sábado, 7 de março de 2020

“Sem Jesus, eu não seria quem sou”, diz campeão de boxe Evander Holyfield



Holyfield destacou que tem que buscado encorajar homens para que sejam cada vez mais dispostos e compartilhar sua fé em Jesus.



Evander Holyfield é tetracampeão mundial de boxe. (Foto: Esther Lin / Showtime)

Mencione o nome Evander Holyfield e as primeiras coisas que podem vir à mente da maioria das pessoas são: campeão de boxe, o incidente com Mike Tyson ou talvez até manchetes de tabloides que noticiaram a vida pessoal do tetracampeão mundial de boxe dos pesos pesados.

 No entanto, há muito mais do que parece quando se trata de Evander Holyfield. 

Nascido em Atmore, Alabama, Holyfield – também apelidado de “The Warrior” (“O Guerreiro”) – superou muitos obstáculos em sua vida, motivo pelo qual ele dá toda a glória a Deus.Quando o site americano ‘Christian Headlines’ perguntou a ele por que ele decidiu ser tão sincero sobre sua fé, Holyfield não precisou pensar duas vezes. 

Ele respondeu: “Porque sem Jesus, eu não seria quem eu sou”. 

Holyfield explicou que sua mãe e avó o criaram com muito amor e sempre o incentivando a invocar o nome de Jesus. “Elas [avó e mãe] ficavam me lembrando: ‘você precisa pedir a Jesus para ajudá-lo'”, contou. 

Sua fé em Deus e uma família que demonstrou o exemplo de confiar em Jesus estabeleceram o fundamento de sua vida que lhe permitiu não apenas superar obstáculos e adversidades, mas também permanecer positivo. 

Não importa quais obstáculos ele tenha encontrado – nem mesmo suas dez derrotas a que ele se refere como “contratempos” – Holyfield insiste que ele tentou permanecer positivo porque Deus deveria se refletir em suas ações. Ele disse: “Tenho um propósito de testemunhar de Deus e preciso fazer isso da melhor maneira possível.”

 Ao longo dos anos, Holyfield compartilhou como sua fé em Jesus Cristo nunca falhou com ele. Ele deseja compartilhar esta mensagem com outros homens para incentivá-los a serem sinceros sobre sua fé também. Para isso, ele está trabalhando em um ministério evangélico chamado “Promise Keepers”, criado para para que homens se encorajem mutuamente através da comunhão.

 “Os homens devem se unir para serem capazes de se abrir e serem verdadeiros, sinceros … porque você precisa ser sincero para superar as coisas”, destacou.


Holyfield diz que nunca se cansa de responder a perguntas das pessoas sobre o infame incidente, no qual Mike Tyson mordeu sua orelha enquanto ambos lutavam, disputando o cinturão. 

O atleta usa isso como uma oportunidade para compartilhar uma parte pertinente do Evangelho. 

Simplesmente, “Deus quer que você perdoe”, ele disse. 

Ele está firme em sua convicção de que Jesus tem um papel importante sobre seu caráter e sua identidade, o ajudando a perdoar e agradece até mesmo pelas adversidades. 

“Eu não seria quem eu sou se não tivesse passado pelo que passei”, afirmou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN HEADLINES

OS PRIMEIROS MISSIONÁRIOS PROTESTANTES EM TERRAS BRASILEIRAS




A história dos pioneiros que se tornaram mártires no Brasil Colônia



Segundo dados do Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população evangélica do Brasil conta com mais de 40 milhões de pessoas, uma das maiores do mundo. O Evangelho no Brasil teve êxito em termos de alcance e, se levarmos em conta a evangelização protestante tardia, temos um fenômeno notável.

Esta nação foi, até a primeira metade do século XX, um campo missionário. Hoje ela tem contribuído para o movimento missionário, ainda que muito aquém de seu potencial, e tem reproduzido, até certo ponto, um Evangelho forte e comprometido. O número de igrejas cresce incessantemente. A mídia, tanto aberta quanto segmentada, é cada vez mais ocupada por programação evangélica.

Diante desse quadro somos levados a nos perguntar: Quando e como tudo isso começou? Que pessoas foram instrumentos para tornar o Brasil uma potência evangélica? Quem foram os primeiros protestantes que puseram os pés neste nosso gigante? Essas perguntas fazem parte da inquirição histórica. Como disse Soren Kierkegaard: “A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás, mas só pode ser vivida, olhando-se para frente”.

O Brasil foi descoberto em 1500, mas a colonização oficial iniciou-se em 1532. Em 1517 teve início a Reforma Protestante na Europa. Menos de 50 anos depois os protestantes davam seus primeiros passos aqui. Não venceram a princípio, mas tornaram-se testemunhas do olhar de Deus sobre o Brasil.

A TRAGÉDIA DA GUANABARA
Em 1557, liderados por Nicolau Villegagnon e com o apoio do Almirante Gaspar Coligny, os huguenotes (protestantes franceses) buscaram refúgio no Brasil. Os franceses planejaram se fixar na Baía da Guanabara, Rio de Janeiro. Instalaram-se nas ilhas hoje conhecidas como Villegagnon, do Governador, Flamengo e Laje, denominando a região de França Antártica. O primeiro culto protestante foi realizado em 10 de março de 1557, uma quarta-feira. No dia 21 de março, domingo, foi realizada a primeira Santa Ceia.

Logo começaram atritos entre Villegagnon e os huguenotes, até que estes foram expulsos da ilha. A expulsão colocou-os em contato direto com os índios tupinambás, os quais procuraram evangelizar, sendo esse evento o primeiro contato missionário protestante com um povo não europeu.

Os frustrados colonos resolveram retornar à França, mas logo no início da viagem o barco ameaçou naufragar e cinco deles ofereceram-se para voltar à terra. Eram eles: Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Balleur. Logo que pisaram em solo brasileiro foram aprisionados por Villegagnon, que apresentou-lhes uma série de questões teológicas e exigiu uma resposta por escrito dentro de doze horas. Esses leigos redigiram o notável documento, conhecido como Confissão de Fé da Guanabara, que custou as suas vidas.

Diante da recusa deles em negar as suas convicções, Villegagnon condenou-os à morte. Bourdel, Verneuil e Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar. André Lafon, sendo o único alfaiate da colônia, foi poupado sob a condição de não divulgar suas ideias religiosas.

Assim, apenas 40 anos após a Reforma, tivemos, em 1557 no Brasil, o primeiro culto protestante, a primeira ceia, o primeiro evangelismo de não europeus por protestantes, a primeira Confissão de Fé e os primeiros mártires. Eles foram sementes do enorme pomar futuro.

