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quarta-feira, 26 de julho de 2017

O cristão e o divórcio: O que de fato diz a Bíblia?

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Crente pode se divorciar? Como a Bíblia trata a questão do casamento, divórcio e novo casamento? Será que um cristão autêntico pode, depois de um divórcio, se casar novamente? A Bíblia permite um novo casamento para quem se separou?
Esse artigo surge da necessidade de explicar uma posição, e responder de modo definitivo o que está na prescrição bíblica sobre o tema. Obviamente não tratarei de todos argumentos e detalhes propostos pelas partes. E nem vou abordar exatamente aquilo que já foi expôs por outros.
Bem acertadamente John Murray disse “sobre esta questão, a igreja está, na prática, fortemente dividida”. Por um lado, vemos uma linha histórico-confessional afirmar a possibilidade do novo casamento para aqueles que se divorciaram – não sem algumas restrições. Entretanto há pastores famosos (não só de agora) que afirmam, quase que isoladamente, mas sem medo algum, que todos os novos casamentos – mesmo depois de um processo formal de divórcio – são, na verdade, relações (biblicamente) ilegais e adúlteras, ideia que sempre teve um bom número de adeptos.
É um tema importante, embora melindroso. Quase sempre quando falamos dessa matéria, aparece a acusação – brincadeira ou não – de que estamos procurando uma brecha para nosso caso; ou ainda “só defende isso quem é divorciado ou tem algum caso assim na família”; de outra feita, claro, há quem levante a voz a favor do caso, tentando constranger a outra parte do risco de amanhã ser ela a buscar o novo casamento!
Mas um cristão autentico não pode escolher qual doutrina cristã abraçar. Com temor e tremor, ele precisa abandonar toda a pretensão de ser capaz de dirigir sua vida, e então, se submeter a todas as ordens e instruções divinamente reveladas na Palavra. Afinal, Ele é sábio, santo e bom! E para nós pastores, o peso é ainda maior, pois não somos questionados sobre isso apenas por curiosidade ou interesse acadêmico. Muitas pessoas passam por problemas reais nessa área, e precisam ser consoladas e renovadas na esperança da clara, inequívoca, inerrante e suficiente Palavra de Deus.
VAMOS AO CASO
Ao tratar desse assunto, somos rapidamente lembrados de textos como: “Eu odeio o divórcio”, diz o Senhor, o Deus de Israel… (Ml 2;16)” ou “…o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mc 10;9) ou ainda “…a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive… (Rm 7;2)”, além é claro das falas diretas de Jesus sobre o assunto. Talvez por isso fica fácil perceber na cristandade pelo menos 3 teses concorrentes. Investigar qual delas é a que condiz com o todo ver revelado, subjaz no cerne desse artigo:

1- Qualquer divórcio é totalmente proibido na Bíblia;
2- O divórcio é possível em um único caso, mas o novo casamento é vetado;
3- Para único caso de divórcio possível é também possível um novo casamento.
Passando ao largo da fala de gente famosa, é fácil desconstruir a tese 1, afinal Moisés legislou sobre o assunto (Dt 24;1). E mesmo que apenas instituindo regras simples sobre o repúdio (uma forma de dizer ‘divórcio’), é tácito em todo o Velho Testamento: a prática ocorria! Isso é tão verdade que quanto Cristo foi questionado sobre o caso, ele não negou que Moisés deu orientações para situação. E mais, o Mestre usa dessa ‘permissão’, aplicando-a especificamente a relação sexual ilícita (Mt 5;31 e 32 e correlatos).
Já o apóstolo Paulo quando manda em 1Co 7;10 “…que a mulher não se separe do marido” também diz no verso 11, “se, porém, ela vier a separar-se…” – o que em si confirma claramente a possibilidade do divórcio (e aqui sem julgar o mérito da causa) – e mais, no v.15, diz: “se o descrente quiser apartar-se, que se aparte” acrescentando no v.16, “como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?”. Assim definitivamente caindo a tese 1 “não há base bíblica para o divórcio”, nem mesmo o apelo a fé em uma futura conversão serve de apoio para o constrangimento.
E se ainda ficou dúvidas, em especial quanto a Ml 2;16 (Deus odeia o divórcio) ali Deus condena haver vontade (ou causas) para o divórcio; se fala contra o abandono sem motivo ou por frívolas paixões. Em Mc 10;9 (o que Deus juntou…) pela análise do contexto, sabemos que Jesus não impossibilita o divórcio mas reafirma a óbvia prescrição divina da fidelidade. Assim temos que nesses textos, o Senhor põe limites a ocorrência da separação (divórcio, repúdio), legislando seus detalhes, diferenciando os casos uns dos outros.
UMA ALIANÇA FRÁGIL:
O casamento é uma aliança conjugal, pública e formal, de auxílio mútuo, cuidados, amor e fidelidade sexual entre um homem e sua mulher (CFW, cap. XXIV. II). Foi estabelecida por Deus antes mesmo da Queda (Gn 2;18). Deve ser mantido e protegido em qualquer circunstância. Esse pacto molda o início ideal da família, o modo pelo qual Deus ordinariamente decidiu exercer seu controle na Criação, revelar Seu Caráter a todas as criaturas (Gn 1;26 e 28) e trazer à existência os eleitos (o Seu Povo). Serve de figura para o relacionamento entre Deus e Israel; dá o pano de fundo para algumas histórias redentivas que apontam para Cristo Jesus. O apóstolo Paulo diz que essa aliança revela um grande mistério, Cristo e a Igreja (Ef 5;32).
Pensando assim a infidelidade conjugal ganha um aspecto ainda mais terrível. Afinal é um atentado direto, primeiramente a Deus, que estabeleceu as regras (inalteráveis) do próprio casamento – falando simplesmente: sexo só para um homem e sua mulher; abolindo ontologicamente qualquer configuração diferente. Mas tal coisa é também um abuso, ou blasfêmia contra o próprio Cristo, expondo a ignomínia a figura de sua santa relação com a Igreja. Não por outra razão, em mais de uma vez, o SENHOR demonstra especial ira contra esse tipo de traição – que é comparada a idolatria! Essa ocorrência, de forma mais terrível, é capaz de abalar e até ruir um casamento. Sendo alvo de uma legislação intrincada na lei mosaica, tem já no sétimo mandamento, “não adulterarás” (Ex 20;14)” sua condenação, e a desobediência desse preceito era para ser punida com a morte!
Ora, digno de toda honra (cuidado, manutenção, proteção) é o casamento sem pecado sexual (Hb 13;4). Mas quando uma das partes quebra essa aliança, trazendo para essa relação um terceiro (1Co 6:16)? Como fica a manutenção e proteção dessa Aliança uma vez quebrada? E se uma das partes simplesmente vai embora, some, abandona? Como manter aquilo que perdeu sua função de ser? E nesse ponto é importante lembrar que o apóstolo Paulo em 1Co 7;15,16 diz que em havendo o desejo do incrédulo se separar (ou literalmente se houver abandono, separação, divórcio, rompimento prático, efetivo dessa aliança) o cristão não fica preso nessa relação inexistente e, afinal ele não sabe se o cônjuge fará parte do povo de Deus para que possa alimentar esperanças[ii].
Em outras palavras como se pode exigir a manutenção de uma aliança com quem não quer ou não está em aliança, em especial da parte que ainda fielmente, muitas vezes enganada, suporta essa relação? Não há o que manter, o pacto foi quebrado! E não há porque se firmar numa esperança futura, antes o que é verificável dita as ações. Ou seja, não há obrigatoriedade alguma da outra parte manter-se numa aliança que uma vez foi rompida.
Assim descartamos a ideia de que não há provisão bíblica para o divórcio (tese 1) e também demonstramos o porquê há essa saída. É graça divina haver libertação de algo tão vil e maligno como a confusão sexual, em especial sob a tutela do termo cunhado por Deus para descrever a sublimidade da relação mais íntima de um casal.
PODE OU NÃO PODE:
Jesus fala de modo descomplicado – como lhe é próprio – sobre Casamento, divórcio e novo casamento em diversos momentos. Mas somente em Mateus 19:9 todos esses temas aparecem juntos de uma vez. É como diz John Murray “a passagem mais fundamental (…) particularmente porque é a única passagem do Novo Testamento na qual temos a combinação da cláusula de exceção e da cláusula do novo casamento”. Então compreender essa passagem trará a resposta definitiva nesse artigo, demonstrando biblicamente se para o divórcio possível é ou não também possível um novo casamento, ou seja, definindo se a tese 2 ou a 3 é a mais adequada com a Palavra.
Mateus 19:9:

“Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.”

