terça-feira, 5 de julho de 2022

A GRANDEZA DE DEUS


Quão grande é o nosso Deus!

Isaías 40 – 48

No dia 22 de maio de 1964, o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson,  quando estava na Universidade de Michigan, disse as seguintes palavras: “Nos dias de hoje, temos a oportunidade não apenas de nos transformarmos numa sociedade rica e poderosa, mas também de nos elevarmos a uma Grande Sociedade.” Ao lermos estas palavras alguns anos depois, podemos nos perguntar: “Como será que os judeus cativos na Babilônia teriam interpretado as palavras do presidente americano Lyndon Johnson?”

Uma sociedade rica? Eram refugiados cuja terra e cidade santa estavam em ruínas.

Uma sociedade poderosa? Sem um rei ou exércitos, encontravam-se fracos e indefesos diante das nações a seu redor.

Uma grande sociedade? Haviam pecado rebelando-se contra Deus e tiveram de sofrer grande humilhação e disciplina. Tinham pela frente um desafio monumental, mas lhes faltavam recursos humanos.

Por isso, o profeta admoestou-os a não olhar para si mesmos, mas sim a olhar com fé para o Deus poderoso que os amava e que prometeu fazer grandes coisa por eles. “Não temas!” exortou Isaías. “Eis aí está o vosso Deus!” (Is 40:9).

Meus irmãos, há um pensamento que me serve de estímulo em várias ocasiões que diz: “Olhe para os outros e ficará angustiado. Olhe para si mesmo e ficará deprimido. Olhe para Deus e será abençoado!”  Pode não ser uma obra-prima literária, mas certamente contém uma excelente teologia prática. Quando as perspectivas são sombrias, precisamos olhar para o alto. “Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? […] por ser ele grande em força e forte em poder” (Is 40:26).

Nestes nove capítulos de Isaías, o profeta descreve a grandeza de Deus em três áreas distintas da vida para que nós possamos aprender a depender e confiar em Deus em nosso viver independente das circunstâncias.

1. DEUS É MAIOR QUE NOSSAS CIRCUNSTÂNCIA S (IS 40:1-31)

As circunstâncias que nos precedem (vv.1-11). Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento. Podem-se ouvir quatro vozes, cada uma delas com uma mensagem especial a esse povo necessitado.

(1) A voz de perdão (vv. 1, 2). A nação havia pecado grandemente contra o Senhor, por sua idolatria, injustiça, imoralidade e insensibilidade para com seus mensageiros (Jr 7). Porém, os judeus ainda eram o povo de Deus, e ele os amava. Apesar de tê-los disciplinado, não os abandonaria. No texto original, “consolar” significa “falar ao coração” e “tempo da sua milícia” é uma referência aos tempos de “grandes provações”. A expressão “em dobro” não sugere que Deus os havia disciplinado injustamente, pois, mesmo em seus castigos, ele é misericordioso (Ed 9:13). Deus os disciplinou em proporção direta a tudo o que eles haviam feito (Jr 16:18). Não devemos pecar, mas, caso isso aconteça, Deus está esperando para nos perdoar (1 Jo 1:5 – 2:2).

(2) A voz da providência (vv. 3-5). Os judeus tinham uma dura jornada pela frente quando voltaram para reconstruir Jerusalém e o templo, mas o Senhor iria na frente a fim de abrir caminho. Vemos aqui a figura de um emissário consertando as estradas e removendo os obstáculos, reparando o caminho para a vinda de um rei. A figura do caminho ou da estrada aparece com frequência nas profecias de Isaías (ver Is 11:16). E evidente que o cumprimento pleno dessas palavras pode ser observado no ministério de João Batista, quando este preparou o caminho para o ministério de Jesus Cristo Mt 3:1-6). Em termos espirituais, Israel estava vivendo no deserto quando Jesus veio, mas em sua vinda, o Salvador trouxe a glória de Deus (Jo 1:14). O caminho de volta pode ser penoso, mas se confiarmos em Deus, ficará mais fácil.

(3) A voz da promessa (vv. 6-8). “Toda a carne é erva.” A Assíria havia partido e a Babilônia também. Assim como a grama, as nações e seus líderes cumprem seu propósito e, depois, desaparecem, mas a Palavra de Deus permanece para sempre (Sl 37:1, 2; 90:1-6; 103:15-18; 1 Pe 1:24, 25). Ao começar sua longa jornada para casa, Israel podia contar com as promessas de Deus. Talvez estivessem se apropriando especialmente de 2 Crônicas 6:36-39.

(4) A voz da paz (vv. 9-11). Aqui a própria nação sai do vale e vai até o alto das montanhas para declarar a vitória de Deus sobre o inimigo. A boa notícia anunciada naquele tempo foi a derrota da Babilônia e a libertação dos judeus cativos (Is 52:7-9). A boa notícia hoje é a derrota de Satanás por Jesus Cristo e a salvação de todos aqueles que crerem no Senhor (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19. O braço de Deus é poderoso para dominar a batalha (Is 40:10), mas também é um braço de amor para carregar suas ovelhas cansadas (v. 11). “Estamos indo para casa!” – sem dúvida essa foi uma boa notícia para as cidades devastadas de Judá (Is 1 3 6 : 1 ; 37:26).

As circunstâncias diante de nós (vv. 12-26). Os judeus eram poucos, apenas um remanescente, e tinham diante deles uma longa e difícil jornada. As vitórias da Assíria, da Babilônia e da Pérsia deram a impressão de que os falsos deuses dessas nações gentias eram mais fortes do que o Deus de Israel, porém Isaías lembrou seu povo da grandeza de Javé. Ao contemplar a grandeza de Deus, você verá a vida com uma perspectiva diferente e correta.

Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E, se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta, pode curar seu coração partido (Sl 147:3,4), pode levantar o caído, transformar a derrota em vitória (Gn 50.20).

Alguém definiu as “circunstâncias” como “as coisas horríveis que vemos ao desviarmos o nosso olhar de Deus”. Se você olhar para Deus por meio das suas circunstâncias, ele parecerá muito pequeno e distante, porém, se, pela fé, você olhar para as suas circunstâncias por meio de Deus, ele se colocará a seu lado e lhe revelará sua grandeza.

As circunstâncias dentro de nós (vv. 27-31). Em vez de louvar ao Senhor, a nação estava se queixando de que ele agia como se não soubesse da situação deles nem se importasse com os problemas que enfrentavam (v. 27; Is 49:14). Em vez de ver a porta aberta, os judeus enxergavam apenas uma longa estrada a sua frente e queixaram-se de não ter forças para andar. Deus estava lhes pedindo que fizessem o impossível.

Contudo, Deus sabe como nos sentimos, conhece nossos medos e sabe como suprir todas as nossas necessidades. Não somos capazes de obedecer a Deus com nossas próprias forças, mas podemos sempre confiar nele para nos prover a energia de que precisamos (Fp 4:13). Se confiarmos em nós mesmos, iremos desfalecer e cair, mas se esperarmos no Senhor com fé, receberemos forças para prosseguir. A palavra esperar” não sugere que nos sentemos aguardando sem fazer coisa alguma.  Significa “ter esperança”, buscar em Deus tudo de que precisamos (Is 26:3; 30:15). Isso inclui meditar no caráter e nas promessas de Deus, orar e buscar sua glória.

A palavra “renovar” significa “trocar”, assim como se tira uma roupa velha para se colocar roupas novas. Trocamos nossas fraquezas pelo poder de Deus (2 Co 12:1-10). Quando esperamos nele, Deus permite que sejamos elevados acima de uma crise, que corramos quando os desafios são muitos e que andemos confiantes em meio às exigências cotidianas. E muito mais difícil caminhar sob as pressões comuns da vida do que voar como a águia num período de crise.

O pai das missões modernas William Carey, disse: “Posso labutar, é o meu único dom. Posso perseverar em qualquer atividade que me seja determinada. Devo tudo em minha vida a isso.”

Uma jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo. Os grandes heróis da fé nem sempre são aqueles que parecem elevar-se acima dos problemas, mas sim os que labutam pacientemente. Ao esperar no Senhor, ele nos permite não apenas voar e correr mais rápido, mas também andar por mais tempo. Bem-aventurados os que labutam, pois um dia chegarão a seu destino!

2. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS MEDOS (IS 41:1-44:28)

Em sete ocasiões nesta seção do livro, o Senhor diz a seu povo: “Não temas!” (Is 41:10,13,14; 43:1,5; 44:2,8); também a nós nos exortamos a não temermos hoje. Ao encarar o desafio da longa caminhada para casa e a difícil tarefa de reconstrução, os judeus remanescentes tiveram motivos de sobra para temer. Contudo, havia uma grande razão para não ter medo: o Senhor estava com eles e lhes daria sucesso.

Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e ó Messias (Is 42:1-25).

Ciro, o servo de Deus (41:1-7). Deus convocou todos ao tribunal e pediu às nações que apresentassem suas acusações contra ele, se fossem capazes. Pelo menos dezessete vezes em suas profecias Isaías escreveu sobre “terras do mar”, referindo-se aos lugares mais distantes da terra santa (Is 11:11; 24:1 5; 41:1, 5; 42:4, 10, 12). O Senhor desafiou as nações dizendo: “Apresentai a vossa demanda” (Is 41:21).

Deus não teme as nações, pois é maior do que elas (Is 40:12-17); controla sua ascensão e queda. O Senhor anunciou que levantaria um governante chamado Ciro, o qual faria a obra justa de Deus na Terra ao derrotar outras nações em favor do povo de Deus, Israel. Ciro seria um pastor (Is 44:28) ungido por Deus (Is 45:1), uma ave de rapina que não poderia ser detida (Is 46:11). “Pisará magistrados como lodo e como o oleiro pisa o barro” (Is 41:25).

Isaías chamou Ciro pelo nome mais de um século antes do nascimento do rei (590?- 529 a.C.). Apesar de o profeta não usar, em momento algum, a designação “servo de Deus” para o governante, Ciro serviu ao Senhor ao cumprir o propósito de Deus na Terra. Deus entregou-lhe as nações e ajudou- o a conquistar grandes reis (Is 45:1-4). O inimigo foi soprado para longe como restolho e pó, pois o Deus eterno estava comandando o exército.

E possível que Ciro tivesse pensado que realizava seus próprios planos, mas na verdade estava fazendo a vontade de Deus (Is 44:28). Ao derrotar a Babilônia, Ciro permitiu que os judeus cativos fossem libertos e que voltassem para sua terra, a fim de reconstruir Jerusalém e o templo (Ed 1:1-4).”Eu, na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados” (Is 45:13).

Às vezes nos esquecemos de que Deus pode usar até mesmo líderes não cristãos para o bem de seu povo e para o progresso de sua obra. Levantou o Faraó no Egito para que pudesse demonstrar seu poder Rm 9:1 7) e também usou o fraco Herodes e o covarde Pôncio Pilatos para realizar o plano da crucificação de Cristo (At 4:24-28). “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do S e n h o r ; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21:1).

Israel, o servo de Deus (41:8-29; 43:1 -44:28). O profeta apresenta quatro retratos para encorajar o povo. Em contraste com o medo experimentado pelas nações gentias, vê-se a confiança demonstrada por Israel, o servo escolhido de Deus (Is 41:8-13), pois Deus estava operando em seu favor. Apesar de sua antiga rebelião, Israel não foi rejeitado pelo Senhor. Os judeus cativos não precisavam temer nem Ciro e nem a Babilônia, pois Ciro estava trabalhando para Deus, e a Babilônia logo desapareceria. Ao ler esse parágrafo, podemos sentir o amor de Deus por seu povo e seu desejo de encorajá-lo a confiar nele quanto ao futuro.

O título “meu servo” é muito honrado e foi usado para grandes líderes como Moisés (Nm 12:7), Davi (2 Sm 3:18), os profetas (Jr 7:25) e o Messias (Is 42:1). Havia, porém, alguma honra em ser chamado de “verme”? (Is 41:14-1 6). “Servo” define o que eles eram pela graça e vocação de Deus, mas “verme” descreve o que eram em si mesmos. Imagine um verme com dentes e triturando montanhas até o pó, como se fosse palha! Todas as montanhas e montes seriam aplainados (Is 40:4), à medida que a nação marchasse com fé, e o Senhor tornaria as montanhas em outeiros.

         O mesmo Deus que transformou a realidade do povo judeu que estava no cativeiro, é também o nosso Deus hoje, ele zela por suas promessas, então podemos confiar, assim como ele cumpriu suas promessas restaurando o povo de Israel da escravidão quando estava desanimado é ele quem noa avbençoa e supre todas as nossas necessidades.

 Deus não é semelhante aos ídolos mortos que não podem fazer nada e não conhecem a nossa história, mas o grandioso Deus conhce todas as coisas, não só nosso passado como o nosso futuro(Is 41:21-29). Não apenas os ídolos eram incapazes de fazer qualquer previsão verdadeira, como também não conseguiam nem sequer falar! O julgamento do tribunal foi inequívoco: “Eis que todos são nada; as suas obras são coisa nenhuma; as suas figuras de fundição, vento e vácuo” (v. 29).

Isaías dá continuidade ao tema do “servo do Deus de Israel” nos capítulos 43 – 44 com ênfase no Deus Redentor de Israel (Is 43:1-7; ver também v. 14; Is 44:6, 22-24). A palavra traduzida por “redimir” ou “Redentor” é o termo hebraico para “parente resgatador”, alguém próximo que poderia remir pessoas da família da escravidão e resgatar suas propriedades mediante o pagamento de suas dívidas (ver Lv 25:23-28 e o Livro de Rute). Deus deu o Egito, a Etiópia (Cuxe) e Sabá para Ciro como preço do resgate por ter libertado Israel da Babilônia, pois Israel era muito precioso para o Senhor. Também deu seu único Filho como resgate pelos pecadores (Mt 20:28; 1 Tm 2:6).

Israel é o servo de Deus no mundo e também a testemunha de Deus para o mundo (Is 43:8-13). Trata-se de outra cena de um tribunal, em que Deus desafia os ídolos. “Que tragam suas testemunhas!”, diz o Juiz, mas é claro que os ídolos são inúteis e mudos. Em duas ocasiões, o Senhor diz a Israel: “Vós sois as minhas testemunhas”(vv. 10,12), pois foi na história de Israel que Deus revelou-se ao mundo. Frederico, o Grande, perguntou ao marquês D’Argens: “Você pode me dar uma única prova irrefutável da existência de Deus?” Ao que o marquês respondeu: “Sim, majestade, o povo judeu”.

Quando Deus perdoa e restaura seu povo, deseja que se esqueçam das falhas do passado, que dêem testemunho dele no presente e que se apropriem de suas promessas para o futuro (vv. 18-21). Por que deveríamos nos lembrar de algo que Deus já esqueceu? (v. 25). O Senhor perdoou os israelitas não porque tivessem levado sacrifícios – pois não havia altares na Babilônia -, mas unicamente por sua misericórdia e graça.

Isaías 44:9-20 mostra a insensatez da idolatria e deve ser comparado com o Salmo 11 5. Aqueles que defendem ídolos e que os adoram são como eles: cegos, ignorantes e insignificantes. Deus fez as pessoas à sua própria imagem, e agora elas faziam deuses à imagem delas! Parte de uma árvore se tornava um deus e o restante era usado como lenha. O ‘adorador “alimentava as cinzas” sem obter benefício algum dessa adoração.

Mas Deus formou Israel (Is 44:21, 24), perdoou os pecados de seu povo (v. 22; ver Is 43:25) e é glorificado por meio dele (Is 44:23). Ele fala a seu povo e é fiel no cumprimento de sua Palavra (v. 26). Que possamos sempre apreciar o privilégio que temos de conhecer e de adorar o verdadeiro Deus vivo!

O Messias, o Servo de Deus (Is 42). Isaías 42:1-7 é a primeira de quatro referências aos “cânticos do servo”, em Isaías, aludindo ao Servo de Deus, o Messias. As outras são Isaías 49:1-6; 50:1-11; e 52:13 – 53:12. Compare “Eis que todos [os ídolos] são nada” (Is 41:29) com “Eis aqui o meu servo” (Is 42:1). Mateus 12:14-21 aplica essas palavras ao ministério de Jesus Cristo aqui na Terra. Ele poderia ter destruído os inimigos (a cana e o linho), mas foi paciente e misericordioso. O Pai se agrada de seu Filho (Mt 3:1 7; 1 7:5).

É por meio do ministério do Servo que Deus realizará seu grande plano de salvação para o mundo. Deus o escolheu, levantou e capacitou para ser bem-sucedido em sua missão. Por causa da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, um dia haverá um reino glorioso, e Deus “promulgará o direito para os gentios [nações]” (Is 42:1). Jesus Cristo é “a luz do mundo” (Jo 8:12), e isso inclui os gentios (Is 42:6; At 13:47, 48; Lc 1:79). Isaías 42:7 refere-se ao livramento do cativeiro na Babilônia (Is 29:18; 32:3; 35:5) bem como ao livramento dos pecadores da condenação (Is 61:1-3; Lc 4:18, 19).

