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terça-feira, 3 de março de 2020

Pastores mantêm culto em igreja incendiada após destruição de aldeia cristã, na Nigéria



Os anciãos da igreja nigeriana realizam o culto de domingo em meio às cinzas de sua igreja incendiada apenas dois dias após um devastador ataque ao Boko Haram. (Foto: Reprodução / Barnabas)


Em 23 de fevereiro, mais de 100 terroristas do Boko Haram mataram pessoas e incendiaram pelo menos cinco igrejas em Adamawa.

Quatro anciãos da igreja nigeriana realizaram o culto de domingo em sua igreja incendiada em 23 de fevereiro, dois dias depois que os militantes do Boko Haram sequestraram algumas das mulheres da igreja e incendiaram o prédio.

O tumulto dos terroristas destruiu igrejas, casas, escolas e empresas, na vila cristã de Garkida, em 21 de fevereiro.

Militantes fortemente armados invadiram a igreja durante uma reunião do grupo feminino e sequestraram algumas das mulheres cristãs e deixaram o prédio queimado.


Páginas da Bíblia queimada espalhadas pelo chão da igreja em ruínas. (Foto: Reprodução / Barnabas)

Um líder cristão local disse que, apesar de sua angústia e choque, os pastores decidiram continuar se reunindo para mostrar que a “igreja não é um prédio destruído, mas os cristãos, pois são o corpo de Cristo, a verdadeira igreja”.



No dia do ataque, os jihadistas se aproximaram da vila no estado de Adamawa "em cerca de nove caminhões e mais de 50 motocicletas carregando pelo menos duas pessoas em cada uma", disse uma testemunha ocular local a Barnabas.

O ataque durou cerca de seis horas, durante as quais duas outras igrejas também foram incendiadas, um mercado local saqueado, um centro de saúde incendiado e duas ambulâncias destruídas.

O ex-chefe de Estado nigeriano, general Yakubu Gowon, participou de uma reunião de oração pela paz no domingo, 23 de fevereiro.

“Senhor, como seu povo, trazemos a confissão do derramamento de sangue, assassinatos e ataques desnecessários dos terríveis insurgentes do Boko Haram, do banditismo e da enxurrada de sequestros e todo tipo de maldade em várias partes do país. Senhor, imploramos por seu perdão, misericórdia e limpeza da terra”, orou.

O número de ataques de grupos militantes islâmicos aumentou bastante desde abril de 2019. Os cristãos na Nigéria estão em alerta máximo, pedindo oração urgente contra o ataque dos ataques do Boko Haram contra eles.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO BARNABAS FUND

O IBN TRAZ A GARANHUNS O REV. AUGUSTUS NICODEMUS


Nos dias 10 e 11 de março de 2020 o Instituto Bíblico do Norte estará trazendo a Garanhuns o pastor Augustus Nicodemus. O mesmo irá falar sobre: "O Culto em Malaquias".

Dia 10 de março às 14:30h a palestra será na Capela do IBN e às 19:30h a palestra será no templo da Igreja Presbiteriana Central de Garanhuns.
No dia 11 de março às 8:50h a Palestra será no Instituto Bíblico do Norte. 

Maiores e melhores informações entre em contato com o IBN-Garanhuns-PE.

I CONFERÊNCIA QUINZE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CONFESSIONALIDADE

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Nos dias 16 e 17 de março de 2020 o Colégio Presbiteriano XV de Novembro e a Faculdade Presbiteriana estarão promovendo  a 1 Conferência  Quinze de Educação, Ciência e Confessionalidade . Na oportunidade teremos como preletor o professor Adauto Lourenço, que estará falando sobre: O Cristianismo e a Ciência,  Criacionismo Científico x Darwinismo: Pressupostos e Postulados e Teoria do Design Inteligente.

Maiores e melhores informações no Colégio ou na Faculdade Presbiteriana XV de Novembro.


Complementarismo: um momento de acerto de contas

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Diferentes percepções e preocupações pastorais

Tanto quanto qualquer outra coisa, as diferenças entre os extremos amplo e estreito no campo do complementarismo tem suas raízes nas diferentes percepções e em diferentes preocupações pastorais.

Diferentes Percepções

No lar, por exemplo, um marido e sua mulher leem a Bíblia e sentem-se constrangidos a que a esposa permaneça em casa enquanto os filhos são pequenos, enquanto outro casal cristão não sente esse constrangimento. Qual é a diferença? Os dois casais têm percepções diferentes com base em como foram criados, nos grupos de amigos que mantêm, na igreja que frequentam, na década que vivem, na classe social a qual pertencem e no que geralmente é tratado como “normal” ao seu redor.
As escrituras ordenam que ambos os casais conformem suas mentes à versão de Deus do certo e do normal. Ainda assim, os dois casais não podem deixar de pegar suas Bíblias e iniciar o processo de discipulado afetado por seus diferentes locais sociais e culturais. O que parece além dos limites para um pode não parecer para o outro. Um casal se sente livre para colocar seu filho de dois anos na creche, enquanto o outro não. Não pretendo sugerir que essas duas reações sejam moralmente equivalentes. Estou apenas tentando descrever o papel de nossas percepções.
Parte da tensão entre os dois extremos do campo do complementarismo, em outras palavras, está no fato de que os dois extremos olham para o outro e dizem: “Vocês estão sendo impactados pelo seu contexto cultural”. O complementarista amplo se sente assim em relação ao estreito, e o estreito se sente assim em relação ao amplo, algo como as gerações mais velhas e mais jovens que suspeitam umas da outras.

