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terça-feira, 21 de agosto de 2018

VENCENDO OS DESAFIOS DA VIDA

Josué 6
“Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.”
Essa declaração tão apropriada é do corajoso pregador e mártir sírio, João Crisóstomo (347-407). Sem dúvida, a vida cristã envolve desafios e conflitos, quer gostemos disso quer não. Nossos inimigos lutam constantemente contra nós e tentam nos impedir de tomar posse de nossa herança em Jesus Cristo. O mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3) constituem uma coalizão contra Cristo e seu povo, assim como as nações de Canaã formaram uma coalizão contra Josué e o povo de Israel.
 Um pastor compareceu a um tribunal para uma audiência protestando contra a construção de um bar próximo a sua igreja e a uma escola pública. O advogado dos proprietários do bar lhe disse:
 — O senhor aqui, pastor? Que surpresa! Não deveria estar cuidando de suas ovelhas? Ao que o pastor respondeu:
— Hoje estou lutando contra o lobo!
O combate cristão não é contra sangue e carne, mas contra inimigos da esfera espiritual (Ef 6:10-18), e as armas que usamos para lutar também são espirituais (2 Co 10:36). Satanás e seu exército de demônios usam pessoas para fazer oposição e atacar a Igreja de Deus; e, se não assumirmos uma posição definida ao lado de Cristo, já perdemos a batalha. No exército de Jesus Cristo não há neutralidade. Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim” e proferiu essas palavras no contexto do combate espiritual (Mt 12:24-30). Tendo em vista que o apóstolo Paulo usava com frequência imagens militares para descrever a vida cristã, não podemos ignorar esse assunto (Ef 6:1 Oss; 2 Tm 2:1-4; Rm 13:12; 1 Ts 5:8).
A vitória de Israel em Jericó ilustra três princípios do conflito e da vitória espiritual que se aplicam a nossa vida hoje, quaisquer que sejam os desafios que se apresentem diante de nós.
1.Antes do desafio: lembre-se de que VOCÊ ESTÁ LUTANDO EM VITÓRIA E NÃO PELA VITÓRIA (Js 6:1-5)
Vejamos os fatores que contribuíram para a vitória de Josué.
O temor do Senhor (v. 1). A terra de Canaã era dividida entre várias “cidades-estados”, cada uma governada por um rei (ver Js 12:9-34). Não eram cidades grandes, como pode-se ver por Ai, uma cidade menor que Jericó (Js 7:2, 3), com cerca de doze mil habitantes (Js 8:25). A notícia do êxodo de Israel do Egito e de suas vitórias recentes ao leste do rio Jordão já havia se espalhado pela terra de Canaã, deixando o povo de lá em pânico (Js 2:9-11; ver Dt 2:25; 7:23; 11:25; 32:30). Deus havia prometido: “Enviarei o meu terror diante de ti, confundindo a todo povo onde entrares; farei que todos os teus inimigos te voltem as costas” (Êx 23:27). Diz-se que a rainha Mary da Escócia tinha mais medo das orações de John Knox do que de um exército inimigo. Mas será que a sociedade de hoje tem algum temor daquilo que o povo de Deus é capaz de fazer? É bem provável que não, e isso se deve principalmente ao fato de a Igreja não ter feito muita coisa para mostrar o poder de Deus a um mundo incrédulo. A Igreja deixou de ser “formidável como um exército com bandeiras” Ct 6:4,10). Na verdade, a igreja se parece tanto com o mundo que os incrédulos nem percebem mais o que fazemos. Imitamos os métodos do mundo, satisfazemos os apetites do mundo, buscamos a aprovação do mundo e medimos nosso sucesso de acordo com os padrões do mundo. É de se admirar que não conquistemos o respeito do mundo? Mas não foi assim com Josué e com os israelitas! Eram um povo conquistador que não fazia concessões ao inimigo; antes, confiavam que Deus lhe daria a vitória. Sua marcha foi triunfal, pois instilaram o temor de Deus no coração do inimigo.
A promessa do Senhor (v. 2). É possível que o Senhor tenha proferido essas palavras a Josué quando o confrontou em Jericó (Js 5:13-15). O tempo do verbo é importante: “Entreguei na tua mão Jericó” (Js 6:2, ênfase minha). A vitória já havia sido conquistada! Tudo o que Josué e o povo precisavam fazer era se apropriar da promessa e obedecer ao Senhor. Os cristãos vitoriosos são pessoas que conhecem as promessas de Deus, pois gastam tempo meditando na Palavra de Deus (Js 1:8); crêem nas promessas de Deus, pois a Palavra de Deus faz crescer a fé em seu coração (Rm 10:1 7) e agem em função dessas promessas, obedecendo às ordens de Deus. “Agir em função” de algo significa considerar como verdadeira para sua vida alguma coisa que Deus diz a seu respeito em sua Palavra. “Tende bom ânimo”, disse Jesus aos seus discípulos, “eu venci o mundo” (Jo 16:33). É possível crer numa promessa e, ainda assim, não agir de acordo com ela nem obedecer ao Senhor. Crer numa promessa é como aceitar um cheque, mas agir em função dela é descontar o cheque.
 As instruções do Senhor (vv. 3-5). Nas palavras de Francis Schaeffer: “Josué não tomou a cidade apenas com uma tática militar humana de grande astúcia. A estratégia veio do Senhor”.1 Nenhuma situação é difícil demais para o Senhor resolver e nenhuma problema é grande demais para ele solucionar. Deus sempre sabe o que vai fazer. Nossa responsabilidade é esperar que ele nos diga tudo o que precisamos saber para obedecer a ele. No final do capítulo anterior, citei as palavras de J. Hudson Taylor sobre as três formas diferentes de servir ao Senhor: (1) fazer os melhores planos de que somos capazes e esperar que sejam bem-sucedidos; (2) fazer nossos próprios planos e pedir a Deus que os abençoe; e (3) perguntar a Deus quais são os planos dele e, em seguida, fazer aquilo que ele nos ordena. Josué recebeu suas ordens do Senhor e, por isso, Israel foi bem-sucedido. O plano de Deus para a conquista de Jericó parecia um tanto maluco, mas funcionou. A sabedoria de Deus está muito acima da nossa (Is 55:8, 9), e ele tem prazer em usar pessoas e planos que parecem loucos para o mundo (1 Co 1:26-29).
A palavra hebraica traduzida por “sete” (shevah) vem de um radical que significa “ser/estar pleno, estar satisfeito”. Quando Deus concluiu a obra da criação, descansou no sétimo dia e o santificou (Gn 2:3), fato que contribuiu para conferir ao número sete seu significado sagrado. Os israelitas observaram que Deus havia dado sete promessas na aliança com Abraão (Gn 12:1-3) e que determinou que se fizessem sete hastes para o candelabro do tabernáculo (Êx 37:17-24). Qualquer coisa que envolvesse o número sete, era considerada especialmente sagrada. Referia-se à capacidade de Deus terminar aquilo que havia começado. Os israelitas tinham dois tipos de trombetas; um deles era feito de prata e o outro de chifres de carneiro. As trombetas de prata costumavam ser usadas pelos sacerdotes para avisar o acampamento quando algo importante acontecia (Nm 10). Os chifres de carneiro eram usados especialmente para comemorar vitórias. A palavra hebraica comum para “chifre de carneiro” é shofar e para trombeta é jobel, radical do termo jubileu. O “ano de jubileu” era o quinquagésimo ano depois de sete anos sabáticos e era uma época especial de celebração em Israel (Lv 25; 27:17-24). Os sacerdotes tocavam as trombetas para “[proclamar] liberdade na terra a todos os seus moradores” (Lv 25:10). Nessa ocasião, os sacerdotes não usaram as trombetas de prata, pois Israel não estava declarando guerra a Jericó, uma vez que não havia guerra alguma em andamento! Os israelitas estavam anunciando o “ano de jubileu” para Israel na nova terra. Nos dias de hoje, o povo de Deus pode marchar numa procissão triunfal, pois Jesus Cristo venceu todos os inimigos de Deus (Rm 8:37; 2 Co 2:14; Cl 2:15). Devemos viver como vencedores e não como vítimas. “O muro da cidade cairá abaixo” (Js 6:5), essa foi a promessa de Deus, e suas promessas não falham jamais (Js 21:45; 23:14). O povo de Deus não luta simplesmente pela vitória, mas sim em vitória, pois o Senhor já venceu a batalha. Aja em função das promessas de Deus e obedeça ao que ele ordenar e terá vitória.
O soldado cristão encontra-se numa posição de vitória garantida, pois Jesus Cristo já derrotou todos os inimigos espirituais (Jo 12:31). Jesus derrotou Satanás não apenas no deserto (Mt 4:1-11), mas também durante seu ministério aqui na Terra (Mt 12:22- 29), na cruz (Cl 2:1 3-1 5) e em sua ressurreição e ascensão (Ef 1:19-23). Ao interceder por seu povo no céu, ele nos ajuda a crescer em maturidade e a realizar sua vontade (Hb 13:20, 21). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).
  1. Durante o desafio: lembre-se de QUE VOCÊ VENCE O INIMIGO PELA FÉ (Js 6:6-16, 20)
“Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias” (Hb 11:30). “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4).
Fé não é crer apesar das evidências, pois o povo de Israel havia recebido provas seguidas de que poderia confiar na Palavra e no poder Deus. O Senhor havia separado as águas do mar Vermelho, destruído o exército egípcio, cuidado de seu povo no deserto, derrotado grandes reis, dado a Israel sua terra, aberto o rio Jordão e levado seu povo em segurança à Terra Prometida. O que mais lhes restava fazer senão crer nele?
Josué começou por transmitir o plano de Deus aos sacerdotes. Era importante que a arca do Senhor estivesse no lugar correto, pois representava a presença do Senhor com seu povo. O relato da travessia do Jordão por Israel menciona a arca dezesseis vezes Js 3 – 4); nessa passagem de Josué 6:6-15, a arca é citada oito vezes. Israel poderia marchar, e os sacerdotes poderiam tocar as trombetas até todos caírem de exaustão, mas, se o Senhor não estivesse com eles, não haveria vitória. Quando aceitamos o plano de Deus, nós o convidamos a estar presente, e essa é a garantia de vitória (ver Êx 33:12-17).
Em seguida, Josué instruiu os soldados. É provável que não tenha alistado o exército todo para esse acontecimento importante, pois isso teria envolvido gente demais. De acordo com o censo militar de Números 26, havia mais de seiscentos mil homens aptos para lutar.É importante que os líderes recebam ordens do Senhor e que obedeçam às instruções recebidas. Assim como a travessia do rio Jordão, a conquista de Jericó também foi um milagre de fé. Josué e seu povo ouviram as ordens de Deus, creram nelas e obedeceram. As atividades daquela semana foram um teste da fé e da paciência do povo de Israel. Deus nunca se apressa. Ele sabe o que faz e o tempo certo de fazê-lo.
