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quinta-feira, 21 de julho de 2016

A natureza humana é totalmente depravada

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O homem, porém, não se pode melhor conhecer, em uma e outra parte da alma, a não ser que se ponha à vista com seus títulos, pelos quais é caracterizado pela Escritura. Se todos forem descritos com estas palavras de Cristo: “O que é nascido da carne é carne” [Jo 3.6], como é fácil comprovar, o homem é convencido de ser uma criatura mui miserável. Ora, o Apóstolo atesta que a inclinação da carne é morte, uma vez que é inimizade contra Deus, e por isso não se sujeita à lei de Deus, nem pode sujeitar-se [Rm 8.6, 7].

Porventura a carne está a tal ponto pervertida, que com toda sua inclinação exerça inimizade contra Deus, que não possa conformar-se à justiça da lei divina, que nada, afinal, possa exibir senão ocasião de morte? Pressupõe-se, então, que nada há na natureza humana senão carne, e que daí não se pode extrair algo de bom. Mas dirás que o termo carne se refere apenas à parte sensória, não à parte superior da alma. Isto, porém, se refuta plenamente à luz das palavras não só de Cristo, como também do Apóstolo. O postulado do Senhor é: ao homem importa nascer de novo [Jo 3.3], porque ele é carne [Jo 3.6]. Não está preceituando nascer de novo em relação ao corpo. Mas, na alma nada nasce de novo, se apenas alguma porção lhe for reformada; ao contrário, toda ela se renova. E isto é confirmado pela antítese estabelecida em uma e outra destas duas passagens, pois de tal modo o Espírito é contrastado com carne, que nada é deixado entre ambos. Logo, tudo que no homem não é espiritual, segundo este arrazoado, diz-se ser carnal. Nada, porém, temos do Espírito senão pela regeneração. Portanto, tudo quanto temos da natureza é carne.

Na verdade, tanto quanto em outras circunstâncias, se pudesse haver dúvida acerca desta matéria, a mesma nos é dirimida por Paulo, onde, descrito o velho homem, que dissera ter sido corrompido pelas concupiscências do erro, ordena que sejamos renovados no espírito de nossa mente [Ef 4.22, 23]. Vês que ele não situa os desejos ilícitos e depravados apenas na parte sensorial, mas também na própria mente, e por isso requer que lhe haja renovação. E de fato, pouco antes pintara esta imagem da natureza humana, que mostra que estamos corrompidos e depravados em todas as nossas faculdades.

Ora, ele escreve que todos os gentios andam na vaidade de sua mente, estão entenebrecidos no entendimento, alienados da vida de Deus por causa da ignorância que neles há, e da cegueira de seu coração [Ef 4.17, 18], não havendo a mínima dúvida de que isso se aplica a todos aqueles a quem o Senhor ainda não reformou para a retidão, seja de sua sabedoria, seja de sua justiça. O que se faz ainda mais claro da comparação adjunta logo em seguida, onde adverte aos fiéis de que não haviam assim aprendido a Cristo [Ef 4.20]. Seguramente concluímos destas palavras que a graça de Cristo é o único remédio pelo qual somos libertados dessa cegueira e dos males daí resultantes.

Ora, também assim havia Isaías vaticinado acerca do reino de Cristo, quando o Senhor prometia que haveria de ser por luz sempiterna à sua Igreja [Is 60.19], enquanto, a esse mesmo tempo, trevas cobririam a terra e escuridão cobriria os povos [Is 60.2]. Quando testifica haver de despontar na Igreja a luz de Deus, fora da Igreja certamente nada deixa, a não ser trevas e cegueira. 

Não mencionarei, uma a uma, as passagens que a respeito da vacuidade do homem se contam por toda parte, especialmente nos Salmos e nos Profetas. Incisivo é o que Davi escreve: “Certamente os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de ordem elevada são mentira” [Sl 62.9]. Traspassado de pesado dardo lhe é o entendimento, quando todos os pensamentos que daí procedem são escarnecidos como estultos, frívolos, insanos, pervertidos.

A DEPRAVAÇÃO HUMANA É CONFIRMADA PELO QUE DIZ PAULO EM ROMANOS 3

Em nada é mais branda a condenação do coração, quando se diz ser enganoso acima de todas as coisas e depravado [Jr 17.9]. Mas, visto que estou tentando ser breve, contentar-me-ei com apenas uma passagem, a qual, no entanto, haverá de ser como um espelho caríssimo, em que contemplamos a imagem integral de nossa natureza. Ora, o Apóstolo, quando quer lançar por terra a arrogância do gênero humano, o faz com estes testemunhos [Rm 3.10-16, 18]: “Pois não há nenhum justo, não há quem tenha entendimento, ou que busque a Deus; todos se desviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, nem um sequer” [Sl 14.1-3; 53.1-3]; sepulcro aberto é a garganta deles; com suas línguas agem dolosamente” [Sl 5.9]; veneno de áspides há debaixo de seus lábios” [Sl 140.3]; “dos quais a boca está cheia de maldição e amargor” [Sl 10.7]; “cujos pés são velozes para derramar sangue; em cujas veredas há destruição e infortúnio” [Is 59.71]; “diante de cujos olhos não há temor de Deus” [Rm 3.18].

Com esses raios, o Apóstolo não está investindo apenas contra certos homens, mas contra toda a raça dos filhos de Adão. Nem está ele a censurar os costumes depravados de uma ou outra era, mas está acusando a perpétua corrupção de nossa natureza. Com efeito, nesta passagem, seu propósito não é simplesmente censurar os homens, para que caiam em si, mas, antes, ensinar que todos têm sido acossados de inelutável calamidade, da qual não podem sair, a não ser que sejam retirados pela misericórdia de Deus.

Visto que isso não podia ser provado, a não ser que fosse estabelecido da ruína e destruição de nossa natureza, trouxe ele à baila estes testemunhos, mediante os quais se convence de que nossa natureza está mais do que perdida. Portanto, fique isto demonstrado: os homens são tais quais aqui descritos, não apenas pelo vezo do costume depravado, mas ainda pela depravação de sua natureza. Porquanto não se pode de outra forma sustentar a argumentação do Apóstolo: não há para o homemnenhuma salvação, senão pela misericórdia do Senhor, porquanto, em si, ele está inexoravelmente perdido.

Não me darei aqui ao trabalho de provar a aplicabilidade desses testemunhos, para que não pareçam, aos olhos de alguém, indevidamente usados pelo Apóstolo.

Procederei exatamente como se essas coisas fossem originalmente ditas por Paulo, não tomadas dos profetas. Ele priva o homem, de início, da justiça, isto é, da integridade e da pureza; a seguir, do entendimento [Rm 3.10, 11]. Ora, a carência de entendimento é demonstrada pela apostasia para com Deus, a busca de quem é o primeiro degrau da sabedoria. Mas essa deficiência necessariamente se acha naqueles que se têm afastado de Deus. Acrescenta em seguida que todos se têm transviado e se têm tornado como que putrefatos, que nenhum há que faça o bem; então adiciona as ignomínias com as quais contaminam a cada um de seus membros aqueles que uma vez se espojaram na dissolução. Finalmente, atesta que são vazios do temor de Deus, o que deveria ser a regra a dirigir-nos os passos.

Se forem estes os dotes hereditários do gênero humano, em vão se busca algo de bom em nossa natureza. Reconheço, sem dúvida, que nem todas estas abominações vêm à tona em cada ser humano, entretanto não se pode negar que esta hidra jaz oculta no coração de cada um. Ora, como o corpo, quando já mantém incubada em si a causa e matéria de uma doença, se bem que ainda não efervesça a dor, por isso não se julgará ser sã nem mesmo a alma, enquanto borbulha em tais achaques de vícios, embora a comparação não se enquadre em todos os aspectos, porque, no corpo, por mais enfermo, subsiste um alento de vida; a alma, porém, imersa neste abismo fatal, não só padece desses achaques, mas ainda é inteiramente vazia de todo bem.

***
Autor: João Calvino
Fonte: CALVINO, João. As Institutas: Edição Clássica. Vol. 2, Cap. III, pág. 57-59. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O FUTURO CRISTÃO DA CHINA




No fim da Guerra Civil Chinesa em 1949, quando o partido Comunista destruiu os Nacionalistas e fundou a República Popular da China, os cristãos na China somavam meio milhão. No entanto, aproximadamente setenta anos mais tarde, sob a rigorosa repressão do governo chinês, essa população ultrapassou os sessenta milhões, de acordo com o Fenggang Yang, um sociólogo da Purdue University. O número cresce aos milhões a cada ano, um fenômeno que alguém descreveu como uma torrente ou um gêiser. Nesse ritmo, em 2030 os cristãos na China passarão dos 200 milhões, superando os Estados Unidos e fazendo da China o país com a maior população cristã do mundo. Os primórdios desse imenso crescimento podem ser remontados a dois momentos na história chinesa contemporânea: a Revolução Cultural iniciada por Mao Zedong, em 1966, e o massacre de Tiananmen Square instigado por Deng Xiaoping, em 1989. Incontáveis vidas inocentes foram mortas como resultado desses dois cataclismos, e a crença do povo no Marxismo-Leninismo e no Maoísmo foi arruinada. Esses eventos revelaram um grande vazio espiritual, e os chineses começaram a procurar por uma nova fé.


