sábado, 23 de setembro de 2017

JESUS: O SERVO INCOMPARÁVEL


João 13.1-38
Charles Erdman diz que o capítulo 13 de João, “é o lugar santo do edifício sagrado desse evangelho”. Depois de alguns anos de ministério público de Jesus, agora podemos ver o ministério particular do mestre dos mestres. Naquele momento Jesus se reuniu com os seus discípulos e lhes transmitiu ensinamentos que continuam falando ainda hoje. Neste momento eu convido você para olharmos para o texto em tela como também para o evangelho de João e aprendermos com Jesus algumas lições.

1-PORQUE ELE ERA HUMILDE (13.1-11) - Cada família em Israel se preparava para imolar o cordeiro pascal. A pascoa era a festa onde todos se reunião em Israel para celebrar a libertação da escravidão egípcia. Mas onde também era oferecido cordeiro Pascal, o mais vivido tipo de Cristo.

Era costume das pessoas antes de se sentarem à mesa, lavarem os pés. Este era o trabalho dos servos, dos escravos mais humildes de uma casa. Os seus discípulos, tinha vindo de Betânia, seus pés estavam sujos. Nem um dos discípulos de Jesus tomou atitude, eles não podiam sentar a mesa com os pés sujos, mas nenhum discípulo tomou atitude no que diz respeito a lavar os pés dos seus irmãos. Os discípulos pensavam que no reino privilégios implicava em grandeza (Lc 22.24-30), regalias, aplausos e reconhecimento dos homens.

Neste momento podemos contemplar a atitude incomparável do mestre Jesus, diferente dos seus discípulos, Jesus tomou uma toalha, e uma bacia com água, e se pôs a lavar os pés dos seus discípulos, enquanto eles estavam pensando que seria o maior entre eles, Jesus ensina que eles deveriam ser humildes.Com esta atitude Jesus estava ensinando que privilégios, não implica em soberba, mas em humildade. Jesus sabia quem era, de onde tinha vindo e para onde ia. Ele era o rei dos reis, o senhor do universo. Não obstante, o seu poder não o levou a autoexaltação, mas a humildade. Como disse o pastor Hernandes Dias Lopes “sua humildade não procedeu da sua pobreza, mas da sua riqueza”.
Willam Barclay disse: “o mundo se encontra cheio de gente que está de pé sobre sua dignidade quando deveria estar ajoelhada aos pés de seus irmãos”.

 Portanto, meus irmãos, humildade e amor, são atitudes que aqueles que não temem a Deus podem entender, mesmo que elas não saibam nada acerca das doutrinas teológicas que muitos crentes sabem. 

Como servos de Jesus hoje, nós precisamos rogar ao Pai que nos ajude a seguir o exemplo de seu filho amado Jesus, que nós não venhamos apenas falar acerca da humildade de Jesus, mas a viver uma vida de tal maneira que a beleza de Cristo possa ser vista em nós.

2- PORQUE ELE ERA ONISCIENTE (13.18-32) – Em seu evangelho, João nos mostra quem era realmente o Senhor Jesus, ele era homem, mas João ao revelar sua onisciência, nos ensina que ele era Deus. Judas passou com Jesus e os discípulos dele três anos, os discípulos amigos de Judas não o conheciam, mas Jesus sabia quem era Judas. Ali no cenáculo era o momento que Judas tinha que tirar a sua máscara, e deixar a sua aparência de homem piedoso, e Jesus deixou claro que Judas não era um servo de Deus.

Ele andou com Jesus, viu seus milagres, ouviu seus sermões, realizou as obras de Deus (evangelizou), estava com os discípulos, pregou, orou, etc. Judas agora é dominado pelo diabo.  Tudo aquilo não pegou Jesus de surpresa, ele sabia o que estava acontecendo, quem era Judas Iscariotes. “Judas nos mostra quão longe um homem pode ir em sua profissão religiosa sem ser convertido, quão profundamente uma pessoa pode se envolver nas coisas de Deus e ser apenas um hipócrita, Judas Iscariotes nos mostra a inutilidade dos maiores privilégios sem um coração sincero diante de Deus. 

Privilégios espirituais sem a graça de Deus não salvam ninguém. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na denominação ou por exercer um ministério espetacular”(Hernandes D. Lopes). No texto em tela, podemos contemplar a onisciência de Jesus, não só ao revelar o traidor, mas também ao revelar a fraqueza de Pedro (13.36-38), quando este fez questão de dizer que estaria pronto para morrer por Jesus, demonstrando assim a sua lealdade, mas ao mesmo tempo sua gabolice, Pedro estava dizendo que era melhor do que os seus colegas (Mc 14.29).O mestre Jesus revela que a autoconfiança de Pedro era nada, e coloca por terra toda a sua coragem.

Meus queridos, Jesus estava nos ensinando que diante dos desafios da vida, precisamos depender dele, porque sem ele não somos nada, mesmo que sejamos, corajosos, intelectuais, etc. Eu e você precisamos de Jesus, pois somos semelhantes a Pedro. Não se deixe levar por suas gabolices, conhecimento, dinheiro, cargo, etc. Você é tão fraco como Pedro. Somente Jesus, Ele conhece o nosso sentar e o nosso levantar, só a graça dele nos basta.

3-PORQUE ELE ERA ONIPOTENTE (Jo 2.1-12; 6.1-15; 9.1-12; 11.1-46) – O evangelista João ao falar sobre o ministério público de Jesus, enfatiza não só a sua vida como homem, mas nos mostra sete sinais que revelam o poder incomparável do Senhor Jesus, ao transformar a água em vinho, ao curar o cego, ressuscitar Lázaro depois de quatro dias, etc. Não só nos milagres realizados por Jesus, podemos ver o seu poder, mas também em suas palavras. 

