Isaías 40 – 48
No dia 22 de maio de 1964, o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, quando estava na Universidade de Michigan, disse as seguintes palavras: “Nos dias de hoje, temos a oportunidade não apenas de nos transformarmos numa sociedade rica e poderosa, mas também de nos elevarmos a uma Grande Sociedade.” Ao lermos estas palavras alguns anos depois, podemos nos perguntar: “Como será que os judeus cativos na Babilônia teriam interpretado as palavras do presidente americano Lyndon Johnson?”
Uma sociedade rica? Eram refugiados cuja terra e cidade santa estavam em ruínas.
Uma sociedade poderosa? Sem um rei ou exércitos, encontravam-se fracos e indefesos diante das nações a seu redor.
Uma grande sociedade? Haviam pecado rebelando-se contra Deus e tiveram de sofrer grande humilhação e disciplina. Tinham pela frente um desafio monumental, mas lhes faltavam recursos humanos.
Por isso, o profeta admoestou-os a não olhar para si mesmos, mas sim a olhar com fé para o Deus poderoso que os amava e que prometeu fazer grandes coisa por eles. “Não temas!” exortou Isaías. “Eis aí está o vosso Deus!” (Is 40:9).
Meus irmãos, há um pensamento que me serve de estímulo em várias ocasiões que diz: “Olhe para os outros e ficará angustiado. Olhe para si mesmo e ficará deprimido. Olhe para Deus e será abençoado!” Pode não ser uma obra-prima literária, mas certamente contém uma excelente teologia prática. Quando as perspectivas são sombrias, precisamos olhar para o alto. “Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? […] por ser ele grande em força e forte em poder” (Is 40:26).
Nestes nove capítulos de Isaías, o profeta descreve a grandeza de Deus em três áreas distintas da vida para que nós possamos aprender a depender e confiar em Deus em nosso viver independente das circunstâncias.
1. DEUS É MAIOR QUE NOSSAS CIRCUNSTÂNCIA S (IS 40:1-31)
As circunstâncias que nos precedem (vv.1-11). Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento. Podem-se ouvir quatro vozes, cada uma delas com uma mensagem especial a esse povo necessitado.
(1) A voz de perdão (vv. 1, 2). A nação havia pecado grandemente contra o Senhor, por sua idolatria, injustiça, imoralidade e insensibilidade para com seus mensageiros (Jr 7). Porém, os judeus ainda eram o povo de Deus, e ele os amava. Apesar de tê-los disciplinado, não os abandonaria. No texto original, “consolar” significa “falar ao coração” e “tempo da sua milícia” é uma referência aos tempos de “grandes provações”. A expressão “em dobro” não sugere que Deus os havia disciplinado injustamente, pois, mesmo em seus castigos, ele é misericordioso (Ed 9:13). Deus os disciplinou em proporção direta a tudo o que eles haviam feito (Jr 16:18). Não devemos pecar, mas, caso isso aconteça, Deus está esperando para nos perdoar (1 Jo 1:5 – 2:2).
(2) A voz da providência (vv. 3-5). Os judeus tinham uma dura jornada pela frente quando voltaram para reconstruir Jerusalém e o templo, mas o Senhor iria na frente a fim de abrir caminho. Vemos aqui a figura de um emissário consertando as estradas e removendo os obstáculos, reparando o caminho para a vinda de um rei. A figura do caminho ou da estrada aparece com frequência nas profecias de Isaías (ver Is 11:16). E evidente que o cumprimento pleno dessas palavras pode ser observado no ministério de João Batista, quando este preparou o caminho para o ministério de Jesus Cristo Mt 3:1-6). Em termos espirituais, Israel estava vivendo no deserto quando Jesus veio, mas em sua vinda, o Salvador trouxe a glória de Deus (Jo 1:14). O caminho de volta pode ser penoso, mas se confiarmos em Deus, ficará mais fácil.
(3) A voz da promessa (vv. 6-8). “Toda a carne é erva.” A Assíria havia partido e a Babilônia também. Assim como a grama, as nações e seus líderes cumprem seu propósito e, depois, desaparecem, mas a Palavra de Deus permanece para sempre (Sl 37:1, 2; 90:1-6; 103:15-18; 1 Pe 1:24, 25). Ao começar sua longa jornada para casa, Israel podia contar com as promessas de Deus. Talvez estivessem se apropriando especialmente de 2 Crônicas 6:36-39.
