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sábado, 27 de abril de 2013

Maioria dos evangélicos não se preocupa com crescimento espiritual dos outros



Pesquisa da Lifeway tenta fazer raio-x do discipulado nas igrejas atualmente.
por Jarbas Aragão

Maioria dos evangélicos não se preocupa com crescimento espiritual dos outrosMaioria dos evangélicos não se preocupa com a espiritualidade dos outros

Quase três em cada quatro fiéis (74%) dizem ter relações significativas com as pessoas que frequentam a mesma igreja, mas menos da metade pretendem ajudar os outros crentes a crescer na fé. Esta é a conclusão de um estudo sobre discipulado divulgado pela LifeWay Research.
O levantamento identifica “Construir Relacionamentos”, como um dos oito atributos do discipulado que estão presentes na vida dos cristãos espiritualmente maduros. Essa pesquisa faz parte de um estudo amplo sobre o que se espera do discipulado nas igrejas evangélicas.
Os resultados revelam uma aparente despreocupação dos fiéis em exercer influência na vida de outros cristãos. Por exemplo, apenas 53% dos entrevistados afirmaram que concordam com a declaração “Eu realmente tento conhecer as novas pessoas que encontro na igreja”.
Além disso, apenas 42% dizem que intencionalmente passam tempo com os outros crentes com o objetivo de ajudá-los a crescer em sua fé. Já 28% reconhecem que não ajudam os outros membros da igreja a crescer.
Scott McConnell, diretor da LifeWay Research, explica que, “Os publicitários sabem que é necessário expor uma pessoa várias vezes à mesma coisa para chamar a atenção delas. Infelizmente, um visitante na igreja acaba precisando voltar de cinco a seis vezes em uma igreja antes que alguém se importe o suficiente para oferecer ajuda”.
A pesquisa confirma que a melhor maneira de se construir relacionamentos na igreja é participar de pequenos grupos de estudo nas casas ou classes bíblicas no templo com poucos alunos.  De acordo com a LifeWay, 33% dos fiéis frequentam as reuniões desse tipo em média quatro vezes por mês. Uma parte menos, 14%, participa duas ou três vezes por mês. Enquanto 12% afirmam comparecer apenas uma vez por mês. Por outro lado, 40% dizem que não frequentam nenhum grupo.
“A Bíblia coloca o bom relacionamento entre os cristãos como um investimento no Reino”, disse McConnell. ”Na verdade, Hebreus 10:24 refere-se à necessidade de os cristãos serem estimulados mutuamente a praticar o amor e as boas obras.” Com informações Urban Christian News.
Fonte:gospelprime

DANIEL:UM HOMEM QUE FEZ DIFERENÇA Parte 2

Parte 2

Por Eli Vieira

2- PORQUE ELE ERA UM HOMEM DE ORAÇÃO
Dn 6.10,11,13; 9.3-19
A palavra hebraica para oração é תפלה que significa pedir, suplicar, que abrange todos os aspectos da invocação. A oração fazia parte da vida de Daniel, sua intimidade com Deus era conhecida por aqueles que não conheciam a Deus. Quando aqueles homens invejosos procuraram atingir Daniel, eles fizeram o rei assinar um decreto que proibia qualquer homem fazer petição a outro deus senão ao imperador Dn 6.4-7. O objetivo deles era atingir Daniel porque eles bem sabiam da integridade e fidelidade de Daniel ao seu Deus.
Daniel quando soube que o decreto tinha sido assinado não se intimidou, não se preocupou com o seu cargo, sua posição no Império Babilônico, mas passou a buscar ao senhor de todo o seu coração, isto é, chegou-se diante de deus com a totalidade do seu ser, com humildade, pois a verdeira oração abrange a pessoa completamente, mas a falsa oração não passa de um estrépido diante da presença de Deus.
Aqueles homens sabiam que a característica que distinguia Daniel dos demais, poderia ser seu ponto vulnerável, isto é, seu firme compromisso com Deus, e assim apelaram ao orgulho e a vaidade do rei Dario afim de acabar com Daniel, pois a oração fazia parte do cotidiano de Daniel, assim como a vida de: Davi (Sl 40.1ss; Sl 142.1ss),  Elias (I Rs 18.36-38), Moisés (Nm 14.13ss), e Jesus que ensinou seus discípulos a orarem (Lc 22.44; Mt 26.41),foram vidas marcadas pela oração.
Os reformadores também foram homens de oração, não obstante as dificuldades enfrentadas. Não foi de forma perfunctória que João Calvino escreveu o maior capítulo das Institutas da Religião Cristã sobre a oração (Inst. III, XX), Para Calvino a "oração é o principal exercício da fé mediante o qual recebemos diariamente os benefícios de Deus". O patriarca do Presbiterianismo John Knox era um homem de oração. A rainha da Escócia temia mais as orações de Knox do que o próprio exército inglês.
Os puritanos foram homens poderosos e fervorosos  diante da presença de Deus. Na Escócia viveu o jovem pastor Robert Murray M`cheyne, que segundo os escoceses este foi o homem que viveu na Escócia que mais se assemelhou a Jesus, não obstante ter morrido jovem com apenas 29 anos, o seu ministério durou apenas seis anos, mas foi muito profícuo. Sua piedade era visível a todos, no domingo de manhã quando ele se dirigia para pregar a igreja, muitos ao olharem para ele, antes dele começar a pregar começavam a chorar. Qual foi o segredo do seu ministério tão abençoado? Foi sua vida de oração, de intimidade com Deus.
A oração é a própria marca dos cristãos ( I Tm 5.5; At 2.42), como disse J. C. Ryle "o habito da oração é uma das características comum aos eleitos de Deus". Nos dias atuais muitos cristão não estão buscando a face do Senhor. Meus queridos nós precisamos de Deus de sua presença, na nassa caminhada no dia a dia. O mundo a nossa volta é desafiador e tenebroso, muitos estão querendo ver a queda do povo de Deus. É preciso despertar enquanto se diz hoje, não deixe para amanhã, busque o senhor hoje, agora para que assim possamos enfrentar os desafios externos e muitas vezes internos, para que não venhamos nos conformar com este mundo.
Meu irmão, minha irmã, você tem sido um homem ou uma mulher de oração? Tem buscado viver em intimidade com Deus? Ou está preocupado com o seu emprego, amigos, bens materiais, etc. Daniel não permitiu que as bênçãos de Deus o afastasse da presença dEle, por isso ele não temeu ser jogado na cova dos leões, porque ele sabia que o nosso Deus é o Deus que age, faz o que quer, quando quer, aonde quer, como quer.Deus respondeu as orações de Daniel.Meu irmão, ore ao Senhor por sua vida, sua família, sua igreja, seus negócios, etc.
A nossa maior necessidade hoje é vivermos na presença de Deus. Se queremos ser diferentes e testemunhas de Cristo nesta Babilônia, precisamos buscar, depender e viver na presença do Senhor na certeza de que ele ouve e responde as nossas orações. Ele está no controle, não se desespere, mas espere no Senhor, pois Ele proverá.


