recebido um diagnóstico sombrio do seu médico, dizendo que a medicina não lhe oferece nenhuma esperança de cura. Talvez alguém amado do seu coração esteja enfrentando uma grave enfermidade e aos poucos você vê essa pessoa escapando dos seus braços sem poder fazer nada.

Pode ser a perda de um parente, irmão, pai ou mãe. Não é fácil lidar com a dor. Nossos sonhos chocam-se contra muralhas de concreto. Nossos planos escorrem como água. Nossas previsões entram em colapso. Estamos no meio do deserto onde nosso olhar se perde em miragens enganadoras, onde nossos passos cambaleantes parecem claudicar, onde a morte procura dar a última palavra.

O grande perigo na encruzilhada da crise é tomar a direção errada. Isaque queria ir para o Egito, lugar de fartura, riqueza e segurança. Ele foi tentado a buscar uma solução rápida, fácil e indolor. Isaque queria fugir da crise, não enfrentá-la. É mais fácil andar na estrada da fuga do que sobreviver no deserto. É mais fácil botar a mochila nas costas e ser um peregrino em terra estranha do que semear no deserto. Poucos são os que se dispõem a enfrentar e a vencer os gigantes da crise. Poucos são os que agarram os problemas pelo pescoço e triunfam na hora das dificuldades. Só os desbravadores, os idealistas e os sonhadores destemidos conseguem prosperar no deserto. O pessimismo é uma doença contagiosa. O ar está poluído por uma densa nuvem de descrença.

A mídia despeja todos os dias no porão da nossa mente cansada uma enxurrada de informações arrancadas dos abismos mais profundos das tragédias humanas. Os arautos do caos embocam suas trombetas. Os profetas do pessimismo se multiplicam aos milhares. A cada dia vemos o coro dos céticos engrossando suas fileiras.

Nesse tempo pardacento, em que a crise se instalou em todos os segmentos da sociedade, desde os palácios dos governos até a choupana mais pobre, é mister que alguém se levante para enfrentar a crise com galhardia. É no vácuo da crise que os grandes líderes são formados. Os carvalhos resistem às grandes tempestades. A crise pode tirar a cera dos ouvidos da alma. A crise pode ser uma janela aberta do céu. A crise do homem pode ser o tempo oportuno de Deus.

É no fragor da crise que ouvimos a voz de Deus: “Não desça ao Egito”. O Egito foi palco de perigo para Abraão, o pai de Isaque. O Egito oferecia uma solução imediata, uma riqueza fácil, mas era um laço para Isaque. Deus exortou-o a recusar a imediata abundância do Egito por bênçãos invisíveis (Gn 26.3) e mais remotas (Gn 26.3,4). Muitas pessoas fracassam na vida exatamente porque na crise deixam de atender à voz de Deus e descem para o Egito, onde negociam seus valores absolutos, transigem com suas consciências e tapam os ouvidos para não atenderem à voz de Deus. Trocam as bênçãos eternas pelas vantagens terrenas. Trocam as venturas do céu pelos prazeres transitórios do pecado.

Devemos estar com os ouvidos atentos nos tempos de crise para ouvir e crer na orientação de Deus. É justamente nesses períodos que temos as maiores experiências com Deus. Quando todas as soluções da terra entram em colapso, o céu aponta o rumo a seguir. O trono de Deus não enfrenta crise. Os propósitos de Deus não podem ser frustrados. As catástrofes da história não desestabilizam o governo soberano de Deus. As tragédias humanas não fazem sucumbir os planos divinos. Os problemas que vivemos são instrumentos pedagógicos para nos aperfeiçoar em santidade, e não fatos acionados pela mão do acaso, para nos destruir.

Quando os discípulos de Cristo atravessaram o mar da Galileia, por ordem do próprio Senhor, enfrentaram uma súbita e terrível tempestade. Durante várias horas travaram uma luta renhida para não serem tragados pelo temporal. Só na quarta vigília da noite Jesus foi ao encontro deles. Jesus, porém, apareceu de forma estranha e misteriosa: andando por sobre as ondas. O que o Senhor queria mostrar aos discípulos é que os problemas que conspiravam contra eles estavam literalmente debaixo dos seus pés. Aquilo que nos ameaça está rigorosamente sob o controle soberano de Cristo. A crise chega não para nos destruir, mas para nos colocar mais perto de Cristo. Ao ver o mar sossegando, os discípulos ficaram admirados e adoraram ao Senhor. Os ventos da crise sibilam para que o trigal de Deus se dobre. Só o joio não se curva. A mesma crise que levanta uns, abate outros. Leva alguns para mais perto de Deus.

2- CRER NAS PROMESSAS DE DEUS (26.3-5)

Meus irmãos, Gerar foi o lugar que Isaque nasceu. Agora no meio da crise podemos contemplar Deus irrompendo na sua história dizendo: “Não fuja, floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas. Enfrente-os. Vença-os”.

Quando somos atingidos por uma crise e estamos no meio de um deserto, somos tomados pela ansiedade e perguntamos: O que será do meu futuro? Como conseguirei sobreviver quando todos estão fracassando? Como poderei superar o desânimo? O que será da minha família? Qual será o futuro dos meus filhos? Como poderei ser próspero vivendo num deserto? E se eu perder o emprego? Onde os meus filhos vão estudar? Se eu ficar doente? Se eu não puder pagar o plano de saúde?

Mas Deus acalma o coração de Isaque dizendo-lhe: “Calma! Eu estou contigo. Calma! Eu tomo conta da sua descendência. Calma! Seu futuro está nas minhas mãos. Calma! Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo”.

Diante de tantas inquietações, tantas perguntas perturbadoras e tantos exemplos de fracasso à sua volta, somente a voz e as promessas de Deus podiam trazer alento para Isaque. Parece que todas as vozes da terra anunciavam a falência dos sonhos. Isaque precisava alimentar-se das promessas de Deus, precisava beber o leite genuíno da verdade que jorra dos mananciais de Deus. Quais foram as promessas que como ribeiros regaram a alma desse peregrino?

1. Uma presença consoladora- Deus diz a Isaque: ” Permaneça nesta terra e eu estarei com você” (Gn 26.3). Quando a crise bate à porta da nossa vida, a primeira coisa que perdemos é a consciência da presença de Deus. Quando somos encurralados por circunstâncias adversas, tendemos a achar que Deus nos desamparou. Por isso, a primeira palavra de encorajamento que Deus dá a Isaque é a garantia da sua presença com ele.

A promessa é sustentada mediante a obediência. Quando nos dispomos a andar segundo a direção de Deus, ele caminha conosco. Quando Deus está ao nosso lado, somos invencíveis. Quando Deus se agrada de nós, podemos alcançar grandes conquistas.

Moisés entendeu essa verdade e disse que se Deus não fosse com ele, sua liderança estava fadada ao fracasso. A desobediência do povo de Israel afastou a presença de Deus do arraial. Pela desobediência de Sansão, o Espírito de Deus afastou-se dele. Porque Saul transgrediu os mandamentos de Deus, o Senhor o deixou. Na verdade, a malignidade do pecado se deve ao fato de que ele nos separa de Deus. Deus é luz, e aquele que diz ter comunhão com Deus e anda nas trevas está mentindo.

Quando Israel prevaricou contra o Senhor, a glória de Deus deixou o santuário, depois deixou a cidade de Jerusalém e então o povo caiu nas mãos da Babilônia.

É a presença de Deus que nos dá a vitória. São a coluna de nuvem durante o dia, e a coluna de fogo à noite, que inibem e neutralizam o poder do adversário contra nós.

O segredo da vitória na crise é peregrinar na terra em obediência a Deus. Andar sob a direção do céu é caminhar seguro. Estar no centro da vontade de Deus é triunfar nas horas de incertezas. O lugar mais seguro para estar, ainda que em perigo, é no centro da vontade de Deus. O lugar mais seguro fora do centro da vontade de Deus é terreno escorregadio. Quando o Senhor caminha conosco, sempre chegamos ao porto desejado. Quando temos consciência da presença de Deus conosco, passamos pelas águas, pelos rios e até pelo fogo sem nos intimidar. O que dava confiança para Davi passar pelo vale da sombra da morte era a presença de Deus. Quando vivemos em obediência, mesmo na fornalha ardente das provações mais amargas contamos com a presença do Senhor caminhando conosco.