(4) A voz da paz (vv. 9-11). Aqui a própria nação sai do vale e vai até o alto das montanhas para declarar a vitória de Deus sobre o inimigo. A boa notícia anunciada naquele tempo foi a derrota da Babilônia e a libertação dos judeus cativos (Is 52:7-9). A boa notícia hoje é a derrota de Satanás por Jesus Cristo e a salvação de todos aqueles que crerem no Senhor (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19. O braço de Deus é poderoso para dominar a batalha (Is 40:10), mas também é um braço de amor para carregar suas ovelhas cansadas (v. 11). “Estamos indo para casa!” – sem dúvida essa foi uma boa notícia para as cidades devastadas de Judá (Is 1 3 6 : 1 ; 37:26).
As circunstâncias diante de nós (vv. 12-26). Os judeus eram poucos, apenas um remanescente, e tinham diante deles uma longa e difícil jornada. As vitórias da Assíria, da Babilônia e da Pérsia deram a impressão de que os falsos deuses dessas nações gentias eram mais fortes do que o Deus de Israel, porém Isaías lembrou seu povo da grandeza de Javé. Ao contemplar a grandeza de Deus, você verá a vida com uma perspectiva diferente e correta.
Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E, se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta, pode curar seu coração partido (Sl 147:3,4), pode levantar o caído, transformar a derrota em vitória (Gn 50.20).
Alguém definiu as “circunstâncias” como “as coisas horríveis que vemos ao desviarmos o nosso olhar de Deus”. Se você olhar para Deus por meio das suas circunstâncias, ele parecerá muito pequeno e distante, porém, se, pela fé, você olhar para as suas circunstâncias por meio de Deus, ele se colocará a seu lado e lhe revelará sua grandeza.
As circunstâncias dentro de nós (vv. 27-31). Em vez de louvar ao Senhor, a nação estava se queixando de que ele agia como se não soubesse da situação deles nem se importasse com os problemas que enfrentavam (v. 27; Is 49:14). Em vez de ver a porta aberta, os judeus enxergavam apenas uma longa estrada a sua frente e queixaram-se de não ter forças para andar. Deus estava lhes pedindo que fizessem o impossível.
Contudo, Deus sabe como nos sentimos, conhece nossos medos e sabe como suprir todas as nossas necessidades. Não somos capazes de obedecer a Deus com nossas próprias forças, mas podemos sempre confiar nele para nos prover a energia de que precisamos (Fp 4:13). Se confiarmos em nós mesmos, iremos desfalecer e cair, mas se esperarmos no Senhor com fé, receberemos forças para prosseguir. A palavra esperar” não sugere que nos sentemos aguardando sem fazer coisa alguma. Significa “ter esperança”, buscar em Deus tudo de que precisamos (Is 26:3; 30:15). Isso inclui meditar no caráter e nas promessas de Deus, orar e buscar sua glória.
A palavra “renovar” significa “trocar”, assim como se tira uma roupa velha para se colocar roupas novas. Trocamos nossas fraquezas pelo poder de Deus (2 Co 12:1-10). Quando esperamos nele, Deus permite que sejamos elevados acima de uma crise, que corramos quando os desafios são muitos e que andemos confiantes em meio às exigências cotidianas. E muito mais difícil caminhar sob as pressões comuns da vida do que voar como a águia num período de crise.
O pai das missões modernas William Carey, disse: “Posso labutar, é o meu único dom. Posso perseverar em qualquer atividade que me seja determinada. Devo tudo em minha vida a isso.”
Uma jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo. Os grandes heróis da fé nem sempre são aqueles que parecem elevar-se acima dos problemas, mas sim os que labutam pacientemente. Ao esperar no Senhor, ele nos permite não apenas voar e correr mais rápido, mas também andar por mais tempo. Bem-aventurados os que labutam, pois um dia chegarão a seu destino!
2. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS MEDOS (IS 41:1-44:28)
Em sete ocasiões nesta seção do livro, o Senhor diz a seu povo: “Não temas!” (Is 41:10,13,14; 43:1,5; 44:2,8); também a nós nos exortamos a não temermos hoje. Ao encarar o desafio da longa caminhada para casa e a difícil tarefa de reconstrução, os judeus remanescentes tiveram motivos de sobra para temer. Contudo, havia uma grande razão para não ter medo: o Senhor estava com eles e lhes daria sucesso.
Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e ó Messias (Is 42:1-25).
