quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O paganismo do evangelicalismo pós-moderno

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Por Thomas Magnun


"O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama." 2 Pedro 2:22

Ao observarmos todo desenvolvimento histórico da igreja cristã, é impossível não nos maravilharmos com o labor de homens e mulheres que dedicaram suas vidas ao Senhor da glória, e a ofereceram como sacrifício vivo ao Senhor. Quando nos debruçamos sobre a história dos mártires da fé e vibramos com o momento da reforma no século XVI, somos constrangidos a defendermos a fé que por herança nos foi dada. Mas, a situação do evangelicalismo moderno é completamente oposta.

No capitulo 2 da Segunda Epístola de Pedro observamos como o Apóstolo abordou o problema da heresia e dos falsos profetas na igreja primitiva. "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade" (2 Pedro 2:1-2). O trecho que chama atenção principalmente por conta do nosso tempo é: "Introduzirão encobertamente heresias de perdição". O cristianismo moderno vive a mais absurda paganização já registrada na história, esse capítulo da segunda Epístola de Pedro nos leva a termos uma profunda certeza da palavra de Salomão: "O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9).

Um evangelho misturado com budismo como o de David Yonggi Cho, ou com o induísmo de Benny Hinn, ou com as religiões afro de Edir Macedo, ou um evangelho psicologizado como o de Joyce Meyer ou o evangelho triunfalista de R.R Soares com suas bases em Kenneth Hagin, que esboçam tudo menos o evangelho da Escritura Sagrada. Claro que ouvimos muito por aí, mas, o Deus é um só, isso é o que importa, no entanto o Apóstolo Paulo não concorda com isso quando diz "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema" (Gálatas 1:8-9). Ele simplesmente está dizendo que qualquer mensagem supostamente vinda de Deus que não é o evangelho da escritura, é amaldiçoado, isso mesmo, amaldiçoado!

Interessante notar que as igrejas evangélicas desprezaram não só a doutrina, mas a história e passaram a deleitarem-se em seus enganos, 2 Pedro 2:13. A riqueza desse mundo e suas cobiças são o alvo, a saúde, a prosperidade financeira, os milagres, as línguas, os dons. A igreja tem buscado tudo isso e soterrado o verdadeiro evangelho "Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3-4). Pedro continua a nos exortar "Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça" (2 Pedro 2:15). A cobiça de Balaão que recebia dinheiro para profetizar contra o povo de Deus, tem sido o retrato dos falsos profetas em toda a história. Trazendo uma mensagem de autoajuda, ou triunfo financeiro, dizendo que viver com Deus é ser rico, ou não sofrer, ou não adoecer, ou não passar por tragédias, no entanto a Bíblia diz "Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo" (2 Pedro 2:17-19).

Técnicas de marketing, técnicas de comunicação institucional, indução psicológica, legalismo, libertinagem, juntamente com uma boa análise ambiental, levam a tais falsários do evangelho a terem todo um cronograma de alcance do público alvo, estudando as estratégias, as metas e objetivos a serem alcançados com o estilo de reunião, e apontamentos das principais necessidades dos seus clientes. Ao fazermos um rápido estudo das escolas de comunicação de massa, identificaremos tais manipulações, o uso das mídias digitais, os testemunhos de sucesso financeiro e familiar, as reuniões com fins puramente empresariais e muitas outras coisas que identificamos com um rápido olhar. O paganismo moderno está nas igrejas evangélicas, com suas superstições. Campanhas com rosas, sal grosso, óleo ungido, culto da unção, a judaização de muitas denominações evangélicas históricas, são características desse mar de heresias.

"Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama." 2 Pedro 2:20-22.

Ao desprezar os princípios da reforma, ao blasfemarem do Santo Evangelho de Cristo, blasfemam do que não entendem e perecem na sua corrupção. Ao estarem presos nas redes do pós-modernismo com sua relativização e pluralização levam muitos ao erro. A Santa Escritura nos adverte "E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela" (Apocalipse 18:2-5). A Babilônia simboliza a falsa religião e tudo que ela acarreta, destruição. Há alguns anos quando evangelizávamos alguém podíamos dizer procure uma igreja perto da sua casa, hoje isso não ocorre mais. Esteja em uma igreja saudável, com uma teologia reformada, que preze pela suficiência da Escritura.

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- Sobre o autor: Thomas Magnum é Batista reformado (calvinista), Amante da escritura sagrada, leitor apaixonado da literatura reformada calvinista, graduando em jornalismo, mora em Recife e é casado com Kelly Gleyssy.

Divulgação: Bereianos

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