quinta-feira, 28 de julho de 2016

POR QUE EU DISPENSO O DISPENSACIONALISMO?



Por Antognoni Misael

Um dos assuntos, talvez, menos abordados por uma comunidade seja escatologia -  o estudo das últimas coisas. Contudo, apesar de muitos cristãos não terem um posicionamento convicto quanto a qual corrente escatológica crer, nota-se na maioria destes simplórios uma tendência a serem dispensacionalistas[1], mesmo sem saberem que são.Vamos aos Porquês.

1) Porque uma das maiores propagadoras da corrente escatológica dispensasionalista foi a Bíblia New Scofield, comentada pelo teólogo estadunidense Cyrus Ingerson Scofield. Na segunda metade do século passado esta Bíblia foi muito divulgada no meio protestante e nela continha todo arquétipo dispensacionalista, o qual difundiu a ideia da literalidade das passagens bíblicas-escatológicas e das várias dispensações que a humanidade passa, ou passaria. Para Scofield, as dispensações são “um período durante o qual o homem é testado com relação à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”.

2) Porque o cinema reabasteceu essa crença no dispensacionalismo. Sim, isto devido a Left Behind, o famoso “Deixados Para Trás” o qual deixou muita gente “para trás” mesmo no quesito coerência bíblica (inclusive eu que já fui um dispensacionalista). Estes filmes, resultantes de uma série de livros que vendeu mais de 70 milhões de exemplares publicada em mais de 34 idiomas, narram os últimos dias na terra após o arrebatamento da igreja, conforme doutrina desenvolvida no século XIX pelo ministro anglicano John Nelson Darby.

A doutrina dispensacionalista é recente. Apenas na segunda metade do século XIX John Nelson Darby passou a difundir esta corrente. Isto é, os principais expoentes da teologia reformada, de Agostinho a Spurgeon, oscilaram entre “pré-milenistas”, “pós-milenistas”, e amilenistas, mas não dispensacionalistas!

Veremos aqui alguns pontos da visão dispensacionalista a fim de concluirmos que nada mais coerente do que deixar as dispensações bem para trás:

a) Os dispensacionalistas creem na literalidade das escrituras e rejeitam verdade básicas do Novo Testamento, como por exemplo, a chegada do Reino de Deus. Deste modo as profecias veterotestamentárias que se cumpriram em Cristo são rejeitadas. Veja o que diz Herman Hoyt, um dispensacionalista contemporâneo:
“Este princípio claramente declarado é o de tomar as Escrituras em seu sentido literal e normal, entendendo que isso se aplica a toda Bíblia. Isto significa que o conteúdo histórico da Bíblia deve ser tomado literalmente; a matéria doutrinária deve ser igualmente interpretada desta forma; a informação moral e espiritual também segue este padrão; e o material profético deve ser igualmente entendido desse modo”.
Outro defensor desta corrente, o Pr. Marcos Granconato (recém-conhecido dos internautas e famoso por sua forma dura, e às vezes pitorescas, de defender algumas vertentes da teologia) chegou a dizer em sua rede social que “(...) esse modelo, (...) está livre de montagens artificiais, construídas na base da tradição, da fidelidade confessional cega e da hermenêutica espiritualista”.

Bem, será se a tradição cristã, no que tange a teologia dos principais teólogos reformadores, tem montagens artificiais e fidelidade confessional cega? Vamos as problematizações abaixo.

* Por que Jesus espiritualizou o Reino de Deus? Vejamos como nós, que rejeitamos o dispensacionalismo, pensamos.
Apesar do termo “Reino de Deus” não ser encontrado no Antigo Testamento, o pensamento de que Deus é rei está presente especificamente em Salmos e nos profetas. Ele é visto como rei em Israel (Dt 33.5; Sl 84.3; 145.1) e em toda a terra (Sl 29.10; Sl 47.2; Sl 96.10; 97.1). Portanto, neste quesito os dispensacionalistas ainda aguardam a implantação de um reino literal de Jesus na terra! Isto é, para esta corrente o reino chegado, na pessoa de Jesus, ainda não é o reino prenunciado no Antigo Testamento.
“Se, porém, eu expulso os demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mt 12.28).
Vamos pensar um pouco mais... Por que será que para os dispensacionalistas o reino de Jesus não chegara ainda? Segundo eles, seria porque que Cristo ofereceu tal reino aos judeus de sua época, mas eles rejeitaram, e portanto, a igreja é um parênteses na história que precede o retorno do Filho a terra para finalmente reinar em Israel literalmente com os judeus por um período de Mil anos e só depois disso tudo, partir para o estado eterno.

Você pode estar me perguntando: é sério que eles creem nisso? Sim. Eles conseguem crer assim. 

b) Você acredita na doutrina da depravação total? (...) “que todos se extraviaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) sendo impossível ao homem responder positivamente a Deus, sem que Ele antes opere sobrenaturalmente em cada ser? Se sim, como você conceberia a ideia de Deus passar a história toda testando a obediência do homem? Ora, não seria um contrassenso Deus continuar testado o homem, cujo seu estado natural passa a ser de rebelião contra ele? O homem foi reprovado! Deus não esperava mais nada da humanidade para providenciar a redenção de sua Criação. Em Gn 3.15 Deus faz uma promessa de restauração, sustenta-a e concretiza na Cruz. Esqueçam os testes! Deus conheceu nosso fracasso como humanidade, tanto é que imolou seu filho no madeiro, antes da fundação do mundo (Ap 13.8).

c) Dispensacionalistas crêem que Deus tem dois povos, e não só UM POVO. Veja só, enquanto os dispensacionalistas ainda fazem divisão entre judeus e gentios no que diz respeito aos planos e decretos de Deus, o apóstolo Paulo declara de forma clara “que o muro de divisão que anteriormente dividia judeus e gentios foi removido permanentemente por Cristo” (Ef 2.14-15).No Antigo Testamento Deus já expressara que Seu desejo era que a nação de Israel fosse luzeiro para todas as nações da terra (Gn 12.3) a fim de alcançar todos os povos.
“Anunciai entre as nações a sua Glória e entre todos os povos as suas maravilhas” (Sl 96.3).
E mais, em outras passagens o apóstolo Paulo reafirma que o verdadeiro Israel de Deus salvo não são os de linhagem étnica-racial israelita, mas os que pela fé estão em Cristo.
"Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus". (Gl 6.15-16)
Em outras palavras, o verdadeiro judeu não é aquele que fez a circuncisão da carne, e sim aquele que fez a circuncisão do coração (Rm 2.28-29)

d) Os dispensacionalistas acreditam que haverá um futuro reino milenar. Milênio para os dispensacionalistas seria um período literal de mil anos expressos em Apocalipse 20 e que será inaugurado com o arrebatamento parcial da igreja – parcial, pois os dispensacionalistas acreditam que Cristo vem por etapas - e a prisão de satanás que precederão um longo período de paz, prosperidade e evangelização mundial.