Ciro, o servo de Deus (41:1-7). Deus convocou todos ao tribunal e pediu às nações que apresentassem suas acusações contra ele, se fossem capazes. Pelo menos dezessete vezes em suas profecias Isaías escreveu sobre “terras do mar”, referindo-se aos lugares mais distantes da terra santa (Is 11:11; 24:1 5; 41:1, 5; 42:4, 10, 12). O Senhor desafiou as nações dizendo: “Apresentai a vossa demanda” (Is 41:21).
Deus não teme as nações, pois é maior do que elas (Is 40:12-17); controla sua ascensão e queda. O Senhor anunciou que levantaria um governante chamado Ciro, o qual faria a obra justa de Deus na Terra ao derrotar outras nações em favor do povo de Deus, Israel. Ciro seria um pastor (Is 44:28) ungido por Deus (Is 45:1), uma ave de rapina que não poderia ser detida (Is 46:11). “Pisará magistrados como lodo e como o oleiro pisa o barro” (Is 41:25).
Isaías chamou Ciro pelo nome mais de um século antes do nascimento do rei (590?- 529 a.C.). Apesar de o profeta não usar, em momento algum, a designação “servo de Deus” para o governante, Ciro serviu ao Senhor ao cumprir o propósito de Deus na Terra. Deus entregou-lhe as nações e ajudou- o a conquistar grandes reis (Is 45:1-4). O inimigo foi soprado para longe como restolho e pó, pois o Deus eterno estava comandando o exército.
E possível que Ciro tivesse pensado que realizava seus próprios planos, mas na verdade estava fazendo a vontade de Deus (Is 44:28). Ao derrotar a Babilônia, Ciro permitiu que os judeus cativos fossem libertos e que voltassem para sua terra, a fim de reconstruir Jerusalém e o templo (Ed 1:1-4).”Eu, na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados” (Is 45:13).
Às vezes nos esquecemos de que Deus pode usar até mesmo líderes não cristãos para o bem de seu povo e para o progresso de sua obra. Levantou o Faraó no Egito para que pudesse demonstrar seu poder Rm 9:1 7) e também usou o fraco Herodes e o covarde Pôncio Pilatos para realizar o plano da crucificação de Cristo (At 4:24-28). “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do S e n h o r ; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21:1).
Israel, o servo de Deus (41:8-29; 43:1 -44:28). O profeta apresenta quatro retratos para encorajar o povo. Em contraste com o medo experimentado pelas nações gentias, vê-se a confiança demonstrada por Israel, o servo escolhido de Deus (Is 41:8-13), pois Deus estava operando em seu favor. Apesar de sua antiga rebelião, Israel não foi rejeitado pelo Senhor. Os judeus cativos não precisavam temer nem Ciro e nem a Babilônia, pois Ciro estava trabalhando para Deus, e a Babilônia logo desapareceria. Ao ler esse parágrafo, podemos sentir o amor de Deus por seu povo e seu desejo de encorajá-lo a confiar nele quanto ao futuro.
O título “meu servo” é muito honrado e foi usado para grandes líderes como Moisés (Nm 12:7), Davi (2 Sm 3:18), os profetas (Jr 7:25) e o Messias (Is 42:1). Havia, porém, alguma honra em ser chamado de “verme”? (Is 41:14-1 6). “Servo” define o que eles eram pela graça e vocação de Deus, mas “verme” descreve o que eram em si mesmos. Imagine um verme com dentes e triturando montanhas até o pó, como se fosse palha! Todas as montanhas e montes seriam aplainados (Is 40:4), à medida que a nação marchasse com fé, e o Senhor tornaria as montanhas em outeiros.
O mesmo Deus que transformou a realidade do povo judeu que estava no cativeiro, é também o nosso Deus hoje, ele zela por suas promessas, então podemos confiar, assim como ele cumpriu suas promessas restaurando o povo de Israel da escravidão quando estava desanimado é ele quem noa avbençoa e supre todas as nossas necessidades.
Deus não é semelhante aos ídolos mortos que não podem fazer nada e não conhecem a nossa história, mas o grandioso Deus conhce todas as coisas, não só nosso passado como o nosso futuro(Is 41:21-29). Não apenas os ídolos eram incapazes de fazer qualquer previsão verdadeira, como também não conseguiam nem sequer falar! O julgamento do tribunal foi inequívoco: “Eis que todos são nada; as suas obras são coisa nenhuma; as suas figuras de fundição, vento e vácuo” (v. 29).