A seção final (Is 42:10-25) descreve uma nação que canta (vv. 10-12), dando louvores ao Senhor, e um Deus silencioso que quebra o silêncio para se tornar um valente emitindo gritos (vv. 13-1 7). Deus é longânimo para com o pecador, porém, quando começa a operar, não perde tempo! O “servo”, nos versículos 18-25, é o povo de Israel, cego para seus próprios pecados e surdo para a voz de Deus (Is 6:9, 10); ainda assim, o Senhor o perdoou graciosamente e o libertou da servidão. Então, Deus diz aos babilônios: “Restitui” (Is 42:22).

Como é triste quando Deus nos disciplina e não entendemos ou não levamos a sério o que ele está fazendo (v. 25)! O cativeiro de Israel na Babilônia curou a nação de sua idolatria, mas não criou nele um desejo de adorar e glorificar a Deus. Meus irmãos, nós também fomos libertos do pecado pela graça de Deus, precisamos ter fome e sede da presença do Senhor e glorifica-lo em nosso viver.

3. DEUS É MAIOR QUE NOSSOS INIMIGOS (Is 45:1-48:22)

Estes capítulos tratam da ruína da Babilônia, e um dos temas principais é: “Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:5-6, 14, 18, 21, 22; 46:9). Jeová volta a se revelar como o verdadeiro Deus vivo em contraste com os ídolos mudos e mortos.

A descrição do conquistador (45:1-25). Assim como profetas, sacerdotes e reis eram ungidos para o serviço, também Ciro foi ungido por Deus para realizar um serviço especial por Israel. Nesse sentido, Ciro foi um “messias”, um “ungido”. Deus o chamou pelo nome um século antes de seu nascimento! Ciro foi o instrumento humano para a conquista, mas foi o Deus Jeová quem lhe deu as vitórias.

A desgraça dos falsos deuses (46:1-13). Bel era o deus babilônio do Sol, e Nebo era seu filho, o deus da escrita e do aprendizado. Mas nem os dois juntos foram capazes de deter Ciro! Ao escapar do inimigo, os Babilônios tiveram de carregar seus deuses, porém eles acabaram sendo levados para o cativeiro junto com os prisioneiros de guerra Deus garantiu a seu povo que os levaria em seus braços do ventre ao túmulo. O versículo 4 é a base para a estrofe do conhecido hino Firme Alicerce, geralmente omitida dos nossos hinários:

Até à velhice, todo meu povo há de provar,

Meu soberano, eterno e imutável amor,

E quando o cabelo grisalho suas têmporas adornar,

Como ovelhas junto ao peito ainda os hei de levar.

(Richard Keen)

Que conforto saber que nosso Deus já cuidava de nós mesmo antes de termos nascido (Sl 139:13-16) e que o fará até envelhecermos, bem como a cada momento entre uma coisa e outra! Ele está no controle de tudo, conhece todos antes de nascermos.

A destruição da cidade (47:1-15). A Babilônia, a rainha arrogante, não passava mais de uma escrava humilhada. “Eu serei senhora para sempre!” (v. 7-), bradava ela. Mas, num instante, foi alcançada pelo julgamento de seus pecados e tornou-se viúva. Nem seus ídolos nem suas práticas ocultas (vv. 12-14) puderam avisá-la ou prepará-la para sua destruição. Deus, porém, sabia que a Babilônia cairia, pois havia planejado isso muito tempo atrás! Chamou a Ciro, que se lançou sobre a Babilônia como uma ave de rapina. A Babilônia não mostrou misericórdia para com os judeus, e Deus julgou-a conforme merecia.

A libertação do remanescente judeu (48:1-22). Os judeus haviam se tornado complacentes e acomodados em seu cativeiro e não queriam partir. Seguiram o conselho de Jeremias (Jr 29:4-7) e tinham casas, jardins e famílias. Apegaram-se de tal modo a essas coisas que não seria fácil fazer as malas e seguir para a Terra Santa. No entanto, pertenciam à Terra Santa, e Deus tinha um trabalho para eles ali. Deus lhes disse que eram hipócritas ao usar seu nome e identificar-se com sua cidade, mas não obedecer à sua vontade (Is 48:1, 2). Eram obstinados (v. 4) e não se empolgaram com as coisas novas que Deus estava fazendo por eles.

Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.

Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores

Conclusão

Meus irmãos, mesmos sendo fracos e miseráveis pecadores podemos contemplar o grande amor de Deus, assim como o remanescente. Ao olhar para trás, o remanescente da Babilônia via suas falhas e pecados e precisava de encorajamento, para prosseguir em frente.

1-Deus é maior do que qualquer coisa na terra (vv. 12-20) ou no céu (vv. 21-26). A criação mostra sua sabedoria, seu poder e sua infinitude. Ele é maior do que as nações e seus ídolos. E se você sentir-se tão pequeno a ponto de se perguntar se Deus se importa, de fato, com sua vida, lembre-se de que ele sabe o nome de cada estrela (Is 40:26) e o seu nome também (ver Jo 10:3, 27)! O mesmo Deus que dá nome às estrelas e as conta pode curar seu coração partido (Sl 147:3, 4).

2-Deus é maior que nossos medos– Deus procurou acalmar seus medos garantindo que iria à frente deles e que trabalharia por eles. O Senhor explicou uma verdade maravilhosa: empregou três servos que cumpririam seu propósito: Ciro, rei da Pérsia (Is 41:1-7), a nação de Israel (vv. 8-29; Is 43:1 – 44:27) e o Messias (Is 42:1-25). Então meu irmão e amigo não há o que temer, precisamos confiar no Senhor hoje.

3-Deus é maior que nossos inimigos – Se tivessem obedecido ao Senhor logo de início, teriam experimentado paz e não guerras (vv. 18, 19), mas ainda não era tarde demais. O Senhor os havia colocado dentro da fornalha para refiná-los e prepará-los para o trabalho que os esperava (v. 10). “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus”, foi o mandamento do Senhor (v. 20; ver Jr 50:8; 51:6; 45; Ap 18:4). Deus iria adiante deles e prepararia o caminho, de modo que não tinham o que temer.

Seria de se pensar que os judeus estivessem ansiosos para deixar sua “prisão” e voltar para sua terra, a fim de ver Deus fazer coisas novas e grandiosas por eles. Porém, haviam se acostumado com a segurança do cativeiro e se esquecido dos desafios da liberdade. Não é difícil para a Igreja de hoje se acomodar com seu conforto e fartura. Deus pode nos colocar na fornalha para nos lembrar de que estamos aqui para ser servos e não consumidores ou espectadores.

Assim como o Israel da Antiguidade, você ao se deparar com uma tarefa difícil e um futuro impossível, siga o exemplo de Israel e lembre-se da grandeza de Deus.

W.Wiersbe/Adap pelo Pr. Eli Vieira

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A FÉ VERDADEIRA

 


A FÉ VERDADEIRA

Daniel 3

O diabo nos tenta a fim de destruir nossa fé, mas Deus nos prova a fim de desenvolver nossa fé, pois uma fé que não pode ser provada não é digna de confiança. A fé que não é verdadeira sucumbe nos tempos de provação, mas a fé autêntica lança raízes mais profundas, cresce e glorifica a Deus. Isso explica por que Deus permitiu que três homens hebreus fossem provados e lançados numa fornalha de fogo.

A experiência desses três homens nos ajuda a examinar nossa própria fé e a determinar se temos uma fé autêntica, que pode ser provada, e a glorificar a Deus.

 1. A FÉ VERDADEIRA ENCARA O DESAFIO ( Dn 3:1-12 ) O rei enviou mensageiros a todas as províncias de seu império ordenando que os oficiais se reunissem para a consagração da grande estátua de ouro. São mencionados os nomes de oito oficiais específicos (Dn 3:2,3) que representariam o povo de suas províncias. Todos os níveis hierárquicos possuíam representantes, e esperava-se que todos estivessem presentes.

No entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no verdadeiro Deus vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer. Ter fé significa obedecer a Deus apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a nosso redor ou das consequências diante de nós.

                A verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e confia que ele cuidará das consequências. Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido sua comunhão com Deus.

2 . A FÉ VERDADEIRA CONFESSA O SENHOR ( Dn 3 : 13 - 18 ) Novamente, vemos o rei num ataque de raiva (v. 13; ver v. 19 e 2:12). Ele havia conquistado muitas cidades e nações, mas não conseguia dominar a si mesmo. Os três oficiais hebreus, porém, mostravam-se calmos e respeitosos.

Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: "Todos estão fazendo isso", ou "É uma das obrigações de nosso cargo", ou ainda "Dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração". Poderiam ter dito: — Podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais a serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor.

 "Quanto a isto não necessitamos de te responder" (Dn 3:16) significa: "Não precisamos nos defender nem defender nosso Deus, pois nosso Deus cuidará da sua própria defesa e da nossa."Os três homens hebreus criam que Deus podia livrá-los, mas confiariam nele, mesmo que não o fizesse. E assim que a fé deve funcionar em nossa vida (ver Habacuque 3:17-19).

3. A FÉ VERDADEIRA DESCONCERTA O INIMIGO (Dn 3:19-25) Mais uma vez, o rei se enfureceu - homens arrogantes não gostam de ser desobedecidos - e ordenou que os três judeus fieis fossem lançados na fornalha de fogo. Haviam recusado sua oferta generosa e teriam de sofrer as consequências. Finalmente, os conselheiros da corte teriam sua vingança contra esses exilados judeus que haviam se instalado em seu território e sido promovidos a cargos que pertenciam aos caldeus.

 Os três homens haviam se recusado a obedecer às ordens do rei e a prostrar-se diante da figura, mas quando o rei ordenou que saíssem da fornalha, obedeceram sem demora. Eram milagres vivos e queriam que todos soubessem o que seu grande Deus era capaz de fazer. Não apenas o corpo de cada homem estava intocado, como também seus cabelos não haviam sido chamuscados e suas roupas nem tinham cheiro de fumaça.

Os oficiais não ousaram dizer coisa alguma naquele momento a fim de não ofender o rei. Mas Nabucodonosor falou (v. 28)! Declarou: (1) o poder do Deus de Israel; (2) a eficácia da fé nele; e (3) a devoção extraordinária dos três homens judeus que sujeitaram seu corpo ao Deus verdadeiro e não ao falso deus do rei (Rm 12:1, 2). Por um ato de fé, os três judeus deram testemunho do verdadeiro Deus vivo a todo o império babilônio!

4 . A FÉ VERDADEIRA CONFIRMA AS PROMESSAS (Dn 3 : 26 - 30 ) Por que o Senhor incluiu essa história nas Escrituras do Antigo Testamento? Pelo mesmo motivo que incluiu histórias sobre as "experiências de fé" de Abraão, de Moisés, de Josué, de Davi e dos profetas: para encorajar o povo de Deus em sua batalha contra o mundo, a carne e o diabo. "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Rm 15:4).

A vida pode ser relativamente segura e confortável onde você e eu vivemos, mas, em muitas partes do mundo, o povo de Deus está pagando um alto preço para manter-se firme em seu testemunho e continuar separado do mundo. Dia após dia, ouvem o arauto gritando: "Prostrai-vos diante da figura de ouro como todos estão fazendo!" "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2:10).

 Ao nos aproximarmos do fim dos tempos, a fornalha da oposição será aquecida para arder com intensidade sete vezes maior, e a pressão para se conformar ao mundo ficará cada vez mais forte. Será preciso um bocado de graça, oração, coragem e fé ao povo de Deus para que permaneça firme por Cristo, enquanto outros se prostram diante dos deuses deste mundo. O Livro de Daniel é uma grande fonte de estímulo, pois nos lembra de que Deus se preocupa com seu povo e honra seus filhos, quando são fiéis a ele. "Porque aos que me honram, honrarei" (1 Sm 2:30).

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Após 6 anos, treinador demitido por orar em campo vence na Suprema Corte dos EUA

 

O treinador Joe Kennedy orando no campo. (Foto: Reprodução / First Liberty)

A Suprema Corte decidiu que Joseph Kennedy tinha o direito constitucional de orar em campo após os jogos de seu time.

Por uma votação de 6 a 3, a Suprema Corte americana decidiu nesta segunda-feira (27) que o treinador Joseph Kennedy tinha o direito constitucional de orar no campo após os jogos de seu time.

Joe, como é conhecido, era treinador de futebol do ensino médio em Bremerton, Washington, e está em um embate judicial desde que foi demitido da escola por fazer orações após cada jogo.

Kennedy disse que estava encantado com a decisão. “Isso é tão incrível”, disse ele em um comunicado. “Tudo o que eu sempre quis foi voltar ao campo com meus caras.”

Durante oito anos, o treinador fez orações rotineiras após os jogos, com os alunos se juntando a ele voluntariamente em alguns momentos, o que foi alegado como constrangimento e motivo para que Kennedy fosse afastado da escola.

Foram seis anos de batalha judicial até o desfecho na Suprema Corte.

Segundo o voto do juiz Neil M. Gorsuch, as orações do treinador estão protegidas pela Primeira Emenda e o distrito escolar errou ao suspendê-lo depois que ele se recusou a encerrar a prática.

“O respeito às expressões religiosas é indispensável para a vida em uma república livre e diversificada – quer essas expressões ocorram em um santuário ou em um campo, e se manifestem através da palavra falada ou com a cabeça abaixada”, escreveu ele.

Ele foi acompanhado na opinião pelo chefe de justiça John Roberts e os juízes Clarence Thomas, Brett Kavanaugh, Samuel Alito e Amy Coney Barrett.

Garantir direitos

O NY Times informa que reforçar os direitos religiosos, e principalmente os dos cristãos, tem sido um projeto de assinatura do tribunal liderado pelo chefe de justiça John G. Roberts Jr.

No início do mandato atual, o tribunal decidiu por unanimidade a favor de um grupo cristão que procurou hastear sua bandeira em frente à Prefeitura de Boston e, com apenas uma discordância, para um preso no corredor da morte que procurou o toque de seu pastor na câmara de execução.

Em seu voto discordante, a juíza Sonia Sotomayor escreveu que a maioria se extraviou ao priorizar os direitos religiosos de um funcionário da escola sobre os de seus alunos, que poderiam se sentir pressionados a participar de atividades religiosas.

“Ao fazê-lo”, escreveu ela, “o tribunal nos coloca ainda mais em um caminho perigoso ao forçar os estados a se envolverem com a religião, com todos os nossos direitos em jogo”.

Armas e aborto

A Suprema Corte, formada por maioria conservadora, tem se pautado por seguir direitos constitucionais norte-americanos. Na semana passada, decidiu pela continuidade do porte de armas em público, afirmando que a Constituição protege esse direito individual para a defesa pessoal.

A decisão foi considerada uma vitória histórica para os defensores do acesso aos armamentos, tema que divide o país em meio a ocorrências de tiroteios em massa recorrentes, como o que aconteceu em uma escola de ensino fundamental em Uvalde, no Texas.

Outro tema ainda mais polêmico foi definido na sexta-feira (24), quando a Corte eliminou o direito constitucional ao aborto estabelecido em Roe v. Wade.

Tremenda vitória

O caso de Joe Kennedy é emblemático pela duração do embate judicial e pode se tornar referência para outros casos que se seguem na mesma linha da liberdade religiosa, nos EUA.

“Esta é uma tremenda vitória para o treinador Kennedy e a liberdade religiosa para todos os americanos”, disse Kelly Shackelford, presidente e consultora-chefe da First Liberty.

“Nossa Constituição protege o direito de todo americano de se engajar em expressões religiosas privadas, incluindo orar em público, sem medo de ser demitido. Somos gratos que a Suprema Corte tenha reconhecido o que a Constituição e a lei sempre disseram – os americanos são livres para viver sua fé em público”.

Kennedy também expressou gratidão.

“Sou incrivelmente grato à Suprema Corte, minha fantástica equipe jurídica e a todos que nos apoiaram”, disse ele. “Agradeço a Deus por responder nossas orações e sustentar minha família durante esta longa batalha.”

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NY TIMES E CHRISTIAN HEADLINES

Líderes cristãos celebram a derrubada do aborto: ‘Nosso trabalho está apenas começando’

 



Alveda King, Franklin Graham, Rick Warren. (Foto: Wikipedia, Facebook Franklin Graham, Facebook Rick Warren)

Decisão da Suprema Corte suspendeu Roe v. Wade, que permitia o aborto nos EUA desde 1973.

A decisão da Suprema Corte dos EUA de suspender o dispositivo Roe v. Wade, que durante 49 anos liberou o aborto em todo território americano, foi comemorada por líderes cristãos em todo o espectro denominacional.

Apesar das celebrações, eles alertaram que ainda há muito trabalho – nos estados e nas comunidades locais – a ser feito contra o aborto.

A suspensão de Roe pelo tribunal deixa decisões para as Cortes dos 50 estados, onde legislaturas e governadores agora decidirão – e em alguns casos, como no Mississipi, já decidiram – o que fazer.  

