terça-feira, 29 de agosto de 2017

Existem Apóstolos nos dias atuais?

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Um número crescente, de igrejas neopentecostais, exibe o termo “igreja apostólica” em referência à submissão ao “apostolado” que os seus líderes arrogam ter recebido do próprio Deus, com base em revelações subjetivas que experenciaram. Não advogam o apostolado da mesma forma que a Igreja católica em seu sistema papal – sucessão ininterrupta dos apóstolos de Cristo – mas como novos apóstolos de Jesus Cristo, laureados com revelações, como se Deus, durante todo o tempo houvesse encoberto da Igreja, e só agora estes “apóstolos” possuíssem o saber oculto que trará a salvação dos povos. 

Os maiores influenciadores do movimento apostólico no Brasil foram Peter Wagner e Rony Chaves, sobre eles o dr. Augustus Nicodemus, em seu livro Apóstolos – verdade bíblica sobre o apostolado, trata com ricas informações. Rony Chaves foi o apóstolo que ungiu ao apostolado as brasileiras Vanilce Milhomens e Neuza Itioka (principais promotoras do movimento de batalha espiritual). Nicodemus (2014, p. 275), denuncia uma das “pérolas” do Chaves: 
Muitos apóstolos hoje, não usam o nome, título de seu ofício ministerial. Isto só faz restringir e limitar o ministério. Quando não se usa o termo ‘Apóstolo’, a unção não opera em toda a sua potência. A unção flui com mais poder ao se usar corretamente o título bíblico de “Apóstolo” para um homem chamado por Deus a este ministério. A Igreja tem tido homens que Deus queria que fossem apóstolos e que funcionassem como tais, mas eles não quiseram. 

Ouve-se o som da explosão de um ego inflado, no livro “Crescimento explosivo da Igreja em Células”, quando o autor, Joel Comiskey (2013, p. 60), cita que o “apóstolo” César Castellanos, em seus períodos de oração, recebe a “visão mundial para a sua igreja [sic]” e assim como os apóstolos antigos, Castellanos recebe o mérito pelo sucesso dos demais líderes em aplicar a sua inspiração e visão.

Segundo MacArthur (2015, p. 109), Peter Wagner chega a regurgitar, dentre muitas, a seguinte heresia: “Hoje temos entrado em outro novo odre, que eu chamo de segunda era apostólica” (grifo meu). É com essa teologia que no ano de 2000, Wagner torna-se o apóstolo presidente da Coligação Internacional de Apóstolos - EUA, sendo promovido em 2009 a Presidente Apóstolo Emérito. 

Interessante que para fazer parte dessa coligação, os novos apóstolos precisam realizar pagamentos mensais, com diferentes taxas, a depender do lugar em que vivem (MACARTHUR, 2015, p. 107-108). O Brasil conta com o Conselho Apostólico Brasileiro, a Coalizão Apostólica Profética Brasileira e o Projeto Transformação Brasil, além das redes apostólicas (BEZERRA, 2017).

Análise bíblica sobre a função dos apóstolos 

Inspirado por Deus, o apóstolo Paulo informou que o próprio Cristo: “deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Efésios 4:11). No original, grego (OLIVETTI, et al., 2015) a palavra “concedeu” está no tempo aoristo, que significa um ato realizado de forma completa no passado; isso nos ajuda a entender que os apóstolos e profetas foram escolhidos por Deus para compor o registro de Sua Revelação, concluída em Apocalipse 22 e após isso, nada lhe seria acrescentado, mas exposto pelos evangelistas, pastores e doutores. 

Se fomos, como Igreja do Senhor, “Edificados (também no aoristo) sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2:20), logo, partindo do fato de que não existe novo alicerce, nem nova pedra angular em uma construção (cf. 1 Co. 3.10-11), os apóstolos e profetas foram usados por Deus para edificar a Igreja em Cristo e não precisamos mais de profetas e apóstolos hoje, uma vez que já possuímos a Revelação completa, que são as Sagradas Escrituras. Corrobora com essa verdade, o fato de a Igreja primitiva considerar, como prova de autenticidade da inspiração divina sobre um escrito, a autoria ou influência de um apóstolo.

O trabalho dos apóstolos e profetas foi necessário para o período de transição da antiga aliança para a nova, claro é, que nenhum dos apóstolos, após a morte, foi substituído, com exceção de Judas, o traidor, porque o número dos apóstolos precisava estar completo para o Pentecostes, em virtude do simbolismo do número, representando a Igreja de Cristo, como podemos aferir mediante alguns versículos dos Evangelhos; escrito por Mateus: “E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel; escrito por Lucas: Para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:30), e escatológico:
E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21:12-14).

Quanto a Paulo, ele foi o único, além dos 12, a receber a função de apóstolo, com o propósito de anunciar Jesus Cristo aos gentios. Paulo, de fato, viu o Cristo ressurreto e foi chamado diretamente por Ele. Todos os apóstolos, os 12 e Paulo, viram o Cristo ressurreto. Ser testemunha ocular da ressurreição é marca indispensável a um verdadeiro apóstolo (Atos 1.22; 10.39-41. 1 Coríntios 9.1; 15.7-8), e Paulo afirma ter sido a última testemunha: “por último de todos apareceu também a mim como a um abortivo” (1 Coríntios 15:8).  É notória a diferença entre a teologia dos “apóstolos” atuais e a do apóstolo Paulo. Enquanto aqueles confirmam seu apostolado contabilizando seu sucesso, este declarava os seus sofrimentos como qualificações principais do seu “curriculum apostólico” (cf. 2 Co 11:13-33).  

No NT encontramos outras marcas do verdadeiro apostolado. Para ser reconhecido como apóstolo, era necessário um chamado pessoal do próprio Cristo (Marcos 3.14, Lucas 6.13, Atos 1.2,24; 10.41; Gálatas 1.1); outro critério era a operação de sinais miraculosos (Mateus 10.1-2, Atos 1.5-8; 2.43; 5.12; 8.14, 2 Coríntios 12.12; Hebreus 2.3-4). Somente sob a autoridade dos verdadeiros apóstolos, um escrito era considerado inspirado por Deus para compor as Escrituras Sagradas. Segundo MacArthur (2015, p. 116): 
A maioria dos que se autodenominam ‘apóstolos’ tem a pretensão de ser especial, de ter a revelação direta de Deus. Se eles realmente têm autoridade apostólica, o que os impede de incluírem-se na Bíblia? Por outro lado, se apóstolos modernos não estão dispostos a incluírem-se nas Escrituras, então o que isso diz sobre a legitimidade do seu apostolado?