Diferentes preocupações pastorais

Relacionados às diferentes percepções, há as diferentes preocupações pastorais, particularmente entre os líderes da igreja. Então, pergunte a dois complementaristas: “Qual é o maior problema que a igreja enfrenta hoje em dia sobre masculinidade e feminilidade?”.
Um responderá apontando para o ataque de cinquenta anos da cultura ocidental ao que a Bíblia ensina sobre homens e mulheres. Ele falará sobre coisas como o feminismo de segunda onda, o movimento LGBT e como, cada vez mais, igrejas tratam homens e mulheres como intercambiáveis. Ele está preocupado, em outras palavras, com os desafios de Satanás às diferenças e autoridade.
A outra responderá apontando para a ameaça que a autoridade masculina abusiva representa, há muito tempo, para mulheres e famílias. Ela falará sobre como os evangélicos deram abertura para a linguagem sexista de Donald Trump, como os pastores incentivaram as mulheres a permanecerem em lares abusivos ou como os líderes da igreja se recusam a acreditar nas mulheres que denunciam agressão sexual. Ela está preocupada, em outras palavras, com os desafios de Satanás à igualdade.
Felizmente, todos os leitores evangélicos podem concordar que as Escrituras abordam tanto as preocupações dele como as dela. Mais uma vez, diferentes experiências e percepções levarão esses dois complementaristas a enfatizar diferentes preocupações pastorais. Se ela passou anos aconselhando mulheres abusadas e evitando homens “cristãos” lascivos, ela provavelmente colocará os desafios à igualdade em primeiro plano. Se ele passou anos aconselhando casais que se distanciaram e casamentos que se dissolveram porque os maridos foram rápidos em dizer: “Ela também pecou” e se recusaram a reconhecer suas maiores responsabilidades de liderança, é claro que ele colocará os desafios às diferenças e à autoridade como prioridade.
Em resumo, não acho excessivamente simplista dizer que complementaristas estreitos geralmente se sentem pastoralmente sobrecarregados por desafios à igualdade, enquanto complementaristas amplos se sentem sobrecarregados pelos desafios à autoridade e à diferença. O que é lamentável, além disso, é como esses preocupações distintas se alinham de alguma forma com as divisões políticas mais amplas dos Estados Unidos hoje. Talvez a esquerda seja mais animada por desafios à igualdade, enquanto a direita pode ser mais animada por desafios às formas tradicionais de autoridade. Isso apenas aumenta o calor.
Enquanto isso, Satanás adora atacar a igualdade e a diferença; ele ama quando dois crentes, que sentem preocupações diferentes, se tornam mutuamente nocivos. Eu acho que o professor de teologia Luke Stamps está certo quando diz:
OS EVANGÉLICOS DEBATEM PAPÉIS DE GÊNERO NO LAR E NA IGREJA HÁ TRINTA ANOS OU MAIS. MAS AS COISAS COSTUMAVAM SER MAIS PÚBLICAS ENTRE OS DOIS LADOS. E AS POSIÇÕES ERAM MAIS SUTIS DENTRO DE CADA CAMPO (PENSE NO COMPLEMENTARISMO DE BLOMBERG, QUE ERA TUDO MENOS PASTOR SÊNIOR).
PENSE NO IGUALITARISMO DE MILLARD ERICKSON OU ROGER NICOLE. NINGUÉM OS AMADIÇOAVA NAQUELA ÉPOCA (QUE EU SAIBA). PROVAVELMENTE É MUITO FÁCIL CULPAR AS MÍDIAS SOCIAIS, MAS ALGO ACELEROU NOSSAS TENDÊNCIAS TRIBALISTAS. (LUKE STAMPS, NO TWITER)

Alterando as percepções ao longo do tempo

Implícito na observação de Stamps está que as preocupações e percepções mudam com o tempo. O que parecia ser um grande negócio ontem não parece um grande negócio hoje. Ou vice-versa. E não deixa de ser arrogante e auto enganoso alguém reivindicar uma imutabilidade semelhante a Deus e argumentar que uma pessoa não é afetada pelos movimentos sociais e ventos culturais girando ao nosso redor. Todos somos moldados por nossos amigos e familiares.
Em retrospectiva, talvez fosse inevitável, portanto, que a tribo complementarista se dividisse enquanto caminhava das décadas de 1980 e 1990 para as de 2000 e 2010, à medida que uma geração cedia lugar a outra, particularmente quando a própria cultura ocidental mudou tão dramaticamente nas questões de gênero.
Por exemplo, eu encontrei recentemente esse tweet de um pastor que, de acordo com sua descrição no Twitter, possui diplomas de dois seminários da SBC que ensinam um complementarismo mais amplo (eu não o conheço de outro lugar).
TENHO MAIS DE DUZENTAS HORAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA E, NA ÉPOCA, NUNCA TIVE UMA ÚNICA PROFESSORA. NENHUMA.
NÃO HÁ NENHUM ARGUMENTO BÍBLICO PARA NÃO INCENTIVAR OU CONVIDAR MULHERES QUALIFICADAS PARA ENSINAR E TREINAR ESTUDANTES E PASTORES EM CONTEXTOS DE SEMINÁRIO.
PLEASE @ ME. (KYLE WORLEY, NO TWITTER)
Observe a data de seu tweet: 29 de outubro de 2019. Meu palpite é que a versão de 1999 ou 2009 deste homem tinha um conjunto diferente de percepções, dado o local onde ele optou por participar do seminário. Caso contrário, ele teria escolhido escolas com mais professoras. Em algum momento, seus instintos mudaram, mesmo que seus princípios complementaristas não o fizessem. O que não o incomodava antes – poucas ou nenhuma professora – o incomoda agora. Antes, talvez, ele amasse John Piper, assim como muitos homens que frequentavam um de seus seminários. Agora, no entanto, ele ouve um podcast de John Piper dizendo que as mulheres não devem ser professoras do seminário e ele está pronto para começar uma briga: “Please @ me”, que é um Twitter para desafiar as pessoas a responder a ele.
Nossas percepções podem mudar, fluindo com os ventos culturais, e podem mudar à medida que nos afirmamos contra esses ventos. Podemos subestimar os perigos fluindo com eles, e podemos enfatizar excessivamente esses perigos lutando contra eles.
As percepções também podem mudar dentro de uma convenção inteira, como ocorre na minha própria Convenção Batista do Sul. Vinte anos atrás, algumas mulheres até poderiam pregar, de tempos em tempos, em uma igreja batista do sul. Mas outras igrejas e líderes de convenções trataram a prática com um olhar crítico, ou pelo menos com uma postura de “não me conte, não quero saber”. A Fé e Mensagem Batistas de 2000 não abordava isso, pois não precisava. Hoje, no entanto, o clima mudou. Os líderes da convenção registram vigoroso apoio a essas pregadoras, até invocando uma retórica combativa: “Uma convenção que não é grande o suficiente para elas não é grande o suficiente para mim”.
É tolice negar que nada mudou, como alguns fazem. O que estava na periferia foi trazido para o centro e recebeu um lugar de honra.

Sabedoria pastoral em como responder a ambos os tipos de problemas

Uma parte significativa da sabedoria pastoral envolve, portanto, consciência pessoal e cultural. Também envolve saber quais problemas são as grandes ameaças e quais são as pequenas ameaças, quais são imediatas e quais são de longo prazo, e como ajustar nossas respostas a cada uma.
Para colocar minhas próprias cartas na mesa, acho que o impulso igualitário e andrógino das últimas décadas é uma questão urgente em termos de gerações para a igreja, e quem nega isso é ingênuo. O ataque de nossa cultura às diferenças e à autoridade de gênero é urgentemente geracional, porque é único neste momento ocidental, nesse momento e lugar. Esta é a nossa batalha, e se você não pode ver isso, acredito que você seja mais afetado pelo nosso tempo e lugar do que imagina.
Os problemas de abuso e superioridade masculina não são “geracionalmente” urgentes, mas são universalmente crônicos. Eles impactaram cada época e cada lugar desde a queda. Eles estão ligados à condição humana. Isso não é porque os homens são piores que as mulheres, mas porque todo ser humano caído usará todas as oportunidades concebíveis de obter privilégio para sua própria vantagem auto-justificada, seja riqueza, inteligência, beleza ou força bruta. Qualquer um que negar que ambos os sexos usarão todas as suas vantagens para conseguir o que quer, incluindo o fato de que os homens frequentemente se aproveitam ou abusam de suas esposas, é ingenuidade.
Esta é uma batalha de todas as gerações, e se você não pode ver isso, acredito que você tem uma compreensão de pecado mais superficial do que imagina.
Portanto, não devemos tirar nenhum dos problemas de vista: nem os desafios urgentes dessa geração, à diferença e à autoridade nem e o desafio universalmente crônico à igualdade.
Tudo isso leva ao nosso momento atual: um acerto de contas para o complementarismo.
Por: Jonathan Leeman. © 9Marks. Website: 9marks.org. Traduzido com permissão. Fonte: Complementarianism: A Moment of Reckoning (Part 2).
Original: Complementarismo: um momento de acerto de contas (Parte 2/5). © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.9MarcasComplementarismoC
Jonathan Leeman é graduado em Jornalismo, possui mestrado em Divindade pelo Southern Baptist Seminary (EUA) e Ph.D. em Eclesiologia. É diretor de comunicação do Ministério 9Marks.