A presença de Deus é refúgio. Ela traz consolo. Quando ele está conosco, saltamos muralhas, vencemos gigantes, desafiamos o perigo, conquistamos fortalezas, arrombamos as portas do inferno e drapejamos a bandeira da vitória. Quando temos consciência de que o Senhor está conosco, somos encorajados a plantar no deserto. Quando a bênção do Senhor está sobre nós, o deserto da morte torna-se cenário de vida. A crise acaba e podemos prosperar no deserto.

2. Uma bênção especial – O deserto é um problema para nós, não para Deus. A crise pode desestabilizar os governos da terra, mas não o trono do Senhor. O deserto pode ser o palco da prosperidade porque Deus transforma desertos em pomares. Ele faz arrebentar rios no ermo. Faz brotar água da rocha e o deserto florescer. Ele converte os nossos vales áridos em mananciais, as nossas tragédias em degraus, para subirmos a alturas mais elevadas. A bênção prometida a Isaque não foi algo vago, difuso, inverificável, podia ser medida, calculada, aferida.

Primeiro Deus prometeu a ele e à sua descendência a posse de todas aquelas terras. Isaque deixaria de ser um peregrino para ser o donatário. Cabia-lhe generosa herança. Deus empenhou a sua palavra em cumprimento à aliança feita com Abraão, seu pai.

Segundo Deus é fiel para cumprir o que promete. Nenhuma de suas palavras cai por terra. Aquela terra mais tarde precisou ser conquistada palmo a palmo. Gigantes tiveram de ser desalojados. A terra prometida a Isaque é um símbolo da Canaã celestial. Também nós temos a promessa de uma terra que mana leite e mel. Essa terra nos foi dada, mas precisamos conquistá-la. A vida eterna é nossa herança, mas precisamos tomar posse dela.

Por último, Deus prometeu a Isaque que, em sua descendência, todas as famílias da terra seriam abençoadas. Os filhos de Israel foraminstrumentos que Deus levantou para trazer ao mundo a revelação especial de Deus. A eles foram confiados os oráculos divinos. Eles deveriam ser luz para as nações. O mundo deveria conhecer o Deus vivo através dos filhos de Israel. Também dos judeus veio o Messias, o Salvador do mundo. Os descendentes de Isaque, longe de perecer naquela crise medonha, foram os condutores da esperança para o mundo. Todas as nações da terra foram bafejadas pela bendita influência da semente de Isaque.

A igreja é abençoada para ser portadora de bênção. A bênção não pode ser retida. Não somos apenas receptáculos da bênção, mas canais. Não somos um mar Morto, mas um rio Jordão. Quem guarda as bênçãos só para si torna-se insalubre como águas mortas.

3. Um compromisso de fidelidade – Isaque foi abençoado em virtude da obediência de seu pai. Abraão andou com Deus em fidelidade, e sua descendência colheu os frutos benditos dessa relação. Por amor a Abraão Deus abençoou seu filho Isaque.

Também somos filhos de Abraão, nós que cremos em Jesus. Também somos abençoados em virtude da fidelidade desse grande patriarca da fé. A bênção de Deus rompe a barreira do tempo, transpõe séculos e milênios. Ele se lembra da sua misericórdia até mil gerações daqueles que o amam. Nenhuma das promessas de Deus cai por terra. Ele tem zelo pelo cumprimento de sua Palavra.

Andar com Deus é o maior investimento que podemos fazer na vida. Não há projeção para o futuro mais compensadora do que ser fiel a Deus hoje. Não há herança mais bendita a deixar para os filhos do que andar com Deus.

3- OBEDECER A DEUS SEM RACIONALIZAÇÕES(Gn 26.6)

A crise é um tempo de oportunidade. As grandes lições da vida são aprendidas no vale. O deserto é o cemitério dos covardes e incrédulos, mas também campo de semeadura e treinamento para os que confiam nas promessas de Deus. É no deserto que as máscaras caem.

O deserto não é lugar para atores. Os hipócritas não sobrevivem a ele. Os lobos acabam colocando as unhas de fora. A crise é o crivo que separa o joio do trigo. É no cadinho que o ouro se distingue da escória. Só na tempestade ficamos sabendo se a casa foi construída sobre a rocha ou sobre a areia.

Deus levou o povo de Israel para o deserto para saber o que estava no seu coração (Dt 8.2). O deserto diagnostica os desígnios do coração, as motivações profundas da alma. Obedecer quando tudo está bem não é difícil. Crer em Deus em tempos de prosperidade é fácil. Dar testemunho da fidelidade de Deus quando as chuvas de bênçãos do céu estão caindo generosamente sobre nós não é difícil. Somos chamados a obedecer em tempos de crise. Somos convocados a crer mesmo que o cenário à nossa volta esteja pardacento como um deserto.

Isaque também é convocado a obedecer a Deus no fragor da crise. O Senhor tem duas ordens para ele. Primeira: “Não desça ao Egito” (Gn 26.2). Não fuja do problema.

Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Ele obedece prontamente, pacientemente (Gn 26.6). Deus o manda ficar, ele fica. Deus dá uma ordem, ele obedece. A obediência imediata abriu-lhe a porta da esperança. Ele prosperou naquela terra. Ali ele viu milagres extraordinários acontecendo. O nosso triunfo é resultado da nossa confiança em Deus. É Deus quem transforma desertos em pomares e fracassos em vitórias. É ele quem faz dos nossos vales verdadeiros mananciais.

Os vencedores são aqueles que não vivem choramingando por causa da crise nem colocando a culpa no sistema, mas semeiam no deserto e colhem a cento por um. O mundo está carente de homens e mulheres que ousam crer em Deus em tempos de crise, pessoas como o profeta Habacuque, que se alegra em Deus mesmo no vale mais sombrio da história. As pessoas que triunfam na vida fazem do deserto um campo de semeadura, e da crise, uma oportunidade.  

Isaque aprendeu a obedecer e a confiar em Deus com o seu pai Abraão. Deus apareceu a Abraão e lhe disse: “Sai da tua terra e do meio da tua parentela”, e ele saiu. Mais tarde Deus lhe disse: “Abraão, vai ao Monte Moriá”. E ele foi. E ainda: “Abraão, ofereça o seu filho, o filho da promessa em sacrifício”. E ele ofereceu. Finalmente, Deus disse: “Abraão, não estendas a tua mão sobre o menino”. E Abraão prontamente obedeceu.

O caminho da obediência é a estrada da bênção. Deus providenciou um cordeiro substituto e deu à humanidade o mais eloquente símbolo da entrega do seu Filho na cruz, como o nosso redentor. O ponto culminante na vida de Abraão foi sua disposição em obedecer diligentemente às ordens de Deus e colocar no altar o seu amado filho Isaque. Pela obediência Abraão ficou conhecido como o pai da fé. Pela obediência ele se tornou uma bênção para todas as famílias da terra. Obedecer, para Isaque, significou ficar em Gerar, lugar de crise. Obedecer, para Abraão, significou abrir mão do seu próprio filho amado. Obedecer, para José, significou estar disposto a ir para a prisão. Obedecer, para Moisés, significou abdicar dos tesouros do Egito. Obedecer, para Daniel, significou descer à cova dos leões. Obedecer, para Paulo, significou ir para a guilhotina. Muitos mártires foram torturados por amor a Cristo, preferindo a morte à desobediência.

O pastor Paul Yong Cho. conta a história de um pastor preso pelos soldados comunistas na cidade de Inchon, na época da invasão comunista na Coréia. Os soldados prenderam o pastor e ameaçaram matá-lo caso não negasse a Jesus. Com bravura, o pastor reafirmou sua fidelidade a Jesus a despeito das ameaças. Os soldados, irados, ameaçaram sepultá-lo vivo com a sua família, caso eles não renegassem a sua fé. O pastor e sua família preferiram o martírio à apostasia. Foi aberta, então, uma grande cova e jogaram lá dentro o pastor e sua família. Começaram a jogar terra e a soterrar a família piedosa. Quando a terra já estava quase sufocando a todos, um filho gritou desesperado: “Papai, pense em nós, papai! Pense em nós!” O pai, aflito, começou a chorar, mas a sua esposa, cheia de fervor, gritou para os filhos: “Coragem, meus filhos, vocês não sabem que hoje à noite nós vamos jantar com o Rei dos reis e Senhor dos senhores?” Depois de encorajá-los a ser fiéis até a morte, começou a cantar um hino sobre o céu: “Eu avisto uma terra feliz, uma terra de glória e fulgor. Avistamos o lindo país, pela fé na Palavra de Deus. Sim no doce porvir, viveremos no lindo país. Sim no doce porvir, viveremos no lindo país.” Cantaram com entusiasmo até que suas vozes foram silenciadas debaixo dos escombros.