Quando a Revolução Cultural acabou, foi como se a geração de meus pais simplesmente tivesse despertado de um sonho: constatei que o homem que eles tinham venerado como o próprio Sol Vermelho não passava de um ditador cruel e mesquinho que levou uma vida licencioasa e dissoluta. Meu pai foi um engenheiro e membro do Partido Comunista. Ele disse-me que quando o avião que transportava o vice-premiê Lin Biao – antes o aparente sucessor de Mao, mas, depois, estigmatizado como um traidor – misteriosamente caiu nas planícies da Mongólia, em 1971, sua crença no Comunismo espatifou-se junto com ele.

Meu despertar veio em 4 de junho de 1989, no meio do massacre de Tiananmen Square. Com dezesseis anos à época, eu e minha família ouvimos escondidos os relatos dos acontecimentos daquela noite nas rádios BBC e VOA. Quando os sons de gritos, choros e tiros foram emitidos pelos auto-falantes, toda a propaganda política que me foi incutida na escola, como “Sem o Partido Comunista não haveria uma nova China”, virou pó. A noite de 4 de Junho abriu um abismo entre o regime chinês e eu. Jurei que nunca trabalharia para um governo que abre fogo contra um povo desarmado e indefeso.

Anos mais tarde, em Beijing, conheci o Tiananmen Mothers, um grupo de ativistas da democracia chinesa composto por pais, parentes e amigos de vítimas do massacre. A professora Ding Zilin, mãe de uma das vítimas, deu-me uma cópia de um livro que ela havia compilado, Interviews with June 4 Victims [Entrevistas com as vítimas de 4 de Junho]. No frontispício estava manuscrito: “Se meu filho estivesse vivo, ele seria como um irmão para você”. Seu filho, Jiang Jielian, era apenas um ano mais velho que eu. Se eu não tivesse estado na longínqua província de Sichuan, mas no coração do movimento democrático de Beijing, ele poderia ter sido eu?

Após Tiannanmen, Deng Xiaoping julgou que o segredo para manter o regime no poder era produzir uma meia dúzia de ricos. Ele fez seu sonho econômico de tornar-se rico virar realidade, embora sacrificando o sonho político de muitos em viver em uma sociedade livre. Como uma droga, no entanto, a influência do dinheiro sobre as pessoas dura pouco. O homem não pode viver só de pão. Além de suas necessidades materiais encontram-se as espirituais também. Os líderes do governo também perceberam uma crise. Eles começaram a revirar pelo confucionismo e pelo budismo que tinham descartado, esperando recuperar a antiga autoridade moral dessas tradições para o partido.

A tradição de ensino que começou com Confúcio guiou os chineses por dois milênios. O confucionismo enfatiza a importância de cultivar-se o caráter bem como o intelecto, de reprimir o desejo e manter as coisas moderadamente e ter boa vontade para com todos. “Respeite qualquer idoso como você respeitaria os seus pais; cuide das crianças como você cuidaria dos seus filhos”. Tal conselho seria acatado em qualquer lugar do mundo civilizado, ecoando o mandamento de Jesus para “amar o próximo como a si mesmo”. Por outro lado, como um instrumento político, o confucionismo tem sido usado pelos monarcas para controlar e manipular as pessoas; eles garantem soberania absoluta ao apelar para o “mandato celestial” e para a “ortodoxia confuciana”. Começando com a dinastia Han em 141 a.C., o confucionismo foi promulgado como a religião oficial do Estado. Ao longo do tempo, tornou-se cada vez mais estabelecido no escalão hierárquico e social como a fonte de todo sentido e respeito. Somente no século passado foi que os chineses começaram a refletir criticamente sobre o pensamento confuciano, começando com o Movimento Quatro de Maio de 1919, onde muitos intelectuais importantes introduziram as ideias ocidentais de ciência moderna e democracia no país, derrubando o confucionismo de seu altar.

Os comunistas tinham razões estritamente ideológicas para descartar a herança confuciana chinesa, mas para Mao, a aversão era pessoal. Quando jovem, ele trabalhou por um breve período na Biblioteca da Universidade de Beijing. Lá, sentiu-se menosprezado pelos professores e alunos que adotaram Confúcio como seu modelo. Daí surgiu seu ódio permanente pelos intelectuais. Ele os visou especialmente na revolução, chamando-os de “os fedorentos número nove”, o patamar mais baixo da classe de inimigos após os latifundiários, os camponeses ricos, os reacionários, os maus elementos, os direitistas, os traidores, os espiões a os “seguidores da via capitalista”. Muitos estudiosos e escritores foram sujeitos a tortura física e psicológica por Mao; alguns foram levados ao suicídio. O líder supremo fez até mesmo sua Guarda Vermelha derrubar os templos de Confúcio e cavar sua sepultura. Hoje, contrastando com isto, os funcionários do partido se agarram a Confúcio como um homem se afogando se agarra a qualquer coisa que vir pela frente. Sem nem mesmo terem se desculpado pelo que fizeram para destruir o confucionismo, eles agora fundam os assim chamados Institutos Confúcio ao redor do mundo, sem medir esforços, para promover sua agenda. Os institutos oferecem ajuda financeira aos estudiosos da China no Ocidente, convidando-os para excursões de luxo pelo país em troca de avaliações favoráveis do governo chinês. Além disso, eles colocam os críticos do governo na lista negra e mandam seus nomes para as embaixadas chinesas ao redor do mundo, as quais, por sua vez, lhes negam vistos. Os Institutos Confúcio são instrumentos políticos para a manutenção do poder, não recursos genuínos para a renovação cultural. Se os comunistas não tivessem exumado a sua cova, Confúcio estaria rolando nela.

Na China, o confucionismo está passando por uma transformação de estilos também. No comando do governo, muitas universidades estabeleceram centros de estudos chineses dedicados a pesquisar textos confucianos clássicos e história. Alguns alunos recusam-se a usar quepes e togas ocidentais nas cerimônias de graduação em favor do hanfu, uma vestimenta tradicional originária da dinastia Han. Jovens acadêmicos escrevem cartas abertas condenando a celebração popular do natal como “o esquecimento das raízes”. Em Qufu, a cidade natal de Confúcio, alguns habitantes que querem observar apenas o Ano Novo Chinês se opuseram à construção de igrejas. Para eles, defender o que entendem ser a cultura confuciana é mais importante do que a liberdade religiosa. Na China, o choque de civilizações aparenta estar a pleno vapor.

Se o confucionismo pode apenas ser considerado uma filosofia ética e política, mas não uma religião em sentido estrito, então a China hoje só reconhece cinco grandes religiões: Budismo, Taoísmo, Catolicismo, Protestantismo e Islamismo. O governo criou a Administração de Estado para Assuntos Religiosos, sob as ordens de seu Departamento de Trabalho da Frente Unida, para manter uma vigilância cuidadosa e um pequeno controle sobre os adeptos, estabelecendo-se efetivamente como o sumo sacerdote presidindo os assuntos internos das organizações religiosas. É exatamente isso o que o presidente chinês Xi Jinping está fazendo com respeito ao cristianismo. Na Conferência Nacional sobre Trabalho Religioso em Beijing, em abril deste ano, ele declarou que a religião deve adaptar-se à ordem social existente na China e aceitar a liderança do partido. Como um líder, Xi parece ligeiramente inseguro. Ele está desconfiado da sociedade civil e vê o cristianismo como uma ameaça: é a maior força na China fora o partido comunista.

