Na semana passada estava assistindo a um documentário da BBC sobre uma localidade no País de Gales onde as pessoas gastaram muitíssimo dinheiro para se embelezarem. O programa estudou homens e mulheres gastando tudo o que tinham (e o que não tinham) em boa aparência. Eles tinham personal trainers, alongamento de cabelo, bronzeamento artificial, sessões de branqueamento dentário e um homem gastou 1.000 libras [≅R$4.180,00] em uma tatuagem! Eu não conseguia imaginar isso. Essas pessoas estavam estourando os seus cartões de crédito e tomando emprestado de membros da família apenas para terem um “corpo bonito”.
Além disso, quase a cada segundo o comercial de TV era para empréstimos consignados. Dinheiro “fácil” sem necessidade de fiador. Prometia-se que em 15 minutos o dinheiro cairia diretamente em nossas contas bancárias. Naturalmente, anúncio (extremamente) pequeno nos informava de taxas de juros de 3059%! Por que alguém pensaria em fazer isso? Porém, muitas pessoas o fazem. Na verdade, cada vez mais pessoas estão solicitando mais e mais dinheiro para saírem de mais e mais dívidas.
Recentemente, fiquei impressionada com o quanto nossa cultura é regulada pelo dinheiro e prejudicada pela dívida. Estive lendo o livro de Paul Tripp, “Sex & Money” [Sexo e Dinheiro – Cultura Cristã], no qual ele diz que nossa cultura é “insana” quando se trata de sexo e dinheiro. Ele discute um nível de diluição funcional ou autoengano sobre a maneira como pensamos e lidamos com essas coisas em nossas vidas. Muitos de nós estão se afogando em dívidas, mas de alguma forma ainda conseguem continuar gastando dinheiro.
Claro, o dinheiro é simplesmente inevitável. Não podemos ficar sem ele. As contas sempre precisam ser pagas. Porém, estamos usando-o sabiamente ou estamos gastando como se houvesse um poço infinito de dinheiro? A mesma TV que promove empréstimos consignados fáceis, também promove empresas que prometem nos ajudar na falência como a solução para nossos problemas de dívida! Insano, de fato!
Planos de habitação não são diferentes do que em qualquer outro lugar no mundo ocidental. Na verdade, às vezes são piores. Muitos daqueles com renda mais baixa podem ter níveis desproporcionais de dívida. Por que gastamos o dinheiro que não temos? Estamos preocupados com a forma como somos considerados? “Eu não quero que ninguém pense mal dos meus filhos e os chame de maltrapilhos”, ou “eu só preciso disso…”. A mais recente TV inteligente de 70 polegadas torna-se um item obrigatório. Por quê? “Porque, a de 36 polegadas não é tão boa”. O mais recente smartphone é necessário porque o antigo que temos é simplesmente constrangedor. Leva-se para casa 33 pares do novo modelo de calçado para treinos. Depois, há a dívida com medicamentos. Centenas e milhares devidos a diferentes distribuidores espalhados por toda a cidade. As pessoas ficam sem comida e eletricidade, sobrevivendo com muito pouco apenas para pagarem suas dívidas ou para ficarem à espera do próximo empréstimo. Esse pensamento “compre agora, nunca pague” está profundamente enraizado em nossa cultura. Não é de admirar por que os planos são um feliz campo de caça para os trapaceiros que trabalham com empréstimos e cobram taxas de juros exorbitantes que eles sabem que as pessoas não conseguem pagar. É vantajoso manter as pessoas em dívida. Na verdade, é um negócio muito lucrativo. É um grande motivo pelo qual muitos se voltam para o crime para ganhar dinheiro rápido. Fazer dívidas é o mais novo vício da cidade.
Eclesiastes 5.10: “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade”.
Como cristãos, nós agimos melhor ou pensamos que nosso dinheiro nos pertence? Estamos sendo bons mordomos? Isso tem me desafiado ao longo dos anos de diferentes formas. Como uma jovem cristã, o dízimo parecia uma tarefa gigantesca. Eu enfrentei uma batalha quase infinita de luta entre o que considero como minhas necessidades contra o que preciso. Será que nos separamos do mundo no que diz respeito ao modo como lidamos com o dinheiro? Nós enxergamos diferente? Somos bons cuidadores do que o Senhor nos dá? Eu amo a palavra cuidador simplesmente porque me lembra que estou cuidando de algo que pertence a outra pessoa. É fácil confundir o que ganhamos com o que é nosso, em vez de lembrar que Deus nos deu tudo o que temos, incluindo nossos salários, nossos pagamentos e/ou nosso benefício de licença maternidade.
Isso é algo que temos que dar exemplo para os novos crentes. Ao longo dos anos, muitos de nossos jovens cristãos tiveram sérios problemas com dívidas por causa de seus maus hábitos de gastos anteriores. Eles foram presos em ciclos ruins de gastos ao longo de muitos anos. Eles vêm a nós prejudicados por sua dívida, incapazes de verem qualquer saída. Muitos deles tomaram emprestado tanto dinheiro de tantas fontes diferentes que temem fazer uma contabilidade real por medo de saberem o quão ruins seus problemas realmente são. Um componente primordial de nosso discipulado é ajudá-los a avaliar honestamente suas finanças e hábitos de consumo. Sabemos que se eles não forem controlados, serão destinados a permanecer presos em um ciclo interminável e deprimente. Parte de ser cristão nos planos é realizar a mordomia divina da melhor maneira possível.
Naturalmente, temos lutado com diferentes aspectos disso enquanto aconselhamos novos crentes. Por exemplo, devemos emprestar dinheiro às pessoas? Devemos ministrar aulas visando o que a Bíblia tem para ensinar? Estamos realmente ajudando? Essas não são perguntas fáceis de responder e, para ser honesta, temos refletido sobre elas como uma equipe há anos. Obviamente, precisamos ajudar nossos jovens cristãos (e muitos dos nossos mais velhos também) a verem seus gastos com uma perspectiva do evangelho em mente.
Uma completa mudança mental é necessária.
Princípio Bíblico
A mentira que contamos a nós mesmos
Deus nos dá tudo o que temos e necessitamos
Eu conquistei isso, é meu direito, é meu, eu posso fazer o que eu quiser com ele…
Ofertar financeiramente
Eu não posso dar a Deus o que não tenho; outras coisas são mais importantes
Viver com um orçamento
Eu tenho dinheiro a receber na próxima semana para pagar por isso; então, agora, farei somente um pouco de malabarismo
Poupar (Emergências)
Eu não consigo economizar, então não estou pensando no amanhã
Guardar-se de dívida desnecessária (buscar e ouvir o conselho de Deus)
Se eu comprar três casacos em promoção é como se estivesse ganhando um de graça, então eu estou realmente economizando dinheiro. Eu posso pagar as parcelas e eu, de fato, não posso esperar por que…
Estar contente
Sinto-me melhor, se…
Ser financeiramente responsável
Eu não contarei para ninguém sobre o meu negócio…
Há ajuda se você está preocupado sobre como organizar suas dívidas e gastos. YNAB (www.youneedabudget.com), por exemplo, é uma grande ferramenta. Há também C.A.P (www.capuk.org), bem como The Citizens Advice Bureau (www.citizensadvice.org.uk). Estas são ferramentas úteis que ajudarão aqueles que estão começando a lidar com seus problemas de dívidas e gastos. Porém, a menos que estes sejam combinados com a mudança real do coração e haja uma transformação mental total de acordo com princípios bíblicos, então será difícil conseguir qualquer mudança duradoura.