Se a Bíblia não pode continuar a ser escrita, qual o sentido de uma nova era apostólica com novas revelações para uma nova Igreja? Só se for uma falsa Igreja com seus falsos apóstolos e suas falsas revelações. E para aquele que acha que pode acrescentar algo às Escrituras ou escrever um livro e creditar a mesma autoridade da Bíblia, no último capítulo do último livro do cânone está escrito: “Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro”. Acréscimo na Bíblia corresponde à acréscimo ao livro de Apocalipse, pois este foi escolhido, sob orientação do Espírito Santo, para ser o último livro da Bíblia, seguido de mais nada. Portanto, depois dele, nenhum escrito possui a autoridade da inspiração divina.

A liderança bíblica para a Igreja hoje é a que vemos estabelecida nas igrejas do NT, uma liderança capacitada, composta de bispos/presbíteros/pastores e diáconos. Em vista ao aprofundamento do estudo, segue referências de textos bíblicos que elucidam a questão: At. 6.1-7; 11.30; 15.2.4; 6.22; 16.4; 20.17-35; 21.18; Fp 1.1; Tm 3.1-16; 1 Pe 5.1-4; Tito 1.5-9. Como Moisés escolheu 70 homens dos anciãos de Israel para ajudá-lo a liderar o povo no deserto, hoje nós não temos toda a igreja liderando, mas "anciãos", que remete à função dos presbíteros, para exercerem a liderança da igreja, na administração, no ensino e no confronto às falsas doutrinas. 

Apóstolos, além dos doze e de Paulo, relatados no NT

Há passagens do Novo Testamento em que outras pessoas, além dos doze e de Paulo, parecem ter sido chamadas de “apóstolos”, a saber: Tiago, Apolo, Barnabé, Silas, Timóteo, Andrônico, Júnias, Epafrodito e os irmãos chamados “apóstolos das igrejas”. Importa saber que o sentido em que a palavra apóstolo foi empregada nesses casos difere do sentido em que é empregado quando referida a Paulo e aos doze. O sentido de “apóstolos” no caso dos que não foram testemunhas da ressurreição de Cristo, nem chamados para lançarem o fundamento da igreja cristã, é mais amplo, entende-se por “enviados”, “mensageiros”, “representantes”, “missionários”, pessoas designadas pela Igreja a cumprir uma missão. 

Segundo Augustus Nicodemus, (2014, p. 120-121), Barnabé (At 14.1,14; 1 Co 9.6), Silvano, Timóteo (1 Ts 1.1; 2.7) e os “demais apóstolos” que Paulo menciona (1 Co 9.5) foram enviados por Cristo para anunciar o Evangelho em lugares onde o mesmo não havia chegado. Epafrodito foi enviado pela igreja de Filipos para levar uma oferta a Paulo (Fp 2.25), e os “apóstolos da igreja” foram enviados por elas para levar uma oferta a Jerusalém (2 Co 8.23). Sendo assim, nos nossos dias, somente poderia reivindicar esse “título” os missionários pioneiros, desbravadores de novos campos, estes, porém, costumam não sentir atração por títulos que os engrandeçam. “Todavia, não é neste sentido que o movimento de restauração apostólica o emprega hoje, e sim num significado similar aos doze e a Paulo”, dilucida Nicodemus. 

O pastor inglês, Brian Edwards (2001, p. 08), no seu opúsculo: “Onde estão os apóstolos e profetas”, elenca pontos bastante relevantes, ele diz que se fosse tão simples a intitulação de apóstolo, Paulo não precisaria ter defendido vigorosamente o seu apostolado ao escrever suas cartas aos coríntios e aos gálatas; Brian analisa o versículo 5 da primeira epístola aos Coríntios e observa que “Paulo sabia que Tiago não era um dos apóstolos, pois fez distinção entre os ‘apóstolos’ e os ‘irmãos do Senhor’. 

Segundo Edwards (2001, p. 08), de acordo com Atos 15, Tiago era um presbítero, e não um apóstolo”, ele explica o sentido de Gálatas 1.19 com a paráfrase: “eu não vi nenhum dos apóstolos; vi apenas Tiago, irmão do Senhor”. Quanto à Andrônico e Júnias, apontados em Romanos 16.7 como “notáveis entre os apóstolos”, Brian defende que eles tinham, simplesmente, uma boa reputação entre os apóstolos. Após estas e outras observações, ele conclui: “Não existe apóstolos hoje, a menos que levemos em conta os ‘super apóstolos’ aos quais Paulo se referiu em 2 Co. 11. Mas ele os rejeitou como ‘falsos apóstolos’, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo (v. 13)”. Há ‘super apóstolos’, ainda hoje, tencionando alçar voo nas asas do crescimento acelerado da igreja local. 

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Referências Bibliográficas:
COMISKEY, Joel. Crescimento explosivo da igreja em células. Fortaleza, CE: Editora Premius, 2013.
EDWARDS, Brian. Onde estão os apóstolos e profetas. São José dos Campos, SP: Fiel, 2001.
GOMES, Paulo Sérgio; OLIVETTI, Odayr. Novo Testamento Interlinear Analítico Grego-Português: texto majoritário com aparato crítico. São Paulo, Cultura Cristã. 2ª ed, 2015. 
MACARTHUR, John. Fogo estranho. Thomas Nelson Brasil, 2015.
NICODEMUS, Augustus. Ministério Pastoral. Campina Grande, PB: Visão Cristã, 2016.
NICODEMUS, Augustus. Apóstolos: a verdade Bíblica sobre o apostolado. São Paulo, Editora Fiel. 1ª ed, 2014.

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Sobre a autora: Karoline Evangelista é aluna do Seminário Teológico Congregacional do Nordeste. Formada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal da Paraíba. Congrega na Igreja Presbiteriana do Bairro dos Estados em João Pessoa-PB. Atua na área de Apologética Cristã, escreve para a Revista Vida Cristã e é colunista no blog Cosmovisão Cristã
Imagem: Saint Paul Writing His Epistles. Valentin de Boulogne, 1618-1620. Arte: Bereianos
Divulgação: Bereianos

O VALE DA RESTAURAÇÃO



Ezequiel 37.1-14

Estamos vivendo em um momento em que precisamos de restauração. Há uma necessidade de restauração na igreja, na família e no nosso país. A nossa atualidade é desoladora e desafiadora, em alguns aspectos semelhante ao vale de ossos secos. Para onde olhamos parece não haver esperança, mas o que contemplamos é tristeza, violência, corrupção, etc.