Na China, o número de igrejas nos lares é três vezes maior do que o número de igrejas patrocinadas pelo governo. Contra as igrejas nos lares que se recusam a cooperar, o governo tem empreendido uma operação-limpeza na província oriental litorânea de Zhejiang, especialmente na cidade de Wenzhou, conhecida como a “Jesusalém da China”, onde quinze por cento da população é cristã. Em dois anos, mais de duas mil igrejas em Zhejiang foram demolidas, e aproximadamente duas mil cruzes foram removidas. A cena da cruz sendo removida de uma igreja na vila Ya, situada na cidade de Huzhou, em 7 de agosto de 2015, foi simbólica. Trabalhadores migrantes contratados por funcionários do governo capotaram o carro da paróquia, e então a polícia chegou. Eles arrastaram o pastor, intimidaram os paroquianos, isolaram o terreno da igreja e jogaram spray de pimenta nos manifestantes. Eles encheram a igreja de cães. Monges budistas e sacerdotes taoístas contratados por oficiais vieram para entoar e realizar rituais em frente à igreja. Muitas pessoas, incluindo o procurador da igreja, foram detidas e interrogadas.

Zhang Kai, um advogado de direitos humanos que estivera fornecendo suporte legal para igrejas na província de Zhejiang, foi levado sob custódia em 25 de agosto de 2015, o dia anterior em que ele devia encontrar-se com David Saperstein, embaixador itinerante para a liberdade religiosa internacional dos Estados Unidos. Seis meses depois, Zhang foi obrigado a ir para a televisão, declarando o seguinte: “Transgredi a lei, perturbei a paz e violei, pus em perigo a segurança nacional e violei a ética da minha categoria. Arrependo-me profundamente de minhas ações”. Emagrecido, com o corpo cruelmente encurvado pela tortura, ele ficou praticamente irreconhecível. Na China de Xi, a televisão substituiu os tribunais. Confissões televisionadas são a moda do dia. Infelizmente, a administração Obama senta-se e assiste, relutante em pressionar mais o governo chinês e exigir reforma.

Um documento interno do governo obtido pelo New York Times em maio de 2014 mostra que as demolições de igrejas são parte de uma campanha maior para reprimir a influência do cristianismo sobre o público. De acordo com a página da declaração de política provincial, a administração Xi quer pôr um fim aos sites religiosos “excessivos” e às atividades religiosas “excessivamente populares”, mas isso se refere a uma religião em particular – o cristianismo –, e um símbolo – a cruz. A estratégia é fácil de discernir: primeiro Wenzhou, depois o restante da China.

Entretanto, os cristãos chineses têm se recusado a entregar os pontos. Uma das frases que ouvi na maioria das vezes entre eles é: “Quanto maior a perseguição, maior o avivamento”. Para os cristãos dissidentes, as remoções da cruz e a demolição de igrejas são apenas o prelúdio em uma história que imita a Paixão e a Ressurreição de Cristo. Eles falam sobre como, durante a Revolução, a população cristã em Wenzhou, na verdade, cresceu muitas vezes.

Na Igreja de Zengshan, vizinha a Wenzhou, vê-se membros colocando em prática o que aprenderam ao resistir à administração comunista: pedregulhos empilhados fora do portão principal para bloquear o acesso de veículos, panos pretos puxados sobre as barras de aço para evitar espionagem, arames farpados colocados no topo da cerca em voltar da igreja para dissuadir os invasores, câmeras instaladas em cada esquina para detectador intrusos, alto-falantes em caso de emergência, trancas na porta principal que conduz à cruz, uma equipe especial para proteger a cruz com seus próprios corpos se necessário for e contraespiões em vários agências governamentais. Mao pode ter inventado a “guerra do povo”, mas seu partido jamais imaginou que um dia tomaria uma dose do seu próprio veneno.

Desde o alvorecer do novo milênio, o cristianismo na China tem redirecionado seu crescimento em direção a aproximadamente uma centena de cidades por todo o país. Grupos de profissionais dinâmicos jovens e instruídos têm se reunido em igrejas urbanas, quebrando o estereótipo na psique de muitos chineses de cristãos como pessoas idosas, débeis, doente ou inválidos. Essas igrejas não podem se registrar no Ministério de Assuntos Civis e adquirir status legal, mas elas são o primeiro passo para os cristãos assumirem a liderança no desenvolvimento de uma sociedade independente do controle do governo. Elas têm sites, locais de reunião, cronogramas, listas de discussão, comunicados e inclusive publicações – que não podem ser vendidas, mas podem ser circuladas entre os membros da igreja.

As igrejas urbanas da China serão uma força importante em sua democratização, pois uma sociedade livre requer uma sociedade civil capaz de resistir à tirania e ao abuso de poder. Em primeiro lugar, entretanto, eles terão de remediar a noção equivocada, presente até mesmo entre alguns frequentadores de igrejas, de que a religião devia ser uma questão privada. O que se faz necessário é uma teologia política enfatizando a soberania da lei de Deus, em vez da separação entre igreja e estado.

O cristianismo transformou a minha maneira de me ver como um dissidente. Ao longo de décadas de envolvimento com o movimento democrático chinês, vi os assim chamados dissidentes pensar o mesmo, falar o mesmo e agir da mesma forma daqueles de quem eles supostamente discordavam. Os comunistas e dissidentes são, muitas vezes, espíritos afins. Também já vi ambições pessoais e lutas de poder separando amigos e colocando em oposição aqueles que deviam estar trabalhando juntos. Meus companheiros dissidentes depositam muita esperança na democracia, mas ela é tão-somente um método melhor de gestão pública e divisão de poderes – o mal menor, como disse Churchill. Se alguém não acredita em algo que não seja a democracia, esse tal não é melhor do que os comunistas, fazendo de um sistema político um deus.

Quando me tornei cristão, aprendi a reconhecer-me como um pecador. Ao fazer isso, desenvolvi uma sensibilidade para com o pecado que me ajuda a reconhecer o mal e a injustiça quando os vejo. Enquanto mostro a tirania do regime comunista, reflito sobre ela e julgo a mim mesmo. Essa obra interior de arrependimento pelos meus próprios pecados transformou minha luta contra o totalitarismo. Não estou mais simplesmente apontando as falhas do mundo. Também as reconheço em mim mesmo.

Lendo Calvino, o teólogo da depravação total e da predestinação, passei a considerá-lo como um Pai Fundador dos Estados Unidos mais importante do que o próprio George Washington. Eleições gerais, habeas corpus, liberdade de contrato, igualdade perante a lei, julgamento por júri, direito comum, livre mercado, liberdade de expressão e imprensa e liberdade religiosa – tudo isso é reforçado pelo legado de Calvino e pelo legado da Bíblia. Assim, tornei-me um liberal clássico ou, no linguajar americano de hoje, um conservador – algo raro entre meus pares chineses. Calvino, Locke, Burke, Tocqueville, von Mises e Hayek – todos são educativos para mim, embora alguns não sejam cristãos no sentido tradicional.

Contudo, nenhuma influência tem sido maior sobre mim do que a de Dietrich Bonhoeffer. Seu alerta de que “Um estado que ameaça a proclamação da mensagem cristã nega a si mesmo” tornou-se um lema para os cristãos da China, sobre os quais ele exerceu uma grande influência. Seu foco no gemeisames Leben ou “vida juntos” (o que significa que os cristãos formam uma comunidade mais coesa, como se fosse de um único organismo vivo) tem ressoado pela China. É óbvio que Deus tem um relacionamento pessoal com cada um de nós, mas é o fato de que amamos uns aos outros, ajudamos uns aos outros e oramos uns pelos outros que nos torna possível completar a nossa peregrinação. Desde que me tornei cristão, não deixei a igreja, na China ou nos Estados Unidos. O cristão está para a igreja assim como o ramo está para a árvore. Ele não enfraquecerá enquanto for parte de uma árvore.

Os cristãos chineses também veem em Bonhoeffer um homem que ousou promover uma guerra entre uma formiga e um elefante. Ele encontrou sabedoria e coragem em Jesus, entendendo que ele existe pelos outros, e aqueles que o seguem deviam fazer o mesmo. Bonhoeffer não se esquivou de denunciar a covardia e colaboracionismo da Deutsche Christen [Cristãos Alemães], as igrejas que aquiesceram ao controle nazista. Ele expôs a razão por trás do fracasso delas em resistir: graça barata. “Graça barata é a pregação do perdão sem a exigência do arrependimento, do batismo sem a disciplina eclesiástica, da comunhão sem a confissão e da absolvição sem a confissão pessoal”, escreveu ele em The Cost of Discipleship [O Custo do discipulado]. A graça barata torna a fé sem gravidade e impotente. A verdadeira graça capacita-nos a encarar nosso pecado e lutar contra ele. Ou a reconhecer e combater a injustiça social. O regime comunista chinês está rumando para o fascismo. Quão oportunos são o pensamento e práxis de Bonhoeffer para os chineses hoje! Nós, também, devemos nos conscientizar da graça barata, que nos conduz à servidão a Mamon, o instrumento de sedução normalmente usado para subornar as nossas consciências.