DANIEL: UM HOMEM QUE FEZ DIFERENÇA

Parte 1

Por Eli Vieira

Segundo documentos da igreja , por volta do ano 169 d. C. Policarpo era bispo de Esmirna. Ele era velho ao saber dos horrores que eram praticados contra os cristãos, a mandado de Roma. Ele foi ameaçado  mais não queria retirar-se da cidade. Convencido por seus irmãos refugiou-se em uma fazenda e ali orava. Certo dia , se ausentou, os soldados romanos chegaram e levaram preso dois empregados e, um destes submetido a torturas o denunciou. E assim quando estava em sua casa os soldados romanos  chegaram para prendê-lo. Ele preparou comida e bebida e pediu, para surpresa de todos que o deixassem orar como recompensa. Deram-lhe a permissão e ele orou por duas horas em voz alta. isto deixou todos impressionados, pois como poderia um velho, assim indefeso e tão puro?
Terminada a oração, foi levado para Esmirna para ser sacrificado. No caminho tentaram convencê-lo: ora que mal dizer: "Senhor César" e sacrificar aos deuses como de costume, se assim salvas a tua vida? Ele respondeu não hei de fazer como me aconselhais. O Levaram para o estádio. Na presença do procônsul, foi exortado abandonar  sua fé em Jesus Cristo, que jurasse pelo imperador. Ele respondeu: "faz oitenta e seis anos que sirvo ao Senhor e nenhum  mal me fez, como hei de negar ao Senhor que me salvou".  Em seu diálogo com o juiz, foi ameaçado primeiro com as feras, e depois ser queimado vivo, ele respondeu: "o fogo que o juiz poderia acender demoraria pouco, e se apagaria, mas o castigo do inferno era eterno". Ante  a sua firmeza ele foi condenado a foi condenado a fogueira. No meio ao fogo que começava a devorá-lo, orou agradecendo o privilégio de ser contado entre os mártires por amor a Cristo e por fidelidade ao seu salvador(J. Gonzalez).
Quando olhamos para a vida do profeta Daniel, somos desafiados.Ele foi arrancado da sua terra ainda jovem, perdeu sua família, sua cidade, sua terra, etc. Seu passado foi marcado por dores, mas ao chegar na Babilônia não abandonou a sua fé no Senhor dos Exércitos, não obstante um presente de oportunidades, ele se firmou em Deus, por isso você e eu somos desafiados por Daniel a fazermos diferença nesta atualidade. Como podemos ser diferentes hoje?

1-PORQUE ELE ESTAVA FIRMADO NA PALAVRA (Vivendo firmados na PALAVRA DE DEUS) Dn 6.5. Quando olhamos para história de Judá, depois da morte do rei Josias, o povo passara a viver  como se nunca tivesse ouvido falar de Deus. Eles esqueceram o Avivamento (Reforma feita por Josias), não ouviram os profetas de Deus. Surgiram falsos profetas que confundiram a mente de povo, sacerdotes sem compromisso com o Senhor e sua Palavra, a nação foi invadida pela idolatria, injustiça, etc. Como consequência da decadência espiritual foram levados para o cativeiro (Lamentações de Jeremias). Mas nem todos deixaram de confiar em Deus e sua Palavra, muitos se votaram para Deus em meio ao caos da derrota e deportação para a Babilônio. Veja o exemplo de Daniel. Ele fundamentou a sua vida na Lei do Senhor Dn 6.5,9. Foi com a sua vida firmada na Palavra de Deus que Daniel mesmo no cativeiro fez diferença. Ele poderia ter se conformado ao mundo babilônico, pois Daniel havia sido promovido no grande Império Babilônico entre os sábios (Dn 1.19-21), foi um dos presidentes nomeado por Dario (Dn 6.1.2), não obstante o seu presente de oportunidadesele continuou firmado na Palavra de Deus.
Meus irmãos, quando a igreja da Inglaterra estava no caos espiritual, os puritanos firmaram suas vidas e pregaram só a Palavra de Deus. O escritor J. I. Packer disse: "para os puritanos a Bíblia em seu todo e em suas partes era o pronunciamento de Deus... e servir a Deus significava obedecer a Bíblia"(Entre os Gigantes de Deus). Nesta atualidade muitos não querem firmar suas vida na Palavra, mas querem viver uma vida sem as santas Escrituras.Como cristão não podemos viver assim, mas se queremos fazer diferença hoje, precisamos fundamentar a nossa conduta na Palavra viva e eficaz, porque só na Bíblia nós  encontramos "todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para glória dEle, para salvação, fé e vida do homem..."(Conf. de Fé de Westminster).
Meus irmãos, Deus não quer que você apenas leia ou ensine a Palavra(Bíblia), nós precisamos obedecê-la para sermos diferentes nesta atualidade desafiadora. Nós precisamos evidenciar os ensinamentos da Palavra de Deus em nosso viver. Para que possamos ver vidas transformadas, igrejas mortas avivadas, a nossa nação impactada pelo fogo do espírito, como povo de Deus precisamos viver de conformidade com a Palavra de Deus.
Portanto, não importa quais são os seus dramas, olhe para o exemplo de Daniel, que mesmo em meio as lutas e problemas da vida se firmou em Deus e sua Lei. Eu não sei quais são os seus problemas, mais eu sei que o nosso Deus é maior do que os nossos problemas e se interessa por você. Pare de lutar sozinho, firme-se na Palavra de Deus e viva para honra e glória dEle.