É interessante notar que quando Judas fora entregar Jesus juntamente com a escolta dos sacerdotes e fariseus, Jesus lhes perguntou-lhes: a quem o buscais? e responderam-lhe: a Jesus o Nazareno. Quando, pois, Jesus disse-lhes: sou eu, recuaram e caíram por terra (Jo 18.1-6). Judas estava liderando a turba que fora fortemente armada ao Getsêmani para prender Jesus. Ele não fora acompanhado apenas de Judeus oficiais do templo, mas também de um destacamento de soldados romanos. Tratava-se de uma coorte. Uma coorte completa tinha 1000 homens, 760 soldados de infantaria e 240 de cavalaria. Essas tropas auxiliares de Roma ficavam estacionadas em Cesareia Marítima, quartel-general de Roma em Israel. Durante os dias de festa eles ficavam na fortaleza Antônia, a noroeste do complexo do templo em Jerusalém. Isso garantia um policiamento mais efetivo das grandes multidões que aumentavam muito a população de Jerusalém. Na festa da páscoa a população de Jerusalém quintuplicava. Essa festa era a alegria dos Judeus e o terror dos romanos. As tropas em Jerusalém tinham o propósito de garantir a ordem diante de qualquer possibilidade de tumulto ou rebelião alimentados pelo fervor religioso. Por essa razão é que essa coorte foi chamada para apoiar os guardas do templo; o risco de reação por parte da multidão era sem dúvida, elevado no caso da prisão de alguém com a popularidade de Jesus. D. A. Carson diz que a combinação de autoridades judaicas e romanas nessa prisão condena o mundo todo (Hernandes, 2015, ps. 440, 443)¹. 

Todo este aparato não intimidara Jesus, mas ele revela o seu poder, ele tinha pleno controle sobre aquela situação, Jesus não fora preso, mas se entregou para cumprir as sagradas escrituras. 

O sinédrio tinha a seu dispor um grupo de soldados para manter a ordem no templo. João 18.3 cita uma “escolta” que consistia em seiscentos homens, um décimo de uma legião. O Sinédrio entendeu que um destacamento de soldados seria prudente e necessário para evitar qualquer tumulto. E aquele grupo seguira armado até os dentes (Mc. 14.43). Isso nos mostra ainda mais o poder de Jesus.

Meus irmãos, hoje a nossa grande necessidade é de Jesus, ele não mudou, sem ele nós não somos nada e nada podemos fazer (Jo 15.5), com ele somos mais que vencedores (Rm 8.37), com ele podemos enfrentar quaisquer situações (Fl 4.13). Não sei quais são os seus dramas, as circunstâncias que lhe cercam, mas eu sei que Jesus não mudou, ele é o mesmo ontem e hoje e para sempre. Somente Jesus.

Nota

1-Lopes, Hernandes Dias - João: As glórias do Filho de Deus – São Paulo: Hagnos, 2015. 

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Cerca de 350 mil cristãos estão vivendo como escravos na Coreia do Norte

O escritor e pesquisador Eric Metaxas afirmou que o regime totalitário de Kim Jong-un persegue a comunidade cristã de forma brutal.
"Pelo menos 100 mil desses irmãos e irmãs estão presos em campos de trabalho", afirmou Eric. (Foto: Reprodução).
"Pelo menos 100 mil desses irmãos e irmãs estão presos em campos de trabalho", afirmou Eric. (Foto: Reprodução).

Coreia do Norte é um lugar assustador. O governo totalitário de Kim Jong-un e a forma pública como seus seguidores dão suporte para este ditador brutal são suficientes para dar arrepios. Mas em um país onde existe um vazio espiritual enorme, há uma comunidade cristã que cresce. É claro que o cristianismo é ilegal nesta nação, e qualquer demonstração de fé, até mesmo portar uma Bíblia, pode resultar em execução.
"A Operation World diz que, embora não exista alguém que saiba o número exato, pode haver cerca de 350 mil cristãos vivendo de forma escrava em espaços subterrâneos, dentre os 24 milhões de pessoas da Coreia do Norte", escreveu Eric Metaxas ao site The Christian Post. "Tragicamente, e enfurecedor, mas pelo menos 100 mil desses irmãos e irmãs em Cristo estão presos em campos de trabalho".
“Estes são alguns dos ambientes mais severos da Terra. Com o frio e segurança máxima, muitos cristãos são condenados à morte por trabalho escravo, ou simplesmente executados no local. Como, a fé cristã continua a sobreviver? Como todos nós, pela graça de Deus”, escreve Metaxas.

Dificuldades

"Devido à vigilância sempre presente, muitos oram com os olhos abertos, e se reúnem para louvar ou ter momentos de comunhão. Mas, cenas assim são praticamente impossíveis de acontecer, pois os cristãos são presos, , torturados ou mortos. Todas as famílias cristãs são presas em campos de trabalho", salientou.
“Devemos orar por esses cristãos e apoiar organizações como o Ministério Portas Abertas em seu trabalho vital. Essas pessoas são importantes para Deus, e elas também devem ser importantes para nós. Eles não são invisíveis para Cristo", conclui Metaxas.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST



"Não existe cura gay, mas sim uma ciência que trata os conflitos da alma", diz psicóloga

Marisa Lobo explicou que a recente decisão liminar sobre o atendimento a homossexuais não tem nada a ver com a 'cura gay'.
Marisa Lobo é psicóloga. (Imagem: Guiame)
Marisa Lobo é psicóloga. (Imagem: Guiame)

