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domingo, 3 de abril de 2016

LIDERANDO COMO DEUS QUER





Por Russel Shedd

Samuel, filho do pastor da igreja da qual eu era membro, conversava com seus colegas da escola sobre a importância das profissões dos seus pais.  Um gabava-se: “Meu pai é químico; ele descobre produtos úteis para a sociedade”.  Outro dizia: “O meu é engenheiro. Ele constrói pontes e estradas”. Notando o silêncio de Samuel, os colegas perguntaram-lhe: “E o seu pai, o que ele faz?” O adolescente encolheu os ombros, meio encabulado, e confessou: “Meu pai não faz nada – somente fala.”

Acredito que muitos pastores repassam a impressão geral de que o líder de uma igreja tem uma vida isenta de responsabilidades mais pesadas.  Um colega, certa vez, me contou como chegara a escolher a carreira de pastor. Quando jovem, ele passava na frente da casa de um ministro do Evangelho. Observava que ele pulava da cama depois das nove horas da manhã e, depois, seguia uma rotina bem suave – ia pescar quando lhe convinha, conversava alegremente com os amigos, era constantemente convidado para as celebrações das famílias da igreja. Nas horas mais vagas, preparava uma homilia de vinte minutes para o culto nos domingos. O jovem percebeu que aquele pastor era honrado na sociedade e recebia um salário bom, e esta foi a vida que escolheu para si.

Não me admirei em ouvir, tampos depois, que aquele jovem, já guindado à condição de pastor, havia se divorciado da esposa e seduzido a mulher de um líder da sua igreja. Acabou saindo do país com ela, indo pastorear uma igreja no exterior, onde, quem sabe, a história se repetiria. Acabei perdendo contato com aquele “pastor lobo”, vestido de pele de ovelha.
Como ele, há muitos e muitos por aí. Pastores que não fazem caso das exigências bíblicas para o pastorado, especialmente aquela que requer que o bispo seja “irrepreensível”(registrada em I Timóteo 3.2), são uma ameaça para a igreja! O mais devastador dos perigos do ministério é a falta de integridade, quando o pastor prega aquilo que não vive e ilude os membros da igreja, fingindo ser um homem chamado por Deus. Quando a igreja não tem um padrão de qualidade e não requer de seu pastor que preste contas a alguém, há o perigo da preguiça. Gastar pouco tempo com Deus ou imaginar que um curso de seminário é suficiente para o pastoreio não qualifica ninguém para o ministério. Muitos pastores pensam que nada mais é exigido do pregador senão de colecionar um acervo de boas histórias e ler um texto da Bíblia para logo esquecê-lo, sem se preocupar com o sentido da passagem ou como as Sagradas Letras deveriam ser aplicadas às vidas de seus ouvintes.

GRANDE OBRA

O professor de um seminário pediu que seus alunos procurassem saber dos membros de suas igrejas o que achavam das pregações dos seus pastores. O consenso colhido foi o de que os pastores leem a Bíblia, mas não a explicam, nem aplicam o texto para a vida diária das pessoas. Outra conclusão do estudo foi a impressão generalizada de que os líderes têm mais interesse nos negócios das igrejas do que na vida espiritual dos membros.

Robert Murray McCheyne, um jovem pastor de Dundee, na Escócia, e muito usado por Deus, disse: “A grande obra do pastor, na qual deve depositar as forças do seu corpo e mente, é a pregação. Por mais fraco, passível de menosprezo, ou louco (no mesmo sentido como chamaram a Paulo de louco) que possa parecer, este é o grande instrumento que Deus tem em suas mãos e para que, por ele, pecadores sejam salvos e os santos sejam aptos para a glória. Aprouve a Deus, pela loucura da pregação, salvar aos que creem. Foi para isso que o nosso bendito Senhor dedicou os poucos anos de seu próprio ministério – e esta foi a grande obra de Paulo e de todos os apóstolos. Por isso, Jesus nos deu este mandamento: ‘Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho’.” Com efeito, o sucesso eterno do ministério de qualquer pastor será medido pelo poder de sua pregação. Comentou Cotton Mather: “O desenho e intenção principal do pregador é restaurar o trono e domínio de Deus nas almas dos homens.”