Cemitério de Missionários


Uma análise do não ambiente missionário da grande maioria de nossas igrejas e lares.
Ensaio
João Luiz Santiago
Li há meses o relato de um missionário discorrendo sobre as dificuldades de seu ministério na Ásia. Ele atua num país islâmico que, apesar de não completamente fechado ao evangelho, há muitas desistências de obreiros em face das dificuldades encontradas. A região é considerada, em meios missionários, como “cemitério de obreiros” ou “cemitério de missionários”. Sabe-se também de realidades semelhantes em alguns países da América Latina.
Que interessante isso, denominarmos uma região ou área ministerial como “cemitério de missionários” devido as agruras e dificuldades do trabalho. É assim denominada porque muitos obreiros voltam prematuramente do campo, como que mortificando, assim, sua vocação ministerial missionária naquele lugar.
Realmente, a falta de frutos, perseguições, antipatias variadas, sacrifícios pessoais e familiares, etc. são elementos de desânimo e retorno prematuro do campo.
Motivado por isso, gostaria aqui de fazer uma reflexão a respeito.
Entre os indígenas das selvas amazônicas há uma experiência assemelhada, eu diria. Por exemplo, nossos filhos, em nossa experiência ministerial, e de muitos colegas que atuam entre povos indígenas isolados, deixaram de ter o convívio dos parentes, encontros familiares, datas especiais, etc. Nova língua (aliás, duas em nosso caso), cultura (idem), etc. foram desafios no norte do Brasil para nossa família, com uma diferença: sem os confortos de uma cidade e seus recursos e entreterimentos, mas em duas casas isoladas. Uma totalmente de madeira, fincada, literalmente, no meio da selva (1 hora e 15 min. de voo da cidade sede da Missão!), e a outra de pau-a-pique (feita de madeira, barro e areia) nas frias serras ao lado do Monte Roraima. Naquela, água só do rio ou da chuva e, nesta, do poço. Banho? no rio ou de chubalde…
Privações e vida simples foram comuns para nossa família, assim como o é para muitos missionários entre povos indígenas do Brasil, por exemplo. Obviamente, há também muitas vezes certas animosidades por parte do povo alvo, assim como perseguições variadas em suas sutilezas e metodologias oriundas de ONGs de “defesa dos direitos humanos”, órgãos oficiais e outros interesses bastante fortes como os de garimpeiros, madeireiros, fazendeiros, grileiros, etc.
Infelizmente, eu e minha esposa não pudemos ver de forma mais clara, enquanto no campo, o resultado do trabalho de nossas mãos. Outros colegas colheram e estão colhendo, o que outrora fora semeado, o que nos causa grande alegria. Que maravilha ouvirmos de muitos obreiros atuais que estão batizando aqueles que têm entregado suas vidas a Jesus; eu não tive o privilégio de batizar nenhum dos indígenas com os quais trabalhei por 14 anos. Louvado seja o Senhor!!! Aleluias pelo que tem acontecido atualmente, e já há alguns anos.
Pois é, essa é a realidade; é o ministério missionário entre indígenas amazônicos: sacrifícios, isolamento, perseguições, privações, comidas diferentes, insetos, animais peçonhentos, malária, rios encachoeirados, perigos mil… Tudo isso é parte do dia-a-dia de obreiros nas selvas. É inerente ao ministério, pura e simplesmente.
Mas espere! Na verdade, que sacrifícios são estes comparados aos pioneiros que desbravaram há cinquenta, setenta anos atrás aquelas selvas, se embrenhando por elas? Que sacrifícios são estes comparados ao esvaziamento de Jesus quando veio e habitou entre nós???
A expressão, “cemitério de missionários” é mais uma daquelas expressões que em nada contribui para o reino ou para novos missionários se juntarem à tarefa, seja em que campo de atuação for. Conheci obreiros que trabalharam com povos indígenas e que saíram do trabalho frustrados, tristes, desanimados, etc. e nem por isso há um cemitério de missionários nas selvas amazônicas. Aliás, considerando o ministério entre os indígenas do Brasil, especialmente da região da Amazônia Legal, poderíamos tomar emprestada esta expressão para fazer referência às dificuldades, limitações, sacrifícios e outras muitas palavras que descrevem os contextos ministeriais adversos entre esses povos que ali vivem. Mas isso seria bobagem!
A expressão “cemitério de missionários” para que serve??? Serve apenas para o contraproducente, o repelir novos obreiros; serve apenas para afagar a auto comiseração de muitos obreiros, ou o ego de missionários “Indiana Jones” às avessas. Bobagem!
Os cemitérios de missionários, se é que vamos usar tal expressão sensacionalista, estão muito longe dos campos onde os obreiros atuam, seja em que continente for. Cemitério de missionários são púlpitos estéreis de desafios missionários. São púlpitos covardes que não confrontam os membros da igreja para o envolvimento em missões. Isto sim, poderíamos chamar de cemitério de missionários.
Cemitério de missionários são pais egoístas que não liberam seus filhos e filhas para o serviço de Deus. Cemitério de missionários são pastores pequenos, fracos, covardes que não são capazes de abrir a Palavra e afirmar “… assim diz o Senhor…” sobre a necessidade de mais obreiros transculturais.
Cemitério de missionários são escolas de formação teológica onde a teologia é motivo de afastamento dos futuros formandos dos campos. É sabido, e tristemente atestado, que muitos alunos iniciantes sofrem de um acentuado arrefecimento de sua visão e vocação ministeriais missionárias à medida que avançam em seus estudos teológicos. São alvos (eu diria, vítimas) de professores que atribuem à teologia, ou a carreira ministerial, como ascensão acadêmico-social, um quase “plano de carreira academicista”. Por esta razão muitos egressos dessas escolas nem pensam em sair de um grande ou médio centro para plantação de igreja em regiões necessitadas. Nem mesmo pastorear um grupo menor ou mais afastado. Missões de ponta de lança? Nem pensar em tal coisa!!! São obreiros nati-mortos em termos missionários; isto, sim, é cemitério de missionários.
Que coisa triste, lamentável mesmo pois, quem é a “mãe da teologia” senão a revelação e comunicação de Deus a nós, (missões!) que, justamente, é o objeto da teologia?!
É lamentável também vermos igrejas que têm um potencial enorme para suprirem os campos missionários com seus rapazes e moças, mas que se contam nos dedos, quando muito, os que dali saíram para os “…campos brancos para a ceifa”.
Não é pequeno o número de pastores que não conseguem ver além do reino sectário de sua igreja e ou denominação. Há muitos pastores que conseguem motivar os seus jovens para carreiras profissionais, apoiá-los em seus cursinhos e faculdades, orar por eles ao serem aprovados no vestibular ou quando vão morar em outra cidade, estado ou país distantes. Mas não os motivam à carreira ministerial. Para esta última, há uma série de exigências a serem cumpridas para que tenham a aprovação da liderança. Exigências estas muitas vezes absurdas.
Líderes que agem como se fossem os donos da vocação ou do chamado de Deus para suas ovelhas; que tristeza!
Enquanto tal ocorre muitos jovens são arrefecidos em seu entendimento do serviço a Deus. Muitos nem mesmo ouvem de seus líderes, seja do púlpito ou em conversas pessoais, sobre a necessidade de exposição do evangelho entre os povos ainda não alcançados. Não são despertados para a verdade que o alcance desses povos depende do desprendimento de rapazes e moças que se lancem, depois de bem preparados, ao campo missionário.
E o que dizer de pais que projetam nos filhos seus sonhos frustrados de outrora?! Em consequência disso, só conseguem vislumbrar uma carreira secular promissora para seus filhos. Carreira esta que produzirá ganhos materiais e estabilidade financeira, pois não admitem seus filhos como obreiros do Senhor, missionários onde Deus os quiser conduzir. Muitos até mesmo querem fazer dos seus filhos esteios de sua velhice, onde a segurança futura é depositada no bom sucesso de suas crias.
Que desperdício de juventude, criatividade, vigor, inteligência, etc. se observa quando os pais não admitem que seus filhos sirvam ao Senhor. Muitos consideram isso até mesmo vexatório, humilhante, atestado de incapacidade. “-Meu filho, obreiro do Senhor, missionário??? De forma alguma! Ele será alguém na vida”. é a afirmação, normalmente não verbalizada, mas algumas vezes, sim, de muitos pais.
Quanta marginalização por parte de pais egoístas que não conseguem ser motivadores para que seus filhos encontrem plena realização no serviço do Mestre, na obra missionária.
Sim, há muitos cemitérios de missionários em muitos lares de pais crentes mas que pouco confiam no Senhor para a condução e direção dos seus filhos.
Infelizmente, há dois tipos de pessoas, onde os jovens que desejam servir ao Senhor, encontrarão dificuldades de darem cabo de sua vocação e decisão de servirem no campo missionário: os pastores e os pais. Estes por seus, basicamente, egoísmos e medos de deixarem Deus conduzir seus filhos. Aqueles por terem uma visão medíocre e, não raras vezes, orgulhosa, a tal ponto de se constituírem nos donos da vocação de suas jovens ovelhas.
Precisamos, obviamente, reverter este triste quadro, tanto o pastoral/eclesiástico quando o paterno/familiar. A obra missionária que está diante de nós não comporta pensamentos e atitudes tão pouco visionárias, egoístas e medíocres. A obra missionária a ser feita só poderá, efetivamente, acontecer com nova mão de obra. E esta se encontra, exatamente, dentro de nossos lares e de nossas igrejas.
Ser um engenheiro, médico, advogado, dentista, militar, etc. qualquer um pode ser e desempenhar uma ótima profissão, com testemunho relevante no tecido social onde trabalhará. Mas um obreiro de Deus, um missionário de dedicação exclusiva ao serviço do Senhor, é tarefa apenas para aquele que persistentemente assim decidir e lutar. Que não se conforma com o cemitério que há ao redor de si, em sua igreja e ou lar.
Estes lutarão e insistirão já em sua própria casa e igreja, pois são, geralmente, nesses ambientes onde encontrarão as primeiras e mais fortes contrariedades para prosseguir.
Muitos pastores e pais, em flagrante reflexo de falta de visão e compromisso sério e visionário com Deus, serão os primeiros a tentarem (e muitos o conseguirão) demover suas ovelhas e filhos dessa “loucura” de querer ser missionários.
Nossa família, filhos e nossas ovelhas são instrumentos do Senhor para o alcance dos perdidos sem o conhecimento de Deus. Mas para que nós, pais e pastores, saibamos conduzir tais instrumentos a efetividade ministerial, necessitamos usar mais adequadamente a autoridade que o Senhor nos delegou. Usá-la com visão larga e aberta das necessidades e oportunidades do campo missionário. Usá-la debaixo da dependência do Senhor desses campos e do Seu desejo em alcançá-los. Usá-la de forma menos egoísta e marginal, a fim de que nossas ovelhas e filhos vejam em nós o entendimento de serem eles a resposta de Deus aos campos.
Queridos, precisamos abrir mão dessa potencial mão-de-obra; precisamos dar direcionamento bíblico abalizado a ela; precisamos ser melhores mordomos das ovelhas de nossas igrejas e filhos de nossos lares.
Não podemos ser pás que trabalham com a morte num cemitério de missionários em nossas igrejas e lares.
Que sejamos aqueles que trabalham com a “puericultura missionária”. Aqueles que promovem e asseguram o nascimento e o desenvolvimento de visões saudáveis naqueles que o Senhor nos deu a liderar.
Que O Senhor nos ajude. E Ele assim quer!
Juntos com Jesus, o Missionário por excelência,
João Luiz Santiago
João Luiz, e Denise, sua esposa, são missionários da MEVA.
Trabalharam 14 anos entre os yanomamis e macuxis, no estado de RR.
Atualmente coordena o Dpto. de Missões do SBPV.
Seu filho, João Luiz (Joãozinho), é também missionário da MEVA entre os yanomamis.
Sua filha, Lara Luíza, com seu marido, André, se preparam para a obra.