Igreja é refúgio para cristãos e muçulmanos na Síria

Mulher beneficiada pelo projeto conta como percebe Jesus por meio da comunidade

Projeto na Síria beneficia pessoas necessitadas, independente de religião
Projeto na Síria beneficia pessoas necessitadas, independente de religião
A vida parece pacífica em Qamishli, uma cidade no nordeste da Síria, mas os moradores do local convivem com as dificuldades financeiras e com o risco de serem bombardeados. Desde a invasão da Turquia para a criação de uma zona de segurança no país e a retaliação do exército curdo, a moeda síria está ainda mais desvalorizada e a pobreza tem aumentado entre a população. “Nós vemos pessoas remexendo lixeiras em busca de algo para comer. Coisa que nunca tínhamos visto antes”, afirma o pastor George Moushi, da Alliance Church.
Com o suporte da Portas Abertas, a igreja local está pronta para ajudar os necessitados da comunidade. Não importa a fé da pessoa, ela recebe comida, roupas, combustível e até moradia, caso seja um deslocado interno. Fatima* é uma das beneficiadas pelo projeto. A mãe de quatro filhos estava pela terceira vez procurando um lugar seguro para ficar. A família dela chegou à cidade em 2016, após a invasão do Estado Islâmico em Raqqa. Mas a fuga começou em Deir Ez-Zor, no ano de 2012.
Por ser muçulmana, Fatima não queria recorrer à igreja para pedir ajuda, mas após algum tempo, ela fez contato com o pastor George, que encontrou uma casa para ela morar. “Nós tentamos mostrar o amor de Deus a todo mundo porque acreditamos que eles são amados por Deus e cada vida tem valor. Nossa ajuda é incondicional”, testemunha o líder.
O marido de Fatima deseja retornar para a casa da família em Deir Ez-Zor, mas o testemunho do amor de Deus já impactou a vida dela. “Por causa da ajuda da igreja, eu sinto que Jesus Cristo está me ajudando e não encontrei um suporte mais forte que esse”, conta a síria. A região para onde desejam voltar ainda está problemática, dois líderes cristãos foram assassinados por militantes do Estado Islâmico em novembro de 2019.
*Nome alterado por segurança.
Assim como na Síria, a Portas Abertas trabalha no Iraque para empoderar as famílias cristãs. Todos os seis projetos no país visam oferecer apoio material, emocional e espiritual a todos que foram vítimas das invasões e ataques de grupos extremistas, como o Estado Islâmico. Doe e permita que mais pessoas sejam fortificadas, para que sejam discípulas de Jesus onde estão, mesmo em meio à perseguição.
Fonte: Portas Abertas

Pastor é morto junto com filho e dois sobrinhos em Burkina Faso


À esquerda, o diácono Lankoandé e à direita o pastor Omar Tindano, mortos em Burkina Faso

Ele foi vítima do segundo ataque contra igreja e líderes cristãos em Burkina Faso na mesma semana


Em Burkina Faso, país do Oeste Africano, na madrugada do dia 11 de fevereiro, homens armados não identificados mataram a tiros o diácono Lankoandé Babilibilé, da Evangelical SIM Church em Sebba. O veículo do líder cristão foi depois usado para sequestrar o pastor da mesma igreja, Omar Tindano, juntamente com as duas filhas, filho e dois sobrinhos.

As duas filhas foram libertadas ilesas e retornaram para a família na quinta-feira (13) de manhã, por volta das 6h. No mesmo dia à noite, chegaram as notícias de que o pastor Omar, o filho e os dois sobrinhos tinham sido mortos.

O diácono Lankoandé ajudou a estabelecer as primeiras igrejas na região de Sebba, no nordeste de Burkina Faso. Vindo de Piedla, ele se estabeleceu permanentemente em Sebba, onde foi executado, como relatou uma fonte ao veículo local de notícias L’Observateur. Não se sabe nada mais sobre sua família.

Omar Tindano era ex-presidente da Evangelical SIM Church na região de Sebba. Quando morreu, exercia o cargo de presidente da Igreja Evangélica na região de Sebba. Ele se converteu ao cristianismo em 1986.

Esses ataques aconteceram apenas alguns dias depois que indivíduos armados não identificados atacaram uma igreja evangélica em Nagnounbougou, no leste do país. O ataque ocorreu durante o culto de domingo, no dia 9 de fevereiro. De acordo com nossas fontes, ao menos dois cristãos foram mortos enquanto tentavam fugir de motocicleta.

Um analista da Portas Abertas comentou: “Os cristãos nessas regiões têm urgente necessidade de oração e apoio. Eles estão traumatizados e não sabem como lidar com essa violência. Até mesmo amigos chegados e membros da SIM Church são relutantes em compartilhar detalhes com os repórteres, temendo se tornar futuros alvos”.

Pedidos de oração
Ore pela intervenção do Senhor nessa situação, para que os ataques parem e seus filhos possam viver em paz e segurança.
Peça que Deus console o coração daqueles que perderam entes queridos, para que sejam sustentados pela força que vem do Senhor.
Interceda por esperança e fé para a igreja de Burkina Faso, para que não esmoreça, mas continue firme se apegando ao Senhor soberano e fiel.
Fonte: Portas Abertas

Resistência em meio à fragilidade



Doris conseguiu fugir durante um ataque do Boko Haram a sua vila, porém, seu marido foi morto enquanto tentava escapar de membros do grupo

Como mulheres africanas lidam com o trauma de perderem seus maridos e sustento e ainda assim se manterem fiéis


A Revista Portas Abertas do mês de março, mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, apresenta a vulnerabilidade das mulheres cristãs que vivem em países da África Subsaariana. Além de serem consideradas inferiores por serem mulheres, o fato de serem cristãs as torna mais suscetíveis a ataques de grupos radicais islâmicos, como o Boko Haram, em que podem perder os maridos ou serem sequestradas. Caso percam seus maridos, precisam encontrar um trabalho para sustentar a casa.


Entre os testemunhos temos algumas viúvas que sobreviveram a ataques do Boko Haram, porém precisam lidar com as consequências. Kwate e Doris são de Dzangola, na Nigéria. Elas perderam os maridos em ataques do grupo. Rikiya, de outra vila também na Nigéria, apesar de perder o marido após uma doença, também teve a vila invadida pelo Boko Haram. Naomi é de Burkina Faso e o marido também foi alvejado por integrantes de grupos extremistas.