Após a decisão judicial liminar de que os psicólogos poderão atender homossexuais que estão insatisfeitos com sua conduta sexual, militantes e apoiadores do movimento LGBT no Brasil reagiram com indignação e chegaram a distorcer informações relacionadas à notícia. Exemplo disso é que muitos passaram a afirmar que tal decisão abre espaço para a chamada "cura gay", "terapias de reversão" ou que a partir de então, a homossexualidade poderá "ser tratada como doença".
Fato é que a decisão liminar não desconsiderou a declaração do Conselho de Psicologia, que afirma que a homossexualidade não configura qualquer tipo de patologia, porém buscou respeitar o sentimento de homossexuais que estejam buscando alguma mudança em sua orientação sexual.
Citada na ação apresentada por psicólogos e avaliada pelo juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho (que emitiu a decisão liminar), a paranaense Marisa Lobo explicou que de fato, a chamada "cura gay" não tem qualquer embasamento científico, pois a homossexualidade realmente não é uma doença. Porém ressaltou o respeito à liberdade profissional do psicólogo, que tem o direito de atender um homossexual egodistônico (insatisfeito com sua orientação sexual).
"Não existe cura gay, existe uma ciência que trata dos conflitos da alma e comportamento humano.
Não posso escolher conflitos a serem tratados, tirados todos em igualdade sem induzir qualquer convicção. Meu paciente é livre", destacou a psicóloga especializada em Direitos Humanos.
"Não existe terapia de reversão, existem técnicas da psicologia que visam o encontro de si mesmo, visam restabelecer a sanidade procurada do paciente é ele que escolhe não o psicólogo".
Marisa Lobo também destacou que todas as técnicas usadas no atendimento a um homossexual egodistônico são aprovadas e não configuram "um novo tipo de tratamento".
"Nós usamos as técnicas aprovadas pela psicologia e não uma suposta terapia inexistente. E se estas linhas da psicologia são insuficientes para gerar bem estar a pessoa humana que nos procura, então que fechem a psicologia.
No meu consultório quem manda é meu paciente", assegurou.
"Eu ajudo no que o meu paciente desejar. Em meu consultório quem manda é o paciente não o Conselho. Porém jamais afirmo que tem como reorientar ou não. Apenas explico sobre a TEORIA da diversidade sexual, que afirma que a sexualidade é fluida não é dinâmica ou estática como define asnciencias biológicas. Baseado neste ensinamento da pós-modernidade, se a sexualidade é plural e fluida, entende-se que ela vai para onde quiser e volta para onde desejar", acrescentou.
A psicóloga também destacou que cientificamente, não há qualquer pesquisa que comprove que um homossexual não possa mudar de orientação sexual, caso sinta este desejo.
"Não há um único estudo que afirma categoricamente sobre o como se forma o desejo sexual por este ou aquele objeto. É isso que a contemporaneidade quer que defendamos. Logo, se meu paciente busca ajuda por não querer esta ou aquela orientação sexual, ele tem direito de tentar buscar a sua verdade e ninguém nada pode contra essa máxima.
Defender essa liberdade no setting terapêutico é ético, é não induzir convições de orientação sexual. Exatamente como prega a resolução", afirmou.

Decisão

Segundo o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho publicou no documento oficial de sua decisão liminar, o Conselho Federal de Psicologia não pode impedir que psicólogos pesquisem, se informem e até mesmo atendam pessoas que busquem uma reorientação sexual.
"Sendo assim, defiro, em parte, a liminar requerida para, sem suspender os efeitos da Resolução nº 001/1990, determinar ao Conselho Federal de Psicologia que não a interprete de modo e impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re) orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia por parte do C.F.P., em razão do disposto no art. 5º, inciso IX, da Constituição de 1988", disse o juiz no documento.

FONTE: GUIAME, POR JOÃO NETO



Do que o homem precisa? Argumentos para a existência de Deus ou persuasão de sua própria culpa?

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A doutrina calvinista do conhecimento de Deus implica numa apologética que, ao invés de fornecer uma demonstração da existência de Deus, persuade os homens a reconhecerem que eles estão suprimindo essa verdade. Uma vez que todos nós sabemos que Deus existe, as alegações de ignorância acerca de Sua existência são apenas um véu utilizado para justificar a nossa rebelião contra Deus. Este conhecimento interno de Deus é a base sobre a qual a apologética deve procurar deixar os homens sem a desculpa de precisarem de provas para acreditar. É este sensus divinitatis (ou sentido do Divino) que torna todos os homens culpáveis diante de Deus. Como tal, a metodologia da apologética não procura demonstrar a verdade de Deus, antes, procura persuadir os homens da verdade de sua culpa.