Vejamos os grandes problemas desta interpretação de Apocalipse 20.
* Não faz sentido interpretar os mil anos de Apocalipse 20 como anos literais! Isto porque o livro de Apocalipse não é um livro descritivo, mas em sua grande maioria simbólico. Números são utilizados na Bíblia como significados de perfeição (nº 7), imperfeição (nº6), totalidade (nº 10). Se Mil anos forem literais, então a chave, corrente, o dragão e tudo no texto também deixariam de ser figuras simbólicas e passariam a ser literais.

* “Mil anos” é uma expressão simbólica que demarca um tempo total e incerto entre a primeira vinda de Cristo e o Seu retorno para implantação do reino eterno.

* Satanás não será preso como esperam os dispenscionalistas. Ele já está preso! Como comprovamos isso? A vinda de Cristo ao mundo nos colocou entre uma tensão conhecida pelos teólogos de “já e ainda não”, isto é, Cristo implanta o seu Reino já, mas ainda não, plenamente. Portanto, com a descida do Filho ao mundo satanás foi preso. Mas, o que seria estar preso? Será que o diabo está literalmente acorrentado ou encarcerado em algum cubículo? Claro que não! Prisão de satanás significa dizer que o seu poder foi restringido e a sua atuação não está “mais tão livre” como antes, uma vez que agora a igreja recebera poder contra toda ação maligna.
“Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" [Mateus 16.18]

Mas, onde podemos diagnosticar que satanás realmente foi preso com a vinda de Cristo? Veja:

“Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa” [Marcos 3.27] Nesta parábola fica claro que Jesus está se referindo a satanás no que diz respeito ao valente. O valente foi amarrado!! Aqui, mais do que nunca nós concluímos que não faz sentido algum aquele jargão, muito usado pelos pentecostais, “tá amarrado”. Ora, dizer isso ante uma situação adversa no intuito de amarra satanás é vão. Cristo amarrou-o. Limitou-o.

Outro verso que bíblico que corrobora para esta certeza encontra-se em Colossenses 2.15:“ E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.

A palavra despojar significa desarmar. Imagine um guerreiro que se arma com espada e escudo e avança para matar seu oponente. Agora pense no adversário que arranca a espada e o escudo deste guerreiro. Assim Cristo fez com satanás na Cruz! Ele humilhou-o e reduziu todo o seu “poder de ataque”. Ora, isto não significa que antes Deus não tivesse tamanho domínio, mas significa dizer que agora, através do evento da vinda de Cristo e a sua crucificação Satanás este domínio se dá plenamente ao passo que Deus concede autoridade ao seu povo e expande o seu Reino.

e) O dispensacionalismo crê que quando se iniciar o período de Grande Tribulação, o qual sucede a primeira vinda de Cristo, mesmo sem a pregação do Evangelho na terra e sem a presença intencional do Espírito Santo, alguns crentes nominais que ficaram ainda poderão ser salvos ao não negarem o nome de Jesus e resistirem a marca da besta, por méritos próprios e baseados, talvez, em uma espécie de um senso teológico de “essa é minha última chance”.

Ora, este talvez seja um dos pontos mais difíceis de serem harmonizados com a soteriologia bíblica. Afinal, como ser salvo pela Graça, mediante a fé, sem receber diretamente de Deus este dom?

E aí. Dispensa ou não?

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[1] Dispensacionalismo é uma abordagem teológica da Bíblia que divide a história sacra em várias eras específicas ou dispensações, sendo que em cada uma delas Deus lida com as pessoas de um modo diferente. A última dessas dispensações, dizem eles, será o Reino de mil anos de Cristo sobre a terra durante o milênio. Pré-tribulacionismo é a posição que diz que a Igreja será arrebatada e levada para o céu antes da grande tribulação que precede o milênio. [Anthony Hoekeman]

Texto produzido a partir dos comentários escatológicos de Anthony Hoekeman, Wayne Gruden, William Hendriksen, Hernandes Dias Lopes .

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Fonte: Candiêro Teológico.

Confessionalismo ou Pluralismo?

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A Bíblia declara: "Não há nada novo debaixo do sol" (Ec 1.9). Logo, não há nada tão equivocado como as pessoas pensarem que estamos vivendo hoje algo inteiramente novo. Globalização, Nova Era, Nova Ordem Mundial, são termos utilizados para caracterizar um "novo tempo", entretanto a verdade bíblica permanece. Martyn Lloyd-Jones diz: "Os homens e as mulheres modernos, com toda a sua inteligência, são incapazes de inventar um novo pecado. As piores formas de vícios e males cometidos hoje são encontrados em algum lugar da Bíblia. Nada é novidade debaixo do sol!" A Igreja vive hoje uma grande pressão, interna e externa, no sentido de promover mudanças, a fim de adaptar-se aos "novos tempos". Internamente, os paladinos do "novo" ou os profetas dos "novos paradigmas", acham que a Igreja perderá a sua relevância histórica se, urgentemente, não promover mudanças. Na visão destes, para alcançar a sociedade atual, a Igreja precisa se tornar plural na sua teologia, no seu culto, na sua metodologia e na sua ética. Entretanto, a grande pergunta a ser respondida é: pode uma Igreja ser, ao mesmo tempo, confessional e plural?

Tomemos como exemplo, a Igreja Presbiteriana do Brasil. Na sua vigente Constituição lemos no artigo 1º - "A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição...". Observa-se que a IPB é definida como uma federação de igrejas locais. A federação existe a partir da igreja local. A natureza fundamental desta federação é que ela adota uma única regra de fé e prática - a Bíblia. Adota também um único sistema expositivo de doutrinas ou um conjunto de crenças. Logo, o que une as igrejas locais, formando assim a federação, é a adoção de uma mesma fé. Isto caracteriza a IPB como uma federação confessional. Além de federativa e confessional, a IPB é constitucionalista, isto é, funciona dentro de um estado de direito eclesiástico. Ela se rege por uma Constituição. É por isso que só poderá ser ordenado e instalado no ofício de diácono ou presbítero, quem depois de instruído, aceitar a doutrina, o governo e a disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Sendo a IPB uma igreja federativa, confessional e constitucionalista, jamais poderá ser, simultaneamente, uma igreja plural. Na expressão federação de igrejas locais, já fica implícito um pluralismo regional, pois cada igreja local tem as suas peculiaridades. Contudo, nada que comprometa a identidade da IPB. Entenda-se plural ou pluralismo como um sistema que se baseia na coexistência de comunidades ou grupos diferentes e independentes em matéria de fé e de administração. A IPB, portanto, nega ou perde a sua identidade quando admite no seu seio diversas igrejas que defendem a doutrina, o culto e a ética fundamentalista, pentecostal, liberal etc.