Se o cronograma daquela semana foi um teste da paciência do povo, a ordem de Deus para que permanecessem em silêncio foi uma prova de seu domínio próprio. Aqueles que não conseguem controlar a língua não são capazes de controlar o resto do corpo (Tg 3:1, 2); de que valem soldados que não têm um corpo disciplinado? “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Na vida cristã, há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7), e o cristão verdadeiramente sábio é capaz de distinguir entre um tempo e outro. Cristo é o exemplo perfeito (Is 53:7; Mt 26:62, 63; 27:14; Lc 23:9).
Quando a procissão percorreu o perímetro das muralhas sete vezes, a tensão dentro da cidade deve ter crescido assustadoramente. Em seguida, veio o toque das trombetas e o grito de vitória do povo, e as muralhas ruíram! Os soldados só precisaram correr para dentro da cidade e tomá-la.
O Espírito Santo dirigiu o escritor da Epístola aos Hebreus a usar esse acontecimento como exemplo de fé na lista de Hebreus 11. A queda de Jericó é um incentivo a que o povo de Deus confie nas promessas do Senhor e obedeça a suas instruções, por mais impossível que pareça a situação. Pode ser que você e eu não conquistemos uma cidade como Josué, mas em nossa vida diária deparamos com inimigos e muralhas que nos desafiam. A única maneira de crescer na fé é aceitar novos desafios e confiar que Deus nos dará a vitória. Como disse Phillips Brooks: “Não orem pedindo uma vida fácil. Antes, orem para ser homens e mulheres melhores. Não orem pedindo tarefas à altura de suas forças. Antes, orem por forças à altura de suas tarefas”.
  1. Depois da vitória: lembre-se de OBEDECER ÀS ORDENS DE DEUS E DE DAR-LHE GLÓRIA (Js 6:17-19, 21-27)
Permita-me citar mais uma vez o conselho sábio de Andrew Bonar: “Permaneçamos tão vigilantes depois da vitória quanto antes da batalha”. Pelo fato de um soldado não ter dado ouvidos a essa advertência, o desafio seguinte de Israel em Canaã acabou sendo uma derrota humilhante. Josué deu quatro instruções para que seus soldados obedecessem depois que tivessem tomado a cidade:
    Condenar a cidade inteira ao Senhor (vv. 17-19). Isso significava que tudo era consagrado ao Senhor: o povo, as casas, os animais e todos os despojos de guerra. Ele podia fazer com isso o que lhe aprouvesse. Nessa primeira vitória em Canaã, Jericó foi oferecida a Deus como “primícias” das vitórias vindouras. Era comum os soldados dividirem os despojos de guerra entre si (Dt 20:14), mas não foi o caso em Jericó, pois tudo naquela cidade pertencia ao Senhor e foi colocado em seu tesouro (Dt 13:16; 1 Rs 7:51). Esse foi o mandamento a que Acã desobedeceu, e, posteriormente, sua desobediência causou a derrota e a desgraça de Israel e a morte do próprio Acã e de sua família.
Salvar Raabe e sua família (vv. 22, 23, 25, 26). Ao que parece, quando as muralhas da cidade ruíram, a parte onde se encontrava a casa de Raabe (Js 2:15) permaneceu em pé! Deus salvou e protegeu Raabe por sua fé (Hb 11:31), e por ela haver levado a família a crer em Jeová, seus parentes também foram salvos. Esses gentios que creram no Senhor foram resgatados de um julgamento terrível ao crer no Deus de Israel, pois “a salvação vem dos Judeus” (Jo 4:22). Estavam inteiramente “separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa” (Ef 2:11, 12), mas sua fé os levou a fazer parte de Israel, o que é comprovado por Raabe ter se casado com Salmom e ter se tornado uma das antepassadas do rei Davi e do Messias (Mt 1:5)! A princípio, Raabe e seus familiares foram colocados “fora do arraial de Israel”, pois eram gentios imundos, e a parte “fora do arraial” era separada para os que se encontrariam impuros (Nm 5:1-4; 12:14; Dt 23:9-14). Os homens da família deveriam se circuncidar a fim de se tornarem “filhos da aliança”, e toda a família precisou se submeter à lei de Moisés. Que demonstração de sua graça Deus poupar Raabe e seus entes queridos e que graça abundante ele ter escolhido Raabe, uma gentia marginalizada, para fazer parte da linhagem do Salvador! O triste é quando pecadores perdidos rejeitam deliberadamente essas evidências e continuam levando sua vida de pecado (Jo 12:35-41).
Destruir o povo (v. 21). Alguns ficam perturbados com o fato de Deus ter condenado todos os seres vivos de Jericó à morte. Nosso Deus não é misericordioso? Afinal, uma coisa era os soldados israelitas matarem soldados inimigos e outra bem diferentes era exterminarem mulheres, crianças e até mesmo animais.
Em primeiro lugar, não se tratava de um mandamento novo. O Senhor havia dado essa mesma ordem a Moisés em ocasião anterior. Na “lei divina de guerra” encontrada em Deuteronômio 20, o Senhor fez uma distinção entre atacar cidades distantes (Dt 23:10-15) e cidades dentro da terra de Canaã, onde Israel habitaria (Dt 20:16-18).
Antes de cercarem as cidades distantes, os israelitas deveriam oferecer-lhes a paz e, se a cidade se entregasse, deveriam poupar o povo e transformá-lo em seus súditos. No entanto, o povo das cidades de dentro de Canaã deveria ser completamente destruído, e suas cidades, queimadas.
Isso se devia, antes de tudo, ao fato de a população de Canaã ser indescritivelmente perversa e de Deus não querer que seu povo santo fosse contaminado por seus vizinhos (Dt 7:1-11).
Nas palavras de G. Campbell Morgan: “Deus está sempre em guerra com o pecado. Essa é a explicação para o extermínio dos cananeus”.2 Pelo fato de os israelitas não obedecerem inteiramente a esse mandamento ao longo de sua história, a nação foi profanada e precisou ser sujeita à disciplina de Deus (Sl 106:34-48). O Livro de Juízes não estaria na Bíblia se a nação de Israel tivesse permanecido fiel ao Senhor (Jz 2:11-23).
Em segundo lugar, o povo da terra havia recebido diversas oportunidades de arrepender-se e de voltar-se para o Senhor, como fizeram Raabe e sua família. Deus suportou com paciência a perversidade do povo de Canaã desde os tempos de Abraão (Gn 15:16) até os dias de Moisés, um período de mais de quatrocentos anos (ver 2 Pe 3:9). Também não devemos nos esquecer de que esses acontecimentos históricos foram registrados “para o nosso ensino” (Rm 15:4), enquanto procuramos viver para Cristo nos dias de hoje. Por meio da destruição de Jericó e de sua população, Deus está nos dizendo que não irá tolerar a transigência ao pecado na vida de seu povo. Citando novamente Campbell Morgan: “Graças a Deus, ele não faz as pazes com o pecado em meu coração! Bendigo o nome do Senhor por sua autoridade poderosa e pela convicção profunda de que ele é tremendo e furioso em sua ira contra o pecado onde quer que este se manifeste”.3
Queimar a cidade (v. 24). “Porque o Senhor, teu Deus, é fogo que consome.” Essas palavras foram ditas por Moisés em Deuteronômio 4:24 muito tempo antes de serem citadas pelo Espírito Santo em Hebreus 12:29. Moisés estava advertindo o povo de Israel contra a idolatria e o perigo de seguir as práticas religiosas do povo de Canaã e disse uma frase não citada em Hebreus, mas que, ainda assim, é importante conhecer: “[o Senhor] é Deus zeloso”. Deus é zeloso com seu povo e não permitirá que divida seu amor e serviço entre ele e os falsos deuses do mundo (Êx 20:5; 34:14). Não podemos servir a dois senhores.
Jericó era uma cidade perversa, e o pecado serve apenas de combustível para fazer arder a ira santa de Deus. Jesus comparou o inferno a uma fornalha de fogo (Mt 13:42), a um fogo que nunca se apaga (Mt 25:41, 46), e João usou a ilustração de um lago de fogo (Ap 19:20; 20:10,14). João Batista descreveu o julgamento de Deus como um “fogo inextinguível” (Mt 3:12). Assim como a destruição de Sodoma e Gomorra (Jd 7), a ordem para queimar Jericó é um retrato do julgamento de Deus que será executado contra todos que rejeitarem a verdade.
Mesmo depois de haver queimado a cidade, Josué colocou uma maldição sobre ela. A maldição serviria para advertir os israelitas ou descendentes de Raabe que fossem tentados a reconstruir aquilo que Deus havia destruído. Essa maldição se cumpriu posteriormente nos dias do perverso rei Acabe (1 Rs 16:34).
Como havia prometido, Deus foi com Josué (Js J:5,9) e engrandeceu o nome dele na terra (Js 1:27; 3:7; 4:14). Os servos de Deus jamais devem engrandecer a si mesmos. Se o Senhor o fizer, devem ter o cuidado de dar-lhe toda a glória. Quando estamos fortes, há o perigo de nos sentirmos seguros demais e de nos esquecemos de confiar no Senhor
Como aconteceu com Uzias (2 Cr 26:15,16).Como aconteceu com Davi ( 2 Sm 24.1-9; 1 Cr 21.1-6).
CONCLUSÃO
O pastor Ronaldo Lidório foi alguns anos atrás convidado para se o preletor de um Congresso no sul da França, e então como ele não sabia falar francês convidaram um tradutor fluente em francês e inglês. Aquele tradutor era muito dedicado e estava sempre conversando com o reverendo sobre suas palestras, de tal maneira que na sexta e no sábado tudo transcorreu bem. Ao chegar o domingo, o último dia do evento eis que surgiu um imprevisto com o tradutor e ele não pode ir no domingo, mas o a direção do evento tomou as devidas providências.
O coordenador disse para Ronaldo, não se preocupe, nós já providenciamos o tradutor, e apontou para uma senhora idosa que estava chegando, ao que ele pensou não vai funcionar. Ele então tentou conversar com aquela senhora sobre a sua palestra, mas ela disse não se preocupe vai funcionar. A senhora não quer saber em que texto eu vou falar? Qual a ênfase da minha palavra nesta noite, etc? . E ela respondia não se preocupe vai funcionar. Quando ela subiu ao púlpito para fazer a tradução com sua bengala ele a ajudou-a, e pegou a sua bengala e encostou no púlpito e mais uma vez pensou não vai funcionar. Mas para a surpresa dele quando aquela mulher começou a traduzir se agigantou de maneira extraordinária foi uma bênção.
Quando terminou a palestra a senhora se despediu e saiu, e o coordenador do evento perguntou, você sabe quem era aquela senhora? Não, ela foi a tradutora de Billy Graham na década de setenta. No final do culto, aquela senhora disse a Ronaldo: “ DEUS SEMPRE NOS FORTALECE QUANDO FAZEMOS A SUA VONTADE”.
Por Eli Vieira