Veja a opinião de alguns dos líderes cristãos sobre a decisão considerada história para o país:

LILA ROSE, PRESIDENTE E FUNDADORA DA LIVE ACTION

“Roe v. Wade acabou. As crianças vão viver por causa desta decisão de derrubar a ficção constitucional de Roe v. Wade”, disse Rose. “… Esta decisão é um passo importante para a proteção da vida inocente em nossa nação, mas o trabalho do movimento pró-vida está apenas começando. Embora anular Roe seja um primeiro passo necessário, dar aos Estados a prerrogativa de regular o aborto não é uma vitória final. Embora esta decisão dê aos estados o direito de proteger seus cidadãos mais jovens, muitos dos maiores estados de nossa nação, como Califórnia, Illinois e Nova York, ainda legalizarão e até subsidiarão o assassinato de nossos filhos mais novos. Não teremos justiça verdadeira até que a Suprema Corte reconheça a verdade de que, sob nossa Constituição, todo americano – nascido ou pré-nascido – tem um direito inerente à vida protegido pela 14ª Emenda.

“A ciência prova conclusivamente que uma vida humana única e biologicamente distinta começa no momento da fertilização”, acrescentou Rose. “Toda criança, independentemente de sua idade, deve ser protegida dos horrores do aborto e da indústria do aborto. No futuro, o movimento pró-vida deve defender que a Suprema Corte conceda proteção igual sob a lei a todos os seres humanos, mesmo desde o início da vida de cada ser humano. A partir de hoje, todos os estados de nossa nação devem agir rapidamente para codificar as proteções para crianças pré-nascidas na lei estadual e dar recursos a mães e pais para garantir que a família americana esteja saudável e pronta para florescer sem a grave violência do aborto”.

Rose escreveu em um tuíte: “Nosso trabalho está apenas começando”.

FRANKLIN GRAHAM, PRESIDENTE DA SAMARITAN’S PURSE E DA ASSOCIAÇÃO EVANGELÍSTICA BILLY GRAHAM

“Roe v. Wade, passado há 49 anos, resultou na morte de mais de 63 milhões de crianças inocentes neste país. Infelizmente, esta decisão não é o fim do aborto – ela empurra a batalha de volta para os estados”, disse Franklin Graham.

Franklin Graham em entrevista exclusiva ao Guiame. (Foto: Portal Guiame)

“Minha oração é que todos os estados promulguem proteções para crianças no útero e que nossa nação valorize a vida e reconheça os direitos dos mais vulneráveis”, disse Graham.

KAREN SWALLOW PRIOR, AUTORA E PROFESSORA DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO SUDESTE

“Nosso trabalho agora está apenas começando: devemos ajudar e apoiar mães, pais e bebês. Ame todos eles – e assim tornando o aborto inimaginável”, disse Prior.

BART BARBER, PRESIDENTE DA CONVENÇÃO BATISTA DO SUL

“Os batistas do sul se alegram com a decisão que a Suprema Corte dos Estados Unidos proferiu hoje em Dobbs v Jackson Women’s Health Organization”, disse Barber. “Desde 1980, a Convenção Batista do Sul aprovou mais de 20 resoluções sobre a questão do aborto.

“… Como afirmamos há poucos dias em uma resolução em nossa Reunião Anual de 2022, nos Estados Unidos pós-Roe, ‘Nos comprometemos a apoiar e orar por mulheres vulneráveis ​​ao aborto, para eliminar qualquer necessidade percebida pelo horror de aborto e se opor à Planned Parenthood e outras organizações ou instituições predatórias que exploram mulheres vulneráveis ​​para obter lucro.’ Estado por estado, mãe por mãe, coração por coração, continuaremos nosso trabalho sagrado em direção a esse objetivo”.

RICK WARREN, PASTOR DA IGREJA SADDLEBACK E ESCRITOR

O pastor Rick Warren, que deixará a liderança da Igreja Saddleback da Califórnia para abrir caminho para a próxima geração e não costuma falar sobre questões políticas, elogiou a decisão da Suprema Corte.

THE SUPREME COURT HAS OVERTURNED ROE V WADE ENDING THE FEDERAL SUPPORT OF ABORTION! MILLIONS OF UNBORN AMERICANS SAY THANK YOU!HTTPS://T.CO/ENHFTNTEEN PIC.TWITTER.COM/XVU46T7PGT— RICK WARREN (@RICKWARREN) JUNE 24, 2022

“A Suprema Corte derrubou ROE v WADE acabando com o apoio federal ao aborto! Milhões de americanos não nascidos agradecem!”, escreveu no Twitter.

ALVEDA KING, FUNDADORA DA SPEAK FOR LIFE E SOBRINHA DE MARTIN LUTHER KING JR.

“Por 49 anos, ‘nós, o povo’ tivemos que suportar uma decisão falha e inconstitucional da Suprema Corte que permitiu que juízes não eleitos criassem um direito nacional ao aborto que acabou levando a ações extremas, como abortos tardios, contra os nascituros”, disse King. “Hoje, a Suprema Corte revogou essa decisão com razão, enviando o poder de regular o aborto de volta às autoridades eleitas em nível estadual. Eu ansiei e orei por este dia. E continuarei lutando pela dignidade humana para todos – do útero ao túmulo”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN HEADLINES E CHRISTIAN POST

terça-feira, 28 de junho de 2022

Cristãos ajudam ucranianos a não serem vítimas de tráfico humano: ‘Temos que protegê-los’


 Cristãos ucranianos reunidos em momento de oração. (Foto ilustrativa: Portas Abertas)

Igrejas se unem à uma organização global de apoio aos refugiados e salvam mulheres e crianças de serem vítimas do tráfico humano.

O atual conflito entre Rússia e Ucrânia acelerou a maior crise de refugiados que a Europa já viu desde a Segunda Guerra Mundial. 

Milhões de mulheres e crianças foram obrigadas a deixar suas casas. Homens foram obrigados a guerrear, deixando suas famílias e seus empregos.

Com a morte de seus maridos, muitas ucranianas estão espalhadas por toda a Europa em situações que as deixaram totalmente vulneráveis. 

Elas conseguiram salvar suas vidas e a de seus filhos, mas o perigo ainda não acabou, traumatizadas e sem recursos, elas agora enfrentam o risco do tráfico humano. 

Sobre o tráfico humano

Conforme explica a IJM — organização global de apoio a refugiados — é preciso que os cristãos se unam “para proteger as famílias do horror do tráfico humano, emquanto tentam reconstruir suas vidas em outros países”.

tráfico na Europa, inclusive no Reino Unido, era um problema estabelecido antes da guerra. “Por meio do nosso trabalho antitráfico europeu, nos últimos dois anos, vimos a terrível realidade de pessoas vulneráveis ​​traficadas para o Reino Unido para exploração sexual e trabalho forçado”, explicou um dos representantes.

“Agora, com milhões de mulheres e crianças em situações vulneráveis, mais pessoas estão em risco. E esse risco, provavelmente, só aumentará nas próximas semanas e meses”, apontou. 

Ele explica que mulheres e crianças ucranianas estão viajando justamente por áreas na Europa conhecidas como focos de tráfico. “Os traficantes, que comumente enganam as pessoas com falsas ofertas de trabalho, hospedagem e dinheiro, agora têm um alvo fácil”, disse ainda.

Situação de vulnerabilidade favorece o tráfico humano

À medida que ficam sem renda e economias, os refugiados tendem a ficar desesperados, o que significa que são mais propensos a aceitar ofertas arriscadas. 

“Muitos desconhecem o seu direito ao trabalho, acesso a cuidados de saúde e apoio financeiro na Europa, tornando-os ainda mais suscetíveis. Porém, há esperança, pois estamos em ação através de parcerias com igrejas, autoridades e abrigos na Romênia para proteger as pessoas do tráfico”, esclareceu. 

“Juntos, estamos aumentando a conscientização sobre os riscos, fornecendo treinamento de proteção e conectando os refugiados a abrigos, acomodações e aconselhamento jurídico aprovados”, continuou. 

Como os cristãos ajudam a combater o tráfico humano?

Uma forma de combater esse tipo de crime, conforme explica a IJM, é através de ações coordenadas. 

“Uma igreja na Romênia, com apoio e treinamento da IJM, está administrando cinco centros de refugiados, oferecendo moradia, atendimento para traumas e apoio de longo prazo a centenas de refugiados”, contou.

“Os refugiados estão encontrando segurança e esperança à medida que os cristãos vivem sua fé por meio dessa oportunidade de amar nossos vizinhos e defender pessoas vulneráveis”, disse ainda.