Há, de forma historicamente perceptível, forças que lutam para implantar o pós-denominacionalismo, isto é, o fim das denominações históricas. As estratégias são bem claras: a promoção do ensino teológico interdenominacional, o fim dos seminários confessionais com a criação de cursos teológicos em universidades, a profissionalização do pastorado, a reforma das Constituições Eclesiásticas com o objetivo de promover mudanças teológicas, o incentivo e o financiamento de movimentos que questionam a estrutura das denominações históricas (G-12, por exemplo).

Confessionalismo e Pluralismo são antagônicos. A existência de um anula o outro. A única maneira de uma denominação religiosa ser plural é através da implantação de um sistema totalitário de governo eclesiástico. O melhor exemplo atual é o da Igreja Católica Apostólica Romana. O pluralismo na base (carismáticos, progressistas, ortodoxos etc) é incentivado e monitorado por uma cúpula totalitária. Um papa infalível domina com direitos absolutos. O povo não tem nenhuma voz na igreja. Talvez seja esta a aspiração de alguns que, por ignorância ou por má fé, propõem um golpe no sistema reformado de governo. L. Berkhof destaca: "Um dos princípios fundamentais do governo reformado ou presbiteriano é que o poder ou a autoridade da igreja não reside antes de tudo na assembléia mais geral de alguma igreja, e só secundariamente e por derivação dessa assembléia, confiado ao corpo governante da igreja local; mas, sim, que tem a sua sede original no consistório ou sessão ou conselho da igreja local e por este transferido para as assembleias maiores, como classes ou presbitérios e sínodos ou assembleias gerais".

Concluindo, se nos reportarmos para o contexto da Igreja Primitiva, observaremos que o cristianismo nasceu e cresceu de forma fenomenal dentro de uma "grande ordem mundial", o Império Romano (mundo globalizado). Dentro daquele grande Império, convivia uma sociedade extremamente plural. Não há precedentes históricos para o pluralismo religioso e comportamental daquela época. Jesus Cristo é quem faz esta avaliação (Mt 11.20-24). Entretanto, o segredo do crescimento foi a pregação, a encarnação e a defesa da sã doutrina. Os cristãos não pluralizaram o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, mesmo vivendo sob uma poderosa ordem mundial e numa sociedade radicalmente plural.

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Autor: Rev. Arival Dias Casimiro
Fonte: Resistindo a Secularização, SOCEP 2002. Págs. 48-51.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

AUGUSTUS NICODEMUS E ESPOSA SOFREM ACIDENTE GRAVE





O Rev. Augustus Nicodemus e sua esposa sofreram um grave acidente de carro na tarde desta segunda-feira, 25, durante uma viagem que faziam para a cidade de Santa Maria(RS). O pastor iria pregar no evento da Igreja Presbiteriana de Santa Maria, pastoreada pelo pastor Ronaldo Vasconcelos que é genro do rev. Augustus.




Segundo as primeiras informações, apesar da gravidade do acidente, o Rev. Augustus Nicodemus está bem, teve apenas alguns ferimentos leves, já sua esposa Hendrika Hermina Schalkwijk Lopes teve duas costelas fraturadas e está com alguns ferimentos. O carro que o casal viajava  teve perda total.

Nas redes sociais muitos agradeceram a Deus pelo livramento dado e pela vida do casal de pastores. Nicodemus é pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente da IPB e presidente da Junta de Educacao Teologica da IPB.

O acidente

De acordo com o blog de notícias locais BerimbauNotícias, o acidente aconteceu por volta das 14h30 desta segunda (25), quando um veículo gol, modelo quadrado com placas de Borrazópolis, conduzido pelo senhor Denílson da Silva, voltava de Faxinal. A três quilômetros de Borrazópolis, no trevo da PR-170 que dá saída para Novo Itacolomi, um Classic, veículo do pastor Nicodemus que era conduzido pela sua esposa, cruzou a preferencial, provocando a batida. O impacto foi tão forte, que o Classic tombou na via e ficou com uma das laterais completamente destruída.






Com informações do JM Notícias e Consciência Cristã News


NÃO FOSSE O SENHOR QUE ESTEVE AO NOSSO LADO...
Minha esposa e eu agradecemos de coração as mensagens, telefonemas e especialmente as orações de todos que souberam de nosso acidente. Estamos no hospital de Apucarana, norte do Paraná, onde passaremos mais uma noite. Amanhã de manhã devemos voar para Goiânia, se nosso Deus permitir.
O acidente aconteceu quando estávamos a caminho de Santa Maria, RS, para ver os netinhos e falar num evento organizado pela IPB de Santa Maria, cujo pastor é meu genro Rev. Ronaldo Vasconcelos.
Houve outro carro envolvido. Os ocupantes estão bem. Ainda hoje à tarde falei com o rapaz que estava ao volante e combinei uma visita para a família dele por obreiros da IPB na região. Ele ficou feliz.
A Minka machucou-se bastante. A pancada foi no lado dela, que estava dirigindo na ocasião. A princípio diagnosticaram duas costelas quebradas mas hoje o médico já falou de uma trinca em uma costela. Deus é bom. Eu machuquei a coluna um pouco, mas nada grave. Pequena escoriações pelo corpo.
Ambos os carros ficaram bastante danificados. Perda total com certeza. Foi um grande livramento.
Aqui no Hospital Providência recebemos os cuidados de uma competente equipe de enfermeiras e médicos e o suporte do Rev. João Sobjak, pastor da IPB da cidade. Vários pastores de Maringá e Londrina, da IPB e outras denominações, estiveram conosco para orar e confortar. Graças a Deus por Sua igreja que não tem fronteiras.
Nosso Senhor tem um propósito geral com tudo isso, que é o nosso bem. De que maneira esse acidente nessa data contribui para esse bem, Ele ainda não nos disse. E nem precisa. Confiamos totalmente nele e em Sua sabedoria e amor. Talvez saibamos mais adiante. Se não, nada mudará em nossa disposição de servi-lo até o último momento de nossas vidas.
Domingo passado pela manhã preguei no Salmo 124, na minha querida igreja de Goiânia. Deus me deu a oportunidade ontem de experimentar minha própria mensagem:
"Não fosse o SENHOR, que esteve ao nosso lado ... as águas nos teriam submergido" (Sl 124:2 e 4).
A paz do Senhor a todos os irmãos. Boa noite.