Isaías dá continuidade ao tema do “servo do Deus de Israel” nos capítulos 43 – 44 com ênfase no Deus Redentor de Israel (Is 43:1-7; ver também v. 14; Is 44:6, 22-24). A palavra traduzida por “redimir” ou “Redentor” é o termo hebraico para “parente resgatador”, alguém próximo que poderia remir pessoas da família da escravidão e resgatar suas propriedades mediante o pagamento de suas dívidas (ver Lv 25:23-28 e o Livro de Rute). Deus deu o Egito, a Etiópia (Cuxe) e Sabá para Ciro como preço do resgate por ter libertado Israel da Babilônia, pois Israel era muito precioso para o Senhor. Também deu seu único Filho como resgate pelos pecadores (Mt 20:28; 1 Tm 2:6).
Israel é o servo de Deus no mundo e também a testemunha de Deus para o mundo (Is 43:8-13). Trata-se de outra cena de um tribunal, em que Deus desafia os ídolos. “Que tragam suas testemunhas!”, diz o Juiz, mas é claro que os ídolos são inúteis e mudos. Em duas ocasiões, o Senhor diz a Israel: “Vós sois as minhas testemunhas”(vv. 10,12), pois foi na história de Israel que Deus revelou-se ao mundo. Frederico, o Grande, perguntou ao marquês D’Argens: “Você pode me dar uma única prova irrefutável da existência de Deus?” Ao que o marquês respondeu: “Sim, majestade, o povo judeu”.
Quando Deus perdoa e restaura seu povo, deseja que se esqueçam das falhas do passado, que dêem testemunho dele no presente e que se apropriem de suas promessas para o futuro (vv. 18-21). Por que deveríamos nos lembrar de algo que Deus já esqueceu? (v. 25). O Senhor perdoou os israelitas não porque tivessem levado sacrifícios – pois não havia altares na Babilônia -, mas unicamente por sua misericórdia e graça.
Isaías 44:9-20 mostra a insensatez da idolatria e deve ser comparado com o Salmo 11 5. Aqueles que defendem ídolos e que os adoram são como eles: cegos, ignorantes e insignificantes. Deus fez as pessoas à sua própria imagem, e agora elas faziam deuses à imagem delas! Parte de uma árvore se tornava um deus e o restante era usado como lenha. O ‘adorador “alimentava as cinzas” sem obter benefício algum dessa adoração.
Mas Deus formou Israel (Is 44:21, 24), perdoou os pecados de seu povo (v. 22; ver Is 43:25) e é glorificado por meio dele (Is 44:23). Ele fala a seu povo e é fiel no cumprimento de sua Palavra (v. 26). Que possamos sempre apreciar o privilégio que temos de conhecer e de adorar o verdadeiro Deus vivo!
O Messias, o Servo de Deus (Is 42). Isaías 42:1-7 é a primeira de quatro referências aos “cânticos do servo”, em Isaías, aludindo ao Servo de Deus, o Messias. As outras são Isaías 49:1-6; 50:1-11; e 52:13 – 53:12. Compare “Eis que todos [os ídolos] são nada” (Is 41:29) com “Eis aqui o meu servo” (Is 42:1). Mateus 12:14-21 aplica essas palavras ao ministério de Jesus Cristo aqui na Terra. Ele poderia ter destruído os inimigos (a cana e o linho), mas foi paciente e misericordioso. O Pai se agrada de seu Filho (Mt 3:1 7; 1 7:5).
É por meio do ministério do Servo que Deus realizará seu grande plano de salvação para o mundo. Deus o escolheu, levantou e capacitou para ser bem-sucedido em sua missão. Por causa da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, um dia haverá um reino glorioso, e Deus “promulgará o direito para os gentios [nações]” (Is 42:1). Jesus Cristo é “a luz do mundo” (Jo 8:12), e isso inclui os gentios (Is 42:6; At 13:47, 48; Lc 1:79). Isaías 42:7 refere-se ao livramento do cativeiro na Babilônia (Is 29:18; 32:3; 35:5) bem como ao livramento dos pecadores da condenação (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19).
A seção final (Is 42:10-25) descreve uma nação que canta (vv. 10-12), dando louvores ao Senhor, e um Deus silencioso que quebra o silêncio para se tornar um valente emitindo gritos (vv. 13-1 7). Deus é longânimo para com o pecador, porém, quando começa a operar, não perde tempo! O “servo”, nos versículos 18-25, é o povo de Israel, cego para seus próprios pecados e surdo para a voz de Deus (Is 6:9, 10); ainda assim, o Senhor o perdoou graciosamente e o libertou da servidão. Então, Deus diz aos babilônios: “Restitui” (Is 42:22).