Como Calvino argumenta nas Institutas, o fundamento de qualquer conhecimento sobre Deus é o próprio Deus. [i] O homem não tem a capacidade de conhecer a Deus por conta própria nem tem direito a tal conhecimento. C.S. Lewis capta isso com razão em sua analogia de Shakespeare: “Se Shakespeare e Hamlet pudessem se encontrar, isso deve ser algo que parte de Shakespeare. Hamlet não pode iniciar nada. [ii] Portanto, os homens que afirmam não haver evidências para se crer em Deus, fazem isso em contradição com o que Deus nos revelou em Sua palavra. Eles esquecem que em um universo em que Deus existe, é prerrogativa do próprio Deus proporcionar conhecimento de si mesmo às suas criaturas e definir os critérios para tal conhecimento. Van Til afirma adequadamente que “qualquer revelação que Deus dá de si mesmo é … inteiramente voluntária”. [iii] Calvino condena a loucura de homens que acham que têm a autoridade de determinar a maneira que Deus deve dar testemunho de si mesmo: “De onde vem esta lei aos mortais que eles podem, por sua própria autoridade, definir aquilo que ultrapassa o mundo? […] Cada homem irá defender Seu próprio juízo ao invés de se submeter à decisão de outro […] Permanece apenas ao próprio Deus o dar testemunho de si mesmo. [iv] Os homens que exigem que Deus forneça uma determinada evidência de si mesmo esquecem suas relações morais e ontológicas com Deus. Este erro pede pela mesma resposta que Paulo retoricamente dá aos romanos que esqueceram a ordem de seu relacionamento com Deus: “O oleiro não tem direito sobre a argila?” [v] A resposta é, com toda a certeza, positiva. Portanto, nossas afirmações sobre o que sabemos sobre Deus não são justificadas por aquilo que afirmamos acreditar, mas pelo que Deus afirma que acreditamos.

Com base nessa antropologia de Romanos 1:20-21, Calvino argumenta que Deus forneceu a todos os homens um sensus divinitatis ou semen religionis. De acordo com Scott K. Oliphint, “Calvino parece usar essas duas noções […] de maneira semelhante” em todas as Institutas. [vi] Hoeksema descreve esta religião como “verdadeiro conhecimento e temor a Deus e o serviço do amor. [vii] Usando esses termos, Calvino “não fala apenas de um conhecimento objetivo e de uma religião objetiva, mas inclui a resposta subjetiva a esse conhecimento no temor e o amor a Deus. [viii] Em outro lugar, Oliphint argumenta que esse conhecimento “foi intuitivo, imediato, não ratiocinativo em sua apreensão de Deus. [ix] Assim, a posição de Calvino é que todos os homens têm uma possessão inata e objetiva que lhes comunica o conhecimento de Deus, de modo que todos são inescusáveis por saberem que Deus existe. John Frame lembra-nos que “a revelação de Deus é ‘acomodada’ para a compreensão humana. [x] Este conhecimento é cognitio insita (isto é, um conhecimento implantado) e se torna o fundamento para nossa culpabilidade. B.B. Warfield resume a posição de Calvino até agora:
“Calvino está completamente seguro de que o conhecimento de Deus é inato (I. iii.3), naturalmente gravado nos corações dos homens (I. iv. 4), e assim uma parte de sua constituição (I. iii.1), de que é uma questão de instinto (I. iii.1, I. iv.2), e de que todo homem é autodidata desde o seu nascimento (I. iii.3). Ele estabelece como um fato incontestável que ‘a mente humana, pelo próprio instinto natural, possui algum senso de uma divindade’ (I.iii.1).[xi]

Ao desenvolver essa epistemologia a partir das Escrituras, Calvino mostrou uma apologética que procurava persuadir os leitores daquilo que eles já sabiam ser verdade ao invés de demonstrar aquilo que ele acreditava já ser claro para eles. Falando sobre o ímpio, Calvino apela à sua condição: “Aqueles que são de uma mente estranha à justiça de Deus sabem que esse tribunal está pronto para punir as transgressões contra ele. […] Essa semente permanece e não pode, de modo algum, ser desenraizada. […] Se alguma ocasião desesperadora os pressiona, ela os incita a procurá-lo. […] A partir disso, fica claro que eles não são completamente ignorantes quanto a Deus…” [xii] Aqui, Calvino nos persuade de que todos os homens, mesmo aqueles que estão em rebelião contra Deus, exibem esse sensus divinitatisquando, levados pelo desespero, correm até Ele. Portanto, vemos a partir destes dois pontos que os homens são inescusáveis: primeiro, o homem é inteiramente dependente de Deus para que Ele se revele, o que Ele já fez por evidência de Sua palavra. Em segundo lugar, a palavra de Deus argumenta que todos nós recebemos um conhecimento interno dele. Deus nos declarou que somos compelidos por dentro a acreditar. Além disso, nossa crença é evidenciada pelo nosso próprio comportamento quando a calamidade nos atinge.

Além deste cognitio insita, os homens receberam o cognitio acquita, ou seja, um conhecimento adquirido da existência de Deus. O sensus divinitatis de Calvino se refere inteiramente ao conhecimento interno do homem sobre Deus. Para expandir ainda mais esse conhecimento, Deus forneceu a todos uma garantia externa de Sua existência. Calvino, comentando sobre Romanos 1:20, descreve o propósito da ordem externa: “Deus sendo o engenheiro das coisas, nos comunica divindade. [xiii] Assim, todos os homens receberam uma comunicação externa por meio do design do universo de que Deus existe. Esta comunicação externa de Deus para a sua criação é claramente o argumento de Paulo em Romanos 1:19-20: “Pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas. A interação entre o cognitio insita e o cognitio acquita impossibilita que alguém se refugie na pretensão da ignorância”. [xiv] Esta é a conclusão de Paulo no final de Romanos 1:20: “eles são inescusáveis. Portanto, em nossa metodologia apologética, aqueles que argumentam que não existem evidências para se crer em Deus e que, portanto, tem desculpas para não crer, estão em contraste com o que Deus revelou sobre si mesmo e sua criação.

