quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A LUTA CONTRA O PECADO (SÉRIE VIDA CRISTÃ - I)


“Quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade” (C. S. Lewis).
A humildade é um claro sinal de maturidade cristã na jornada em busca de uma vida íntegra, pois é fruto da compreensão da nossa total dependência de Deus. Quanto mais buscamos uma vida íntegra na presença de Deus, mais somos confrontados pelo Espírito nas áreas da nossa alma que precisam de conserto, perdão, libertação e cura. E esse confronto gera um espírito de humildade, pois percebemos quem somos e o quanto necessitamos do Senhor em nossas vidas. Outro sinal de maturidade cristã é o contentamento, pois não nos aproximamos do sol ao meio dia sem percebermos a sua luz. Ao nos aproximarmos do Senhor perceberemos, sempre, a Sua bondade nas pequenas e derradeiras coisas da vida. Se você deseja avaliar o crescimento espiritual de um amigo, ou seu próprio, observe a humildade o contentamento.
Devemos lembrar que a busca pela integridade denuncia o pecado. Richard Baxter, teólogo e homem piedoso, autor de mais de 130 livros, afirma em seu livro ‘O pastor aprovado’ que "é mais fácil julgar o pecado que dominá-lo” e desafia-nos a vigiarmos para "não suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos”. Em Gn 17:1 lemos que Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição na mesma medida que andar em Sua presença aponta de forma clara as nossas imperfeições.
No processo de santidade o pecado precisa ser denunciado. Não nos tribunais humanos ou nas conversas de bastidores, mas no encontro do pecador com Jesus. Um dos grandes desafios cristãos é definirmos o pecado biblicamente (aquilo que terrivelmente nos afasta de Deus) e não sociologicamente, em uma escala de intensidade daquilo que é mais ou menos aceito pela sociedade. Ao falarmos de pecado vem à nossa mente o que rotulamos como pior ou inaceitável, como o roubo, a traição e o assassinato. Outras sociedades também possuem suas compreensões do pecado em diferentes graus de intensidade. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado é mentir. Entre vários indígenas da Amazônia é ser avarento, ou sovina, como se referem. É preciso, porém, observar que o pecado, mesmo não embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguez, mas não confrontamos a gula. Apontamos para a falta de domínio próprio nas explosões físicas e verbais, mas convivemos pacificamente com a inveja. Iramos contra a corrupção pública, mas somos tolerantes com as trocas e a manipulação política na igreja.
Quando Paulo nos advertiu dizendo que a carne luta contra o Espírito e este contra a carne, enfatiza que não derrotaremos a carne lutando contra a carne. A carne será derrotada ao sermos cheios do Espírito (Gl 5.17). Isto não dilui a necessidade de estarmos alertas, pois somos encorajados a resistir ao pecado (1Co 10:13), visto que o pecado está à porta e a nós cumpre dominá-lo (Gn 4.7). Significa que os processos de transformação que contrariam a carne se darão pela presença e atuação do Espírito Santo em nossas vidas – e possivelmente uma das primeiras ações do Espírito é injetar repúdio ao pecado em nosso coração. O maior passo para uma vida íntegra e santa é sermos cheios do Espírito.
Homens maduros e com longo tempo de liderança do povo de Deus sistematicamente nos alertam para o cuidado com a vida devocional. Richard Cecil expressa que o principal defeito dos ministros cristãos está centrado na deficiência quanto ao hábito devocional. Edward Bounds, citando Robert Murray McCheyne em seu belo texto ‘Comece o dia em oração’ , alerta: “Eu sinto que é muito melhor começar com Deus – ver a Sua face primeiro, elevar a minha alma para junto do Senhor – antes de me aproximar dos outros”.
João Calvino, reformador e teólogo, registra nas ‘Institutas da religião cristã’ que “Nós não somos nossos, portanto não definamos nossos próprios planos e caminhos de acordo com a nossa vontade. Nós não somos nossos, portanto lutemos para esquecer de nós mesmos e de tudo o que é nosso. Somos de Deus, vivamos para Ele e morramos para Ele. Somos de Deus, assim deixemos que a Sua sabedoria guie nossas ações. Somos de Deus, portanto busquemos que o maior alvo de nossas vidas seja, em todas as coisas, irmos ao Seu encontro”.
Para os líderes cristãos uma das maiores barreiras para uma vida devocional é o próprio ministério. Por possuirmos um envolvimento integral com o ministério é fácil não termos tempo para a oração, leitura e reflexão pessoal e devocional na Palavra, pois estamos ocupados trabalhando para Ele. Tento manter minha mente dirigida pelo comentário de Jesus sobre Marta e Maria . O trabalho que Marta realizava era legítimo, valioso e honroso. Era para o Mestre. Ela desejava ter a casa arrumada e a comida pronta. Ela desejava servir a Jesus e o fazia com competência. Maria, porém, estava aos Seus pés e esta escolheu a melhor parte. O serviço que posso prestar para o Senhor jamais deve substituir minha vida com Ele e meu tempo com Ele. A melhor parte a que Jesus se refere não está ligada tão somente ao desejo do Mestre, mas sim à necessidade de Maria. Ela precisava estar aos Seus pés.
A melhor parte não é apenas um ritual que agrada a Deus, mas também um elemento que sacia a nossa alma e nos dá direção. Sem estarmos com Ele, o serviço eventualmente também perecerá. Teremos perdido a visão do alto, o rumo certo, as motivações bíblicas que antes estavam em nossos corações, a brandura no relacionamento, a paixão por Ele e pelos perdidos. Teremos, enfim, apenas uma casa bem arrumada, com uma mesa posta, bonita, e comida quente. E só.
Devemos lidar com o pecado tanto em uma esfera subjetiva, suas motivações e tendências, como de forma prática e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o auto engano que interage com o pecado quando afirma que “um homem mediocremente mau sabe que não é muito bom; um homem inteiramente mau pensa que é justo ”. Expõe, assim, a mundana tendência de lidarmos com o pecado através de ilusões e fantasias, não da verdade.
Creio que boa parte dos problemas ligados à vida cristã, liderança e relacionamentos, são resultado de questões espirituais. Observando de longe percebe-se o conflito entre pessoas, a dificuldade em perdoar, a complexidade das demandas, a intolerância pessoal e os erros recorrentes. A raiz desses processos, porém, é espiritual. Não são consertados por livros de autoajuda ou pelo estudo das 20 regras para tornar-se um bom cristão. São coisas do coração. Boa parte dos conflitos que drenam nosso tempo e energia não aconteceriam se, na luta contra o pecado, tivéssemos uma vida devocional melhor – se estivéssemos aos Seus pés e não apenas arrumando a casa.
Ronaldo Lidório
Para mais notícias, acesse http://ronaldo.lidorio.com.br/wp/