O Maior Inimigo do Pastor

Dr. David Murray

O maior inimigo do pastor é o orgulho, e ele é especialmente perigoso para jovens pastores (I Tm 3.6).


Causas particulares para o orgulho
Dons Públicos. Como seus dons são exercidos publicamente (ao contrário daqueles que são mais privados e não são vistos nos diversos ministérios), eles tendem a ser mais reconhecidos, admirados e louvados.
Status Oficial. Como muitos do povo de Deus respeitam e honram o ofício do pastor (algumas vezes sem se preocupar com quem o faz), você tende a pensar que é você a quem eles honram e respeitam.
Antropocentrismo. Quando as pessoas são abençoadas sob seu ministério, elas constantemente atribuirão a benção a você, e não a Deus.
Ideias Mundanas de Liderança. Você se vê “no comando de todas essas pessoas”, ao invés de servo delas.
Inexperiência. É típico da Igreja colocar jovens não testados e inexperientes em posições de alta responsabilidade sem passar pela “escola de duras pancadas da humildade”. Talvez sem nunca terem sido liderados, eles nem sabem liderar também.
Entendimento Ruim do Chamado ao Ministério. Paulo não via o ministério pastoral como um prêmio que ele tinha conquistado. Para Paulo, isso era obra da graça, um presente imerecido, assim como a salvação (Ef 3.8).




Billy Graham em sua juventude 

As Consequências Pastorais do Orgulho


Se você cai em orgulho, haverá sérias consequências no seu ministério.
Você começará a depender dos seus dons, em vez de depender de Deus.
Você irá se tornar impaciente com seus irmãos menos dotados do seu ministério ou entre os presbíteros.
Você se tornará negligente e insensível com os costumes e tradições do passado.
Você resistirá à critica pessoal e conselhos maduros.
Você ficará descontente e desestimulado porque “eu mereço mais que essas pessoas!”.
Você se considerará acima dos trabalhos pequenos e corriqueiros da congregação.
Você parará de aprender porque, afinal, já sabe mais do que qualquer um.
Você pode cair na “condenação do diabo” (I Tm 3.6).


A Cura Pessoal do Orgulho

Deixe essas duas frases serem as batidas do coração do seu ministério


1. Eu sou um pecador.
Lembre-se de quem você era (pense nos pecados dos quais você foi liberto)
Lembre-se o que você poderia ser agora (Se Deus não tivesse alcançado você)
Lembre-se de quem você é (desvende seu próprio coração)
Lembre-se de quem você ainda poderia ser (se Deus removesse sua graça contentora)


2. Eu sou um servo
Um servo de Deus (não independente, mas dependente de Deus para liderar, comandar e abençoar)
Um servo do povo de Deus (não seu senhor ou soberano)
Um servo de pecadores (não despreze os não-salvos, mas fique de joelhos por eles)
Um servo dos servos (não concorra com outros pastores, mas sirva-os)
Um servo do Servo (aquele que diz, “Está no meio de vós aquele que serve” e “o servo não é maior que o seu Mestre”).


Traduzido por Rafael Bello | iPródigo | Original aqui


Porque não sou arminiano?


.


Por Pr. Fabiano Antônio Ferreira, D.D.

(Estudo feito no Colégio de Pastores na Obra da Restauração de Tudo [1] - Abril/2003)


O propósito destes dois breves artigos é justificar porque não adoto o sistema teológico que ficou conhecido na história da igreja cristã como arminianismo, nome devido ao seu defensor, Tiago Armínio (1560-1609), em contraposição ao sistema oposto que foi cognominado de calvinismo, em homenagem ao grande reformador francês João Calvino (1509-1564). O presente artigo revelará para o leitor a primeira razão.

O sistema arminiano foi apresentado de forma sistemática à igreja holandesa em 1610, por discípulos de Tiago Armínio, na forma de cinco pontos que sintetizavam os ensinos do professor holandês e alteravam os ensinos dos reformadores, diferenciando deles não apenas em termos de ênfase, mas de conteúdo. Os cinco pontos do arminianismo apresentados na Remonstrance(Representação) são os seguintes: (1) Livre-Arbítrio (ou capacidade humana: o homem, mesmo caído, ainda tem condições de atender por si mesmo ao chamado do evangelho, vindo por seus próprios recursos a arrepender-se e exercer a fé; para os arminianos não existe morte espiritual em termos absolutos; (2) Eleição Condicional (Deus não teria marcado ninguém para salvar-se ou perder-se, mas a eleição antes da fundação do mundo seria baseada na presciência divina, que elegeria aqueles que de antemão previu que iriam arrepender-se e crer, sendo, portanto, o conjunto dos eleitos aberto, sem garantir a segurança de qualquer pessoa antes do encerramento de sua história; (3) Expiação Geral ou Ilimitada (Jesus Cristo não teria morrido por pessoas específicas, mas sim por toda a humanidade, apenas possibilitando a salvação de qualquer pessoa que, dentro da história, creia em sua morte expiatória, embora isso não seja suficiente para garantir-lhe a absoluta segurança, uma vez que a salvação depende da perseverança na fé, e não se sabe com certeza quem irá perseverar até o fim; (4) Graça Resistível (Na concepção arminiana, a graça de Deus pode ser resistida no ato da salvação e, quando o pecador aquiesce a ela, até mesmo depois de "salvo", o homem pode resistir a Deus de modo a vir a perder-se total e finalmente); (5) Insegurança da Salvação (Ninguém pode garantir que os que são verdadeiramente regenerados vão perseverar até o fim, ou seja, uma pessoa que hoje se presume salva, amanhã poderá vir a perder sua salvação). É bom lembrar que, do sistema arminiano formulado pelos remonstrantes, Armínio discordaria do 5o ponto, pois, apesar de toda a sua incapacidade de entender o que os reformadores ensinaram, jamais duvidou da Perseverança dos Santos.

Em 1618, um concílio internacional constituído de 84 renomados eruditos reformados reuniu-se na cidade de Dort, na Holanda, para analisar e responder aos remonstrantes, formulando, em 1619, após sete meses de discussões em 154 seções, os importantes Cânones de Dort, dispostos em cinco capítulos cujos títulos ficaram sendo conhecidos como os Cinco Pontos do Calvinismo, em homenagem ao grande reformador João Calvino. Esses cinco pontos, pois, são a síntese do ensino reformado, não apenas subscrito por João Calvino, mas por todas as confissões de fé históricas e catecismos reformados, a saber, Confissão de Fé dos Países Baixos, Catecismo de Heildelberg, Segunda Confissão Helvética e Confissão de Fé de Westminster, e, como bem ficou demonstrado nos Cânones de Dort, refletem o verdadeiro ensino das Escrituras reafirmado pelos reformadores e negado pelos remonstrantes.

Os Cinco Pontos do Calvinismo são os seguintes: (1) Depravação Total (Os homens não regenerados, após a queda, são totalmente incapazes de escolher o bem quanto a questões espirituais, visto que estão mortos em delitos e pecados, sendo habilitados apenas por um milagre de ressurreição espiritual, que ocorre quando da regeneração, veja Ef 2:1-10); (2) Eleição Incondicional(Deus, antes da fundação do mundo, em seu propósito eterno e soberano, segundo o conselho da sua vontade, em amor elegeu alguns pecadores para a salvação, independente de quaisquer méritos que neles se observassem, nem tampouco previsão de arrependimento e fé, veja Ef 1.3-12; 2Ts 2.13; Jo 6.37, 39, 6.65; At 13.48); (3) Expiação Limitada (Ao enviar seu Filho para ser morto por causa dos pecados dos homens, Deus, na verdade, tinha em mente propiciar o único meio para que seus eleitos pudessem ser salvos, o que lhes garante eterna salvação, enquanto a expiação arminiana é universal e, contudo, não garante a salvação de ninguém em termos absolutos; a melhor demonstração desta verdade foi feita por John Owen no livro Por quem Cristo morreu?, PES, e eu o aconselho a ler a discussão detalhada ali, inclusive as respostas às objeções a este ensino lógico e claro das Escrituras; Mc 10.45; Tt 2.14; Hb 9.28; At 20.28; Ef 5.25; Jo 17.6, 9; Hb 9.12; Ap 5.9); (4) Graça Irresistível (Os eleitos, dentro do tempo, serão chamados por Deus para sair de suas sepulturas espirituais, isto de um modo irresistível, no ato da aplicação da redenção pelo Espírito Santo (regeneração), uma vez que esta redenção eterna foi-lhes conquistada objetivamente por Deus Filho. O apóstolo Paulo diz Rm 8.28-30: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." (Veja também Jo 6.37, 39, 65; Tt 3.3-6; Ef 2.1-10); (5) Perseverança dos Santos (A salvação do eleito é eterna, uma vez que a mesma graça de Deus que os salvou agirá eficazmente em suas vidas, de maneira que não poderão cair total e finalmente, pois justificação, regeneração e adoção são irreversíveis. É verdadeira a afirmação da Escritura que "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1). Veja também Jo 10.28-30: "25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. 30 Eu e o Pai somos um.".