Pastor convoca cristãos a andarem com suas Bíblias em protesto contra intolerância

Greg Laurie foi censurado por causa de sua imagem segurando a Bíblia. (Foto: Reprodução)

Pare, leia e pense!

O pastor Greg Laurie teve a divulgação de sua conferência censurada por exibir sua imagem segurando uma Bíblia.

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Greg Laurie foi censurado por causa de sua imagem segurando a Bíblia. (Foto: Reprodução)
Greg Laurie foi censurado por causa de sua imagem segurando a Bíblia. (Foto: Reprodução)
Em um período onde muitos preferem usar a Bíblia de forma digital, o pastor e conferencista Greg Laurie está convocando os cristãos a andarem com seus livros sagrados em público como forma de protesto contra o que ele intitulou de “cultura intolerante”.
O pedido aconteceu depois que os materiais de sua cruzada evangelística, a SoCal Harvest, foram retirados de dois shoppings do sul da Califórnia, nos Estados Unidos. A divulgação foi retirada por causa da arte do material, que apresentava Greg Laurie segurando uma Bíblia.
O pastor pediu aos participantes do evento que levantassem suas Bíblias em uma demonstração de apoio à Palavra de Deus. “Em nossa cultura intolerante, não podemos mais exibir a Bíblia em público”, escreveu Laurie, pastor da Harvest Christian Fellowship em Riverside, Califórnia, em um editorial do Los Angeles Times.
“A arte em questão foi uma homenagem ao meu herói e mentor, o falecido Rev. Billy Graham, que muitas vezes levantou a Bíblia acima de sua cabeça enquanto pregava em estádios cheios de pessoas. Nós seguramos a Bíblia no alto, assim como Billy fez, porque mudou nossas vidas”, esclareceu.
“O mesmo aconteceu com milhões de outras pessoas, e isso tem sido verdade por séculos. E, no entanto, aqui estamos nós, tendo que andar na ponta dos pés em torno de alguns que acham ofensivo”, escreveu Laurie.
O pastor convidou os participantes da SoCal Harvest a levarem suas Bíblias para o evento como parte da campanha #StandWithTheBible (Permaneça com a Bíblia, em tradução livre) em resposta à decisão no início deste mês de retirar outdoors promovendo a conferência. Os cartazes provocaram queixas, de acordo com relatos da mídia, incluindo uma “séria ameaça”.
Negociação
A igreja Harvest chegou a redesenhar a arte dos outdoors excluindo a Bíblia — que não tinha nenhum símbolo ou mensagem religiosa —, mas isso não resolveu as objeções da Irvine Company, de acordo com a CBN News. A organização Laurie’s Harvest recebeu o dinheiro quando os outdoors foram retirados.
A campanha #StandWithTheBible foi lançada no dia 11 de agosto com um tweet de Laurie. Ele pediu às pessoas que publicassem nas mídias sociais fotos ou vídeos de si mesmos segurando uma Bíblia com a hashtag da campanha.
“Estou ofendido com as coisas que vejo o tempo todo, coisas que vejo em outdoors”, disse Laurie. “Mas não estou disposto a boicotar ou impedir que as pessoas exibam essa arte, especialmente se pagaram por ela”. Durante os 29 anos de existência da SoCal Harvest, mais de meio milhão de pessoas declararam sua fé em Cristo, segundo Laurie.
O pastor batista fez uma parceria com o Conselho de Missões da América do Norte nos últimos dois anos para realizar as cruzadas da Harvest America em conjunto com a reunião anual da Convenção Batista do Sul. O evento deste ano em Dallas, no Texas, resultou em mais de 3 mil conversões ao Evangelho.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BAPTIST PRESS NEWS