Ao lermos o livro do profeta Ezequiel, podemos nos encher de esperança. A mensagem de Ezequiel nos ensina que apesar das dificuldades, do sofrimento e da miséria do povo, Deus é o Senhor soberano e finalmente fará aquilo que nós não podemos fazer. Por isso neste momento convido você para meditarmos no texto de Ezequiel 37.1-14. O texto em tela não é só uma visão de tristeza, desolação e morte, mas é uma visão maravilhosa de restauração.

A visão que Deus revelara ao seu servo era para encorajar os que estavam no exílio desanimados, sem expectativa de vida, de restauração. Hoje, Deus nos convida a olharmos para este vale de ossos secos e extrairmos algumas lições para nós hoje.

1-PRECISAMOS OLHAR PARA ESTES OSSOS (Ez 37.1,2)
O texto de Ezequiel 37.1-14 nos diz que o vale era muito grande e estava cheio de ossos secos. Aquele vale era um quadro desolador, triste, depressivo, pois ali não havia vida, mas apenas ossos secos (morte).Aqueles ossos, apontava para o povo de Israel, que se encontrava exilado, sem expectativa, desanimado, morto, sem esperança de restauração. 

Mas este vale também aponta para aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados, depravados, escravizados pelo diabo, sem vida, distantes de Deus.O homem sem Deus é um miserável que merece apenas o inferno. Meu querido, o homem sem Deus, é pior que ossos secos. É um pecador que blasfema contra o Deus Soberano.

O homem precisa saber quão terrível é o pecado, e que ele nada pode fazer para ajudar a si mesmo. Ele precisa da misericórdia de Deus e da sua graça. O homem é depravado, não tem desejo pelo Deus vivo, e distante de Deus está totalmente perdido. Ele precisa da ajuda e do favor de Deus. Não obstante, não podemos perder a esperança, mas precisamos nos levantar e obedecer a Deus que nos comissionou a pregar aos que estão mortos assim como fez o profeta Ezequiel (Ez 37.7,8).

Quem sabe você hoje não se encontra nesta situação, apenas ossos, sem vida, sem poder fazer nada, sem esperança diante do cenário desolador em que você se encontra. Você não conhece a Deus, não passa de ossos mortos. Você talvez se mexe de um lado para outro, mas é apenas um corpo, precisa de vida.

2-PRECISAMOS OLHAR PARA A OBRA DO ESPÍRITO SANTO(Ez 37.9,10) - Deus fala ao profeta que ele não podia apenas se contentar com o movimento dos ossos, com os tendões, carnes, pele se não havia naqueles corpos vida. Então Deus mandou o profeta, profetizar ao Espírito, e quando profetizou ao Espírito os corpos receberam vida. Este é um quadro maravilhoso da obra poderosa do Espírito Santo que dá vida aos mortos (Ez. 37.10).

Hoje, também nós precisamos da ação do Espírito para vivificar aqueles que estão mortos. As pessoas são um conjunto de ossos mortos, e elas podem ser trazidas a vida porque o Espírito Santo irá soprar em suas almas e mostrar como elas são pecadoras e abrir-lhes os olhos para que possam contemplar a esperança do perdão que existe no sangue de Jesus que foi derramado na cruz do calvário, pois o Espírito ama a obra de Jesus.

Quando o Espírito de Deus age as pessoas se rendem, como aconteceu no dia de pentecoste conforme narra o médico Lucas em Atos 2.41. Pedro pregou e o espírito operou de maneira tremenda que naquele momento houve um acréscimo de quase três mil pessoas (At. 2.1-41). O Espírito convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), só ele tem poder para dá vida também hoje aqueles que estão mortos. Pois não basta ao homem ser religioso, frequentar uma igreja, ele precisa nascer de novo, como Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.1-6). 

Assim como Nicodemos existe muitas pessoas em nossos dias, são religiosas, mas não tem vida. Elas precisam nascer do Espírito para contemplarem a obra de Jesus. Muitos estão apenas confiando em sua religião, em suas obras, em sacrifícios, cumprem com os seus deveres sociais, morais, etc. Mas, estão mortas, precisam de vida, e esta, só há na pessoa do Senhor Jesus Cristo que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”( João 11.25).

3- PRECISAMOS OLHAR A ATIVIDADE DO SERVO DE DEUS (Ez 37.4-10) - Deus mostrou o vale e falou com Ezequiel que ele precisava pregar aos ossos. O vale era grande, mas ele precisava pregar. Ezequiel não questionou a Deus, dizendo: Senhor são apenas ossos! Para que pregar? Ele disse que faria a vontade de Deus. Ezequiel pregou e algo maravilhoso aconteceu os ossos começaram a se mexer, surgiu tendões, músculos e peles. Há uma grande lição aqui para nós. Antes do homem nascer de novo ele pode aprender muitas coisas. Muitos se tornam mais rebeldes do que eram outros se rebelam contra evangelho. Então ao ouvirem a palavra de Deus algo estranho começa a acontecer. Eles começam a frequentar uma igreja, estão melhorando, mas ainda estão mortos.

O texto nos diz que Deus deu uma nova ordem ao profeta, ele manda o profeta clamar ao Espírito para que ele venha e sopre sobre aqueles ossos. E assim o profeta fez e o milagre aconteceu.
Meus irmãos, isso pode ser uma figura do operar do Espírito no Avivamento.

Olhemos para o ano 1850, segundo alguns historiadores esta década foi marcada por um grande declínio espiritual dos Estados Unidos. Algumas coisas tinham desviado a atenção das pessoas da vida com Deus, para as coisas materiais, a instabilidade política, um pânico financeiro trouxe ainda mais preocupação a população. Em setembro de 1857 um comerciante de nome Jeremiar Lanphier, ao perceber aquela situação triste decidiu convidar outros comerciantes para orarem ao meio dia uma vez por semana pela atuação renovadora do Espírito Santo. Ele distribuiu centenas de folhetos convidando as pessoas para participarem do encontro, mas no primeiro dia só meia dúzia apareceu encontrando-se nos fundos de uma igreja na Fulton Street. Duas semanas depois já eram quarenta, e em seis meses uns dez mil se reuniam diariamente para orar somente em Nova Yorque. Um avivamento aconteceu naquele país, e em dois anos mais ou menos um milhão de pessoas tinham se rendido ao Senhor Jesus.