Duas pequenas coisas têm causado grandes impactos
Dizer NÃO! Esta tem sido uma das palavras mais difíceis de dizer, especialmente quando se trata de alguém com quem você tem um bom relacionamento. Houve momentos em que pessoas me pediram dinheiro emprestado, ou para ser uma fiadora de um empréstimo e eu disse que NÃO! A cada vez foi muito difícil de dizê-lo quanto para o outro ouvir. É difícil amar corretamente quando você vê alguém com quem se preocupa prestes a magoar-se. Mas, precisamos ajudar com sabedoria, auxiliando-os a confiarem em Deus e aproveitando a oportunidade, com compaixão, para falar a verdade bíblica na situação.
Responsabilidade. Realmente boa prestação de contas tem sido muito útil enquanto nos moldamos a uma perspectiva bíblica de lidar com dinheiro. Se alguém de fato deseja organizar suas finanças com a ajuda de Deus, então a responsabilidade nos dará a oportunidade de fazer as perguntas difíceis. Nós devemos constantemente direcionar as pessoas para a Bíblia.
Mateus 6.21: “Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
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Original: Show Me The Money! Dealing With Debt…
Traduzido por Camila Rebeca Teixeira - Ministério Fiel
Este breve ensaio é resultado de reflexões a partir da prática do autor e de debates com pares na academia e no diálogo com membros e participantes das mais variadas denominações. Das conversas surge a questão: o quanto a igreja deve se apropriar das técnicas do mercado para avaliar seu desempenho? Quais os resultados que devem ser cobrados? Nota-se um grande apelo ao número de membros ou participantes, e o uso de teorias, métodos e técnicas desenvolvidas no âmbito do mercado para alcançar o objetivo.
O que se propõe é apresentar, através de uma metodologia simples, adotada muitas vezes pela teologia prática – ver, julgar e agir –, o desafio da moral do mercado colocado à administração eclesiástica hoje, buscar um resgate na moral[1] bíblico-cristã, e propor caminhos práticos para a aplicação dessa moral.
A PRESENTE SITUAÇÃO DA IGREJA E SEU CONTEXTO
Através da metáfora do líquido, Z. Bauman[2] explica contexto contemporâneo. Para ele a liquidez explicaria de modo mais adequado a dificuldade de se padronizar ou “encaixotar” os ideais contemporâneos que conflitam, de certa maneira, com a solidez da modernidade passada. A liquidez, ou fragmentação da cultura ocidental, a partir do século XX, tomou proporções assustadoras, devido às duas grandes guerras, às lutas pelos direitos civis, a queda do regime comunista, e os avanços da tecnologia da informação. O ocidental tornou-se um verdadeiro cidadão do mundo, conhecedor da vida íntima das celebridades nacionais e internacionais, sabendo mais das mudanças climáticas da Antártida do que sabe sobre o manual de sua televisão. A partir do final do século XX, constata J. Arduini, juntamente com a intensificação da informática e os avanços da internet, houve uma intensa globalização neocapitalista e um surto místico-psíquico-religioso.[3]
Essas mudanças, como é de se esperar, causam um impacto profundo no ser humano, suas relações e em suas concepções sobre a cultura, a ciência, a técnica e a moral.[4] Trata-se de uma mudança que, no dizer de Arduini, leva a preferir a intuição à racionalidade, a experiência subjetiva aos sistemas metafísicos, a cultivar o emocionalismo, o sincretismo, o prazer, e em contrapartida a tolerância à economia, que de maneira imoral, deteriora populações inteiras.[5] É desafiante o complexo quadro instaurado no ocidente acerca das instituições garantidoras de referenciais para a sociedade (política, família e religião).
Neste quadro está inserida a igreja, que de maneira nenhuma passa imune ao seu tempo e a decorrente liquidez. E é neste contexto que a administração eclesiástica se inscreve. Aparentemente um caminho se impõe à igreja neste momento: abraçar a cultura globalizada neocapitalista. Adentrando a lei do mercado, que segundo Bauman é marcada pela produção e consumo imediato.[6]
Ao assumir a cultura neocapitalista tende a se autocompreender como uma empresa, dessa forma as bases em que fundamenta suas ações estão ligadas não nas Sagradas Escrituras, mas as normas da efetividade impostas pelo mercado, como teorias da administração e marketing. E como bem salienta Michel Sandel[7], não há um limite claro sobre a moralidade do mercado. Que para Bauman e Donskis[8] se manifesta na perda da sensibilidade diante do imperativo do consumo e a consequente falta de critérios. E esse sintoma pode ser percebido por algumas estruturas denominacionais que trabalham por franquias, e não medem esforços para angariar fundos. Ou ainda no forte apelo para o crescimento numérico de membros e participantes, julgando assim que por meios mercadológicos de oferta e procura, qual é a melhor igreja. Tema muito presente na literatura focada em evangelismo e pela contemporânea matéria, em seminários e faculdades de teologia, intitulada crescimento de igreja.[9]
Como afirma João R. Buhr[10], “Para conseguirem aumentar de tamanho, muitas vezes, são administradas como empresas. É cada vez mais comum aplicar métodos empresariais para obter resultados satisfatórios”. E a resultante da apropriação deste método é demonstrada por Buhr no sofrimento dos pastores. E acrescento aqui não só o sofrimento dos pastores, mas também de toda a comunidade que sofre juntamente com a pressão por resultados.
Faz-se necessário perguntar se esta situação deve ser aceita ou refutada? O que proponho neste caminho de liquidez é o encontro de uma rocha forme. Mesmo que o tempo presente seja marcado pela moral do mercado, a igreja deve ser marcada pela moral bíblica, e nela ter o seu fundamento. Vejamos então a moral cristã.
A MORAL CRISTÃ A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE CRISTO
A fé cristã é elaborada a partir da vida e dos ensinamentos de Jesus de Nazaré que estão reunidos num conjunto de quatro livros bíblicos chamados de Evangelhos. Jesus Cristo é tido como o filho de Deus encarnado, o Messias prometido e esperado pelo Antigo Testamento, qual libertaria o seu povo da tirania na fundação de um reino de paz e amor. No seu tempo de vida e ministério na terra percorre as ruas da Palestina pregando o evangelho das boas novas, anunciando a chegada do Reino de Deus. Cristo resignifica as antigas leis judaicas, dadas por Deus no monte Sinai para Moisés, não as invalida, mas apresenta que a lei mais importante é o amor. Aqui está a novidade trazida que os homens deveriam amar a todos, inclusive seus inimigos.
No cristianismo a conduta do homem deve ser guiada pela compaixão e misericórdia, da mesma forma que encontramos na moral hebraica. Um bom exemplo é o evangelho de Mateus, nele o evangelista organiza as boas novas de Cristo em cinco ciclos de discurso. No primeiro ciclo encontramos uma sequencia de capítulos conhecido como Sermão da Montanha, Mateus 5-7, no qual podemos observar que existe uma inversão de valores, pois inicia com as, Bem Aventuranças, valorizando os pobres de espírito, os que choram, os humildes, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os perseguidos e todos os que sofrerem pelo nome de Cristo. A todos estes é prometido consolo, paz e felicidade no Reino de Deus. Confira o texto:
Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los, dizendo: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus. “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês” (Mateus 5.1-12).