Bonhoeffer também percebeu que o Nazismo tem suas raízes na deslealdade do homem a Deus e seu culto de si mesmo. O mesmo poderia ser dito do Comunismo. Solzhentsyn chamou o ateísmo de a peça central do Comunismo, e uma aversão a Deus a principal força motora por trás do pensamento marxista. Destruir o regime comunista não resolverá todos os problemas da China. Os chineses precisam experimentar uma profunda transformação espiritual a fim de restaurar a liberdade e dignidade que Deus lhes conferiu quando os criou à Sua imagem. O caminho a seguir exige que desviemos os olhos de nós e nos voltemos para o divino.

Embora a China comunista seja uma sociedade totalitária, os cristãos podem aprender e exercer um estilo de vida democrático na igreja, e então atuar como um fermento na sociedade. Por exemplo, até agora os chineses não têm direitos de voto legítimo, mas os congregados podem eleger seus próprios membros do conselho e líderes administrativos. Para aqueles que não têm experiência em campanha eleitoral e eleição de cargos, as igrejas são um celeiro de atividade cívica. Muitas dessas igrejas são presbiterianas e calvinistas, a mesma tradição que desempenhou um papel central no surgimento da democracia no Ocidente.

As igrejas já estão envolvidas em obras de caridade, educação, cultura e outros setores públicos, ampliando ainda mais o espaço público da China. Por exemplo, na esteira do terremoto de Sichuan, em 2008, centenas de igrejas rapidamente criaram a associação voluntária China Christian Action Love para prestar socorro, o que muitas vítimas de desastres elogiaram como superando os esforços do governo em termos de velocidade e constância. Além disso, algumas igrejas fundaram escolas para os filhos de seus membros como uma alternativa ao currículo estatista das escolas públicas. Através das igrejas, os cristãos chineses estão se tornando agentes ativos na sociedade, em vez de indivíduos passivos controlados pelo governo.

Eu não somente testemunhei, mas também posso comprovar este avivamento. Minha esposa, Liu Min, foi batizada e tornou-se cristã em Beijing, em 2001. Em pouco tempo ela organizou um pequeno grupo de estudo bíblico em casa com três casais.

Dois anos mais tarde, o Espírito Santo fez amizade comigo e me permitiu confessar meus pecados. O Senhor me deu a chance de arrepender-me e aceitou-me como seu servo humilde. Fui batizado na véspera de Natal. Nosso grupo de estudo bíblico tornou-se uma arca. Na medida em que advogados de direitos humanos, escritores independentes, jornalistas e sobreviventes de Tiananmen juntaram-se a nós a bordo de nossa embarcação, nossa comunidade de fé também se tornou um espinho para o regime. Meu querido amigo Liu Xiaobo, o corajoso ativista dos direitos humanos, era um amigo da igreja e expressou seu apoio a nós escrevendo quando fomos acossados pelo governo.

Na noite de 10 de dezembro de 2010, enquanto a cerimônia do Prêmio Nobel da Paz em homenagem a Liu estava acontecendo em Oslo, fui sequestrado pela polícia secreta e conduzido para os subúrbios de Beijing. Eles me bateram e torturaram por horas, quebrando meus dedos um por um. Apaguei e fui levado a um hospital. Um hospital em Changping, um subúrbio de Beijing, recusou me aceitar, dizendo que eu “não tinha mais jeito”. Então eu fui levado a um hospital em Beijing. Minha vida foi salva. Por dias, minha esposa estava em prisão domiciliar em não sabia do meu paradeiro, nem mesmo se eu estava vivo. Ela foi acometida de uma sensação ruim e não conseguia comer ou dormir. Em poucos dias, maior parte do seu cabelo caiu. Antes de perder a consciência, orei: “Senhor, se tu me aceitas, então faz de mim um mártir. Não sou digno disso, mas estou disposto”. Nesse momento, ouvi claramente a sua voz: “Tão certo como eu vivo, nenhum fio da tua cabeça cairá no chão”. E: “Não temais por aqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma”. Deus me deixou vivo, pois tem grandes planos para mim. Em 11 de janeiro de 2012, assim como fez aos israelitas no Egito, Deus tirou minha família da China para a capital dos Estados Unidos da América.

A polícia secreta me advertira: você é o número um da lista de “duas centenas de intelectuais para enterrar vivo” criada por Zhou Yongkang, então secretário da Comissão Central de Assuntos Políticos e Legais. Quem teria imaginado que hoje eu estaria escrevendo, orando e respirando desimpedidamente, achando-me em solo livre, enquanto Zhou, outrora apelidado de “czar de segurança” da China, seria condenado a viver na prisão por corrupção por seus inimigos políticos? Nos planos de Deus, os tiranos contam pouco. Como disse Maria em seu grande hino de louvor, o Magnificat, ele “agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lucas 1.51-52).

Em 2013, minha esposa atendeu ao chamado do Senhor e tornou-se pregadora em tempo integral na Harvest Chinese Christian Church, nos arredores de Washington, DC[1]. Como parte do ministério, sirvo como professor de escola dominical e conduzo estudo bíblico. Eu até cozinho para meus amados irmãos e irmãs. Deus faz com que eu maneje uma caneta em uma mão e uma espátula na outra. Nem todos em minha congregação leram meus livros, mas todos experimentaram da minha comida – e com muitos elogios!

Deus me deixou viver para testemunhar e testificar dele através da escrita. E pelos 1,4 bilhões de almas de minha terra natal, eu continuarei. Faço-o com grande expectativa. Uma fé crescente em Cristo, fortalecida pelos vínculos do companheirismo na vida da igreja, está soprando vida nova em meu país. Nem a mão mortal do Comunismo, nem a imitação cínica do Confucionismo, nem o capitalismo, nem a democracia ou qualquer coisa terrena determinará o destino da minha terra. O cristianismo é o futuro da China

[1] A perspectiva do articulista não representa a posição do Voltemos ao Evangelho no tocante à ordenação feminina. Para maiores esclarecimentos quanto a isso, clique aqui. (Nota do Tradutor.)
Por: Yu Jie. © 2016 First Things. Original: Chinas christian future

***
Traduzido por Leonardo Bruno Galdino no Ministério Fiel via Voltemos ao evangelho

Carta a um Pastor Pentecostal que Virou Reformado




*Embora a situação e o destinatário dessa carta sejam fictícios, ela se baseia em fatos reais.



Meu caro Fernando,

Fiquei muito feliz em saber que você vem se fortalecendo mais e mais nas doutrinas da Reforma. Lembro-me bem das suas interrogações e de seus conflitos quando você começou a ler Martin Lloyd-Jones, Spurgeon e outros autores reformados e se deparou com a visão reformada de mundo e com as doutrinas da soberania de Deus, da graça absoluta e da nossa profunda depravação. Quantas perguntas e quantas interrogações! Pelo que entendi da sua carta, esse período inicial de conflito interior e de "arrumação" da mente já passou e agora você enfrenta uma outra fase, que é o antagonismo de colegas pastores da sua denominação e de membros da sua igreja para com o novo conteúdo das suas pregações e do seu ensino.

Você me perguntou se temos espaço em nossa igreja para pastores como você, que é pentecostal e que recentemente encontrou as doutrinas reformadas. Estou vendo essa possibilidade com alguns outros colegas pastores, mas eu pessoalmente não creio que a solução seria você sair de sua igreja e passar para uma reformada. Creio que você deveria tentar ficar onde está o máximo de tempo que puder. Os reformadores, como Lutero, a princípio não pretendiam sair da Igreja Católica, mas ficar e reformá-la de dentro para fora. Somente após algum tempo é que ficou claro que isso era impossível. No caso de Lutero, o papa se encarregou de expulsá-lo com a excomunhão. Seu caso é diferente, pois é um absurdo comparar a situação de um reformado dentro da Igreja Católica com a situação de um reformado dentro de uma igreja pentecostal. Portanto, minha sugestão é que você permaneça o máximo que puder, só saia se for obrigado a isso. Deixe-me dar alguns conselhos nessa direção.

1. Mantenha sempre em mente que apesar das diferenças que existem em doutrinas e práticas (nem sempre discutidas de maneira cristã), os reformados no Brasil sempre reconheceram os pentecostais históricos como genuínos irmãos em Cristo. Nós chegamos ao Brasil primeiro. Vocês vieram depois. É verdade que a princípio houve relutância em reconhecê-los como evangélicos por causa da estranheza com as práticas e doutrinas pentecostais, mas apesar delas, eventualmente vieram a ser reconhecidos como irmãos dentro da fraternidade evangélica.