O desafio da juventude cristã brasileira

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Não é preciso grande capacidade intelectual para se observar que o Brasil está longe de ser um “país cristão”. Por mais que muitos hoje se declarem cristãos, há pouca (ou nenhuma) evidência de mudança por aqui. Na verdade, é justamente o contrário. Infelizmente, em nossa nação impera uma forte cultura anticristã. Continuamos sendo um povo imoral, dominado pela lascívia, dado à imoralidade. Em nosso sangue está impregnado o “jeitinho brasileiro”; e em muitos corações tupiniquins Deus é negado veementemente. Penso que o Brasil vive um pouco do que Agostinho relatou no passado:
Aquele nosso inimigo era leão quando se enfurecia abertamente; agora é dragão quando ocultamente arma ciladas.[...] Como a nossos pais era necessária a paciência no combate contra o leão, assim precisamos da vigilância contra o dragão. No entanto, a perseguição, seja do leão, seja do dragão, nunca cessa para a Igreja; e é mais temível quando engana do que quando se enfurece. Naquele tempo queria forçar os cristãos a negarem a Cristo; agora ensina os cristãos a negarem a Cristo; então coagia, agora ensina. Então introduzia violências; agora, insídias. Aparecia então furioso, agora mostra-se insinuante e dificilmente aparenta o erro.” [1]

Assim como na época descrita, as pessoas hoje são ensinadas a negarem a Cristo. Parece que em todas as esferas da sociedade foi criada uma aversão à fé cristã. Por exemplo, nossa política deposita suas esperanças de salvação no Estado, dando a ele a soberania sobre as demais esferas da sociedade, papel esse que deveria ser de Deus.[2] E o mais incrível é que essa insistência cega permanece frente as diversas provas da falibilidade dessa visão, o que evidencia, ainda, um paradoxo estranho: sabemos que boa parte de nossos políticos são corruptos, mas insistimos em esperar que eles resolvam nossos problemas, como se fossem verdadeiros agentes messiânicos.[3] Nossas escolas, por sua vez, parecem mais preocupadas em formar militantes do que indivíduos de boa formação intelectual. E, ao fazerem isso, frequentemente defendem bandeiras que não estão alinhadas com a fé cristã, como a desvalorização do casamento, a ideologia de gênero, a abolição da família, entre outros. 
Outra esfera afetada pela aversão ao cristianismo é a ciência, que  é dominada pelo materialismo filosófico. Este, parte do pressuposto da inexistência de Deus para assim afastar completamente a possibilidade de diálogo entre a “razão” e a fé.[4] Nossa cultura é composta de uma complexa mistura religiosa envolvendo ocultismo, panteísmo e gnosticismo, revelando, na verdade,  uma ausência de identidade que somente encontra sua unidade na rebelião contra Deus e a fé cristã.[5] E, infelizmente, mesmo em algumas igrejas (ou seitas que são chamadas de igrejas), o Cristo é negado. 

Sim, o cenário é caótico e desanimador, mas eu acredito sinceramente que Deus pode mudar essa situação, se Ele assim desejar. Acredito ainda que podemos, pela graça e providência de Deus, ser instrumentos do Soberano para transformar a nossa nação em todas as esferas. E só faremos isso se em todos os aspectos de nossas vidas, nós dermos a primazia ao Eterno; se, de fato, nós vivermos para a honra e glória Dele.

No meu último texto escrevi sobre o que os jovens cristãos podem fazer para enfrentar o ambiente hostil de uma universidade anticristã. Dessa vez, pretendo explorar 5 pontos nos quais os jovens cristãos, em minha opinião, deveriam investir para que tenhamos um futuro mais promissor para o nosso país.

1) Ao invés de ser um “treteiro” de Facebook, procure conhecer e sistematizar a sua fé

Como a grande maioria dos jovens de minha geração, eu me considero uma pessoa conectada. Isso quer dizer que acompanho com frequência as redes sociais, sobretudo oFacebook, a fim de me informar a respeito do que anda acontecendo no Brasil e no mundo.

Não nego a importância da internet em nosso tempo e, por isso, não acredito que devamos negligenciá-la. No entanto, tenho visto uma postura crescente, principalmente em meio aos jovens cristãos, de resumir a fé reformada a “tretas” e “memes”, que mais parecem ter o intuito de chamar atenção do que contribuir de alguma forma para a edificação do reino de Deus. Veja bem, reconheço o poder que um “meme” tem de “viralizar” uma mensagem, mas me preocupo quando ele é o principal meio para que muitos formem suas opiniões. De igual forma, me preocupo com os “debates” virtuais, que muitas vezes são marcados por mera troca de ofensas e pouquíssima argumentação séria. Uma fé baseada em  “memes” e “tretas” do Facebook é uma fé superficial e frágil.

A respeito disso, considere comigo um ponto importante. A forma como vemos e interpretamos a realidade ao nosso redor é baseada em nossos pressupostos. Esses são verdades tão óbvias a ponto de não serem passíveis de questionamento. Ou como Ferreira & Myatt (2007) escrevem:
“Pressupostos são as proposições básicas, tomadas como verdade, sem prova anterior, que formam a base para determinar todas as demais proposições que fazem parte da interpretação de mundo daquela cosmovisão.” [6]

Por exemplo, qualquer pessoa que vá interpretar um texto bíblico considera seus pressupostos ao fazê-lo. Se esses pressupostos não são firmados em boa teologia, há uma chance considerável de má interpretação, principalmente se o contexto e a ideia central do texto forem ignorados. De igual forma, é deveras inocente acreditar que alguém consegue interpretar qualquer coisa nessa vida em posição de total neutralidade.


Ora, se os nossos pressupostos são importantes ao ponto de impactarem fortemente nossas conclusões, é fundamental que os conheçamos bem e estejamos bem firmados neles. Caso contrário, cairemos no problema que Ferreira e Myatt (2007) também destacam:
“...não seria exagero dizer que a maioria das pessoas não tem consciência de seus próprios pressupostos e, por isso, são controladas por ideias que nunca chegaram a entender. O resultado é que as pessoas fundamentam a sua interpretação da vida sobre um alicerce equivocado, sem ter a menor noção de que há algo errado.”[7]

Esse cenário pode ser visto com grande clareza no Brasil em vários temas. Podemos observar, por exemplo, 
crentes socialistasfeminismo evangélicoteologia da libertação e teologia da missão integral e universalismo cada vez mais presentes, em maior ou menor escala, em nossas igrejas, até mesmo nas mais tradicionais, o que mostra um desconhecimento dos pressupostos básicos da fé cristã reformada.