JACQUES LE BALLEUR, O JOÃO BOLÉ
Outro nome que merece menção é Jacques Le Balleur ou João Bolé. Fugindo para São Vicente, devido à sua utilidade para os portugueses, recebeu certa liberdade para pregar. Foi, contudo, denunciado a Inquisição pelo padre local Luís da Grã, que se sentiu ofendido nas disputas teológicas. Por insistência dos jesuítas foi levado para a capital colonial, Salvador, onde esteve aprisionado por vários anos (1559-1567). Em 1567 o governador geral Mem de Sá levou-o para o Rio de Janeiro, onde foi enforcado.

Sobre ele escreveu José de Anchieta em sua Informação do Brasil e de Suas Capitanias, de 1574: “Um dos moradores desta torre (em São Vicente) era um Joannes de Bolis, homem douto nas letras latinas, gregas, hebraicas e mui lido nas Escrituras Sagradas, porém grande herege.(…) Ali (em São Vicente) começou a vomitar a peçonha de suas heresias, às quais resistiu o Padre Luís da Grã.” Sobre sua morte escreveu Aníbal Pereira dos Reis: “Naqueles tempos de espesso obscurantismo religioso, a lei fazia um sacerdote companhar o réu ao cadafalso“. No caso de Bolé, Anchieta foi quem o seguiu.

As últimas instâncias para negar o Calvinismo e refugiar-se no Romanismo, como todas as investidas anteriores, caíram no vazio. A vítima do ódio clerical permaneceu em sua lealdade a Jesus Cristo! O historiador João Francisco de Lisboa reconhece: “com ânimo firme e resoluto perseverou na sua fé, e afrontou a morte. Retardou o algoz o desfecho fatal. Dizem que por imperícia, mas na verdade por compaixão do inocente que foi por ele instruído a respeito do Evangelho. O fato é que Anchieta, de espírito odiento, antecipou-se ao carrasco e enforcou Bollés, um dos mártires evangélicos do Brasil.” Ele mesmo, o santo José de Anchieta, no dizer do católico Arthur Heulhard, acaba de matá-lo, dizendo, ufano, ao carrasco acovardado: VOl LA COMM IL FAUT FAIRE! (Eis aí como se mata um homem!). E assim mais um missionário morria plantando a semente neste fértil solo.

HANS STADEN
“Ó Tu, Deus Todo-Poderoso, que fizeste o céu e a terra; Tu, Deus de nossos antepassados, Abraão, Isaac e Jacó; Tu, que tão poderosamente conduziste o teu povo Israel da mão dos seus inimigos através do Mar Vermelho. A Ti, que eterno poder tens, peço que me livres das mãos destes bárbaros, que não Te conhecem, em nome de Jesus Cristo, Teu amado Filho […]” Este é um trecho da oração feita em terras brasileiras por um servo de Cristo, o protestante alemão Hans Staden. De forma milagrosa ele conseguiu permanecer nove meses preso pelos canibais tupinambás em Ubatuba, SP. Os nativos se sentiram amedrontados pelas respostas às orações de Staden. Ele deixou entre eles e também para a posteridade o testemunho de um Deus vivo que responde ao clamor de seu povo. Tendo escapado e retornado ao Velho Mundo, escreveu um livro sobre sua aventura, em 1557, contando detalhes das cerimônias antropofágicas com gravuras que o imortalizaram. Ele terminou sua oração dizendo: “[…] e quando me tiveres livrado de seu poder [dos tupinambás], quero louvar a Tua Graça e dá-la a conhecer a todas as nações onde eu chegar. Amém.” E assim foi.

INSPIRAÇÃO
É dessa forma que histórias de fé de homens como esses têm inspirado outros ao longo dos anos. Esses fatos não podem ficar ocultos, não podem ser ignorados pela Igreja Brasileira, como disse o teólogo alemão Jürgen Moltmann: “consciência histórica é consciência de missão e conhecimento histórico é conhecimento transformador […]”.

Vamos deixar que a História influencie nossa vida e que o passado se repita, se projete e se intensifique na ação missionária da Igreja. Que a verdade nos inspire, nos mova e nos motive. A História não é o túmulo do passado, é o alicerce a partir do qual construímos nosso futuro. Se eles vieram e pagaram seu preço, nós podemos ir e pagar o nosso.

AUTOR: EGUINALDO HÉLIO DE SOUZA

Eguinaldo Hélio de Souza Pastor no Vale da Bênção, professor de teologia, licenciatura em história, jornalista, apologista, palestrante em diversas áreas. Professor de história de missões e história da Igreja na Escola Ministerial Antioquia, no Instituto Nissi. Professor e coordenador do Instituto Karis de missões. Autor de diversos livros, entre eles: Uma seara [quase] esquecida, pela Betel publicações. Site: www.missaoatenas.com.br. Blog: www.devocionaisdeesperanca.com.br.

O vice-presidente dos EUA Mike Pence é zombado por orar com equipe sobre o coronavírus na Casa Branca



O vice-presidente dos Estados Unidos, que é cristão, está comandando a Força-Tarefa do Coronavírus na Casa Branca.




Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em momento de oração com a Força-Tarefa do Coronavírus. (Foto: Casa Branca/D. Myles Cullen) 



O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, recebeu uma nova rodada de críticas nesta semana depois que a Casa Branca divulgou uma foto de um momento de oração com a força-tarefa do coronavírus. 

A Casa Branca publicou uma foto tirada em 26 de fevereiro, mostrando Pence orando com membros da Força-Tarefa do Coronavírus da Casa Branca, da qual foi designado para liderar diante do surto global do chamado COVID-19. 

A imagem provocou zombaria e críticas de ativistas da esquerda americana. 

Hemant Mehta, que escreve para o blog “Friendly Atheist” (“Ateu Amigável), escreveu: “Não é uma piada quando as pessoas dizem que os republicanos estão tentando parar um vírus com oração”. 

“O que poderíamos esperar? Ciência? Razão? Algo sensato?”, Mehta perguntou. “Claro que não. Se esse vírus realmente se tornar uma pandemia, estaremos à mercê de pessoas iludidas o suficiente para achar que seus pedidos a Deus vão resolver o problema”. 

A Dra. Angela Rassmussen, virologista da Universidade de Columbia, também criticou a oração. “Ainda tenho que participar de uma reunião científica que começa em oração”, escreveu ela. 

Thomas Chatterton Williams, colunista da New York Times Magazine, compartilhou a foto no Twitter e com o comentário: “Estamos muito ferrados”. Ele ainda mencionou “despreparo e incompetência epidemiológicos”. 