Diante do texto de Ezequiel e do despertamento que Deus operou nos Estados Unidos podemos tirar exemplos para os nossos dias. Porque o que nós estamos precisando é do sopro do Espírito de Deus despertando a sua igreja e salvando aqueles que estão mortos. Nunca podemos esquecer que o Espírito atua através da oração e da pregação da palavra de Deus.


Portanto, não podemos perder a esperança, mas precisamos confiar em Deus certos de que ele pode restaurar o seu povo, transformar a nossa nação, mas nós precisamos obedecer ao Senhor e fazer a nossa parte como o profeta Ezequiel fez. A restauração é uma obra de Deus (Ez 37.12-14), nada é impossível para Ele, mesmo que aos nossos olhos pareça difícil, Deus é soberano, e ainda há esperança para o seu povo.

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

domingo, 27 de agosto de 2017

Ashbel Green Simonton, pioneiro da Igreja Presbiteriana do Brasil



Resultado de imagem para simontonA Igreja Presbiteriana do Brasil está celebrando este ano 158 anos. Hoje estamos presentes em todos os Estados da Federação e já temos mais de quatro mil igrejas com aproximadamente oitocentos mil membros. A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma igreja comprometida com a evangelização, a educação e a ação social. É um esteio do protestantismo pátrio. Vamos, agora, conhecer um pouco sobre o nosso missionário pioneiro, Ashbel Green Simonton. Ele foi um jovem idealista. Deixou os Estados Unidos nos tempos gloriosos de um grande reavivamento e veio para o Brasil em 1859 para plantar a Igreja Presbiteriana. Vejamos alguns aspectos de relevo em sua história:
1. Sua família – Foi o nono filho, o caçula, de uma família piedosa. Seu pai era presbítero, médico e político, tendo sido duas vezes eleito deputado para o Congresso Nacional. Simonton foi consagrado ao ministério da Palavra no batismo infantil.
2. Seu chamado para o ministério – No dia 14 de outubro de 1855, após ouvir um sermão do Dr. Charles Hodge sobre a tarefa da igreja, sentiu-se chamado para as missões. Fez o curso de teologia no seminário de Princeton, em New Jersey. Após concluí-lo, decidiu viajar para o Brasil. Quando alguém questinou o fato de ele se dedicar a um país ainda pobre e assolado por várias doenças endêmicas, ele respondeu: "A única segurança está na submissão à vontade e aos propósitos divinos. Sob a direção de Deus, o lugar de perigo é o lugar de segurança e, sem a sua presença, nenhum abrigo é seguro".
3. Seu casamento – Ao saber da enfermidade da mãe, Simonton deixou o Brasil e retornou aos Estados Unidos. Mas, ao chegar, ela já havia falecido. Simonton ficou então um ano em seu país de origem. Nesse tempo, casou-se com Helen Murdock. Após dois meses de casado, regressou ao Brasil. Em 19 de junho 1864, nove dias após nascer-lhe a filha Helen, sua adorável esposa morreu.
4. Seu trabalho – O jovem pioneiro deixou marcas profundas e indeléveis na história do presbiterianismo e da evangelização nacional: a) organizou a escola dominical em 22 de abril de 1860 com cinco crianças, usando como livros textos: a Bíblia, o Catecismo e o Peregrino, de John Bunyan; b) organizou a Primeira Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1862; c) criou o primeiro jornal – A Imprensa Evangélica, em 5 de novembro de 1862; d) organizou o primeiro presbitério, o Presbitério do Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1865, quando foi ordenado ao sagrado ministério o ex-padre José Manoel da Conceição; e) criou o primeiro seminário teológico em 14 de maio de 1867(Obs.do pastor Eli Vieira criou a primeira livraria Evangélica do Brasil)¹.
5. Sua morte – Em 9 de dezembro de 1867, aos 34 anos de idade, morreu em São Paulo, de febre amarela, este heróico jovem desbravador. Sua irmã, esposa do Rev. Blackford, perguntou-lhe, em seus últimos lampejos de consciência: "O que será dos crentes e do trabalho que você está deixando?". Ele respondeu: "Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele fará o seu trabalho com os seus próprios instrumentos. Nós só podemos apoiar-nos nos braços eternos e estar quietos".
1-Giraldi, Luiz Antônio-A Bíblia no Brasil Império - Como Um livro Proibido no Brasil Colônia Tornou-se uma das Obras mais lidas no Brasil Império, SBB - Barueri-SP, 2012
Rev. Hernandes Dias Lopes

sábado, 26 de agosto de 2017

Imunidade tributária para os templos: taxação ou supressão?

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Da recente controvérsia

Conforme o artigo 150, VI, “b”, da Constituição Federal de 1988, “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: instituir impostos sobre: templos de qualquer culto”. No mesmo dispositivo, em seu parágrafo 4º, é disposto que tal imunidade compreende “somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas”.

A expressão “templos”, interpretada lato sensu, indica Igrejas, conventos, Seminários, veículos para atividades eclesiásticas, anexos, etc, da religião cristã e de outras. Já “patrimônio” aponta para rendas e serviços aplicados finalisticamente ao templo.

O motivo, em tese, é que, como aponta Pimenta (2017), “as religiões podem ser consideradas como de interesse social e que, na qualidade de organizações sem fins lucrativos e que, teoricamente, não comercializam produtos ou vendem serviços”.

Em sentido contrário, em 2015, por meio de uma Sugestão Popular (SUG 2/2015), a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) defende que, como o Estado é laico, não é razoável que se dê imunidade tributária a entidades religiosas. Outro problema apontado é que os escândalos financeiros que líderes religiosos protagonizam levam adiante a ideia de se banir a Imunidade Tributária.

Desse modo, dizem os defensores da SUG 2/2015, como os líderes enriquecem, é preciso que haja tributação. Ainda pontua que “quando certos líderes religiosos abusam do conceito de liberdade religiosa, exigindo mais e mais dinheiro dos fiéis para enriquecimento próprio, isso mostra que o único combate que deve ser feito é o do bolso”.