2. Existem muitos pontos de convergência entre os reformados e os pentecostais. Além dos pontos fundamentais contidos, por exemplo, no Credo Apostólico, compartilhamos com eles ainda o apreço pelas Escrituras, o reconhecimento da necessidade de uma vida santa, a busca da glória de Deus, o desejo de um legítimo avivamento espiritual e o zelo pela doutrina. Nesses pontos e em outros, pentecostais e reformados sempre se alinharam contra liberais e libertinos. Tente se concentrar nesses pontos comuns nas suas pregações e no seu ensino.

3. Enquanto permanecer em sua igreja, responda sempre com mansidão e humildade aos que questionarem as "novas doutrinas" que você agora professa. Diga que as doutrinas ensinadas pelos reformados são muito mais antigas que a própria Reforma e que remontam ao ensino de Jesus e dos apóstolos. Elas têm sido adotadas e ensinadas por pastores e pregadores de todos os continentes e de muitas denominações diferentes. Elas serviram de base para o surgimento da democracia, da visão social, das universidades e da ciência moderna, e vêm abençoando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Naturalmente, o que vai realmente fazer a diferença em sua resposta é sua habilidade de mostrar biblicamente que você não está abraçando nenhuma heresia ou doutrina nova. Para isso, é necessário que você estude as Escrituras e que se familiarize com sua mensagem, especialmente com as passagens e porções que tratam mais diretamente das doutrinas características da Reforma.

4. Evite dar a falsa impressão de que ser reformado é cantar somente salmos sem instrumentos musicais, não ter corais nem grupos de louvor, proibir as mulheres de orar em público e não levantar as mãos ou bater palmas no culto. Concentre-se nos pontos essenciais, como a soberania de Deus, a sua graça absoluta na salvação de pecadores, a depravação total e a inabilidade do homem voltar-se para Deus por si mesmo, a necessidade de conversão e arrependimento e a centralidade das Escrituras na experiência cristã.

5. Quando chegar ao tema do livre arbítrio, escolha com cuidado as suas palavras. Você sabe que a posição reformada clássica é de que a soberania de Deus e a responsabilidade humana são duas verdades igualmente ensinadas na Bíblia, muito embora não saibamos como elas se reconciliam logicamente. Deixe claro que você em momento algum está anulando a responsabilidade do homem para com as decisões que ele toma, e que, quando ele toma essas decisões, ele as toma porque quer tomá-las. Ele é, portanto, responsável pelo que faz e pelo que escolhe, mesmo que, ao final, o plano de Deus sempre prevalecerá e será realizado. Não tente resolver o mistério dessa equação. Seja humilde o suficiente para dizer que você reconhece o aparente paradoxo dessa posição e que não consegue eliminar nenhum dos seus dois pontos. Mantê-los juntos em permanente tensão é o caminho da Reforma, e um caminho que muitos pentecostais vão entender e apreciar. O que eles receiam é que se acabe por eliminar a responsabilidade do homem e reduzi-lo a um mero autômato. Deixe claro que não é isso que os reformados defendem.

6. Creio que será muito útil você estar familiarizado com as experiências espirituais vividas por John Flavel, Lloyd-Jones, Jonathan Edwards, David Brainerd, George Whitefield e muitos outros reformados. Os reformados e particularmente os puritanos deram grande ênfase à religião experimental, isto é, ao fato de que os cristãos deveriam ter profundas experiências com Deus. Nossos irmãos pentecostais apreciam essa ênfase, pois o surgimento do pentecostalismo, entre outros fatores, foi uma reação contra a frieza e a formalidade de muitas igrejas históricas do início do século XX nos Estados Unidos e Europa.

7. Tente ainda mostrar que as doutrinas da graça, aquelas da Reforma, são as que mais tendem a glorificar a Deus, visto que exaltam a sua soberania e humilham o homem, colocando-o no devido lugar. Todo cristão genuíno tem anseios de dar a glória a Deus e de vê-lo exaltado. Nossos irmãos pentecostais buscam a glória de Deus, e quando entendem que as doutrinas da graça tendem a exaltá-lo mais que outras, passam a ter uma atitude de reflexão e abertura para com elas.

8. Um outro conselho. Pregue a Palavra, exponha as Escrituras com fidelidade. Ao fazer isso, você estará pregando as grandes doutrinas da graça em vez de pregar sobre a Reforma. Evite citar autores reformados o tempo todo. Muitos pregadores reformados estragaram seu ministério porque dão a impressão que conhecem Lutero, Calvino, Spurgeon e os puritanos mais do que o apóstolo Paulo, pela quantidade de vezes que ficam citando autores reformados em seus sermões. Evite clichés evangélicos e reformados. Pregue a Palavra e deixe que seus ouvintes concluam que as doutrinas reformadas são, na realidade, bíblicas.



9. Não estou dizendo que você deve "esconder o jogo" para evitar ser colocado para fora de sua igreja. Faz parte da integridade e da honestidade cristãs assumirmos o que pensamos. Assuma sua posição, mas de forma inteligente e sábia, de forma que muitos entendam a mudança que ocorreu em você. Por outro lado, evite a síndrome de mártir. Eu pessoalmente detesto essa atitude que por vezes alguns reformados adotam quando estão em minoria e estão sofrendo resistência. Se ao final não tiver jeito e você tiver mesmo de sair da sua igreja, saia com dignidade, não saia atirando nem acusando as pessoas.


10. Não veja as perseguições que você tem sofrido dentro de sua igreja como algo pessoal, mas como a reação de irmãos sinceros do outro lado de um conflito que já dura séculos dentro da igreja cristã, que é aquele entre semipelagianos-erasmianos-arminianos, de um lado, e agostinianos-calvinistas-puritanos, de outro. Lembre que em ambos os lados há crentes verdadeiros e sinceros.


Por fim, existem já no Brasil várias igrejas pentecostais-reformadas, pequenas, é verdade, ainda nascentes. Mas, mesmo não sendo pentecostal, profetizo que esse movimento pode crescer muito no Brasil. Muitas igrejas históricas já são pós-reformadas e é muito triste ver o esquecimento das suas heranças e como vai ficando cada vez mais difícil um retorno verdadeiro. Quem sabe os pentecostais não estejam predestinados a avançar bastante a teologia da Reforma no Brasil?

Fique em paz. Um abraço do seu irmão e amigo,

Augustus


Fonte: O Tempora, O Mores

A RETRIBUIÇÃO PROVIDENCIAL DE DEUS - PARTE 1

         
Esse tema não é muito estudado na atualidade em nossas igrejas,  como resultado não é conhecido por muitos evangélicos brasileiros. Por isso eu quero compartilhar com você o capítulo 9 do livro  "A Providência e a Sua Realização Histórica" do reverendo Heber Carlos Campos. 
           Obviamente, este capítulo trata da justiça retributiva de Deus com respeito aos atos maus dos homens, sejam eles regenerados ou não. Os atos de retribuição estão diretamente relacionados com os atributos da santidade e da sua ira. Eles mostram que os seres racionais não podem ficar sem punição, nem escapar de suas consequências. Deus é um ser absolutamente justo e ele sempre dá a paga que os homens merecem. O princípio bíblico vale aqui com toda força:"Aquilo que o homem semeia, isso também ele ceifará"(Gl 6.7).
             Contudo, não podemos nos esquecer de que os atos retributivos de Deus são atos de sua providência, pois eles estabelecem a justiça no mundo, velam pela ordem no mundo e, em última  instância, concorrem  para o bem de todos os filhos de Deus.


OBJETOS DA RETRIBUIÇÃO PROVIDENCIAL

           Assim como a graça comum atinge a todos  os homens sem distinção isto é, crentes e incrédulos, assim também eles todos são objetos da providência retributiva. A fim de demonstrar a sua santidade ele está debaixo da obrigação da sua própria natureza de intervir no mundo pecador para exercer a sua providência retributiva. Ninguém escapa dessas intervenções divinas. Uns a recebem mais fortemente, outros menos, mas Deus mostra o seu desagrado com todos os transgressores da sua lei.
           As retribuições estudadas aqui não tratam dos castigos eternos, mas somente dos parciais, incluindo a morte física, tanto de ímpios como de crentes.