Teologia Reformada


por
James Montgomery Boice

A Teologia Reformada recebe seu nome da Reforma Protestante do século XVI, com suas ênfases teológicas distintas, mas é teologia solidamente baseada na própria Bíblia. Os crentes na tradição reformada têm alta consideração as contribuições específicas como as de Martinho Lutero, Jonh Knox e, particularmente, de João Calvino, mas eles também encontram suas fortes distinções nos gigantes da fé que os antecederam, tais como Anselmo e Agostinho e principalmente nas cardas de Paulo e nos ensinamentos de Jesus Cristo.

Os Cristãos Reformados sustentam as doutrinas características de todos os cristãos, incluindo a Trindade, a verdadeira divindade e humanidade de Jesus Cristo, a necessidade do sacrifício de Jesus pelo pecado, a Igreja como instituição divinamente estabelecida, a inspiração da Bíblia, a exigência para que os cristãos tenham uma vida reta, e a ressurreição do corpo. Eles sustentam outras doutrinas em comum com cristãos evangélicos, tais como justificação somente pela fé, a necessidade do novo nascimento, o retorno pessoal e visível de Jesus Cristo e a Grande Comissão.

O que, então, distinto a respeito da Teologia Reformada?

1. A Doutrina das Escrituras

O compromisso da reforma para com a Escritura enfatiza a inspiração, autoridade e suficiência da Bíblia. Uma vez que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, tem a autoridade do próprio Deus, os reformadores afirmam que essa autoridade é superior àquela de todos os governos e de todas as hierarquias da Igreja. Essa convicção deu aos crentes reformados a coragem para enfrentar a tirania e fez da teologia reformada uma força revolucionária na sociedade. A suficiência das Escrituras significa que ela não necessita ser suplementada por uma revelação nova ou especial. A Bíblia é o guia completamente suficiente para aquilo que nós devemos crer e para como nós devemos viver como cristãos.

Os Reformadores, em particular, João Calvino, enfatizaram o modo como a Palavra escrita, objetiva e o ministério interior, sobrenatural do Espírito Santo trabalham juntos, e o Espírito Santo iluminando a Palavra para o povo de Deus. A Palavra sem a iluminação do Espírito Santo mantém-se como um livro fechado. A suposta condução do Espírito sem a Palavra leva a erros excessos. Os Reformadores também insistiam sobre o direito de os crentes estudarem as Escrituras por si mesmos. Ainda que não negando o valor de mestres capacitados, eles compreenderam que a clareza das Escrituras em assuntos essenciais para a salvação torna a Bíblia propriedade de todo crente. Com esse direito de acesso, sempre vem a responsabilidade sobre a interpretação cuidadosa e precisa.

2. A Soberania de Deus

Para a maioria dos reformadores, o principal e o mais distinto artigo do credo é a soberania de Deus. Soberania significa governo, e a soberania de Deus significa que Deus governa sua criação com absoluto poder e autoridade. Ele determina o que vai acontecer, e acontece. Deus não fica alarmado, frustrado ou derrotado pelas circunstâncias, pelo pecado ou pela rebeldia de suas criaturas.

3. As Doutrinas da Graça

A Teologia Reformada enfatiza as doutrinas da graça.

Depravação Total: Isso não quer dizer que todas as pessoas são tão más quanto elas poderiam ser. Significa, antes, que todos os seres humanos são afetados pelo pecado em todo campo do pensamento e da conduta, de forma que nada do que vem de alguém, separado da graça regeneradora de Deus, pode agradá-lo. À medida que nosso relacionamento com Deus é afetado, nós somos tão destruídos pelo pecado, que ninguém consegue entender adequadamente Deus ou os caminhos de Deus. Tampouco somos nós que buscamos Deus, e, sim, é ele quem primeiramente age dentro de nós para levar-nos a agir assim.

Eleição Incondicional: Uma ênfase na eleição incomoda muitas pessoas, mas o problema que as preocupa não é realmente a eleição; diz respeito à depravação. Se os pecadores são tão desamparados em sua depravação, como a Bíblia diz que são, incapazes de conhecer a Deus e relutantes em buscá-lO, então, o único meio pelo qual eles podem ser salvos é quando Deus toma a iniciativa de mudá-los e salvá-los. É isso que significa eleição. É Deus escolhendo salvar aqueles que, sem sua soberana escolha e subseqüente ação, certamente pereceriam.