PAULO FALA HOJE – A Mensagem de 2 Timóteo

2 Timóteo 1-4
Introdução

O Rev. Handley Moule confessou ter-lhe sido muito difícil ler a segunda carta de Paulo a Timóteo sem sentir as lágrimas brotarem nos olhos.[1]Isso é compreensível, já que se trata de um documen­to humano bastante comovedor.

Imaginemos o apóstolo Paulo, já idoso, definhando numa masmorra escura e úmida em Roma, de onde não deverá sair, a não ser para a morte. O seu trabalho apostólico está concluído, tan­to que ele pode dizer: “completei a carreira”. Agora, no entan­to, compete-lhe tomar providências para que, depois da sua par­tida, a fé seja transmitida sem se contaminar, genuína, às gerações futuras. Assim ele dá a Timóteo esta soleníssima missão. Ca­be-lhe preservar, a qualquer preço, o que recebeu, e transmiti-lo a homens fiéis, que por sua vez sejam também idôneos para ensi­nar a outros (2:2).

Para bem captar a mensagem da carta e sentir todo o seu im­pacto, é necessário entender a situação no contexto em que foi escrita. Há quatro pontos a considerar.

  1. 1Trata-se de uma genuína carta de Paulo a Timóteo

A genuinidade das três epístolas pastorais foi quase que universal­mente aceita na igreja primitiva. Alusões a elas possivelmente ocorrem na carta de Clemente de Roma aos coríntios, já no ano 95 d.C; provavelmente também nas cartas de Inácio e Policarpo, nas primeiras décadas do segundo século; e certamente ocorrem nas obras de Irineu, nos fins do século

  1. Paulo, o escritor da carta, estava preso em Roma

Paulo se intitula “encarcerado do Senhor” (1: 8) e esta era a se­gunda vez que se achava preso em Roma. Agora ele já não estava desfrutando da relativa liberdade e do conforto da casa que aluga­ra, situação em que se encontrava no final do relato de Lucas em Atos, após o que tudo indica ter sido posto em liberdade, como ele mesmo esperava. Agora, porém, estava encarcerado em algum “escuro calabouço subterrâneo, com um buraco no teto para a passagem de luz e de ar”.[2] Talvez fosse, como o quer a tradição, a Prisão Mamertina; de qualquer modo, onde quer que estivesse, Onesíforo o encontrou só depois de uma diligente busca (1: 17). Certamente Paulo estava acorrentado (1: 16), “sofrendo até alge­mas, como malfeitor” (2: 9). Também a solidão, o enfado e o frio da vida em prisão faziam-no sofrer (4: 9-13). A audiência pre­liminar de seu caso já se realizara (4: 16, 17); agora só lhe restava aguardar o julgamento, mas Paulo não contava com a absolvição. A morte lhe parecia inevitável (4:6-8). Como se deu isso?

Foi pouco antes de morrer, durante a sua última e mais severa prisão, que Paulo enviou a sua segunda mensagem a Timóteo. Paulo escrevia à sombra de sua execução, que lhe parecia iminente. Além de ser uma comunicação muito pessoal ao seu jovem amigo Timó­teo, esta carta foi também o registro de sua última vontade, o seu testamento à Igreja.

  1. Timóteo, a quem a carta foi endereçada, estava sendo colocado numa posição de responsabilidade, pela liderança cristã, muito além da sua capacidade natural

Por mais de 15 anos, desde que fora recrutado em sua cidade natal (Listra), Timóteo tinha sido o fiel companheiro missionário de Paulo. Viajara com ele durante a maior parte da segunda e da ter­ceira viagem, tendo sido, durante as mesmas, enviado como fiel delegado apostólico a diversas missões especiais, como por exem­plo a Tessalônica e a Corinto (1 Ts 3: 1ss; 1 Co 4: 17). Acom­panhou Paulo, então, a Jerusalém (Atos 20: 1-5) e possivelmente tenha ido com ele na perigosa viagem a Roma. De qualquer forma, Timóteo certamente se encontrava em Roma durante a primeira prisão de Paulo, já que o apóstolo incluiu o seu nome, junto ao seu próprio, ao escrever da prisão as cartas a Filemom, aos Filipenses e aos Colossenses (Fm 1; Fp 1:1; 2:19-24; Cl 1:1).

Uma grande obra lhe estava sendo confiada e, como Moisés, Jeremias e muitos outros antes e depois dele, Timóteo se sentia muito relutante em aceitá-la. Será que algum leitor destas pági­nas encontra-se numa situação semelhante? Você é jovem, fraco e tímido, e ainda assim Deus o está chamando à liderança? Esta carta contém uma mensagem especial para todos os tímidos Timóteos.

  1. Escrevendo a Timóteo, a preocupação de Paulo era com o evan­gelho, o depósito da verdade que lhe havia sido revelada e confia­da por Deus

A carreira de Paulo como obreiro do evangelho estava virtualmente encerrada. Pelo espaço de cerca de 30 anos, ele havia fielmente pregado as boas novas, fundado igrejas, defendido a fé e consolida­do a obra. Na verdade, havia “combatido o bom combate, comple­tado a carreira e guardado a fé” (2 Tm 4: 7). Agora aguardava tão-somente a coroa de vitória junto à linha de chegada. Agora era um prisioneiro, logo depois seria um mártir.

Timóteo é lembrado de que agora o precioso evangelho lhe foi confiado, que agora era a sua hora de assumir responsabilidade por ele, de pregá-lo e ensiná-lo, de defendê-lo contra os ataques e contra a falsificação, e de assegurar a sua correta transmissão às ge­rações vindouras. Em cada capítulo Paulo retorna ao mesmo assun­to básico, ou a algum aspecto dele. De fato, podemos resumir a mensagem da carta de Paulo a Timóteo em quatro exortações:

PRIMEIRA EXORTAÇÃO: GUARDA O EVANGELHO!(CAPÍTULO 1)

Antes de abordar o tema principal deste capítulo, que é a exorta­ção a Timóteo para não se envergonhar do evangelho e, sim, guar­dá-lo com toda a segurança (vs. 8-14), o apóstolo começa esta sua carta com a costumeira saudação pessoal (vs. 1, 2). Segue-se uma oração de agradecimento (vs. 3, 5) e uma admoestação (vs. 6, 8). No parágrafo inicial deparamo-nos, de um modo muito vivido, com Paulo e Timóteo, o autor da carta e o destinatário, respectivamen­te. Inteiramo-nos, particularmente, de como cada um deles che­gou a ser o que era. Estes versículos enfocam a providência divi­na, mostrando como Deus molda os homens, tornando-os confor­me ele quer que sejam.

  1. Paulo, apóstolo de Cristo Jesus (v. 1)

É assim, então, que Paulo se apresenta. Ele é um apóstolo de Cristo Jesus. O seu apostolado originou-se na vontade de Deus e consolidou-se na proclamação do evangelho de Deus, isto é, na “promessa da vida que está em Cristo Jesus”.