A partir dos pontos acima, vemos que os homens são inescusáveis uma vez que eles possuem uma confissão interna e externa da verdade da existência de Deus. Em outras palavras, aqueles que argumentam que não têm motivos para acreditar fazem isso não porque precisam de uma demonstração da verdade, mas porque precisam ser libertados da supressão voluntária da verdade. Primeiro, por autoridade da revelação de Deus, sabemos que os homens não precisam se convencer da verdade porque eles já não podem escapar dos testemunhos persuasivos que Deus colocou dentro e ao redor deles. Agora devemos demonstrar que os homens estão reprimindo a verdade.

Calvino é consistente com o argumento de Paulo em Romanos 1 quando comenta que “embora a estrutura do mundo e o mais belo arranjo dos elementos devessem ter induzido o homem a glorificar a Deus, ninguém cumpriu esse dever e, portanto, todos eram culpados de sacrilégio, perversidade e abominável ingratidão.” [xv] É importante notar que Calvino não vê o homem como sem religião, mas sem uma visão adequada de Deus e sua glória. Calvino argumenta que “de fato não houve quem não buscasse formar alguma opinião acerca da majestade de Deus, tornando-o numa divindade tal como podiam concebê-la de acordo com a própria razão. [xvi] Em outras palavras, não é que os homens não possuam o sensus divinitatis mas sim que eles reprimem esse sentido na busca de uma religião própria. Esta supressão torna o sensus divinitatis ineficaz, uma vez que não leva mais os homens a uma visão correta de Deus. No entanto, esse sentido é suficiente para deixar os homens inescusáveis, ao usar o fato de que não existe um ser humano sem uma posição religiosa como prova de que todos sabem que Deus existe. Warfield argumenta que esta semente da religião fornece a base para toda a religião. Essa semente é tão prevalente no homem que chega a ser o fundamento de todos os que procuram se opor à religião:

“[Esse conhecimento de Deus] forma a silenciosa suposição de todas as tentativas de expor a origem da religião como uma fraude ou um artifício político, assim como também de todas as corrupções da religião, que acham seu nervo nas propensões incuráveis das religiões dos homens (I.iii. 1). Os próprios ateus testemunham a persistência do pavor mal-escondido à divindade que eles professam desprezar (I.iv.2); e os ímpios … não são permitidos pela natureza de esquecê-lo (I.iii.3).” [xvii]

Em outras palavras, todo motivo para abolir ou manipular a religião é por si só uma profissão de convicção religiosa que resulta do fato de que todos os homens sabem que Deus existe. É este coletivo de atividades espúrias intencionadas a perverter ou abolir a religião que testifica a nossa supressão da verdade. Calvino, lembra-nos que “aquele que mais ousadamente despreza a Deus é, dentre todos os homens, o mais assustado com o sussurro de uma folha caindo … Se, para este, há uma pausa na ansiedade da consciência, essa pausa não difere muito do sono de pessoas embriagadas ou frenéticas…” [xviii] Todos os homens retratam a supressão da verdade ao manter uma corrupção acalorada da religião. Isso se mostra na universalidade da religião e no dogmatismo, baseado no medo, daqueles que buscam explicar a religião.

Uma vez que todos os homens possuem testemunho suficiente da existência de Deus e que esses mesmos homens o distorcem, o evangelismo existe para persuadir os homens da supressão da verdade cometida por eles e não apenas da própria verdade. Calvino argumenta, a partir das Escrituras, que simplesmente defender o cristianismo é algo insuficiente porque os homens não são ignorantes mas sim supressores da verdade. Portanto, o cristianismo não precisa ser liberto das acusações dos homens. Ao invés disso, os homens precisam conhecer a verdadeira condição deles. Calvino explica claramente esta filosofia nas Institutas:
“Os que se esforçam para construir a fé na Escritura através da disputa estão dando passos para trás … Se eu estivesse lutando contra os que mais desprezam a Deus… Estou confiante de que não seria difícil para mim silenciar suas vozes clamorosas … Mas mesmo que alguém defendesse a palavra de Deus dos males proferidos pelos homens, esse alguém não imprimiria imediatamente em seus corações a crença que a piedade exige. Uma vez que, para os incrédulos, a religião parece ser apenas uma opinião e, para não acreditar em nada de forma tola ou leviana, desejam e exigem uma prova racional daquilo que … os profetas divinamente falaram… Mas Deus por si só é um testemunho adequado de si mesmo em seu mundo, logo também a palavra não encontrará aceitação nos corações dos homens antes de ser selada pelo testemunho interno do Espírito … O Espírito é chamado de “selo” e “garantia” para confirmar a fé dos piedosos; porque até que Ele ilumine as suas mentes, eles permanecerão vacilando em muitas dúvidas. [xix]

Uma vez que o homem está num estado de supressão da verdade, nenhuma tentativa de justificar a verdade pode libertá-lo. O problema do homem não é que a verdade não é clara, mas que a verdade, ao atingir seus olhos, é pervertida. Calvino observa que “assim que [os homens] começarem a pensar em Deus, eles se espalharão em invenções perversas, e assim a semente pura [da religião] se degenerará em versões corrompidas. [xix] Portanto, Oliphint argumenta, “toda incrível tentativa de se construir uma teologia natural verdadeira inevitavelmente levará à condenação. [xx] É ineficaz buscar apenas convencer o homem da verdade da existência de Deus e da autenticidade de Sua Palavra. Isso porque o homem não está em uma luta para acreditar em Deus ou não. Ao invés disso, a condição do coração do homem leva-o a exercer toda a verdade em condenação em vez de liberdade. A situação do homem não é que ele não compreende a verdade, mas sim que ele não deseja a verdade. Warfield, de acordo com Calvino, argumenta: “Ainda que as provas teístas sejam objetivamente válidas, elas são ineficazes para produzir um conhecimento justo de Deus no coração pecaminoso. [xxi] Portanto, é ineficaz meramente demonstrar a verdade que os homens já conhecem.