A obediência daquela família levou-os ao caminho estreito do martírio, mas no fim dessa estrada estava a glória excelsa de Deus. A multidão que assistiu a esse doloroso martírio ficou profundamente comovida e dezenas de pessoas se converteram e foram salvas por esse testemunho.

4- PODEMOS EXPERIMENTAR OS MAIORES MILAGRES DE DEUS (Gn 26.12-14)

Isaque colheu a cento por um no deserto em tempo de seca (Gn 26.12). “O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo” (Gn 26.13). Tornou-se próspero empresário rural (Gn 26.14). A razão: “Porque Senhor o abençoou” (Gn 26.12b). “A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (Pv 10.22).

A obediência e a confiança em Deus abriram para Isaque as comportas dos céus. Ele ousou crer em Deus em um tempo de crise e angústia, em que as circunstâncias eram adversas e as previsões pessimistas. A fome castigava a terra. A seca estrangulava os sonhos daqueles que esperavam os frutos. Havia uma inquietação no ar, um empobrecimento das famílias. Mas é no torvelinho das dificuldades que os grandes homens aparecem. É no vácuo da crise que os empreendedores se destacam. Quando todos estão chorando pela derrota certa que virá é que o idealista enxerga o espaço para a sua mais retumbante vitória.

Os dez espias de Israel só viram os gigantes de Canaã, mas Josué e Calebe olharam por sobre os ombros dos gigantes e viram uma terra deleitosa que Deus lhes havia dado. O exército de Saul só via o tamanho descomunal do gigante Golias e sua insolente ameaça, mas Davi olhou o mesmo cenário com os olhos da fé, por isso matou o gigante.

A crise é tempo de oportunidade. O deserto também é lugar de semeadura. Quando agimos em obediência e confiança em Deus, ele pode fazer o deserto florescer. Ele faz jorrar água no deserto. Há uma colheita farta para aqueles que conseguem ver riquezas onde muitos só enxergam dificuldades, para aqueles que conseguem ver tesouros onde muitos só enxergam a cor cinzenta do deserto.

A semeadura é tarefa do homem. Precisamos ter coragem de investir. Plantar uma semente no útero da terra é um ato de fé, pois não temos garantia de que ela vai germinar. Também é uma missão árdua, muitas vezes feita com lágrimas. Mas seria loucura alguém deixar de semear por causa do risco do fracasso. Isaque fez a sua parte: investiu e semeou naquela terra. Não se acomodou na crise nem se conformou com a decretação da derrota.

A colheita farta é bênção de Deus. O homem planta e rega, mas só Deus pode dar o crescimento. O homem trabalha, mas só Deus pode fazê-lo prosperar. O homem investe, mas só Deus pode recompensar o seu labor. Deus não abençoa a indolência. O preguiçoso está fadado à miséria. O trabalho árduo, sério e honesto é o caminho da prosperidade. Devemos despender todo o nosso esforço e esperar com todas as forças da nossa alma em Deus. Sem semeadura não há colheita. Sem investimento não há retorno. Sem fé o milagre é retido.

Há profunda conexão entre diligência e prosperidade: “As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza” (Pv 10.4). Uma das grandes bênçãos da Reforma do século XVI foi resgatar o valor do trabalho. O trabalho é uma bênção, não uma maldição; uma liturgia de adoração a Deus, não um castigo. O trabalho enobrece e dignifica o homem. É o caminho mais seguro para o progresso. A preguiça, o vício, a busca do lucro fácil, a jogatina, promovem a pobreza e o desfibramento moral.

O trabalho, entretanto, traz a riqueza. “O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos” (Pv 13-4). A única maneira de enfrentar a crise é com trabalho. Não adianta buscar desculpas para justificar o fracasso. É preciso romper com o ciclo vicioso da murmuração. É preciso ter coragem de abandonar aqueles que fazem da vida uma maratona de lamentação. “Quem lavra a terra terá comida com fartura, mas quem persegue fantasias se fartará de miséria” (Pv 28.19).

Isaque colheu com fartura em tempo de fome. Ele prosperou no deserto e experimentou os milagres de Deus na crise. Mas Isaque não ficou rico de braços cruzados. Ele suou a camisa. Ele botou a mão na massa. Ele cavou poços. Plantou, investiu e trabalhou. Foi um empreendedor. É hora de parar de falar em crise e arregaçar as mangas. É hora de parar de reclamar e começar a trabalhar com afinco. Pois é na bigorna da crise que os grandes homens são forjados. É no deserto que as fontes mais preciosas podem brotar. É no deserto que Deus pode fazê-lo prosperar.

Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) foi presidente dos Estados Unidos por quatro mandatos consecutivos. Começou sua carreira política como senador do Partido Democrata em 1910, projetando-se rapidamente. Em 1921 sofreu poliomielite e ficou paralítico de uma das pernas. Sua vida parecia um deserto. Seus sonhos foram ameaçados e parecia que o seu futuro político estava acabado. Mas ele continuou semeando no seu deserto e tornou-se um dos maiores luminares políticos do nosso século. Foi eleito governador de Nova York. Em 1932, foi eleito presidente dos Estados Unidos, quando o país enfrentava a maior crise econômica da sua história em virtude da quebra da bolsa de Nova York em 1929. Com bravura e determinação promoveu a recuperação norte-americana com uma série de medidas administrativas e econômicas conhecidas como New Deal. Essas medidas reduziram o desemprego e aumentaram a produção industrial e a renda nacional. Foi reeleito em 1936 e em 1940. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Roosevelt foi o principal articulador da aliança dos Estados Unidos com o Reino Unido e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contra o nazismo. Apesar da saúde debilitada, foi reeleito em 1944 para um quarto mandato. Esse grande campeão das urnas tombou no campo de batalha pela enfermidade, mas jamais por falta de idealismo.

5-ESTAR PREPARADO PARA ENFRENTAR OPOSIÇÃO (Gn 26.14b-17)

O seu sucesso sempre incomodará alguém. São poucos os que se alegram com a sua vitória. A prosperidade de uns é o sentimento de fracasso de outros. Sua alegria pode ser o desgosto de outros.

     Isaque enfrentou três problemas graves ao mesmo tempo que alcançava grandes vitórias,

1. A inveja dos filisteus (Gn 26.14) – A inveja é um sentimento mesquinho que corrói como câncer. O invejoso é aquele que não se alegra com o que tem e ainda sente desgosto pelo que não tem. O invejoso é aquele que sofre porque não tem o que é do outro. Ele se torna infeliz porque vê o outro feliz. Sente-se mal porque o outro está bem, e desprezado e miserável porque o outro é honrado. Tem a sensação de estar enjaulado pelo fracasso porque o outro colocou o pé na estrada do sucesso.

Os filisteus não tiveram uma inveja passiva. Eles procuraram atormentar a vida de Isaque, o perseguiram, trouxeram-lhe muitos problemas. Entulharam seus poços e contenderam com ele.

Você já teve que lidar com pessoas invejosas na sua família, no seu trabalho, na sua empresa, nos seus negócios? Já percebeu como algumas pessoas sofrem com o seu triunfo? Eliabe ridicularizou Davi no campo de batalha, por causa da inveja. Saul perseguiu Davi durante vários anos por inveja. Os fariseus, escribas e sacerdotes maquinaram contra Jesus, levando-o à morte, por inveja. Os membros do sinédrio judaico lançaram os apóstolos na prisão, por inveja. A inveja é arma dos fracos, é o recurso mesquinho dos covardes, é o combustível que alimenta a caminhada dos fracassados.