Outro perigo envolve as finanças do pastor. Raras vezes seu salário tem alguma folga. O cartão de crédito parece ser uma providência divina para adquirir “necessidades” que estouram o orçamento. Parece que o pastor acredita que os membros têm a responsabilidade de socorrer ministros que gastam mais do que recebem. Acontece que o que parece ao pastor ser uma necessidade não convencerá os membros da comunidade, que via de regra vivem com salários inferiores ao que seu pastor recebe. Se o dinheiro é a motivação, sua alegria não virá do ministério, mas das coisas que pode comprar. Paulo combate esta ameaça, dizendo: “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros” (Romanos 13.8). A integridade do pastor se reflete na honestidade com que trata o dinheiro da igreja.

Uma pesquisa feita na escola de missões do Seminário de Fuller, nos Estados Unidos, sobre a vida de 900 líderes evangélicos, tanto na história como no presente, revelou que eles reconhecem que a autoridade espiritual é a base principal do poder, isto é, o impacto de um ministério que transforma vidas depende da intimidade que o líder tem com Jesus. Essa intimidade se nutre através de pureza pessoal, adoração e uma vida fiel de oração. Uma das principais ameaças do ministério se revela no profissionalismo que busca sucesso de outras fontes de poder. O líder cristão pode decidi raprimorar-se na psicologia, na oratória ou com conhecimentos intelectuais. Contudo, em qualquer outro foco de um ministério faltará a vitalidade que somente o Espírito Santo é capaz de suprir. O exemplo do apóstolo Paulo nos desafia a todos: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome; tendo muito, ou passando necessidade” (Filipenses 4.12).

Muitos ministros não sentem que a tentação sexual possa ser problema. Pensam que esse tipo de atração pode ser perigosa para os outros, mas não para eles. No entanto, a lamentável frequência com que os escândalos têm abalado a reputação das igrejas evangélicas sinaliza para a necessidade de cuidados especiais.  Paulo advertiu seu filho na fé nos seguintes termos: “Fuja dos desejos malignos da juventude” (II Timóteo 2.22). Prevenção requer um plano eficaz para repelir as tentações que assolam a vida de muitos pastores. O texto coloca justiça, fé, amor e paz e, especialmente, a companhia de pessoas que, de coração puro, invocam o Senhor como baluarte contra a atração sexual pecaminosa.

A internet tem trazido para dentro de casa a possiblidade de contaminar o coração do pastor com a pornografia. Ainda que poucos ministros confessem esse vício secreto, a praga moderna ameaça a estabilidade de muitas famílias e o relacionamento de pastores com suas igrejas. Qualquer líder que não mantém a fé e a boa consciência enfrenta o perigo de “naufragar na fé”, conforme Paulo admoesta a Timóteo. Jesus ensinou que os puros de coração são felizes porque eles verão a Deus.  E que dizer do que maculam suas mentes com pornografia?

AVALIAÇÃO CONSTANTE

De minhas muitas décadas de ministério pastoral, tenho aprendido, continuamente, a desenvolver disciplinas pessoais e espirituais que podem nos manter a salvo na questão da integridade sexual. Em primeiro lugar, é preciso avaliar nossa condição espiritual regularmente, sabendo que a falta de oração e comunhão com Deus é fatal. Em segundo lugar, o pastor precisa manter um casamento de qualidade, com comunicação, evitando sentimentos de descontentamento, pobreza no relacionamento sexual e frieza na intimidade. Não se pode ser omisso na busca por um bom relacionamento espiritual e emocional.  Além disso, é necessário, sempre, demonstrar respeito e amor, as chaves de um casamento saudável. O servo do Senhor também precisa tomar precauções básicas, fugindo de qualquer pessoa que o atraia sexualmente e evitando aconselhamentos com pessoas do sexo oposto sem a presença do cônjuge. A descoberta de um bom amigo com quem se possa abrir o coração para revelar qualquer sentimento que não seja puro e saudável deve ser uma prioridade. Por fim, deve-se ter em mente, sempre, o poder destrutivo que uma queda no pecado sexual tem sobre ministério abençoado por Deus.

Na lista de qualificações que o pastor deve ter, Paulo inclui o governo da família. O líder deve ter “os filhos sujeitos a ele”. “Se não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?”, questiona o apóstolo (I Timóteo 3.4,5)? Na cultura brasileira, muitos pais não exigem a obediência dos filhos. O individualismo reina de tal modo que os pais chegam a se cercar de cuidados para não contrariar seus filhos. Todavia, a Bíblia ensina com clareza que filhos e pais são pecadores.  Todos necessitam disciplina para aprender a obedecer aos pais, tal como os pais precisam de disciplina bíblica para submeter-se a Deus. Por isso, Paulo faz a conexão do líder responsável pela igreja e a responsabilidade de chefiar a família.