Ser encarregado de liderar a resposta ao coronavírus nos EUA é uma grande responsabilidade do vice-presidente, que em muitas ocasiões foi ridicularizado por sua fé

Em resposta a onda de críticas, o pastor Steve Gaines, ex-presidente da Convenção Batista do Sul, disse que a sabedoria humana é limitada. “Que Deus levante mais políticos que, assim como Mike Pence, admitam suas limitações, se humilhem e clamem a Deus em oração por ajuda”, disse no Twitter. 

Cathy Young, colunista da revista Reason, sugeriu: “Se eles realizassem uma sessão de oração muçulmana, vocês seriam totalmente indiferentes com isso”. 

O pastor Franklin Graham, filho do evangelista Billy Graham, chamou a imagem de “tocante” e “poderosa”. “Vamos nos juntar a eles pedindo a Deus Sua sabedoria, direção e ajuda na resposta a esse vírus”, twittou Graham. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST

sexta-feira, 6 de março de 2020

Por que Satanás odeia a família?


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Basta observar as propagandas contra o conceito tradicional de família nos anúncios espalhados pela cidade e as conversas com pessoas ao redor para confirmar que a família está sob ataque. A pornografia pela internet, a pressão dos ativistas homossexuais, a banalização do divórcio e a imoralidade geral, tudo atenta para a desconstrução da noção bíblica de família. De fato, “pela primeira vez na História, a civilização ocidental é confrontada com a necessidade de definir o significado dos termos ‘casamento’ e ‘família’”.[1] Isso revela uma crise cultural sem precedentes.

Esse impasse moral possui fundamentos espirituais, pois “o mundo jaz no Maligno” (1Jo 5.19). A primeira investida de Satanás foi contra o primeiro casal e os efeitos daquela investida foram nocivos à família: a transferência de culpa entre os cônjuges (Gn 3.11-12), o primeiro fratricídio (Gn 4.8-10), o surgimento da poligamia (Gn 4.19), etc. A família realmente está sob ataque cultural e também espiritual, ou seja, o próprio Maligno quer destruí-la.

Por que Satanás odeia tanto a família? Certamente porque ela é importante. A família é fundamental para a criação e educação da próxima geração, mas não apenas por isso. Segundo as Escrituras, a família é fundamental para instruir e capacitar a pessoa para os diferentes aspectos da vida.

1. Ela é um centro de aprendizado teológico

Há vários aspectos da vida cristã sobre os quais Deus decidiu nos instruir usando a família. Essa é uma das metáforas mais utilizadas na Bíblia, pois há lições que só podem ser aprendidas mediante uma compreensão correta da família, conforme instituída por ele.

A. Deus a usa para nos ensinar sobre sua própria natureza

A relação entre os membros de uma família estabelece um vislumbre do relacionamento existente entre as Pessoas da Trindade. O convívio familiar deve refletir a natureza relacional de Deus. Por essa razão, o objetivo de Satanás é destruir qualquer relacionamento pacífico na família, pois assim ele criará confusão quanto à natureza relacional do próprio Deus.

B. Deus a usa para nos ensinar o evangelho

Quando Deus justifica alguém em Cristo, essa pessoa é adotada como seu filho. Dessa maneira, aprendemos que o relacionamento entre pais e filhos não é sem importância. Além do mais, a adoção acaba espelhando a misericórdia de Deus conosco. Assim, o evangelho da graça pode ser experimentado diariamente pelos filhos de Deus. Todavia, se Satanás destruir os relacionamentos entre pais e filhos, ele distorcerá a mensagem do evangelho para as pessoas.

C. Deus a usa para nos ensinar sobre a Igreja

Pedro chama a igreja de a “casa de Deus” (1Pe 4.17) e Paulo diz que os crentes são a “família de Deus” (Ef 2.19; 3.15). Desde que os cristãos são unidos sob a paternidade do Pai pela adoção em Cristo, eles constituem a família de Deus e devem se relacionar como “irmãos” e “irmãs” em Cristo. Assim, a vida familiar ajuda a compreender o tipo de comunidade a ser desenvolvido na igreja. Por essa razão o Inimigo procura destruir a família, pois isso acabará distorcendo nossa compreensão sobre a igreja.

Desse modo, para se compreender a virtude relacional de Deus, o seu evangelho e a sua igreja, é necessário primeiro compreender a natureza da família. Quando um cônjuge abandona o outro, quando pais e filhos não se relacionam bem, quando se defende um conceito “diferente” de família com dois pais, duas mães, ou sem a fidelidade exigida no relacionamento, etc., a metáfora é distorcida. Sempre que isso ocorre, Satanás consegue destruir o centro de instrução teológica no lar.

2. A família e a capacitação para o serviço ao próximo

A família não é atacada apenas pelo que ela representa, mas também pelo que ela produz. De fato, Deus a estabeleceu para ser um centro de capacitação tanto na igreja quanto no mundo, pois ali se aprende a servir o próximo.

A. A família e o serviço na igreja

Ao discorrer sobre os relacionamentos corretos na igreja, Paulo ensina que os homens idosos devem ser tratados como pais, os moços como irmãos, as mulheres idosas como mães e as moças como irmãs (1Tm 5.1-2). Na verdade, ele indica que devemos olhar para a família a fim de nos relacionarmos no contexto eclesiástico. Naquela mesma carta, Paulo estabelece que uma das maneiras de identificar pessoas qualificadas para o presbiterato é considerar se eles governam bem a própria casa (1Tm 3.4-5). Assim, a família serve como padrão para relacionamentos na igreja e modelo para liderança eclesiástica. A vida e o serviço a ser desempenhado na igreja podem ser aprendidos no contexto familiar. Se o Maligno consegue desconstruir esse padrão, as implicações para a vida comunitária na igreja são catastróficas.

B. A família e o serviço na sociedade

A família presta significante contribuição também à sociedade. Ela não é somente a célula da comunidade, mas também o centro que capacita pessoas para o serviço ao próximo. Além do mais, ela serve igualmente a sociedade quando representa corretamente o seu papel ilustrar as verdades profundas do evangelho. Nesse sentido, temas como paternidade, adoção, relacionamento fraternal, harmonia relacional, etc., são encontrados no contexto da família instituída por Deus. Esses “indicadores do evangelho” acabam servindo de parâmetro para que as pessoas não cristãs compreendam as promessas evangélicas. Por isso, quando noções corretas desses temas são distorcidas, os indicadores do evangelho são corrompidos e até perdidos.

Consequentemente, os ataques de Satanás à família não deveriam nos surpreender. Se puder destruir o padrão bíblico de família ele distorce não apenas uma metáfora de ensino, mas um centro de capacitação e serviço que ministra tanto à igreja quanto ao mundo.