O texto diz, mais literalmente:
“Digo-vos Eu, porém, todo e qualquer homem que mandar embora a sua esposa se não por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e aquele havendo casado com aquela que foi mandada embora, comete adultério.”
Ou parafraseando:
A não ser que seja por causa do sexo ilícito, quem se divorcia e se casa novamente comete adultério e quem se casa com esse divorciado também comente adultério.
É simples, temos três afirmações do Mestre, considerando já a indiferença dos gêneros:

A. Quem se divorciar se torna adúltero ao se casar com outra pessoa;
B. Quem se casar com esse divorciado, comete adultério;
C. A exceção é se o divórcio for por causa de alguma relação sexual ilícita;
O resultante delas é óbvio e definitivo – afinal quem fala sobre isso é Jesus, suas palavras são leis. Assim, pedir (ou dar) o divórcio (separar ou repudiar) não é a mesma coisa de cometer adultério; entretanto um divórcio, pode expor as partes ao adultério, em que pese um casamento com outra pessoa (ponto A e B), a não ser que o repudio (separação, divórcio) tenha sido causado por relações sexuais ilícitas (ponto C).
Isso fica patente pela maneira de Cristo impor que um casamento não deve se interrompe definitivamente por qualquer motivo (Ponto C). Interessantemente de modo semelhante, Paulo fala em 1Co 7;5 de concessão – não uma lei – o casal não pode se privar sexualmente um do outro, ou seja, romper (ou interromper) essa pactualidade de forma leviana, mas se eventualmente for necessário que seja em mútuo consentimento, por um tempo (ou seja não definitivamente) e no mais das vezes especificamente para alguma disciplina espiritual.
Assim, segundo Jesus (e Paulo em I Co 7), o divórcio só ocorre em definitivo, ao ponto de permitir que até um novo contrato de casamento seja firmado sem problemas, quando, e somente quando, é motivado por atos sexuais ilícitos que quebram a aliança ou por um abandono (divórcio, separação) que o torna nulo! Daí, como uma aliança, que já foi desfeita justamente, pode exercer algum impedimento sobre as partes? Ora, que liberdade esse que Paulo afirmar para o cristão abandonado mais ainda o prende a um casamento inexistente? O casamento acabou na prática, foi quebrada a aliança de amor e fidelidade; a parte fiel, está mantendo sozinho um acordo que era para os dois; como obrigar que essa aliança seja mantida e tenha seus efeitos sobre aquele que nada fez para quebrá-la? E mais, como uma aliança desfeita formalmente e por força da justiça ainda pode exigir obrigações, em especial da parte inocente do fim (ou quebra) dessa aliança? Não há como! O casamento que acabou num divórcio lícito, é definitivamente encerrado, as partes estão livres das obrigações. A aliança de outrora cessou!
ALGUMAS OBJEÇÕES COMUNS:
Primeira objeção:
Há quem afirme que a cláusula de exceção dita por Jesus (ponto C) nessa passagem de Mateus é apenas um complemento para fundamentar o direito ao repudio, e não do novo casamento. Normalmente citam as passagens paralelas e dizem, “em Lc 16:18 ou Mc 10:11 não consta da cláusula de exceção (ponto C), logo por esses textos Jesus nega a possibilidade de um novo casamento”.
Contra argumentação:
Ocorre que como já vimos (tese 1), divorciar não é a mesma coisa de adultério – se o divórcio pode levar ao adultério no caso de um novo casamento (ponto B), evidentemente divórcio e adultério são coisas diferentes – e como tanto em Lc 16:18 quanto Mc 10:11, claramente Jesus não está impedindo o divórcio por que então estranhamente em Mateus apareça a exceção pela ocorrência do sexo ilícito, como lançada apenas para o divórcio? Ora, o texto aborda a controvérsia do novo casamento. Essa passagem narra a expressão (ponto C) de Cristo, afirmando que o novo casamento feito depois de um divórcio, por causa de sexo ilícito, não é igual a adultério. Os detalhes extras presentes nesse trecho não podem sofrer abusos só para que sejam igualados a outras partes da Bíblia. Assim, aquilo que para esses é a força do argumento contra o novo casamento, se mostra a verdadeira fraqueza dessa convicção. Sobrando óbvio que as diferenças no Texto Sagrado, trazem outro (acréscimo) ensino aos demais. Nada que foi escrito é dispensável ou sem autoridade.
Segunda objeção:
Alguns argumentam que πορνεια (porneia) traduzido mormente por “relações sexuais ilícitas” no lugar da expressão μοιχαω (de μοιχος – moichos; literalmente adultério, usado para traduzir o 7º mandamento na LXX[iii]) limita a instrução de Cristo, na passagem em voga, ao ocorrido antes do enlace efetivo; que descreve o pecado (ou pecados) cometido no noivado (ou compromisso de casamento, segundo o costume dos judeus). Desse modo, a única exceção do divórcio lícito (ponto C) e consequentemente casamento novo (posterior) diz daquilo que foi cometido antes do vínculo formal e definitivo do matrimônio, e até antes de haver algum acordo nupcial.
Contra argumentação:
O termo πορνεια (porneia) era de uso comum (os correlatos aparecem mais de 50 vezes na LXX) para descrever a prática (aparentemente corriqueira) da prostituição, leviandade, promiscuidade e depravação sexual já da época, logo, μοιχος (moichos: adultério) está inserido no conceito. Literalmente o que Cristo fez foi ir além do óbvio, ele informou que há mais práticas que atentam contra a fidelidade conjugal. Ele fez exatamente isso quando disse que olhar uma mulher com intenções impuras é o mesmo que adulterar (Mt 5;32 – o termo traduzido por adulterou é μοιχος – moichos) ou ainda nos versos anteriores quando discorre sobre assassinato e ódio. Sabendo que havia outras formas de desfazer um compromisso de casamento (noivado), sem que fosse num repúdio (ou divórcio), não faz sentido algum dos fariseus questionarem Jesus acerca do fim de um compromisso de casamento, e nem dele legislar que só era justo o fim de um noivado por evidente pecado sexual. E mais, havia sentença de morte e não um processo de divórcio sobre a moça prometida em casamento que teve relações com outro antes mesmo do casamento (Lv 22;20,21 e 23). Fora que é fácil demonstrar o uso do termo repúdio no Velho Testamento para caso de quem já literalmente consumo o casamento.
Terceira objeção:
A morte presumida do adúltero, ou “quando Jesus permitiu o novo casamento ele tinha em mente a morte certa do adúltero, por isso a cláusula de exceção (ponto C)”.
Contra argumentação:
Bem comum, mas também bastante flácida, não é razoável afirmar que essa exceção de Jesus para o novo casamento está apoiada na previsibilidade da pena de morte como fim natural do processo de divórcio (repúdio). Essa sentença nem era certa. E mais, morte de adúlteros não era tão comum assim nem na época de Jesus, e nem antes, haja vista as inúmeras histórias bíblicas de adultérios que não culminaram com a morte de ninguém em todo a VT. Mas que isso, se assim não fosse, para que haveria notação proibitiva do casamento com repudiados no fim da passagem, desde quando na Bíblia há casamento com mortos?
Quarta objeção:
“Você tem que perdoar setenta vezes sete!” Ou, o cristão tem que fazer tudo para manter o casamento, inclusive perdoar e suportar o adultério.
Contra argumentação:
Pode haver restauração, mas isso é uma possibilidade. O perdão e reconciliação entre os cônjuges cristãos[iv] que tiveram a aliança rompida por um adultério, é muito mais que aconselhável, certamente é o preferível e precisa ser buscado, mas não pode haver desculpas, desconsideração, desqualificação do pecado, especialmente em nome de uma piedade – falsa, claro! – ou espiritualidade extremista, porém incompatível (desobediente, diabólica) com as Santas Escrituras. O mesmo Jesus que instou a perdoar setenta vezes sete, também permitiu o fim do casamento por causa de sexo ilícito; não seja impertinente querendo ser mais santo que Jesus. Ora, quanto aos ímpios, impuros, adúlteros, que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Não se ponha (ou se mantenha) em julgo desigual. A condescendência ao adultério é tão nojenta quanto o adultério em si (Is 5;20, Pv 26;10, Lv 10;6, Et 4;14), e por isso mesmo a outra parte, sob hipótese nenhuma, pode manter-se nessa condição, sob o risco de também ofender ao SENHOR. Negar tal verdade é tão obtuso (Jo 14;26) e perigoso quanto esconder qualquer outro aspecto da verdadeira religião (Mt 5;17 a 20). Pensar assim é tanto lançar os irmãos (o cônjuge fiel) ao incerto, o obrigando muitas vezes a se unir (1Co 6;15 a 19) em uma só carne com prostitutas – além das demais consequências físicas (Rm 1;27) – quanto chamar o certo de errado e o errado de certo! E mais, quando depender de nós, empreendamos todos os esforços para a paz (certamente aplicável na manutenção do casamento, propósito divino) mas o que fazer quando a coisa vem pelo outro?
Quinta Objeção:
O verso 10 de Mt 19 (Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar) não aponta que Jesus tenha vetado de forma tão definitiva o novo casamento, que deixa os discípulos assustados?
Contra argumento:

O v. 10 demonstra o descontentamento dos discípulos com as intrusões de Jesus, mas antes dela sugerir uma releitura da clara afirmação no verso 9, em especial quanto a extensão da cláusula de exceção, tal passagem aponta que o coração humano, mesmo do que segue Jesus, está mais propenso a se desviar da direção divina e então assumir saídas aparentemente melhor no no fundo inconvenientes e insanas, que trarão consequências pesadas (lembre-se de Abraão e Ismael). Sempre o melhor é seguir a vontade prescrita de Deus e não se desviar nem para a direita e nem para a esquerda, mas ter coragem para fazer exatamente tudo o que Deus mandou.