Expiação Limitada: O nome é, potencialmente, enganoso, pois ele parece sugerir que os reformadores desejam de alguma forma limitar o valor da morte de Cristo. Não é o caso. O valor da morte de Cristo é infinito. A questão é saber qual é o propósito da morte de Cristo e o que ele realizou com ela. Cristo pretendia fazer da salvação algo não mais que possível? Ou ele realmente salvou aqueles por quem morreu? A Teologia Reformada acentua que Jesus realmente fez a propiciação pelos pecados daqueles a quem o Pai escolhera. Ele realmente aplacou a ira de Deus para com seu povo, assumindo a culpa sobre si mesmo, redimindo-os verdadeiramente e reconciliando verdadeiramente aquelas pessoas específicas com Deus. Um nome melhor para expiação “limitada” seria redenção “particular” ou “específica”.

Graça Irresistível: Abandonados em nós mesmos, nós resistimos à graça de Deus. Mas, quando Deus age em nosso coração, regenerando-nos e criando uma vontade renovada, então, o que antes era indesejável torna-se altamente desejável, e voltamo-nos para Jesus da mesma forma como antes fugíamos dele. Pecadores arruinados resistem à graça de Deus, mas a sua graça regeneradora é efetiva. Ela supera o pecado e realiza os desígnios de Deus.

Perseverança dos Santos: Um nome melhor seria “perseverança de Deus para com os santos”, mas ambas as idéias estão realmente juntas. Deus persevera conosco, protegendo-nos de deixar a fé, que certamente aconteceria se ele não estivesse conosco. Mas, porque ele persevera, nós também perseveramos. Na realidade, perseverança é a prova definitiva de eleição.

4. Mandato Cultural

A Teologia Reformada também enfatiza o mandato cultural ou a obrigação de os cristãos viverem ativamente em sociedade e de trabalharem para a transformação do mundo e suas culturas. Os reformadores tiveram várias perspectivas nessa área, dependendo da extensão como acreditam que a transformação seja possível. Mas, no geral, concordam com duas coisas. Primeira, nós somos chamados para estar no mundo e não para nos afastarmos dele. Isso separa os reformadores crentes do monasticismo. Segunda, nós devemos alimentar os famintos, vestir os despidos e visitar os prisioneiros. Mas as principais necessidades das pessoas são espirituais, e a obra social não é substituto adequado para a evangelização. Na verdade, o empenho em ajudar as pessoas só será verdadeiramente eficiente se seu coração e mente forem transformados pelo Evangelho. Isso separa os crentes reformados do simples humanitarismo.

Tem-se alegado que, para a Teologia Reformada, qualquer pessoa que crê e faça parte da linha reformada perderá toda a motivação para a evangelização. “Se Deus vai agir, por que devo me preocupar?” Mas não é assim que funciona. É porque Deus executa a obra que nós podemos Ter coragem de nos unirmos a ele, da forma como ele nos ordena a agir. Nós agimos assim alegremente, sabendo que nossos esforços jamais serão em vão.

Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Pra que confissão de fé se temos a Bíblia?



Um questionamento muito comum que muitas pessoas que são membros de uma igreja confessional fazem é: por que precisamos de uma confissão de fé se temos a bíblia? O motivo desse questionamento é porque se entende que jurar fidelidade a um símbolo de fé implica diretamente em infidelidade a Bíblia ou tê-los como iguais em autoridade a Palavra de Deus. Geralmente os confessionais são acusados de colocarem o seu documento confessional no mesmo patamar que a Bíblia, é fato que realmente alguns poucos chegam a este ponto, mas de forma geral essa acusação é equivocada. Sou pastor da igreja Presbiteriana do Brasil que é uma igreja confessional em seus documentos oficiais, e em sua constituição no artigo 1 ela nos diz o seguinte:

“A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição; é pessoa jurídica, de acordo com as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e exerce o seu governo por meio de concílios e indivíduos, regularmente instalados.”

Além de ser uma igreja confessional, a IPB exige que seus ministros e oficiais também o sejam, o Art. 119 da referida constituição também nos diz:

“O candidato, concluídos seus estudos, apresentar-se-á ao Presbitério que o examinará quanto à sua experiência religiosa e motivos que o levaram a desejar o Sagrado Ministério, bem como nas matérias do curso teológico. Parágrafo único. Poderá o Presbitério dispensar o candidato do exame das matérias do curso teológico; não o dispensará nunca do relativo à experiência religiosa, opiniões teológicas e conhecimento dos Símbolos de Fé, exigindo a aceitação integral dos últimos.”

A IPB não somente entende e adota os padrões de fé de Westminster como a exposição fiel da doutrina bíblica como exige aceitação integral por parte da sua liderança. Mas por que nós afirmamos o Sola Scriptura ao mesmo tempo que juramos fidelidade aos símbolos de fé, não seria isto uma contradição? Ainda restam dúvidas tanto por parte dos ministros e oficiais como dos membros da IPB, do porque a mesma exigir dos seus líderes que aceitem os símbolos de fé de forma integral e que jure fidelidade aos mesmos assim como o fazem com a Bíblia. Se a Bíblia está acima dos padrões de fé, por que devemos aceita-los de forma integral e jurar fidelidade a eles? Meu intuito com este artigo não é de esgotar o assunto, mas de tentar esclarecer alguns pontos que podem nos ajudar a entender melhor esse tema, a saber:

1. A confissão de fé nos leva para Bíblia.

Confissão de Fé de Westminster está subordinada as Escrituras, em nenhum momento aquela a sobrepõe, muito pelo contrário, a exalta. No capítulo 1 nas sessões IV, V, VI e X a Confissão de Fé de Westminster afirma:

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.
V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.
X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura. (WESTMINSTER 2007).