2. A rejeição de Abimeleque (Gn 26.16)- Ao ver o sucesso de Isaque, Abimeleque sentiu-se ameaçado, encarando-o como um rival que precisava sair do seu caminho. Em vez de aprender com Isaque, Abimeleque afastou-o da sua vida. Em vez de observar os princípios que estavam por trás do sucesso de Isaque, mandou-o embora.

O nosso sucesso incomoda não apenas os nossos pares, mas também os nossos superiores. O nosso progresso muitas vezes produz um gosto amargo naqueles que nos rodeiam. Nossas vitórias muitas vezes nos levarão para deserto da solidão, para o campo árido da rejeição. Para muitos, nossas conquistas representam uma ameaça que deve ser retirada do caminho a qualquer custo.

O drama vivido por Isaque é contemporâneo. Muitos ainda hoje continuam sendo rejeitados não por causa dos seus fracassos, mas por causa de suas conquistas e vitórias.

3. A contenda dos pastores de Gerar (Gn 26.20,21) – Isaque foi expulso por Abimeleque. Tomou então a direção do vale de Gerar. Ele não se sentiu derrotado nem se entregou às lamúrias e lamentações. Não deixou o seu coração azedar, mas buscou novos horizontes. Ao chegar ao vale de Gerar, Isaque não cultivou uma atitude saudosista em relação ao seu passado de prosperidade e riqueza. Não se deixou deprimir com o fim de uma história timbrada por tantas conquistas. Resolveu construir uma nova história naquele vale.

Isaque começou a cavar poços. O lugar era seco. Não havia possibilidade de sobreviver ali sem água. A água era a sua maior necessidade. A água era uma condição não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a possibilidade de novas conquistas. O mesmo Deus que lhe dera prosperidade na terra dos filisteus agora lhe faria prosperar no vale. Contudo, o sucesso de Isaque em cavar poços produziu contenda entre os pastores de Gerar. O sucesso de Isaque nova mente incomoda quem está perto dele. As pessoas que estão à sua volta não conseguem conviver com o seu triunfo.

Mais uma vez, Isaque não briga pelos seus direitos. Ele não declara guerra contra os

Deus nos honra quando agimos de acordo com os seus princípios. A verdadeira prosperidade não vem como fruto da ganância e de expedientes escusos, mas como resultado da bênção do Senhor. “”A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (Pv 10:22).

6- REABRIR AS ANTIGAS FONTES, SEM DEIXAR DE CAVAR NOVOS POÇOS (GN 26.18-22,25,32)

1. Isaque tem um problema vital no Vale de Gerar – Não há água. Sem água, não há vida. Você pode ter o melhor solo, a melhor se mente e os melhores fertilizantes, mas sem água a semente morrerá mirrada no útero da terra. Sem água, a morte prevalece.

O problema de Isaque não podia ser adiado. Não era algo secundário. Não era um problema periférico. Requeria uma solução urgente. De forma semelhante, a nossa necessidade espiritual hoje não é um assunto secundário. A água é um símbolo do Espírito Santo. Sem o Espírito de Deus, você pode ter nome de crente, aparência de crente, mas você está morto. A não ser que nasça da água e do Espírito, você não pode entrar no Reino de Deus. Sem as torrentes do Espírito, sua vida torna-se árida como os cactos do deserto. Sem o orvalho do céu, sua vida murcha e seca.

Nossa maior necessidade não é de templos mais ricos e modernos. Nossa maior necessidade é do Espírito de Deus. Hoje temos grandes igrejas, com ricos templos, com pastores cultos em seus púlpitos, mas muitas delas estão fracas, áridas e doentes porque está faltando o essencial, a presença e o poder do Espírito de Deus. A água é insubstituível. É vital. Assim é o Espírito de Deus. Sem ele, a igreja não tem vida espiritual. Sem ele, a igreja não respira o oxigênio do céu.

2. Isaque aprende com a experiência dos mais velhos – Isaque não chama os especialistas para cavar poços, mas aproveita a experiência do seu pai. Abraão já havia cavado aqueles poços e encontrado água. Precisamos reabrir as fontes de vida que abasteceram nossos pais. Precisamos redescobrir as fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas pela corrupção dos tempos. Os filisteus modernos têm jogado muito entulho nas fontes que abastecem nossa vida. Precisamos cavar esses poços outra vez, La existe água boa. Lá existem mananciais.

Precisamos voltar às antigas veredas, à prática das primeiras obras. Precisamos voltar ao nosso primeiro amor, reunir a família em torno da Palavra, voltar a orar juntos, a fazer o culto doméstico. Precisamos voltar a orar por avivamento, reaprender a jejuar. Precisamos matricular-nos na escola do quebrantamento, romper com o pecado e buscar uma vida de santidade. Precisamos apegar-nos com mais fervor às verdades eternas da Palavra de Deus. Não estamos precisando de novidades, de correr atrás de cisternas rotas. Precisamos do Antigo Evangelho.

Hoje, na ânsia de buscar algo novo, muitas pessoas jogam fora toda a herança que receberam de seus pais. Muitas abandonaram as antigas veredas e embrenharam se por caminhos desconhecidos. Muitas igrejas têm descambado para a heterodoxia, porque, na busca do novo, removeram os marcos antigos.

3. Isaque não se contentou apenas com as experiências do passado; ele queria mais (Gn 26.19-22,32) – Isaque era um homem sedento. Queria sempre mais. Ele saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba. Mas, por onde ia, cavava poços. Ele não desanimava diante das dificuldades. Queria água no deserto. Berseba, antes um deserto, agora era uma cidade, porque Isaque encontrou água ali. Isaque não apenas desentupiu os poços antigos; ele cavou poços novos. Não desprezou o passado, mas também não ficou preso a ele. Isaque não jogou fora a herança deixada por seu pai, mas não se limitou a ela. Isaque sabia que podia alargar os horizontes da sua vida. Não se acomodou e continuou cavando poços. Foi além. Ele queria mais. Transformou o seu deserto em fonte de águas.

O exemplo de Isaque deve ser uma inspiração para nós. Não podemos desprezar rico legado que recebemos de nossos pais na fé. Eles cavaram poços antes de nós e encontraram água limpa. Esses poços foram muitas vezes soterrados com o entulho dos filisteus. Precisamos desentupir esses poços. Precisamos reabrir as antigas fontes, porque delas pode jorrar água em abundância.

Nossos pais experimentaram o tremendo milagre de ver o deserto seco transformar-se em mananciais. Eles cavaram poços e beberam de suas águas. Oraram e receberam avivamento. Buscaram o Senhor e encontraram mananciais de águas vivas. Eles viram Deus transformar o deserto árido em pomares frutuosos.

É tempo de buscar as riquezas insondáveis do Evangelho de Cristo. É tempo de ver também o nosso deserto florescendo!

Conclusão

Meus irmãos, os nossos dias de fato são difíceis, mas não podemos desanimar, devemos caminhar firmados nas orientações da Deus, na sua Palavra, em obediência, na certeza de que ele pode realizar um milagre hoje. E mesmo quando as dificuldades se levantarem nós vamos seguir firmados no Senhor Deus, pois só ele é a nossa esperança em todo tempo.

Extraído e Adaptado do livro Prosperando no Deserto do Pr. Hernandes Dias Lopes

ENVOLVIDO OU COMPROMETIDO

 


Envolvido ou Comprometido com Deus?

Marcos 15.21

Entendemos que há uma grande diferença entre estas duas palavras – envolvido x comprometido. Para exemplificar vou contar a estória do porco e da galinha. “Conta-se, que há muito tempo,  em uma determinada fazenda, certo dia, os animais resolveram fazer uma festa para o fazendeiro; a discussão durou horas, pois os porcos achavam que deveriam fazer a melhor festa, pois, assim, chegariam ao coração do duro e mau fazendeiro. As galinhas, achavam que deveriam fazer qualquer coisa ou uma festa qualquer, uma vez que, por ser duro e mau, era isso que o fazendeiro merecia. Após algumas horas de discussão, resolveram finalmente, que começariam os preparativos da festa pela escolha do cardápio, sendo logo apresentada a sugestão das galinhas de que fosse servido na festa ovos com bacon, o que, sem nenhuma discussão foi de pronto aceito pelos porcos”. Pensem então, nessa estória: quem demonstra estar apenas ENVOLVIDO? E quem demonstra estar COMPROMETIDO?