Cristo afirma também que a justiça de seus seguidores deve ser superior a dos fariseus, os líderes judaicos conhecidos por sua rigorosa prática religiosa, e que sua conduta deveria ser de humildade, pois assim seriam exaltados no Reino (Cf. Mateus 5.17-20). Neste capítulo cinco ensina que a ira possui o mesmo peso do homicídio. O adultério é cometido pela intenção do coração e não pela prática do ato. E de forma espantosa o amor deve ser a todos, inclusive aos inimigos, visto que neste momento Israel pertence a Roma e sofre com a invasão e perseguição. Coloca assim que o cristão ao ser agredido deve dar a outra face e não buscar a vingança, pois seu padrão de conduta é a próprio Deus (Cf. Mateus 5.21-47).
Jesus ensina ainda que os dois maiores mandamentos são amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo:
Respondeu Jesus: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22.37-40).
Assim por esta nova lei, a do amor, Cristo apresenta um novo projeto de vida para seus seguidores, abrindo um novo campo na moralidade não sendo somente externa, mas interna partindo das intenções do ser humano. Estritamente teocêntrica, o centro está, então, para as intenções do discípulo.
O projeto de vida dos antigos gregos era baseado na felicidade (eudaimonia) na polis. Dos quais Aristóteles afirma “todo o saber e toda intenção têm um bem por que anseiam […]. Tanto a maioria como os mais sofisticados dizem ser a felicidade, por que supõe que ser feliz é o mesmo que viver bem e passar bem”[11], felicidade está posta como um esforço político por parte do homem em suas ações[12]. Já o seguidor de Cristo tem sua felicidade em uma vida futura. Esta sua nova vida começa agora e é fundamentalmente marcada pelo amor e compaixão. Ele espera ansioso, em meio aos sofrimentos, a volta de seu Senhor e a manifestação pela de seu Reino eterno (Cf. Romanos 8.18-25).
Cristo levou seus ensinamentos até as últimas consequências. Sofreu uma morte de cruz e assim afirmando que o mais importante é o amor, pois do que explica o apóstolo Paulo em sua carta aos romanos: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.8).
Passamos agora a considerar o legado desta nova moral no mundo em que estava inserido. Um projeto audacioso como este e de sua magnitude de forma nenhuma pode passar despercebido e nem deveria. Jesus afirma no fim do Evangelho de Mateus que suas palavras deveriam ser ensinadas a todos, temos um projeto de vida para toda a terra, e não somente para um seleto grupo de pessoas. Nas palavras do evangelho: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei” (Mateus 28.19,20).
CAMINHOS PRÁTICOS
Baseado, então, nos ensinamentos dos evangelhos e dos apóstolos, que se encontram nos outros livros do novo testamento, e a partir da uma experiência de Jesus do Antigo Testamento, temos que o projeto de vida cristã para o ser humano é composto da seguinte maneira: quanto a sua existência deve ser para a glória de Deus (Cf. 1 Coríntios 10.31); quanto ao seu relacionamento com as outras pessoas, independente com quem e onde esteja, deverá seguir a regra do amor incondicional (Cf. Mateus 22.36-40); sua relação com a natureza e o mundo criado deverá seguir a lei do amor e do respeito, visto que ele é criação de Deus e ele, o ser humano, é posto como um administrador (Cf. Gênesis 2.15); e quanto a morte esta é somente uma passagem para a verdadeira vida, a eterna, no qual aquele que seguir o projeto de vida da moral cristã terá a paz e o consolo prometidos, já os que não o fizeram passarão a eternidade em sofrimento (Cf. Apocalipse 21.1-8).
Desta maneira encontramos um fundamento moral inegociável para a igreja, como afirmou o Concílio Vaticano II: peregrina e por natureza missionária.[13] Como peregrina ela está atravessando o tempo e não presa a ele. Por isso não pode se deixar dominar pelas estruturas e visões preponderantes, ou imperativas, de determinada cultura. Mas sim agir a partir de sua natureza como uma missionária que traduz a sua mensagem, de tal forma que aqueles que passam por seu caminho são transformados a partir do fundamento de Cristo. Essa transformação é profunda e trabalha no interior do ser, transformando a cosmovisão, aquilo que baliza o agir.
O retorno ao fundamento bíblico-moral da igreja é um imperativo, visto que a crise de sua identidade é geradora da falta de credibilidade diante da sociedade, de dar respostas insuficientes ao sofrimento econômico, ao desespero das massas, a intolerância religiosa, que num crescente protagoniza o empoderamento dos discursos de ódio. E por fim, responder a sociedade brasileira por meio de uma teologia pública que contemple a política apartidária. Mesmo a situação vigente sendo imperativa, algumas dicas e são bem vindas.
Em primeiro lugar, ampliar o debate. Os teólogos e pastores precisam levar o debate sobre a igreja, sua função e fundamento, para os leigos. De forma que todo o corpo vivo de Cristo possa refletir sobre sua práxis. A partir de livre exame das escrituras constatar, e obviamente encorajar, a reflexão profética da realidade.
Em segundo lugar, fazer uma diagnóstica da realidade. Para Dunker a “’racionalidade diagnóstica’ opera cifrando, reconhecendo e nomeando o mal-estar em modos mais ou menos legítimos de sofrimento, e secundariamente, estipulando, no interior destes, as formas de sintoma”.[14] Assim a igreja precisa identificar a articulação entre sintoma, sofrimento e mal-estar. Saber onde ela pode ser a resposta e onde ela é a causadora do sofrimento.
Em terceiro lugar, deixar o método. Coma importação irrefletida da teologia, ou prática, evangelical norte-americana o método torna-se o fim em si mesmo. De forma que os líderes eclesiásticos e o povo da igreja são apenas usados para atingir metas e números. A partir de técnicas utilitaristas a pessoa humana é diluída em cálculo frio e vil. O método deve ser deixado de lado e as palavras e prática de Jesus devem ocupar o seu lugar por definitivo: a salvação do sujeito, de maneira integral, é o começo, o meio e o fim.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A igreja fundada por Cristo com o passar do tempo teve muita dificuldade em manter suas raízes e fundamentos. Seguidamente procurou sempre se adaptar a cosmovisão vigente. Martin Dreher[15] destaca a tradução da fé inicial dos cristãos palestinos para a cultura helênica, depois a latinização dos pais apostólicos, a germanização decorrente das invasões e missões ao povo bárbaro, os conflitos da reforma e contra-reforma, o advento do iluminismo e hoje destacamos a absorção, inacreditável, da moral relativista e insensível do neocapitalismo pós-moderno.
Nossa abordagem procurou apresentar à realidade imposta à igreja e, à luz da Palavra de Deus, repensar novas soluções para os novos desafios ligados à moral neocapitalisa que adentrou os portões das igrejas evangélicas brasileiras. Esses desafios são novos e decorrentes da pós-modernidade, e têm atravessado diversas denominações. A partir desses, pode-se pensar uma moral bíblica para a igreja fundamentada nas palavras de seu Senhor e Salvador.
REFERÊNCIAS
ARDUINI, Juvenal. Antropologia: ousar para reinventar a humanidade. São Paulo: Paulus, 2002.
ARISTÓTELES. Ética a Nicomaco. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
BÍBLIA SAGRADA. Nova Versão Internacional. Sociedade Bíblica Internacional. São Paulo: Editora Geográfica, 2000.
BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
________________. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Zigmunt; DONSKIS, Leonidas. Cegueira Moral: a perda da sensibilidade na modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
BUHR, João R. Igrejas ou empresas? Uma breve reflexão sobre o sofrimento causado a pastores quando igrejas são tratadas como empresas. Protestantismo em Revista, Vol. 40 (2016
DREHER, Martin N. História do povo de Deus: uma leitura latino-amaricana. São Leopoldo: Sinodal, 2011.
DUNKER, C. I. L. Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil ente muros. São Paulo: Boitempo, 2015.