“Estamos vendo a incrível diferença que esse suporte está fazendo. Uma assistente social da IJM, recentemente, ajudou a proteger uma mãe ucraniana com dois filhos pequenos que receberam uma oferta de acomodação de um homem que ela não conhecia. O homem não lhe deu um endereço, mas disse-lhe para encontrá-lo, para que ele mesmo pudesse levá-la até lá”, explicou. 

“Não podemos parar agora”

Desesperada por um lar, a mulher chegou a aceitar a oferta do homem, até que contou a um membro da equipe de proteção da IJM, que o identificou como suspeito e o investigou.

A mulher desistiu da oferta e foi ajudada pela equipe. Agora ela está em segurança. “Somos muito gratos a Deus por já termos ajudado a proteger milhares de refugiados do tráfico e não podemos parar agora”, disse.

“É provável que mais famílias se encontrem em situações desesperadoras nas próximas semanas e meses. É vital que expandamos nosso trabalho antitráfico agora, para alcançá-los antes que os traficantes o façam”, destacou.

A manifestação de apoio e oração no início do conflito nos permitiu proteger mulheres e crianças. Agora temos outra janela crucial para prevenir o tráfico, e estamos pedindo aos cristãos no Reino Unido que nos ajudem”, concluiu. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN TODAY E IJM

A FÉ VERDADEIRA

 

Daniel 3

A verdadeira fé é diferente da fé customizada que muitas pessoas apresentam em suas vidas nos dias atuais. A fé verdadeira leva o servo do Senhor a se firmar em Deus independente das circunstâncias.

O diabo nos tenta a fim de destruir nossa fé, mas Deus nos prova a fim de desenvolver nossa fé, pois uma fé que não pode ser provada não é digna de confiança. A fé que não é verdadeira sucumbe nos tempos de provação, mas a fé autêntica lança raízes mais profundas, cresce e glorifica a Deus. Isso explica por que Deus permitiu que três homens hebreus fossem provados e lançados numa fornalha de fogo. O apóstolo Pedro devia conhecer bem o Livro de Daniel, pois usou a metáfora do ouro “apurado por fogo” quando advertiu seus leitores sobre as perseguições iminentes que a Igreja sofreria (1 Pe 1:7; 4:12).’

A experiência desses três homens nos ajuda a examinar nossa própria fé e a determinar se temos uma fé autêntica, que pode ser provada, e a glorificar a Deus.

 1. A FÉ VERDADEIRA ENCARA O DESAFIO ( Dn 3:1-12 ) Não sabemos quanto tempo se passou entre a noite em que Nabucodonosor sonhou com a imagem feita de metais (Dn 2) e o dia em que ordenou que o povo se prostrasse diante da figura de ouro que havia mandado fazer. Alguns estudiosos acreditam que os acontecimentos descritos em Daniel 3 podem ter ocorrido vinte anos depois da promoção de Daniel e de seus amigos, perto da época em que Jerusalém foi finalmente destruída (586 a.C.).

 O coração do rei (vv. 1-3). Quando Daniel explicou o significado dos metais sucessivos na grande estátua, identificou Nabucodonosor com a cabeça de ouro (Dn 2:38); talvez, em parte, tenha sido isso o que motivou o rei a fazer uma imagem de ouro. Não se contentou em ser simplesmente uma cabeça de ouro; ele e seu reino seriam simbolizados por uma estátua feita inteiramente desse metal! Por certo, o orgulho fazia parte dessa ideia. Daniel havia deixado claro que nenhum império permaneceria, inclusive o do grande Nabucodonosor. Sem dúvida, todas as conquistas que realizou encheram o coração do rei de soberba, mas juntamente com elas havia o medo e a preocupação consigo mesmo e com seu vasto império. Ele queria certificar-se de que seu povo era leal a ele e de que não haveria rebeliões.

 Não havia ouro suficiente em todo o império para fazer uma estátua maciça com trinta metros de altura e três metros de largura, de modo que a imagem provavelmente foi confeccionada em madeira e recoberta de ouro (Is 40:19; 41:7; Jr 10:3-9). Ainda assim, devia ser impressionante ver essa imagem dourada erguida na planície de Dura, um campo que ficava talvez a uns vinte quilômetros da cidade da Babilônia. (“Dura” significa simplesmente “um lugar murado”, e havia vários locais com esse nome na antiga Babilônia). Nessa região, também foi feita uma fornalha onde as pessoas seriam lançadas, caso se recusassem a curvar-se diante da imagem e a reconhecer a soberania do rei Nabucodonosor. O plano de Nabucodonosor era unificar o reino por meio da religião e do medo. As opções eram prostrar-se diante da imagem e adorá-la ou ser lançado na fornalha e morrer queimado.

O rei enviou mensageiros a todas as províncias de seu império ordenando que os oficiais se reunissem para a consagração da grande estátua de ouro. São mencionados os nomes de oito oficiais específicos (Dn 3:2,3) que representariam o povo de suas províncias. Os sátrapas (príncipes?) eram os principais administradores das províncias, enquanto os governadores eram, provavelmente, seus assistentes (ou talvez comandantes militares). Os prefeitos governavam sobre distritos menores, e os juízes eram seus conselheiros. A função dos tesoureiros era semelhante à dos tesoureiros de hoje, e os conselheiros eram peritos na lei. Os oficiais eram juízes e magistrados locais e cuidavam dos variados assuntos do governo das províncias. Todos os níveis hierárquicos possuíam representantes, e esperava-se que todos estivessem presentes.

Contudo, tratava-se de algo mais que uma assembleia política; era um culto religioso com música e tudo, sendo exigido um compromisso total da parte dos adoradores. Observe que o verbo “adorar” é usado pelo menos dez vezes neste capítulo. Nabucodonosor foi sábio ao usar música instrumental, pois esta poderia estimular as emoções do povo, tornando-o mais manipulável e conquistando sua submissão e obediência. Ao longo da história, a música e os cânticos desempenharam um papel importante para fortalecer o nacionalismo, motivando conquistas militares e inspirando o povo a agir. A música tem o poder de apossar-se de tal modo das emoções e dos pensamentos humanos que, de seres livres, as pessoas podem ser transformadas em marionetes. William Congreave, poeta inglês, escreveu que “a música tem um encantamento capaz de acalmar uma fera selvagem”, mas também tem o poder de libertar o que há de selvagem dentro da fera. A música pode ser usada como um instrumento maravilhoso do Senhor ou como uma arma destrutiva de Satanás.

O coração do povo (vv. 4-7). O arauto não pediu que se fizesse uma votação. Simplesmente avisou o povo: aquilo que estava prestes a acontecer era uma questão de vida ou morte. Ao som da música, eles se prostrariam diante da imagem ou então morreriam. A multidão supersticiosa estava acostumada a adorar muitos deuses e deusas, de modo que era uma ordem fácil de obedecer, especialmente considerando-se as consequências. A diferença entre um verdadeiro cristão e um incrédulo não é a presença de fé, pois todos vivem pela fé em alguma coisa. A diferença é o objeto dessa fé. A multidão cria no arauto e no rei e, portanto, obedeceu. Os três homens hebreus criam no mandamento de Deus, de modo que desobedeceram. A multidão tinha uma fé ingênua, mas os judeus tinham uma fé segura.

 “A fé é uma das forças pelas quais o homem vive”, disse o filósofo e psicólogo William James com toda razão. As pessoas agem pela fé quando entram num elevador, pedem comida num restaurante ou declaram seus votos matrimoniais. O cristão vive pela fé no Deus vivo e naquilo que ele revelou em sua Palavra. A grande multidão de babilônios, de exilados e de representantes das províncias simplesmente acatou o édito do rei e fez o que o resto do povo estava fazendo. — Afinal — argumentavam —, todo mundo tem de viver!

 Havia milhares de exilados judeus na Babilônia representados por Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Se eles se prostrassem para o ídolo, todos os judeus estariam envolvidos!

 A assembleia de “adoradores” nos ajuda a compreender melhor a difícil situação de quem não conhece a Jesus no mundo de hoje. Estes seguem a multidão sem questionar e constroem sua vida sobre aquilo que é fácil e fútil. Preocupados apenas com a sobrevivência, fazem quase qualquer coisa para escapar do perigo e da morte, a ponto de vender-se como escravos de homens e dos mitos vazios que promovem. Essa é a filosofia do diabo: “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida” (Jó 2:4).

Exatamente o oposto da visão de mundo dos cristãos que crêem em João 12:24-26.

