Gabriel Boric na posse da presidência do Chile. (Foto: Governo do Chile)
A recusa de Gabriel Boric foi considerada um grave incidente diplomático.
O presidente do Chile, que tem sido fortemente crítico de Israel, se recusou a aceitar as credenciais do novo embaixador israelense nesta quinta-feira (12), em um grave incidente diplomático.
O esquerdista Gabriel Boric rejeitou o diplomata israelense Gil Artzyeli alegando que Israel ‘mata crianças em Gaza’. Sua acusação tem relação com a morte de um palestino de 17 anos por militares israelenses, que estavam em confronto com homens armados na Cisjordânia.
Artzyeli estava programado para apresentar suas credenciais a Boric como uma formalidade, mas o governo do Chile o informou que a cerimônia havia sido cancelada por Israel “matar crianças em Gaza”, segundo o portal de notícias israelense Walla.
O embaixador de Israel já havia chegado à residência do presidente para a cerimônia, informou Walla.
O ato de rejeitar o enviado israelense é considerado uma grave violação do protocolo diplomático e ameaça abalar as relações entre Chile e Israel.
Um caso semelhante aconteceu no Brasil, em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff. Na época, a presidente enviou ao governo de Israel sua expressão de desconforto diante da nomeação do ex-chefe de Conselho, Dani Dayan, como embaixador de Israel no Brasil. O motivo seria os laços de Dayan com os assentamentos de judeus na Cisjordânia.
Embora o Ministério das Relações Exteriores do Chile tenha emitido um pedido formal de desculpas, afirmando que a cerimônia foi adiada para outubro, a recusa foi considerada uma afronta sem precedentes.
A comunidade judaica do Chile condenou a recusa como um “grave incidente diplomático”.
O Comitê Judaico Americano disse que Boric deve se desculpar ou assumir os danos irreparáveis aos laços entre Israel e Chile, sua conexão com a comunidade judaica chilena e a reputação internacional do Chile.
Histórico de críticas a Israel
O esquerdista Boric, que assumiu a presidência do Chile no ano passado, tem tido uma relação tensa com os 18.000 judeus do país.
Em 2019, antes de ser presidente, a comunidade lhe enviou um presente de Rosh Hashaná junto com um bilhete, expressando o desejo de uma “sociedade mais inclusiva, respeitosa e mais solidária”.
LA COMUNIDAD JUDÍA EN CHILE ME ENVÍA UN TARRITO DE MIEL POR EL AÑO NUEVO JUDIO, REAFIRMANDO SU COMPROMISO CN “UNA SOCIEDAD MÁS INCLUSIVA, SOLIDARIA Y RESPETUOSA”. AGRADEZCO EL GESTO PERO PODRÍAN PARTIR POR PEDIRLE A ISRAEL QUE DEVUELVA EL TERRITORIO PALESTINO ILEGALMENTE OCUPADO. PIC.TWITTER.COM/RTB1DT8QRP— GABRIEL BORIC FONT (@GABRIELBORIC) OCTOBER 2, 2019
Em resposta, ele disse no Twitter: “Agradeço o gesto, mas eles poderiam sair pedindo a Israel que devolva o território palestino ocupado ilegalmente”.
Boric já havia apoiado um projeto de lei no Congresso Nacional do Chile pedindo um boicote a bens, serviços e produtos dos assentamentos israelenses.
Além disso, Boric chamou Israel de “Estado assassino” em uma reunião com a comunidade judaica durante sua campanha e assinou uma declaração de apoio à causa palestina, em uma reunião com o líder da comunidade palestina, que tem 350.000 membros no Chile.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO TIMES OF ISRAEL
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