O que essas mulheres têm em comum é que todas participaram de sessões de aconselhamento pós-trauma oferecidas pela Portas Abertas. Ali, expuseram suas histórias e foram ministradas de acordo com a palavra de Deus. Isso fez com que suas feridas fossem cicatrizadas e suas vidas transformadas.

Aconselhamento pós-trauma para mulheres
Compreenda a importância dos aconselhamentos pós-trauma oferecidos a mulheres africanas. No projeto do mês você pode conhecer a história de Ijanada que foi sequestrada pelo Boko Haram e tem dois filhos frutos de seu casamento forçado com um dos membros do grupo. Apenas após participar dos encontros conseguiu se livrar da amargura que a preenchia desde que conseguiu fugir de volta para casa. O projeto permite que uma mulher sobrevivente de trauma receba assistência imediata. Ao fazer uma doação, você receberá mensalmente a Revista Portas Abertas durante um ano.

Fonte: Portas Abertas

segunda-feira, 2 de março de 2020

Coreia do Sul fecha templos de igrejas, enquanto casos de coronavírus passam de 3.700.


Fiéis participam de culto com máscaras para proteger a boca e o nariz e evitar contaminação. (Foto: Tempo.co.English)


No último domingo, templos de igrejas foram fechados na Coreia do Sul, com muitas delas passando a realizar cultos on-line, enquanto as autoridades lutam para conter as reuniões públicas, enquanto 586 novas infecções por coronavírus elevavam a contagem para 3.736 casos.

Isso aconteceu um dia após o maior salto diário de 813 casos na batalha da Coreia do Sul contra o maior surto de vírus fora da China, disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC). O número de mortos subiu para 20, ante 17 no dia anterior.

Em Seul, capital, fiéis foram afastados do templo da Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, que passou a transmitir seus cultos online para seus 560.000 seguidores no YouTube, filmado com um pequeno coral em vez de todos os 200 integrantes e 60 instrumentistas na orquestra.

"Ouvi dizer que não haveria culto, mas vim verificar, já que moro nas proximidades, mas sim, está vazio", disse Song Young-koo, ao deixar a área do templo, que hoje pertence a uma das maiores igreja da Coreia do Sul.

"É uma decisão sábia transmitir os cultos on-line, já que o vírus se espalharia facilmente em reuniões de grande número de pessoas e as igrejas não podem ser exceção", acrescentou.

As autoridades alertaram para um "momento crítico" na batalha contra o vírus, instando as pessoas a não comparecerem a cultos religiosos e eventos políticos e a ficar em casa neste fim de semana.

Pela primeira vez em seus 236 anos de história, a igreja católica da Coreia do Sul também decidiu cancelar missas em mais de 1.700 locais em todo o país. Os templos budistas também cancelaram os eventos, enquanto as principais igrejas cristãs realizavam serviços on-line.

Dos novos casos, 333 eram da cidade de Daegu, no sudeste, que é onde se localiza uma igreja no centro do surto e 26 da província vizinha de Gyeongsang do Norte, disse o KCDC.

A agência disse que alguns membros da igreja em janeiro visitaram a cidade de Wuhan, no centro da China, onde a doença surgiu no final do ano passado, acrescentando que estava investigando para determinar se a viagem teve algum papel no surto.

"Estamos rastreando quantos membros foram para a China", disse seu vice-diretor, Kwon Jun-wook, em entrevista.

"Nossa principal prioridade é descobrir como o coronavírus foi transmitido tão amplamente entre os seguidores de Shincheonji", acrescentou, em uma referência à igreja envolvida.

É provável que o número de casos continue crescendo no início de março, acrescentou, prometendo maiores esforços para conter as principais fontes de infecção.

Ajuda para a Coreia do Norte

O Presidente sul-coreano Moon Jae-in pediu que a população permaneça em unidade e prometeu em um discurso, maiores esforços, incluindo um orçamento extra, para combater o surto.

"O surto pode ameaçar nossas vidas temporariamente, mas não pode quebrar nossa unidade e esperança", disse ele.

Moon propôs esforços conjuntos com a Coreia do Norte para evitar um surto no país vizinho e melhorar os cuidados de saúde.

A Coreia do Norte não confirmou casos, mas ordenou um mês em quarentena para pessoas com sintomas, enquanto a mídia estatal disse que o líder Kim Jong Un realizou uma reunião para falar sobre medidas mais duras.

A crise assustou os mercados comerciais e financeiros, levando a Samsung Electronics, a Hyundai Motor e a LG Display a fechar temporariamente uma fábrica e obrigar a boy band BTS a cancelar uma turnê mundial para abril.

Mais países vizinhos suspenderam voos e proibiram visitantes da Coreia do Sul.

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores disse que o Ministro das Relações Exteriores Kang Kyung-wha pediu a Washington que evitasse "ações excessivas que poderiam desnecessariamente reduzir as trocas entre os dois países", durante uma ligação telefônica com o vice-secretário de Estado americano Stephen Biegun no domingo.

O pedido veio depois que os Estados Unidos aconselharam os americanos a não viajarem para regiões mais atingidas, como Daegu.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA REUTERS

O Rei Josafá e o Coronavírus



“Não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti”.

Enquanto estou sentado em meu apartamento na China infestada pelo Coronavírus, não consigo pensar em uma oração melhor do que aquela, proferida por um rei da Judéia desesperado, mas confiante, chamado Josafá (2Cr 20.12).

Os olhos de um mundo ansioso estão nessa crise de saúde global. Empresas e escolas, na China, estão atrasando suas atividades. As fronteiras estão se fechando. E nos últimos dias, muitas companhias aéreas suspenderam todas as viagens dentro e fora deste grande país. Como um Americano que é pastor na China, minha decisão de ficar parece-me uma clara situação de “queimar as naus”!

Nossa oração? “Não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti Senhor”.

Aquela antiga perspectiva de Josafá é mais apropriada para fevereiro de 2020 do que poderíamos pensar. Em seu contexto, uma delegação perigosa de Edom estava se aproximando de Judá. Mas sua fé era abrangente. Ele não estava confiando no Senhor apenas diante de uma potencial derrota militar, mas para qualquer desastre que pudesse vir!

“Se algum mal nos sobrevier, espada por castigo, peste ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti, pois o teu nome está nesta casa; e clamaremos a ti na nossa angústia, e tu nos ouvirás e livrarás.” (2 Cr 20.9, ênfase minha)

Josafá tinha uma disposição à confiança, independentemente do perigo. Mesmo diante de peste ou praga, ele clamava a Deus.

E, dada a atual ameaça de pandemia, precisamos aprender a fazer o mesmo. Aqui estão cinco aspectos, da confiança de Josafá em Deus, que podem nos ajudar hoje.

1. Confie em Deus com seus medos

“Josafá teve medo e se pôs a buscar ao Senhor” (2Cr 20.3). Ele não era sobre-humano; ele era normal. O passo inicial de quem confia na ajuda de Deus – naqueles dias ou nos nossos – deve ser admitir fraqueza. Pode ser um bom remédio agora chegar diante do Senhor e dizer honestamente a ele como você está. Eu estou assustado. Estou frustrado. Estou com fome. Estou solitário. Estou ferido. Estou exausto.