Para que a demonstração da verdade seja efetiva, os homens devem estar em condições de serem persuadidos a amar a verdade. Portanto, como demonstrado na citação acima, Calvino argumenta que a persuasão é obra do Espírito. Portanto, em nosso evangelismo, o objetivo não é apenas tentar demonstrar aquilo que é verdadeiro, antes, queremos pressionar a verdade da palavra de Deus sobre os ouvintes na esperança de que o Espírito trabalhe neles. Isso significa que grande parte do evangelismo é menos persuasão dos homens e mais persuasão de Deus. Isso não significa que Deus deve ser persuadido de sua vontade, mas que a oração e a intercessão formam o meio efetivo de trazer a obra do Espírito aos homens. Não seria a oração a principal razão pela qual as igrejas não apresentam verdadeiras conversões hoje em dia? Ao invés de buscarmos a Deus e pedirmos Seu favor para com os homens, nos convencemos de que devemos buscar homens para Deus. O problema é que, sem Deus, ninguém pode ser salvo. Jesus lembrou aos discípulos que “é o Espírito que dá vida; A carne em nada se aproveita. [xxii] Portanto, as metodologias destinadas a reunir pessoas com o propósito de demonstrar a verdade de Deus na esperança de que elas sejam convertidas serão infrutíferas. Mesmo que algumas sejam persuadidas naquele momento, mais tarde a apresentação de contra-evidências feita por um opositor poderá muito bem persuadi-las de volta ao seu estado anterior. Os homens precisam da regeneração que somente Deus oferece. Oliphint lamenta os efeitos do Iluminismo sobre o evangelismo contemporâneo: “Tem havido, desde o século XVIII, um pressuposto subjacente da capacidade da razão de conhecer a Deus por conta própria, uma suposição que está em desacordo com a ortodoxia reformada. [xxiii] A metodologia evangelística é inútil sem o Espírito. Sem o Espírito os homens não serão convencidos de sua corrupção. Ao invés de procurar demonstrar a razão ineficaz do homem, devemos implorar a Deus para reviver os homens enquanto proclamamos o Evangelho aos homens.

No evangelismo contemporâneo, precisamos fazer a seguinte pergunta: os homens precisam de provas de Deus ou precisam ser persuadidos de sua culpa? A doutrina de Calvino sobre o conhecimento de Deus é hoje um lembrete necessário de que devemos retornar a um estado consciente da obra que o Espírito tem no evangelismo. Todos os homens sabem que Deus existe, mas esses mesmos homens corrompem esse conhecimento de acordo com seus propósitos. Isso significa que nosso evangelismo não pode ser meramente fruto de eloquência e verdade. Nós não temos o poder de converter outros homens ainda que nossos argumentos contenham verdades certeiras. Isso porque continua a ser a prerrogativa de Deus fornecer conhecimento de si mesmo aos homens, continua sendo a sua prerrogativa levantar os homens do túmulo. Portanto, nosso evangelismo deve retornar a uma metodologia centrada em Deus. Devemos retornar ao evangelismo que é alimentado por igrejas em oração. Fora da obra iluminadora do Espírito, nenhum homem pode ser persuadido de sua verdadeira condição.

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Bibliografia:
Calvin, John. Commentaries on the Epistle of Paul the Apostle to the Romans. ed. John Owen. Calvin’s Commentaries 19. Grand Rapids: Baker, 1979.
Calvin, John. Commentaries on the Acts of the Apostles. ed. John Owen. Calvin’s Commentaries 19. Grand Rapids: Baker, 1979.
Calvin, John. Institutes of the Christian Religion. ed. John T. McNeill, trans. Ford Lewis Battles, 2 vols., Library of Christian Classics 20-21. Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 1960.
Frame, John. The Doctrine of God. A Theology of Lordship Series. Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2002.
Hoeksema, H. C. “Calvin’s Theory of Semen Religionis.” In Protestant Reformed Theological Journal vol. 8, no. 2, (1975).
Lewis, C.S. Surprised by Joy: The Shape of My Early Life. Orlando, Florida: Harcourt, Inc., 1955.
Oliphint, Scott K. “A Primal and Simple Knowledge.” In A Theological Guide to Calvin’s Institutes. Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2008.
Oliphint, K. Scott. Reasons for Faith: Philosophy in the Service of Theology. Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2006.
Van Til, Cornelius. “Nature and Scripture.” In The Infallible Word: A Symposium by the Members of the Faculty of Westminster Theological Seminary, 2011 edition, ed. N. B. Stonehouse and Paul Wooley, 263-301. Philadelphia, PN: Presbyterian and Reformed, 1967.
Warfield, Benjamin B. “Calvin’s Doctrine of the Knowledge of God.” In Calvin and Calvinism, 29-130. New York: Oxford University Press, 1931.