3. A família e a esperança escatológica

Por melhor que seja o relacionamento de uma família, seus membros sempre compreenderão que o bom não é perfeito! O amor e a alegria resultantes da harmonia entre os cônjuges, do relacionamento sadio entre pais e filhos e das atividades de serviço e apoio mútuos no contexto familiar ainda são marcados por falhas e imperfeições. Assim, as deficiências da família inspiram o anelo pelo momento em que as bênçãos do convívio familiar serão perfeitas. Somente na eternidade com Deus as pessoas poderão desfrutar plenamente a alegria do amor paternal, da intimidade e da harmonia que não cessará. De fato, os benefícios familiares experimentados na terra são apenas vislumbres da glória por vir.

Se Satanás desconstrói a família aqui na terra, ele consegue desconstruir a esperança de uma família perfeita e distorce o anelo pelo gozo celestial. Por isso ele é tão intenso em seu ataque à família.

Após essas considerações é possível compreender não apenas o propósito de Satanás contra a família, mas a própria importância dela nos planos de Deus. Por isso, a batalha pela fé entregue aos santos também inclui o cuidado e a proteção por famílias biblicamente alicerçadas.

Parte desse material foi adaptado de uma palestra sobre criação de filhos ministrada na Captol Hill Baptist Church, Washington, DC., em março 2016.

[1] KÖSTENBERGER, Andreas J. Deus, casamento e família. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 21.
Por: Valdeci Santos. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Original: Por que Satanás odeia a família?

Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago




É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de admiração. Ele é, via de regra, apresentado como um educador de vanguarda e os termos elogiosos procuram descrever a sua contribuição à filosofia educacional não somente no Brasil, mas em escala mundial. Na realidade, essa abordagem deveria ser esperada, considerando a massiva exposição de sua pessoa; a ampla aceitação acrítica e promoção de sua metodologia (apesar de ser pouco analisada em detalhes[1]); e a divulgação decorrente de sua figura mitológica nos círculos intelectuais e acadêmicos. Realmente, é de se esperar a ocorrência de tal popularidade procedente de uma academia formada e que subsiste submersa no marxismo cultural. O marxismo também embalou e embasou os escritos e discursos do Freire.
O seu livro inicial foi Educação como prática da liberdade (1967).[2] Após esse livro, ele foi pródigo no desenvolvimento de várias “pedagogias”. Na sequência Freire escreveu Pedagogia do oprimido (escrito em 1968, publicado em 1970), enquanto esteve no Chile e que está traduzido para mais de 40 idiomas;[3] Pedagogia da esperança (1992);[4] Pedagogia da autonomia (1997)[5] e as compilações de artigos e palestras publicadas após sua morte, por sua filha, chamadas de Pedagogia da Indignação (2000)[6] e Pedagogia da Tolerância (2005).[7] Freire é também conhecido como autor do “Método Paulo Freire” de alfabetização de adultos. Este consiste na utilização de vocábulos conhecidos do grupo a ser alfabetizado, como ponto de partida, para, a seguir, subdividi-los em partículas menores que serviriam de base à alfabetização.[8]
Na Pedagogia do Oprimido, Freire faz quase um registro autobiográfico, relacionando o que chama de anseios democráticos, o desenvolvimento de uma mente democrática, mas que reflete, na realidade, uma visão de uma sociedade oprimida tanto pelas forças econômicas, como pelo exercício da autoridade das chamadas “esferas dominantes”. Ele traça paralelos com a sua transição de criança a adolescente, extrapolando consequências de um relacionamento com os pais, baseado no castigo, para a esfera da sociedade. Nesse trabalho de Freire temos mais um libelo social contra as “esferas dominantes”, do que uma fórmula pedagógica que dê relevância ao processo educacional. Freire não está errado ao apontar injustiças ou abusos de autoridade, que levam à opressão. No entanto, as respostas, presas a uma visão anacrônica de estruturas político-econômicas marxistas, que faliram no leste europeu e em outras experiências sociais do mundo, têm como base uma cosmovisão equivocada, na qual o fator pecado não existe. Existem injustiças, existem violências, mas, em sua compreensão, as pessoas são basicamente boas. A boa percepção, por falta de um alicerce filosófico veraz, leva a anseios e constatações, mas não a respostas eficazes.
Na Pedagogia da Esperança, Freire retoma o tema, fazendo extensa referência à sua obra anterior, e aponta que no meio de disfunções sociais é necessária a existência da esperança. O papel da educação seria fornecer essa esperança, indicando as possibilidades da história. Os educadores “progressistas” enfrentarão as barreiras, oligarquias e “situações limites” para imprimir essa esperança de um mundo melhor. Apesar de palavras de esperança, a pedagogia contemporânea acaba removendo a esperança, pois essa nunca cruza a linha da incerteza e anseio, para a da expectativa de uma certeza de redenção. Baseando a esperança numa confiança irrestrita na humanidade, desconhecendo que as disfunções são mais profundas e só podem ser lidadas e trabalhadas em um contexto no qual Deus seja reconhecido e se faça presente (como o fez, na pessoa de Jesus Cristo), a pedagogia contemporânea falha em dar as respostas que procura. Esperança redentiva é fé; “é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”.[9] É mais do que meros sonhos de alívio das necessidades materiais presentes.
Na Pedagogia da Autonomia, Freire dá continuidade às suas análises, desta feita procurando dar lições pontuais aos professores, para que aprimorem a sua prática de ensino dentro do relacionamento professor-aluno-escola. Muitos desses conselhos são de grande valia. Outros apontam, ainda, uma dependência muito grande em conceitos correntes totalmente humanistas, nos quais a dimensão do divino está conspicuamente ausente. Trabalhando apenas na parte inferior da realidade, esquecendo-se do transcendente, suas conclusões são consequentemente imprecisas e imperfeitas. Francis Schaeffer aponta o perigo:
... em todos os casos em que o “inferior” se tornou autônomo, não importa que nome tenha se dado a isso, não demorou muito para que o “inferior” engolisse o “superior”. Não apenas Deus desapareceu, mas também a liberdade e o próprio homem também sumiram.[10]
Ainda assim, nesse livro, vemos até um Freire mais maduro, talvez sem tanta convicção de suas lealdades político-sociais do passado. No entanto, ele ainda insiste em indicar que o caminho para o sucesso na educação é a libertação da heteronomia. Essa rejeição teórica da lei (vamos ver, na frente que ela é mais teórica do que prática) confunde ainda mais a já abalada mente de nossos professores. Em Pedagogia da Autonomia, Freire diz:

Se trabalho com crianças, devo estar atento à difícil passagem ou caminhada da heteronomia para a autonomia, atento à responsabilidade de minha presença que tanto pode ser auxiliadora, como pode virar perturbadora da busca inquieta dos educandos... primordialmente a minha postura tem de ser a de respeito à pessoa que queira mudar ou que recuse mudar.[11]
Freire não tem alternativa a não ser apegar-se a um antropocentrismo radical e isso está explícito nessa obra:
... jamais abandonei a minha preocupação primeira, que sempre me acompanhou, desde os começos de minha experiência educativa: a preocupação com a natureza humana a que devo a minha lealdade sempre proclamada. Antes mesmo de ler Marx já fazia minhas as suas palavras; já fundava a minha radicalidade na defesa dos legítimos interesses humanos... Prefiro ser criticado como idealista e sonhador inveterado por continuar, sem relutar, a apostar no ser humano.[12]

A Pedagogia da Autonomia é uma catarse pessoal, onde Freire reflete a sua cosmovisão e, baseado nela, oferece diversos conselhos práticos aos professores. Muitos têm se escudado em Freire, até como modelo pedagógico às escolas cristãs.
 No entanto, ele está longe de ter um plano mestre, coerente, de diretrizes que sirvam à educação cristã. Após a leitura de suas obras continuamos carentes de uma relevância maior ao processo educativo – que transcenda a míope visão cadente do homem-deus e que não se perca em lamúrias sociológicas, sem ofertar respostas reais aos problemas constatados.
No entanto, deve-se reconhecer que, ao mesmo tempo em que defende autonomia, Freire não chega a descolar por completo da necessidade de responsabilidade e de limites na prática educacional (pontos relevantes igualmente compartilhados pela educação escolar cristã). Diz ele:

O professor que se exime do cumprimento de seu dever, de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.[13]

Isso equivale a um reconhecimento dos valores cristãos, ainda que incoerentemente com o restante do seu pensamento. Em diferentes ocasiões ele se apega a princípios tais como ética: a existência de certo e errado; limites e leis; o dever de ensinar, como missão, com responsabilidade e sacrifício. Freire está prestando homenagem, sem perceber, a princípios absolutos preciosos ao cristianismo.

No mesmo tom, mais à frente neste mesmo livro, ele se posiciona contra a “liberdade sem limites”;[14] indica a “impossibilidade da neutralidade em educação”,[15] e que o professor tem que se aperceber que, “por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição”.[16] Continua, ainda: “Neutra, ‘indiferente’... a educação jamais foi, é, ou será”.[17] Até o destaque dos conteúdos – palavra que contemporaneamente equivale a uma depreciação da escola que os valoriza, é encontrada na obra de Freire, quando ele escreve que o professor deve “ensinar certo e bem os conteúdos”[18] de sua disciplina.

Estes últimos pontos de convergência não são suficientes, entretanto, para obscurecer as divergências do pensamento de Paulo Freire com o a filosofia cristã de educação, ou com a própria visão da sociedade que a comunidade cristã extrai das Escrituras, como conjunto de valores e práticas que mais se aproxima da realidade e dos caminhos a serem trilhados por cidadãos responsáveis perante Deus e os homens.

Creio que Paulo Freire continuará a ser exaltado pelo mundo acadêmico, que se delicia tanto por ideias pseudo-complexas, como por truísmos intelectualizados, ambos tão ao gosto de uma suposta elite interpretativa, que gravita acima dos meros e simples mortais. Nessas categorias encontramos muito do que Paulo Freire escreveu, como por exemplo, “Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença”.[19] Pensamento esse, que foi muito bem traduzido e expresso pelo palhaço Tiririca, quando disse: “Muitas vezes tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu tava”.

Autor: Solano Portela, 2019

[1] É relevante que até o famoso “Método Paulo Freire” de alfabetização de adultos, segundo reportagem da Rádio Câmara, com o Prof. Afonso Celso Scocuglia, um de seus admiradores, foi desenvolvido e os seus postulados estabelecidos, após uma experiência em uma sala de aula com apenas 5 alunos, dos quais 2 desistiram e apenas 3 foram alfabetizados. Texto disponível no site:
[2] FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 160 pgs.
[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 184 pgs. Este livro já vai na 38ª edição.
[4] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 245 pgs.
[5] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed. 165 pgs. Este livro já vai na 37ª edição.
[6] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP, 2000. 134 pgs.
[7] FREIRE, Paulo, Pedagogia da Tolerância – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP, 2005. 329 pgs.
[8] Esse método teve aplicação limitada, pelo próprio autor, em Pernambuco, antes de seu exílio no Chile. Vide nota 1, acima.
[9] Hebreus 11.1
[10] SCHAEFFER, Francis. A Morte da Razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana (Editora Cultura Cristã), 2002, 95.
[11] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed., 78 e 79.
[12] FREIRE, Paulo. Ibid., 145 e 136.
[13] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed. P. 66.
[14] FREIRE, Paulo. Ibid., 118.
[15] FREIRE, Paulo. Ibid., 126.
[16] FREIRE, Paulo. Ibid, 115.
[17] FREIRE, Paulo. Ibid, 111.
[18] FREIRE, Paulo. Ibid, 116.
[19] FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008, p. 19.