A matéria em pauta aguarda um parecer da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), tendo, até o momento, recebido mais de 279 mil votos, aproximadamente 141 mil votos a favor e 138 mil contrários, no site Consulta Pública, do portal e-Cidadania do Senado.

Do papel social das Igrejas

A referida Sugestão Popular (SUG 2/2015) coloca que “do ponto de vista do Estado, a igreja deve ser vista como uma empresa como outra qualquer, que luta com os concorrentes (...) para obter o maior número de clientes (fiéis) e, com isso, ter a maior receita”.

Essa acusação pode, de fato, ser aplicada em alguns casos, mas não a todos. As Igrejas e templos em geral prestam um serviço social notável, tanto assistencialmente quanto na formação e recuperação psicológica de milhares de pessoas. Não é difícil encontrar, em tais instituições, pessoas socialmente reabilitadas. Nem o Estado nem as ONG’s, historicamente, recuperam pessoas como os templos religiosos o fazem.

Essa discriminação é desconhecedora da ampla realidade religiosa do país. Por exemplo, a SUG 2/2015 argumenta que “as igrejas não podem ser consideradas associações não lucrativas”, pois, conforme o texto dirá, quer “monopolizar a crença”.

Mas quem determina ou julga isso? Na verdade, esses juízos desconsideram o papel histórico que os templos têm no país. Religiosos lutaram por liberdade de expressão, de crença, de culto, de limitação estatal, e são parte essencial da tradição nacional. Todas as instituições podem vir a manipular crenças, mas não cabe ao Estado determinar o conteúdo que cada instituição pode pregar e as pessoas acreditarem.

Desse modo, o papel social dos templos é histórico, cultural e tradicional. A permissividade dada a qualquer governo de taxar, limitar, e suprimir a atuação das entidades religiosas pode acarretar dificuldades financeiras e extinguir instituições que são memórias vivas da sociedade.

Isenção tributária?


Muitas pessoas argumentam que os templos não deveriam ter imunidade tributária, mas sim isenção. Silva Junior (2014) diferencia os institutos: “Imunidade é a proibição constitucional propostas às entidades políticas que detêm a competência tributária, de tributar determinadas pessoas (...) Já a isenção, não é a vedação, mas sim a dispensa legal do pagamento do tributo”. Ou seja, enquanto o primeiro conceito está ligado a uma vedação feita pela Constituição, o segundo pode ser previsto em lei infraconstitucional. Além disso, com a imunidade tributária não há incidência de imposto, mas com a isenção gera-se o imposto e, por previsão legal, seu crédito é excluído.

Pois bem, essa diferenciação é de vital importância. Se os templos passassem a ter isenção tributária, determinados grupos religiosos, especialmente os majoritários que têm mais apelo político, poderiam atuar pressionando por leis infraconstitucionais que assegurassem a isenção para seus templos. Consequentemente, os grupos minoritários seriam, de pronto, prejudicados devido à taxação.

Além disso, é preciso que se perceba que os contribuintes de templos já têm suas rendas tributadas, por exemplo, o Imposto de Renda. Como são as entradas de contribuições que sustentam essas instituições, “bitributar” – cobrando impostos dos templos sobre os mesmos montantes doados e já tributados – é inconstitucional.

Das Garantias Constitucionais

A liberdade de culto é uma extensão de outros mandamentos da Constituição, como a liberdade de crença e expressão. Com isso, a garantia de imunidade tributária aos templos assegura o efetivo exercício desses direitos sem ingerência estatal. Em um Estado laico, há de se respeitar tais garantias. Aliás, tal configuração de Estado não adota oficialmente nenhuma religião oficial, mas não é ateu, tentando suprimir as vozes religiosas.

Com efeito, contra o controle dos opositores, deve-se preservar a imunidade tributária em equidade para todas as entidades religiosas, sem se prever privilégios para templos específicos, a fim de haver isonomia. O fim de tal instituto poderia levar a um maior desequilíbrio, visto que religiões majoritárias, com um “lobby” político mais poderoso, podem dispor de mais recursos para se sustentar e se proteger, enquanto as mais simples podem ser solapadas em não suportar tributos, caindo na ilegalidade e na clandestinidade. Não se pode nivelar por cima (templos abastados) e solapar as instituições menores.

Das diferentes esferas

Para conservação dos direitos fundamentais, é importante que se entenda que o Estado e as instituições religiosas são esferas sociais diferentes que não podem suprimir-se, um ao outro. Isto é, o Estado tem seu papel, assim como, as instituições religiosas, o seu. Cada um deve respeitar a esfera de atuação do outro.

Com efeito, não há uma teoria social no Brasil que possa discriminar as instituições que deixaram de atuar de modo religioso e filantrópico, para agirem, estritamente, como uma organização empresarial. Ora, ligar a televisão e ver pedidos de dinheiro por religiosos não pode ser uma teoria social para tal empreendimento.

Desse modo, sem a clara delimitação dos limites entre essas esferas pode ocorrer uma atuação de resistência e acirramento. O Estado, por meio da Lei Constitucional, deve continuar limitando-se em não imiscuir-se nas atividades religiosas, atuando apenas em casos de gravames sociais e de ilegalidades.

Considerações finais

Primeiramente, é preciso que se reconheça que, no Brasil, várias instituições eclesiásticas deixaram seu papel, de administração de seu culto religioso e ação social, passando a exercer um papel empresarial. Nem por isso, é recomendável que se meça todos os templos religiosos como tendo assumido essa via. Se toda instituição que deixa de exercer sua atuação precípua levasse a uma mudança legal, talvez o Congresso Nacional também precisasse ser taxado.

Para além disso, a questão principal é perceber que o Estado, por meio da taxação de templos, pode assumir uma política de supressão da liberdade religiosa, já vista em tantos países. Deve-se, então, respeitar a esfera de atuação dos entes religiosos, sendo que, em casos de gravames legais, aja-se para a normalização das relações sociais.

Não há, como em qualquer política estatal, uma solução perfeita. Mas rever a previsão constitucional no sentido contrário à imunidade tributária pode levar a um mal maior, em permitir que governos de viés antirreligioso atuem contra a tradição e cultura nacionais historicamente consolidadas. Talvez por isso, uma instituição como a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA) tenha um interesse mais religioso do que de política de Estado.