1-RETRIBUIÇÃO PROVIDENCIAL AOS ÍMPIOS
           Há muitos casos que evidenciam a retribuição providencial de Deus, mas daremos apenas alguns exemplos para ilustrar como Deus intervém na vida do mundo para punir os homens que transgridem as suas leis e afrontam a sua santidade.
           a) RETRIBUIÇÃO PROVIDENCIAL A ADONI-BEZEQUE
            Adoni-Bezeque era um homem mau. Fez todas as maldades possíveis contra os seus adversários.
            Acima, porém, dos homens maus, há um governador soberano no universo que dá paga aos homens por seus atos maus. Não podemos nos esquecer de que Deus usa instrumentos humanos para que os seus propósitos retributivos sejam cumpridos (Jz 1.5-6).
            Veja o que diz o texto sobre a providência retributiva de Deus:"Então disse Adoni-Bezeque: setenta reis, a quem haviam sido cortados os polegares das mãos e dos pés, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa: assim como eu fiz, assim Deus  me pagou. E o levaram a Jerusalém, e morreu ali (Jz 1.7).
            Devemos entender essa atividade divina como obra de sua providência. Se os homens não são punidos exemplarmente, a proliferação da violência aumenta ainda mais neste mundo. O curioso, contudo, é que o povo hebreu que perseguiu Adoni-Bezeque não sabia da história passada dele, como um cortador de dedos dos reis a quem ele conquistava. Portanto, não pode ser dito que os hebreus estavam executando qualquer vingança pelos atos passados dele.
            Entretanto, o próprio Adoni-Bezeque admitiu que o que estava acontecendo ali com ele era a providência punitiva de Deus. Deus lhe estava devolvendo os atos que ele praticara com outras pessoas. Esse é um testemunho de um rei pagão sobre a obra providencial de Deus em termos de retribuição.
            O fato triste é que muitas pessoas, mesmo depois de milênios de história da revelação bíblica, ainda questionam que Deus possa agir como vingador dos pecados dos homens. Muitos cristãos ignoram que Deus tem o direito de vingança, de retribuição, coisa que ele proíbe aos homens (Rm 12.19). O que é proibido aos homens é permitido a Deus. Entretanto, muitos cristãos hoje têm a ignorância sobre Deus que pagãos em tempos tão antigos não tinham. Como a revelação bíblica tem sido desprezada pelos homens de nosso tempo que não reconhecem em Deus um direito que é dele somente.
             b)RETRIBUIÇÃO PROVIDENCIAL AO REI AGAGUE
            Agague era rei amalequita. Havia feito muitos males contra Israel. Então Deus enviou Samuel para ungir Saul como rei de Israel e ordenou que Saul ferisse Agague e destruísse totalmente tudo que pertencia a ele. Veja a ordem dura do Senhor para Saul:"Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que  ele tiver; nada lhe poupes, porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos (1 Sm 15.3).
            Será possível que esse é o verdadeiro Deus que eu conheço?, alguns se perguntam. Certamente não é o Deus que muitos mestres, teólogos e pregadores apresentam. Este é o deus das Santas escrituras, o Deus das vinganças, o Deus das retribuições providenciais. Nós precisamos rever a nossa teologia, porque o Deus Pai de Jesus Cristo, que é o mesmo Deus é o mesmo Deus do Antigo Testamento, é apresentado como o Soberano Senhor no Novo Testamento. É-nos dito no Novo Testamento que ele é o Deus das vinganças, como já afirmamos logo acima.
            Ele tem o direito de ordenar o que foi ordenado acima ao rei Saul, porque ele é soberano sobre Saul, a quem ele próprio havia constituído rei (1 Sm 15.1-2).
           Todavia, Saul não obedece as ordens de Deus exatamente da forma como Deus havia ordenado. Ele destruiu o povo, mas não o rei Agague e também tomou algumas coisas boas para si (vs 8-9). Além disso, ele mentiu a Samuel dizendo que havia cumprido todas as palavras do Senhor (v.13). Samuel percebe as ovelhas que haviam sido tomadas dos amalequitas e justifica que era para o sacrifício ao Senhor (vs. 15,20-21), o que Samuel contesta(v.22). Samuel, então, pronuncia a sentença de Deus contra Saul(v.23). Saul, por sua vez, reconhece o seu pecado (v.24) e pede perdão (v.25), mas não houve retorno.
            Samuel, então, mandou buscar o rei Agague e lhe disse:"Assim como a tua espada desfilhou mulheres, assim desfilhada ficará tua mãe entre as mulheres. E Samuel despedaçou a Agague perante o Senhor em Gilgal (1 Sm 15.33).      
           Assim como Agague havia deixado muitas mães sem filhos, assim sua mãe ficaria sem o seu filho. Agague foi morto violentamente, assim como violentamente ele havia matado tantos! A retribuição providencial de Deus que deveria ter sido executada por Saul foi executada por Samuel. A palavra de Deus tinha de ser cumprida. Porque não cumpriu, Saul perdeu o trono e o favor do Senhor (v.23). Samuel toma a iniciativa de retribuir a Agague as suas más obras.
           Deus é providente em todas as coisas que faz, porque as faz para que o seu governo seja reconhecido na terra e todas as pessoas saibam que ele é o rei verdadeiro e soberano deste universo.

Na segunda parte Retribuição Providencial aos Santos

À PROPÓSITO, NÃO É CANTANDO QUE SE ADORA




Por Ruy Cavalcante

Uma das coisas que eu desejei que ocorressem neste ano, era que diminuísse nossa mania de sacralizar músicas cristãs (ou gospeis, se preferir). Infelizmente isso não aconteceu. Na verdade piorou.

Cada dia mais, damos às canções um status que deveria pertencer apenas à Palavra de Deus. Canonizamos músicas pelo simples fato de haverem sido compostas por crentes evangélicos, e blindamo-las de toda forma de critica, ainda que o próprio evangelho ensine o contrário do que suas letras afirmam.

De certa forma, parece que a maioria de nós resumiu toda a adoração a Deus, na simples atitude de cantar uma música de mãos levantas, por isso não admitimos que ela tenha um papel secundário dentro do processo de adoração cristã. Em muitos casos ela se tornou o carro chefe, o personagem principal de nossos cultos, como se Deus fosse apenas um expectador de nossas apresentações musicais.

Posto isso, sinto-me obrigado a lhe dizer algo:

“A música é apenas uma das formas do ser humano EXPRESSAR sua adoração a Deus, não é sagrada, não é adoração em si mesma, não tem vida”.

Vida temos nós, dada por Deus, portanto, somos nós quem adoramos, e isso se faz, principalmente, sendo fiel a Deus. Deus pode suscitar pedras para adorá-lo, mas não é seu desejo ser adorado por coisas inanimadas, e sim por seres humanos.

É urgente a nossa necessidade de aprender mais sobre adoração, e eu queria deixar uma pequena contribuição.

Adoração é muito mais do que cantar. A adoração verdadeira, na maioria das vezes, sequer faz uso de palavras, pois não é algo externo, palpável, audível, mas interna, pessoal, espiritual, que flui do interior do ser humano. Vejamos um exemplo do que eu estou tentando dizer:

Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes santos”. (Sl 29:2)

Note que interessante a afirmação do salmista, a respeito da adoração. Ele diz: “adorai o Senhor vestidos de trajes santos” (JFA-RA, grafia brasileira). Outra tradução diz: “adorai o SENHOR na beleza da sua santidade” (JFA-RC).

Sua afirmação e imperatividade são tão claras, que dispensam maiores preocupações exegéticas. Ele não tutela a adoração a um entoar de voz, nem tampouco ao levantar de mãos e derramar de lágrimas, mas a uma vida de santidade.

O Senhor é Santo e sua Santidade é bela. Para o adorarmos precisamos estar embelezados por tal santidade.

Seja sincero, que sentido há numa adoração desprovida de obediência a Deus e fidelidade a sua Palavra? De que adianta cantar, chorar e levantar as mãos no culto, se fora dele eu vivo como se ignorasse a necessidade de caminhar em santidade? Chorar no culto e fazer chorar fora dele não tem o menor valor.

O próprio Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21, ver também o contexto). Isso também significa que de nada adianta cantar lindas canções de adoração, pois se eu não sou fiel a Ele, seremos apenas como o sino que ressoa, muito barulho, mas que sua função não perdura mais que alguns segundos. Seremos adoradores apenas de lábios, mas com o coração distante de Deus, e como diriam os antigos, nossa adoração não passará do teto.

Por falar em adorador, chega a ser cômico quando ouço alguém se apresentar como adorador do Senhor, pois sempre significa que ele é apenas um cantor gospel ou, quando muito, um ministro de louvor na igreja. Admira-me tanto equivoco.

Outro engano absurdo é quando o ministro diz à congregação: “Dê o seu melhor para Deus!”. Sempre entendem como: “Pule, grite, cante!”.

Se o nosso melhor para Deus for apenas um punhado de palmas e gritos, temo pelo nosso futuro na glória. Ao bem da verdade, não há nada bom demais em nós mesmos, pelo qual possamos agradar a Deus.