Algumas qualificações são mais determinantes do sucesso no ministério do que outras. Acredito que a que mais importa para o pastor é o amor pelas pessoas e sua humildade, além de coragem. Jesus convidou os cansados e sobrecarregados a aprender dele a se tornaram humildes e mansos (Mateus 11.29). Se Jesus Cristo for realmente o modelo que norteia o ministério, não há que se duvidar de que essa qualidade tenha importância singular. Alguns pastores esquecem que são ovelhas que também precisam do pastoreio do Bom Pastor (I Pedro 5.4). Essa atitude de altivez é especialmente perigosa nos tempos em que vivemos, nos quais o sucesso ministerial é medido por números e marcas externas de uma igreja. Jesus não teve um sucesso notável ou popularidade. Tanto, que ele rejeitou a proposta do povo, que queria aclamá-lo como rei (João 6.14).

Os líderes de igrejas no presente século percebem que a liderança de uma comunidade de maneira bíblica ficou mais difícil. Mas aqueles que combatem o bom combate, pregando a Palavra e guardando a fé, receberão a coroa da justiça que o Senhor, o justo juiz, lhes dará no dia final. O ministro que combater para vencer, como o apóstolo Paulo lutou, receberá a recompensa prometida na vinda do Senhor.

Russel Philip Shedd é doutor em teologia com estudos de pós-doutorado em Novo Testamento, escritor e conferencista. Americano radicado no Brasil desde 1962, é presidente emérito de Edições Vida Nova e missionário aposentado da missão World Venture.

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sábado, 2 de abril de 2016

3 MOTIVAÇÕES ERRADAS PARA ME ENVOLVER COM O MINISTÉRIO




Por Junior Souza

Sempre ouvimos motivos para fazermos coisas na igreja, nos envolvermos com o ministério, com as coisas de Deus, inclusive muitas pessoas acabam falando coisas para nos motivar, e até em nome de Deus mas que não são necessariamente verdade.

Por exemplo: Contribua com este ministério que você vai prosperar, você não vai mais ter problemas, seu marido vai se converter, seu filho vai começar a levar Deus a sério, seu cabelo vai parar de cair, vai emagrecer, etc…

Como se estas coisas fossem o salário do ministério. Ou como se Deus fosse obrigado a nos dar estas coisas porque estamos fazendo algo para Ele. Por isso, concluímos facilmente que existem muitas motivações corretas e muitas motivações erradas para fazermos algo para Deus.
Gostaria de destacar 3 motivações erradas que alguém pode ter quando faz algo para Deus. Não se envolva com o ministério se você quer receber uma destas 3 coisas que vamos falar, e posso te garantir que se você estiver buscando estas coisas no ministério, você está buscando no lugar errado.

Eu admiro muito o livro de Jó. É um livro inteligente e intrigante, e muitas vezes as pessoas só lêem o começo e o fim. Porque acham o livro chato. Mas é exatamente no meio da narrativa que conseguimos ver um retrato intrigante de nossas vidas. Na verdade o livro todo é um grande retrato da alma humana diante do sofrimento. Como reagimos, a quem culpamos etc… Outra característica interessante é que o livro traz ideias que não são repetidas em nenhum outro lugar na Bíblia. Vamos falar sobre uma delas.

Além disso este livro apresenta ao mundo os três amigos de Jó, as 3 piores pestes do universo depois de mim. Se todo mundo tivesse amigos assim, não seria necessário existir sogra, cunhado, vizinho, presbítero etc… Este tipo de gente que normalmente complica a vida da gente.
Vamos ao texto – Jó 4:7 a 11
7 Lembra-te agora disto: qual o inocente que jamais pereceu? E onde foram os retos destruídos? 8 Conforme tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam o mesmo. 9 Pelo sopro de Deus perecem, e pela rajada da sua ira são consumidos. 10 Cessa o rugido do leão, e a voz do leão feroz; os dentes dos leõezinhos se quebram. 11 Perece o leão velho por falta de presa, e os filhotes da leoa andam dispersos.