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Referências bibliográficas:
MOREIRA, Roberta. Qual a abrangência da imunidade tributária aos templos de qualquer culto? Disponível em:https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/40791/qual-a-abrangencia-da-imunidade-tributaria-aos-templos-de-qualquer-culto-roberta-moreira. Acesso em 10 de agosto de 2017.
PIMENTA, Luciana. Imunidade tributária: por que igrejas são isentas de pagar impostos? 2017. Disponível em:http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI254436,51045-Imunidade+tributaria+por+que+igrejas+sao+isentas+de+pagar+impostos. Acesso em 10 de agosto de 2017.
RIBEIRO, Bianca. Imunidade tributária: por que entidades religiosas não pagam impostos no brasil? 2016. Disponível em:http://www.politize.com.br/imunidade-tributaria-entidade-religiosa/. Acesso em 10 de agosto de 2017.
SILVA JUNIOR, Agenor da. Distinção entre isenção e imunidade tributária. 2014. Disponível em: http://www.oab-sc.org.br/artigos/distincao-entre-isencao-e-imunidade-tributaria/1535. Acesso em 15 de agosto de 2017.

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Sobre o autor: Anderson Barbosa Paz é seminarista do Seminário Teológico Betel Brasileiro. Bacharelando em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Congrega na Igreja Presbiteriana do Bairro dos Estados em João Pessoa-PB. Atua na área de Apologética Cristã, debatendo e ensinando.
Divulgação: Bereianos

CULTO DE AÇÕES DE GRAÇAS PELOS 39 ANOS DA AUXILIADORA E DA MOCIDADE DA IPF MONTE SINAI


Foto de Ipf Monte Sinai.

Foto de Ipf Monte Sinai.




Foto de Ipf Monte Sinai.


Foto de Ipf Monte Sinai.

Foto de Ipf Monte Sinai.

Foto de Ipf Monte Sinai.



Foto de Ipf Monte Sinai. A igreja Presbiteriana Fundamentalista Monte Sinai comemorou hoje dia 26 de agoste de 2017 os 39 anos  da Auxiliadora e da Mocidade. O culto teve como pregador o Eli Vieira pastor da Igreja Presbiteriana Filadélfia de Garanhuns e contou com a presença de representantes de várias igrejas da cidade de  Garanhuns e região.

Congresso Sinodal de Homens do Sínodo de Garanhuns-PE











Hoje, dia 26 de agosto de 2017 aconteceu na capela do Instituto Bíblico do Norte o Congresso da Confederação Sinodal de Homens do Sínodo de Garanhuns. O momento foi marcado pela presença de vários irmãos das igrejas do Sínodo de Garanhuns e teve como preletor o Rev. Edson Dantas, diretor do Colégio Agnes e pastor da Igreja Presbiteriana da Boa Vista Recife-PE que ministrou a palestra sobre Liderança Cristã. Também estiveram presentes os pastores: Rev. Adeilton Secretário da Federação de Homens do Presbitério Vale do Pajeú e pastor da Igreja Presbiteriana de Pesqueira, Pastor Eudes Oliveira diretor do Colégio Presbiteriano XV de Novembro de Garanhuns, Rev.  Edjair Albuquerque secretário presbiterial de SAF,s do Presbitério de Garanhuns e pastor da Igreja Presbiteriana Manancial Garanhuns,  Rev. Leonildo Paixão pastor da Igreja Presbiteriana do Catonho, Rev. Eli Vieira 1º secretário do Sínodo de Garanhuns e pastor da igreja Presbiteriana Filadélfia de Garanhuns, Rev. José Ernando secretário sinodal dos Homens do Sínodo de Garanhuns e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto de Garanhuns. Também esta presente o presidente do Presbitério de Garanhuns Presbítero Alexandre Monteiro e os missionários Jonathas de Capoeiras  e William de Sertânia. 
A nova diretoria para o biênio 2017-2019 ficou assim composta: presidente Pb. Josemir da Federação de Garanhuns(IP Manancial), vice-presidente Pb. Silvino Federação de Garanhuns(IP Planalto). secretário-executivo Pb Romualdo Carlos federação de Garanhuns(IP Filadélfia), primeiro secretário Lenildo federação de Garanhuns(Cong. Saloá), segundo secretário Pb. Leandro Lima federação do Vale do Pajeú(IP de Sertânia) e Tesoureiro Pb. José Carlos Federação Vale do Pajeú(IP de Pesqueira).

Pr. Eli Vieira

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Lições Bíblicas para Liderança na Igreja Local - Parte 2/2


A Liderança de Moisés

Moisés foi o maior líder do povo de Deus depois de Jesus. A história desse homem de Deus nos ensina grandes e valiosas lições. Esse espaço não comportará as inúmeras aplicações que podemos extrair da vida de Moisés. O livro de Êxodo nos mostra o nascimento de Moisés, como Deus preservou sua vida, como a providência guiou a vida deste homem para ser o grande líder do povo de Deus. Moisés enfrentou várias dificuldades em sua liderança. A idolatria do povo construindo um bezerro de ouro, a revolta de seus irmãos Arão e Miriã, a sedição do povo, a rebelião de Corá, Natã e Abirão, a murmuração do povo. O salmo 78 nos mostra com riqueza de detalhes como o povo de Israel foi rebelde no deserto. Moisés foi um líder que orava pelo povo, rogava a misericórdia de Deus, até mesmo quando seus irmãos erraram Moisés pediu por Miriã que estava leprosa.

Clamou, pois, Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois a recolham, (Números 12.13,14).

Moisés tinha um coração pastoral, mesmo diante da ingratidão e sedição dos seus liderados ele demonstrava amor por eles. Quando Deus desejou destruir o povo por causa do bezerro de ouro, Moisés também intercedeu por eles:


Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus e disse: Ó Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mãoPor que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente. Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo, (Êxodo 32.11-14).