  1. Timóteo, o filho amado de Paulo (vs. 2-8)

Aqui Paulo chama Timóteo de “amado filho”, e em outra parte “filho amado e fiel no Senhor” (1 Co 4: 17), presumivelmente porque foi o instrumento humano usado para a conversão de Ti­móteo. Certamente a razão por que podia referir-se aos coríntios como “filhos meus amados”, era que “eu pelo evangelho vos ge­rei em Cristo Jesus” (1 Co 4: 14, 15).

  1. A formação familiar, b. A amizade espiritual, c. O dom espiritual e d. A disciplina pessoal

Paulo deixa, agora, os vários fatores que contribuíram para a formação de Timóteo e volta-se para a autenticidade do evange­lho e para a responsabilidade de Timóteo em relação ao mesmo. Antes de definir o evangelho, ele roga o Timóteo que não se en­vergonhe do mesmo (v.8). O ministério de Timóteo deveria ser caracterizado pelo sofrimento e não pela vergonha. Ele poderia ser jovem, débil, tímido e fraco;   também poderia recuar diante das tarefas para as quais estava sendo chamado. Mas Deus o mol­dou e o dotou para seu ministério, de modo que Timóteo não deveria envergonhar-se desse ministério, nem temer exercê-lo.

  1. O Evangelho de Deus (vs. 9,10)

Examinando com mais cuida­do a forma concisa com que Paulo apresenta o evangelho de Deus nestes versículos, constatamos que ele indica a sua essência (o que é o evangelho), a sua origem (de onde provém) e o seu fundamento (onde se baseia).

  1. Nossa responsabilidade perante o evangelho divino (vs. 11-18)

Paulo dá três respostas a esta pergunta:

  1. Nossa responsabilidade de comunicar o evangelho (v. 11)

  2. Nossa responsabilidade de sofrer pelo evangelho (v. 12a)

  3. Nossa responsabilidade de zelar pelo evangelho (vs. 12b-18)

Vimos que o evangelho é a boa nova da salvação, prometida desde a eternidade, concretizada na História por Cristo, e ofereci­da à fé.

A nossa primeira responsabilidade reside na comunicação do evangelho, fazendo uso de velhos métodos ou procurando novos caminhos para torná-lo conhecido por todo o mundo.

Se assim procedermos, certamente sofreremos por ele, já que o autêntico evangelho nunca foi popular. Ele humilha muito o peca­dor.

E ao sermos chamados a sofrer pelo evangelho, somos tentados a adaptá-lo, a eliminar aqueles elementos que ofendem e provocam oposição, a silenciar as notas que ferem os sensíveis ouvidos mo­dernos.

Mas devemos resistir a esta tentação. Pois, antes de tudo, fomos chamados a guardar o evangelho, conservando-o puro, a qualquer preço, preservando-o de toda corrupção.

Guardá-lo fielmente. Difundi-lo ativamente. Sofrer corajosa­mente por ele. Esta é a nossa tríplice responsabilidade perante o evangelho de Deus, de acordo com este primeiro capítulo.

SEGUNDA EXORTAÇÃO: SOFRE PELO EVANGELHO!(CAPÍTULO 2)

  1. Passando a verdade adiante (vs. 1 e 2)

O primeiro capítulo termina com a pesarosa referência que Paulo fez à generalizada deserção dos cristãos na província romana da Ásia (1: 15). Onesíforo e sua casa talvez tenham sido a única exce­ção. Agora Paulo insta com Timóteo para que ele se mantenha fir­me, em meio à debandada geral. Esta é a primeira de uma série de exortações similares na carta, que começam com su oun ou su de, “tu, pois” ou “mas tu”, ordenando que Timóteo resista a várias coisas predominantes naquela época. Timóteo fora chamado a exercer uma responsável liderança na Igreja, não somente a despei­to de sua inata falta de confiança em si mesmo, mas ainda na mesma área onde a autoridade do apóstolo estava sendo repudiada. É co­mo se Paulo lhe dissesse: “Não te importes com o que outras pes­soas possam estar pensando, dizendo ou fazendo. Não te importes com a fraqueza e a timidez que talvez estejas sentindo. Quanto a ti, Timóteo, sê forte!”

No restante deste segundo capítulo de sua carta, Paulo prossegue abordando o ministério do ensino, ao qual Timóteo foi cha­mado, Como ilustração, Paulo faz uso de seis vividas metáforas. As três primeiras são suas imagens favoritas: o soldado, o atleta, e o lavrador. Em cartas anteriores ele já fizera uso delas, em várias ocasiões, para salientar muitas verdades. Aqui todas elas enfatizam que a obra de Timóteo exigirá vigor, envolvendo tanto labuta quanto sofrimento.

  1. Metáfora 1: o soldado dedicado (vs. 3,4)

Participa dos meus sofrimentos, como um bom soldado de CristoJesus.   4Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.

A aplicação de tal versículo não é somente restrita a pastores. Cada cristão é, num certo grau, um soldado de Cristo, ainda que seja tímido como Timóteo. Não importando qual seja o nosso temperamento, não podemos evitar o conflito cristão. Se que­remos ser bons soldados de Cristo, devemos dedicar-nos à bata­lha, comprometendo-nos com uma vida de disciplina e de sofri­mento, e evitando tudo o que possa nos “envolver” e assim nos desviar do seu propósito.

  1. Metáfora 2: o atleta sujeito às regras (v.5)

Igualmente o atleta não é coroado, se não lutar segundo as normas.

Agora Paulo desvia os seus olhos da imagem do soldado romano para a do competidor nos jogos gregos. Em nenhuma competição atlé­tica do mundo antigo (assim como hoje também) o competidor dava uma demonstração de força ou de habilidade ao acaso. Cada esporte tinha as suas regras para a competição, e às vezes também para o treino preparatório.

Assim, Timóteo deve confiar o depósito a homens fiéis. Somente se ele, como Paulo, perseverar até a fim, combatendo também o bom combate, completando a car­reira e guardando a fé, somente assim poderá ele esperar receber, no último dia, a mais desejável de todas as coroas: “a coroa da justiça” (2Tm4:7-8).

  1. Metáfora 3: o lavrador diligente (v.6)

O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.

Tendo o atleta de competir com honestidade, o lavrador, por sua vez, tem de trabalhar arduamente. O sucesso na lavoura só é conseguido com muito trabalho. Isso é verdade particularmente em países em desenvolvimento, antes de se ter as técnicas da mecanização moderna.

A que espécie de colheita se refere o apóstolo? Duas interpre­tações apresentam maiores evidências bíblicas.

Primeira, a santidade como colheita. Verdadeiramente, a santi­dade é “fruto (ou colheita) do Espírito”, sendo que o próprio Espírito é o principal agricultor, que produz uma boa safra de qualidades cristãs na vida do cristão. No entanto, nós também temos que fazer a nossa parte. Temos de “andar no Espírito” e “semear no Espírito” (Gl 5: 6; 6: 8), seguindo os seus impulsos e disciplinando-nos, para fazermos a colheita da santidade. Como o Rev. Ryle enfatiza repetidas vezes em seu notável livro Santidade: “não há prêmio sem esforço”. Por exemplo:

“Jamais abandonarei a minha convicção de que não há pro­gresso espiritual sem esforços. Não creio no sucesso de um agri­cultor que se contenta em apenas semear os seus campos, abandonando-os em seguida até a colheita, assim como não creio ser pos­sível que um crente alcance muita santidade sem ser diligente em sua leitura bíblica, em suas orações e no bom uso dos seus domin­gos. Nosso Deus é um Deus que se importa com os meios, e nun­ca abençoará a alma de quem se julga ser tão elevado e espiritual a ponto de achar que pode progredir sem eles”.[3]

A segunda interpretação é que a conquista de conversões é também uma colheita. “A seara na verdade é grande”, disse Jesus referindo-se aos muitos que esperam por ouvir e receber o evan­gelho (Mt 9: 37; cf. Jo 4: 35; Rm 1:13).

Olhando retrospectivamente para este capítulo, podemos ago­ra compor em nossas mentes o retrato completo do obreiro ou ministro cristão ideal, que Paulo vem pintando com toda essa va­riedade de palavras e imagens.

 Como bons soldados, como atletas fiéis ao regulamento, e como laboriosos agricultores, devemos nos dedicar completamente à obra.