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Notas:
[i] John Calvin, Institutes of the Christian Religion (Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 1960), I.iii.1
[ii] C. S. Lewis, Surprised by Joy (Orlando, FL: Harcourt, Inc., 1955), XIV.
[iii] Cornelius Van Til, Nature and Scripture (Philadelphia, PN: P&R Publishing, 1967), 3.
[iv] Calvin, Institutes, I.v.13.
[v] Romanos 9:21
[vi] Scott K. Oliphint, A Primal and Simple Knowledge (Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2008), 27.
[vii] H. C. Hoeksema, “Calvin’s Theory of Semen Religionis,” Protestant Reformed Journal 8, no. 2 (1975): 27.
[viii] Hokesema, “Calvin’s Theory of Semen Religionis,” 33.
[ix] Scott K. Oliphint, Reasons for Faith (Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2006), location 142.
[x] John Frame, The Doctrine of God (Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2002), location 4582.
[xi] B. B. Warfield, Calvin’s Doctrine of the Knowledge of God (New York: Oxford University Press, 1931), 3.
[xii] Calvin, Institutes, I.iv.4
[xiii] John Calvin, Commentaries on the Epistle of Paul the Apostle to the Romans, (Grand Rapids: Baker, 1979), 73.
[xiv] Calvin, Institutes, I.iii.1
[xv] Calvin, Romans, 71.
[xvi] Ibid., 73.
[xvii] Warfield, Calvin’s Doctrine, 3.
[xviii] Calvin, Institutes, I.iii.2.
[xix] Calvin, Institutes, 1.7.4.
[xix] John Calvin, Commentaries on the Acts of the Apostles (Grand Rapids: Baker, 1979), 169.
[xx] Oliphint, A Simple and Primal Knowledge, 38.
[xxi] Warfield, Calvin’s Doctrine, 41-42
[xxii] João 6:63
[xxiii] Oliphint, Reasons for Faith, location 153.

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Autor: Taylor Sines
Fonte: Sines of The Times 
Tradução/adaptação: Erving Ximendes

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Ministro da Fazenda pede orações a pastores pela economia do Brasil

PARE, LEIA E PENSA!

Henrique Meirelles, pediu orações pela economia em um vídeo direcionado a pastores da Assembleia de Deus em Madureira.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pediu orações pela economia do Brasil em um vídeo direcionado a pastores da Assembleia de Deus em Madureira, no Rio de Janeiro.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, o ministro foi convidado a participar de um evento da igreja no último sábado (16), mas registrou sua mensagem por não poder comparecer.
“Nossa meta é, de fato, fazer com que esse País volte a ter emprego. Para isso, preciso contar com a oração de vocês”, afirmou Meirelles no vídeo que é finalizado com a mensagem: “Outubro, mês de oração pela economia”.
Segundo o ministro, as orações são necessárias para tirar o Brasil da maior recessão de sua história, que foi iniciada no “início do ano passado”. “Desde o começo do século passado, nunca houve uma recessão como essa. Desta vez, no entanto, o Brasil está crescendo e criando empregos”, ele afirmou.
Meirelles ainda observou que compartilha os mesmos valores do cristianismo. “Estamos juntos todos trabalhando, dentro dos princípios da ética, da idoneidade, do trabalho duro”, disse o ministro da Fazenda.
“Eu me sinto muito à vontade para conversar com vocês [evangélicos] porque temos os mesmos valores, são os valores das leis de Deus, visando crescer, visando colaborar com o País. Portanto, preciso da oração de todos e estaremos aqui trabalhando e conto com vocês”, acrescentou.
Essa não é a primeira vez que o ministro da Fazendo se aproxima da comunidade evangélica. Em agosto, Meirelles concedeu uma palestra sobre a agenda econômica na Convenção da Assembleia de Deus em Juiz de Fora, Minas Gerais.
O ministro também participou da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, do aniversário de 106 anos da Assembleia de Deus no Pará e do aniversário de 85 anos do bispo primaz mundial das Assembleias de Deus, Manoel Ferreira.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE O GLOBO

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Gustavo Bessa conta que passou 5 anos nas drogas: “Eu me perdi dentro da igreja”

PARE, LEIA E PENSE!

O pastor se afastou da igreja ao completar 17 anos, mesmo sendo de família cristã.
Gustavo Bessa é pastor e esposo da cantora Ana Paula Valadão. (Foto: Lagoinha).
Gustavo Bessa é pastor e esposo da cantora Ana Paula Valadão. (Foto: Lagoinha).

É fácil encontrar testemunhos de pessoas que abandonaram o pecado quando conheceram a Cristo. Mas, pouco se fala de pessoas que “se perderam na igreja”. Esse foi o caso do pastor Gustavo Bessa, esposo da cantora Ana Paula Valadão. Durante uma ministração na conferência Radicais Livres 2017, o líder contou que mesmo tendo nascido em uma família evangélica, ele se afastou dos caminhos de Deus e passou cinco anos no mundo das drogas.
“Eu nasci em um lar cristão. Sou a quinta geração de evangélicos na minha família. Meu tataravô se converteu no Triângulo Mineiro quando um caixeiro viajante foi até a fazenda dele e vendeu uma Bíblia. Ele se converteu. Eu nasci nesse contexto de igreja, cresci no contexto de igreja, mas quando eu fiz 17 anos eu me afastei. Eu não tinha problemas com os meus pais, eles sempre foram muito amorosos, muito carinhosos. Um homem de Deus o papai, uma mulher de Deus a mamãe, mas eu me perdi dentro da igreja”, confessou.
“Eram amigos meus da adolescência que pouco a pouco, sem que eu me desse conta… De repente eu estava afundado nas drogas. Comecei na igreja. Já sabia teologia, participava dos concursos bíblicos. Respondia as perguntas da Bíblia doidão. E isso me fez perceber depois que eu voltei para Jesus, que o simples conhecimento de textos bíblicos não é o suficiente para que a pessoa tenha paz no coração”, ressaltou.