Pois bem, ao analisar o que os reformadores ensinaram fundamentalmente, cujo resumo são os Cinco Pontos do Calvinismo, e constatar a total consistência desses ensinos com as Escrituras, não pude fazer outra opção e o meu pêndulo teológico se inclinou irresistivelmente para o Calvinismo.

No dizer de Paulo Anglada, em Calvinismo - As Antigas Doutrinas da Graça, Editora Os Puritanos, SP, 1996, "As antigas doutrinas da graça são um sistema lógico, coerente e harmonioso. Os assim chamados pontos do calvinismo revelam como é possível a redenção eterna de pessoas pecadoras totalmente depravadas, em conseqüência do pecado original, pelo Deus Triúno: o Pai elege incondicionalmente, o Filho redime objetivamente os eleitos, e o Espírito Santo aplica eficazmente a redenção ao coração daqueles por quem Cristo morreu". Por fim, Anglada diz: "A doutrina calvinista da perseverança dos santos é a conclusão inevitável e bíblica da obra da redenção. O homem, em seu estado natural, está totalmente depravado - isto é, teve suas faculdades espirituais completamente corrompidas, tornando-se inimigo de Deus, morto nos seus delitos e pecados. Deus o Pai movido pelo seu infinito amor escolheu, antes da fundação do mundo, alguns dentre estes para manifestar a sua misericórdia, elegendo-os para ser santos e irrepreensíveis. Vindo a plenitude dos tempos, o Senhor Jesus Se fez carne, cumpriu a lei e morreu na cruz pelos eleitos de Deus, expiando objetivamente a culpa que lhes fora imputada pelo pecado de Adão. Na época própria, aprouve a Deus chamá-los eficazmente, aplicando soberanamente a Sua graça especial para a salvação, independentemente de qualquer mérito da parte deles. Que absurdo imaginar que, depois de tudo isso, o redimido possa apartar-se totalmente da graça de Deus e perder a salvação!"

Assim, como estou convencido de que esses dois sistemas são os dois pólos em que podemos nos situar teologicamente, de modo que não se pode ser lógica, coerente e biblicamente, arminiano e calvinista, ou uma mistura "calviminiana" que contenha uma porcentagem de um e de outro sistema ao mesmo tempo, segue-se que tive de optar entre um e outro. Ou você é arminiano ou você é calvinista, e não uma mistura desses dois sistemas mutuamente exclusivos. Optei, como não poderia deixar de ser, pelo calvinismo, uma vez que ele reflete o sistema ensinado pelos apóstolos e pelo próprio Jesus. Não me envergonho de estar na companhia dos mais nobres santos da história da igreja, como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Bunyan, John Gill, John Owen, George Whitefield, Jonathan Edwards, Spurgeon e outros. Estou em boa companhia, você não acha?

Agora, quando se fala em arminianismo, o sistema da incerteza, da dúvida, do pessimismo, do medo, da insegurança, só quem sofre dos mesmos problemas que seu articulador é que pode abraça-lo. Só pode ser calvinista quem tem fé suficiente para submeter-se à soberania de Deus e pode aceitar o que as Escrituras ensinam claramente, só os eleitos convictos de sua posição é que podem ser calvinistas.

Por séculos, os arminianos conviveram com seu sistema sem leva-lo aos seus extremos lógicos e, por conseguinte, sem revelar de fato a sua verdadeira face. Os cinco pontos que enumeramos são apenas a ponta do iceberg do arminianismo. Você quer saber o que realmente estava escondido no sistema arminiano e que hoje declaradamente está sendo defendido pelos arminianos que ousaram levar o arminianismo aos seus extremos lógicos? Uma frase só:Open theism (Teísmo aberto)! Sabe o que é isto? No próximo artigo eu explico. Esta será a segunda razão porque não sou arminiano. A ponta de seu iceberg já me afastou dele, e o corpo do iceberg, por certo, me manterá definitivamente no outro pólo, no porto seguro do calvinismo, em excelente companhia. Até o próximo número de Pregação Hoje.

2ª Parte

Neste segundo artigo, exponho a segunda razão que me distanciou definitivamente do arminianismo. O fato é que Deus, em todas as épocas, "precisou" de homens que nutriam uma correta perspectiva dele, de si mesmos e de seus semelhantes. Aliás, este é o alvo supremo da vida cristã e a meta da verdadeira espiritualidade. Homens que viam a Deus por uma correta perspectiva teológica, enxergando-o pela ótica da Escritura: um Deus infinito, soberano, onipotente, onisciente, onipresente, que rege o seu mundo criado com sabedoria infinita e que dispõe de meios eficazes de antemão planejados para levar a história ao fim que ele mesmo planejou, agindo sempre segundo o conselho de sua santa vontade.

Homens que se vejam como o grande apóstolo Paulo - e nesta santa fileira podemos colocar Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, Matthew Poole, John Owen, John Gill, C. H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, Gerstner, R. C. Sproul, etc., e quem sabe eu e você, a história dirá -, que se considerava o mínimo entre os santos, o principal dos pecadores, exemplo daqueles que haveriam de crer em Deus, um verdadeiro referencial para os eleitos de Deus contemporâneos seus e seus sucessores. Que também via os homens por uma correta perspectiva espiritual, pela ótica da doutrina acerca do homem revelada na Escritura.

Para o apóstolo Paulo, os homens eram salvos ou não. Os salvos eram os eleitos de Deus, predestinados para filhos de adoção por Jesus Cristo, chamados eficazmente pelo evangelho, ressuscitados de suas sepulturas espirituais pela ação miraculosa do Deus triúno para tomarem assento nos lugares celestiais em Cristo, marcados para entrar na história humana como ovelhas do Pai e do Filho, resgatados pelo sacrifício expiatório, propiciatório e substitutivo do Filho na cruz do Calvário e regenerados pelo Espírito Santo em sua vocação eficaz e irresistível, e selados pelo mesmo Espírito para o dia da redenção. Sua mensagem era: Deus salva pecadores!

Os outros homens, segundo seu evangelho, eram eleitos ou reprovados, o que o motivava a pregar intensamente o evangelho a fim de ser o instrumento de Deus para a descoberta dos eleitos, que Deus soberanamente ia colocando em seu caminho, dentre os quais podemos citar a vendedora de púrpura Lídia e o carcereiro de Filipos.

Paulo era grato a Deus por ser colaborador de Deus e cooperador de Deus em favor da Senhora Eleita, a Igreja. Era humilde, como não poderia deixar de ser, por ter sido escolhido por Deus para fazer um grande serviço no seu reino, que ele sempre esteve consciente de que não era merecedor. Alegre ele dizia: "Mas Deus me escolheu desde o ventre" e em outro lugar, "Ele nos elegeu antes da fundação do mundo".

Diferentemente desta visão salutar da Escritura, ilustrada com um máximo exemplo, o do apóstolo Paulo, está a visão de mundo arminiana.