 O coração dos três judeus (vv. 8-12). No entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no verdadeiro Deus vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer. O profeta Isaías havia escrito: “Mas agora, assim diz o S e n h o r , que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (is 43:1, 2). Ter fé significa obedecer a Deus apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a nosso redor ou das consequências diante de nós.

 E difícil reconstruir os detalhes dos acontecimentos, mas tudo indica que o rei Nabucodonosor e seus conselheiros (“caldeus”) não estavam juntos enquanto assistiam à cerimônia e o rei não havia exigido que se juntassem ao povo em sua adoração. E possível que tivessem declarado sua lealdade em particular por considerarem um insulto juntar-se “à ralé”. Uma vez que os três homens hebreus tinham cargos nas províncias (Dn 2:49), deviam estar presentes, mas não sabemos exatamente onde.3 Ao que parece, Nabucodonosor não tinha como observá-los, mas os caldeus podiam ver o que eles faziam e, sem dúvida, esses homens perversos vigiavam e esperavam uma oportunidade de acusar os três estrangeiros que haviam sido promovidos a líderes dos babilônios. Não sabemos se esse grupo de conselheiros era o mesmo que havia sido envergonhado quando Daniel interpretou o sonho do rei, mas se esse é o caso, esqueceram-se rapidamente de que os “estrangeiros” haviam salvo a vida deles.

A verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e confia que ele cuidará das consequências. Esses três homens judeus conheciam a lei de Deus: “Não terás outros deuses diante de mim […]. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Êx 20:3, 5). Uma vez que o Senhor falou sobre um assunto, isso está resolvido e não há espaço para discussão nem necessidade de transigência. Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido sua comunhão com Deus. O tempo do verbo grego, em Mateus 4:9, indica que Satanás pediu a Jesus que o adorasse apenas uma vez, e o Salvador se recusou. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se prostrariam diante da imagem de ouro nenhuma vez, pois isso os levaria a servir os falsos deuses de Nabucodonosor para o resto da vida.

2 . A FÉ VERDADEIRA CONFESSA O SENHOR ( Dn 3 : 13 – 18 ) Novamente, vemos o rei num ataque de raiva (v. 13; ver v. 19 e 2:12). Ele havia conquistado muitas cidades e nações, mas não conseguia dominar a si mesmo. “Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (Pv 16:32). Os três oficiais hebreus, porém, mostravam-se calmos e respeitosos. “Estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor” (1 Pe 3:15, 16)

O rei devia ter um respeito especial por esses homens e pelo trabalho que realizavam no império, pois lhes deu mais uma chance de obedecer a suas ordens. Talvez tivesse se esquecido de que havia chamado o Deus deles de “Deus dos deuses, e o Senhor dos reis” (Dn 2:47), pois perguntou com arrogância: “E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3:15; ver Êx 5:2). Na verdade, o rei estava afirmando que ele próprio era um deus! Em pouco tempo, seria humilhado e teria de confessar que o Deus dos hebreus é “Deus, o Altíssimo” e que ninguém deve blasfemar contra o nome dele.

 Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: “Todos estão fazendo isso”, ou “É uma das obrigações de nosso cargo”, ou ainda “Dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração”. Poderiam ter dito: — Podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais a serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei.

 Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor. A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações.

Tempos de adversidade normalmente são tempos de oportunidade, especialmente quando o povo de Deus está sendo perseguido por sua fé. “Porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho” (Mc 13:9). Os três judeus corajosos não estavam preocupados consigo mesmos nem estavam com medo da fúria do rei. Sua única preocupação era obedecer ao Senhor e dar um testemunho fiel a todos que os estavam vendo e ouvindo. Sua atitude foi respeitosa, suas palavras foram poucas e escolhidas com cuidado.

 “Quanto a isto não necessitamos de te responder” (Dn 3:16) significa: “Não precisamos nos defender nem defender nosso Deus, pois nosso Deus cuidará da sua própria defesa e da nossa.”

Não estavam nem um pouco preocupados! É um tanto arrogante o povo de Deus achar que deve defender o Senhor, uma vez que ele é perfeitamente capaz de defender a si mesmo e de tomar conta de seu povo. Nossa tarefa é obedecer a Deus e confiar nele, e ele fará o resto. “Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o S e n h o r Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação” (Is 12:2).

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram homens de fé, mas não eram presunçosos. Se tivessem afirmado que Deus iria livrá-los, teriam sido pretensiosos, pois não sabiam o que Deus estava planejando para a situação deles. Antes, afirmaram que o Deus deles era capaz de livrá-los, mas que, ainda que não o fizesse, não se prostrariam diante da figura de ouro do rei. Existe algo chamado “fé comercial” que diz: “Obedeceremos a Deus se ele nos recompensar por isso”. Trata-se, mais uma vez, da filosofia de adoração do diabo: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4:9; Jó 1:9-12). Em meu ministério pastoral, já ouvi pessoas fazerem promessas a Deus para tentar “persuadi-lo” a curá-las ou para mudar sua situação. Desde os primeiros dias na Babilônia, Daniel e seus amigos decidiram que seriam diferentes, e o Senhor os capacitou a permanecerem firmes nessa decisão.

Hebreus 11 apresenta uma relação de nomes e feitos de grandes homens e mulheres da fé que inclui esses três homens judeus (Hb 11:34), mas no versículo 36 o escritor diz: “outros, por sua vez” e, em seguida, cita pessoas que parecem ter fracassado apesar de sua fé (vv. 36-40). O termo grego significa “outros de um tipo diferente”, ou seja, outros que tiveram fé, mas não viram Deus realizar os milagres que fez por aqueles que são citados nos trinta e cinco versículo iniciais. Deus sempre recompensa a fé, mas nem sempre interfere e faz milagres específicos. Nem todos os que oram serão curados, mas Deus sempre dá forças para suportar a dor e graça para enfrentar a morte sem medo. Os três homens hebreus criam que Deus podia livrá-los, mas confiariam nele, mesmo que não o fizesse. E assim que a fé deve funcionar em nossa vida (ver Habacuque 3:1 7-19).

3. A FÉ VERDADEIRA DESCONCERTA O INIMIGO (Dn 3:19-25) Mais uma vez, o rei se enfureceu – homens arrogantes não gostam de ser desobedecidos – e ordenou que os três judeus fiéis fossem lançados na fornalha de fogo. Haviam recusado sua oferta generosa e teriam de sofrer as consequências. Antes o rei havia sido amigável com eles e se preocupado em salvá-los, mas agora estava decidido a destruí-los. Finalmente, os conselheiros da corte teriam sua vingança contra esses exilados judeus que haviam se instalado em seu território e sido promovidos a cargos que pertenciam aos caldeus.

 A fornalha era usada na fundição de minério. Tinha uma abertura grande na parte de cima pela qual se colocava a lenha ou o minério no fogo e uma porta na parte de baixo por onde o minério era removido. Uma abertura na parede permitia que os fundidores acompanhassem o processo e, por meio de buracos na parede, era possível usar foles para fazer o fogo arder com maior intensidade. A fornalha era grande o suficiente para que pelo menos quatro pessoas andassem dentro dela. Foi nessa fornalha que Nabucodonosor lançou os três judeus fiéis, totalmente vestidos e amarrados. A morte parecia certa para aqueles homens que haviam se recusado a obedecer ao rei.

A ira do rei deve ter abalado seu raciocínio, pois a melhor maneira de castigar os homens não seria aumentar a temperatura do fogo, mas sim diminuí-la. Um fogo mais quente os consumiria instantaneamente, enquanto uma temperatura mais baixa faria com que sofressem dor intensa antes de morrer. Mas isso não fez diferença alguma, pois os três não foram sequer afetados pelo fogo! Quando o rei olhou dentro da fornalha, viu que estavam vivos e não mortos, soltos e não atados e que havia mais uma pessoa lá com eles! O rei pensou que fosse um anjo parecido com um “filho dos deuses” (vv. 25, 28), mas a quarta pessoa na fornalha era Jesus Cristo em uma de suas aparições pré-encarnadas no Antigo Testamento (ls 43:2; Sl 91:9-12). Andavam de um lado para o outro como se estivessem num palácio e não numa fornalha! As cordas com as quais os três homens tinham sido atados eram a única coisa que havia sito afetada pelo fogo. O Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego era, de fato, capaz de livrá-los!