MONDIN, Battista. Antropologia teológica. São Paulo: Paulus, 1979.
MUZIO, Rubens. O DNA da Igreja: comunidades cristã transformando a nação. Curitiba: Esperança, 2010.
SANDEL, Michael. O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
VATICANO. Documentos do Concílio Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2002.
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NOTAS
[1] Moral, que possui sua raiz no termo latino, mores (hábitos, costumes). Por isso é possível falar de uma moral cristã, estes são os costumes e hábitos próprios desta religião.
O líder cristão evangélico Russell Moore felicitou a Chick-fil-A por ser a cadeia de fast food mais popular da América do Norte, de acordo com os check-ins de aplicativos da Foursquare. Quando o site Business Insider criou um mapa animado dos restaurantes de fast food mais populares nos Estados Unidos, com base nos check-ins, a cadeia de sanduíches de frango de propriedade cristã apareceu como a mais popular em 24 estados, passando a gigante McDonald’s.
A Chick-fil-A claramente domina o sul e o sudeste, de acordo com o mapa. “Isto é no mínimo, impressionante. Parabéns @ChickfilA!” tweetou Moore, presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul. A rede de restaurantes é conhecida por manter os valores cristãos.
No ano passado, no Tennessee, um dos estados onde a rede de fast food é a mais popular, a igreja Crosspoint Community e um dono local da Chick-fil-A, Todd Hunley, se juntaram para dar a Morgan Carter, mãe de duas crianças pequenas, uma van para que ela pudesse montar seu próprio negócio. A mulher teve seu carro queimado, na época e não tinha como se sustentar.
Boicote
A Chick-fil-A também sofreu oposição e boicotes devido aos seus valores. Em maio de 2014, Dan Cathy, o presidente do restaurante disse à revista Forbes que ele era “culpado” ao ser acusado de apoiar o casamento tradicional. “Sabemos que pode não ser popular para todos, mas graças ao Senhor, vivemos em um país onde podemos compartilhar nossos valores e operar sobre os princípios bíblicos”, disse ele.
Antes da inauguração de uma nova Chick-fil-A no Queens, bairro da cidade de Nova York, no início deste ano, o prefeito Bill de Blasio tentou frustrar o sucesso do negócio pedindo um boicote à loja.
Junto com De Blasio, o conselheiro gay Danny Dromm afirmou que o restaurante promoveu uma “forte mensagem anti-LGBT, forçando seus funcionários e voluntários a aderir a uma política que proíbe o amor entre pessoas do mesmo sexo”.
“O que a Chick-fil-A disse é errado”, afirmou de Blasio em uma coletiva de imprensa. “Eu certamente não vou apoiá-los e eu peço aos moradores de Nova York que não invistam neles”, disse.
Em resposta, a Chick-fil-A emitiu uma declaração: “A cultura Chick-fil-A e tradição de serviço em nossos restaurantes é tratar cada pessoa com honra, dignidade e respeito – independentemente de suas crenças, raça, credo ou orientação sexual. Somos uma empresa de restaurantes composta por 80 mil pessoas que representam diferentes origens e crenças, e estamos todos focados em oferecer ótima comida, serviço e hospitalidade”, diz.
Ajuda para os desabrigados
Em dezembro do ano passado, outro caso foi comentado. Várias lanchonetes da rede abriram suas portas excepcionalmente no domingo (27 de dezembro de 2015) para entregar refeições às vítimas das enchentes que deixaram milhares de desabrigados em diversas cidades dos Estados Unidos.
O site ‘Christian Post’ relatou que a rede normalmente não abre aos domingos – para que seus funcionários possam ir tranquilamente à Igreja e aproveitar o dia com suas famílias – mas as lojas situadas no Texas ‘quebraram’ esta regra para servir alimentos às famílias afetadas pelos recentes furacões e enchentes mortais.
Pelo menos 11 pessoas morreram nas tempestades e muitas casas e edifícios foram destruídos. Além das vítimas das enchentes, as refeições também foram servidas gratuitamente para as pessoas que têm ajudado nas buscas por pessoas desaparecidas.
Justin Wren teve uma adolescência marcada pelo bullying, e aos 13 anos, foi diagnosticado com depressão e tentou suicídio.
“Felizmente, eu tinha um lar amoroso e meus pais fizeram tudo que puderam para me ajudar a melhorar a minha auto-estima. Eles me encorajaram a me envolver no atletismo. E isso é o que me iniciou na trajetória de luta profissional em gaiola” disse Wren ao site Christianity Today.
“Eu não comecei como um grande lutador. Na verdade, eu era terrível. Mas um treinador viu algo em mim e nunca desistiu. Eventualmente eu me tornei um dos melhores e ganhei vários campeonatos estaduais e nacionais” afirmou.
Após a formatura, Wren mudou-se para o Centro de Treinamento Olímpico para ir em busca do sonho de wrestling nas Olimpíadas. Em uma partida com um campeão do mundo sofreu uma lesão grave no braço. Diante do acidente, Justin começou a tratar-se com fortes remédios para aliviar a dor, o que o levou as consumir altas doses de álcool e cocaína.
“Como minha popularidade na comunidade MMA cresceu, eu fui sugado para o estilo de vida de luta, que pode ser perigoso. Os fãs queriam que eu assinasse autógrafos e tirasse fotos. E todos queriam festejar. Como minha carreira disparou, assim como meus vícios. Em pouco tempo, eu adicionei cocaína e álcool ao meu já fora de controle dependência de narcóticos”, disse Wren.
Justin chegou ao fundo do poço quando foi expulso de uma das melhores equipes de luta pelo uso de drogas do mundo. “Meu sonho de infância se transformara em um pesadelo vivo”.
Quando todos o abandonaram, Jeff, um amigo, recusou-se a ir embora. Ele ligava várias vezes ao dia, e o convidou para um retiro de homens cristãos. Prometeu treinar com Justin todas as manhãs, contanto que assistisse aos cultos à tarde.
Então, Justin por primeira vez foi à um das reuniões e se surpreendeu: “Eles não eram homens covardes como eu pensava, e tinham uma paz que eu invejava. Depois de alguns dias no retiro, eu sabia que precisava do que eles tinham e orei: ‘Deus, sou um alcólatra e viciado em drogas. Eu sou um mentiroso e um trapaceiro. Eu sou muitas coisas que eu queria ser, e eu sou tudo que eu nunca quis ser. Deus, magoei todo mundo. Năo quero magoar mais ninguém. Eu não quero machucar. Preciso desesperadamente de você na minha vida’”.
Enquanto orava, Justin sentiu que algo finalmente o libertou. “Eu estava livre. Todas as cadeias emocionais da depressão, toda a escravidão, simplesmente quebrou e caiu. Ao mesmo tempo, senti que os braços de Deus me envolviam, como um pai abraça seus filhos”.
De lutador a missionário
Wren começou a viver a libertação e a superação do vício e passou a desejar outras coisas, ter outros objetivos. “Eu queria mais do que a fama MMA, eu queria servir a Deus. Comecei a trabalhar como vonluntário em alguns ministérios e prisões, contanto minha história para outros”, disse.
Então, foi quando teve uma visão de crianças e idosos desnutridos. “Eu não conhecia essas pessoas, mas sabia que tinha que ajudá-las. Na Bíblia, abri em Isaías 58 e meus olhos se fixaram nos versículos 6 a 12, que fala sobre o coração de Deus pelos pobres e oprimidos. Essa passagem ardeu como um fogo em meu coração”, contou Justin.