Enfim, precisamos resgatar uma cosmovisão cristã sólida e estarmos bem firmados nela. É fundamental que, ao invés de buscar aprender teologia por meio do Facebook, busquemos estudar com seriedade essas doutrinas fundamentais da fé cristã e da tradição reformada, a fim de que possamos nos proteger dessas heresias. Como nos alerta D.A. Carson, não podemos cair na mentira de que o dogma não importa.
“...é pior que inútil os crentes falarem sobre a importância da moralidade cristã, a não ser sobre os fundamentos da teologia cristã. É mentira dizer que dogma não importa; importa tremendamente. É fatal deixarmos que as pessoas tenham a impressão de que o cristianismo é apenas um modo de sentir; é virtualmente necessário insistir que é primeira e principalmente uma explicação racional do universo. É inútil oferecer o cristianismo como uma aspiração vagamente idealista da natureza simples e consoladora; muito pelo contrário, é uma doutrina dura, firme, exigente e complexa, calcada num realismo drástico e intransigente. É fatal imaginar que todo mundo sabe muito bem o que o cristianismo é e que só precisa de um pouquinho de estímulo para pô-lo em prática. O fato brutal é que neste país cristão nem uma pessoa em cada cem faz a mais nebulosa ideia do que a Igreja ensina sobre Deus, ou o homem, ou a sociedade, ou a pessoa de Jesus Cristo.” [8]

2) Tenha um relacionamento real com Deus


Já falei um pouco sobre isso aqui. Por isso, me limitarei a comentar brevemente um excelente parágrafo do Dr. Lloyd-Jones onde ele aborda a relação entre oração e conhecimento de Deus, que são, a meu ver, os dois pilares de um relacionamento real com Deus.
“A nossa posição fundamental como cristãos é provada pelo caráter da nossa vida de oração. É mais importante que conhecimento e entendimento. Não fiquem imaginando que estou diminuindo a importância do conhecimento. Passo a maior parte da minha vida procurando mostrar a importância de se ter conhecimento e entendimento da verdade. Isso é vitalmente importante. Há só uma coisa mais importante, a oração. Como a teologia é, em última análise, o conhecimento de Deus, quanto mais teologia eu conhecer, mais ela me levará a buscar conhecer a Deus. Não apenas saber algo 'sobre' Ele, mas conhecê-lo! O grande objetivo da salvação é levar-me ao conhecimento de Deus. Posso falar doutamente acerca da regeneração, todavia, que é a vida eterna? É 'que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste' (João 17:3). Se todo o meu conhecimento não me leva à oração, há algo errado nalgum lugar. É o que lhe cabe fazer. O valor do conhecimento é que me dá tal entendimento do valor da oração que eu dedico tempo à oração, e o faço com prazer. Se o conhecimento não produz estes resultados em minha vida, há algo errado e espúrio em torno disso, ou então eu o estou conduzindo erradamente.” [9]

Se, por um lado, acusei acima que nosso conhecimento da fé reformada é muito superficial e deveríamos nos preocupar com isso a ponto de estudarmos (muito!) mais, por outro preciso reiterar que o real conhecimento nos aproxima de Deus e não nos faz cair em uma postura arrogante e altiva. Portanto, se você está descobrindo agora a fé reformada e/ou o calvinismo, não se porte como se você fosse um doutor em todos os assuntos ou como se você tivesse autoridade de juiz para condenar quem pensa diferente de você só porque você leu um punhado de livros. A nossa intelectualidade também pode se transformar em um ídolo. Lembre-se que o verdadeiro conhecimento de Deus te aproxima d'Ele e vem sempre acompanhado de humildade.

3) Vá além do estudo teológico

Francis Schaeffer, no seu clássico livro O Deus que intervém, explica logo no primeiro capítulo como chegamos ao mundo bizarro de hoje. De acordo com ele, mudanças graduais nos levaram ao estágio atual, iniciando-se com a filosofia e atingindo, por fim, a teologia. Ele nos apresenta uma escada, um passo a passo chamado por ele de “linha do desespero”, para mostrar como isso se sucede:
Figura 1: a famosa linha do desespero de Schaeffer. [10]

Você já parou para se perguntar por que as obras de arte da atualidade são horrendas, salvo raras exceções? Ou, por que a música atual tem qualidade, tanto poética quanto harmônica, cada vez menor? Ou, ainda, por que nosso país se torna cada vez mais imoral? Por que a ciência se rebelou contra Deus? Por que a teologia liberal, em todas as suas vertentes, conquistou o coração das massas com tanta facilidade em nossa nação? Tudo isso tem a ver com os pressupostos. Se negarmos, por exemplo, a existência de Deus e fizermos disso um pressuposto, poderemos negar também a existência de absolutos, o que significa que não há mais padrão objetivo para a beleza de uma obra de arte ou música, não há mais um padrão objetivo para julgar a moralidade, a Bíblia e os dogmas centrais da fé cristã perdem a sua força e qualquer um pode crer no deus que bem entender, até mesmo em um deus que vai salvar todo mundo, pois a verdade já não existe mais. 

Penso que uma boa formação cristã precisa abordar todos esses pontos citados por Schaeffer, principalmente a filosofia, e relacioná-los com a teologia. Isso é relevante, tanto para a defesa de nossa fé, quanto para a formação de uma sociedade calcada em uma cosmovisão cristã. Quem sabe se começarmos a investir em nossa cultura hoje, poderemos, no futuro, servir a Deus com boa literatura, boa música, boa poesia, boa política, boa ciência? Não podemos nos omitir em nenhum desses setores.

4) Se preocupe com ação social

A ação social é um valor importantíssimo para os cidadãos e para a igreja. Bem diferente do que diz o marxismo, que faz do Estado o grande benfeitor social, a palavra de Deus nos estimula a termos o protagonismo nessa área, fazendo “o bem a todos, principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10).

Dessa forma, atribuir ao Estado essa função é simplesmente deixar de cumprir uma ordenança bíblica. O descuido nesta área, inclusive, abre ainda mais espaço para o avanço da ideologia marxista, visto que a igreja e os cristãos não tem cumprido o seu papel como deveriam.

Falando sobre como os puritanos viam a ação social, Ryken escreve:
“A ação social puritana era baseada numa teologia do pacto, que requeria das pessoas que buscassem o bem comum da comunidade e que via as boas obras como um ato inevitável de gratidão pela salvação de Deus... A ação social puritana era principalmente voluntária e pessoal, em vez de governamental ou institucional.” [11] (grifo meu)

Os puritanos viam a ação social sob a ótica do que chamavam bem comum. Isso incluía, além da caridade direta, a geração de empregos e a capacitação do mais pobre. Richard Baxter, por exemplo, empreendeu com sucesso um programa para capacitação dos mais pobres ao trabalho têxtil [12] e Richard Stock afirmou:

“Esta é a melhor caridade, aliviar os pobres ao fornecer-lhes trabalho. Beneficia ao doador tê-los a trabalhar; beneficia a comunidade, que não sofre parasitismos, nem nutre qualquer ociosidade; beneficia aos próprios pobres.” [13]

Dessa forma, seja prestando auxílio direto (financeiro ou material), na geração de empregos ou na capacitação dos mais pobres, a ação social é nossa responsabilidade, enquanto indivíduos e enquanto igreja. Não devemos terceirizar isso ao Estado.