O objetivo de expormos nossa dor não é apontar o dedo acusando Deus; mas o de sermos sinceros, confiando nele, mesmo em nossas preocupações mais profundas. Josafá escolhe confiar no Senhor, ao que também somos chamados. A confiança é sempre uma escolha. E é isso que teremos que fazer repetidamente.

2. Incentive os outros a confiar em Deus

Depois que Josafá busca a Deus, ele proclama um jejum nacional: “…e apregoou jejum em todo o Judá. Judá se congregou para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao SENHOR.” (2Cr 20.3,4). O rei sabe de onde vem a verdadeira ajuda e leva outros a irem até lá em busca de esperança.

Quando todos, ao nosso redor, estão enlouquecendo e nossos vizinhos temem que o céu esteja desabando, devemos lembrar uns aos outros que servimos a um Deus amoroso, misericordioso e soberano, que não pode ser atingido pela pestilência ou pelo vírus (Sl 91).

Ao levarmos nossas ansiedades ao Senhor em oração, podemos experimentar uma paz que ultrapassa o entendimento (Fp 4.6-7). E, quando experimentamos tal paz, a esperança contra cultural – e muitas vezes contraintuitiva – que temos em Cristo, é revelada (1Pe 3.15). Afinal, nossa fé é pessoal, mas não privada.

3. Clame a Deus

Josafá oferece um modelo de oração nos versículos 5-12. Ele apela ao caráter de Deus, suas promessas e suas ações no passado. A oração então culmina: “Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti”.

Talvez você se sinta assim à luz do Coronavírus. Talvez você se sinta impotente contra um vírus ao qual possa ser exposto, mesmo quando não houver sintomas visíveis. Talvez sua ansiedade aumente porque os especialistas ainda não têm certeza quanto a todas as maneiras pelas quais esse vírus pode ser transmitido. Você pode se sentir desencorajado ao ver o número de infecções e mortes aumentar. Nesse caso, junte-se a Josafá ao declarar que você está desamparado, mas sua esperança está fixa no Deus Todo-Poderoso.

Quantas de nossas orações devem terminar com uma frase como essa? Essa é a postura do cristão. Apele ao caráter de Deus, confesse sua incapacidade e coloque seus olhos no Senhor.

4. Lembre-se da salvação de Deus

Na narrativa de 2 Crônicas, Deus responde enviando um profeta para lembrar a Judá que a batalha não lhes pertence; isso pertence a Deus (20.15). Eles nem precisam lutar; eles podem simplesmente sentar e assistir a salvação do Senhor em favor deles (20.17)!

Esta história é um pequeno exemplo, de uma batalha espiritual maior, para todos em todas as épocas. Temos um problema letal sobre o qual não podemos fazer nada por conta própria (embora tentemos!). Temos que confiar em outro, porque essa batalha não é para nós lutarmos. Ao confiarmos naquele que pode lutar em nosso nome, somos convidados a sentar e assistir a salvação do Senhor.

O Coronavírus pode se estabilizar na próxima semana. Ou pode piorar. Minha família pode ser poupada dessa epidemia ou podemos nos tornar uma estatística. Ainda olhamos para a salvação de Deus. Não porque ele necessariamente prove seu amor por mim protegendo-me de doenças, mas porque ele já demonstrou seu amor enviando Cristo para morrer por nós enquanto ainda éramos pecadores, para que quem nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Rm 5.8; Jo 3.16).

Oro para que esse vírus seja erradicado e para que minha família permaneça saudável, mas Deus é bom, independentemente do que as próximas semanas trouxerem. Uso uma máscara ao ar livre e lavo as mãos com frequência, mas minha esperança não está firmada nesses esforços. Desejo uma vida longa para mim e minha família, mas também sei que o objetivo da vida não é escapar da morte física. Essa é uma tarefa tola. O objetivo é estar preparado para quando a morte física inevitavelmente vier, glorificando e desfrutando de Deus até aquele dia.

5. Adoração

Josafá confiou e guiou outros a confiarem em Deus. Mas observe o final: adoração. Em 2 Crônicas 20.21, antes mesmo da vitória, o rei leva o povo a louvar: “Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados.” (2Cr 20.22).

Como essa cena final faz parte da confiança em Deus? Porque se Deus é bom, e se sabemos que podemos confiar nele, podemos adorá-lo mesmo em meio ao sofrimento. Podemos louvá-lo, mesmo sob a ameaça de perigo. Nós o glorificamos mesmo quando os vírus se espalham.

Deus não disse a Josafá para fazer isso. Ele não foi instruído por Deus a convocar um culto. Adorar não é uma estratégia para fazer Deus agir; é uma resposta porque sabemos que ele agiu e continuará a agir. É dessa maneira que devemos procurar o Senhor.

Os judeus saem no dia seguinte e a ameaça se foi. Não estou dizendo que Deus milagrosamente resolverá todos os seus problemas se você começar a adorar. Mas estou dizendo que seu maior problema – o problema da descrença – será resolvido se você começar a adorar.

Diante do Coronavírus, que os cristãos da China e do mundo tenham uma confiança inabalável no Senhor, mesmo quando não sabemos o que vem a seguir.


Por: Jason Seville. © The Gospel Coalition. Website: thegospelcoalition.org. Traduzido com permissão. Fonte: King Jehoshaphat and the Coronavirus.


Original: O Rei Josafá e o Coronavírus. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.


Jason Seville é o pastor sênior de uma igreja internacional na China, onde vive com sua esposa, Kim, e quatro filhas.

Jesus não era uma mulher negra e nem foi um jovem baleado


Jesus não era uma mulher negra, nem foi um jovem pobre morto à bala. Isso não faz de Jesus menos sensível à causa dos que sofrem e são oprimidos nos grandes centros urbanos contemporaneamente. Só não faz a imagem do Deus invisível compatível com as imagens selecionadas pela escola de samba Mangueira para desfilar na Sapucaí.


E não vou entrar no mérito de discutir sobre a compatibilidade ou não da perseguição que Cristo sofreu pelo Império Romano com as perseguições cotidianas nas ruas de nossas cidades — outro tema presente no enredo da escola. Há quem defenda que existem estruturas imperiais análogas em vigência atualmente. Sendo anacronismo ou não, a intenção foi selecionar figuras de vítimas contemporâneas e pateá-las com o sofrimento de Cristo.

Vale dizer que, no fundo, a questão não é o instrumento nem as circunstâncias. Ao lado de Jesus foram crucificados outros dois indivíduos (ou seja, mesmo instrumento e mesmas circunstâncias), e ainda assim ninguém faz carro alegórico para eles. No fundo, a questão toda é sobre a imagem. E é isso que vou me ocupar aqui brevemente.