Sexta objeção:
“A mulher está ligada ao marido enquanto esse for vivo” citando o apóstolo Paulo em Rm 7.
Contra argumentação:
Simples, de fato a mulher está ligada ao marido enquanto esse for vivo, e não ao ex-marido. Se a aliança acabou, obviamente não pode exercer domínio sobre as partes. Claro que no contexto da fala paulina não havia a necessidade dele esclarecer isso, pois ele não trazia norma para o casamento mas estava tomando emprestado uma situação local para exemplificar uma doutrina.
Sétima objeção:
“O casamento é indissolúvel”, ou “Jesus se mantém fiel na aliança conosco e por isso devemos também permanecer na aliança do casamento”.
Contra argumentação:
Note como isso é sério, fora não entender as óbvias diferenças entre o tipo e o antítipo, entre o casamento e aquilo que ele representa Cristo e a Igreja (Ef 5;31,32), estamos dizendo que o Senhor não pode, não tem a liberdade (Rm 9;14 a 16), para se apartar de nós. Nos esquecendo que sua permanência (ou insistência) é tão somente pela Graça Incondicional. Ele é fiel a si, e não a nós ou mesmo a alguma moralidade residente per si. A Aliança entre nós (eleitos) e nosso Deus, é indissolúvel por causa dEle, que se obriga a manter a relação e não por causa de uma obrigação moral que detenha Deus, ou por algum detalhe no Pacto que o aprisiona! Deus tem todo o direito de nos despedir e de constituir outros para si como Povo. E tanto poderíamos apontar a ruptura definitiva da aliança com os israelitas, já no exílio babilônico (lembre-se, as 10 tribos que se separaram ao norte, foram simplesmente apagadas do mapa), quanto o fim da relação com os próprios judeus (como povo exclusivo), quando Espírito Santo foi derramado também sobre os gentios, e antes disso tudo, com a caminhada no deserto por 40 anos, e ainda temos o triste, mas não menos justo, divórcio coletivo – a mando divino – nos tempos de Esdras (Cáp. 8 e 9) que obviamente precedeu novos casamentos… Se não fosse a obediência ativa de Cristo, imputada a nós, seu povo, nós teríamos o mesmo fim (Hb 6;4 a 8), seriamos abandonados a nós mesmos. Mas Cristo, em si mesmo, é que nos “mantém fiel nesse casamento”, afinal Deus provando seu amor, em nos conceder no Amado toda sorte de benção, e nisso também o espírito de filhos (Rm 8;15), com o qual clamamos “Aba, Pai” e laboramos pela santificação, sem a qual ninguém verá a Deus. E assim, e só assim, que a Noiva de Cristo é sem mancha e sem mácula (Ef 5;27, 2Co 11;2, Ef 1;4, Jd 1;24, Cl 1;22). Não se compare a Deus, você não é capaz de garantir nem a sua fidelidade, que dirá do outro. Além disso não pode imputar justiça (fidelidade) a ninguém!
CONCLUSÃO:
É preciso reconhecer que muita gente boa já trabalhou esse assunto. Analisando textos e mais textos, e subjugando tudo a uma exegese profunda, intrincada, complexa e por vezes indecifrável. Mas longe de tudo isso – não por mero simplismo, mas por uma convicção que me prende, digo: o Texto é Revelador – não se pode afirmar nada contra a simplicidade da leitura natural de um texto normativo da Bíblia. O Texto Sagrado não é, e não pode ser gnóstico, sob o risco de imaginarmos que a ação do Espírito fica na dependência do academicismo e não pela fé de se achegar a Palavra.
Ele nunca ficou sem testemunha! De forma que as questões mais complexas, questiúnculas e preciosismos quanto aos detalhes das línguas originais, em especial que artificialmente surgem nesse assunto, devem ficar para os especialistas. Descansemos no conhecimento médio, que sempre esteve estabelecido na Igreja, seja nas regras históricas e difusas das políticas de equivalência nas traduções, seja nas múltiplas línguas em que já fora vertida a Palavra de Deus, por vezes até milenares.
Então negar que haja um (único tipo de) divórcio bíblico, quer seja pela pronta afirmação mal compreendida, “o casamento é indissolúvel”, quer seja pelo simulacro piedoso “o cristão deve sempre perdoar” – dois modos comuns de impor aos casados aquilo que Deus não impôs – é desrespeitar o Texto, e insistir em pregar algo que não tem apoio bíblico, um erro terrível. Impor que uma aliança quebrada e formalmente encerrada ainda exerça obrigações sobre quem já não está preso a ela, é até bobo. Além disso – que não é pouca coisa – ao assumirmos que não há possibilidade de divórcio bíblico (obviamente incluso o direito da parte fiel propor novas núpcias depois do casamento ser devidamente extinto) desvalorizamos o leito conjugal sem mácula, igualando o casamento fiel com o infiel, quanto diminuímos a doutrina das Alianças com Deus.
Para os com problemas no casamento: Divórcio não é uma opção! Ele só é remédio para quando a Aliança foi rompida. Mesmo assim a reconciliação, a restauração é algo que se deve considerar em primeiro lugar. Usando como alegoria a passagem de João 2 (o casamento em Caná da Galileia) Jesus é capaz de transformar água em vinho! A obediência a Palavra de Deus pode mudar consideravelmente os rumos do seu casamento. Outra coisa, não espere a coisa ficar terrível para então pedir ajuda, certamente seu pastor está a disposição para tratar do caso.
Para os divorciados: A obediência é a única opção. Se há como restaurar o casamento é isso que você deve fazer. Mas lembre-se essa aliança tem regras claras e imutáveis, que não estão disponíveis para alterações. O casamento deve ser feito no Senhor, e isso diz da restauração dele também. Um crente não deve retornar ao enlace (que uma vez foi desfeito) com um descrente; casamento misto (crente e descrente) é pecado, recasamento também! Não é correto se pôr em julgo desigual sob o pretexto de restaurar a família. Mas é melhor casar que viver abrasado, orienta também o apóstolo Paulo, assim como o casamento foi dado para o auxílio e para ajudar na continência sexual, convém que aqueles que ainda possuem desejos, se casem no Senhor! Mormente isso demandará um processo longo e cuidadoso, a Igreja pode te ajudar muito nisso.
Para os que se casaram novamente: Não encare seu novo casamento como um adultério, pode não ser mesmo o caso. Romper essa nova aliança não é a saída. Em especial quanto a coisa já aconteceu há tempos. Claro que tudo deve ser visto com cuidado e novamente seu pastor e sua igreja poderão ajudar muito. Por fim, lembrando que já houve outra história de fracasso matrimonial, se esforce, no exemplo de Cristo, para que esse novo casamento seja mesmo novo, e não só uma reedição com outros personagens da história antiga.
Para os adúlteros: Deus abomina o que você tem feito! Não pense que sempre haverá tempo e escapatória. Lembre-se, os adúlteros não herdarão o Reino dos Céus (1Co 6;9 e 10). Se arrependa agora, confesse seus pecados, em especial para seu cônjuge. Peça perdão também para Deus, e também sua ajuda para a mudança de comportamento. Procure o seu pastor e se submeta a disciplina eclesiástica aplicável. Não tente racionalizar sua atitude, e nem culpe o outro por qualquer razão que você possa pensa existir.
Para cada um de nós: Visto que nós por nós mesmos nada podemos fazer, revistamo-nos de maior humildade, e clamemos ao Pai que santifique a nós e nosso cônjuge para que não venhamos a experimentar tamanha oposição em nossa própria carne, e não imponhamos aos outros, cargas que não somos capazes de carregar e nem mesmo são justas diante de Deus. Antes, ensinemos a verdade sem receios e libertemos os aprisionados através desse conhecimento (Jo 8;32).
Apêndice
A fala de alguns pregadores famosos que pensam assim também:

D.M.L-Jones, no famoso Estudos no Sermão do Monte aponta exatamente isso:
“O divórcio, quando legítimo, põe fim a toda e qualquer vinculação anterior, segundo ensinou o próprio Senhor Jesus. O relacionamento daquele homem para com sua esposa tornou-se o mesmo como se ela tivesse morrido; e este homem inocente tem o direito de casar-se de novo. Mais do que isso, se ele é um homem crente, então tem o direito de ter um casamento cristão. Porém, nesse caso, somente ele teria esse direito, e não ela; ou vice-versa, caso o culpado tivesse sido o homem.”