No texto de Marcos 15.21 encontramos um homem que raramente é mencionado dos púlpitos das igrejas: Simão, pai de Alexandre e de Rufo, proveniente de Cirene, norte da África. Pouco, ou quase nada, sabemos a respeito deste homem. Contudo, considerando a história da época e alguns detalhes mencionados no texto, podemos ter uma ideia de quem ele era. Talvez ele fosse um prosélito (um gentio convertido ao judaísmo), ou talvez um judeu africano. Seu nome, Simão, era judeu. Ele certamente viajou a longa distância entre Cirene e a Palestina a pé, com intuito de passar a Páscoa em Jerusalém e oferecer sacrifícios a Deus no templo construído por Herodes. Sabemos mais uma coisa desse Simão: é que ele estava trabalhando. Para financiar as despesas de viagem e de estadia, pois era comum ao judeu que peregrinava para Jerusalém arranjar um emprego temporário quando chagava a Israel.

A vida de Simão Cireneu nos lembra de algumas razões pelas quais devemos nos comprometer com Deus:

1ª) QUANDO SE TRATA DE CHAMADO, NÃO EXISTE ACASO, EXISTE PROPÓSITO.

O texto em tela nos diz que Simão vinha do campo. Que, ao buscar um homem ou uma mulher para realizar a sua obra, Deus possa contar com você, mesmo após o expediente.

Simão não foi escolhido por acaso, mas por que havia um propósito de Deus naquilo. Simão não ia simplesmente ajudar um homem a carregar sua cruz. Ele estava fazendo parte de um plano maravilhoso cuja dimensão ele nem podia imaginar. O que podemos ver ali é a soberana providência na vida daquele homem. Simão tornava-se ali uma peça importante na obra da salvação da humanidade.

Antes de seu encontro com Jesus, Simão possuía religiosidade e devoção, mas depois de encontrar-se com Cristo, recebeu comunhão real e salvação. Naquele dia, sua vida sofreu uma reviravolta física e espiritual e foi inteiramente transformada. Deus ainda pode usar situações difíceis, até mesmo humilhantes, para conduzir as pessoas ao Salvador.

2ª) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS APENAS POR NÓS MESMOS, MAS PELA GERAÇÃO QUE NOS SUCEDERÁ.

Simão era um dos milhares de judeus de outros países que se dirigiam a Jerusalém para celebrar as festas (At 2:5-11). Havia percorrido mais de 1.200 quilômetros desde a África para comemorar a Páscoa, e agora estava sendo humilhado no dia mais santo de todos! O que diria a sua família quando voltasse para casa? Aquilo que pareceu uma tragédia para Simão, na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa de aproximar-se de Jesus Cristo.

            O texto das Escrituras diz que esse Simão era pai de Alexandre e de Rufo, e há uma clara inferência de que esses irmãos se tornaram pessoas importantes na igreja primitiva. A Bíblia identifica Simão como sendo o pai de Alexandre e Rufo muito provavelmente porque eram bem conhecidos no mundo cristão primitivo. Gosto de imaginar Simão voltando para Cirene e contando a Alexandre e a Rufo o que acontecera com ele. Leia Romanos 16.13.

Há uma nova geração olhando para você e para mim. O que estamos ensinando aos nossos filhos, sentados nos bancos das nossas igrejas? Sabe o que eu quero ensinar a esses jovens? Que a nossa vida não vale pelos bens que possuímos, mas pelo esforço com que nos dedicamos à causa de Cristo.

3ª) O QUE APRENDEMOS NO CUMPRIMENTO DA NOSSA MISSÃO É MUITO MAIS VALIOSO DO QUE O PREÇO QUE  PAGAMOS PARA CUMPRI-LA.

Lucas ao relatar esse episódio disse: “Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus” (Lucas 23.26). Lucas deixa claro que Jesus seguia na frente. E o que Simão aprendeu, naquela estrada estreita e sinuosa, chamada Via Dolorosa, foi de um significado muito mais rico do que o preço que ele pagou para carregar aquela cruz. Quando chegou no alto do monte do Calvário, deve ter pensado: “Valeu a pena, porque o que eu aprendi com esse homem nunca ninguém vai poder apagar do meu coração”.

Entendemos que compromisso é provavelmente o comportamento mais importante para o verdadeiro cristão. Compromisso, não é uma palavra popular nos dias de hoje. Pois, vivemos numa sociedade descartável. Se não queremos o bebê, abortamos; se não queremos o cônjuge, nos divorciamos; e se não queremos o vovô, praticamos a eutanásia. E com tristeza verificamos que muitos cristãos querem ter esta alternativa hoje. Se não querem mais carregar a cruz de Cristo, colocam-na de lado. E assim, se contentam em praticar um falso evangelho. De forma, implícita ou explicita estão contra a obra do Senhor. Pois, dizem que creem em Deus, mas vivem como se ele não existisse.

Seja ousado e responda: Você está pronto para carregar a cruz? Você está disposto a ser um cristão comprometido com Deus? Se você já teve verdadeiramente um encontro com Cristo, não basta apenas se envolver é preciso ser comprometido com o Senhor e sua obra.

Pr. Eli Vieira

sábado, 1 de outubro de 2022

UM ALERTA À NAÇÃO BRASILEIRA


 

UM ALERTA À NAÇÃO BRASILEIRA

            Miquéias profetizou no período dos reis Acaz e Ezequias, sobre Samaria e Jerusalém, setecentos anos antes de Cristo. Sua voz, porém, ressoa do pico dos outeiros, atravessando os séculos, para bradar aos ouvidos da nossa nação. O que Miquéias denunciou nos seus dias, que serve de alerta ao povo brasileiro?

            Em primeiro lugar, ele alertou sobre um sistema aparelhado para o mal (Mq 2.1,2). Os homens poderosos não só maquinavam o mal, mas, também, o praticam porque o poder de fazê-lo estava em suas mãos. Assaltavam bens públicos e privados, a um homem e à sua herança. O papel dos governantes é cuidar dos interesses do povo, promovendo o bem e coibindo o mal (Rm 13.1-7).

            Em segundo lugar, ele alertou sobre a inversão de valores (Mq 3.1,2). A questão em Samaria e Jerusalém não era apenas de tolerância ao mal, mas de uma total inversão de valores. Naquele tempo se aborrecia o bem e amava o mal. O certo era tido como errado e o errado aplaudido como certo. Não é essa a agenda que muitos querem implantar no Brasil? Querem estabelecer um regime socialista que tem levado nações à miséria e à falta de liberdade; querem aprovar a lei do aborto; querem aprovar a lei da liberação das drogas; querem impor a ideologia de gênero nas escolas; querem invadir terras, desrespeitando o direito de propriedade privada; querem engordar o Estado para abrir as torneiras da corrupção. É tempo de ouvir o alerta do profeta Miquéias!

            Em terceiro lugar, ele alertou sobre a mensagem sedutora dos falsos profetas (Mq 3.5,11). Muitos falsos profetas e sacerdotes, por vantagens pessoais, apoiavam esses poderosos tiranos, mestres da mentira e da opressão, anunciando paz quando tinham o que mastigar e apregoavam guerra santa contra aqueles que lhes fechavam as torneiras da corrupção. Os falsos profetas nunca estiveram ao lado da verdade. Por amor ao dinheiro, ainda vendem sua consciência e fazem errar o povo.

            Em quarto lugar, ele alertou sobre a injustiça daqueles que davam sentenças (Mq 3.11). Miquéias diz que os cabeças de Samaria e Jerusalém davam as sentenças por suborno e ainda drapejavam o estandarte da confiança inabalável, dizendo que o Senhor estava no meio deles, e, portanto, nada lhes aconteceria de mal. A justiça estava sendo sonegada ao povo. Os tribunais da época estavam aliançados com esquemas de corrupção que assolavam a nação.

            Em quinto lugar, ele alertou sobre o conluio dos poderosos para a prática do mal (Mq 7.3). O aparelhamento para a prática do mal era notório em Samaria e Jerusalém. Vejamos: “As suas mãos estão sobre o mal e o fazem diligentemente; o príncipe exige condenação, o juiz aceita o suborno, o grande fala dos maus desejos de sua alma, e, assim, todos eles juntamente urdem a trama” (Mq 7.3). O sistema estava todo contaminado. O esquema de corrupção tinha capilaridade em todos os setores da sociedade. Os tentáculos da violência contra o povo estavam amordaçando a justiça e oprimindo o povo.