Até pouco tempo, o arminianismo, desde a sua concepção em contraposição ao calvinismo, conviveu com suas inconsistências lógicas internas, quando foi definitivamente levado aos seus extremos lógicos [2], através de seus proponentes mais aferrados no cenário evangélico canadense e americano, liderados por Clark Pinnock [3] - e já há representantes tupiniquins [4] do arminianismo levado aos seus extremos nesta terra brasili!-, e chegou a ponto de ver Deus com a imagem inversa daquela que é descrita na Escritura, esvaziando todos os seus atributos e criando um "Deus" finito e impotente (ou deus? ou um ídolo?), que nem ao menos sabe o que poderá acontecer no futuro, tendo em vista que há um ser no universo chamado homem, livre, dotado de um "livre-arbítrio", imprevisível, com ações não causadas e que é uma ameaça ao cumprimento de Suas predições na Escritura, por não permitir que Deus preveja nenhuma de suas ações futuras. Na visão arminiana extremada, que é totalmente humanista e antibíblica, assumindo uma postura quase liberal (no sentido acadêmico e histórico do termo), Deus é rebaixado quase à posição do próprio homem caído, ou talvez um pouco abaixo, e o homem sobe a uma estatura quase do Deus da Bíblia. Esta visão, obviamente, não passa de produto da imaginação do homem caído em seu projeto de autonomismo apóstata, inspirado, como não poderia deixar de ser, pelo arqui-inimigo de Deus, que foi o primeiro a desejar essa autonomia rebelde. O autonomismo apóstata só poderia levar à desconstrução [5] da teologia, como já era previsto. De fato, o arminianismo, que enfatiza exageradamente o autonomismo, é a prova mais completa da depravação total do ser humano!

Quando o arminianismo extremado é assumido como visão de mundo e fornece os pressupostos para a análise da Escritura, o homem passa a ocupar o centro das atenções e Deus sai para segundo ou terceiro plano. Os superpoderes que os homens passam a ter são a evidência disso, pois até mesmo os homens não-regenerados que a Bíblia ensina estar mortos em delitos e pecados passam a não mais ser vistos assim, mas são vistos como capazes de ascender aos céus, se quiserem, e até mesmo sair de lá, caso entrem. Isso tudo nada mais é do que aquela antiga heresia que ficou sendo conhecida na história da igreja como pelagianismo [6] ou o seu alomorfe (outra forma), o semi-pelagianismo. De acordo com a visão arminiana, nem Deus pode deter um homem assim tão poderoso, mas tem de ficar sempre de plantão para poder contornar os problemas que o homem cria no universo, que podem até frustrar os seus planos, e forçosamente Ele tem de ficar costurando a história até ver se ele consegue fazer aquilo que antigamente predisse na Escritura, e talvez "impensadamente", por "não saber" do que o homem era capaz. Na visão da Escritura, todos os problemas que os homens causaram e irão causar, sob insinuação do arqui-inimigo de Deus, são conhecidos exaustivamente por Deus e jamais o pegaram ou o pegarão de surpresa, pois Ele é onisciente e sabe para onde a história está indo e jamais perdeu ou perderá o controle de tudo o que acontece no mundo criado, como supõem os arminianos extremados. Mais ainda, a doutrina bíblica da providência divina ensina-nos que tudo está decretado pelo Deus Todo-Poderoso, de modo que não existe algo que ocorra sem ser produto de seu decreto eterno.

Por outro lado, no arraial evangélico, essa visão arminiana constrói os super-pastores, os verdadeiros todo-poderosos que ameaçam tomar o lugar de Deus, que determinam, decretam, chamam à realidade as coisas que não são, abençoam, profetizam prosperidade e etc. Em suma, fazem coisas que antigamente só o Deus da Bíblia podia fazer. Quem sofre mais nisso tudo são as ovelhas fiéis e sinceras que são manipuladas por líderes com esse tipo de orientação arminiana extremada, que oferecem para elas ao invés de eleição e segurança eterna e absoluta, uma posição de candidatas ao reino dos céus, ameaçando-as por qualquer motivo, até os mais frívolos e banais, de perderem sua salvação. O arminianismo é um terrorismo espiritual pior do que o encabeçado por Osama bin Laden! É com tristeza profunda que eu constato e registro esta realidade.

Ao ler a biografia de Armínio e suas obras completas, desconfio de sua insanidade. Desconfio também da insanidade do sistema "teológico" que seus discípulos criaram, uma monstruosidade humanista resultante do autonomismo apóstata, que solapa a salutar visão da Escritura que, realmente, desde que humildemente abraçada, pode produzir instrumentos realmente poderosos nas mãos de Deus. A proposta teológica arminiana prefigurava embrionariamente a desconstrução da genuína teologia bíblica e, forçosamente, não poderia fazer outra coisa. Muito embora seus defensores hoje digam que não apoiam o desconstrucionismo, na prática, porém, eles estão desconstruindo toda a sã doutrina. Deus já se encontra desconstruído em seus atributos e, ao que tudo indica, a própria Trindade não poderá escapar das propostas insanas dos arminianos extremados.

Em contrapartida, para você recuperar o fôlego, a teologia bíblica genuína já invadiu as vidas de muitos pecadores na história e produziu santos na Igreja do Deus vivo, a ponto de um desses santos, Jonathan Edwards, poder soar o alerta em sua congregação, mostrando vividamente os perigos que correm os"Pecadores nas mãos de um Deus irado". (Com ar de zombaria, de repente, os liberais diriam que isso foi um dos "desatinos" do período pré-iluminista!). Ao que me parece, e também creio que a R. C. Sproul, a teologia arminiana e seu parceiro muito chegado, o liberalismo, refletem nada mais nada menos do que a cena de um "Deus (ou deus) nas mãos de pecadores irados!".

Que Deus nos guarde das idéias perniciosas desses pecadores irados, que estão imergindo muitos cristãos sinceros num verdadeiro buraco negro e a fé cristã num lago de areia movediça. Coisas estranhas estão surgindo por aí afora, como o teísmo libertário, a teologia do processo, a teologia da abertura de Deus (que implica num lógico e total esvaziamento da onisciência de Deus, a partir do qual Deus passa a não conhecer o futuro), a emergência veloz de um neo-gnosticismo gospel e a última novidade - digo última por que eu não sou onisciente como os arminianos extremados, graças a Deus, e não sei o que eles estão aprontando ao redor deste mundo - é que eles já estão trabalhando para esvaziar o inferno [7]. Era só o que faltava. Será que eles, no fundo, não estão é com medo de ir para lá? Claro, pelo sistema arminiano extremado, ninguém pode ter certeza absoluta de salvação e de que não vai parar lá. Então, dizem eles agora, vamos construir um túnel "teológico" para resgatar aquelas pobres almas que supõem os adversários que estejam lá (bem baixinho: os calvinistas!) e comecemos a empreitada de diminuir sua temperatura, pois pode ser que paremos lá, ninguém sabe o futuro, nem Deus nem nós! Para os liberais a tarefa foi fácil, bastando desconstruir o inferno e pronto: problema resolvido!

O arminianismo extremado, querido leitor, é, na realidade, a "teologia" da incerteza, da insegurança e da desesperança: um buraco negro de areia movediça. Fortalece o homem e enfraquece ou quase extingue Deus. É antibíblico desde os seus fundamentos e inconsistente com a Escritura. Saiamos de sua região inóspita correndo, aborrecendo até a roupa manchada de suas nódoas miasmáticas e sigamos em direção aos pastos verdejantes da sã doutrina da Escritura, onde ouvimos a voz doce e suave do Bom Pastor, encontramos garantia de vida eterna, como também paz e segurança absolutas por estarmos seguros nas mãos Daquele de quem ninguém pode arrebatar suas ovelhas, porque Ele é maior do que todos e do que tudo. Nas mãos desse Deus verdadeiro, não nas de uma deidade desconstruída por pecadores irados, você pode ser realmente uma bênção!

Reafirmando os ideais da Reforma:

Sola Scriptura
Sola Gratia
Sola Fide
Solus Christue
Soli Deo Gloria
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Notas:

[1] O Colégio dos Pastores na Obra da Restauração de Tudo tem sua sede na Rua Guaiuba, 231, Acari, Rio de Janeiro. Todas as últimas semanas de cada mês, os evangelistas e pastores se reúnem para Estudos Bíblicos e Teológicos Avançados e aulas de línguas, com o objetivo de manter os líderes na Obra da Restauração de Tudo bem informados sobre as principais tendências teológicas no evangelicalismo contemporâneo e para reciclagem e atualização nas disciplinas de Hermenêutica, Exegese do AT e do NT, Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Línguas Originais da Bíblia, Lingüística, Inglês e Língua Portuguesa.