Existe um grande problema quando se pensa que a imagem de Jesus enquanto um homem hebreu pode ser alterada aleatoriamente. Até mesmo o caso mais sensível e a vulnerabilidade mais urgente de uma sociedade não tem essa autoridade de ser compatibilizado integralmente com a imagem do servo sofredor crucificado. Isso porque, quando se muda a imagem do Jesus homem por uma mulher, uma pessoa trans, ou quem quer que seja, mudamos toda a religião cristã.

Parece hiperbólica essa afirmação, mas quem chegou a essa conclusão foi C. S. Lewis em um importante artigo contra a ordenação de mulheres pela igreja anglicana na década de 50 do século passado. O núcleo de seu argumento é que, ao contrário do que dizem, gênero, sexualidade, contexto histórico são importantíssimos para o cristianismo. Não são para aqueles que, a semelhança da escola de samba, trocam homens por mulheres como se movessem formas geométricas. Mas para nós, cristãos, tais diferenças são incontornáveis.

Para entender isso, Lewis propõe um exercício muito simples. Basta responder se podemos orar à “Mãe nossa que está nos céus” tanto quanto ao “Pai nosso”,se a segunda Pessoa da Trindade poderia muito bem ser chamada de Filha ou de Filho, se o casamento místico poderia ser invertido — que a Igreja fosse o noivo e que Cristo fosse a noiva, ou mesmo duas noivas. É claro que, apesar de tais trocas estejam sendo feitas cotidianamente, elas alteram sensivelmente a estrutura toda da narrativa bíblica.

Nesse caso, a pergunta se nós podemos alterar esses quadros sem mexer com toda a estrutura da religião cristã revelada nas Escrituras, recebe uma resposta, obviamente, negativa. Os cristãos levam muito em consideração a sexualidade humana, a posição concreta de cada um na história e a violência dos impérios. Mas sabemos também que uma criança que aprendeu a orar a uma mãe nos céus teria uma vida religiosa radicalmente diferente de uma criança cristã. Justamente porque gênero importa.

Nesse caso, diante de tudo isso, não estamos sendo fiéis ao espírito da religião cristã quando compatibilizamos o sacrifício de Cristo com a morte de qualquer outra pessoa em nossas sociedades atuais. Estamos mudando toda a religião. Estamos sendo fiéis ao espírito do nosso tempo.

Rejeitarmos essa tentativa de compatibilização por parte da escola de samba não nos faz insensíveis aos dados alarmantes de violência no Brasil. Mas mostra que na agenda política genuinamente cristã existem outras expectativas, outras confianças e outras formas de amar. Não corrigimos um homem ou um marido ruim mandando ele se tornar uma mulher. Não existe cura na desconstrução.



Autor: Pedro Lucas Dulci é pastor, filósofo, teólogo e escritor. É graduando em teologia pelo Seminário Presbiteriano Brasil Central, doutorando em filosofia pela Universidade Federal de Goiás e pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana Bereia, em Goiânia (GO).

Fonte: Voltemos ao Evangelho

O falso evangelho na Sapucaí




Não, o Evangelho não estava na Sapucaí e o que a Mangueira mostrou não é o Cristo das Escrituras. O fato de Cristo ser mostrado entre os pobres não faz disto um retrato do que temos nos evangelhos canônicos. De fato, Jesus se fez carne e se fez pobre. Ele pregou para “periféricos” e escolheu 12 homens comuns para dar continuidade ao seu ministério. Mas…

Não podemos santificar a pobreza e confundir as ideologias sociais com o Evangelho. Cristo foi rejeitado pelos “periféricos” de Nazaré (Veja Marcos 6.1-6). Foi abandonado pela multidão que tinha sido alimentada com pães e peixes quando ele começou a pregar aquilo que eles não desejavam ouvir (Veja João 6). Os pobres estavam na turba dos zombadores no momento da crucificação. Os pobres também gritaram o nome de Barrabás…

Diante do Cristo que é divino e humano, ninguém é justo (Romanos 3.23). Pobres e ricos serão condenados caso não se convertam ao Jesus crucificado e ressurreto para perdoar pecados. Agora não é conversão a discurso ideológico que usa Jesus como um verniz para mascarar a ideolatria que salvará. Isso é auto-engano e só piora a condição de cegueira espiritual do pecador.

Não houve Evangelho na Sapucaí. Houve sincretismo, houve sensualidade, houve blasfêmia e caricatura do Messias. Quem acha que Jesus estava no desfile da Mangueira e se diz cristão está precisando rever se está vivenciando seu cristianismo com as lentes da canonicidade ou das ideologias deste século.

Jesus não pertence a nenhuma ideologia. Ele não está em sambódramos, assim como não está em slogans de governo. Os cristãos no Brasil precisam dar um basta na ideologização da fé. As ideologias passarão. O SENHOR e a sua Palavra jamais passarão.

Ao cristão não compete adotar nenhuma visão ideológica. Ao invés disso, ele deve se portar como peregrino neste mundo, envolvendo-se naquilo que é convergente à ética cristã e desprezando o que fere os princípios bíblicos. A tal denúncia feita ao “sistema capitalista” pela Mangueira pode ter seus pontos legítimos, o problema é a forma como tenta dar as respostas ao sistema econômico vigente.

É importante endossar que as mazelas do capitalismo são oriundas da natureza adâmica e que a alternativa não seria a troca de regime, ou como dizem os socialistas, a revolução. Mudar as estruturas de poder não resultará numa sociedade perfeita, pois o pecado ainda residirá nos corações humanos. Além do mais, a solução sugerida pelo marxismo, quando posta em prática, gerou muito mais injustiças e opressão.

Governos tirânicos assassinaram milhões de pessoas e cercearam a liberdade dos seus cidadãos. Não há um registro positivo na história onde quer que o socialismo tenha sido implantado. A Revolução não é o caminho. A engenharia social é uma tremenda cilada. Biblicamente falando, é possível ter posses – até mesmo enriquecer – e mesmo assim ser alguém justo e que promove o bem para o próximo. Não devemos esquecer o princípio da mordomia cristã que, grosso modo, afirma que o que temos não pertence a nós mesmos.

Com este tipo de mentalidade podemos viver o desapego material, procurar uma vida modesta, sem esbanjar futilidades e fugir do consumismo desenfreado. É possível que um empresário bem-sucedido seja ético e com seu empreendimento promova os valores cristãos, pagando dignamente aos seus funcionários, honrando com seus compromissos fiscais, gerando mais empregos e doando parte dos lucros da empresa para incentivar pesquisas científicas que serão socialmente benéficas, organizações beneficentes e até agências missionárias. Mas isso é assunto para outra hora…

Só seremos sal e luz se vivenciarmos as Escrituras. Misturar Jesus com elementos de esquerda ou da direita só vai custar caro para a Igreja, no futuro. Isso não é salgar, é deixar insosso achando que salgou. Que a Luz de Cristo resplandeça em cada cristão e o torne peregrino rumo a Cidade Celestial, e não sambista rumo a linha de chegada da Sapucaí.


Fonte: Voltemos ao Evangelho.