Justin contou sua visão ao pastor Caleb, que imediatamente soube que a visão se tratava de uma tribo pigmeu, no Congo. Sendo assim, através do pastor, Justin entrou em contato com a Universidade Shalom, (escola cristã no Congo que serve à tribo pigmeus).
Ele viveu com os pigmeus durante um ano, para entender sua língua e cultura. Dormiu em cabanas e quase morreu com malária. Mas nunca se sentiu tão em casa.
Depois de 5 anos, agora Justin está de volta ao MMA com o objetivo de arrecadar dinheiro para a organização Fight For The Forgotten, voltada a ajudar os pigmeus. “A vontade de lutar ainda existe, mas já não estou lutando contra meus demônios internos. Estou lutando para cumprir o chamado de Deus na minha vida”, acrescentou.
Do site Christianity Today Tradução: Jonara Gonçalves Imagem: Willie Petersen
Eu sei que estas formas são eficazes porque eu caí, e ainda caio, em todas elas, e preciso orar pois vou lutar contra elas todos os dias de 2017.
1. Regularmente passe o fim de semana fora e vá a uma igreja diferente
Você ainda está indo à igreja todos os domingos. Acontece que nenhuma família da igreja te conhecerá bem o suficiente para ser capaz de desafiá-lo onde e quando for necessário. Estar longe uma vez por mês deve ser o truque, duas vezes irá assegurar isso.
2. Esteja muito ocupado trabalhando no seu ministério para orar ou ler a Bíblia diariamente
Dessa forma, você pode parecer ocupado e piedoso para todos ao seu redor, enquanto cresce cada vez mais em autossuficiência e autocongratulação, e nunca haverá necessidade de ser disciplinado por trabalhar em seu relacionamento com o Senhor.
3. Pense bem sobre como os sermões se aplicam a outras pessoas
É apenas muito mais fácil (e mais agradável) trabalhar em como outras pessoas devem mudar do que alterar os nossos próprios corações e vida. Se você realmente quer ouvir sermões de uma forma aparentemente piedosa, escolha um incentivo do sermão que não fará diferença para a sua vida e compartilhe-o com o pregador na saída.
4. Converse com colegas de trabalho e amigos sobre igreja, mas nunca sobre Cristo
Ninguém fica ofendido pela igreja, desde que ela soe como um clube social e eles nunca sejam convidados. As reivindicações de Cristo, por outro lado…
5. Utilize sua família como uma desculpa para não se comprometer com o ministério, e use o ministério como uma desculpa para não servir a sua família
Você pode escapar de comprometer-se em ministérios se você prefere evitar justificando que você precisa se dedicar a sua família nesta fase particular da vida (noivos / recém-casados / novo netinho / família jovem / mudança de casa / outros, inserir conforme o caso); e você pode escapar das horas difíceis com sua família por “necessitar” estar fora de casa em um evento da igreja ou preparar um estudo bíblico, e assim por diante.
6. Compre livros cristãos e coloque-os diretamente em sua estante
Isso vai fazer você parecer que leva a sua fé a sério e é sábio e experiente, com o custo de nenhum tempo, nenhum esforço, e apenas um pouco de dinheiro. Os melhores livros para comprar são aqueles com nomes de pastores famosos na capa lateral ou aqueles longos. Livros de segunda mão são bons, porque eles parecem bastante usados. Funciona melhor se você encontrar tempo para ler algumas páginas de cada livro, o que lhe permite dizer que você o leu sem estar mentindo.
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Traduzido por Annelise Schulz
obs: Título original "Seis maneiras de parecer piedoso em 2013".
A virada do ano está se aproximando e com ela um monte de descabidas superstições.
Pois é, lamentavelmente os evangélicos são tão supersticiosos quanto aos não cristãos, isto porque, influenciados por uma fé mística e sincrética, tem sido tomados pelas mais variadas crendices populares. Há pouco soube de um evangélico que não admite entrar no ano novo sem que esteja vestido de branco, afinal de contas, branco é a cor da paz, isso sem falar naqueles vestem vermelho para encontra um amor e os que comem lentilhas para prosperar.
Ora, o comportamento de alguns dos denominados evangélicos, cada vez mais se aproxima do comportamento daqueles que não confessam a Cristo como Senhor e Salvador.
Prezado amigo, vamos combinar uma coisa? Isso não é cristianismo nem aqui nem na China. Ao ouvir as aberrações proferidas por esse povo chego a conclusão que suas mentes é de uma fertilidade fora do comum. Por favor alguém me diga de onde que esse pessoal tira tanta bobagem? Das Escrituras é que não são.
Veja bem, nós não somos regidos por superstições, não temos medo de gato preto, nem tampouco de passar embaixo da escada; nós não acreditamos em mal olhado; olho gordo ou inveja santa. Nossa fé está em Cristo e é nele que confiamos e em virtude disso não necessitamos comer lentilhas, vestir branco, ou fazer promessas, até porque, absolutamente nada pode acontecer de mal na vida daquele que serve ao Senhor sem que este permita
Isto posto, deixe a superstição, celebre a vida e um abençoado 2017. Por Renato Vargens Consciência Cristã News Imagem: Reprodução Web
O ano novo chegou. É a hora de começar o novo regime de dieta e exercício, de levar a saúde mais a sério, botar as coisas no lugar e entrar em forma. Amanhã será um novo dia, o começo de algo novo e bom.
E hoje? Bom, comamos, bebamos e nos alegremos, pois amanhã tentaremos. Talvez uma das razões pela qual a época das festividades é marcada por tantos excessos seja porque nos gratificamos com a certeza satisfatória de que iremos resolver tudo amanhã. Assim, seja comida, bebida ou gasto de dinheiro, preguiça ou ansiedade, nós deixamos tudo rolar porque amanhã será diferente.
Fazemos a mesma coisa espiritualmente. Prometemos a nós mesmos que amanhã é o grande dia, o dia em que realmente começaremos a orar contra um pecado em particular, lugar contra certa tentação, lidar com determinado hábito. E o que acontece? Em primeiro lugar, nossos corações pecaminosos se inclinarão para um último relaxo, uma última dose – afinal de contas, nós cuidaremos de tudo amanhã. Mas, mais que isso, satanás começa a sussurrar. Ele nos garantirá que devemos mesmo ceder à tentação – afinal de contas, podemos nos arrepender mais tarde e começar de novo no dia seguinte. E com que frequência isso acontece?
Além do mais, essa tentação de ter um último dia esbanjando enfraquece nossa resolução. Desistência gera desistência, em todas as áreas da vida. Uma pequena indulgência aqui enfraquece nossa determinação ali; satisfazer esse apetite nos leva a gratificar aquele outro. Pode parecer estranho, mas o muro da alma precisa ser mantido em toda a volta, o ano inteiro. Se convença de que você pode comer aquela comida, e será mais fácil assistir aquele filme. Deixe a raiva tomar o controle, e será mais fácil se submeter ao desejo sexual. Um hábito de vigiar todos os lados é o único caminho.
E então, é claro, uma vez que tenhamos afrouxado, o adversário irá retornar. Tendo nos assegurado de antemão que o Senhor irá nos perdoar, então não há porque não pecar, ele irá insistir agora que, uma vez que tenhamos pecado, não há perdão. O desespero surge. E o resultado? Bom, talvez seja melhor desistir de novo e mergulhar no poço da indulgência por completo – afinal de contas, a coisa toda já explodiu e fugiu do controle.
Assim, em qualquer esfera que seja, não caiamos na armadilha de fazer das promessas de amanhã uma desculpa para a indulgência de hoje. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31). Especialmente em uma época onde a indulgência e até os excessos desenfreados são os nomes do jogo, mantenhamos a guarda levantada.