Como obreiros que não têm do que se envergonhar, devemos ser acurados e claros em nossa exposição.

Como vasos para uso nobre, devemos ser corretos em nosso caráter e em nossa conduta, gentis e bondosos em nosso trato. Deste modo, cada metáfora se concentra em uma caracte­rística particular, contribuindo para o todo do retrato e, de fato, delineando a condição necessária para ser útil.

Somente se nos entregarmos sem reservas às nossas labutas como soldados, corre­dores e agricultores, poderemos esperar resultados. Somente se cortarmos a verdade em linha reta e não nos desviarmos dela, se­remos aprovados por Deus e não teremos do que nos envergonhar. Somente se nos purificarmos do que é ignóbil, de todo erro e peca­do, seremos vasos para uso nobre, úteis ao Senhor da casa. Somen­te se formos bondosos e avessos às intrigas, como fiéis servos do Senhor, Deus concederá aos nossos adversários arrependimento, conhecimento da verdade e livramento do diabo.

Tal é a nossa responsabilidade de labutar e sofrer pelo evange­lho. Assim, não é de se estranhar que este capítulo 2 tenha co­meçado com a exortação: “fortifíca-te na graça que está em Cris­to Jesus”.

TERCEIRA EXORTAÇÃO: PERMANECE NO EVANGELHO!(CAPÍTULO 3)

Deitado em sua cela, prisioneiro do Senhor, Paulo ainda se preo­cupa com o futuro do Evangelho. Sua mente vagueia pensando ora na maldade dos tempos, ora na timidez de Timóteo. Timóteo é tão fraco, e a oposição tão forte! Parece estranho que um ho­mem assim seja chamado, em tal situação, a combater pela verda­de. Assim o apóstolo começa com um vivido esboço desse cená­rio e, em oposição a tal pano de fundo, conclama Timóteo, a des­peito dessa situação caracterizada por um generalizado desvio de Deus, e a despeito da fraqueza de temperamento de Timóteo, a continuar fiel ao que aprendera.

. Enfrentando tempos difíceis (vs. 1,2a) –Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; 2pois os homens serão egoístas,. ..

Por que será que Paulo inicia este capítulo dando uma ordem tão en­fática a Timóteo: “sabe, porém, isto”? Afinal, a existência de uma ativa oposição ao evangelho era evidente.

  1. Os homens maus são descritos (vs. 2-9)

O restante deste primeiro parágrafo do capítulo 3 dedica-se a uma perfeita descrição de tais homens. Paulo delineia particularmente a conduta moral (vs. 24), a observância religiosa (v.5) e o zelo proselitista (vs. 6-9) deles.

  1. Permanecendo firme na fé (vs. 10-15)

  2. A origem e o propósito da Escritura (vs. 15b-17)

Duas verdades fundamentais a respeito da Escritura são afirmadas aqui. A primeira concerne à sua origem (de onde ela provém) e a segunda ao seu propósito (o que ela pretende).

A primeira verdade é que “toda Escritura é inspirada por Deus”; ela é “soprada” por Deus. Alguns teólogos traduziram as primeiras palavras do versículo 16 assim: “toda Escritura inspirada é proveito­sa”.   Tal tradução daria lugar a uma dupla limitação da Escritura.

A segunda verdade abordada neste trecho refere-se a que Paulo explica o propósito da Escritura: “ela é útil ao ensino”. E isso decorre precisamente do fato de ser inspirada por Deus. Somente a sua origem divina garante e explica a sua utilidade para o homem. Para mostrar o que isso significa, Paulo emprega duas expressões.

Considerando tudo o que foi dito neste capítulo, podemos apreciar a relevância da mensagem de Paulo à nossa sociedade pluralista e permissiva.

 Os “tempos difíceis”, em que estamos vivendo, são desconcertantes. Às vezes nos perguntamos se o mundo e a igreja ficaram loucos, por serem tão estranhos os seus pontos de vista e tão frouxos os seus padrões. Alguns cristãos foram arrastados de seus ancoradouros por uma onda de pecado e de erro. Outros procuram esconder-se, como se fosse a melhor esperança de sobrevivência, a única alternativa para não capitularem. Mas estes processos não são cristãos. “Tu, porém”, Paulo nos diz, como o disse a Timóteo, “permanece naquilo que aprendeste, ainda que a pressão para se acomodar seja muito forte. Não importa que sejas jovem, inexperiente, tímido e fraco. Não importa se acontecer de ficares testemunhan­do sozinho.

 Até aqui seguiste o meu ensino; permanece, pois, da­qui para a frente, naquilo em que vieste a crer. Conheces as cre­denciais bíblicas da tua fé. A Escritura é inspirara por Deus, e útil. Mesmo em meio a estes tempos difíceis, em que os homens maus e impostores vão de mal a pior, ela pode te suprir e te equipar para o teu trabalho. Que a Palavra de Deus te faça um homem de Deus. Permanece leal para com ela, e ela te conduzirá à maturidade cristã.”

QUARTA EXORTAÇÃO: PREGA O EVANGELHO!(CAPÍTULO 4)

Este capítulo contém parte das últimas palavras proferidas ou es­critas pelo apóstolo Paulo.    São, certamente, as últimas que fo­ram preservadas.    Foram escritas a semanas, talvez não mais do que poucos dias antes do seu martírio.   De acordo com antiga tradição fidedigna, Paulo foi decapitado na Via Ápia.   Por trinta anos ininterruptos trabalhara como apóstolo e evangelista itinerante.   Fez, na verdade, o que ele mesmo escreve aqui: combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé (v.7).  Agora ele aspira por seu prêmio, “a coroa da justiça”, que já lhe estava reservada no céu (v.8).   Estas palavras constituem-se no legado de Paulo à Igreja.   Elas estão impregnadas de uma atmosfera de gran­de solenidade.    É impossível lê-las sem uma profunda emoção. A primeira parte do capítulo toma a forma de uma comovente in­cumbência.   “Conjuro-te, perante Deus”, assim começa.   O verbo diamartyromai tem conotações legais e pode significar “testificar sob juramento” numa corte de justiça, ou “adjurar” uma testemu­nha a assim proceder.   No Novo Testamento refere-se a qualquer “elocução solene e enfática”.   A exortação de Paulo é endereçada, em primeiro lugar, a Timóteo, seu delegado apostólico e represen­tante em Éfeso.   É aplicada, também, a cada homem chamado a um ministério evangelístico ou pastoral, ou mesmo a todos os cristãos.

Há três aspectos da exortação a serem estudados, os quais são: sua natureza (o que Paulo de fato está comissionando a Timóteo), sua base (os argumentos sobre os quais Paulo baseia a sua exorta­ção)e uma ilustração pessoal dela, do exemplo do próprio Paulo em Roma. 

  1. A natureza da exortação (v.2)

Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.

Timóteo deve “pregar” esta palavra; ele deve falar o que Deus falou. Sua responsabilidade não é somente ouvir essa palavra, crer nela e obedecê-la, nem somente guardá-la de toda falsidade; nem somente sofrer por ela e permanecer nela; mas, sim, pregá-la a outros. São as boas novas de salvação para os pecadores. Assim ele deve proclamá-la como um arauto em praça pública (kèryssö, cf. këryx, “um arauto” em 1: 11). Para fazê-la conhecida, deverá levantar a sua voz para todos, sem temor.

Paulo prossegue mostrando quatro sinais que deverão caracte­rizar a proclamação a ser feita por Timóteo.

  1. Uma proclamação urgente O verbo ephistëmi, “instar”, significa literalmente “assistir”, e assim “estar de prontidão”, “estar disponível”. Aqui, contudo, pa­rece ter o sentido não somente de alerta e zelo mas de insistência e urgência. “Nunca perca o teu sentido de urgência” (CIN). Nu­ma forma lânguida e indiferente, certamente não se faz

  2. Uma proclamação contextualO arauto que anuncia a Palavra deve corrigir, repreender e exortar.

c.Uma proclamação pacienteMesmo devendo instar (esperando obter das pessoas rápidas deci­sões em resposta à Palavra), devemos ter “toda a longanimidade na espera por essa resposta”. Nunca devemos nos valer do uso de técnicas humanas de pressão ou tentar forçar uma “decisão”.

d,   Uma proclamação inteligente

Não devemos só pregar a palavra, mas também ensiná-la, ou me­lhor, pregá-la “com toda a doutrina” (këryxon. . . en pasë..didachè). C. H. Dodd tornou clara a distinção entre kérygma didachè, sendo a primeira a proclamação de Cristo aos descrentes, com um apelo ao arrependimento; e a segunda, a instrução ética aos conver­tidos. A distinção é prática e importante; contudo, como já suge­rido no comentário de 1: 1, ela pode se tornar rígida e estreita. Pe­lo menos este versículo nos mostra que o nosso kèrygma deve conter muito de didachè. Se a nossa proclamação pretende antes de tudo convencer, repreender ou exortar, ela deve ser um ministério de doutrina.

