segunda-feira, 7 de abril de 2014

SERÁ QUE A PORTA DA FRENTE ESTÁ ABERTA DEMAIS? REFLETINDO SOBRE A ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS NA IGREJA LOCAL


Por Renato Vargens

Ontem em Campinas, o Rev. Hernandes Dias Lopes me contou um história extremamente interessante.

Hernandes me disse que um amigo lhe relatou uma experiência ocorrida com um jovem, filho de  um proeminente mulçumano. 

O moço, contrariando os costumes do Islã teve uma forte experiência com Cristo passando assim a frequentar uma Igreja na cidade do Cairo. Tudo caminhava bem e o rapaz cada vez mais encantado com evangelho resolveu passar pelas águas do batismo. 

Pois bem, ao aproximar-se  do tempo em que deveria fazer a sua profissão de fé, o moço foi inquirido pelo pastor se este considerava-se  apto a morrer por Cristo. O menino, entendendo a seriedade da resposta e ainda com dúvidas, respondeu ao líder da Igreja dizendo que acreditava que não. O pastor então com sabedoria e cuidado lhe disse: "Tudo bem! Não há problema, nós não o batizaremos. Continue frequentando os cultos e daqui a seis meses conversaremos sobre isso novamente." 

Seis meses se passaram e o pastor  perguntou ao moço se ele estava pronto para morrer por Cristo. Desta vez sem titubeios o menino respondeu: Sim! Estou. 

Diante da convicção do rapaz o pastor decidiu batizá-lo. Entretanto, o garoto, incomodado pelo Espírito Santo resolveu contar ao pai sobre a sua decisão de passar pelas águas batismais. 

Aproximando-se do pai ele disse: "Pai, preciso lhe contar uma coisa." O pai lhe respondeu dizendo: "Diga meu filho." "Eu estou frequentando uma igreja e resolvi passar pelas aguas do batismo e gostaria de lhe comunicar isso." O pai, prontamente replicou: "Eu sei disso. Sempre soube e tentei lhe matar algumas vezes por isso colocando veneno na sua comida, mas o seu Deus o livrou. Fique tranquilo! Pode se batizar, o seu Deus é muito  forte."

Caro leitor, a história em questão me fez pensar na "porta de entrada" das nossas igrejas.  Na verdade, não sei se você já se deu conta, mais boa parte das Igrejas evangélicas não possuem nenhum critério para receber como membro de suas comunidades locais aqueles que se achegam aos seus templos.  Isto posto, ouso afirmar que no desejo de que as igrejas estejam lotadas, muitos pastores tem negociado o inegociável batizando os frequentadores de seus cultos sem que estes tenham sido regenerados pelo Espírito Santo. Nessa perspectiva é possível encontrarmos em nossos bancos um número incontável de pessoas que tornaram-se membros sem contudo terem tido uma genuína experiência de conversão.  Ora, bem sei que o critério usado pelo pastor Egipcio não deve ser o mesmo nosso, até porque, o contexto em que eles vivem é absolutamente diferente do contexto brasileiro. Entretanto, apesar disso, creio que a Igreja brasileira precisa estabelecer critérios quanto a quem pode e deve ser um membro de uma igreja local. 

Para nossa tristeza e vergonha eu conheço gente que passou pelas águas batismais desconhecendo a divindade de Cristo. Sei de outras tantas, que tornam-se membros de uma Igreja local, passando portanto, a participarem da mesa do Senhor, sem que acreditassem na morte vigária do Senhor bem como na sua ressurreição. 

Em 19 de junho de 1969, em sermão pregado no Madison Square Garden, em Nova York, o famoso pastor norte-americano Billy Grahan declarou: “O que precisamos nos Estados unidos é nos desfazermos de muita gente que temos na igreja. Creio que poderíamos fazer muito melhor trabalho se fôssemos discípulos dedicados e disciplinados como havia na igreja primitiva. É preciso ter disciplina para levantar uma hora mais cedo para estudar a bíblia. É preciso ter disciplina para desligar a televisão à noite uma hora mais cedo para gastá-la em oração. Julgo ser uma boa coisa o fato de os cristãos se tornarem minoria. Foi assim que a Igreja primitiva virou o mundo de cabeça para baixo. Creio que temos sido numerosos demais. Temos nos estorvado uns aos outros e não temos tido disciplina e dedicação. O que precisamos é de uma minoria dedicada para transformar este país e o mundo.”

Ao fazer esta declaração Billy Grahan o faz num contexto onde a maioria da população norte-americana considerava-se protestante. Isto porque, nos cultos dominicais os templos estavam cheios e repletos de pessoas, as quais religiosamente “prestavam seu culto a Deus.” Hoje no Brasil, a maioria não é evangélica, no entanto, percebe-se a olhos vistos que o número daqueles que se consideram evangélicos é a cada dia mais elevado. Entretanto, sou obrigado a confessar que boa parte destes que freqüentam os nossos cultos não tiveram uma genuína experiência de conversão. Na verdade, tais pessoas, movidas por  uma fé fundamentada no hedonismo, procuram em Deus as bênçãos que tanto necessitam. 

Há pouco soube de uma "artista" que se "converteu", batizando-se numa famosa Igreja no Rio de Janeiro, sem contudo abandonar a vida pregressa. A moça, "agora" crente em Jesus, continuava trabalhando com a divulgação de produtos eróticos e segundo ela não havia nada demais naquilo que fazia.

Pois é, em alguns lugares deste imenso país ser crente virou moda.  Isto posto, pergunto: Será que no Brasil não estamos com “crentes demais”? Será que os escândalos que tem tomado por assalto os nossos arraiais continuariam a acontecer caso as portas dos nossos templos não estivessem tão escancaradas? Será que não chegou o momento de sermos mais criteriosos em receber as pessoas como membros de nossas igrejas? Ora, antes que alguém me interprete de forma equivocada, é preciso afirmar de que não estou defendendo uma Igreja que promova acepção de pessoas. Longe de mim isso! Mesmo porque, bem sei que o evangelho de Cristo não  faz distinção de pessoas. O que na verdade estou defendendo é que a Igreja de Jesus seja mais CRITERIOSA em receber como membros locais pessoas sem que antes tenham sido salvas por Cristo. 

Prezado amigo, tenho a singela impressão que agindo desta forma  alguns problemas poderiam ser evitados, como por exemplo:

  1. A manutenção de uma vida recheada de pecados e escândalos por parte do membro da igreja.
  2. O sincritismo religioso inerente aos nossos dias bem como àqueles que se dizem cristãos.
  3. O cristianismo "mundanizado e secularizado" onde o foco seja exclusivamente a satisfação humana.
Enfim, termino esse artigo reflexivo, pensando num caminho saudável de proteção pra igreja bem como numa forma desprovida de legalismo onde o que importa no final de tudo é a glória de Deus.

Renato Vargens

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