John Murray conclui seu artigo de análise das passagens em voga, dizendo:
“…este afastamento (o repúdio por causas de fornicação) tem o efeito de dissolver o vínculo do casamento; como resultado de que ele é livre para voltar a se casar sem, assim, incorrer na culpa do adultério. Em termos simples, isso significa que o divórcio em tal caso dissolve o casamento e que as partes não são mais marido e mulher.”

John Stott, depois de boas considerações pastorais afirma no livro Contracultura Cristã:
“A única situação em que o divórcio e o novo casamento são possíveis sem transgredir o sétimo mandamento é quando o casamento já foi quebrado por algum sério pecado sexual. Neste caso, e só neste caso, Jesus parece ter ensinado que o divórcio seria permissível, ou pelo menos poderia ser obtido sem que a parte inocente adquirisse mais tarde o estigma do adultério.”

Matthews Henry, em sua grande obra:
“Jesus permite o divórcio em caso de adultério; sendo que a razão da lei contra o divórcio consiste na máxima: “Serão dois numa só carne”. Se uma parte se prostituir e se tornar uma só carne em adultério, a razão da lei cessa, e também a lei. (com alterações)”.

Willian Hendricksen, em seu comentário ao evangelho de Mateus:
“…infidelidade conjugal é um ataque à própria essência do laço matrimonial. No presente exemplo, é a parte infiel quem está “separando” o que Deus juntou. Até onde vai o registrado, essa é a única base que Jesus mencionou para dar à pessoa inocente o direito de divorciar-se de sua esposa e casar-se novamente. (com alterações)”
Esli Soares
É pastor presbiteriano a 10 anos, atualmente titular da 4º Igreja Presbiteriana de Boa Vista – Roraima (RR)


Fonte:CCN

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Jogador recusa contrato de R$ 166 milhões para obedecer a Deus: “Confio no Senhor” Kirk Cousins se recusou a ser o segundo jogador mais bem pago por média na história da NFL para seguir uma direção de Deus.


Pare, Leia e Pense!

Kirk Cousins atua na equipe Washington Redskins na Liga Nacional de Futebol Americano. (Foto: Reprodução)


O atleta Kirk Cousins teve a oportunidade de ser o segundo jogador mais bem pago por média na história da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano), mas se recusou para seguir uma direção de Deus.

Dirigentes da equipe Washington Redskins ofereceram US$ 53 milhões (equivalentes a mais de R$ 166 milhões) e garantiram um total de US$ 72 milhões para cobrir as lesões.

Enquanto a maioria das pessoas aceitaria prontamente uma oferta como essa, Cousins decidiu seguir uma direção que foi conduzida por Deus.

“Minha fé está dirigindo esta decisão”, disse Cousins à CBS Sports. “Eu sinto que Deus está me levando a tomar esta decisão e está me dando paz”

Tomar uma decisão com base na orientação de Deus não é novidade para Cousins, que acredita que não estaria na NFL sem a ajuda divina.

“Ele me trouxe para Washington (capital dos Estados Unidos). Ele tinha um plano para mim”, afirmou Cousins à CBS Sports.

“Eu não sabia seria futebol ou outra coisa, mas Ele me colocou em Washington por uma razão. Acredito que, com todo o meu coração, eu fiquei contente em ser paciente, dar um tempo para ter certeza e continuar esperando no Senhor”, acrescentou.

Cousins ​​também contradisse os opositores que questionaram sua decisão, afirmando que Deus foi decisivo em seu passado e continuará influenciando o seu futuro.

“[Deus] revelou que Ele fez muito mais em minhas cinco temporadas aqui em Washington do que eu pensaria que fizesse”, contou o jogador.

“Aqui eu sento e as pessoas estão dizendo: ‘Parece que ele está num beco sem saída. Depois deste ano, o que vai acontecer com o Kirk?’ Eu diria a mesma resposta: ‘Estou confiando no Senhor’”, afirmou.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE DESERET NEWS

A Importância da Teologia Sistemática Para o Aconselhamento Bíblico

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Autor: Rev. Thomas Magnum de Almeida

Introdução

A prática do aconselhamento Pastoral¹ tem sido estudada por muitos teólogos como uma atividade pastoral e cristã. O aconselhamento bíblico é ensinado nas Sagradas Escrituras e é também um meio de ensino da Palavra. Ao tratarmos do aconselhamento pastoral, no entanto, precisamos partir de algum lugar. Esse ponto inicial deve ser, de fato, alicerçado na rocha e não em areia. Ao observarmos todo o conteúdo das epístolas no NT notaremos que a estrutura que encontramos em parte teológica (teórica) e em parte prática, se bem que essa divisão se dá por uma necessidade pedagógica, mas, toda teologia de fato redunda em doxologia. Ao tratar teologicamente, por exemplo, no início de Colossenses sobre a divindade do Filho e o conhecimento de Deus, isso é a base, o fundamento para se tratar de questões práticas que virão na epístola, a seguir nos capítulos posteriores.

O presente artigo visa tratar da importância desse fundamento para a prática pastoral do aconselhamento. Partindo, então, para reflexão da importância da doutrina ou, em nosso caso, da teologia sistemática para o conselheiro.

As Divisões da Teologia e o Aconselhamento Bíblico

Ao tratarmos, então, das divisões da teologia podemos distinguir em – Teologia Exegética, Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, Teologia Histórica e Teologia Prática.

Essa divisão é seguida como sequencial no trabalho teológico, na verdade, existe essa necessidade estabelecida, mas, temos aqui algo interessante pelo fato de nosso foco estar na Teologia Sistemática como instrumento de demanda do aconselhamento bíblico. Evidentemente a Teologia Sistemática não opera sozinha. Ela necessita da Teologia Exegética e também da Teologia Bíblica. Mas, de fato, como podemos distinguir essas divisões para que a questão fique clara ao nosso entendimento?

A Teologia Exegética se ocupa de extrair do texto seu sentido pretendido pelo autor. O exame gramatical, através da linha de interpretação adotada pela reforma, que é histórico-gramatical, o interprete deve ocupar-se de chegar o mais perto possível na pretensão do autor inspirado.

A Teologia Bíblica irá trabalhar na progressividade da revelação divina dada ao povo de Deus no processo histórico, isso é denominado de História da Salvação, outros autores chamam de método histórico-redentivo. Bem como a Teologia Exegética, a Teologia Bíblica é de suma importância para o trabalho do teólogo, sem essas duas partes da teologia teremos uma Teologia Sistemática sem sustentação solidamente reformada e ortodoxa.

Chegamos, então, a Teologia Sistemática que é a organização de todo trabalho feito pela Teologia Exegética e a investigação histórico-redentora feita pela Teologia Bíblica. A Teologia Sistemática irá tratar, então, do que antes era chamado de Dogmática, as doutrinas centrais da fé cristã. A Sistemática pretende esboçar e aprofundar doutrinas encontradas nas Escrituras, sistematizando os textos encontrados na Bíblia. O trabalho da Teologia Sistemática é de suma importância para a Reforma Protestante e para Teologia Calvinista, podemos exemplificar isso com as confissões de fé oriundas da teologia reformada. A Teologia Sistemática aponta todas as referências bíblicas sobre um tema teológico, tratando-o criteriosamente. A Sistemática é de grande valor para o ensino catequético na igreja, para o ensino infantil, de jovens e adultos na igreja. A Sistemática foi e é útil para dar respostas as heresias. De fato a Teologia Sistemática é apologética. Ela se preocupa em defender as bases doutrinais do credo cristão, aquilo que cremos quanto igreja cristã.

A Teologia Histórica é uma investigação da evolução do dogma na história da Igreja. Como a Igreja chegou a questões mais elaboradas, por exemplo, sobre a divindade de Cristo, as duas naturezas, a união dessas naturezas, a divindade do Espírito Santo, a Trindade, canonicidade dos livros da Bíblia e assim por diante. A Teologia Histórica irá documentar todo o processo histórico das controvérsias teológicas, dos concílios, dos debates, das apologias e construção sistematizada da dogmática².