Tenho a devida noção de que há muito mais que se dizer a respeito deste assunto. Ainda assim, meu desejo para você é que possa caminhar cada dia mais nos trilhos fundamentados pelos apóstolos (os verdadeiros), aproximadamente dois mil anos atrás, e que possamos ser uma verdadeira geração de adoradores, reconhecidos não pelas canções que entoamos, mas pela beleza da santidade em que caminhamos.

Deus abençoe a todos nós.

***
Ruy Cavalcante é editor do Púlpito Cristão.

IDEOLOGIA DE GÊNERO E EROTIZAÇÃO INFANTIL, ENTREVISTA COM MARISA LOBO #ASSISTA





Por Jarbas Aragão

Em um debate de 78 minutos, promovido pela TV Folha, no programa FlaXFlu, a psicóloga cristã Marisa Lobo e a transexual Renata Peron abordaram a inserção da ideologia de gênero nas escolas.
Mesmo após as mudanças feitas pelo presidente Michel Temer, a questão ainda é amplamente debatida por conta do ativismo de esquerda, que procura impedir que o assunto seja revisto pelo novo Ministro da Educação, de perfil mais conservador.


No início do mês, um grupo de pastores liderados pelo bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, pediu pela defesa da família tradicional e que seja feito um combate à essa agenda ideológica que tomou vulto no Brasil durante os governos petistas. Essa posição foi criticada por Peron.

Especialista em direitos humanos, Marisa escreveu um livro sobre o tema e como essa questão vem influenciado a formação das crianças. Como contraponto, Renata reclamou. Para ela, “É no chão da escola que se discute preconceito”, no que classificou de transfobia. Como vem sendo praxe, culpou a bancada evangélica por instigar um discurso de ódio contra a população LGBT.

O fato é que a proposta de inclusão dessa ideologia foi retirada dos Planos Municipais de Educação. De acordo com Marisa Lobo, a tentativa é de se impor “um conjunto de ideias contra todas as outras verdades, sejam elas históricas, científicas ou biológicas. Alegando que o homem não nasce homem e a mulher não nasce mulher”. O tema foi inclusive tema de prova do ENEM no ano passado, causando grande polêmica em todo país.

Como psicóloga, Marisa entende que existe um conflito psicológico quando as crianças aprendem isso na escola. Em especial, por que está presente em material didático de alunos no ensino fundamental, no que ela classificou de ‘ditadura’.

“Isso é um perigo e na minha concepção, como profissional. Não como cristã, como religiosa”, esclarece. “É um gerador de conflito para a própria identidade das crianças”, que ainda não possuem sequer uma percepção de sua sexualidade.

Mencionou ainda vários casos de escolas que tem obrigado crianças pequenas a beijar outras do mesmo sexo ou se vestir com roupas do gênero oposto, numa tentativa de lutar contra o preconceito.
Renata, que é assistente social, lembrou o tempo todo sua própria biografia, afirmando que se “descobriu” trans desde a infância. Ela defendeu a necessidade de cotas para transgêneros no mercado de trabalho. Mostrando um alinhamento de pensamento com o governo de Dilma, afirmou que com Temer, suas bandeiras estão perdendo espaço.

Assista:


***

GEREMIAS COUTO COMENTA O CANCELAMENTO DA PALESTRA DE AUGUSTUS NICODEMUS NA CPAD

PARE, LEIA E PENSE!







O conhecido pastor assembleiano, Geremias Couto, tece um comentário pertinente sobre o cancelamento da palestra do pastor Augustus Nicodemus na CPAD Mega Store do Rio de Janeiro. Leia abaixo a posição do Pr. Geremias:

Estive ontem na Mega Store da CPAD para assistir à palestra do rev. Augustus Nicodemus Lopes. Como fora de casa só tenho acesso à internet onde houver wifi, só fiquei sabendo do cancelamento quando lá cheguei por volta das 17:00hs. A decisão tinha sido tomada poucas horas antes. A nota publicada pela CPAD é mero eufemismo para não mencionar os verdadeiros motivos.

Não tenho outra forma de qualificar a atitude, a não ser como vergonhosa, descortês, desrespeitosa e anticristã até porque o rev. Augustus já estava no Rio de Janeiro, quando foi comunicado da decisão. Criou-se no mínimo um "incidente diplomático", pois trata-se do vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Não é a fé reformada que está fazendo mal às Assembleias de Deus no Brasil. A ser assim, os livros reformados deveriam ser definitivamente banidos das estantes das lojas da CPAD. É incoerente vendê-los e fechar às portas a um de seus expoentes. É contraditório afirmar, como já fez um dos expoentes da CPAD, que são obras piedosas, ortodoxas, profundas e cristãs, no estrito sentido do termo, mas "desconvidar" de forma deselegante um de seus autores, como se fez ontem.

O que tem feito mal às Assembleias de Deus é a politicagem que há anos vem nela imperando da forma mais rasteira possível, principalmente entre a cúpula. O que tem feito mal às Assembleiss de Deus é o coronelismo opressor, que se vale de um semipelagianismo disfarçado de arminianismo para manter sob cabresto o povo que pouco conhece as doutrinas da graça. O que tem feito mal às Assembleias de Deus é fechar os olhos, fazer vistas grossas, ao liberalismo teológico que hoje infesta as cátedras de nossas faculdades teológicas. É só ler certos textos no CPAD News e visitar a FAECAD em dias de aula que isso salta aos olhos. É o liberalismo teológico que mata a igreja!

O que tem feito mal às Assembleias de Deus é a opulência de muitos líderes que vivem de forma nababesca, enquanto os seus obreiros que estão no campo sofrem com pouca renda e muitas vezes passam até fome. O que tem feito mal às Assembleias de Deus é a porta larga para as práticas do neopentecostalismo e a liberdade dada aos pregadores triunfalistas, que propalam heresias a olhos vistos sem que sejam advertidos e mudem o conteúdo de suas mensagens. Estes jamais pregam em igrejas e denominações sérias.

Os "guerrilheiros" da internet ontem vibraram e zombaram como se tivessem ganho uma Copa do Mundo. Eu, de minha parte, com todos os dissabores que o episódio causou, prefiro acreditar que Deus, em sua soberania, já fez dele algo que redunde para a sua glória e vergonha para esses que "sobrevivem" à custa dessa "esquizofrenia" nas redes virtuais. Fica aqui o meu dessgravo pessoal ao rev. Augustus Nicodemus Lopes.
***
Geremias Couto é pastor assembleiano, teólogo e colunista no Púlpito Cristão

É OFICIAL: TEÓLOGO PRESBITERIANO É BARRADO EM EVENTO DA CPAD

PARE, LEIA E PENSE!



Por Leonardo Gonçalves
Atualizado 19/07, às 12:17

Conforme noticiado por nós na manhã de ontem (18), alguns influentes pastores da Assembleia de Deus estariam se mobilizando para impedir uma palestra do teólogo Augustus Nicodemus Lopes na loja da CPAD MegaStore, no Rio de Janeiro (RJ). O tema da palestra seria a chamada "renovação apostólica", abordada pelo reverendo em sua mais recente obra: "Apóstolos". O evento daria continuidade a uma palestra proferida pelo teólogo assembleiano Ciro Zibordi, que no dia 02/07 discursou acerca dos falsos evangelhos da atualidade, que é tema de um de seus livros publicados pela Casa.

A noticia foi recebida com ceticismo por parte de muitos cristãos pentecostais. De fato, a maioria não encontrou nenhum sentido em uma tentativa de impedir um esforço tão nobre, que aconteceria em um espírito de cobeligerância. Imagine só, um teólogo calvinista e um teólogo arminiano combatendo um inimigo comum, o falso ensino dos apóstolos modernos. Seria lindo, não é mesmo? Pois é... seria, porque já não será.

Acontece que a CPAD cedeu a pressão de meia duzia de gatos pingados, enciumados e raivosos, que não conseguem colocar de lado seu espírito faccioso nem por um momento. Sectários até o tutano, essa meia dúzia de pseudo-intelectuais conseguiram, por meio de coação, impedir a realização do evento. Pode comemorar, senhor Altair Germano! Pode soltar rojão, Silas Daniel! Mesmo não havendo motivos para comemorar, o fato é que vocês venceram. Uma grande vitória do sectarismo, do bairrismo. Parabéns, inquisidores!

Em uma nota sobre este triste episódio, o jovem teólogo editor do blog Teologia Pentecostal, Gutierres Siqueira, escreveu o seguinte:

"O sectarismo venceu. O velho coronelismo agora posa como guardião da confessionalidade (...) Os meninos não sabem o que acontece nos bastidores. Eles pensam que é tudo zelo doutrinário. A inocência e a imaturidade um dia passam. Aliás, os meninos não me preocupam. O tempo costuma curar. O que me preocupa é a gula pelo poder de alguns coronéis de cabelos brancos".