[2] Observe que nem todos os arminianos levam o arminianismo aos seus desdobramentos extremos, ficando com a forma mais branda não extremada do mesmo, não trabalhando suas inconsistências internas. Quando o arminianismo começou a resolver suas inconsistências lógicas internas, ele revestiu a forma extremada defendida por Clark Pinnock e seus confrades arminianos, no livro Grace of God and the Will of Man, que apresenta a verdadeira face do arminianismo.

[3] Caso o leitor queira inteirar-se mais profundamente desses assuntos que abordarei de passagem neste artigo, leia os seguintes livros de Clark Pinnock (autor ou organizador), Grace of God and the Will of Man, The Opennes of God, A Wideness in God's Mercy, Most Moved Mover. Antes, eu o aconselho a vacinar-se com as seguintes respostas dadas a esses escritos arminianos extremados: R. K. Mc Gregor Wright, A Soberania Banida: Redenção para a cultura pós-moderna (Editora Cultura Cristã); Paulo Anglada, Calvinismo: As Antigas Doutrinas da Graça (Editora Puritanos); Os Cânones de Dort (Editora Cultura Cristã); Thomas R. Schreiner e Bruce A. Ware, Still Sovereign: Contemporary Perspectives on Election, Foreknowledge, and Grace; Bruce A. Ware, God's Lesser Glory: The Diminished God of Open Theism. Todas essas obras podem ser adquiridas no site www.amazon.com.

[4] Ouça os 2 CD's de Ricardo Gondim sobre Predestinação e o leitor, após ter lido as obras de Clarck Pinnock citadas na nota anterior, verá que Gondim defende os pontos de vista do "open theism" (teísmo aberto, ou teísmo libertário, ou teologia da abertura de Deus), ainda que de um modo velado e disfarçado, pois não cita as fontes sobre as quais se apóia pesadamente. Contudo, é fácil perceber que os pressupostos nada ortodoxos de Gondim nesses CD's derivam dos teístas libertários, com os quais ele, como arminiano, se simpatiza, além de ser um passo à frente nos rasgos de liberalismo que demonstrou em É Proibido, o que a Bíblia permite e a Igreja proíbe. Mas o leitor deve seguir o seguinte conselho: ouça os CD's de Gondim assentado e bem apoiado, pois neles Gondim consegue a façanha de reverter a história, qualificando como ortodoxos Pelágio, Armínio e os arminianos em geral, até os do teísmo libertário, dos quais ele é um dos representantes no Brasil, e condenando e qualificando como hereges Agostinho, Calvino e todos os reformados que defendem, como diz ele, o predestinismo. Está pasmado? Vá conferir e depois me responda: Será Gondim o alter-ego ("outro eu") de Pinnock ou de Richard Rice no Brasil? O tempo nos dirá. Penso que quem tem visto com tão bons olhos a teologia de Charles Finney, como é o caso de Gondim, só pode usar o Soli Deo Gloria dos reformadores no final de seus artigos como um disfarce. Cuidado, leitor!

[5] Segundo Ricardo Quadros Gouvêa em Fides Reformata 2/1, p. 64: "O desconstrucionismo é uma prática de leitura baseada em uma hermenêutica de suspeita em que o texto é entendido a partir da sua auto-desintegração teórica. A desconstrução implica na subversão, na descentralização de qualquer origem perceptível de discursos autoritativos associados a 'metanarrativas', isto é, macroestruturas teóricas como, por exemplo, sistemas filosóficos e teológicos".

[6] Pelagianismo - a essência do ensino de Pelágio era sua idéia errônea de que o arbítrio, mesmo no estado caído dos homens, era essencialmente livre da corrupção do pecado e possuía a capacidade em si mesmo de escolher e realizar boas obras, conforme R. K. Mc Gregor Wright, A Soberania Banida, p.23. Também, segundo define este mesmo autor à p. 256, "o semipelagianismo foi uma teologia de acomodação surgida no séc. 5, que ensinava que a graça de Deus não era necessária para o livre-arbítrio começar a agir de modo correto."

[7] PINNOCK, Clark H., A Wideness in God's Mercy.

Sobre o autor: é ministro na Obra da Restauração de Tudo e pastoreia a Igreja em Engenheiro Pedreira, no Rio de Janeiro. É bacharel e licenciado em matemática, especialista em línguas originais da Bíblia (hebraico, aramaico e grego), doutor em divindade pela Faculdade de Ciências Filosóficas e Teológicas do Rio de Janeiro, bacharelando em Português-Hebraico pela UFRJ, tradutor de inglês, hebraico e espanhol e faz mestrado em Antigo Testamento no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Leciona Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Hermenêutica, Exegese, Línguas Originais da Bíblia, Língua Portuguesa e Inglês no Colégio dos Pastores na Obra da Restauração de Tudo, no Rio de Janeiro. É 2o. vice-presidente da Academia Evangélica de Letras do Grande Rio.

Fonte: Monergismo 
Via: Presbiterianos Calvinistas
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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pastor nigeriano é preso após abrigar meninas que não queriam aderir ao islã


Ore por um pastor do Estado de Bauchi, preso por abrigar três menores de idade que fugiam de um casamento forçado e, consequentemente, da conversão obrigatória ao islamismo
Nigeria girls.jpg
A Portas Abertas foi informada que o pai de três meninas (de 15, 13 e 10 anos), recentemente, se converteu ao islã. Ele deu o prazo de uma semana para as suas filhas cristãs também aderirem ao islamismo. Além disso, o pai lhes impôs um casamento com muçulmanos.

Antes de o prazo terminar, as três meninas caminharam até a vila que fica no centro da cidade e procuraram refúgio na casa do pastor. De lá, foram levadas para uma casa segura, em um local diferente. O pastor que as recebeu por esse tempo, foi acusado de sequestro e enviado para a prisão. Atualmente, ele está à espera de julgamento.

Islamização e casamento forçado tornaram-se um método comum pelo qual se faz a erradicação do cristianismo no norte da Nigéria. Esse não é o primeiro relatório que chegou ao conhecimento da Portas Abertas.

Uma equipe nossa participou dos processos judiciais e intermediou o apoio legal para o pastor. No entanto, o cristão teme por sua segurança até mesmo dentro da prisão.

Pedidos de oração• Interceda pelas três meninas que, sendo ainda tão jovens, têm enfrentado circunstâncias muito difíceis.  Peça ao Senhor que as conforte e fortaleça.
• Ore pela proteção e a graça de Deus sobre a vida do pastor, que enfrenta graves acusações.
• Apresente a Deus essa situação e peça para que a justiça seja feita. Ore para que a equipe legal tenha a sabedoria necessária para lidar com esse caso.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAna Luíza Vastag

Moisés escreveu o Pentateuco


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por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Não há no Pentateuco uma declaração objetiva de que Moisés tenha escrito o Pentateuco. Todavia, há testemunho suficiente, que apóia a sua autoria. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo Testamento em particular, e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologias tradicionais, conforme já foi observado.

A Teoria Documentária

A Teoria Documentária declara que Moisés nunca foi o autor do Pentateuco, mas que ele foi o resultado de séculos de tradição, em que escribas registraram e compilaram diferentes porções, de autores desconhecidos, e realizaram a formação de um texto final. Devemos considerar algumas implicações da Teoria Documentária em afirmar a formação final do Pentateuco num período pós-exílico (entre 500-400 a.C.), quando a religião de Israel já estava bem desenvolvida.

1. A Teoria Documentária não prova a não autoria de Moisés. Falando francamente, esta teoria nem sequer conseguiu provar a sua própria veracidade científica, para tirar de sobre si o estigma de “teoria” a que está vinculada durante todos esses séculos.

2. Mesmo entre os adeptos desta teoria não há concordância acerca da identificação e classificação dos textos e dos grupos documentais a que eles supostamente pertencem.