Na Teologia Prática temos, então, a aplicação de todo o labor teológico-interpretativo que vimos anteriormente. Esse ramo da Teologia aplica a vida da igreja o ensino bíblico. Quais são as aplicações práticas da doutrina de Deus para a vida da igreja? Qual a importância da doutrina da eleição? Qual a importância da doutrina do pecado?

A Teologia Prática tem relação com o aconselhamento bíblico, que por sua vez precisa da Sistemática e das demais divisões supracitadas. O que temos, então? Temos uma necessidade de domínio dos campos da teologia para o aconselhamento, por isso as grandes implicações que são carregadas da necessidade de o pastor ser um teólogo. O conhecimento da metodologia teológica³ é crucial para um bom trabalho de aconselhamento aliado a uma vida piedosa por parte do conselheiro.

Temas da Teologia Sistemática importantes para o aconselhamento

Ao adentrarmos nas necessidades humanas e nos inúmeros problemas e complexidades da mente e da alma do homem, temos um grande problema no que se refere as respostas que precisam ser apresentadas a esses problemas. No aconselhamento pastoral o conselheiro irá se deparar com inúmeras situações difíceis e questões que exigirão o mínimo de preparo teológico. De fato, há situações no aconselhamento que a experiência será fundamental, mas, não haverá boa experiência sem bom domínio teológico. Questões profundas como ideologia de gênero, aborto, ideoloatria⁴, questões complexas envolvendo casamento e filhos. O conselheiro deve conhecer a sua base doutrinária com considerável profundidade para que não seja enganado pelo seu coração, piedade para com o aconselhando⁵.

Então, com isso devemos ponderar que todo problema enfrentado no aconselhamento se dará por um tronco comum, o pecado. Mesmo que o aconselhando não seja agente direto do problema, o problema só é problema por causa do pecado. Aqui temos a importância do conselheiro conhecer essa doutrina. Com uma concepção errada sobre o tema tudo muda. Por exemplo, na abertura do primeiro capítulo das Institutas⁶, nos diz Calvino:


O Conhecimento de nós mesmos nos conduz ao conhecimento de Deus. Quase toda a soma de nosso conhecimento, que de fato se deva julgar como verdadeiro e sólido conhecimento, consta de duas partes: o conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos. Como, porém, se entrelaçam com muitos elos, não é fácil, entretanto, discernir qual deles precede ao outro, e ao outro origina.

A pergunta que devemos fazer depois de lermos essa colocação de Calvino é: Como podemos, então, aconselhar sem o devido conhecimento do que é o homem e de quem é Deus?

Não podemos desprezar isso, como não podemos ir ao texto bíblico sem um pressuposto fundamental: Deus existe e se revelou de forma especial nas Escrituras. Temos um pressuposto confessional com fundamentação dogmática. Esse ponto serve como uma breve introdução a importância de cada doutrina fundamental para o aconselhamento. Sem um alicerce teológico sistemático o aconselhamento poderá flertar, por exemplo, com abordagens humanistas, psicologizadas, secularizadas e até paganizadas. Sem a baliza da confissão doutrinária (uma teologia sistemática, portanto), teremos um desastre no trabalho do aconselhamento.

Dada essas considerações, então passemos a uma questão importante, o que é o aconselhamento bíblico?

À luz de uma palavra-chave do Novo Testamento – nome grego nouthesia e verbo grego noutheteo –, aconselhar é biblicamente instruir, encorajar, avisar, acalmar, amansar, advertir, admoestar, exortar, corrigir; numa palavra, aconselhar. Esse termo descreve na Bíblia o modo como devemos ajudar ou aconselhar outros crentes⁷.

Temos, então, um trabalho de instrução, ensino e correção. Isso se dá pelo trabalho do aconselhamento bíblico e somente essa abordagem é permitida pela Bíblia para o trabalho pastoral, assim nos diz Jay Adams:


A Bíblia é a base para o aconselhamento cristão por causa de tudo que representa, ou do que está envolvido no aconselhamento (mudança de vida a partir da mudança de valores, crenças, relacionamentos, atitudes, comportamentos). Outra fonte poderia nos fornecer um padrão para tantas e tais mudanças? Que outra fonte nos diria como realizar tais mudanças de modo que agrade a Deus?
Esta suprema razão pela qual outros fundamentos para o aconselhamento devem ser rechaçados. Não somente porque não são necessários (A Bíblia é suficiente – o único, que é conselheiro nos proveu para o ministério de aconselhamento), mas também porque, buscando fazer a mesma coisa (sem as Escrituras e sem Espírito Santo), tais fundamentos são também adversários.
Como futuros ministros da Palavra, sejam somente isso – apenas isto, nada além disto – ministros da Palavra! Não abandonem a Fonte de água viva troncando-a pelas cisternas rotas dos modernos sistemas de aconselhamento⁸.

Adams é conhecido como um dos grandes peritos em aconselhamento bíblico do nosso tempo, seguindo uma abordagem sistemática na prática do aconselhamento pastoral cristão. Partindo da questão que como professantes da teologia reformada e defensores do sola Scriptura uma abordagem psicológica diminuirá e transtornará nossa confissão na suficiência das Escrituras. Omitir a aplicação das soluções bíblicas aos problemas é favorecer a continuidade das condições pecaminosas. Aceitar esses problemas e acomodar-se a eles contraria as ordens de Deus. O conceito de adaptação do pecado é antibíblico⁹. Percebamos que a questão no aconselhamento é de teologia prática, mas, precisará da doutrina bíblica que define o que está errado. É a doutrina que dá o diagnóstico do problema do aconselhando.

Sobre o desafio do aconselhamento bíblico frente a várias abordagens é importante dizermos que


Para o conselheiro cristão, a Palavra de Deus deve ser mais que uma rede de opções interpretativas para a aceitação ou negação das declarações psicológicas; a Bíblia é o instrumento prático do qual o conselheiro deriva sua autoridade funcional e final, sendo aceito como a autoridade determinativa em antropologia. As Escrituras servem como a única fonte confiável para a terminologia do diagnóstico e do remédio usados pelo conselheiro cristão. A Palavra de Deus possui o sistema teórico exclusivo por meio do qual os problemas da alma podem ser apropriadamente interpretados e resolvidos. Mais importante ainda, ela declara possuir autoridade exclusiva em defender a significância e propósito para a vida do ser humano. Quando colocada em justaposição com o conselho do homem, a superioridade e abrangência da Palavra de Deus é inequívoca. O propósito de Deus para a vida do homem prevalecerá¹⁰.

Feitas essas considerações preliminares, agora trataremos da importância de doutrinas chaves na abordagem noutética, partindo, então, de um foco sistemático para o aconselhamento bíblico.

A Trindade

Ao partirmos para o aconselhamento precisamos olhar para a fonte de todo bem, toda beleza, toda perfeição, toda comunhão, todo poder, toda graça: O triúno Deus. Deus é o axioma básico para onde vamos. A questão ontológica aqui é essencial para determinar qual a pressuposição da teologia que adotamos. Se uma proposta teológica começa no homem tudo muda, o curso de todo pensamento irá mudar, as conclusões irão mudar. Partindo da doutrina de Deus teremos, então, o alicerce para uma cosmovisão teoreferente. Ao lidarmos com conceitos teológicos como teoreferência precisamos ter claro em nossa pesquisa duas questões sobre o tema de modo geral:


  1. A cosmovisão é a forma que encaramos tudo que nos cerca, é a percepção natural ou religiosa do que nos envolve e nos dá sentido. A cosmovisão é o meio pelo qual qualquer trabalho de aconselhamento é feito, não há ensino, pregação ou aconselhamento sem cosmovisão.
  2. O pressuposto se vale a base axiomática que fornece a certeza para a cosmovisão. Um pressuposto errado levará a uma abordagem errada no aconselhamento. O posicionamento do que temos como axiomas fundamentais ditará que tipo de aconselhamento se estará fazendo. Aqui podemos pontuar o axioma ontológico e epistemológico que serão fundamentais no aconselhamento bíblico.
A doutrina de Deus nos é cara para tudo que vamos produzir e pensar em teologia, como foi dito antes, se aqui estivermos lançando um alicerce errado tudo desmorona. A doutrina de Deus determina se tudo fica de pé ou cai. Carl Henry¹¹ irá nos dizer que a questão do axioma é muito importante para o desenvolver do pensamento teológico. No axioma temos, então, uma divisão importante – o axioma ontológico e o axioma epistemológico. Tomando axioma como nosso ponto de partida para tudo que sucederá, Deus como o ponto primário, por Ele ser o princípio, ou seja, Deus é a gênese de toda criação. Tudo que existe fora de Deus é criação. Nada é auto-existente, nada está fora do controle criador e soberano de Deus, isso é fundamental como princípio teológico para o aconselhamento. Aqui, então, podemos começar a apontar o motivo básico cristão em seu primeiro ponto: a criação. Deus é o criador onipotente. Devemos sempre atentar para alguns textos que corroboram isso:


Então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata acumulada, (Jó 22:25).
Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito, (Gênesis 17:1).
E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; (Gênesis 28:3).