Tal é a instrução de Paulo a Timóteo. Ele deve pregar a Pala­vra anunciando a mensagem dada por Deus, mas deve fazê-lo com um sentido de urgência, deve aplicá-la ao contexto da situação pre­sente, deve ser paciente em seu modo de ser e inteligente na sua apresentação.

  1. A base da exortação ( vs. 1, 3-8)

Pede que Timóteo olhe a três direções: primeiro para Jesus Cristo, o juiz e rei que retor­na; em segundo lugar, ao cenário contemporâneo; e, em terceiro, a ele, Paulo, o idoso prisioneiro à beira do martírio.

  Conclusão

Sublinhando esta carta inteira está a convicção básica que Paulo tinha de que Deus falou através de seus profetas e apóstolos, e que esta singular revelação – “a fé”, “a verdade”, “a palavra”, “o evangelho”, “a sã doutrina” — foi confiada à Igreja como um te­souro sagrado ou um “depósito”.

Agora o apóstolo, que por três décadas de ativo ministério con­fiou fielmente a outros o que ele mesmo tinha recebido, está em seus derradeiros momentos de vida. Ele está exatamente a pon­to de ser sacrificado. Com os olhos da mente parece ter tido um vislumbre da luzidia espada do carrasco. Por isso ele deseja vee­mentemente que Timóteo, seu jovem mas fiel tenente, o substitua, continuando a partir do momento em que parar, e que passe a tocha adiante a outros.

Helen Rosever, ela chegou no Congo com 28 anos de idade, a Dra Hele era médica com doutorado em medicina na Universidade de Cambridge com formação também em enfermagam, solteira, sozinha ela foi para o interior do Congo, em uma em que aquele país passava por uma guerra civil. Ali ela começou a trabalhar, pregar a Palavra de Deus incansavemente. Ela fundou uma escola de enfermeiras treinou em poucos anos cem enfermeiras missionárias e espalhou por todo o país.

Não havendo hospitais naquela região que ela trabalhava como médica, ela escreveu para sua igreja na Inglaterra que enviou uma boa oferta e construiu um hospital com cem leitos, mas o Congo era um país muito perigoso naquela época, certa feita a Dra Helem foi sequestrada por um grupo de rebeldes guerreilheiros, e eles a leveram-na e a mantiveram-na em cativeiro durante um longo período… Ela escreveu em seu diário algumas coisas, ela disse: eles me puxavam pelos pés, batiam em minha cabeça, chutavam-me na boca, quebraram os meus dentes, me humilharam, insultaram, agrediram dia a dia.

Semanas depois ela escreveu: em uma das noites o horror ultrapassou todos os limites, e fui violentamente abusada sexualmente, eu senti que Deus havia me abandonado.

Dias depois, ela escreveu: Logo depois senti uma impressionante presença de Deus que me dizia, Helem estes não são os seus sofrimentos, são os meus e o Senhor me encontrou com braços abertos e indizível amor, seu conforto foi total e eu ententi que o seu amor me era suficiente.

Ela foi liberta do cativeiro voltou para a Inglaterra, ficou praticamente um ano internada para se recuperar dos dentes quebrados, ossos quebrados, do trauma psicológico emocional, durante um ano.

Depois recebeu alta dos médicos daquele hospital inglês, voltou para a sede da missão  UEC, dizendo eu quero voltar para o Congo. E a diretoria disse: nós não vamos enviá-la a situação do Congo está mais difícil do que antes. Ela disse: se vocês não me enviarem eu saiu da missão para voltar para o Congo porque Deus me quer naquele lugar, eu ainda não pregeuei a palavra a todos que Deus colocou em meu coração.

E a missão a enviou para o Congo, ela voltou para o mesmo lugar, percebeu que os guerelheiros havia destruido aquele lugar… ela deixou aqueles país com centenas de pessoas que houviram a palavra de Deus. Ela foi uma mulher que rodou o mundo dando testemunho, mobilizando jovens para obra missionária.

Antes dela morrer, ela escreveu um artigo, que resume bem o ensino da teologia reformado da centraliadade da palavra de Deus, não apenas uma palavra liturgica,  não apenas uma palavra que tem espaço em nossa biblioteca porque está em nossa língua, mas uma palavra que nos desafia e nos transforma: quando nos transforma e nos empele a pregar este evangelho que tanto mexe com o nossso coração.

Dra. Helem escreve neste artigo o seguinte: “O PROBLEMA É QUANDO NÃO QUEREMOS SÓ JESUS, QUEREMOS JESUS E MAIS ALGUMA COISA, QUEREMOS JESUS E A POPULARIDADE, QUEREMOS JESUS E O SUCESSO, QUEREMOS JESUS E OS APLAUSOS QUEREMOS JESUS E O RECONHECIMENTO, QUEREMOS JESUS MAS TAMBÉM SERMOS OS PRIMEIROS, E SERMOS OS MELHORES, NÃO MEUS IRMÃOS, NÓS DEVEMOS DESEJAR SÓ JESUS”.

Pr. Eli Vieira

 Fonte: Mensagem adaptada do Comentário de John Stott de 2 Timóteo

[1] Moule, p. 16.

[2] Hendriksen, p. 234.

[3] Holiness.JC. Ryle (James Clarke 1952), p. 21.

Entenda por que cristãos e judeus são proibidos de orar no Monte do Templo

Um breve visão histórica

Entenda por que o Monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém, é disputado entre judeus e muçulmanos.

Vista aérea do Monte do Templo, cercado por muralhas na Cidade Velha de Jerusalém. (Foto: Godot13/Andrew Shiva/Wikipedia)
Vista aérea do Monte do Templo, cercado por muralhas na Cidade Velha de Jerusalém. (Foto: Godot13/Andrew Shiva/Wikipedia)

Monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém, é considerado um local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. No entanto, o conflito entre as religiões o transformou em um dos lugares mais sensíveis e disputados do mundo.
Para o judaísmo, foi no monte Moriá — onde está localizado o Monte do Templo — que Abraão ofereceu Isaque como sacrifício. Para o islamismo, Ismael é quem foi oferecido ali pelo patriarca.
Os judeus também reforçam que ali foi construído o Templo de Salomão e o Templo de Herodes, que tem como único vestígio o famoso Muro das Lamentações. Mas para os muçulmanos, o lugar se chama Esplanada das Mesquitas, sendo o terceiro lugar mais sagrado do islamismo depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita.
Em meio aos conflitos de interesses religiosos, judeus e cristãos têm acesso livre ao Monte do Templo, mas são proibidos de orar, cantar ou fazer qualquer outra expressão de fé. Por causa do acordo estabelecido no status quo, os atuais edifícios islâmicos no Monte do Templo são administrados pelo Waqf Islâmico de Jerusalém, controlado pela Jordânia.
De acordo com o rabino Yehuda Glick, que também é membro do parlamento de Israel (Knesset), a polícia raramente interfere na oração silenciosa feita por judeus e cristãos, “a menos que o Waqf afirme que há alguma ofensa”. “Antes, o Waqf jordaniano era muito rigoroso. Eles seguiam cada visitante e vigiavam seus lábios para garantir que não estavam orando”, explicou ao Breaking Israel News.
Onde isso começou?
Quando Israel conquistou a parte leste de Jerusalém em 1967, o então ministro da Defesa, Moshe Dayan, decidiu que seria melhor se o Waqf da Jordânia continuasse administrando o local, denominado pelos muçulmanos de Haram al-Sharif, a fim de evitar um conflito maior com o mundo islâmico.