            Em sexto lugar, ele alertou para a decadência da família (Mq 7.6). A corrupção estava presente nos palácios e nas cortes, na religião e, também, na família. O profeta denuncia: “Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa”. A família não era mais o refúgio da vida, para se respirar o ar da liberdade e sentir o perfume do amor e da amizade, mas uma arena de brigas e um campo de guerra. Os inimigos não estavam do lado de fora, mas do lado de dentro da própria casa.

            É nesse contexto turbulento que o profeta Miquéias anunciou o nascimento do Messias, o Filho de Davi, setecentos anos antes dele nascer em Belém (Mq 5.2). Jesus é o Príncipe da paz e ele mesmo é a nossa paz (Mq 5.5). Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Aqueles que legislam, governam e julgam segundo os valores do seu Reino são prósperos e bem-aventurados, pois “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12).

Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte:https://lpc.org.br/um-alerta-a-nacao-brasileira/ em 01/10/2022

DANIEL, UM HOMEM FIEL

 


Daniel 6.4

Policarpo presbítero de Esmirna era um servo fiel ao Senhor. Ao ser preso por causa da sua fé, tentaram convencê-lo dizendo: ora que mal há em dizer: “Senhor César” e sacrificar aos deuses como de costume, se assim salvas a tua vida? Ele respondeu não hei de fazer como me aconselhais.

Levaram Policarpo para o estádio. Na presença do juiz, foi exortado abandonar sua fé em Jesus, que jurasse pelo imperador. Ele respondeu: “faz oitenta e seis anos que sirvo ao Senhor e nenhum mal me fez, como hei de negar ao Senhor que me salvou”.  Em seu diálogo com o juiz, foi ameaçado primeiro com as feras, e depois ser queimado vivo, ele respondeu: “o fogo que o juiz poderia acender demoraria pouco, e se apagaria, mas o castigo do inferno era eterno”. Ante a sua firmeza e fidelidade a Deus, ele foi condenado a fogueira. No meio ao fogo que começava a devorá-lo, orou agradecendo o privilégio de ser contado entre os mártires por amor a Cristo e por fidelidade ao seu ao seu Senhor e Salvador.

O profeta Daniel foi um homem fiel a Deus, não obstante as circunstâncias adversas que enfrentou. Ele foi arrancado da sua terra ainda jovem, perdeu sua família, sua cidade, seu país. Seu passado foi marcado por dores, mas ao chegar na Babilônia não abandonou a sua fé no Senhor dos Exércitos, mesmo diante um presente de oportunidades, ele continuou sendo fiel a Deus. Por que Daniel foi um homem fiel a Deus?

 1-PORQUE ELE ESTAVA FIRMADO NA PALAVRA DE DEUS (Dn 6.5) – O povo de Judá, depois da morte do rei Josias,  passara a viver  como se nunca tivesse ouvido falar de Deus. Os falsos profetas confundiram a mente do povo, os sacerdotes não tinham compromisso com o Senhor e sua Palavra, a nação foi invadida pela idolatria, injustiça, feitiçaria, corrupção, etc. Como consequência da decadência espiritual, foram levados para o cativeiro, conforme Deus tinha falado através do profeta Jeremias.

Muitos judeus se voltaram para Deus em meio ao caos da derrota, da tristeza e deportação para a Babilônio. Veja o exemplo de Daniel, na Babilônia, ele fundamentou a sua vida na Lei do Senhor Dn 6.5,9. Foi com a sua vida firmada na Palavra de Deus que Daniel mesmo no cativeiro fez diferença. Ele poderia ter se conformado ao mundo babilônico, pois ali foi promovido e passou a assistir diante do rei(Dn 1.19-21), foi um dos presidentes nomeado por Dario (Dn 6.1.2), não obstante o seu presente de oportunidades, ele continuou sendo fiel a Deus.

Como cristão, se queremos fazer diferença hoje, precisamos fundamentar a nossa conduta na Palavra viva e eficaz, porque só na Bíblia nós  encontramos “todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para glória dEle, para salvação, fé e vida do homem…”(Confissão de Fé de Westminster).

2- PORQUE ELE ERA UM HOMEM DE ORAÇÃO (Dn 6.10,11,13; 9.3-19) – A oração fazia parte da vida de Daniel, sua intimidade com Deus era conhecida por aqueles que não conheciam a Deus. Quando aqueles homens invejosos procuraram atingir Daniel, eles fizeram o rei assinar um decreto que proibia qualquer homem fazer petição a outro deus senão ao imperador Dn 6.4-7. O objetivo deles era atingir Daniel, porque eles conheciam a vida de oração de Daniel.

Os reformadores foram homens de oração, para Calvino a “oração é o principal exercício da fé mediante o qual recebemos diariamente os benefícios de Deus”. O grande pregador ao ar livre George Whitefield, ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Este homem lutava com Deus em oração dizendo: “Se não queres dá-me almas, retira a minha!” A oração é a própria marca dos cristãos ( I Tm 5.5; At 2.42), como disse J. C. Ryle “o habito da oração é uma das características comum aos eleitos de Deus”. 

Nos dias atuais, muitos cristãos não estão buscando a face do Senhor. A nossa maior necessidade hoje é vivermos na presença de Deus. Se queremos ser diferentes e testemunhas de Cristo nesta Babilônia, precisamos buscar, depender e viver na presença do Senhor, que  ouve e responde as nossas orações.

 3-PORQUE ELE CONHECIA DEUS (Dn 6.23) – A confiança de Daniel, era resultante do seu conhecimento do Deus vivo, que age e intervém na história do homem, mesmo sendo transcendente, ele é imanente, onisciente, onipresente e onipotente, por isso contemplamos a sua coragem ao resistir as petulantes tentações, principalmente nos cargos que ocupou. Ele não deixou de testemunhar que existia um Deus soberano que dirige e sustenta o mundo e controla todas as coisas(Dn 2.20ss; 5.17ss; 6.20).

A vida de Daniel não foi fácil, foi marcada por lutas e vitórias. Como disse o ex-presidente americano Theodore Roosevelt: ”nunca houve um homem que viveu de maneira fácil e cujo nome seja digno de ser relembrado”.  Deus estava sustentando o seu servo em cada momento de sua vida, mesmos nos momentos mais desafiadores. Daniel mesmo diante das adversidades da vida não se conformou com o mundo, não se preocupou com o seu cargo, com o seu status, antes preferiu ser fiel, ser jogado na cova dos leões, mas não abandonou a sua confiança em Deus (Dn 6.16-23).

Hoje somos desafiados a seguirmos o exemplo de Daniel, não importa as circunstâncias que tenhamos passado ou estejamos vivendo no presente,  Deus nos chamou para sermos servos fieis. Portanto, você precisa se entregar a Deus e confiar nEle independente das circunstâncias, na certeza que Deus proverá, ele está no controle da minha e da tua vida. Deus é Soberano, você  foi chamado para honra e glória dEle independente das circunstâncias, quer venhamos viver ou morrer, nós não podemos nos conformar com o mundo, mas obedecer a Deus. Somente a glória de Deus.

  Pr. Eli Vieira

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS

 

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS

“Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal […]. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30.15,19).

            Fazer escolhas não é uma escolha. É imperioso fazermos escolhas. É impossível passar pela vida sem tomarmos decisões. Até os indecisos decidem. Eles decidem não decidir. Há escolhas sábias e escolhas insensatas, mas nunca escolhas sem consequências. Quais escolhas devemos fazer?

            Em primeiro lugar, devemos escolher a vida e não a morte. Deus sempre coloca diante de nós a vida e a morte e nos exorta a escolher a vida. O bem e o mal estão no cardápio de nossas escolhas. Escolher a vida é optar pelo caminho que conduz à salvação. Escolher a morte é virar as costas para Deus e rumar célere para a perdição eterna. Deus não tem prazer na morte do perverso, mas em que ele se converta e viva. O caminho da salvação é estreito, mas conduz à vida; o caminho da perdição é largo, mas seu fim é a morte eterna. A porta da salvação é estreita, mas é a única que conduz à salvação, à provisão e à liberdade. Essa porta é Jesus. A porta da condenação é larga e são muitos os que entram por ela, mas o fim de todos esses é a perdição eterna. Não hesite. Faça, agora mesmo, opção pela vida!