O que temos de importante a notar nesses textos? É o Deus Todo-poderoso quem governa tudo e todos, é Ele quem abençoa os homens, é Ele quem dá sua Lei aos homens e exerce soberania sobre eles.

As Escrituras

A Escritura é, portanto, o axioma epistemológico. Dela temos a revelação especial sobre o Deus criador e redentor. Não teremos outra base senão as Escrituras para basearmos nossa epistemologia. Ela, e somente ela, é quem governa a Igreja, Deus fala com seu povo na sua revelação especial, através da Bíblia Deus se deu a conhecer como Deus criador¹² e redentor. Se partirmos de outra fonte estaremos, de fato, violando o sola Scriptura para o aconselhamento, não desmerecemos as contribuições da psicologia no campo da educação e de certas terapias o que tem que ver com questões orgânicas, mas, para assuntos relacionados a alma, comportamentos pecaminosos, somente a Escritura pode gerir e legislar sobre o indivíduo, visto que estamos falando da Palavra inspirada de Deus, vejamos pois:


Toda a Escritura é inspirada por Deus é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça... (II Tm 3.16, NVI)
Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. (2 Timóteo 4.2)

Esses dois textos mencionados nos mostram, de forma particular, a utilidade da Palavra para a obra do ministério. A Palavra é útil, ela repreende, exorta e isso deve ser feito pelo pregador/conselheiro com paciência, mas, aqui nos chama a atenção – doutrina. Todo trabalho do aconselhamento nos é confiado pela Escritura como manifestação da aplicação da santa doutrina. Vejamos mais alguns textos:


Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Ensine os homens mais velhos a serem sóbrios, dignos de respeito, sensatos, e sadios na fé, no amor e na perseverança. Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada. Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem prudentes. Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; (Tito 2.1-7)

Observemos os textos grifados, a sã doutrina é de extrema importância para todo o processo de discipulado e abordagem redentora na obra do ministério. Paulo começa dizendo, fale o que convém a sã doutrina. Não acrescente. Ensine, encoraje e mostre integridade e seriedade em seu ensino. Isso é muito importante! Sem a doutrina e a prática dela o conselheiro não tem autorização divina para tal trabalho.

O Homem

Temos, então, um outro ponto importante no nosso estudo. Sem a real compressão do que é o homem podemos incorrer em muitos erros, é aqui que devemos ter cuidado com as correntes da psicologia secular, que vão falar muito sobre o homem, mas, a partir do próprio homem. O trabalho do aconselhamento deve ser feito com base numa visão teológica do homem e não numa visão humanista, secularista e naturalista. Sem o pressuposto correto tudo muda, tudo fica de pé ou cai. Se o homem é o pressuposto todo o trabalho de aconselhamento será humanista e secularizado, cheio de erros e contradições. Se o pressuposto é Deus, o homem será avaliado pela revelação de Deus e, tendo Deus como centro e a partir dele como Trindade, o homem será analisado em sua unidade e sua pluralidade, a Trindade é o parâmetro para a análise do homem. Alguns pontos precisam ser elencados quando tratamos disso e devem ser considerados no aconselhamento pastoral e bíblico:

  1. O homem foi criado a imagem de Deus (Gn 1.26);
  2. O homem caiu no pecado (Rm 3.23; 6.23);
  3. O homem precisa de redenção (Rm 3. 11,12);
  4. A redenção do homem está em Cristo e sua morte e ressurreição (Jo 3.16).

Estes são princípios de uma antropologia bíblica que, obrigatoriamente, serão necessários para o aconselhamento.

O Pecado

Como consequência da nossa visão antropológica teremos a doutrina do pecado. O homem foi criadoImago Dei, mas, caiu, essa imagem permanece nele, mas, radicalmente afetada pelo pecado. Em teologia chamamos isso de depravação total. Comecemos, então, pelo que não seria a depravação total.


  1. Não quer dizer que, absolutamente, o homem cometerá todo tipo de pecado que ele puder cometer;
  2. Não quer dizer que o homem caído cometerá todo tipo de maldade que ele puder;
  3. Não quer dizer que o homem caído cometerá todo tipo de imoralidade no campo ético e sexual que puder cometer.

Esses pontos são importantes. Porque a graça comum freia o pecado dos homens, ainda que eles pequem, mas, não pecam tudo que poderiam e tem capacidade. A potencialidade do pecado é refreada pela graça comum para a manutenção da ordem do mundo e das criaturas.

Mas a depravação total quer dizer que


  1. O homem está destituído da glória de Deus (Rm 3.23; 6.23);
  2. Que as suas obras de justiça são imundas diante de Deus (Is 64.6);
  3. O homem caído é inimigo de Deus (Jo 3.36);
  4. As obras da carne militam contra Deus (Gl 5. 19-21).

A questão que deve ficar clara, primeiro aos olhos do conselheiro e depois do aconselhado, é que todo homem é pecador, nós caímos, nossos sentimentos são enganosos em muitas ocasiões por conta disso. Todo homem, ainda que seja bom horizontalmente, verticalmente é um miserável diante do Altíssimo. Ele precisa entender que a solução não está nele mesmo, mas, na fonte de todo bem.

Redenção

O princípio e fundamento metodológico que usamos nesse artigo foi o motivo básico cristão. Criação, Queda, Redenção, Consumação. A questão aqui segue uma ordem lógica para uma abordagem teológica reformada. Deus criou o homem e a mulher como sua imagem (Gn 1. 26-31). Lhes deu mandatos – espiritual, cultural e social. Esse primeiro casal caiu em seu pecado. Adão, como cabeça federal da raça e nosso representante, caiu. Nós caímos em Adão. O pacto de obras realizado por Deus com ele foi rompido. Temos, então, o segundo Adão, Cristo, que venceu o pecado como nosso substituto, nosso cabeça federal. Cristo pagou o preço por nós a Deus, nos comprou e chamamos isso de redenção. Em Cristo somos mais que vencedores, o pecado não mais nos aprisiona, fomos redimidos, nosso senhor não é mais o nosso pecado e Satanás, mas, Cristo. O que nos diz a Bíblia sobre isso? Vejamos alguns versículos:


...em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. Colossenses 1.14
Ele trouxe redenção ao seu povo e firmou a sua aliança para sempre. Santo e temível é o seu nome! Salmos 111.9
Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, Efésios 1.7
... sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3.24
Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Hebreus 9.12

Aqui devemos compreender a grandeza da redenção em Jesus, que nos leva a sermos semelhantes a Ele. Sem a redenção, sem a ação salvífica do Filho de Deus em nós nunca podemos chegar a Deus.

Chegamos a Ele por Cristo nosso salvador. Essa redenção, essa libertação continua a nos purificar e agir de forma direta e colateral em nossas vidas. Essa obra grandiosa de redenção, conforme vemos no Antigo Testamento até o Novo Testamento, nos mostra o Shalom de Deus na vida do seu povo. Esses efeitos gloriosos da redenção se aplicam também nas ansiedades, problemas, pecados e quaisquer problemas que um crente enfrente em sua peregrinação. Em sua primeira epístola, Pedro nos fala sobre o sofrer do cristão e o privilégio que isso é quando somos, de fato, fieis ao Senhor e a sua Palavra.

Shalom de Deus se estende trazendo redenção as nossas lutas, nossos temores, nossos fracassos, nossos medos. A redenção é grandiosa e pela obra do Espírito é aplicada a nossa vida cristã. Daí a importância da abordagem redentiva no aconselhamento pastoral. Somente as Escrituras podem guiar esse trabalho e nos fazer transitar em solo firme e edificarmos nosso trabalho de ajudar, ensinar e guiar cristãos ao discipulado cristão. O aconselhamento tem esse dever, levar os crentes ao discipulado.

Conclusão

Sem uma abordagem confessional e sistemática não teremos bom êxito no aconselhamento, temos que ter um pressuposto teológico, não podemos entrar no gabinete de mãos vazias. O Evangelho tem todas as respostas. A Bíblia tem todas as respostas, Cristo é suficiente contra todo pragmatismo, secularismo, hedonismo e problemas de desvios morais. A abordagem bíblico-sistemática nos levará a uma prática sadia e bíblica no aconselhamento.