Autor: Thiago Oliveira é pastor da Igreja Evangélica Livre no Brasil e Professor de Teologia no STPN-Recife. É graduado em Teologia, em História e tem especialização em Ciência Política. É casado com Samanta e pai de Valentina.

domingo, 1 de março de 2020

Deltan Dallagnol diz que cristãos podem ajudar a combater cultura da corrupção no Brasil




O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, falou sobre o combate à corrupção na 22a edição da Consciência Cristã, em Campina Grande.


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Deltan Dallagnol falou a milhares de evangélicos em Campina Grande, na Paraíba. (Foto: Wellington Junior/Consciência Cristã)


O procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, falou na sexta-feira (21) sobre o combate à cultura da corrupção no Brasil na 22a edição da Consciência Cristã, evento realizado em Campina Grande, na Paraíba.

Diante do contexto do Brasil, que chegou a ser considerado 4º país mais corrupto do mundo pelo Fórum Econômico Mundial em 2016, Dallagnol disse que é motivado a lutar contra a corrupção por causa do “sofrimento humano que ela causa”.

“Doenças pela falta de tratamento de esgoto, saneamento básico, longas filas em hospitais, mortes em estradas ruins, desigualdade de oportunidade, educação pobre, falta de segurança pública e tantos outros problemas”, afirmou o procurador. 

Dallagnol, que é membro da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, indicou comportamentos que os cristãos podem adotar para combater a “cultura da corrupção” instalada no país.

Uma delas é a criação de uma cultura que incentive a honestidade e o comportamento ético dentro das organizações religiosas. Ele sugeriu aos pastores a criação de mecanismos como a prestação de contas e transparência de gastos e receitas em suas igrejas, segundo o jornal Gazeta do Povo.

Dallagnol esclareceu que essa não é uma causa exclusivamente religiosa, mas “tem tudo a ver com o que os cristãos acreditam”. Ele acredita que o combate à corrupção faz parte da cosmovisão do cristianismo, que tem como pilares a integridade, a luta pela justiça social e o serviço ao próximo.

“O cristão é um agente de transformação da sociedade. Por isso, é preciso sofrer junto com as pessoas que sofrem pelo descaso no serviço público por conta de desvios de dinheiro”, disse.

Para o procurador, “lutar contra a corrupção é uma questão de compaixão, de amor ao próximo, de serviço à sociedade e de realização de direitos humanos. Tem tudo a ver com a parábola do bom samaritano”.



Deltan Dallagnol falou sobre ética e combate à corrupção no evento Consciência Cristã. (Foto: Wellington Junior/Consciência Cristã)

Baseado em experiências científicas como o "teste de conformidade" do psicólogo Solomon Asch, Dallagnol explicou que um grupo de pessoas pode influenciar nossas próprias decisões, mesmo quando temos consciência dos erros. "Somos influenciáveis à desonestidade”, afirmou.

Ele mencionou estudos que indicam fatores que afetam o comportamento ético das pessoas, como a ausência de regras, ambiente de competição excessiva ou humilhação e estabelecimento de metas irrealistas.

“A Operação Lava Jato fez uma tomografia, um exame de ressonância magnética e expôs as entranhas do mecanismo da corrupção política brasileira. As pessoas se corromperam porque, se não se corrompessem, não estariam mais lá”, disse ele. “Corrupção não é um problema partidário, é estrutural”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA GAZETA DO POVO



Índia: pastores são presos por supostas conversões forçadas

Cristãos indianos enfrentam pressão crescente conforme nacionalismo hindu avança no país


Cristãos indianos enfrentam pressão crescente conforme nacionalismo hindu avança no país

Governo do estado de Uttar Pradesh quer pôr fim às conversões ao cristianismo até 2024

Pastores na Índia estão sendo ainda mais monitorados por oficiais do governo, é o que afirma uma fonte local da Portas Abertas. De modo especial no estado de Uttar Pradesh, no centro-norte da Índia, onde nacionalistas hindus acusam missionários cristãos de imporem a fé cristã sobre pessoas vulneráveis. A Assembleia Mundial de Hindus, conhecida como VHP, que é parte da organização nacionalista hindu Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), identificou 30 localizações em oito distritos no estado em que ocorriam “conversões forçadas”.
Conversões forçadas ou involuntárias são punidas com multa ou pena de prisão em oito estados indianos. A lei geralmente é usada para perseguir os cristãos. Uttar Pradesh ainda não tem essa lei, mas há uma proposta de lei sendo analisada pelo governo.
“Vários pastores e líderes cristãos, nessas 30 áreas, foram falsamente acusados de conduzir conversão fraudulenta e estão presos. Ano passado houve vários casos de prisões e de cultos proibidos nessas áreas”, afirma a fonte da Portas Abertas. O líder cristão de Allahabad, Raphy Manjaly, disse que as acusações eram falsas e enganosas. Ele afirmou que “a igreja na Índia não promove nem propaga conversão religiosa” e pediu evidências das supostas conversões forçadas.
Um analista de perseguição da Portas Abertas observa: “Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia, é atualmente um dos estados mais difíceis para um cristão viver. Desde que o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) assumiu o governo, em março de 2014, a situação para os cristãos piorou”. O estado tem um dos mais altos níveis de violência contra cristãos.
Campanha de reconversão
Com o objetivo de pôr fim às conversões em Uttar Pradesh até 2024, o VHP lançou uma campanha de “reconversão”. O presidente da organização disse: “Cada família hindu deve seguir as tradições da religião estritamente e não copiar o Ocidente”. Para os extremistas hindus, “conversão” é um problema quando se trata de hindus se tornando cristãos, mas não o contrário. “Aos olhos deles, a conversão de volta ao hinduísmo não é conversão, é um regresso à casa ou ghar wapsi (em hindi, língua da Índia). Isso deve ser encorajado”, explica o analista.
Em novembro de 2018, o ministro de Estado de Uttar Pradesh, apoiado por oficiais do BJP, pressionou 25 famílias cristãs em Ghazipur a se converter ao hinduísmo. “Temos que ter muito cuidado e vigiar porque em nome do ghar wapsi eles usam táticas para seduzir pessoas pobres, principalmente os dalits e povos tribais”, alerta Manjaly.
Devido ao aumento da perseguição na Índia, a Portas Abertas também tem se empenhado em dobrar o socorro à Igreja Perseguida no país e por isso lançou a Campanha Global Índia. Sua contribuição é vital para que nossos irmãos indianos sejam assistidos e fortalecidos em meio à crescente pressão que enfrentam. Eles contam com você! Doe e seja a resposta de oração deles.