            Em segundo lugar, devemos escolher a liberdade e não a escravidão. A liberdade é um bem maior e melhor do que a própria vida. Porém, não raro, a escravidão vem disfarçada, fazendo ruidosa propaganda de liberdade. Aqueles que defendem o aborto, dizem que a mulher é livre para arrancar de seu ventre o bebê que está sendo gerado, como se fosse uma verruga pestilenta, mas escondem os horrores da culpa pelo crime de sangue de assassinar um inocente indefeso no mais sagrado santuário da vida. Aqueles que defendem a liberação das drogas o fazem em nome da liberdade, mas escondem o horror enfrentado pela família ao conviver com o cárcere emocional de ter um dependente químico em casa. Aqueles que defendem a ideologia de gênero, drapejam suas bandeiras em nome da liberdade de escolha, mas não mostram o medonho conflito físico, moral e espiritual vivenciados por aqueles que mudaram o seu modo natural de viver. A sociedade rendida à ditadura do relativismo aplaude a destruição dos valores morais que sustentaram as nações como se esse desbarrancamento da virtude fosse um progresso, porém, labora contra si mesma, pois nesse caminho de libertinagem só se colhe frustração a decadência.

            Em terceiro lugar, devemos escolher a democracia e não a ditadura. Há muitas ideologias que fazem propaganda de democracia, mas na verdade, laboram pela supressão dos direitos fundamentais. Falam de justiça social, mas nivelam a todos na pobreza. Discursam em favor dos pobres, mas usam-nos como massa de manobra para se perpetuarem no poder e reduzir todos à miséria. Falam de paz, mas os súditos que vivem debaixo do seu tacão são oprimidos pela truculência. Falam de liberdade, mas os cidadãos de sua autocracia não são livres para, se sequer, sair de seus países totalitários. Falam em oportunidades para todos, mas usam todos como escravos para manter o luxo de seus palácios.

            Em quarto lugar, devemos escolher os valores absolutos e não o relativismo moral. Os fundamentos da nossa sociedade estão sendo atacados. Os marcos estão sendo removidos. Os valores morais estão sendo colocados de cabeça para baixo. A sociedade rendida à ética flácida e situacional não apenas tolera o erro, mas inverte os valores. Transformam o mal em bem, as trevas em luz e o doce em amargo. A ética judaico-cristã tem sido atacada com rigor desmesurado nos parlamentos, nas cortes, na grande mídia, na literatura, nas escolas e nas ruas, mundo a fora. Fazem troça da virtude e aplaudem os vícios. Promovem a degradação moral e zombam da castidade. Atacam o casamento e defendem o sexo sem compromisso. Escarnecem da família e promovem a ideologia de gênero. Sacodem o jugo suave de Cristo e colocam o pescoço debaixo da canga pesada do secularismo ateu.

            Hoje precisamos fazer nossas escolhas. Que sua escolha seja por Deus, pela vida, pela liberdade, pela família! Se escolhermos bem, viveremos bem, agora e por toda a eternidade!

Rev. Hernandes Dias Lopes  

Fonte:https://lpc.org.br/a-vida-e-feita-de-escolhas/

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

China está “reescrevendo” a Bíblia para tentar controlar igrejas, diz organização cristã

 

Culto cristão em igreja na China. (Captura de tela/Journeyman Pictures)

Tradução socialista da Bíblia é mais um passo para o Partido Comunista Chinês controlar pessoas, diz Voz dos Mártires.

Reescrever a Bíblia através de uma lente comunista é a missão do Partido Comunista Chinês com o objetivo de adequar a linguagem das Escrituras ao regime dominante no país.

A busca resultou em distorções chocantes da verdade das Escrituras e do Evangelho.

Em entrevista ao Faithwire, o porta-voz do The Voice of the Martyrs (VOM), um órgão de vigilância de perseguição que serve a cristãos em todo o mundo, falou sobre os esforços contínuos do governo chinês para reimaginar a Bíblia.

“Este é um projeto que o Partido Comunista Chinês anunciou em 2019. Na época, eles disseram que seria um processo de cerca de 10 anos … para liberar uma nova tradução da Bíblia”, disse Todd Nettleton, observando que incluiria princípios confucionista e budista, entre outros. “Esta nova tradução… realmente apoiaria o Partido Comunista.”

Uma das versões reescrita da Bíblia foi compartilhada pela VOM recentemente. A versão reimaginada da história centrada no amor de Jesus e na compaixão por uma mulher pega em adultério.

“O Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou planos de atualizar a Bíblia para ‘acompanhar os tempos’. As revisões incluirão a adição de ‘valores socialistas centrais’ e a remoção de passagens que não refletem as crenças comunistas”, dizia um post do VOM no Facebook.

“Em um livro didático para alunos do ensino médio lançado em setembro de 2020, os autores incluíram uma passagem de João 8, conforme revisada em sua nova versão.”

Cristãos durante culto na China. (Captura de tela/Journeyman Pictures)

O texto genuíno e autêntico de João 8 na Bíblia fala sobre o perdão de Jesus a uma mulher apanhada em adultério e levada pelos fariseus diante dele: “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Na Lei, Moisés nos ordenou que apedrejássemos essas mulheres. Agora o que você diz?”

Segundo a Bíblia observa que esses líderes judeus estavam “usando essa pergunta como uma armadilha” para acusar Jesus. Ainda assim, Cristo começou a escrever no chão com o dedo (é um mistério o que ele estava escrevendo) e então pronunciou algumas palavras transformadoras (versículo 7).”

Depois que as pessoas – claramente abaladas pelas palavras de Jesus – foram embora, Cristo e a mulher ficaram juntos, e sua troca foi a seguinte (NVI):

Cristo: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”

Mulher: “Ninguém, senhor.”

Cristo: “Então eu também não te condeno. Vá agora e deixe sua vida de pecado.”

‘Jesus pecador’

Na versão do Partido Comunista Chinês, essa interação há um relato falso e antibíblico que vai contra a verdade das Escrituras.

Na nova versão do governo chinês – supostamente observada em um livro publicado em setembro de 2020 – a multidão se dispersa, mas o texto afirma: “Quando todos saíram, Jesus apedrejou a própria mulher e disse: ‘Eu também sou um pecador’”.

Segundo a VOM, a China está reescrevendo a Bíblia para confrontar diretamente a divindade de Jesus, algo que Nettleton disse ser bastante chocante.

“Em certo sentido, é tão arrogante pensar: ‘Vou reescrever a história de Jesus’… mas então você pensa em negar a divindade de Cristo”, disse ele. “Se Jesus é um pecador, então ele não é Deus.”

Controle

Para quem se pergunta por que o Partido Comunista Chinês tomaria medidas tão preocupantes para tentar diminuir o Evangelho, Nettleton disse que tem tudo a ver com controle.

“A questão para o Partido Comunista Chinês é o controle. É sempre uma questão de controle”, disse ele. “E eles veem a… mensagem cristã como algo que tiraria o controle do partido comunista.”

Em vez de os cidadãos acordarem e jurarem fidelidade a um Deus amoroso e ponderarem sobre maneiras de servir a Jesus, Nettleton disse que o objetivo do governo é que os cidadãos chineses acordem todos os dias e digam: “Como posso servir ao partido hoje? Como posso ser um bom comunista hoje?”

Perseguição

Além de preocupante, a reescrita da Bíblia é apenas parte das tentativas contínuas do governo chinês de reprimir a fé cristã. É o que acontece com o Movimento Patriótico das Três Autonomias, uma denominação protestante controlada e registrada no Partido Comunista Chinês.

“A igreja protestante da China, oficialmente sancionada, sempre tentou cooptar o cristianismo e usá-lo para fins comunistas”, disse Nettleton. “Mas eles, mesmo nos últimos anos, deram um passo adiante.”

Todas as referências de Jesus foram retiradas dentro das igrejas e, em alguns casos, substituídas por fotos do presidente chinês Xi Jinping. Os hinos cristãos também foram substituídos por hinos do partido comunista.

A nova tradução da Bíblia, ao que parece, é apenas mais um passo em direção à anarquia antibíblica dentro das fileiras do Partido Comunista Chinês.