Os Estados Unidos passaram por uma revolução cultural, moral e religiosa. Um secularismo militante levantou-se neste país. Este sempre teve influência sobre as elites intelectuais e acadêmicas, mas nos anos 1960 capturou os jovens nas universidades e colégios.
“Essa é a base da grande guerra cultural ora em curso… Somos agora dois países. Moralmente, culturalmente, socialmente e teologicamente, somos dois países. Guerras culturais não são algo que leve à coexistência pacífica. Um lado prevalece, ou o outro.
“A verdade é que se os conservadores venceram a Guerra Fria contra o comunismo político e econômico, acabamos por perder a guerra cultural contra o marxismo cultural, que penso ser bem predominante nos Estados Unidos. Ele é agora a cultura dominante. Enquanto isso, aqueles de nós que são tradicionalistas, somos, se podemos falar assim, a contracultura.”
Assim exprime-se Patrick J. Buchanam nas cenas iniciais do novo filme de James Jaeger, Marxismo Cultural: A Corrupção da América. Buchanam é, como sempre, eloquente e esplendidamente patriótico no seu testemunho da atual degenerescência de nosso país. Muitos de nós nascemos antes dos anos 60 e o niilismo chocante daqueles anos corresponde fortemente ao que ele diz. Fomos criados numa terra filosoficamente muito distante da América que nos aflige hoje, e esse fato perturbador é como um peso sobre nossos corações e mentes.
O Colapso Social da América
Nós que fomos criados na América pré-niilista achamos medonhos e deprimentes a maioria dos filmes, obras literárias e programas de TV de hoje em dia. Ficamos horrorizados diante da sexualidade obsessiva das pretensões cinematográficas de Hollywood, de seus casos de amor com anti-heróis e da maneira com que, sem quê nem porquê, satura suas histórias com violência excessiva. Ficamos estarrecidos pelo tanto de mediocridade grosseira e de fealdade surreal que pulsa pelos atalhos comerciais na América moderna sob o rótulo de “a mais inovadora arte de vanguarda”. E ficamos a nos perguntar – o que forjou tamanha decadência, onde antes prevaleciam ideais justos e um sentido heróico da vida?
Há alguma razão por que devamos suportar filmes sobre Ratso Rizzos[1] choraminguentos em vez de impetuosos Rhett Butlers[2] ou valentes Gunga Dins[3]? Por que a corrente social é hoje dominada por miasmas deprimentes em vez do espírito de magnanimidade e de otimismo sem peias dos nossos antepassados? Por que doces venenos como o “crack” e as metanfetaminas invadiram a vida de nossos jovens desavisados, tanto nos guetos quanto nos country clubs? Por que a classe média americana (que antes venerava a própria independência) agora exigem desavergonhadamente mais e mais benesses do governo? Por que em Washington os representantes que elegemos tornaram-se traidores desprezíveis a rastejar pelo lodo de Maquiavel? Por que a vida e o matrimônio, as primeiras fontes da civilização, são tratados de forma tão abjeta por especialistas pseudocientíficos? Por que a esquerda promove tão enfaticamente a androginia em cada programa de TV e a homossexualidade vendida como o “estilo de vida do caubói da Marlboro”? Por que a tradição e a honra são desprezadas pelas elites acadêmicas, que pontificam incessantemente sobre como os princípios morais originais da América eram repressivos?
Há de fato uma razão pela qual esta trágica desintegração do valor da vida americana veio varrer o país no século passado. É chamada “Marxismo Cultural”. Não é a única razão por que nossa cultura esteja ruindo em decadência, mas é talvez a mais importante.
Culturas são vastos mosaicos das aspirações, amores, necessidades e medos humanos tais como foram lidados no contexto de suas épocas, de suas geografias, de suas riquezas naturais e da visão dos seus mais brilhantes pensadores. São muitos os fatores que levam uma cultura tanto em direção à verdade e à liberdade elevada quanto em direção a falácias e à lata de lixo da História. Mas geralmente há um ou dois fatores que se destacam enquanto os demais são secundários. Nesto caso, a razão maior é a deliberada ideologia do “marxismo cultural” que invadiu nossa nação já nos anos 1930.
O que é exatamente essa horrível ideologia que levou nosso modo de vida a tão lamentável resultado, e como ela se originou? É sobre isso que versa o filme de Jaeger, que pinta um fascinante retrato de um grande país que em 80 anos foi levado às ruínas por mentes sinistras e pacientes, tomadas por uma visão de realidade digna do Chapeleiro Louco.
Em 2007, William S. Lind, um brilhante pensador conservador filiado a Free Congress Foundation em Washington, escreveu um artigo intitulado “Quem Roubou Nossa Cultura?”. Ali ele traça o retrato do marxismo cultural, expondo enfaticamente pela primeira vez para os americanos em geral o que o marxismo cultural fez com a América. O artigo foi uma tour de force política e sociológica em razão da excepcional clareza com que Lind explicou os terríveis objetivos dos teóricos do marxismo cultural a partir do fim da Primeira Guerra Mundial na Europa, seguido pela exportação de sua agenda para a América nos anos 1930.
O filme de James Jaeger replica a lucidez e o brilhantismo de Lind, acrescentando-lhes a imagem cinematográfica. Ele oferece aos americanos uma explicação perspicaz sobre por que nossa nação vem cometendo suicídio sob o disfarce da promoção do falso ideal do igualitarismo social.
Os americanos estão sendo idiotizados e reduzidos a uma existência vulgar, com a famosa reversão orwelliana de definições (“Ignorância é Força, Escravidão é Liberdade”) infectando tudo o que fazemos. O filme de Jaeger expõe de forma incontestável essa lamentável destruição da República. A força do filme reside em suas imagens assombrosas e na sua ressonância conceitual. É assim uma ótima ferramenta educativa para informar à população sobre como e por que nós enquanto povo cedemos tão apaticamente à escravidão e decadência. Nossos mais preciosos valores foram virados de ponta-cabeça em razão de uma diabólica orquestração marxista que tomou de assalto nossas escolas, igrejas, filmes, editoras e meios de comunicação, da mesma forma que uma gangrena espalha suas pústulas por toda a perna até alcançar o restante do corpo, onde residem os pulmões e o coração.
O Início do Marxismo Cultural
Tudo começou ao final da Primeira Guerra Mundial. A tese original de Marx, em fins do século XIX, era a de que o capitalismo deveria ser destruído. Ele era tirânico e explorador por natureza. Orientados pelos revolucionários marxistas, os trabalhadores do mundo acabariam por perceber isso e se levantariam em revolta. Surgiria então uma sociedade “coletivista” e “sem classes” em que homens e mulheres não mais trabalhariam para seu lucro pessoal, mas para contribuir com a comunidade, da qual receberiam compensação igual. “De cada um segundo suas habilidades, para cada um segundo suas necessidades” foi o mantra que prometia o início de uma utopia para a Humanidade. Naturalmente, “as necessidades de cada um” era algo a ser decidido pelos organizadores e pensadores superiores da sociedade. Mas os objetivos mais importantes eram o igualitarismo pervasivo exigido pela teoria marxista e a sublevação dos trabalhadores do mundo inteiro a confiscar os fatores de produção, ou seja, toda a propriedade criada pelos capitalistas.
Infelizmente o único país em que esta nova ideologia se tornou dominante foi a Rússia, e somente pelos mais brutais métodos ditatoriais. O marxismo falhou em se espalhar pelo restante da Europa e do mundo. Os esperados apoiadores da revolução, os assim chamados “trabalhadores explorados” dos países capitalistas, permaneceram em sua maior parte indiferentes e recusaram-se a apoiar os revolucionários marxistas.