Solano Portela.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

China obriga igreja a retirar primeiro Mandamento da Lei



Autoridades forçam uma igreja a eliminar um mandamento da lei fundamental do judaísmo e do cristianismo.
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Primeiro Mandamento foi retirado de igreja cristã na China pelas autoridades comunistas. (Foto: Bitter Winter)
Autoridades comunistas chinesas ordenaram uma igreja a eliminar o primeiro dos Dez Mandamentos dado a Moisés. “Não terá outros deuses além de mim” foi considerado ofensivo pelos oficiais. Assim, a igreja poderá exibir apenas “Nove Mandamentos”.
Considerado violação pelos cristãos locais, o fato aconteceu quando 30 funcionários realizaram uma inspeção em uma igreja aprovada pelo governo no condado de Henan em Luoning.
Um oficial inspecionou a igreja completamente, parou em frente ao púlpito e apontou para um dos Dez Mandamentos exibidos na parede. “Isso deve ser removido”, disse ele. Depois pediu aos funcionários do governo que imediatamente apagassem o mandamento.
Os Dez Mandamentos são as primeiras leis importantes que Deus, através de Moisés, apresentou à nação judaica. Eles formaram o núcleo da Lei de Moisés (também conhecida como Lei Mosaica), que se tornou a lei sagrada do povo judeu desde os tempos antigos até hoje. Eles também formaram a base da moralidade cristã, além de terem sido usados como inspiração para os códigos legais originais em muitas nações cristãs.
O primeiro mandamento, registrado no livro de Êxodo, cita diretamente as palavras de Deus: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei do Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim.”
Os líderes da igreja e os crentes, que não foram nomeados, opuseram-se fortemente à ação dos funcionários do governo. Apesar disso, a igreja foi forçada a aceitar a retirada do mandamento de sua parede. Um crente disse: “Isso não é apropriado. Eles estão falsificando as palavras de Deus!”. Um funcionário da “equipe de inspeção de patrulha” os censurou. “Xi Jinping se opõe a essa afirmação [do primeiro Mandamento]. Quem ousará não cooperar? Se alguém não concorda está lutando contra o país”. O oficial também alertou os crentes: “Esta é uma política nacional. Você deve ter uma compreensão clara da situação. Não vá contra o governo.”
Interferências
Inúmeras histórias de funcionários comunistas que fecharam igrejas, prenderam pessoas e até mesmo tentaram reescrever a Bíblia surgiram ao longo de 2018, seguindo a implementação das regras revisadas de regulamentação religiosa em fevereiro do ano passado.
Bob Fu, fundador da ChinaAid, disse em uma audiência da Câmara dos Representantes em setembro que parte da iniciativa de “sincretizar” o cristianismo ou torná-lo mais compatível com a ideologia do Estado, inclui a reconversão do Antigo Testamento.
O governo chinês também planeja fornecer novos comentários para o Novo Testamento, usando as escrituras budistas e os ensinamentos confucionistas para defender os ideais socialistas.
“Existem esboços de que a nova Bíblia não deveria parecer ocidentalizada e [deveria parecer] chinesa e refletir a ética chinesa do confucionismo e do socialismo”, disse Fu ao The Christian Post na época.
“O Antigo Testamento será confuso. O Novo Testamento terá novos comentários para interpretá-lo”, avaliou o pastor.
Grupos de vigilância de perseguição religiosa, como o Portas Abertas dos EUA, condenaram as propostas.
“A Igreja na China precisa sair da zona passiva e estar ativamente integrando sua fé em cada parte de sua caminhada no país, incluindo se levantar se o governo chinês decidir que quer editar a Bíblia”, disse David Curry, CEO do Portas Abertas, em outubro.
“Eu acho que temos que dar um jeito. Eu acho que é uma questão de oração e deixar as pessoas saberem na comunidade global, que estamos cientes”, acrescentou. “Sempre que os cristãos são perseguidos, precisamos nos levantar e deixar que nossa voz seja ouvida”.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST

Missionário atravessa geleiras para compartilhar o Evangelho no norte da Sibéria


No lugar não há estradas, e as pessoas usam lagos e rios congelados para se locomover em renas ou motos de neve.

O missionário Peter Khudi viaja regularmente à Sibéria para ministrar aos moradores. (Foto: Reprodução/CBN News)

O missionário Peter Khudi viaja regularmente à Sibéria para ministrar aos moradores. (Foto: Reprodução/CBN News)

O missionário cristão Peter Khudi leva a cabo a ordenança de Jesus para que todos os cristãos preguem o Evangelho até os confins da terra, já que Khudi faz isso literalmente no norte da Sibéria, região considerada como o fim do mundo.



Missionários chega em Yamal para compartilhar o Evangelho com moradores. (Foto: Reprodução/YouTube)
“Não há estradas aqui. As pessoas usam lagos e rios congelados para se locomover em renas ou motos de neve”, relata George Thomas, que acompanha o evangelista até um dos lugares mais remotos do planeta.
Essa é a vida na tundra gelada de uma cidade remota na Rússia, onde a temperatura geralmente oscila entre menos 30 e menos 60 graus centígrados de temperatura.
Mesmo essas condições insanamente brutais na Península de Yamal, que se traduz como o “fim do mundo”, não impedem os cristãos de fazer a difícil jornada para compartilhar as boas novas do Evangelho.
Crianças de Yamal recebem presentes entregues pelo missionário chinês. (Foto: Reprodução/YouTube)
Thomas fez a louca jornada de quatro horas em moto de neve ao lado de um missionário Khudi que fazia essa viagem regularmente para ministrar a esse grupo remoto de pessoas.
Além de compartilhar o evangelho, o missionário leva presentes para as crianças.
Em sua passagem pela região, Thomas chegou a ficar quatro horas em uma moto de neve para ministrar a um grupo de pessoas.
No vídeo é possível ver como o missionário se prepara para enfrentar o frio e a locomoção difícil para chegar até os povos ainda não alcançados.
“Peter pertence à maior tribo nômade chamada Nin Yets e é mais do que apenas um guia, você vê que ele é cristão e, nos últimos anos, compartilha o evangelho de Jesus Cristo com sua tribo e outros que vivem aqui na Tundra”, explica Thomas no vídeo.


FONTE: GUIAME, GOSPELPRIME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Deus, o trabalho e a prosperidade

A prosperidade financeira obedece a normas, regras e métodos estabelecidos. Por outro lado, da perspectiva bíblica, a prosperidade é um dom de Deus. É ele quem concede saúde, oportunidades, inteligência, e tudo o mais que é necessário para o sucesso financeiro. E isso, sem distinção de pessoas quanto ao que crêem e quanto ao que contribuem financeiramente para as comunidades às quais pertencem. Deus faz com que a chuva caia e o sol nasça para todos, justos e injustos, crentes e descrentes, conforme Jesus ensinou (Mateus 5:45). Não é possível, de acordo com a tradição reformada, estabelecer uma relação constante de causa e efeito entre contribuições, pagamento de dízimos e ofertas e mesmo a religiosidade, com a prosperidade financeira. Várias passagens da Bíblia ensinam os crentes a não terem inveja dos ímpios que prosperam, pois cedo ou tarde haverão de ser punidos por suas impiedades, aqui ou no mundo vindouro.
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Através dos séculos, as religiões vêm pregando que existe uma relação entre Deus e a prosperidade material das pessoas. No Antigo Oriente, as religiões consideradas pagãs estabeleceram milênios atrás um sistema de culto às suas divindades que se baseava nos ciclos das estações do ano, na busca do favor dessas divindades mediante sacrifícios de vários tipos e na manifestação da aceitação divina mediante as chuvas e as vitórias nas guerras. A prosperidade da nação e dos indivíduos era vista como favor dos deuses, favor esse que era obtido por meio dos sacrifícios, inclusive humanos, como os oferecidos ao deus Moloque. No Egito antigo a divindade e poder de Faraó eram mensurados pelas cheias do Nilo. As religiões gregas, da mesma forma, associavam a prosperidade material ao favor dos deuses, embora estes fossem caprichosos e imprevisíveis. As oferendas e sacrifícios lhes eram oferecidas em templos espalhados pelas principais cidades espalhadas pela bacia do Mediterrâneo, onde também haviam templos erigidos ao imperador romano, cultuado como deus.
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A religião dos judeus no período antes de Cristo, baseada no Antigo Testamento, também incluía essa relação entre a ação divina e a prosperidade de Israel. Tal relação era entendida como um dos termos da aliança entre Deus e Abraão e sua descendência. Na aliança, Deus prometia, entre outras coisas, abençoar a nação e seus indivíduos com colheitas abundantes, ausência de pragas, chuvas no tempo certo, saúde e vitória contra os inimigos. Essas coisas eram vistas como alguns dos sinais e evidências do favor de Deus e como testes da dependência dele. Todavia, elas eram condicionadas à obediência e só viriam caso Israel andasse nos seus mandamentos, preceitos, leis e estatutos. Estes incluíam a entrega de sacrifícios de animais e ofertas de vários tipos, a fidelidade exclusiva a Deus como único Deus verdadeiro, uma vida moral de acordo com os padrões revelados e a prática do amor ao próximo. A falha em cumprir com os termos da aliança acarretava a suspensão dessas bênçãos. Contudo, a inclusão na aliança, o favor de Deus e a concessão das bênçãos não eram vistos como meritórios, mas como favor gracioso de Deus que soberanamente havia escolhido Israel como seu povo especial.