5) Seja um exemplo de dedicação e honestidade em seu trabalho

Jovens estão, no geral, ingressando no mercado de trabalho. E é bem provável que enfrentemos situações que nos pressionarão ao erro, ao famoso “jeitinho brasileiro”. O cristão deve ter postura santa também no seu trabalho (e em todas as esferas de sua vida), executando bem a sua função e procedendo com honestidade e honra. Veja o que dizem, respectivamente, Cotton Mather e John Cotton a respeito disso:
“Um cristão deveria ser capaz de prestar boa conta não somente do que é sua ocupação, mas também do que é na sua ocupação. Não é bastante um crente ter uma ocupação; ele deve cuidar de sua ocupação como convém a um crente.” [14] (grifo meu)
“Um homem, portanto, que serve a Deus no serviço aos homens... faz seu trabalho como na presença de Deus, como quem tem uma ocupação celestial em mãos, e, por isso, confortavelmente, sabendo que Deus aprova seu caminho e trabalho.” [15]

Precisamos resgatar essa visão puritana a respeito do trabalho e coloca-la em prática em nossa nação. Ser um funcionário (ou patrão) honesto, honrado e que dá o seu melhor é também uma forma de glorificar e honrar a Deus.


Conclusão

O caminho para uma transformação em nosso país passa, a meu ver, por esses cinco pontos. Há outros, claro, e você pode citá-los nos comentários, se desejar, mas acredito que honrar a Deus nesses cinco seja o grande desafio para nós, jovens cristãos brasileiros. 

Que Ele nos abençoe.
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Referências:
[1] Agostinho de Hipona, apud Ferreira (2016), Contra a idolatria do Estado, p. 125.
[2] Para maiores detalhes ver Dooyeweerd (2014), Estado e Soberania; e Koyzis (2014), Visões & Ilusões Políticas.
[3] Para maiores detalhes ver Garschagen (2015), Pare de acreditar no governo.
[4] Para maiores detalhes ver Dembski e Witt (2012), Design inteligente sem censura
[5] A obra de Ferreira e Myatt (2007), Teologia Sistemática, traz uma boa análise das várias religiões presentes na cultura brasileira.
[6] Ferreira e Myatt, Teologia Sistemática, p. 6, 2007, editora Vida Nova.
[7] Ferreira e Myatt, Teologia Sistemática, p. 7, 2007, editora Vida Nova.
[8] D.A. Carson, Teologia bíblica ou teologia sistemática?, p. 93-94, 2001, editora Vida Nova.
[9] Dr. D.M. Lloyd-Jones, Orando no espírito, p. 10.
[10] Francis Schaeffer, O Deus que intervém, p. 17.
[11] Leland Ryken, Santos no mundo, p. 308.
[12] Para maiores detalhes ver Ryken (2013), Santos no mundo.
[13] Leland Ryken, Santos no mundo, p. 302.
[14] Leland Ryken, Santos no mundo, p. 64.
[15] Leland Ryken, Santos no mundo, p. 66.
***
Autor: Pedro Franco
Divulgação: Bereianos

Mackenzie tem um novo presidente, o Presbítero José Inácio Ramos

A cerimônia de posse do novo presidente e dos diretores executivos do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) aconteceu nesta sexta-feira, 22 de julho, às 18h, nocampus Higienópolis, São Paulo, com a presença de autoridades institucionais, políticas, universitárias e eclesiásticas.
Graduado em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Gestão de Negócios, José Inácio Ramos foi presidente do Conselho Deliberativo do IPM de 2013 a 2016, sendo substituído pelo Conselheiro Hésio Cesar de Souza Maciel.
Na Diretoria Executiva do IPM (DIREX) foram reconduzidos José Paulo Fernandes Júnior, que passa a ser diretor de Finanças e Responsabilidade Social (antigo diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios) e Solano Portela, diretor de Operações da Educação Básica. André Ricardo de Almeida Ribeiro assumiu pela primeira vez como diretor de Estratégia e Negócios e José Francisco Hintze Júnior como diretor de Desenvolvimento Humano e Infraestrutura.
Após as posses dos diretores executivos foi realizado um ato solene de transmissão de cargo de Maurício Melo de Meneses para José Inácio Ramos. Ao discursar, Maurício Meneses elencou as ações de sua gestão, como o aumento de alunos nos colégios, a expansão do Sistema Mackenzie de Ensino, as intervenções no campus visando o bem-estar de todos que o frequentam, a expansão do ensino superior, tanto na graduação quanto na pós-graduação, entre outras. “Tenho plena consciência de que os resultados citados só foram possíveis pela graça e misericórdia de Deus e a consequente capacitação dada pelo Senhor aos seus servos, consubstanciadas no trabalho incessante, bem ajustado e equilibrado de um grande time composto apenas por artilheiros, os quais trabalharam comigo nesses três anos e meio de gestão”, destacou.
Em seu discurso de posse, José Inácio Ramos reiterou seu compromisso em servir a Deus, iniciando um novo tempo e novos desafios. “Minha responsabilidade e de meus diretores só aumenta diante de tão grandes obras feitas pelo meu antecessor. Os protagonistas de nossa gestão serão os colégios, a universidade, as unidades do Rio, de Brasília, com o início das atividades de graduação, de Campinas, os quais terão todo nosso apoio e nossos esforços para que consigam alcançar seus objetivos com sucesso. A DIREX batalhará sempre para dar condições a todos para que tenham um trabalho ótimo, cumprindo o planejamento estratégico elaborado pelo Conselho Deliberativo”.
Finalizando, o novo presidente agradeceu a presença de todos e a Deus pela sua nova missão. “Aprendemos com Ele os princípios e valores que nos regem e daremos à confessionalidade a máxima prioridade em nossa gestão. Temos a certeza de que o Mackenzie não faz parte da história, o Mackenzie é a história”, finalizou.
Fonte: Instituto Mackenzie

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Desfazendo Alguns Discursos Progressistas (Parte 2)

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Uma resposta ao artigo: Dez Coisas Que Você Jamais Poderia Votar a Favor Enquanto Segue a Jesusparte 8 – “Pena de Morte”.

O autor trabalha esse ponto com um grande problema teórico: Busca desenvolver argumentos contra a pena de morte, a partir de uma ética cristã, mas não apresenta nenhum baseado na mesma. Ora, a ética cristã, diferente da secular[1], não é apenas baseada na conduta humana, mas "harmoniza-se com um padrão absoluto, divino[2]". Se a ética cristã é baseada em um padrão divino, a consequência lógica é encontrar esse padrão onde ele foi revelado: As Sagradas Escrituras[3]. Com isso, é claro que, para uma ética cristã coerente, a revelação divina deve ser usada como base e padrão.