Moshe Dayan no Monte do Templo, no dia 7 de junho de 1967. (Foto: Ilan Bruner/GPO)
Dayan decidiu que aos judeus seria permitido visitar, mas não fazer orações, tomando como base a lei religiosa judaica que defende que os judeus não deveriam colocar os pés no cume do Monte por medo de profanar o espaço mais sagrado do templo, o Santo dos Santos.
A partir de então, ficou acertado que Israel seria responsável pela segurança em todo o perímetro do local, enquanto o Waqf de Jerusalém seria responsável pelo que acontece dentro do complexo.
Hoje, o Waqf de Jerusalém controla não apenas o Monte do Templo, mas também escolas, orfanatos, bibliotecas, museus islâmicos, mesquitas, tribunais da Sharia e propriedades residenciais e comerciais em toda Jerusalém.
Para o rabino Glick, a renúncia do Monte do Templo em 1967 foi um movimento ingênuo, no qual Israel acreditou erroneamente que abrir mão do controle de um local sagrado para os muçulmanos criaria uma paz duradoura entre Israel e seus vizinhos árabes.
O pesquisador Joshua Wander também classifica esse acontecimento como “uma das maiores tragédias da história judaica”, de acordo com o Breaking Israel News.
Pedido de mudanças
Para alguns ativistas israelenses, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deveria recorrer a abertura do local para a oração judaica. “A legislação israelense prevê a liberdade de culto; qualquer pessoa tem o direito de orar livremente neste país”, destacou Wander.
Turistas do mundo inteiro visitam o Monte do Templo, em Jerusalém. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Corrêa)
Da mesma forma, o rabino Glick afirma que a oração deveria ser permitida para qualquer pessoa, com base no trecho bíblico de Isaías 56:7, que diz: “A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”.
O pesquisador defende ainda que os judeus deveriam começar a caminhar em busca da construção do Terceiro Templo no Monte do Templo. “Embora existam leis diferentes sobre culto e sacrifício, o Templo é igualmente importante para judeus e não-judeus”, disse Wander.
Wander também acredita que o ambiente político está maduro, já que “Trump nos deu uma janela de oportunidade” que o governo de Israel deve aproveitar. “Estamos vivendo milagres com as profecias se desdobrando diante de nossos olhos. Não vai demorar muito mais até atingirmos nossos objetivos”, argumenta.
A cúpula dourada é um dos pontos mais emblemáticos de Jerusalém. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Corrêa)
FONTE: GUIAME

DA ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA – NATUREZA E FUNÇÃO DO MAGISTRADO CIVIL

Série Política Calvinista
A NATUREZA E FUNÇÃO DO MAGISTRADO CIVIL, POR MAIS COERCITIVAS E AUTORITÁRIAS QUE PAREÇAM, NÃO SÃO CONTRÁRIAS À VOCAÇÃO E À FÉ
CRISTÃS

Aqueles, porém, que não se sentem movidos por tantos testemunhos da Escritura a que não ousem invectivar este sagrado ministério, como sendo algo que não se coaduna com a religião e piedade cristã, que outra coisa fazem senão ultrajar ao próprio Deus, cuja ignomínia não pode deixar de ser associada com o opróbrio de seu ministério? E não rejeitam simplesmente aos magistrados, mas também alijam a Deus para que sobre eles não reine. Ora, se isso foi realmente dito pelo Senhor a respeito do povo de Israel, visto que recusara o mando de Samuel [1Sm 8.7], por que menos verdadeiramente se dirá hoje daqueles que persistem na liberdade de ferozmente falar contra todos os governos instituídos por Deus? Uma vez que, porém, aos discípulos foi dito pelo Senhor que os reis das nações dominam sobre eles, mas que entre eles não é assim, onde para ser o primeiro então se faça o menor [Mt 20.24-27; Mc 10.42-44; Lc 22.25, 26], argumentam que com esta palavra foi proibido a todos os cristãos que assumam reinos ou soberanias. Oh, destros intérpretes! Surgira entre os discípulos a contenda sobre quem seria superior ao outro. Para reprimir esta vã ambição, o Senhor ensinou que seu ministério não é semelhante aos reinos deste mundo, nos quais entre os demais um só tem a preeminência. Em que, pergunto eu, esta comparação denigre a dignidade régia? Mais ainda, o que simplesmente convence, senão que o ofício régio não é o ministério apostólico?

     Além disso, ainda que entre os próprios magistrados as formas são variadas, entretanto não há neste aspecto nenhuma diferença para que não devam ser tomados por todos nós como ordens de Deus. Ora, Paulo inclusive abrange a todas em conjunto quando diz que não existe potestade, senão da parte de Deus [Rm 13.1]; e aquela que de todas é menos aprazível, isto é, o senhorio de um só, foi recomendada por exímio testemunho acima das outras, a qual, porque consigo leva a servidão pública de todos, excetuado aquele único a cujo talante sujeitou todas as coisas, aos engenhos heróicos e mais excelentes pôde ser outrora menos aprovado. Mas a Escritura, para remediar os juízos humanos iníquos, afirma expressamente que os reis reinam pela providência da divina sabedoria [Pv 8.15], e preceitua particularmente que o rei seja honrado [Pv 24.21; 1Pe 2.17].

João Calvino
As Institutas – Livro IV Capítulo XX

DA ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA-MINISTROS DE DEUS NO EXERCÍCIO DO OFÍCIO DE GOVERNAR

Série Política Calvinista
MINISTROS DE DEUS NO EXERCÍCIO DO OFÍCIO DE GOVERNAR, OS MAGISTRADOS CIVIS DEVEM ESMERAR-SE NO FIEL DESEMPENHO DE SUA OCUPAÇÃO

Esta consideração deve exercitar continuamente aos próprios magistrados; uma vez que pode servir-lhes de forte estímulo, pelo qual sejam animados para sua atividade e trazer-lhes singular consolação, pela qual sejam aliviadas as dificuldades de seu ofício; as quais certamente são muitas e pesadas. Pois, quão grande zelo de integridade, de prudência, de mansuetude, de domínio próprio, de inocência devem aplicar a si próprios aqueles que forem constituídos ministros da divina justiça? Com que ousadia haverão de admitir a iniqüidade diante de seu tribunal, do qual aprendem ser o trono do Deus vivo? Com que audácia haverão de pronunciar uma sentença injusta com essa boca que entendem ser um instrumento destinado à divina verdade? Com que consciência haverão de assinar ímpios decretos com essa mão que sabem ser ordenada para registrarem-se os atos de Deus? Em suma, caso se lembrassem de que são vigários de Deus, impõe-se que vigiem com todo cuidado, zelo, diligência, para que representem em si, aos homens, uma como que imagem da divina providência, proteção, bondade, benevolência e justiça.

     E devem ter isto perpetuamente diante de si: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente; e maldito aquele que retém sua espada do sangue” [Jr 48.10]. Muito mais gravemente malditos aqueles que, em uma vocação justa, se conduzem fraudulentamente. Assim sendo, como quisessem Moisés e Josafá exortar a seus juízes para, com seu ofício, nada mais eficaz tiveram com que incitar seu ânimo do que o que referimos antes: “Ouvi a causa entre vossos irmãos, e julgai justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que está com ele” [Dt 1.16]. “Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, mas da parte do Senhor, e ele está convosco quando julgardes. Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno” [2Cr 6, 7]. E noutro lugar se diz que “Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses” [Sl 82.1], para que sejam animados ao dever, enquanto ouvem que são legados de Deus, a quem importa um dia prestar contas do cargo administrado. E entre eles, merecidamente, deve valer muito esta exortação, pois, se cometem alguma falta, não só estão lesando aos homens, a quem celeradamente molestam, mas também estão sendo injustos para com o próprio Deus, cujos sacrossantos juízos poluem [Is 3.14, 15]. Por outro lado, têm também donde claramente se consolem, enquanto refletem consigo que não estão engajados em ocupações profanas, nem alheias a um servo de Deus; pelo contrário, em um ofício santíssimo, visto que, de fato, a desempenham por delegação de Deus.

João Calvino
As Institutas – Livro IV capítulo XX

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