“Muito doido”
“Durante cinco anos eu fiquei longe dos caminhos do Senhor. Muito doido. Vivia uma vida de sexo, drogas e rock’n roll. Durante um período da minha vida eu estava fazendo física na universidade e eu me lembro que saía das aulas e ia atá a escola de veterinária em cima do esterco de vaca para catar cogumelo e comer porque eu estava em busca de uma resposta”, salientou o pastor.
“Eu não havia encontrado essa resposta na teologia, não havia encontrado essa resposta nos comentários bíblicos. Eu não havia encontrado essa resposta nas reuniões da igreja. Eu estava em busca, meu coração tinha um vazio infinito. E durante cinco anos eu vivi assim. Eu frequentava os cultos da igreja, mas havia um vazio no meu coração e quando eu saia dos cultos eu ia para festas, para a doideira, para as drogas, para viagens”, disse.

Restauração
O pastor contou como seus olhos se abriram para a realidade. “Em uma noite, no dia 15 de agosto de 1996, eu estava em um quarto de hotel, no Chile, participando de um encontro de estudantes de direito do Mercosul. Era o primeiro encontro de estudantes de direito que englobava pessoas de todo o Mercosul”, colocou.
“Mas, eu não estava nem aí para a conferência, eu estava muito doido no meu quatro. Estava cheirando cocaína e tomando whisky quando de repente esse amor me alcançou. Era três horas da manhã. Alguém disse muito acertadamente que não existe nenhum caminho do homem para Deus. Nenhum caminho que possa levar o homem até Deus. Só existe um caminho de Deus até o homem e esse caminho se chama Jesus. E eu estava naquele quarto de hotel quando a luz do Senhor brilhou no meu coração e o meu grito naquela madrugada, às três horas da manhã, era ‘ele me ama, ele me ama, ele me ama’”, lembrou.
“Outro sujeito que estava no quarto comigo não entendeu nada. Ele disse: ‘Cara, você está doido?’. Eu disse: ‘Não, eu descobri que Deus me ama. Ele me ama. Você não sabe de onde eu vim, eu conheço a Deus e Ele veio me encontrar aqui nesse quarto de hotel. Ele não esqueceu de mim, Ele não me abandonou, Ele não virou as costas para mim, ainda que eu tenha virado as coisas para ele em busca de outras respostas. Ele permaneceu me buscando até me encontrar aqui nesse quarto de hotel”, pontuou.

Confira o testemunho na íntegra (a partir de 8:00):


FONTE: GUIAME


Psicólogos poderão atender homossexuais que querem voltar a ser héteros

Até então, psicólogos poderiam ter seu registro profissional cassado, se atendessem homossexuais que quisessem mudar sua conduta sexual.

Psicólogos eram proibidos de atender homossexuais egodistônicos, conforme a Resolução 01-99, do CFP. (Foto: Reset.me)
Psicólogos eram proibidos de atender homossexuais egodistônicos, conforme a Resolução 01-99, do CFP. (Foto: Reset.me)

Uma decisão recente da Justiça Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal pode significar uma considerável vitória para a liberdade profissional dos psicólogos e também um avanço para homossexuais egodistônicos (aqueles que se mostram insatisfeitos com sua atual conduta sexual e querem ajuda para se reorientar).
Na última sexta-feira (15), a Justiça divulgou uma decisão liminar sobre a Resolução 01/99, autorizando psicólogos a atenderem homossexuais nesta situação de insatisfação com sua atual conduta sexual.
A decisão foi proferida após uma ação popular ter sido apresentada por um grupo de mais de 30 psicólogos, que lutavam pelo direito de atender, também homossexuais egodistônicos. O documento tramitava desde 2014 e citava o caso da paranaense Marisa Lobo e da carioca Rozângela Justino, que foram perseguidas pelos Conselhos Regionais e Federal, acusadas de "promover a cura gay" em seus consultórios.
Confira imagens do documento da ata oficial de audiência, às quais o Guiame teve acesso:




"Sendo assim, defiro, em parte, a liminar requerida para, sem suspender os efeitos da Resolução nº 001/1990, determinar ao Conselho Federal de Psicologia que não a interprete de modo e impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re) orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia por parte do C.F.P., em razão do disposto no art. 5º, inciso IX, da Constituição de 1988", disse o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho em sua decisão.
Após a decisão liminar ser proferida, o Conselho Federal de Psicologia (o qual tinha primeiramente formulado primeiramente a Resolução que limitava a liberdade profissional dos psicólogos) publicou uma nota, na qual chamou o posicionamento da Justiça de "equivocada".
"Justiça Federal do DF preserva a íntegra do texto normativo, mas se equivoca ao definir como o Conselho Federal de Psicologia deve interpretar a resolução", destacou o texto publicado no site do CFP.
"A decisão liminar, proferida nesta sexta-feira (15/9), abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual. A ação foi movida por um grupo de psicólogas (os) defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico", acrescentou a nota do Conselho.
Ao final de sua nota, o Conselho Federal comunicou que ainda irá recorrer dessa liminar.
"O Conselho Federal de Psicologia informa que o processo está em sua fase inicial e afirma que vai recorrer da decisão liminar, bem como lutará em todas as instâncias possíveis para a manutenção da Resolução 01/99", afirmou.

Conquista
Segundo o advogado Leonardo Loiola Cavalcanti, a decisão da 14ª Vara Federal representa uma conquista, não somente para a psicologia, mas para a ciência de forma geral e também para o direito do consumidor.
"Dessa forma, todos os psicólogos podem atender os homossexuais egodistônicos, aqueles que não se aceitam em sua orientação sexual, sem o receio de serem punidos pelo Conselho Federal de Psicologia.
Viva a liberdade científica e o direito do consumidor!", afirmou o advogado em seu comentário sobre esta notícia.

FONTE: GUIAME, POR JOÃO NETO


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