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Notas:
[1] O método seguido no presente trabalho em relação a teologia do aconselhamento é o conhecido – Método Redentivo. Outros autores preferem usar termos como noutético ou sistemático.
[2] Ao usar o termo construção, a intensão não é defender que a Igreja criou o dogma, mas, de fato, o reconheceu, ou o confessou de forma documental por questões de heresia do paganismo ou de perseguição.
[3] MAIA, Hermisten. Introdução à Metodologia das Ciências Teológicas. Editora Cruz. Goiânia, 2015, p. 424.
[4] O termo usado refere-se a prática ideológica oposta ao cristianismo bíblico, que exige do pastor/teólogo/conselheiro um repertório considerável, o termo usado se aloca para posicionamentos idolatras das ideologias que não professam o Evangelho.
[5] Isso não quer dizer que não devamos ser empáticos em nosso trabalho de aconselhamento, o que se coloca é um tipo de misericórdia que a Palavra não autoriza. No que se refere a questões cruciais como por exemplo a prática da bigamia ou poligamia.
[6] CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã. Livro 1, cap. 1.
[7] JÚNIOR, Manoel Alexandre. Aconselhamento Bíblico – Para uma vida de plenitude e harmonia. Ed. Vida Nova, São Paulo, 2016, p.15.
[8] ADAMS, Jay. Teologia do Aconselhamento Cristão, Ed. Peregrino, 2016, p.14.
[9] ADAMS, Jay. Conselheiro Capaz. Ed. Fiel, p. 130.
[10] MACARTHUR, John F.; MACK, Wayne A. Introdução ao Aconselhamento Bíblico: Um Guia de Princípios e Práticas de Aconselhamento. São Paulo: Hagnos, 2006, p. 307.
[11] HENRY, Carl. O Resgate da Fé Cristã. Editora Monergismo.
[12] Não está ocorrendo uma negação aqui de Deus se revelando na natureza, mas, o ponto é que apenas sabemos quem é o Deus que criou a natureza pela revelação especial. A revelação geral de fato o revela, mas, por causa da queda o homem não discerne quem é esse Deus, isso só é possível na revelação especial.

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Autor: Rev. Thomas Magnum de Almeida
Divulgação: Bereianos

sábado, 22 de julho de 2017

A primeira igreja evangélica brasileira foi indígena e Potiguara

Em trabalho inédito, historiadora revela que a primeira igreja evangélica brasileira foi criada por índios da tribo potiguara convertidos por holandeses em Pernambuco.

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No livro “A Primeira Igreja Protestante do Brasil” (Ed. Mackenzie, 2013), lançado recentemente, a historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza conta a história da “Igreja Reformada Potiguara”, primeira igreja evangélica brasileira, criada por índios com apoio holandês e mantida em funcionamento pelos nativos mesmo depois da expulsão desses colonizadores pelos portugueses.
Muito se fala do legado das invasões holandesas no Brasil, que duraram quase três décadas durante o século XVII. A cidade do Recife, por exemplo, quartel-general dos invasores em Pernambuco, guarda até hoje as marcas do urbanismo batavo, com ruas e avenidas de traçado reto e pouco usual para a época. Em museus do Brasil e do mundo, sobrevive a arte de gênios holandeses da pintura e da botânica como Albert Eckhout e Frans Post, que documentaram o Brasil com cores e formas incomuns em outros registros.
Acontece que partir de agora, um lado mais obscuro, mas não menos importante, da herança holandesa deve ganhar renovada atenção: o religioso. No livro “A Primeira Igreja Protestante do Brasil” (Ed. Mackenzie, 2013), lançado recentemente, a historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza conta a história da “Igreja Reformada Potiguara”, criada por índios com apoio holandês e mantida em funcionamento pelos nativos mesmo depois da expulsão desses colonizadores pelos portugueses.
A história da Igreja Potiguara, primeira igreja evangélica brasileira, começa confusa, com a ida para a Holanda, em 1625, daqueles que viriam a ser duas de suas maiores lideranças indígenas. Pedro Poty e Antônio Paraupaba, índios potiguaras, embarcaram para os Países Baixos em junho daquele ano sem saber bem o que fariam por lá. Ao aportar, foram apresentados ao que o país tinha de melhor, receberam educação formal e religiosa de ponta e logo se converteram ao protestantismo. Mas, diferentemente do que costumava acontecer com índios que iam à Europa com os ingleses e os franceses, cinco anos depois Paraupaba e Poty voltaram ao Brasil, em data que coincide com o início da segunda invasão holandesa (leia quadro) no País. Por aqui, assumiram funções administrativas, militares e espirituais.
Aos poucos, deram corpo, com outros índios igualmente educados na fé, a um programa intenso de catequese e de formação de professores reformados indígenas. Embora pequena, a igreja em formação se reunia nas aldeias e fazia batismos, casamentos, profissões de fé e celebrava a Ceia do Senhor. “Já era a Igreja Potiguara porque, teologicamente, havendo dois ou três reunidos em nome de Deus, independentemente do lugar, está ali uma igreja”, diz Jaquelini.
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Pouca coisa na nascente igreja a fazia diferir de outras experiências religiosas europeias nas Américas. Havia o componente protestante, que aproximava o índio do colonizador de forma inédita por colocar a educação do nativo como pré-requisito para sua conversão, algo que os católicos pouco faziam. Mas, ainda assim, tratava-se de uma experiência religiosa mediada por uma força impossível de ignorar: a de colonizador sobre colonizado. “Por isso, argumento que foi só depois da expulsão dos holandeses que vimos aflorar a verdadeira Igreja Potiguara”, diz Jaquelini.
Expulsos do Brasil em 1654, os batavos abandonaram os potiguaras convertidos e outros nativos, aliados políticos e militares contra os portugueses, à própria sorte. Mesmo assim, a maioria dos protestantes manteve sua fé. Refugiados dos portugueses na Serra da Ibiapaba, no Ceará, onde chegaram depois de caminhar 750 quilômetros do litoral pernambucano ao sertão, eles continuaram praticando a fé protestante e chegaram a converter índios tabajaras, que também estavam no refúgio. Enquanto isso, Paraupaba, já tido como um brilhante historiador e profundo conhecedor da Bíblia, tentava, na Holanda, apoio para os refugiados – um esforço que não rendeu frutos imediatos.
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Nada, porém, tirou o peso da experiência protestante na Ibiapaba. Um relato do famoso padre Antônio Vieira, jesuíta português incumbido de relatar à Companhia de Jesus o que acontecia na região, batizou o lugar de “Genebra de todos os sertões”, uma comparação tremenda, uma vez que Genebra estava em seu auge e era a cidade mais importante para a Reforma Protestante. Em outro trecho, Vieira diz que os índios “estão muitos deles tão calvinistas e luteranos como se tivessem nascido na Inglaterra ou Alemanha”.
Não se sabe ao certo o que restou dos índios da Igreja Potiguara depois que o grupo se desfez, ao que tudo indica, passados seis anos de vida em comunidade na Ibiapaba. Especula-se que alguns se juntaram aos opositores dos portugueses durante as Guerras dos Bárbaros a partir de 1688. Outros teriam voltado ao catolicismo ou às religiões nativas. O que fica para história é que esses índios foram os primeiros brasileiros protestantes. E que a Igreja Reformada Potiguara foi a primeira igreja evangélica brasileira.