Quantas coisas podemos aprender com esse homem de Deus! Um pastor que orava pelo seu rebanho, um líder que suportava a afronta. Um homem que amava seu povo e apelava para as bênçãos do pacto. Poderíamos extrair várias lições para uma liderança bíblica olhando para a história de Moisés, mas, apontaremos apenas algumas:


  1. Um líder não pode ser levado pelo sentimento de injustiça e esmorecer.
  2. Um líder não deve deixar ressentimentos o travarem, deve perdoar quando seus liderados se portam de forma errada, deve orientá-los, deve exortá-los, mas não deve ser dominado pela mágoa e ressentimento.
  3. Um líder deve interceder pelo seu povo, deve lutar em oração por quem Deus o confiou.
  4. Um líder confia em Deus em sua Palavra que é poderosa (Êxodo 14).
  5. Um líder deve ensinar a Palavra mesmo quando seu povo se porta rebeldemente contra o Senhor, um grande exemplo está nas pregações de Moisés em Deuteronômio.
  6. Um líder zela pela santidade do culto a Deus, guiando o povo a pureza espiritual.
  7. Um líder prepara outros líderes, a correta visão de liderança bíblica é preparar sucessores, temos como exemplo Josué e Calebe.

A liderança de Moisés também nos mostra seus erros, quando ele bateu na rocha. Deus cobrou do seu servo, não o permitiu entrar na terra prometida. Com essa correção severa de Deus para com ele, lembramos das palavras de Jesus:

Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedir, ( Lucas 12.48).

Uma leitura dos livros de Moisés nos mostram a integridade desse homem santo que as Escrituras nos apresentam, sobre ele Deus testemunhou:


E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? (Números 12.6-8)

A Liderança de Davi


Nos livros de Samuel encontramos a história de Davi, que era um pastor de ovelhas, vivia a trabalhar ajudando seu pai Jessé e também era músico. A narrativa bíblica nos mostra como Deus chamou aquele jovem e o tirou do pastoreio de animais e o constituiu pastor do povo, rei de Israel. Sobre os reis diz-nos Deuteronômio:


Se quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá, tiverem tomado posse dela, nela tiverem se estabelecido, vocês disserem: "Queremos um rei que nos governe, como têm todas as nações vizinhas", tenham o cuidado de nomear o rei que o Senhor, o seu Deus, escolher. Ele deve vir dentre os seus próprios irmãos israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém que não seja israelita. Esse rei, porém, não deverá adquirir muitos cavalos, nem fazer o povo voltar ao Egito para conseguir mais cavalos, pois o Senhor lhes disse: "Jamais voltem por este caminho". Ele não deverá tomar para si muitas mulheres; se o fizer, desviará o seu coração. Também não deverá acumular muita prata e muito ouro. Quando subir ao trono do seu reino, mandará fazer num rolo, uma cópia da lei, que está aos cuidados dos sacerdotes levitas para o seu próprio uso. Trará sempre essa cópia consigo e terá que lê-la todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, o seu Deus, e a cumprir fielmente todas as palavras desta lei, e todos estes decretos. Isso fará que ele não se considere superior aos seus irmãos israelitas e a não se desvie da lei, nem para a direita, nem para a esquerda. Assim prolongará o seu reinado sobre Israel, bem como o dos seus descendentes, (Deuteronômio 17.14-20).

Um texto riquíssimo para refletirmos sobre liderança cristã, a partir do rei Davi. Podemos ver aqui que Davi cumpriu muitos desses requisitos da lei, mas, também violou muitos outros. Deus havia dado essa lei ao seu povo, especificamente aos futuros reis de Israel, considerando as tentações que tal liderança sofreria. Um líder pode ser tentado e muito tentado no exercício da sua tarefa, pode ser seduzido pelo poder, pelas facilidades, pela fama, pelo status, pela honra humana, pelo seu ego. Listemos esse valoroso ensino que os reis deveriam manter e zelar por eles em sua vida, numeraremos pela ordem no texto bíblico.


  1. O rei deveria ser um israelita, deveria ser da família da fé. Isso pode nos ensinar algo importante, básico, mas necessário. O líder cristão deve ser cristão.
  2. O rei não deveria acumular cavalos. Um líder cristão, não deve acumular riquezas as custas dos seus liderados. Liderar o povo de Deus não é sinônimo de enriquecimento por meio da fé alheia.
  3. O rei não poderia fazer o povo voltar para o Egito. A bíblia nos ensina que o Egito é sinônimo da nossa vida pregressa no pecado. Um líder cristão não pode fazer o povo de Deus se desviar do caminho da verdade.
  4. O rei não poderia tomar para si muitas mulheres. Isso nos ensina que a vida sexual do líder é importante para o exercício de uma liderança saudável. A impureza sexual impede o exercício da liderança cristã. Paulo nos diz o mesmo em primeira Timóteo 3, o pastor deve ser marido de uma só mulher.
  5. O rei deveria ter uma cópia da lei. Deveria lê-la, conhecê-la, vivê-la. O líder cristão deve seguir esse mesmo padrão. Deve ter contato com a Palavra de Deus diariamente (Josué 1.8). Deve observar a lei de Deus com zelo e piedade, deve viver a palavra dia a dia (Tiago 1.23-25).
  6.  O rei deveria guiar seus súditos na lei do Senhor. O líder cristão deve guiar seus liderados na vontade de Deus expressa em sua Palavra. A autoridade do líder não está nele mesmo, mas, deve entender que é um comissionado, a autoridade da liderança cristã está na Palavra de Deus. O líder deve ser fiel a Palavra.

Davi quebrou alguns desses pontos, e acertou em outros deles. Davi foi um líder importante na história do povo de Deus, dele proveio o messias. Davi foi um homem piedoso, mas, que caiu em pecado algumas vezes, desobedecendo ao Senhor. Seu coração arrependido é mostrado de forma belíssima no salmo 51 que mostra seu lamento pelo pecado com a mulher de Urias. Poderíamos apontar vários pecados do rei Davi, mas, não é necessário, evidentemente a Bíblia nos mostra tais pecados e com isso sabemos que líderes e até grandes líderes do povo de Deus podem cair, podem errar e pecar gravemente. Isso nos mostra que somos pecadores, nos mostra que devemos lutar contra o pecado, nos mostra que devemos buscar a vontade de Deus e não a nossa no exercício da liderança na igreja.