Fonte: Portas Abertas

Irã coloca pressão em famílias cristãs que fugiram

Os três cristãos receberam liberdade antecipada da justiça iraniana

Relatório mostra as dificuldades enfrentadas pelos cristãos, principalmente convertidos do islamismo, no país


De acordo com relatório, muitos cristãos são presos, mas nem todos os casos se tornam públicos
De acordo com relatório, muitos cristãos são presos, mas nem todos os casos se tornam públicos
Autoridades iranianas colocam pressão em famílias de cristãos que fugiram do país, de acodo com novo relatório. “Em um movimento sem precedentes das forças de segurança iranianas, houve diversos relatos em 2019 de familiares de cristãos iranianos que vivem no exterior sendo perseguidos, mesmo que eles mesmos não sejam cristãos”, segundo relatório que destaca a situação dos cristãos no Irã em 2019.
O relatório, organizado pela Portas Abertas e pelas organizações de defesa da liberdade religiosa Article 18Middle East Concern Christian Solidarity Worldwide, apresenta que cristãos iranianos enfrentaram contínuas violações à liberdade religiosa em 2019. As organizações chamaram o relator especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no país, Ahmed Shaheed, “para investigar os contínuos maus-tratos de cristãos e outras minorias religiosas no Irã”.
Enquanto a Constituição iraniana reconhece os cristãos como uma minoria religiosa com o direito de “exercer suas cerimônias religiosas nos limites da lei”, o governo aplica isso apenas aos cristãos da Armênia ou descendentes assírios, por serem considerados parte da cultura e história do Irã. Ainda assim, essas comunidades não têm permissão de ter nenhum material religioso em persa e também não estão isentas de invasões, como relatado pelo World Watch Monitor no ano passado.
A maioria dos cristãos no Irã são convertidos do islamismo, entre 250 e 550 mil, e, por ter apenas quatro igrejas de fala persa no país, eles se reúnem nas casas para orar, estudar a Bíblia e adorar.
Esses convertidos cristãos são o principal alvo do governo, por isso vivem como cristãos secretos. Líderes religiosos e governamentais os retratam como apóstatas que deveriam ser mortos, segundo o relatório. Em 2019, agências de segurança invadiram igrejas domésticas, confiscaram celulares e materiais religiosos e fecharam prédios de igrejas. Filhos de cristãos convertidos tiveram negados certificados que precisariam para continuar sua educação.
Diversos cristãos foram sentenciados à prisão, pegando de 4 meses a 5 anos. Ao final de 2019, foram relatados 17 casos de cristãos presos pela fé, mas, de acordo com o relatório, o verdadeiro número pode ser maior, pois nem todos os casos são tornados públicos ou relatados.
Os desafios enfrentados por um cristão secreto envolvem ainda mais pressão do que as situações vividas em meio à perseguição em geral. Por meio de estudos da Bíblia, o corpo de Cristo se fortalece, estando preparado para viver a vida cristã em qualquer situação. Com uma doação, você possibilita que um cristão de um dos países do Top 10 receba treinamento bíblico.

Fonte: Portas Abertas


sábado, 29 de fevereiro de 2020

TODO CARNAVAL TEM SEU FIM

Com o título desse texto, cito Los Hermanos, que cantam a fugacidade da alegria do carnaval na música com o mesmo título desse texto que você está lendo, leitor. Roberta Sá chama esse tempo de festa de “outra ilusão” (Novo Amor), embora também peça um amor “que pelo menos dure enquanto é carnaval” em outra canção (Cicatrizes). Vinicius de Moraes e Tom Jobim igualmente não colocavam muita fé na principal festa nacional, pois a chamaram de “grande ilusão” (A Felicidade).
A grande culpada pelo fim da alegria é a pobre quarta-feira de cinzas: “quarta-feira, queira ou não queira terminou o carnaval” (Roberta Sá, Novo Amor), “e tudo se acabar na quarta-feira” (Tom e Vinicius, A Felicidade). Dos dias de festejo, afirmava Nara Leão, “saudades e cinzas foi o que restou” (Marcha de Quarta-feira de Cinzas).
As cinzas da quarta supracitada são reminiscências do caráter religioso da festa, lembranças do outrora costume no Crescente Fértil de usá-las como marca de humilhação ou contrição: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (Dn 9.3) e “chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza” (Jn 3.6).
Carnaval, atestam o Houaiss, a Britannica e Pasquale, provavelmente vem de carne levare (remover a carne), referência à restrição alimentar católica na quaresma. A terça gorda (“mardi gras” en français), mais conhecida como terça de carnaval, era um dia de grande festa porque as pessoas limpavam suas despensas de coisas como manteiga, ovos, queijos, carnes e faziam refeições mais, digamos assim, gordas – daí o hábito de alguns países europeus de fazer e comer panquecas e waffles nesse dia pouco fitness. Segundo o historiador britânico Peter Burke (Cultura Popular na Idade Moderna), as pessoas comiam, num dia, dois meses de despensa e carne suficiente para viajar do oeste europeu (França, por exemplo) para Constantinopla ou para a América. Também bebiam como se não houvesse amanhã.
Não é unanimidade que o carnaval se originou da tentativa da Igreja Católica de cristianizar festas da antiguidade pagã (dionisíaca e/ou saturnália), mas que a festa virou algo completamente anticristão é um fato. O aspecto religioso restou apenas na história. Para Roberto Damatta, antropólogo brasileiro, a festa significa, dentre outras coisas, um tempo de deixar a rotina, que, segundo ele, nos atormenta com a disciplina, para ter um tempo de ser feliz: “antes da disciplina rígida que manda ‘abandonar a carne’ (carne levare), a orgia” (O que diz o Carnaval?).
A Lógica do carnaval não é errada apenas porque se tornou uma festa completamente libertina. A própria perspectiva religiosa dela é equivocada. A ideia de liberação para o pecado ou para excessos por trás do carnaval católico, como mostra Abraham Kuyper (Calvinismo), é a expressão máxima da visão católica dualista que faz uma cisão, esquizofrenia purinha, entre sagrado e profano. Nessa cosmovisão, a santidade diz respeito apenas aos aspectos religiosos da vida (família, missa e dias santos) enquanto as outras esferas da vida pertencem à própria pessoa (amante, trabalho e os outros dias do calendário).
Escritura afirma que “Deus é o Rei de toda a terra” (Salmo 47.7), para citar apenas um exemplo das inúmeras passagens que falam do controle absoluto dEle sobre tudo que existe. Tem gente, todavia, que pensa que existem “setores” de sua vida que ela pode orientar à revelia do Todo-Poderoso. Ao invés de viver para a glória do nosso Criador e Salvador na totalidade da vida, tal pessoa pensa que o carnaval não é da conta de Deus, pois nesses dias é dada à carne a oportunidade de “esvaziar até a última gota o copo cheio de prazer, se não de euforia e insensatez, antes de retirar-se para o vale da contrição” (Kuyper, Calvinismo).
Leitor cristão, Deus quer sua vida toda. Não existem esferas/setores ou dias de sua vida que nosso Pai não queira transformar. Cristo morreu para santificar você por completo (todos os aspectos de sua existência) e completamente (Ele, no último dia, consumará essa obra).
Já você, leitor não cristão, não se iluda, a própria MPB atesta (vimos no início desse texto), para usar uma linguagem bíblica do Livro de Eclesiastes, que colocar o sentido da vida nos dias de prazer desenfreado do carnaval é vaidade, inutilidade, é correr atrás do vento. A verdadeira felicidade, diferente do carnaval, não tem fim, afinal: “[na eternidade, os crentes] jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 7.15-17).
Ainda não podemos aproveitar na história o total esplendor das alegrias da eternidade, mas os ensaios já começaram.
Rev. Flávio Américo

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