Como é triste quando Deus nos disciplina e não entendemos ou não levamos a sério o que ele está fazendo (v. 25)! O cativeiro de Israel na Babilônia curou a nação de sua idolatria, mas não criou nele um desejo de adorar e glorificar a Deus. Meus irmãos, nós também fomos libertos do pecado pela graça de Deus, precisamos ter fome e sede da presença do Senhor e glorifica-lo em nosso viver.
3. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS INIMIGOS (Is 45:1-48:22)
Estes capítulos tratam da ruína da Babilônia, e um dos temas principais é: “Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:5-6, 14, 18, 21, 22; 46:9). Jeová volta a se revelar como o verdadeiro Deus vivo em contraste com os ídolos mudos e mortos.
A descrição do conquistador (45:1-25). Assim como profetas, sacerdotes e reis eram ungidos para o serviço, também Ciro foi ungido por Deus para realizar um serviço especial por Israel. Nesse sentido, Ciro foi um “messias”, um “ungido”. Deus o chamou pelo nome um século antes de seu nascimento! Ciro foi o instrumento humano para a conquista, mas foi o Deus Jeová quem lhe deu as vitórias.
A desgraça dos falsos deuses (46:1-13). Bel era o deus babilônio do Sol, e Nebo era seu filho, o deus da escrita e do aprendizado. Mas nem os dois juntos foram capazes de deter Ciro! Ao escapar do inimigo, os Babilônios tiveram de carregar seus deuses, porém eles acabaram sendo levados para o cativeiro junto com os prisioneiros de guerra Deus garantiu a seu povo que os levaria em seus braços do ventre ao túmulo. O versículo 4 é a base para a estrofe do conhecido hino Firme Alicerce, geralmente omitida dos nossos hinários:
Até à velhice, todo meu povo há de provar,
Meu soberano, eterno e imutável amor,
E quando o cabelo grisalho suas têmporas adornar,
Como ovelhas junto ao peito ainda os hei de levar.
(Richard Keen)
Que conforto saber que nosso Deus já cuidava de nós mesmo antes de termos nascido (Sl 139:13-16) e que o fará até envelhecermos, bem como a cada momento entre uma coisa e outra! Ele está no controle de tudo, conhece todos antes de nascermos.
A destruição da cidade (47:1-15). A Babilônia, a rainha arrogante, não passava mais de uma escrava humilhada. “Eu serei senhora para sempre!” (v. 7-), bradava ela. Mas, num instante, foi alcançada pelo julgamento de seus pecados e tornou-se viúva. Nem seus ídolos nem suas práticas ocultas (vv. 12-14) puderam avisá-la ou prepará-la para sua destruição. Deus, porém, sabia que a Babilônia cairia, pois havia planejado isso muito tempo atrás! Chamou a Ciro, que se lançou sobre a Babilônia como uma ave de rapina. A Babilônia não mostrou misericórdia para com os judeus, e Deus julgou-a conforme merecia.
A libertação do remanescente judeu (48:1-22). Os judeus haviam se tornado complacentes e acomodados em seu cativeiro e não queriam partir. Seguiram o conselho de Jeremias (Jr 29:4-7) e tinham casas, jardins e famílias. Apegaram-se de tal modo a essas coisas que não seria fácil fazer as malas e seguir para a Terra Santa. No entanto, pertenciam à Terra Santa, e Deus tinha um trabalho para eles ali. Deus lhes disse que eram hipócritas ao usar seu nome e identificar-se com sua cidade, mas não obedecer à sua vontade (Is 48:1, 2). Eram obstinados (v. 4) e não se empolgaram com as coisas novas que Deus estava fazendo por eles.
Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.
Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores
Conclusão
Meus irmãos, mesmos sendo fracos e miseráveis pecadores podemos contemplar o grande amor de Deus, assim como o remanescente. Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento, para prosseguir em frente.
1-Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta pode curar seu coração partido (Sl 147:3, 4).
2-Deus é maior que nossos medos– Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e o Messias (Is 42:1-25). Então meu irmão e amigo não há o que temer, precisamos confiar no Senhor hoje.
3-Deus é maior que nossos inimigos – Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.
Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores.
Assim como o Israel da Antiguidade, você ao se deparar com uma tarefa difícil e um futuro impossível, siga o exemplo de Israel e lembre-se da grandeza de Deus.
W.Wiersbe/Adap pelo Pr. Eli Vieira