Como disse antes, tudo isso é apenas uma questão de ciúme, de parte de uns pseudo-teólogos que desejam empurrar a si mesmos pela goela abaixo do povo. Isso, aliado ao descaro dos coronéis que insistem em manter cativo o povo que Deus chamou para a liberdade.

Não há zelo pela confessionalidade, como bem expressou o Gutierres Siqueira. Ora, se houvesse, já há muito a Assembléia de Deus teria se posicionado contra o coronelismo, o nepotismo, a corrupção dos líderes, o misticismo, o reteté, o ungidismo, os pastores que vivem nababescamente dos dízimos de assalariados, o voto de cabresto, o liberalismo teológico, o triunfalismo das campanhas de sete semanas e as heresias de Camboriú.

Aliás, seria mesmo muito proveitoso se ao invés de promover uma caça às bruxas, estes líderes assumissem uma postura contra essas heresias citadas. A energia gasta disparando fogo amigo seria melhor empregada se eles se dedicassem a discutir estes temas.

Porém, se eles fizerem isso, quantos ministérios sobrarão?

Segue o comunicado da CPAD Megastore:


Fonte:Púlpito Cristão

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Homossexualidade sob a perspectiva bíblica

image from google


Neste vídeo o Rev. Augustus Nicodemus Lopes ministra sobre Romanos 1:26-27, expondo a Palavra de Deus sobre a homossexualidade e refuta os pontos colocados pela chamada "teologia gay", que tenta justificar a prática homossexual como aceitável através de distorções ao texto sagrado. Assista:

***
Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Fonte: Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia
Culto Noturno, 17/07/2016. 
Série ''A Mensagem da Carta aos Romanos''
7ª Mensagem: Homossexualidade: Uma perspectiva bíblica
Texto Bíblico: Romanos 1:26-27

sábado, 16 de julho de 2016

ÍDOLOS DO CORAÇÃO E A VERDADEIRA ADORAÇÃO





Por Robson Fernandes

“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm;todas são lícitas, mas nem todas edificam”

1 Coríntios 10:23

Edificação é um tema comum na Sagrada Escritura. Edificar significa construir, levantar, instituir, induzir à virtude, infundir sentimentos morais e religiosos em alguém. Com isso, a ideia do autor bíblico é a de que devemos buscar em todo o tempo as coisas que colaboram para o nosso crescimento e para a nossa solidificação espiritual.

Se para alguns a busca incessante pela edificação é o mesmo que radicalismo e exagero, para outros, não buscar essa edificação constantemente é secularização, mundanismo e relativização da Verdade. O fato é que os apóstolos e o próprio Jesus não se cansaram de buscar a edificação o tempo inteiro.

Esse era um dos principais problemas da igreja de Corinto, pois ela relativizava a verdade e não buscava a edificação o tempo todo. Aquela igreja permitiu que os costumes de uma sociedade caída e sua cultura contaminada pelo pecado penetrassem na igreja, e ao invés de influenciar a sociedade ela passou a ser influenciada. Para defender essa distorção alguns argumentam: “mas eu tenho o direito de relaxar”.

É verdade, todos necessitamos de descanso e férias, mas quem foi que disse que devemos descansar, relaxar ou tirar férias envoltos em uma ação pecaminosa? Ora, férias, por exemplo, existem para descansarmos do trabalho, e isso porque estamos cansados. Então, se tiramos férias de Deus, se negligenciamos os princípios da Sagrada Escritura em nosso descanso é porque estamos cansados de Deus? Estamos cansados dos princípios da Sagrada Escritura?
Precisamos entender urgentemente que se isso ocorre é porque existe algo de muito errado com nossa vida!

Isso ocorre, normalmente, quando os nossos interesses são maiores que os interesses de Deus. Ou seja, quando deixamos que ídolos sejam erguidos em nossos corações. Alguns desses ídolos são: hedonismo (busca pelo próprio prazer e fuga da dor), pragmatismo (a negação de princípios e valores desde que a prática funcione, a ação dê certo), relativismo (afirmação de que as verdades morais e religiosas, por exemplo, variam conforme a situação) e niilismo (não existe nada absoluto. Não há verdade moral nem escala de valores).

Esses ídolos se manifestam em forma de interesses pessoais, e nossos interesses pessoais terminam sendo maiores que os interesses de Deus. São eles: dinheiro, poder, fama, felicidade, sucesso, status, bem estar etc. Por isso a igreja de Corinto estava participando de festas mundanas que o apóstolo Paulo chama de sacrifício à demônios (1Co 10:20), associação com demônios (1Co 10:20), “cálice dos demônios” (1Co 10:21), “mesa dos demônios” (1Co 10:21). Por essas coisas, o apóstolo declara: “Ninguém busque o seu próprio interesse” (1Co 10:24). Ou seja, o apóstolo está dizendo em outras palavras a mesma coisa que o próprio Jesus Cristo já havia dito: “negue-se a si mesmo” (Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23).

E agora, o que você fará? Será possível achar que alguém pode buscando a Deus na igreja e ter comunhão com demônios fora dela? Será que alguém pode pensar que Deus permitirá que isso ocorra por muito tempo?

Pense nisso e decida a quem você deseja servir de fato para que não sejamos como a igreja de Corinto.

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PASTOR PREGA QUE HOMOSSEXUALIDADE É PECADO E FIÉIS ABANDONAM CULTO





Assim que o pastor começou um sermão falando contra a homossexualidade, os membros da igreja começaram a sair. Um a um, a maior parte da congregação saiu do templo manifestando sua reprovação. T L Bates, que lidera uma Assembleia de Deus em Oklahoma, recusou-se a comprometer a Palavra de Deus.

Ele sabia que o tema despertava todo tipo de reação, mas não esperava esse tipo de reação de sua comunidade. Mesmo assim, continuou pregando.  A mensagem faz parte da série de sermões “Firestarters” [Fazedores de fogo]. “Eu usei Elias como exemplo desse ‘Fogo de Deus’, e de nossa necessidade de levantarmos uma geração tomada pelo ‘Fogo de Deus’, que não tem medo de enfrentar as falsas religiões (como o islamismo) e a cultura corrupta”, explicou Bates à revista Charisma.

Afirmou estar cansado de ver membros da comunidade LGBT dizer coisas negativas sobre o cristianismo e não serem criticados. Pelo contrário, por vezes recebem elogios. O mesmo acontece quando o assunto é a religião islâmica.

Para ele, a sociedade em geral está acostumada a isso. “Se nós [cristãos], falamos contra, somos chamados de intolerantes e nos censuram e dizem que não estamos sendo politicamente corretos“.
À frente da Igreja da Fé, de Oklahoma City, relata que desafiou os crentes para se levantarem “como uma geração que está espiritualmente em chamas, não sendo intimidados pelas falsas religiões nem cultura enganosa”.

Ao afirmar que, como cristãos tinham a obrigação de pregar “a verdade em amor e sem desculpas”, notou que as pessoas começaram a se levantar, muitos balançando a cabeça em desaprovação. Ele calcula que entre 50 e 75 pessoas, de todas as idades e raças saíram.

Mesmo após o fim do culto, o pastor continuou enfrentando críticas por causa dessa mensagem. Uma pessoa deixou um bilhete anônimo no para-brisa do seu carro, reclamando de sua “intolerância”. Outros ameaçaram parar de entregar seus dízimos. Um grupo simplesmente nunca mais voltou.

Apesar de tudo isso, Bates disse que não irá ceder. “Ao longo de quase 40 anos de ministério pastoral, tenho visto que as coisas uma geração tolera, a próxima geração aceita como natural e a geração seguinte começa a participar. Na minha opinião pessoal, creio que a comunidade LGBT, assim como os islâmicos e muitos outros grupos possuem uma agenda que já não quer que sejamos tolerantes como seu estilo de vida e crenças, mas que o aceitemos e imitemos”, resume Bates.

O pastor acredita que é chegada a hora de a igreja estabelecer limites claros. “Essa questão dos banheiros trans é apenas a ponta do iceberg. Precisamos traçar uma linha e nos recusarmos a ficar escondidos atrás da ideia de tolerância e aceitação, mas corajosamente declararmos a Palavra de Deus, sem medo de homens”, sublinha.

Exorta os cristãos, em especial os pastores de todo o mundo, que parem de ser complacentes com “estilos de vida ímpios e as falsas religiões e não temam em falar o que é certo”.

Analisando o que ocorreu em sua própria igreja, dispara: “É apenas mais uma evidência de que vivemos os últimos dias antes da vinda do Senhor e o julgamento final de Deus.”

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