Foi nessa época, em torno de 1920, que, na Europa, vários intelectuais socialistas passaram a retrabalhar as bases teóricas do marxismo. Naturalmente, eles não poderiam aceitar o fato de que Marx estivesse redondamente enganado na sua visão de mundo. Deveria haver algum outro motivo pelo qual a revolução não tenha ocorrido. Esse motivo foi supostamente descoberto por dois brilhantes teóricos marxistas, Antonio Gramsci na Itália e Georg Lukács na Hungria. A tese era a de que a civilização ocidental, construída a partir da religião judaico-cristã, instilou valores malévolos no Homem – valores como o individualismo, industriosidade pessoal, solidariedade familiar, monogamia, propriedade privada, patriotismo, crença num Deus Criador, etc. Tais valores estão introjetados nos trabalhadores do mundo inteiro, o que os impede de realizar seu verdadeiro destino que é o de se revoltarem e estabelecerem uma sociedade sem classes. Gramsci e Lukács frisaram que a gloriosa revolução socialista seria impossível até que esses valores judaico-cristãos fossem destruídos. Os trabalhadores então se sublevariam e completariam a visão de Marx.
A Escola de Frankfurt
Começou assim o que Gramsci e Lukács denominaram a “grande marcha pelas instituições”. Com essa expressão eles queriam se referir às instituições culturais (escolas, igrejas, filmes, meios de comunicação) e sua ocupação por pensadores e simpatizantes do socialismo. Uma vez tomadas, elas poderiam então disseminar entre o povo os “verdadeiros valores socialistas” e ensinar às novas gerações a empenhar lealdade não a Deus, ao país ou ao individualismo, mas ao Estado e ao coletivismo. A fim de implementar esta nova direção no Marxismo, estabeleceram a Escola de Frankfurt na cidade de Frankfurt, Alemanha, e deram-lhe o inocente nome de Instituto de Pesquisas Sociais.
Esta escola de pensamento cresceu rapidamente entre a esquerda intelectual, atraindo pensadores como Max Horkeimer, Theodor Adorno, Eric Fromm, Wilhelm Reich e Herbert Marcuse, que passaram a advogar sua visão. Todos eles ofereciam diferentes caminhos para promover a meta de Gramsci e Lukács: um novo “marxismo cultural” que substituísse o antigo “marxismo econômico”. Mas todos concordavam basicamente que a ênfase não deveria ser na galvanização dos trabalhadores para a revolta, tal como os revolucionários leninistas haviam se empenhado. A ênfase deveria ser em libertar todos os homens e mulheres da ‘repressão cruel” e dos “valores tirânicos” da civilização judaico-cristã. Para concretizar isso, eles criaram numerosas estratégias para desacreditar e manchar os valores que forjaram e sustentaram o Ocidente por 2.000 anos.
A “Teoria Crítica”, obra de Max Horkeimer, foi a primeira e mais importante dessas estratégias. Sob seus auspícios, toda tradição da vida ocidental deveria ser redefinida como “preconceito” e “perversão”. E essas redefinições deveriam ser instiladas no tecido social através de devastadoras críticas acadêmicas a todos os valores, como a família, o casamento, a propriedade, o individualismo, a fé em Deus, etc. Essas críticas tiveram muito sucesso no período de colapso mundial que se seguiu à Grande Depressão, que trouxe uma imensa desilusão para com a sociedade capitalista tradicional que vinha evoluindo no Ocidente desde a Renascença e a descoberta do Novo Mundo.
As críticas estratégicas logo se expandiram na demarcação dos membros da sociedade em “vítimas” ou em “opressores”. Todos os bem-sucedidos economicamente eram definidos como opressores, e todos os que não tiveram sucesso eram chamados de vítimas. Autoridades religiosas se tornaram “feiticeiros”. Defensores de papéis sociais diferentes para homens e mulheres se tornaram “fascistas”. Chefes de corporações se tornaram “exploradores”. Pais se tornaram “tiranos patriarcais”. Famílias se tornaram “clãs primitivos”. O jorro de críticas era implacável e, de um ponto de vista intelectual, extremamente sofisticado. Acabou assim por hipnotizar as elites eruditas que por sua vez disseminaram o conteúdo fundamental dessas críticas entre a população como um todo.
O Novo Marxismo Chega à América
A ascensão de Hitler nos anos 1930 fez a Escola de Frankfurt mudar temporariamente sua base da Alemanha para os Estados Unidos, estabelecendo-se na Universidade de Colúmbia em Nova Iorque. Ali reuniram uma caterva de coletivistas que em certa altura acabaria por espalhar seus tentáculos por todo o território americano. Após a II Guerra Mundial e a derrota de Hitler a maior parte dos intelectuais da Escola de Frankfurt retornou à Alemanha, mas deixando aqui uma grande facção de simpatizantes que promoveriam suas estratégias nos EUA pelos anos 50 e 60 até os 70. Um dos mais importantes desses simpatizantes era o filósofo Herbert Marcuse, cujo livro Eros e Civilização de 1955 prometia para o homem um novo paraíso na Terra quanto todas as armadilhas do capitalismo e do tradicionalismo tivessem sido extirpadas da sociedade.
O grande trabalho seguinte de Marcuse, A Ideologia da Sociedade Industrial[4], de 1964, levou à revolução hippie da Nova Esquerda dos anos 1960. Os famosos manifestantes do Chicago Seven de 1968 (Tom Hayden, Abbie Hoffman, Jerry Rubin, entre outros), assim como a feminista radical Angela Davis, foram muito influenciados pelos ataques violentos contra o capitalismo americano contidos em A Ideologia da Sociedade Industrial. The Greening of America, do professor de Yale Charles Reich, publicado em 1970, ampliou a revolta da Nova Esquerda. E contribuições letais anteriores como A Personalidade Autoritária (1950) de Theodor Adorno e O Medo à Liberdade (1941) de Eric Fromm continuavam a seduzir os americanos para a crença de que tudo que eles antes tinham como verdade sobre a vida, a moralidade e a justiça estava terrivelmente errado.
Assim, dos acólitos da Escola de Frankfurt proveio uma vasta inundação de trabalhos intelectuais viciosos e destrutivos, que acabariam por permear cada aspecto de nossa cultura e afetar todos os americanos. Bandos de artigos em revistas populares atacaram as tradições da sociedade americana ano após ano de 1935 a 1975. Filmes sutilmente degenerados tais como O Selvagem, Bob & Carol e Ted & Alice, Perdidos na Noite, Easy Rider, etc, invadiram o mundo tradicional dos “certinhos americanos” e apresentou a eles as delícias sedutoras da violência, das drogas psicotrópicas, da troca de casais, do secularismo, materialismo, relativismo e outras novas “libertadoras escolhas de vida”. Proliferaram cursos universitários acerca das “vastas injustiças” do capitalismo e a “desumanidade aristocrática” dos Founding Fathers.
Marcuse alimentou incessantemente a juventude dos anos 60 com diatribes maliciosas: “O Ocidente”, martelava ele, “é culpado de crimes de genocídio contra cada civilização e cultura com a qual se encontrou. A civilização ocidental e americana são os maiores reservatórios do mundo de racismo, sexismo, nativismo, xenofobia, antissemitismo, fascismo e narcisismo. A sociedade americana é opressiva, má, e não merece lealdade”.