Os três homens haviam se recusado a obedecer às ordens do rei e a prostrar-se diante da figura, mas quando o rei ordenou que saíssem da fornalha, obedeceram sem demora. Eram milagres vivos e queriam que todos soubessem o que seu grande Deus era capaz de fazer. Não apenas o corpo de cada homem estava intocado, como também seus cabelos não haviam sido chamuscados e suas roupas nem tinham cheiro de fumaça. Os outros oficiais presentes à cerimônia de consagração presenciaram essa maravilha (Dn 3:27) e, sem dúvida, relataram-na a outros quando voltaram para suas províncias. Era uma história e tanto! Os oficiais não ousaram dizer coisa alguma naquele momento a fim de não ofender o rei. Mas Nabucodonosor falou (v. 28)! Declarou: (1) o poder do Deus de Israel; (2) a eficácia da fé nele; e (3) a devoção extraordinária dos três homens judeus que sujeitaram seu corpo ao Deus verdadeiro e não ao falso deus do rei (Rm 12:1, 2). Por um ato de fé, os três judeus deram testemunho do verdadeiro Deus vivo a todo o império babilônio!

4 . A FÉ VERDADEIRA CONFIRMA AS PROMESSAS (Dn 3 : 26 – 30 ) Por que o Senhor incluiu essa história nas Escrituras do Antigo Testamento? Pelo mesmo motivo que incluiu histórias sobre as “experiências de fé” de Abraão, de Moisés, de Josué, de Davi e dos profetas: para encorajar o povo de Deus em sua batalha contra o mundo, a carne e o diabo. “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4).

Encorajamento no tempo de Daniel. O povo judeu não podia encontrar-se em pior situação do que aquela em que esteve durante os setenta anos de cativeiro na Babilônia. Sua terra havia sido devastada, o templo e a cidade de Jerusalém jaziam em ruínas, e o povo estava disperso entre os gentios ou no cativeiro da Babilônia. Tudo parecia perdido. Os profetas previam o dia em que os judeus voltariam para sua terra e reconstruiriam a cidade e o templo, mas, antes, teriam de suportar a vergonha e o sofrimento do cativeiro.

A experiência de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego deve ter sido um grande estímulo para os judeus fiéis e pode ter convencido de seu pecado os judeus que transigiam com o inimigo. Esses três homens transmitiram uma mensagem poderosa a seu povo: o Deus Jeová ainda está assentado no trono. Ele não nos abandonou e, um dia, cumprirá as promessas que fez a seu povo. Prometeu que estaria com eles na fornalha da aflição, se confiassem nele e fizessem sua vontade. Mais tarde, quando o remanescente voltou para sua terra, o relato da fornalha de fogo deve ter ajudado a sustentá-los durante aqueles anos de dificuldade e de demora.

Encorajamento em nosso tempo. A vida pode ser relativamente segura e confortável onde você e eu vivemos, mas, em muitas partes do mundo, o povo de Deus está pagando um alto preço para manter-se firme em seu testemunho e continuar separado do mundo. Dia após dia, ouvem o arauto gritando: “Prostrai-vos diante da figura de ouro como todos estão fazendo!” Em sua primeira epístola, Pedro advertiu a igreja de que a provação de fogo era iminente e, sem dúvida, eles se lembraram do que havia acontecido aos três homens hebreus no tempo de Nabucodonosor. Diz-se que houve mais mártires cristãos no século vinte do que em todos os séculos anteriores. Nem todos os cristãos escaparam da morte na fornalha, mas todos foram poupados de abrir mão de seu testemunho de Cristo e de procurar a saída mais fácil. “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:10).

 Ao nos aproximarmos do fim dos tempos, a fornalha da oposição será aquecida para arder com intensidade sete vezes maior, e a pressão para se conformar ao mundo ficará cada vez mais forte. Será preciso um bocado de graça, oração, coragem e fé ao povo de Deus para que permaneça firme por Cristo, enquanto outros se prostram diante dos deuses deste mundo. O Livro de Daniel é uma grande fonte de estímulo, pois nos lembra de que Deus se preocupa com seu povo e honra seus filhos, quando são fiéis a ele. “Porque aos que me honram, honrarei” (1 Sm 2:30).

Encorajamento para o futuro. Os acontecimentos de Daniel 3 lembram as profecias no Livro de Apocalipse, especialmente nos capítulos 13 e 14. Um dia, surgirá um líder mundial semelhante a Nabucodonosor (“a besta”), que mandará construir uma imagem de si e obrigará as pessoas do mundo inteiro a adorá-la. Quem obedecer receberá uma marca especial na testa ou na mão, a qual será sua garantia de sobrevivência e de permissão para negociar. Aqueles que se recusarem a obedecer serão perseguidos, e muitos serão mortos (Ap 13:4, 7, 12, 15). Mas o Senhor marcará para si 144 mil judeus que a besta não poderá tocar, e eles passarão pela tribulação e governarão no reino do Messias.

 Ao avançar em nossos estudos, veremos que o Livro de Daniel é de especial relevância para o “tempo do fim” (Dn 12:4) e que suas profecias trarão esclarecimento e encorajamento para os cristãos vivenciando os difíceis últimos dias (Mt 24:15). Não importa quão tirânicos tornem-se os governantes do mundo ou quanto alimentem o fogo, Deus estará com seu povo na fornalha e, no final, derrotará seus inimigos e estabelecerá seu reino.

Quando pelo fogo teu caminho passar, minha graça que basta te sustentará. A chama que arde não te ferirá, pois meu intento seguro é tua escória queimar, e mais puro teu ouro tornar. (Autor desconhecido).

Extraído do comentário de Daniel de W. Wiersbe

Ucrânia: Quatro igrejas são ocupadas por militares russos e uma destruída

 

Em uma igreja, os russos forçaram os membros da igreja a saírem de seu prédio; todos esses incidentes ocorreram entre 12 e 16 de junho.

Quatro igrejas protestantes estão atualmente sofrendo assédio por autoridades em áreas agora sob controle russo, informou a Voice of the Martyrs Korea.

A organização também está investigando relatos de dois pastores da região, que atualmente estão detidos sem acusação e em locais desconhecidos.

“Três igrejas na região de Donetsk – Igreja Batista Central e Igreja de Cristo Salvador em Mariupol, e uma igreja em Manhush – bem como uma igreja em Vasilievka na região de Zaporozhye foram recentemente visitadas por oficiais ou soldados que realizaram buscas, confiscaram equipamentos, exigiram documentos e, em um caso, até mesmo evacuaram à força os membros da igreja de seu prédio”, diz o representante da VMK, Dr. Hyun Sook Foley.

Ele diz que em março, a Igreja Batista Central em Mariupol enterrou dois membros da igreja que faziam parte de um grupo de cinco cuja van foi atingida por uma granada enquanto faziam entregas e cuidavam de 200 pessoas que moravam no porão da igreja quando a cidade ficou sob ataque.


Igreja em Mariupol destruída. (Foto: Do the Word)

“Agora a cidade está sob controle russo. O próprio edifício da igreja foi destruído. Apenas o porão permanece. No domingo, 12 de junho, os membros restantes da igreja, menos de cem, estavam reunidos para o culto. Homens armados vieram com ameaças e exigiram os documentos de registro da igreja. Infelizmente, os homens armados receberam os documentos originais, que levaram com eles”, denuncia.

Todos esses incidentes ocorreram entre 12 e 16 de junho.

Assédio

O pastor Eric Foley, do The Voice of the Martyrs Korea, que tem contato com essas igrejas, diz que elas têm algo em comum que faria com que as autoridades as assediassem: o registro no governo ucraniano.

“Um líder regional da denominação nos disse que está incentivando os membros da igreja a garantir que não apresentem seus documentos originais”, diz Foley, por medo do que pode acontecer com eles.

Igrejas nas regiões de Donetsk e Luhansk, controladas pela Rússia, receberam tratamento semelhante às vezes desde 2014, quando os combates começaram no leste da Ucrânia.

Mariupol

“A Igreja Batista Central em Mariupol, que é uma dessas quatro igrejas, enterrou dois membros da igreja que foram martirizados em março. Este era um grupo de cinco membros da igreja na área de Mariupol que estava cuidando de 200 pessoas no porão da Igreja Batista Central”, contou o pastor.

“Aqueles cinco foram atingidos por uma granada enquanto faziam suas entregas e cuidavam dessas 200 pessoas”, relata Foley.

Mariupol recentemente caiu nas mãos de invasores russos após meses de intensos combates. O prédio da igreja foi destruído, restando apenas o porão.

“O líder da igreja estava nos dizendo que os oficiais de lá apresentam tudo protestante como plantado nos Estados Unidos. Apenas a Igreja Ortodoxa Russa, Patriarcado de Moscou, tem o direito de operar. Então, nós realmente precisamos orar por discernimento para essas igrejas”, diz Foley.

Apesar do assédio e dos prédios destruídos, as igrejas continuam orando e servindo seus vizinhos, informa a VMK.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO MNN ONLINE

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