O Cristianismo, mesmo se entendendo como a extensão dessa aliança de Deus com Abraão, o pai da fé, deu outro enfoque ao papel da prosperidade na relação com Deus. Para os primeiros cristãos, a evidência do favor de Deus não eram necessariamente as bênçãos materiais, mas a capacidade de crer em Jesus de Nazaré como o Cristo, a mudança do coração e da vida, a certeza de que haviam sido perdoados de seus pecados, o privilégio de participar da Igreja e, acima de tudo, o dom do Espírito Santo, enviado pelo próprio Deus ao coração dos que criam. A exultação com as realidades espirituais da nova era que raiou com a vinda de Cristo e a esperança apocalíptica do mundo vindouro fizeram recuar para os bastidores o foco na felicidade terrena temporal, trazida pelas riquezas e pela prosperidade, até porque o próprio Jesus era pobre, bem como os seus apóstolos e os primeiros cristãos, constituídos na maior parte de órfãos, viúvas, soldados, diaristas, pequenos comerciantes e lavradores. Havia exceções, mas poucas. Os primeiros cristãos, seguindo o ensino de Jesus, se viam como peregrinos e forasteiros nesse mundo. O foco era nos tesouros do céu.

A Idade Média viu a cristandade passar por uma mudança nesse ponto (e em muitos outros). A pobreza quase virou sacramento, ao se tornar um dos votos dos monges, apesar de Jesus Cristo e os apóstolos terem condenado o apego às riquezas e não as riquezas em si. Ao mesmo tempo, e de maneira contraditória, a Igreja medieval passou a vender por dinheiro as indulgências, os famosos perdões emitidos pelo papa (como aqueles que fizeram voto de pobreza poderiam comprá-los?). Aquilo que Jesus e os apóstolos disseram que era um favor imerecido de Deus, fruto de sua graça, virou objeto de compra. Milhares de pessoas compraram as indulgências, pensando garantir para si e para familiares mortos o perdão de Deus para pecados passados, presentes e futuros.

A Reforma protestante, nascida em reação à venda das indulgências, entre outras razões, reafirmou o ensino bíblico de que o homem nada tem e nada pode fazer para obter o favor de Deus. Ele soberana e graciosamente o concede ao pecador arrependido que crê em Jesus Cristo, e nele somente. A justificação do pecador é pela fé, sem obras de justiça, afirmaram Lutero, Calvino, Zwinglio e todos os demais líderes da Reforma. Diante disso, resgatou-se o conceito de que o favor de Deus não se pode mensurar pelas dádivas terrenas, mas sim pelo dom do Espírito e pela fé salvadora, que eram dados somente aos eleitos de Deus. O trabalho, através do qual vem a prosperidade, passou a ser visto, particularmente nas obras de Calvino, como tendo caráter religioso. Acabou-se a separação entre o sagrado e o profano que subjaz ao conceito de que Deus abençoa materialmente quem lhe agrada espiritualmente. O calvinismo é, precisamente, a primeira ética cristã que deu ao trabalho um caráter religioso. Mais tarde, esse conceito foi mal compreendido por Max Weber, que traçou sua origem à doutrina da predestinação como entendida pelos puritanos do século XVIII. Weber defendeu que os calvinistas viam a prosperidade como prova da predestinação, de onde extraiu a famosa tese que o calvinismo é o pai do capitalismo. As conclusões de Weber têm sido habilmente contestadas por estudiosos capazes, que gostariam que Weber tivesse estudado as obras de Calvino e não somente os escritos dos puritanos do séc. XVIII.
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Atualmente, em nosso país, a ideia de que Deus sempre abençoa materialmente aqueles que lhe agradam vem sendo levada adiante com vigor, não pelos calvinistas e reformados em geral, mas pelas igrejas evangélicas chamadas de neopentecostais, uma segunda geração do movimento pentecostal que chegou ao Brasil na década de 1900. A mensagem dos pastores, bispos e “apóstolos” desse movimento é que a prosperidade financeira e a saúde são a vontade de Deus para todo aquele que for fiel e dedicado à Igreja e que sacrificar-se para dar dízimos e ofertas. Correspondentemente, os que são infiéis nos dízimos e ofertas são amaldiçoados com quebra financeira, doenças, problemas e tormentos da parte de demônios. Na tentativa de obter esses dízimos e ofertas, os profetas da prosperidade promovem campanhas de arrecadação alimentadas por versículos bíblicos freqüentemente deslocados de seu contexto histórico e literário, prometendo prosperidade financeira aos dizimistas e ameaçando com os castigos divinos os que pouco ou nada contribuem.

O crescimento vertiginoso de igrejas neopentecostais que pregam a prosperidade só pode ser explicado pela idéia equivocada que o favor de Deus se mede e se compra pelo dinheiro, pelo gosto que os evangélicos no Brasil ainda têm por bispos e apóstolos, pela idéia nunca totalmente erradicada que pastores são mediadores entre Deus e os homens e pelo misticismo supersticioso da alma brasileira no apego a objetos considerados sagrados que podem abençoar as pessoas. Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas e procurando obter prosperidade material por meio de pagamento de dízimos e ofertas me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro e sua teologia da prosperidade não são, na verdade, filhos da Igreja medieval, uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até os evangélicos têm alma medieval. Facebook Twitter Google Whatsapp
Augustus Nicodemus Lopes

Por Augustus Nicodemus Lopes.

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmente pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Recife, vice-presidente do Supremo Concílio

quinta-feira, 5 de março de 2020

Perdemos a guerra cultural?