Os nossos símbolos de fé em nenhum momento arrogam para si a prerrogativa de igualdade com as Escrituras, mas faz exatamente o oposto, reconhece que a Palavra de Deus está acima de qualquer coisa e que esta é a palavra final sobre qualquer assunto.

2. Ela nos ajuda a mantermos a paz e a unidade na igreja.

Outra coisa que os confessionais são muito acusados é de serem divisionistas. Na verdade, um dos objetivos dos credos e confissões durante toda história da igreja era o de manter a unidade e a paz. Sempre houve quem discordasse de uma ou outra interpretação bíblica dada por algum credo ou confissão. A questão é que muitas vezes os opositores discordavam de pontos essenciais da fé cristã defendida pelos símbolos. Heresias como o Arianismo, o Sabelianismo, Unitarismo, livre-arbítrio pós queda e tantas outras foram defendidas por homens que tiveram suas ideias rechaçadas pela igreja através de sínodos e concílios, que serviram de base para a igreja posterior se defender contra as mesmas, mantendo assim a unidade doutrinária e a paz no meio da igreja. Em seu capítulo XX sessão IV a CFW afirma o seguinte:

IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas. (WESTMINSTER 2007).

Ainda tratando sobre o assunto também nos afirma a confissão de fé no capítulo XXXI sessões II e III:

II. Aos sínodos e concílios compete decidir ministerialmente controvérsias quanto à fé e casos de consciência, determinar regras e disposições para a melhor direção do culto público de Deus e governo da sua Igreja, receber queixas em caso de má administração e autoritativamente decidi-las. Os seus decretos e decisões, sendo consoantes com a palavra de Deus, devem ser recebidas com reverência e submissão, não só pelo seu acordo com a palavra, mas também pela autoridade pela qual são feitos, visto que essa autoridade é uma ordenação de Deus, designada para isso em sua palavra.
III. Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer particulares, podem errar, e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa. (WESTMINSTER 2007).

Podemos perceber claramente que os nossos padrões de fé entendem que estes não estão acima das santas Escrituras e que até mesmo reconhecem que os concílios podem errar, sim, a confissão de fé não é infalível e nem inerrante. Portanto, afirmar que quem jura fidelidade aos símbolos de fé está os colocando em igualdade com as Escrituras, na verdade não os conhecem e cometem um grande engano. Chamar os confessionais de divisionistas é não entender que, para que haja paz é necessário ordem, submissão e disciplina. Não defendemos paz a qualquer preço, mas sim, unidade na verdade. Como nos ensina nosso Senhor no Evangelho de João no capítulo 17.

3. A nossa confissão de fé nos guia contra erros do passado.

Outro dos objetivos dos credos e confissões era o de evitar que a igreja caísse nas mesmas heresias do passado. De tempos em tempos sempre aparece alguém trazendo de volta antigos erros doutrinários em roupagem nova, com um novo linguajar, mas a raiz é sempre a mesma de outrora. Daí a necessidade de nos voltarmos para o passado para buscar em documentos elaborados por homens que foram grandemente usados por Deus para a instrução da Sua igreja, o apóstolo Paulo nos ensina sobre isso na carta aos Efésios no capítulo quatro quando diz:

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4. 11-14).

O caso do eunuco também tem muito a nos ensinar, a Escritura nos diz:

Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porquê da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. (Atos 4.26-35).

As Escrituras nos ensinam que o próprio Deus é quem levanta homens para a instrução do seu povo, com o objetivo de não deixar que este não caia no erro e nas astúcias dos homens e que possam chegar a salvação. O etíope estava lendo as Escrituras, mas não conseguia compreender, foi necessário Deus enviar Felipe para que o mesmo pudesse entender a Bíblia e ser salvo. O que precisamos é abandonar a nossa soberba espiritual e entender que Deus usou homens no passado e ainda os usa hoje para que sua igreja seja protegida do erro. Sendo assim, subscrever um símbolo de fé é reconhecer que Deus capacitou através do Espírito Santo homens para instruir a Sua igreja contra os erros, mostra também a nossa humildade em reconhecer que houve homens mais capacitados do que nós que podem nos ajudar a entender melhor o conteúdo das Santas Escrituras.

Conclusão

Que possamos amar os nossos símbolos de fé sem medo de que estejamos sendo infiéis as Escrituras, que possamos nos sujeitar as autoridades pelas quais o Senhor Jesus exerce o seu governo na igreja conforme nos ensina o Catecismo Maior em sua pergunta 45:

Como exerce Cristo as funções de rei?
Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho. (WESTMINSTER 2007).

Que possamos entender que ser confessional não é ser antibíblico ou ter a Bíblia subordinada aos símbolos de fé, mas que antes, nos submetemos a eles por que os mesmos se submetem a Bíblia. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude nessa tarefa.

Soli Deo Glória!

***
Autor: Rev. Anderson Borges

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

"A maior forma de evangelismo é uma vida correta", afirma evangelista

Janaína Depiné comentou que nosso exemplo como cristão traz pessoas para o Evangelho.
O ambiente de trabalho pode ser bastante restrito, mas o exemplo chama atenção. (Foto: Reprodução).
O ambiente de trabalho pode ser bastante restrito, mas o exemplo chama atenção. (Foto: Reprodução).