George Lukács anunciava para todas as mentes crédulas: “Vejo a revolução e a destruição da sociedade como a única solução. Uma transformação de valores em escala mundial não pode acontecer sem a aniquilação dos velhos valores e a criação de novos”.
Será toda essa “devastação crítica” fruto de uma conspiração? Em certo sentido sim, já que foi tramada nos bastidores, por assim dizer. Foi orquestrada por um grupo pequeno mas ardoroso de revolucionários que viviam no mundo dos pensadores e escritores, o mundo da Torre de Marfim. Mas não foi precisamente (ou realmente) uma “conspiração” porque o termo designa algo secreto e ilegal; e os objetivos revolucionários dos marxistas culturais não eram exatamente secretos. Eles publicavam livros que promoviam abertamente esses objetivos. Ainda assim essas metas destrutivas eram secretas no sentido de que não eram inteiramente divulgadas ao público leitor. Eram essas metas ilegais? Não no sentido legal dos tribunais, mas tais metas eram, sem dúvida, ilícitas no sentido da lei natural criada por Deus e decifrável pela razão. Penso então ser justo afirmar que os advogados do marxismo cultural estivessem engajados uma atividade conspiratória, mas não numa conspiração que pudesse ser levada aos tribunais.
Marxismo Amigável
O resultado de tudo isso é que, dos anos 1920 aos anos 1960, a revolução de Karl Marx foi redesenhada por inteiro e relançada. Como ressalta o filme de Jaeger, os revolucionários da Escola de Frankfurt nos deram um “marxismo amigável” ao invés da versão draconiana do Gulag soviético. Essa nova versão amigável conquistou a juventude intelectual dos anos 60 e virou-lhe os valores de cabeça pra baixo. Tais intelectuais agora controlam e administram nossas escolas, meios de comunicação, cortes de justiça e legislaturas. Os marxistas culturais adotaram a “transvalorização de todos os valores” de Nietzsche, sobre a qual o mundo do Chapeleiro Maluco é instituído. Tudo o que antes era mal é agora uma virtude, enquanto todas as antigas virtudes se tornaram males. Individualismo, autoconfiança, propriedade, lucro, família, casamento tradicional, fidelidade ao cônjuge, força de vontade, honra pessoal, crescer pelo mérito – todos esses pilares integrais da civilização se tornaram males distintivos que nos oprimem enquanto seres humanos. Eles devem ser arrancados de nossa sociedade.
Este era o objetivo da ideologia do marxismo cultural – erradicar os fundamentos da civilização judaico-cristã e a esplêndida Camelot da Liberdade criada na América de 1776 a 1913. O mais terrível é que ela tenha triunfado. Marx não nos enterrou num sentido econômico, como Khrouchtchev se vangloriava de que o faria; mas Marx nos sepultou no sentido cultural como Antonio Gramsci e Georg Lukacs planejaram há mais de 80 anos. O filme de James Jaeger demonstra isso de forma lúcida, ao mesmo tempo fascinante e repugnante.
Poderá ser salva a visão tradicional, americanista, que os Founding Fathers forjaram a partir das obras de Aristóteles, Aquino, Locke e Jefferson? Se isso for possível, uma ferramenta muito valiosa para essa salvação será este filme esclarecedor. É um maravilhoso instrumento a se colocar nas mãos de um adolescente recém ingressado na faculdade, ou para mostrar aos vizinhos apáticos que parecem não entender por que os tempos modernos são tão caóticos. É o tipo de filme que faz mudar pontos de vista. Ele descarrega relâmpagos de discernimento na mente do espectador.
Além de Patrick Buchanan, também marcam presença no filme outros luminares conservadores / libertários da cena sociopolítica americana, como o congressista Ron Paul, G. Edward Griffin, Edwin Vieira e Ted Baehr. Você pode comprar o vídeo em: http://www.CulturalMarxism.org. A Matrixx Entertainment Corp. de James Jaeger, produtora do filme, está há muitos anos empenhada em combater o coletivismo nos Estados Unidos, desafiando os liberais de Hollywood, Washington e Wall Street.
A luta que os patriotas enfrentam agora é imensa. Vencê-la exigirá um esforço hercúleo, e a luta não cabe apenas aos americanos. Todos aqueles, em todo o Ocidente, que amam a liberdade e os valores resplandecentes sobre os quais ela se apóia são inevitavelmente arrastados para este conflito, quer percebam isso ou não. Todos nós estamos diante de um futuro terrível por causa do imenso mal e da falsidade de pensadores passados, como Marx, Lenin, Gramsci e Lukács. A única alternativa à luta contra seus herdeiros é deixar esses destruidores de nossa cultura ganhar por desistência – o que é absolutamente inaceitável.
Marxismo Cultural: O Corrompimento da América é uma flecha poderosa na aljava da liberdade. Ele precisa ser assistido por patriotas em toda parte e depois compartilhado com amigos e vizinhos em todo o nosso círculo de influência. Notas
[*] Nelson Hultberg. “Cultural Marxism: The Corruption of America”. The Daily Bell, 27 de Julho de 2010.
[1] Protagonista do filme “Perdidos na Noite” interpretado por Dustin Hoffmann.
[2] Protagonista de “E O Vento Levou” interpretado por Clark Gable.
[3] Personagem do filme homônimo de George Stevens, interpretado por Sam Jaffe.
[4] Em inglês, One-Dimensional Man: Studies in the Ideology of Advanced Industrial Society.
Por Por Nelson Hultberg Tradução: Felipe Alves | Revisão: Rodrigo Carmo Tradutores de Direita
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu o neurocirurgião e ex-candidato à presidência pelo partido republicano Ben Carson para a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.
“Ben Carson tem uma mente brilhante e é um apaixonado pelo fortalecimento das comunidades e das famílias dentro dessas comunidades”, afirmou o presidente.
“Conversamos sobre a minha agenda para a renovação urbana e a nossa mensagem de revitalização econômica, que inclui grande parte das nossas cidades”, acrescentou.
O neurocirurgião aposentado já tinha insinuado recentemente que poderia assumir este cargo, ao ter aformado que ajudaria a entrentar os problemas que afetam as cidades americanas.
Ben Carson, antigo chefe do serviço de neurocirurgia pediátrina do hospital Johns Hopkins de Baltimore, anunciou sua candidatura às primárias presidenciais do Partido Republicano em maio de 2015, mas deixou a corrida em março de 2016, ocasião em que anunciou seu apoio à Donald Trump.
Uma história de cinema
O neurocirurgião fala abertamente sobre Deus e sua fé, que o teria ajudado a superar várias fases ruins em sua vida. Em seu livro“Gifted Hands”, ele aconselha: “Nunca se torne demasiado grande para Deus. Nunca exclua Deus da sua vida.”
Carson é um homem admirado pela comunidade médica em todo o mundo. Ele ficou conhecido mundialmente por ter sido o primeiro a conseguir separar dois gêmeos siameses que nasceram unidos pela cabeça, teve sua história contada no filme Gifted Hands: The Ben Carson Story (“Mãos Talentosas: A História de Ben Carson”), sendo interpretado por Cuba Gooding Jr. em 2009.
Discurso contra políticas de Obama
Em 2013, o neurocirurgião chamou a atenção dos conservadores durante o Almoço Nacional de Oração, iniciativa anual do Congresso organizada por um grupo cristão conservador, atacou aquilo que reconheceu ser a degradação dos valores morais dos Estados Unidos e discursou contra o programa de saúde de Barack Obama (conhecido como Obamacare).
Redação Consciência Cristã News Com informações do Portal Conservador Imagem:Portal Conservador e Youtube