Solano Portela

Uma das questões menos compreendidas nas últimas décadas é o impacto do cristianismo na civilização ocidental. Pessoas simplesmente assumem valores que conservam a sociedade coesa, como se sempre tivesse sido assim e como se isso fosse continuar para sempre. Crentes se alienam em exercícios semanais de devoção e excitação espiritual com poucos reflexos morais e nas atividades do dia a dia. Vivem em staccato, de domingo a domingo, ansiando pelos ajuntamentos, sem serem verdadeiramente sal da terra e luz do mundo. Esquecem-se das lições da história, de que a Reforma do Século 16 tirou a civilização ocidental das trevas características da idade média, com a sua mensagem e influência.

Descrentes querem viver a vida moral dissoluta, mas dentro de uma estrutura da sociedade que garanta sua segurança, seus bens, seu progresso profissional, sua voz de reclamar, de reivindicar, de usufruir do avanço da ciência e dos bens de consumo, de desfrutar as benesses do “capitalismo”, sem se aperceberem que tais “direitos” vieram exatamente porque a sociedade ocidental, ou a cultura judaico-cristã influenciou a construção dessa sociedade em que vivemos e na qual estamos acostumados a coexistir. Estão cegos quanto ao obscurantismo que impera nas regiões onde a influência do cristianismo cessou de existir, ou onde ainda não chegou. Não enxergam os exemplos presentes e que a norma, para uma humanidade caída em violência e pecado, é a desvalorização da vida que se observa onde impera o islamismo, ou o hedonismo cruel das ditaduras despóticas que adoram algum “líder supremo”, que assim se autoelege.

Na medida em que valores cristãos vão sendo ridicularizados e descartados essa sociedade vai se fragmentando cada vez mais. Não é surpresa para ninguém que a falta de ênfase primária à questão de segurança tem levado à criminalidade desenfreada (pelos valores cristãos, este seria o propósito principal do governo, segundo Romanos 13.1-7). A ignorância do valor da honestidade (pelos valores cristãos, a cobiça é condenada) permeia não somente os políticos e empresários corruptos, mas o dia a dia das pessoas, que também querem levar vantagens indevidas. O descaso pela instituição do matrimônio (pelos valores cristãos, é a união entre um homem e uma mulher), tem desfigurado a célula mãe da sociedade e desnudado um futuro grotesco onde o comportamento pecaminoso é glorificado e elevado como expressão máxima da liberdade individual, que se coloca acima de qualquer padrão ou princípio. O desrespeito à propriedade (pelos valores cristãos, o mandamento “não furtarás”, continua válido, como os demais que regulam as relações entre os semelhantes), tem levado a protestos ou reivindicações com quebra-quebras, invasões, apropriações e espoliações do que é alheio.

Nesse cenário, algumas vozes, conscientes dos benefícios de uma sociedade firmada em cima de princípios cristãos, têm proclamado que estamos em outra era. Devemos mesmo é esquecer essa sociedade que conhecemos e admitir que perdemos a guerra cultural. O mal venceu. A situação não vai melhorar e estamos irremediavelmente fadados ao ostracismo, à rejeição, ao ridículo e até à extinção como tribo defensora de valores e princípios ultrapassados. Nem todos, mas muitos evangélicos, desde os rincões mais arminianos até os bolsões conhecidos como reformados, têm abraçado esse entendimento.

O que fazer, então? A escritora Leah Farish[1] aponta algumas respostas que têm surgido de autores fora do campo evangélico. O russo-ortodoxo Rod Dreher escreveu um livro intitulado The Benedict Option (A Opção Benedito), que vem causando furor e muita discussão, até em meios reformados. Nesse livro, analisando a sociedade norte-americana, ele aponta a perda inexorável dos limites de civilidade e a crescente hostilidade aos princípios cristãos, de tal maneira que não há mais clima de diálogo, promoção ou aprendizado dos valores cristãos. A solução, para aqueles que ainda presam esses valores, seria se fecharem em comunidades nas quais esses princípios pudessem ainda ser observados. Um outro autor, desta feita católico romano, Alasdair McIntyre, também tem ideias semelhantes e advoga essa clausura de autopreservação para que essa nova idade negra, na qual reinarão bárbaros filosóficos, possa ser atravessada.[2]

As referências da Opção Benedito, são, em parte, a pontuações feitas pelo atual Papa[3] (Benedito, ou Bento XVI). No entanto a lembrança é levada, mais especificamente, ao Benedito (ou Bento) do 6º Século d.C. (480-547 – não confundir com o Benedito do século 16, 1526-1589), quando os cristãos fugiram dos bárbaros e se agruparam no deserto, carregando consigo o germe redentor da civilização que estava em perigo. A referência é que a barbárie demanda o retorno a um isolamento em mosteiros.

Mas será que essa análise está correta? Sem descartar a precisa visão dos problemas filosóficos, éticos e comportamentais que nos assolam, as soluções apresentadas não parecem se harmonizar com a visão de uma compreensão bíblica adequada, resgatada pela teologia da Reforma do Século 16. A Bíblia não ensina o monasticismo como solução à pecaminosidade do mundo (Assim orou Jesus: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”, João 17.9), mas o envolvimento firmado na verdade para que sejamos “sal da Terra” (Mateus 5.13), preservando a sociedade na qual vivemos; e “luz do mundo” (Mateus 5.14); luz no meio das trevas, apontando os caminhos e revelando a iniquidade pelo contraste com a verdade proclamada.

Com isso parece concordar Leah Farish, que diz, no artigo já citado, “a Opção Benedito contrasta com as raízes da fé reformada”! As 95 teses de Lutero foram um manifesto explosivo contra a cultura reinante; Calvino lutou para reformar o pedaço de civilização sobre o qual tinha autoridade e sua influência sobre a cultura do mundo ocidental é imensurável. Pode haver alguma validade na sugestão dos crentes verdadeiros se agruparem, em reflexão, para estudarem a Palavra e delinearem estratégias sobre a batalha na qual já estamos envolvidos, mas nunca recorrer à formação de um gueto cristão. Leah Farish relembra que os Judeus, na Polônia, inicialmente ficaram satisfeitos em serem colocados em comunidades reclusas, os guetos. Afinal, iam poder viver em paz, sem perseguição e praticar sua religião. Mas, o extermínio foi o passo subsequente.

Como Paulo, reivindiquemos nossa “cidadania romana”, e proclamemos o que temos de proclamar!

[1] Artigo postado no site da World Reformed Fellowship (WRF): Is The Benedict Option an Option?, disponível em: http://wrfnet.org/articles/2017/03/wrf-member-leah-farish-asks-benedict-option-really-option#.WNJ8rYWcGP8
[3] Por exemplo: “Estamos nos movendo em direção a uma ditadura do relativismo, que não reconhece nada como certo e cujo objetivo supremo é o ego e os desejos de cada um”, citado em: http://www.catholic.org/news/national/story.php?id=34057

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