Como você fala de Jesus para seus colegas do trabalho? Para muitos cristãos, pode ser difícil expressar sua fé em determinados empregos, mas o fato é que nossas vidas acabam inspirando outras a procurarem por Cristo. É o que diz a evangelista Janaína Depiné, que também atua como consultora de etiqueta. Em entrevista para o programa Bate-Papo, ela afirma que devemos ser exemplo para os que ainda não conhecem a Deus.
“Eu tenho a seguinte visão, que nem é minha, na verdade é de Agostinho, o primeiro filósofo cristão: ‘Evangelize sempre, se necessário use palavras’. Então, se necessário a gente deve falar, mas a nossa vida é uma forma de evangelismo”, disse a evangelista.
“Uma pessoa que é cristã deve evangelizar pelo próprio exemplo. A vida dela é um exemplo e ela traz pessoas para o Evangelho, porque uma pessoa no trabalho, ou em uma aula, que tem uma vida linda, as pessoas falam: ‘Essa pessoa é muito incrível, o que ela faz?’. Você quer saber o segredo do sucesso, você quer ir atrás e descobre Cristo”, comentou Janaína.
Cuidado no evangelismo
Ela ainda ressalta a importância de evangelizar sem fazer com que as pessoas criem um bloqueio contra o cristão. “Talvez o que acontece muito é a pessoa querer empurrar um discurso muito cristão goela abaixo e isso pode ter o efeito contrário, afasta as pessoas, porque elas criam uma resistência natural”, colocou,
“Elas dizem: ‘Não quero mudar minha vida’. Então elas já criam um bloqueio e se invés de fazer isso você tiver uma vida realmente atraente, vai ser muito mais eficaz”, pontuou.
Um testemunho real
Uma ideia semelhante é confirmada por Ashok Nachnani, presbítero na Primeira Igreja Batista de Durham, em Carolina do Norte (EUA). Em um artigo para o Ministério Fiel, ele ressalta o medo que assombra os cristãos: “O rápido avanço do liberalismo social e das políticas de recursos humanos promovendo ‘tolerância’ no local de trabalho apenas exacerbam os dois medos que comumente citamos sobre o não compartilhamento do Evangelho com nossos colegas de trabalho”.
Ele cita as dificuldades: “Medo da má reputação e medo de repercussões na carreira, como perda de emprego ou estagnação”. Ashok conta que antes de se converter era  um “hindu autoconfiante”. Ele diz: “Eu realmente não era um cara que estava me esforçando para buscar Cristo”.
“Entra meu colega cristão, Hunter. Bem conhecido e querido no escritório, ele era um vendedor de alto desempenho. Eu sabia que Hunter não se encaixava no molde de um cristão que eu tinha construído mentalmente, antiquados, hipócritas e monótonos. Hunter não era assim. Então comecei a observá-lo”, contou.
“Nós nos tornamos amigos. Nós passávamos tempo juntos e conversávamos sobre diversos tópicos: Os Simpsons, O Senhor dos Anéis, Cristo, Krishna, café, trabalho. Enquanto o Senhor usava o Hunter para me pegar, eu nunca me senti como um projeto, mas sim um amigo. Como só Deus é capaz de fazer, ele providenciou que Hunter estivesse comigo no mesmo momento em que ele orquestrava uma crise espiritual na minha vida. E ele deu a Hunter a sabedoria e a ousadia para falar a verdade à minha vida quando eu mais precisava”, finalizou.
Confira a fala completa de Janaína Depiné:

Fonte: Guiame

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Jovem cristão é espancado até a morte em sala de aula por colegas muçulmanos


Sharoon Masih era o único cristão de sua turma. Todos os outros estudantes eram muçulmanos.
Sharoon Masih havia sofrido abusos de seus colegas de sala, anteriormente. (Foto: BCPA).

Sharoon Masih havia sofrido abusos de seus colegas de sala, anteriormente. (Foto: BCPA).

Um adolescente cristão paquistanês foi espancado até a morte por seus colegas de classe muçulmanos. Ele estava em seu quarto dia de aula após ter trocado de escola, no distrito de Vehari, em Punjab (Paquistão). Sharoon Masih, de 17 anos, era um estudante promissor que se juntou ao MC Model Boys Government High School. Masih era o único cristão em sua sala de aula, onde a maioria era muçulmana.
O garoto sofreu abusos dos colegas desde o primeiro dia. As informações são de seus pais que contaram tudo para a Associação Cristã Paquistanesa Britânica. Sharoon foi chamado de "chura", um termo depreciativo usado para cristãos. Os relatos contam que um estudante havia dito: "Você é um cristão, não se atreva a se sentar conosco se quiser viver". Também se diz que houve várias tentativas de converter Sharoon ao Islã.
No dia 27 de agosto, Sharon foi atacado por muitos de seus alunos na sala de aula, chegando a morrer. Relatos contam sobre a postura do professor. Um relatório diz que ele ignorava o ataque. Já outra fonte afirma que o próprio professor disse que não tinha notado a cena violenta.
O diretor da escola disse mais tarde que a violência havia ocorrido entre o intervalo das aulas e que a sala estava sem professor no momento, de modo que ninguém estava de plantão. O chefe de direção foi demitido. O aluno Muhammad Ahmed Rana confessou o ataque e foi preso pela polícia local. Nenhum outro culpado foi nomeado, embora os relatórios sugerem que vários participaram.
A mãe de Sharoon, Razia Bibi, disse: "Meu filho era um menino amável, trabalhador e afável. Ele sempre foi amado pelos professores e alunos e compartilhou grande tristeza por estar sendo alvo de estudantes em sua nova escola por causa de sua fé. Sharoon e eu chorávamos todas as noites enquanto ele descrevia a tortura diária que estava passando. Ele compartilhava detalhes sobre a violência que enfrentava e não queria chatear seu pai porque tinha um coração tão carinhoso para os outros”, disse.
"Os meninos malvados que odiavam meu filho agora estão se recusando a revelar quem mais estava envolvido em seu assassinato. No entanto, um dia Deus fará seu julgamento”, ressaltou. Wilson Chowdhry, o presidente do BPCA, disse: "Sharoon era um menino brilhante e inteligente que teria um bom futuro se não tivesse sido morto. No entanto, mais uma vez, o debate não é sobre quem é culpado, mas quem não é culpado de um crime tão hediondo”.
Ele acrescentou: "Os cristãos são desprezados e detestados no Paquistão. Eles são um alvo constante de perseguição. Este assassinato de um jovem adolescente cristão na escola serve para nos lembrar que o ódio sobre as minorias religiosas é criado na população maioritária em uma idade jovem, através de normas culturais e um currículo nacional tendencioso”, finalizou.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY



Preso por deixar o Islã, homem evangeliza na cadeia: "Tenho que viver como Jesus"

Após se converter ao Evangelho, Bulus foi rejeitado por sua família e preso sob falsas acusações, mas hoje vê a mão de Deus sobre sua vida. 
Imagem ilustrativa de homem preso na Nigeria. (Foto: The Guardian Nigéria)
Imagem ilustrativa de homem preso na Nigeria. (Foto: The Guardian Nigéria)

Um cristão que foi rejeitado por sua família muçulmana e preso na Nigéria, depois se converter ao Evangelho e se tornar pastor, compartilhou a forma como vários de seus companheiros de cela se converteram ao cristianismo como resultado de seu testemunho.
O organização de apoio à Igreja Perseguida, Portas Abertas compartilhou a história de Bulus, que até cerca de seus 20 anos de idade, viveu uma vida semi-nômade, típica dos muçulmanos Fulani que vivem na Nigéria. Ele cresceu aprendendo a temer a Alá e participar do habitual ritual de fazer suas orações islâmicas cinco vezes ao dia.
Um dia, no entanto, um grupo de cristãos visitou sua aldeia. "Uma equipe de missionários veio à nossa aldeia. Depois de ouvir a mensagem que eles pregaram, entreguei a minha vida a Cristo", explicou Bulus.
Não surpreendentemente, os parentes muçulmanos de Bulus ficaram furiosos ao saber de sua nova fé.
"Em suas mentes, ser um Fulani também significa ser muçulmano. Os dois fatores são inseparáveis ​​e se sentiam na obrigação de fazer o que pudessem para que eu voltar ao Islã", disse ele.
Quando Bulus se recusou a rejeitar o cristianismo, seu pai o desprezou, tirando sua herança, e o status de seu clã. Eventualmente, seus parentes ameaçaram matá-lo, o que levou Bulus a fugir para a região de Jos. Lá, ele se inscreveu para estudar como seminarista em um instituto bíblico.
"Eu completei o seminário em quatro anos", disse ele. "Naquele tempo eu aprendi muito sobre Cristo e experimentei Sua provisão na minha vida. Mas também foi um tempo muito solitário. Eu não tinha amigos, nem família, nenhuma rede de apoio. Eu estava com raiva de minha família por causa da maneira como eles me trataram. Mas durante o curso eu também aprendi muito sobre o perdão. Depois de me formar, queria ir para casa, para ver se havia algum jeito de meus pais e eu nos reconciliarmos".
Mas quando Bulus voltou para casa, buscando se encontrar com seus pais, ele encontrou ainda mais oposição.
"O ódio deles aumentou, especialmente quando eles ouviram que eu havia me tornado pastor", disse Bulus. "Antes que eu pudesse partir, parentes me cercaram e começaram a me bater. Achei que ia morrer, mas eles me levaram para a delegacia de polícia e me acusaram de roubar algumas de suas cabras".
"Apesar do fato de que não havia nenhuma prova, a polícia me prendeu. Cinco dias depois, eles me levaram ao tribunal. Não tive a oportunidade de me defender, mas fui mantido na prisão de qualquer maneira", acrescentou ele.

Campo missionário na prisão

Hoje, Bulus permanece em uma prisão compartilhada de Bauchi, onde as condições são extremamente precárias.
"Bulus e os outros prisioneiros estão sofrendo com a desnutrição, pois o alimento é insuficiente para todos. Eles também sofrem com ataques regulares de diarreia", observou a Missão Portas Abertas.
"Eu não estava feliz quando cheguei pela primeira vez àquela prisão", disse Bulus. "As falsas acusações de roubo contra mim foram muito desanimadoras".
No entanto, Bulus começou a lembrar como o próprio Jesus Cristo foi torturado - e morreu crucificado - pelos pecados que Ele não cometeu.
"Jesus, que não pecou, ​sofreu muito. Ele morreu, sofrendo com muita dor, pendurado numa cruz, ao lado de criminosos", disse ele. "Eu percebi que eu tinha que viver como Ele e pegar a minha cruz. Desde o momento em que eu decidi isso, me livrei dos meus fardos e vi a suficiência da graça de Deus na minha vida. Eu decidi usar meu tempo na prisão para pregar o Evangelho".
"Muitas pessoas não gostam que eu evangelize, mas eu continuo mesmo assim. Recebi a esperança de Deus, que me fortalece para continuar trabalhando em Sua obra, para a qual Ele me chamou", acrescentou.
Desde a prisão de Bulus, muitos prisioneiros começaram a entregar suas vidas a Cristo por causa de seu testemunho, e seus companheiros de cela frequentemente recebem conselhos do pastor, que também ora junto com eles.
Um missionário falou à Portas Abertas sobre como Bulus tem permanecido firme em sua fé, apesar das tribulações.
"Bulus é diferente. Ele parece estar em paz, mesmo quando enfrenta dificuldades", afirmou.
A missão Portas Abertas informou que conseguiu advogados para defender Bulus neste caso. No entanto, como ele é ex-muçulmano, haverá muita pressão sobre o sistema judicial local para que pastor seja julgado pelo tribunal da Lei Sharia. Apesar disso, os advogados designados pela Portas estão trabalhando duro para que este caso seja julgado por um tribunal secular.
De acordo com um relatório de 2001, emitido pela CIA, cerca de 50% da população da Nigéria é muçulmana, 40% são cristãos e 10% aderem às religiões locais. No entanto, a Nigéria ocupa o 12º lugar na lista dos países onde os cristãos enfrentam a maior perseguição, e recebeu a pontuação máxima na categoria de violência.
Ao longo do ano passado, os Fulani - predominantemente muçulmanos - lançaram numerosos ataques contra cristãos no norte e centro da Nigéria. No mês passado, grupos armados sequestraram um pastor enquanto ele e seu motorista estavam viajando pela Nigéria central. Somente neste ano, 18 cristãos foram feridos e duas aldeias invadidas pelo grupo extremista.
A Portas abertas observa que, embora a maior parte da perseguição contra os cristãos seja por parte dos Fulani, o governo mostrou pouco interesse em responder à violência contínua.

GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD



PRINCÍPIOS PARA VIVER E VENCER


 Ao lermos a biografia do herói da fé Jorge Muler, podemos aprender muito sobre seu exemplo de oração e fé. Conta-se que certa vez o Dr. A. T. Pierson foi hospede de Jorge Muler no seu orfanato. Depois que todos se deitaram, Jorge Muler o chamou para orar dizendo que não havia coisa alguma em casa para comer. Dr. Pierson quis lembrar-lhe que o comércio estava fechado, mas Jorge Muler bem sabia disso. Depois da oração deitaram-se, dormiram e ao amanhecer a alimentação já estava suprida e em abundância para duas mil crianças.

Nem o Dr. Pierson, nem Jorge Muler chegaram a saber como a alimentação foi suprida. A história foi contada naquela manhã só Sr. Simão Short sob a promessa de guardá-la em segredo até o dia da morte do benfeitor.
O Senhor despertara essa pessoa do sono e o chamara para levar alimentos suficientes para suprir o orfanato durante um mês, isso sem ele saber coisa alguma da oração de Jorge Muler e Dr. Pierson.

Jorge Muler  disse: “Muitas vezes tenho-me colocado na posição onde não tinha recursos; não só com 2100 pessoas comendo diariamente as mesas, mas também todo o resto necessário para suprir, e todos os fundos esgotados, 189 missionários para sustentar e sem coisa alguma; cerca de cem colégios com mais ou menos 9000 alunos e sem nada na mão; quase quatro milhões de tratados para distribuir e todo dinheiro gasto”, só lhe restava orar e confiar na providência divina, e Deus nunca o deixou abandonado.

Ao olharmos para a palavra de Deus, podemos tirar algumas lições preciosas para vivermos hoje.

1-RECONHEÇA QUE AS VITÓRIAS DO PASSADO, NÃO GARANTEM VITÓRIAS HOJE ( Mc 9.17-29; Js 6-7) – Os evangelistas(sinópticos) nos falam que os discípulos ao serem enviados por Jesus foram bem sucedidos, realizaram sinais e maravilhas. Mas, em um determinado dia, um homem trouxe o seu filho possesso e os discípulos não puderam fazer nada, não puderam expelir aquele espírito ( Mt 17.14-21), então os discípulos ficaram em aperto diante dos escribas e fariseus. Anteriormente eles haviam realizado milagres, curas e sinais (Mc 6.7-13). Eles não estavam prontos para enfrentar aquela casta de demônios. Quando perguntaram a Jesus, porque eles não puderam expulsá-lo¿ Jesus respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum (Mc.9.28,29).

No livro de Josué podemos contemplar Israel conquistando vencendo os inimigos, conquistando outros povos, mas em um dia ao enfrentar a pequena cidade de Ai, Israel foi derrotado (Josué 7), pois Acã havia desobedecido a palavra de Deus.

Cada vitória deve nos levar para mais perto de Deus e não para distante dele. Não podemos ficar apenas olhando para as vitórias do passado, como era a nossa vida de comunhão com o Senhor, mas precisamos continuar a cada momento conhecendo a Deus, através da comunhão, isto é, da oração e jejum, para vencermos os nossos desafios.
Para vencermos hoje, não permita que o seu coração lhe engane, fazendo-o pensar que as vitórias do passado vão lhe garantir vitórias hoje.

2-RECONHEÇA QUE A SUA GRANDEZA ESTÁ EM DEUS (Gn 39.2-23; 41.51,52; I Cr 29.10-13)- Quando olhamos para a vida de José, ele tinha tudo para ser um homem triste, depressivo, desanimado, murmurador, etc., pois quando era adolescente foi abandonado e vendido por seus irmãos, acusado falsamente pela esposa de seu senhor, esquecido na prisão por seu amigo, contudo José não deixou de confiar em Deus, de depender do Senhor. O pastor Jonathan Edwards disse: “a glória de Deus está na dependência do homem”, assim podemos contemplar a grandeza a grandeza de José, pois ele era um homem totalmente dependente de Deus.

Ao ser promovido como o segundo homem mais importante do Egito, não permitiu que o orgulho dominasse a sua vida. Não se vingou dos seus irmãos depois da morte de seu pai, mais reconheceu a providência divina em sua vida Gn 50.18-21.

Em nosso viver precisamos depender de Deus em nossa caminhada, certos de que é ele quem engrandece e humilha (I Sm 2.7; Isaías 2.12), e que sem ele nada somos (Jo 15.5). Ao olharmos, para o jovem Davi, cuidando das ovelhas de seu pai, quem poderia dizer que ele um dia seria rei¿ Mas Deus estava preparando-o para ser o grande rei de Israel. Pois, foi o Senhor quem o tirou do meio das malhadas como nos diz a sua palavra: “Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tomei-te da malhada e de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo de Israel. E fui contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos diante de ti e fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra”( I Cr 17.7,8).