Com informações da IstoÉ
Imagem: Reprodução

Pastor prega que homossexualidade é pecado e fiéis abandonam culto

“É apenas mais uma evidência de que vivemos os últimos dias”, afirmou o líder

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Assim que o pastor começou um sermão falando contra a homossexualidade, os membros da igreja começaram a sair. Um a um, a maior parte da congregação saiu do templo manifestando sua reprovação. T L Bates, que lidera uma Assembleia de Deus em Oklahoma, recusou-se a comprometer a Palavra de Deus.
Ele sabia que o tema despertava todo tipo de reação, mas não esperava esse tipo de reação de sua comunidade. Mesmo assim, continuou pregando. A mensagem faz parte da série de sermões “Firestarters” [Fazedores de fogo]. “Eu usei Elias como exemplo desse ‘Fogo de Deus’, e de nossa necessidade de levantarmos uma geração tomada pelo ‘Fogo de Deus’, que não tem medo de enfrentar as falsas religiões (como o islamismo) e a cultura corrupta”, explicou Bates à revista Charisma.
Afirmou estar cansado de ver membros da comunidade LGBT dizer coisas negativas sobre o cristianismo e não serem criticados. Pelo contrário, por vezes recebem elogios. O mesmo acontece quando o assunto é a religião islâmica.
Para ele, a sociedade em geral está acostumada a isso. “Se nós [cristãos], falamos contra, somos chamados de intolerantes e nos censuram e dizem que não estamos sendo politicamente corretos“.
À frente da Igreja da Fé, de Oklahoma City, relata que desafiou os crentes para se levantarem “como uma geração que está espiritualmente em chamas, não sendo intimidados pelas falsas religiões nem cultura enganosa”. Lembra que a homossexualidade é um comportamento claramente condenado nas Escrituras. Tanto na prática sexual quanto na tentativa de se parecer com o sexo oposto. “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”, afirma 1 Coríntios 6:10.
Quando Bates afirmou que, como cristãos, todos tinham a obrigação de pregar “a verdade em amor e sem desculpas”, notou que as pessoas começaram a se levantar. Muitos balançavam a cabeça em sinal de desaprovação. Ele calcula que entre 50 e 75 pessoas, de todas as idades e raças saíram do templo.
Mesmo após o fim do culto, o pastor continuou enfrentando críticas por causa dessa mensagem. Uma pessoa deixou um bilhete anônimo no para-brisa do seu carro, reclamando de sua “intolerância”. Outros ameaçaram parar de entregar seus dízimos. Um grupo simplesmente nunca mais voltou.
Apesar de tudo isso, Bates disse que não irá ceder. “Ao longo de quase 40 anos de ministério pastoral, tenho visto que as coisas uma geração tolera, a próxima geração aceita como natural e a geração seguinte começa a participar. Na minha opinião pessoal, creio que a comunidade LGBT, assim como os islâmicos e muitos outros grupos possuem uma agenda que já não quer que sejamos tolerantes como seu estilo de vida e crenças, mas que o aceitemos e imitemos”, resume Bates.
O pastor acredita que é chegada a hora de a igreja estabelecer limites claros. “Essa questão dos banheiros trans é apenas a ponta do iceberg. Precisamos traçar uma linha e nos recusarmos a ficar escondidos atrás da ideia de tolerância e aceitação, mas corajosamente declararmos a Palavra de Deus, sem medo de homens”, sublinha.
Exorta os cristãos, em especial os pastores de todo o mundo, que parem de ser complacentes com “estilos de vida ímpios e as falsas religiões e não temam em falar o que é certo”. Analisando o que ocorreu em sua própria igreja, dispara: “É apenas mais uma evidência de que vivemos os últimos dias antes da vinda do Senhor e o julgamento final de Deus.” .
Em 1 Timóteo 1:9-10 está escrito que a lei de Deus “foi feita para aqueles que estão contra a lei, para os rebeldes, para os que são contra a religião, para os pecadores, para os impuros, para os que não têm respeito por Deus, para os que matam pais e mães, ou para os assassinos. A lei também foi feita para os que cometem imoralidade sexual, para os homossexuais, para os que exploram os outros, para os que fazem juramentos falsos e para todos aqueles que são contra o verdadeiro ensino de Deus”.
Com informações do Gospel Prime
Imagem: Reprodução

“O Evangelho de Jesus liberta e transforma”, diz Fernanda Brum no Danilo Gentili

Fernanda Brum também fez alertas sobre a situação da Igreja Perseguida em todo o mundo.

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A cantora Fernanda Brum participou recentemente do programa ‘The Noite’, apresentado por Danilo Gentili, e falou abertamente sobre seus projetos eu sua carreira, sobre a situação da Igreja Perseguida e também falou do Evangelho para a plateia e os telespectadores.
Ao falar sobre a Igreja Perseguida e seu trabalho com as missões MAIS e Portas Abertas, a cantora destacou a situação de países onde a intolerância religiosa é alarmante, como a China, Iraque e vários outros.
“Há mais de 200 milhões de perseguidos no planeta. Você não pode ser cristão, não pode falar na televisão que é cristão, porque vai ser morto em praça pública. Há uma intolerância muito grande. Há mais cristãos martirizados hoje no planeta que no tempo dos discípulos. Em alguns países da África você não pode cantar uma canção evangélica”, disse.
No final da entrevista, Fernanda Brum também falou mais sobre seu livro, onde conta seu testemunho de conversão, destacando o tempo todo o poder que o Evangelho teve para modificar sua vida totalmente.
“O livro trata de assuntos sobrenaturais, trata de conversão mesmo, de gente que largou o pecado, tipo eu, e mergulhou no Evangelho puro e simples. Porque sinceramente, o Evangelho não é pesado, não é um bicho de sete cabeças, é liberdade, é transformação, é deixar de fazer o que estava errado, começar a fazer o que é certo, ter unidade com o irmão, ser tolerante com o outro, apesar de discordar… o Evangelho é lindo. Se as pessoas não tivessem tanta encrenca com a Igreja, teriam mais experiências com o Evangelho”, disse a cantora.
Durante a entrevista, a cantora também falou acerca da liderança feminina e pastorado de mulheres, assunto controverso, já que a bíblia em nenhum lugar viabiliza o pastorado de mulheres. Apesar disso, a entrevista transcorreu bem, bem diferente das aparições vergonhosas que infelizmente já estavam se tornando costumeiras.
Assista:
Consciência Cristã News
Imagem: Youtube

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Jim Carrey fala de Jesus à ex-detentos e membros de gangues

O ator Jim Carrey proferiu uma palestra na Homeboy Industries, uma organização com sede em Los Angeles que oferece ajuda à ex-presidiários e ex-membros de gangues que desejam um novo rumo para suas vidas.

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O ator Jim Carrey proferiu uma palestra na Homeboy Industries, uma organização com sede em Los Angeles que oferece ajuda à ex-presidiários e ex-membros de gangues que desejam um novo rumo para suas vidas. Diante do auditório, ele falou abertamente sobre salvação e Jesus:
“Nós temos experimentado sofrimento, temos provado perdas (…) Eu acredito que este sofrimento leva à salvação (…) Você tomou a decisão de caminhar através da porta do perdão de graça”, disse em sua ministração.
Ele também falou sobre o sofrimento de Cristo e sobre como nossos sofrimentos ficam menos intensos quando olhamos para nossas vidas à luz da vida dEle. “Ele (Jesus) sofreu terrivelmente e ele foi quebrantado por isso”.
Segundo o ator, Jesus teve que tomar uma decisão. Ele deveria escolher entre olhar para as pessoas que estavam causando esse sofrimento com compaixão e perdão ou odiá-las por isso. Ele escolheu perdoar e se compadecer.
Algumas pessoas tem apontado para este vídeo como prova da conversão do ator, mas o fato é que apesar do interesse genuíno na recuperação dos membros de gangues, Jim Carrey não pareceu um cristão protestante. Em todo tempo ele enfatizou a necessidade de olhar para o sofrimento não apenas como um agir pedagógico de Deus para nos conduzir à sua graça, mas como um caminho, uma forma de obter a salvação. “É isso que abre as portas do céu para todos nós”, disse, enfatizando uma salvação que depende mais das obras do que da cruz.
Carrey tem um histórico de envolvimento com drogas e deve ir a julgamento nos Estados Unidos pela morte de uma ex-namorada.
Assista o vídeo (em inglês)
Redação Consciência Cristã
Com informações do Hello Christian
Imagem: Reprodução

terça-feira, 18 de julho de 2017

Saiba como vivem nossos irmãos em Cristo em Brunei


Muitos estão deixando o país por causa da implantação da sharia, que introduziu punições como apedrejamento e amputação de membros

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No geral, a igreja em Brunei, 25º país na atual Lista Mundial da Perseguição, cresce lentamente. Com a decisão do sultão de introduzir a lei islâmica no país, muitos jovens cristãos consideram a possibilidade de abandonar a nação. Os cristãos estrangeiros também estão pensando nessa opção. O que ocorre é que, em 2014, aconteceu a primeira fase da implantação da sharia, ocasião em que incluíram os castigos corporais, como o açoitamento e o apedrejamento, além da proibição de pregar o evangelho em terras bruneanas.
No segundo semestre de 2016, a segunda fase da implantação começou, onde a conversão ao cristianismo é considerada uma “forma de adultério”, punível com apedrejamento. A punição para crimes como roubo, por exemplo, é a amputação de membros. Poucas igrejas são reconhecidas oficialmente e o processo de registro é realmente muito complicado, sendo quase impossível obter uma permissão até mesmo para ampliar as estruturas de um templo. Segundo a agência de pesquisa do serviço de inteligência dos Estados Unidos, The World Factbook, os muçulmanos sunitas representam cerca de 79% da população, cristãos 8,7%, e budistas 7,8%.
Os líderes cristãos são carentes de materiais bíblicos que os ajude a lidar com as restrições religiosas. Se reunir com outros cristãos é um desafio perigoso, já que a igreja no país é vigiada constantemente. Todas as escolas, sejam privadas ou públicas, são obrigadas por lei a estudar o islã. Se estudantes cristãos de origem muçulmana são descobertos, eles são isolados e forçados a negar a fé. A Portas Abertas tem servido os cristãos bruneanos com apoio em oração e projetos de advocacia e de sensibilização a respeito da perseguição.

Fonte: Portas Abertaas
Imagem: reprodução/ilustrativa

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