Para entender o que a Bíblia diz sobre o tema, analisemos três textos chaves, dois do Antigo Testamento e um do Novo Testamento[4]:
"Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem"- Gênesis 9.6

O versículo diz respeito ao pacto planejado, estabelecido e confirmado por Deus com Noé, que não exigia nenhum ato do mesmo para permanecer firme, pois foi imposto soberanamente pelo Senhor. Esse pacto tem duração eterna[5] e universal, pelo fato de ter sido feito com Noé e seus descendentes[6]. O arco-íris é a maior prova dessas qualidades citadas.


O pacto também é claro: Se o homem tirar a vida de outro homem, ele deverá pagar com sua própria vida, e a justificativa para isso é a de que o homem foi criado à imagem de Deus. A passagem, então, justifica claramente o motivo pelo qual a pena capital é bíblica e legítima: O homem foi criado à imagem de Deus, e isso o torna tão valioso que matar outro ser humano é destruir alguém que porta a imagem de Deus, o criador e doador da vida, e que, portanto, tal ato deve ser pago com a morte.

Tal versículo também nos dá um ensinamento prático: Quando dizemos que a pena de morte não é válida e nem bíblica, negamos a importância da imagem de Deus no homem, e isso só pode demonstrar nossa falta de entendimento em relação à santidade e dignidade de Deus[7], o doador da imagem.

"Não matarás" - Êxodo 20.13

Muitos cristãos sinceros usam esse versículo para ir contra a pena de morte. Ele é um dos dez mandamentos dados por Deus e, como o artigo buscará mostrar, tem duração eterna, então é extremamente necessária uma interpretação correta do mesmo. Antes de entrarmos na interpretação do versículo em si, devemos compreender alguns princípios para se interpretar o decálogo[8].

O primeiro princípio é entender que não devemos apenas interpretar o que está explícito no texto bíblico, mas que as implicitações do mesmo também foram reveladas por Deus e era parte da vontade Dele que as interpretássemos. Muitas doutrinas da teologia ortodoxa cristã não estão totalmente explícitas nas Escrituras, mas são inferidas implicitamente dos textos bíblicos, como a Trindade. O segundo princípio é entender que todo mandamento tem um aspecto positivo e um aspecto negativo: ao mesmo tempo em que proíbe uma ação, incentiva a fazer outra (por exemplo, o oitavo mandamento, "Não roubarás": ao mesmo tempo que proíbe o roubo, incentiva a proteção da propriedade. Esse método hermenêutico, aplicado ao sexto mandamento, proíbe, como veremos, o assassinato, mas, ao mesmo tempo, incentiva a proteção da vida).

O terceiro princípio diz respeito à aplicabilidade universal dos mandamentos. O princípio representado por eles não deve ser efetivado apenas em uma esfera individual, mas é nosso dever buscar com que os outros também o sigam. Por último, Greg Bahnsen[9] nos apresenta um princípio interpretativo com relação ao Novo Testamento: A menos que o Novo Testamento altere ou ab-rogue com clareza[10] uma lei do Antigo Testamento, essa lei continua vigente.

Entendendo esses princípios, nosso dever agora é entender o significado da palavra"matar" no versículo. A palavra hebraica usada neste mandamento não é a palavra usual para "matar" (harag). A palavra usada é o termo específico para "assassinar"(rasah). Uma tradução mais correta seria "não assassinarás". John Frame[11] comenta que essa palavra pode se referir também a:
"matar de forma ilegal ou proibida. Não é empregado com referência à morte de animais nem a causar a morte na guerra. Este fato sugere que a melhor tradução aqui é 'assassinar', não 'matar', que tem uso mais geral. Contudo, o verbo difere do inglês 'assassinar' ('murder') no sentido de que rasah se aplica ao homicídio casual e premeditado".

Com isso, é claro que o mandamento não vai contra a autodefesa e, principalmente, a pena de morte. Muitos podem afirmar que o princípio do versículo não é mais válido hoje, pelo fato dele ter sido escrito enquanto Israel era uma teocracia, e que isso foi ab-rogado na Aliança estabelecida por Cristo, porém essa visão demonstra uma falta de entendimento a respeito da natureza da lei de Deus no Antigo Testamento.


A lei de Deus pode ser distinguida em três formas principais: Cerimoniais ou religiosas, civis e morais. As leis religiosas ou cerimoniais são ordenanças levíticas que buscavam diferenciar o povo de Israel, que servia o verdadeiro Deus, das outras nações pagãs e também apontavam para o Messias prometido, sendo ab-rogadas no Novo Testamento, não havendo mais motivo para a permanência das mesmas, pois eram sombras da obra Messiânica[12]. As leis civis eram as ordenanças judiciais dadas ao povo de Israel e que, por isso, não são mais válidas hoje[13] A lei moral "tem a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando os seus pecados e auxiliando-o a discernir entre o bem e o mal"[14], tendo validade eterna, pois veio de Deus, o Senhor, que não muda[15].

Entretanto, como afirma John Jefferson Davis, "A ab-rogação dos elementos específicos da aliança mosaica (e. g., a circuncisão, as leis alimentícias, o sacrifício de animais), quanto à Igreja do Novo Testamento, não afetam necessariamente os princípios morais e legais dados por meio de Noé"[16]. Isso porque o próprio Jesus disse que não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la[17]. Ron Gleason afirma que:
"Claramente - porque Jesus o disse duas vezes - ele não veio abolir a lei de Deus, mas cumpri-la. Qualquer nuança que você coloque na palavra "cumprir", não pode significar "abolir", visto que Jesus reiterou sua afirmação, dizendo duas vezes que não veio abolir a Lei."[18] 

O mesmo, ao comentar o mandamento em questão, afirma:

"Os cristãos que asseveram proibir o sexto mandamento todo homicídio ou, ainda de modo mais específico,  que de algum modo esse mandamento proíbe a pena de morte, lamentavelmente perderam de vista a tese bíblica. O sexto mandamento de fato proíbe que indivíduos tomem a lei em suas mãos e matem por ódio, lucro, vingança ou por querer ajustar as contas com as próprias mãos por males acaso sofridos. Todavia, o sexto mandamento não proíbe, de modo nenhum, o Estado de levar à justiça os assassinos por meio da pena capital"[19].

Portanto, é claro que o mandamento não proíbe todo e qualquer tipo de morte – e sim o assassinato – e interpretá-lo de outra forma demonstra falta de conhecimento bíblico e ingenuidade interpretativa.

"Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência" - Romanos 13.1-5

A execução da pena, por conseguinte, não deve ser deixada aos juízos pessoais dos seres humanos, ou a sentimentos baseados em vingança, mas Deus cuidou em dar poder a autoridades para aplicá-lo. O texto indica com clareza que o Estado porta a
"espada", e que não é sem motivo: sua autoridade foi dada pelo Senhor, dono da autoridade suprema. No Novo Testamento, o termo "espada" é associado, muitas vezes, a execução e morte[20], e fica claro no texto, portanto, que o termo está se referindo também à pena capital. O próprio Apóstolo Paulo, em Atos 25.11, indica que haviam delitos para os quais a pena de morte era aprovada, e o próprio não oferecia resistência para recebê-la de forma justa.

Muitos cristão na época atual parecem pensar que a separação entre Igreja e Estado quer dizer, ao mesmo tempo, separação entre Deus e Estado. A Bíblia rejeita veementemente essa afirmação, pois Deus é Senhor e governa sobre tudo e todos e, como vimos, é do poder dele que deriva o poder dos magistrados. Como bem fala Ron Gleason, "Deus é soberano sobre todos os Estados, mesmo quando estes tentam se separar dele e de sua autoridade"[21].

Negar a pena de morte, portanto, é ir contra os mandamentos de Deus, diminuir a importância da imagem de Deus no homem e, consequentemente, a dignidade do próprio Deus e invalidar tudo o que o Senhor falou a respeito do poder dos magistrados em sua revelação. Deus abençoe a pena capital! Amém!

__________________
Notas:
[1] Por “ética secular”, pretendo me referir a toda ética que seja distinta da ética cristã.
[2] GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 20
[3] A definição de "Escrituras", no Novo Testamento, é, na maioria das vezes, o conjunto de escritos judaicos dotados de autoridade divina (cf. Mateus 21.42, Mateus 22.29, Atos 17.2) que, na tradição cristã, compõem o Antigo Testamento. Se aos judeus foram confiados os "oráculos de Deus" (Romanos 3.1-2 na versão Almeida Revista e Atualizada) ou "as palavras de Deus" (Romanos 3.1-2 na versão Almeida Corrigida e Fiel), devemos dar crédito ao cânon antigo feito por eles. Em suas cartas, entretanto, o Apóstolo Paulo dá, também, autoridade divina a escritos do Novo Testamento (cf. 1 Timóteo 5.18 com Lucas 10.7) e o Apóstolo Pedro classifica as cartas de Paulo como divinas, ao lado dos escritos do Antigo Testamento (2 Pedro 3.16). Para mais informações a respeito desse tema, conferir “Introdução Bíblica: Como a Bíblia chegou até nós”, de Norman Geisler e William Nix.
[4] É importante partirmos do pressuposto de que há uma linha de continuidade entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, porém esse é um assunto que não é destinado a esse artigo. Para uma introdução, cf. João Calvino, "A Instituição da Religião Cristã", Tomo I, Livro Segundo, caps. X e Xi, p. 406-440.
[5] Gênesis 9.12, 16
[6] Gênesis 9.9-11
[7] João Calvino trabalhará conceitos semelhantes a respeito do conhecimento de Deus e de nós mesmos em suaInstitutas da Religião Cristã, Livro 1, Cap. 1.
[8] Tais princípios podem ser encontrados, de forma resumida, em OLIVEIRA, Lucio Antônio de. Práticas essenciais da Piedade. Uberlândia: Não publicado. 
[9] BAHNSEN, Greg. By This Standard. Tyler, TX.: I.C.E., 1985 in GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 40.
[10] Este, entretanto, é um princípio discutível. Há teólogos bíblicos que dizem ser preciso apenas que se cesse a necessidade de uma lei antiga ou que ela seja substituída tacitamente por outro padrão de conduta, porém esse não é um assunto que o artigo pretende discutir.
[11] FRAME, John. The Doctrine of Christian Life. Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 2008 in GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 56.
[12] Hebreus 10.1-7
[13] É relevante citar a visão teonômica, dividida, principalmente, entre Reconstrucionistas e Covenanters, que defende a validade da lei civil para os dias de hoje. Como a discussão a respeito desse ponto fugiria ao tema principal, para uma boa introdução, cf. Kenneth L. Gentry Jr., "A lei de Deus no mundo moderno".
[14] FERREIRA, Franklin e MYATT, Alan. Teologia Sistemática. São Paulo: Edições Vida Nova, 2007, p. 462.
[15] Malaquias 3.6
[16] DAVIS, John Jefferson. Evangelical Ethics. Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 2003 in GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 45.
[17] Mateus 5.17-20.
[18] GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 43.
[19] GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 57.
[20] Conferir, a título de exemplo, Atos 12.2 e Hebreus 11.34. 
[21] GLEASON, Ron. Vida por vida: a pena de morte no banco dos réus. Brasília, DF: Editora Monergismo. 2014, p. 38.

***
Autor: Nathan Falcuci
Divulgação: Bereianos

sábado, 23 de julho de 2016

PASTORES ANUNCIAM “SABÃO EM PÓ MILAGROSO” NA TV

PARE E PENSE!





Por Jarbas Aragão

Quando surgiu a Reforma Protestante, na Idade Média, seu objetivo era protestar contra as práticas equivocadas da Igreja Católica, incluindo a venda de indulgências e de produtos milagrosos, que na prática não tinham eficácia. Quase 500 anos depois, os pastores neopentecostais, movimento derivado do protestantismo, parecem ter se esquecido disso.

A maioria das igrejas que possuem horários comprados nas emissoras de rádio e TV há anos fazem promessas de benção em troca de ofertas em dinheiro. Também são criativas ao anunciar a distribuição de uma ampla gama de objetos que possuiriam algum tipo de poder espiritual.

Com certa frequência, vídeos com trechos desses anúncios caem na internet e acabam se tornando notícia pelo ineditismo ou pela bizarrice da ideia. Um dos mais recentes é parte do programa “Agenda dos Pastores”, exibido no horário da Igreja Internacional da Graça, do Missionário R. R. Soares.

Apresentado na RedeTV!, o vídeo em questão mostra o anúncio de “um saquinho de sabão em pó milagroso, que limpa que nem Jesus”. A promessa dos pastores é que ele seria ungido e contém “uma benção especial”. Chamado de “sabão do lavandeiro”, ele é comparado a uma passagem bíblica do Velho testamento, que trata do julgamento de Deus sobre a humanidade.

Erroneamente atribuída a Cristo pelo pastor, foi o profeta Malaquias que afirmou: “Quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros” (Ml 3:2).

A maioria dos teólogos que interpretam essa passagem fazem uma correlação com a volta de Cristo, mas o sabão no texto é uma analogia, não se trata de um sabão literal que pode ser usado por quem estiver disposto a pagar.

Na sequência do vídeo, enquanto falam da oferta, os apresentadores mostram testemunhos, como o de uma mulher que pede aos fiéis para irem à sua igreja testemunhar “vários milagres”. Outro recomenda que ninguém entre na “igreja errada para não perder a bênção milagrosa” só disponível na sua.

Assista:


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