E, Davi, como um homem segundo o coração de Deus, disse: “Teu, Senhor, é o poder a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glórias vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo da força”(I Cr 29.11,12).

Oh! Meus irmãos, nós precisamos ter a mesma visão e viver na dependência de Deus, assim como José e Davi, certos de que nada foge do controle do Senhor, só ele é digno de honra e glória, assim podemos dizer, somente a glória de Deus.

3- RECONHEÇA QUE É DEUS QUEM LHE DAR A VITÓRIAS ( 2 Rs 19.32-37; 2 Cr 20.1-30) - O rei Ezequias  decidiu depender do Senhor diante das afrontas do rei da Assíria (2 Rs 18.19-37; 19.1-34), ele se voltou para o Deus,  consultou o profeta Isaías, o qual o consolou e o aconselhou a confiar tão somente em Deus. Ezequias orou e confiou em Deus e não se deixou levar pelas ameaças, e Deus lhe concedeu vitória, como nos diz a sua palavra: “Então naquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres”(2 Rs 19.35).

Como homens e servos de Deus não estamos isentos de enfrentarmos lutas, mas se queremos vencer precisamos fazer como Josafá fez diante de inimigos que se levantara contra ele. O rei Josafá admitiu a sua fraqueza, se derramou perante o Senhor e ouviu o seu servo Jaaziel e Deus lhe concedeu vitória (2 Cr 20.1-30). Josafá nos ensina que diante dos inimigos, das dificuldades, nós precisamos buscar a Deus com todo o nosso ser, certos de que ele nos ouvirá, como também devemos confiar na palavra de Deus, pois o nosso Deus é fiel e zela por sua palavra.

Meus irmãos o Deus que deu vitória a Ezequias e a Josafá, é o nosso Deus, nele precisamos confiar sem duvidar, mas quando ele te abençoar, reconheça o seu poder gracioso para contigo e renda glórias ao seu nome. Como nos ensina o salmista Davi: “bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum só de seus benefícios”(Sl 103.2).

Portanto, meus irmãos, o mesmo Deus que ouviu as orações de Jorge Muler e lhe deu grandes vitórias também é o nosso Deus. Precisamos viver cada dia em comunhão com Ele, independente das circunstâncias, certo de que com ele somos mais que vencedores. Somente a glória de Deus.

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Deus permite que tragédias aconteçam para nos aproximar mais Dele, diz Billy Graham

Billy Graham destacou que os tempos de dificuldades também são grandes oportunidades de aprendizado e crescimento espiritual.
Aos 98 anos de idade, Billy Graham ainda tem seu ministério lembrado como uma das maiores organizações evangelísticas dos últimos tempos. (Foto: BGEA)
Aos 98 anos de idade, Billy Graham ainda tem seu ministério lembrado como uma das maiores organizações evangelísticas dos últimos tempos. (Foto: BGEA)

Tragédias como o furacão Harvey muitas vezes levantam muitos questionamentos sobre a bondade de Deus e Seus planos. Diante de situações como esta, muitos podem se perguntar: 'Como um Deus amoroso e bondoso usaria um desastre natural tão terrível para nos aproximar de si?'.
Em resposta a uma pergunta semelhante, colocada por um leitor, o evangelista Billy Graham explicou recentemente que, embora Deus possa usar tragédias ou maus-tratos para nos aproximar Dele mesmo, isso não significa que Ele seja cruel quando o faz.
"Na verdade, o caso é o contrário", disse o pastor de 98 anos, fundador da Associação Evangélica Billy Graham. "Veja bem, o problema está conosco, não com Deus. Nossos corações facilmente se tornam frios e indiferentes a Deus, e nos recusamos a escutar quando Ele está tentando chamar nossa atenção. Nós podemos até ficar tão endurecidos com Deus que nós não ouvimos mais Sua voz. Quando isso acontece, a única maneira com a qual Ele pode chamar nossa atenção é permitindo que algo aconteça conosco, algo possa destruir nossa indiferença ou rebelião".
Só então poderemos compreender a nossa real necessidade de Cristo, e transformaremos isso em fé e confiança Nele, explicou o evangelista.
"Assim como nós disciplinamos nossos filhos para que eles façam o que é certo, então Deus às vezes nos disciplina para que nos voltemos para Ele e sigamos Seus caminhos novamente", disse Graham. "A Bíblia diz: 'Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados' (Hebreus 12:11)".
O evangelista também destacou que nem toda tragédia ocorre como uma 'disciplina' de Deus, porém é possível aprender e amadurecer em cada uma delas.
"É importante entender que nem todas as dificuldades da vida chegam a nós por esse motivo", disse o pastor. "No entanto, quando os tempos difíceis chegam, precisamos perguntar o que Deus pode tentar nos ensinar através deles".
Billy Graham também lembrou que em tempos de tragédias e catástrofes é preciso sempre manter em mente que o amor de Deus supera qualquer dificuldade e até mesmo a fraqueza humana.
"Sobretudo, precisamos recorrer a Ele pela força e paciência que precisamos. Nunca se esqueça: o amor de Deus é mais forte quando nossa própria força é mais fraca", concluiu.
Depois de devastar o sudeste do Texas na última sexta-feira (01), o furacão Harvey despejou até 50 polegadas de chuva, matando pelo menos 59 pessoas e deslocando mais de 1 milhão. Atualmente, dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em abrigos, precisando de ajuda ajuda, conforme informou a CNN.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD



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