3. Aceitar a teoria JEDP anula a credibilidade do Pentateuco. Segundo a Teoria Documentária a história bíblica é forjada. O Dt foi inventado pelos profetas para reforçar a idéia da centralização. O uso do nome de Moisés no Pentateuco, era simplesmente para dar autoridade ao texto, mas ele nada tinha a ver com a composição histórica do mesmo. O documento P, composto para assegurar a aceitação do sistema sacerdotal por parte do povo, fora baseado em lendas e crendices folclóricas. Como observa Stanley A. Ellisen “rejeitar a autoria de Moisés é rejeitar o testemunho universal dos escritores bíblicos e solapar a credibilidade do Pentateuco e do resto da Bíblia. É da autoria de Moisés, e não apenas um ‘mosaico’ de diferentes”.[1]

4. Retira todo o caráter normativo do Pentateuco.[2] Não teria qualquer valor para o povo da época, já que nada acrescentaria ao judaísmo. Se o Pentateuco fosse apenas um produto de uma religião tardiamente desenvolvida, e não o princípio regulador, não faria sentido chamá-lo de “a Lei”. Se ele não foi o princípio regulador para os primeiros leitores, não teria valor algum para os crentes de outras épocas, uma vez que os conceitos humanos mudam e o que não foi normativo para um povo, pode não ser para outro.

5. Invalida o esforço de composição. O relato do Pentateuco é rico em detalhes e informações. Possui informações das origens e desenvolvimento dos povos, em especial do povo de Israel. Os supostos autores teriam se dado a um imenso trabalho de imaginação para simplesmente manter uma ordem que já estava estabelecida.

6. Devemos considerar a ausência de evidências histórica, ou manuscritológicas, de que estes supostos documentos (JEDP) tenham circulado em algum período soltos uns dos outros.[3]

7. Considera o autor mal intencionado. A Teoria Documentária implica que um autor (ou autores), com um sentimento profundamente religioso e com o intuito de conduzir o povo diante de Deus, tenha se rebaixado a abandonar valores que quer ensinar e redigir uma mentira, colocando na boca de Deus, o que Ele não disse, inventando “estórias” e fazendo com que todos a considerassem como verdadeiras!

8. Impossibilidade do sobrenatural no AT. Conseqüentemente a intervenção divina é negada: revelação, inspiração, encarnação, milagres, etc.

9. Negação da revelação especial. A Bíblia torna-se meramente uma referência literária semítica. Um livro antigo como outro qualquer, deixando de ser a auto-revelação proposicional de Deus.

Alguns críticos liberais adeptos da Teoria Documentária questionam não somente a autoria de Moisés, mas inclusive até mesmo a sua historicidade. Acham inconcebível como tamanhos desastres puderam atingir um povo tão desenvolvido e organizado, como eram os egípcios, e ainda assim não existir nenhum registro desses fatos? Respondemos mencionando a contribuição do arqueólogo Alan Millard que declara “os faraós, e isso não é surpresa, não apresentam descrições das derrotas sofridas diante dos seus vassalos ou sucessores. Se os monumentos reais não podem ajudar, os distúrbios vividos pelo Egito com as pragas e a perda da mão-de-obra poderiam ter gerado mudanças administrativas. Como qualquer estado centralizado, o governo do Egito consumia grandes quantidades de papel (papiro), e boa parte da documentação era arquivada para consulta. Mas isso também não ajuda, pois, como já vimos, praticamente todos os documentos pereceram, e a probabilidade de recuperar algum que mencione Moisés ou as atividades dos israelitas no Egito é risível.”[4]

Moisés é reconhecido como o homem erudito na antigüidade bíblica. Nos dias de Moisés o Egito era a maior civilização do mundo, tanto em domínio, construções e conhecimento. Moisés teve a oportunidade de ter sido educado na corte real egípcia, recebendo a instrução de disciplinas acadêmicas que no Egito já eram tão desenvolvidas. Incluindo a arte da escrita, que há muito tempo era usada, de comum uso dos egípcios, inclusive entre os próprios escravos.

Como historiador, soube coletar as informações da rica tradição oral de seu povo. Mas além da tradição oral, Moisés dispôs, enquanto esteve no palácio real egípcio, do seu acervo literário. Era possuidor de um vasto e detalhado conhecimento geográfico. O clima, vegetação, a topografia, o deserto tanto do Egito como do Sinai, e os povos circunvizinhos lhe eram familiares.

O modo como o autor do Pentateuco descreve os eventos e lugares, indica que ele não era palestino. Alguns fatos contribuem para esta conclusão 1) conhecia lugares pelos nomes egípcios, 2)usa uma porcentagem maior de palavras egípcias do qualquer outra parte do AT, 3) as estações e tempo que se mencionam nas narrativas são geralmente egípcias e não palestinas, 4)a flora e a fauna descritas são egípcias, 5)os usos e costumes relatados que o autor conhecia e eram comuns em seus dias.[5]

Moisés como fundador da comunidade de Israel, também exerceu o papel de legislador, educador, juiz, mediador, profeta, libertador, sacerdote, pastor, historiador, entre outros. Possuía vários motivos, segundo as funções que exerceu, para prover ao seu povo alicerces morais concretos e religiosos, e era preciso registrar e distribuir a Lei entre o povo, de modo que ela fosse acessível a todos.

Como escritor teve tempo mais que suficiente. O Êxodo durou quarenta árduos e longos anos de peregrinação pelo deserto do Sinai. Apesar de sua ocupação ativista, este seria um tempo mais do suficiente para que pudesse escrever todo o Pentateuco, e ainda se necessário alfabetizar todo o povo.[6] Ele mesmo reivindicou escrever sob orientação de Deus (Êx 17:14; 34:27; Dt 31:9, 24). Nenhum outro autor da antiguidade foi assim identificado.

O Que se entende por autoria Mosaica? [7]

1. Não significa que Moisés tenha pessoalmente escrito originalmente cada palavra do Pentateuco. Certamente ele lançou mão da “tradição oral”;[8]

2. É possível que ele tenha empregado porções de documentos previamente existentes;

3. Talvez, tenha usado escribas ou amanuenses para escrever;

4. Moisés foi o autor fundamental ou real do Pentateuco;

5. Sob a orientação divina, talvez, tenha havido pequenas adições secundárias posteriores, ou mesmo revisões (Dt 34);

6. Substancial e essencialmente o Pentateuco é obra de Moisés. O Dr Wilson comenta “que o Pentateuco, conforme se encontra, é histórico e data do tempo de Moisés; e que Moisés foi seu autor real, ainda que talvez tenha sido revisado e editado por redatores posteriores, adições essas tão inspiradas e tão verazes como o restante, não existe dúvida.”[9];

7. Todo o Pentateuco possui unidade literária. Pequenas adições e mudanças no Pentateuco podem ser admitidas sem que se negue a unidade literária, e autoria mosaica da obra. Não há nenhuma evidência história ou manuscritológica que vários redatores tenham “costurado” os livros do Pentateuco. Não existe nenhuma evidência que em algum período da história, o Pentateuco tenha circulado como “pedaços” (fontes JEDP), e que algum redator, ou redatores, tenha compilado e dado sua formação final, como propõe a teoria documentária. Os rabinos judeus desconhecem tal coisa.

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Notas:
[1] Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida, 1996), p. 13
[2] O.T. Allis, The Five Books of Moses (New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1964), p. 10
[3] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of the Old Testament(Chicago, Moody Press, 1967), p. 50
[4] Alan Millard, Descobertas dos Tempos Bíblicos (São Paulo, Ed. Vida, 1999), p. 80
[5] G.L. Archer,Jr., Merece Confiança o Antigo Testamento?, pp. 499-507
[6] Martinho Lutero, por exemplo, apesar de possuir uma vida tão atribulada pode escrever (e em alguns casos reescrever) uma verdadeira biblioteca. A obra completa da edição de Weimar possuí um acervo de 100 volumes.
[7] Edward J. Young, Introdução ao Antigo Testamento (São Paulo, Editora Vida Nova, 1963), p. 52
[8] O.T. Allis, The Five Books of Moses, pp. 12-14
[9] Robert D. Wilson, A Scientific Investigation of Old Testament, p.11

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