“Esta nova tradução socialista da Bíblia é apenas mais um passo para o Partido Comunista Chinês enquanto eles tentam controlar a igreja e realmente cooptar o cristianismo como meio de controlar as pessoas e ajudá-las a servir aos interesses do Partido”, afirmou Nettleton.

Única versão

A Bíblia reescrita deve se tornar a única versão oficialmente disponível das Escrituras no sistema eclesiástico, que é controlado e administrado pelo regime comunista.

“A única maneira de obter legalmente uma Bíblia na China é em uma igreja registrada e, se a maioria estiver nas grandes cidades. [e] se você estiver em uma área rural, quase não terá acesso a Bíblias”, disse ele.

Além do acesso limitado às Bíblias, que sempre foi um problema na China, agora a questão é agravada por uma versão socialista das Escrituras que coloca em dúvida a divindade de Cristo e evoca detalhes imprecisos.

É por isso que a organização de Nettleton continua a ajudar a levar Bíblias aos cidadãos chineses.

“Essa é uma das razões pelas quais a Voz dos Mártires e outros grupos estão tão comprometidos em entregar Bíblias na China – até mesmo contrabandeando Bíblias para a China – porque não está disponível”, disse ele.

“Uma das coisas que espero sobre esta nova tradução é que ela saia pela culatra e as pessoas se perguntem: ‘Por que foi tão importante para o governo chinês retraduzir a Bíblia? Por que era tão importante para eles mudar isso?’”

Nettleton diz que espera que os cidadãos chineses comparem a nova versão com a antiga e vejam as mudanças.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Morre o Irmão André, o ‘contrabandista de Bíblias, que fundou a Portas Abertas


André. (Foto: Portas Abertas)

O missionário conhecido mundialmente deixou um legado de 67 anos de trabalho pela Igreja Perseguida.

Faleceu nesta terça-feira (27), em sua casa na Holanda, aos 94 anos de idade, o missionário Anne Van der Bijl — conhecido simplesmente como Irmão André. 

Entregar Bíblias “clandestinamente” na antiga União Soviética se tornou uma missão para ele. Conhecido também como “Contrabandista de Deus”, seu legado de mais de 67 anos de trabalho pela Igreja Perseguida inspira muitos cristãos até o dia de hoje. 

O fundador da Portas Abertas — ministério internacional em favor dos cristãos perseguidos  — começou seu trabalho em 1955, quando foi com uma delegação holandesa ao Festival Mundial da Juventude Comunista na Polônia. 

Foi lá que ele descobriu uma igreja cristã por trás da Cortina de Ferro que precisava de Bíblias desesperadamente. E ali o Irmão André distribuiu uma mala cheia de literatura cristã, marcando assim o humilde início da organização. 







Irmão André. (Foto: Portas Abertas)

Sobre o Irmão André

Nascido num pequeno vilarejo na Holanda, no dia 11 de maio de 1928, um dos seis filhos de um ferreiro e de uma dona de casa, se transformou num “grande missionário”. 

Ele teve um encontro com Deus depois que começou a ler a Bíblia, em 1949, aos 21 anos. “Não havia muita fé em minha oração. Apenas disse: Senhor, se me mostrares o caminho, eu te seguirei”, ele contou em certa ocasião.

“A Palavra de Deus transforma as pessoas e elas mudam as situações ao seu redor”, ele afirmava.

O jovem Anne passou por diversas dificuldades familiares e tinha o desejo por desafios — isso o levou até a guerra da Holanda contra a Indonésia. “Ele era sedento por uma aventura que fizesse a vida valer a pena”, conforme a Portas Abertas.

Porém, as duras consequências das batalhas, como sofrimento e mortes, frustraram o soldado. Foi após levar um tiro na perna, que Anne foi conduzido, gradativamente, aos caminhos do Senhor.

“Com uma nota no vento berrando para mim para não ser tolo, entreguei-me a Deus por completo — corpo, alma, espírito e aventura”, declarou certa vez.

Assim que começou a viajar contrabandeando Bíblias por países comunistas como Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Bulgária, Anne ganhou o fusca azul como companheiro para as viagens. O carro rodava pelas estradas abarrotado de Bíblias, livros e suprimentos para as pessoas em campos de refugiados. 







Fusca do Irmão André. (Foto: Portas Abertas)

Os relatos sobre a vida e começo do ministério do Irmão André são encontrados no livro “O Contrabandista de Deus”, que se tornou um best-seller. Nele, estão registradas suas viagens para países da chamada “Cortina de Ferro”, fechados ao Evangelho, com a finalidade de levar Bíblias para cristãos locais. 

O Irmão André foi casado por 59 anos com Corry, que faleceu em 23 de janeiro de 2018. Eles deixam cinco filhos e onze netos. 

“Fortaleça o que resta e que estava para morrer”

Sabe-se que a base bíblica para o início do trabalho missionário foi Apocalipse 3.2: “Esteja atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer”.  

Com esse foco espiritual, a Portas Abertas completou 67 anos de ministério em 2022 e já alcança mais de 60 países. 

A missão conta com mais de 1.400 colaboradores globalmente, com o propósito de apoiar e fortalecer cristãos perseguidos e igrejas em países onde há perseguição aos que se declaram cristãos.

O Irmão André sempre dizia: “Nossa missão se chama Portas Abertas porque acreditamos que todas as portas estão abertas, em todo o tempo e qualquer lugar. Eu literalmente acredito que toda porta está aberta para ir e pregar o Evangelho, desde que você esteja disposto a ir e não esteja preocupado em voltar”. 

Para o secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz, “o irmão André, nos deixa um exemplo de obediência ao Senhor e ao seu chamado. Foi obediente ao ponto de colocar muitas vezes em risco a sua própria vida”. 

“Ele não media esforços para seguir o chamado recebido de Deus e servir aos cristãos perseguidos. Como ele mesmo dizia: ‘Claro que é perigoso, mas é mais perigoso não obedecer a Deus. Segurança é algo que não está em jogo quando se trata da Grande Comissão’”, citou. 


Irmão André. (Foto: Portas Abertas)

‘Somos gratos pela vida e legado do nosso querido Irmão André’

Estima-se que o Irmão André tenha visitado 125 países e percorrido mais de um milhão de milhas em suas viagens para pregar o Evangelho e fazer amizade com pessoas em necessidade. 

Sua amizade e amor a Deus o levaram a reuniões privadas com líderes de vários grupos fundamentalistas. Ele foi um dos poucos líderes ocidentais que regularmente ia a esses grupos como um embaixador de Cristo. 

Seu livro de 2004, “Força da Luz: uma tocante história da igreja pega no meio do fogo cruzado no Oriente Médio”, em co-autoria com Al Janssen, conta sobre seu evangelismo no Oriente Médio. 

Um outro livro, também em co-autoria com Al Janssen, publicado em 2007, foi “Cristão Secretos: o que acontece quando muçulmanos creem em Cristo”. 


Irmão André. (Foto: Portas Abertas)

IO Irmão André levou a Portas Abertas a lugares onde a maioria dos cristãos não iria. Sua rede subterrânea de cristãos locais ajudou na distribuição de milhões de Bíblias a cada ano em todo o mundo, bem como no treinamento de centenas de milhares de líderes cristãos. 

Conforme a organização, o ministério também assiste a Igreja Perseguida por meio de ajuda socioeconômica, alfabetização, treinamento vocacional, entre outras frentes de atuação, nos países mais perigosos do mundo. 

“Somos imensamente gratos pela vida, exemplo e legado do nosso querido Irmão André. Saber que ele não estará mais conosco nos deixa com o coração pesado e triste. Por outro lado, temos o desafio e a responsabilidade de continuar o seu trabalho de apoio à Igreja Perseguida”, disse ainda Marco Cruz. 

“Ele mesmo disse: ‘Todo cristão que sofre por causa de sua fé deve ser lembrado e apoiado por outros cristãos. Enquanto existir um cristão preso por sua fé em Jesus Cristo, eu não sou livre’”, lembrou  Marco Cruz ao concluir.

Guiame sente muito pela morte do Irmão André e ora pelo conforto da família e amigos que se despedem do grande missionário. 



Irmão André. (Foto: Portas Abertas)

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE PORTAS ABERTAS

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