A Liderança do Rei Josias

As histórias dos reis de Israel me chamam muita atenção. Na verdade, ao lermos o livro de Josué, Juízes, 1º e 2º Samuel; 1º e 2º Reis; 1º e 2º Crônicas; temos livros inteiros que tratam sobre lideranças do povo de Deus, lideranças boas e lideranças ruins. A história de Josias nos ensina muitas lições importantes para uma liderança genuinamente bíblica. O texto começa expondo algo valioso sobre esse grande homem de Deus:


Josias tinha oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém. Ele fez o que o Senhor aprova e andou nos caminhos de Davi, seu predecessor, sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda, (2 Crônicas 34.1,2)

O rei Josias foi um homem levantado por Deus para por em ordem o culto e todos os negócios do reino. Um homem de coragem e fé que foi zeloso pela Palavra de Deus. Josias é um exemplo clássico de líder bíblico e reformador. O sacerdote Hilquias achou o livro da lei do Senhor, isso causou uma grande reforma no reinado de Josias, o texto sagrado nos diz que quando o rei teve contato com a notícia disse:


Vão consultar o Senhor por mim e pelo remanescente de Israel e de Judá acerca do que está escrito neste livro que foi encontrado. A ira do Senhor contra nós deve ser grande, pois os nossos antepassados não obedeceram à palavra do Senhor e não agiram de acordo com tudo o que está escrito neste livro, (2 Crônicas 34.21).

Podemos ver claramente que a preocupação do rei era com o cumprimento da Palavra de Deus. Justamente o que era requerido em Deuteronômio 17. O versículo 15 do capítulo 34 de segundo Crônicas nos diz algo que vale para uma aplicação cabível aqui:


Hilquias disse ao secretário Safã: Encontrei o livro da Lei no templo do Senhor. E o entregou a Safã, (2 Crônicas 34.15).

O livro da lei estava perdido na casa do Senhor. Que ensino importante! A liderança cristã precisa estar sempre alerta a isso. Podemos estar liderando o povo de Deus sem a lei de Deus, podemos estar no templo e não acharmos o que é mais importante no tempo: a Palavra, a Lei do Senhor! A lei perdida no tempo, que tragédia.


Podemos aprender algumas questões bem peculiares na narrativa da história deste rei de Israel. Ele também foi um grande administrador da casa de Deus. Devemos compreender que lidar com dinheiro faz parte em muitos casos da liderança bíblica. Devido ao grande crescimento no meio cristão da charlatanice, muitos pastores e líderes se acanharam de falar sobre dinheiro e até mesmo de ensinar sobre isso. Como se fosse algo pecaminoso. Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre o inferno. Vejamos algumas lições importantes no texto bíblico sobre a liderança de Josias sobre a administração da casa de Deus.


Sucedeu que, no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou ao escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à casa do Senhor, dizendo: Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à casa do Senhor, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo, E que o deem na mão dos que têm cargo da obra, e estão encarregados da casa do Senhor; para que o deem àqueles que fazem a obra que há na casa do Senhor, para repararem as fendas da casa; Aos carpinteiros, aos edificadores e aos pedreiros; e para comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa. Porém não se pediu conta do dinheiro que se lhes entregara nas suas mãos, porquanto procediam com fidelidade, ( 2 Reis 22.3-7).

Desse texto podemos extrair algumas aplicações, vejamos:


  1. Josias delega a Safã. Um líder bíblico não é centralizador, mas compartilha a liderança e as funções, isso é um princípio sábio. O líder forja outros futuros líderes, treina-os e envia-os.
  2. O líder administra os bens sagrados para a glória de Deus e escolhe pessoas habilitadas para fazerem o trabalho.
  3. A liderança bíblica reconhece dons e talentos no meio do povo de Deus, ninguém sabe ou poder fazer tudo. A pessoa certa no lugar certo produz muito fruto.
  4. A integridade, a firmeza de caráter tem grande peso na liderança cristã, a fidelidade na administração dons bens divinos transmite ao povo liderado confiança, segurança e louvor a Deus pelo serviço feito e pelos líderes que Deus dá a seu povo.

Conclusão

A liderança espiritual bíblica pode usar sabiamente ferramentas do conhecimento humano, como administração, comunicação, pedagogia e psicologia. Mas, se ela não for regida por uma sólida base bíblica ela ruirá mais cedo ou mais tarde. O sucesso da liderança bíblica é integridade, piedade, temor ao Senhor. Toda liderança que seguir esses princípios será uma liderança bem-sucedida.


Líderes bíblicos, são líderes que amam a Deus e o servem de todo coração.


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Autor: Rev. Thomas Magnum de Almeida
Divulgação: Bereianos

domingo, 20 de agosto de 2017

Igreja sudanesa reivindica liberdade religiosa


Em um ato de ousadia e coragem, cristãos enviam carta ao governo do Sudão e se posicionam contra a perseguição no país

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A Igreja Sudanesa de Cristo, antiga denominação cristã no país, escreveu uma carta para o governo do Sudão protestando contra a “violação sistemática da liberdade religiosa cristã”. A carta inclui o incidente em que uma igreja da área de Suba, na capital Cartum, é destruída. “Esse é o movimento mais ousado que a liderança da igreja teve contra a constante pressão do governo”, explica um cristão anônimo por motivo de segurança.
Há anos, a igreja reivindica direitos de liberdade e se posiciona contra a opressão das autoridades políticas do Sudão, mas é a primeira vez que um ato como esse se propaga pelas redes sociais. As formas de perseguição no país são diversas. O governo proíbe a construção de novas igrejas, confisca propriedades e escrituras, restringe as viagens de líderes cristãos e até destrói igrejas.
Uma luta longa
A carta chegou às autoridades um dia antes do ataque à uma igreja que funcionava desde 1983. Além dessa, cerca de outras 25 igrejas estão listadas para serem demolidas. Segundo o governo, as terras onde elas estão foram designadas para outros propósitos.
A carta pede ainda que as instituições nacionais, regionais e internacionais de direitos humanos intervenham em nome da igreja no Sudão para garantir o fim das violações dos direitos. Também pede à presidência sudanesa que atribua terras às igrejas, que elas sejam registradas e recebam o direito constitucional de possuir propriedades em todos os Estados do país.
Pedidos de oração
  • Agradeça ao Senhor pelo ato corajoso dos cristãos de reivindicarem liberdade.
  • Orem por sabedoria e coragem para a comunidade internacional no envolvimento com o governo sudanês para resolução dos conflitos.
  • Interceda pelos governantes do país. Peça a Deus que a verdade de Jesus Cristo os alcance.

Fonte: Portas Abertas

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