PRIMEIRO Este texto apresenta claramente a doutrina da retribuição.
Se faço uma coisa certa = Deus me deve uma benção.
Se faço o errado = preciso sofrer por isto. Se você está envolvido no ministério porque você acha que esta fazendo um favor a si mesmo, que você está acumulando créditos ou bônus com Deus, e depois você pode trocar estes bônus por produtos nas lojas do Baú. Sinto muito, você está enganado. O Reino de Deus não faz programa de milhagens. Olhe novamente para o texto. A vida dos discípulos e apóstolos desmente esta doutrina. Porque eles fizeram mais do que todos nós juntos, e morreram mortes horríveis, sofreram muito, e ainda passaram por todos os tipos de necessidades possíveis. Eu não faço algo que vai agradar o coração de Deus para que ele também faça algo que vai alegrar o meu.

SEGUNDO – JÓ 4: 12 A 16 12 Ora, uma palavra se me disse em segredo, e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13 Entre pensamentos nascidos de visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo, 14 sobrevieram-me o espanto e o tremor, que fizeram estremecer todos os meus ossos. 15 Então um espírito passou por diante de mim; arrepiaram-se os cabelos do meu corpo. 16 Parou ele, mas não pude discernir a sua aparência; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, então ouvi uma voz que dizia: Não estou envolvido no ministério simplesmente para sentir, presenciar ou receber as sensações do sobrenatural de Deus. Eu quero ser guiado por Deus em tudo, mas sem me tornar místico em nada. Cheio de regras do tipo: Não pode falar, não pode ir, não pode tocar. Jogando a culpa no diabo por erros que eu conscientemente cometi, por meus atos, palavras e escolhas. Isto é vergonhoso. Fico muito chateado ao ver alguém dizer uma frase do tipo: O diabo é quem me fez falar o palavrão.
Mentira! Se eu falei foi porque eu escolhi. A menos que eu esteja possuído. Eu acredito e quero o sobrenatural de Deus na minha vida. Mas eu não quero esquecer que ainda vivo em um mundo natural que precisa ouvir do evangelho naturalmente.

Se Paulo fazia tantos milagres então pra quê ele pregava? Eu quero que os milagres sejam o selo da mensagem que prego diariamente. Os milagres não são minha mensagem. No ministério de Jesus também era assim. O louvor pode ser uma bênção sem arrepio, choro, latido ou qualquer outra manifestação. Eu não preciso sentir nada. Eu preciso dar tudo para Deus.
Muitas vezes quando vamos à igreja, estamos abertos somente para receber e não para dar. Se esta é minha motivação, já me tornei o centro do meu culto e provavelmente meu próprio Deus.

TERCEIRO -  JÓ 4: 17 A 21 17 Pode o homem mortal ser justo diante de Deus? Pode o varão ser puro diante do seu Criador? 18 Eis que Deus não confia nos seus servos, e até a seus anjos atribui loucura; 19 quanto mais aos que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e que são esmagados pela traça! 20 Entre a manhã e a tarde são destruídos; perecem para sempre sem que disso se faça caso.
21 Se dentro deles é arrancada a corda da sua tenda, porventura não morrem, e isso sem atingir a sabedoria? Esta é uma imagem errada de Deus. É uma das coisas que aparecem somente no livro de Jó e não aparecem em nenhum outro lugar no texto bíblico (somente em Jó 15:15 e 16 a mesma ideia é repetida). Essa afirmação vai ser desmentida em diversos outros textos, onde vemos Deus atribuindo valor ao Ser Humano. O que esta passagem demonstra, é chamado de Teologia baixa. Ou seja, quem falou isso não sabe nada de Deus. É pior que o próprio Jó que pelo menos conhecia de ouvir falar. Não estou envolvido com o ministério para acalmar um Deus carrancudo, mal humorado, que não gosta de mim. Não faço as coisas que faço porque tenho medo de Deus. Faço porque amo, e porque sou amado por Ele.

O dia que eu sentir que meu amor por Deus se esfriou, a primeira coisa que vou fazer é me retirar imediatamente do ministério. Nunca fiz nada por obrigação. Por isso não faço tudo que me mandam, ou esperam que eu faça.

Resumindo. Não faça nada para Deus por interesse, misticismo ou medo. Senhor guia-nos no Teu amor.

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Guia-me, via Pr Anselmo Melo

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O Calvinismo segundo um Pentecostal

PARE, LEIA E PENSE!
calvinismo-pentecostal
Por Clóvis Gonçalves
Introdução
O movimento pentecostal geralmente foi visto como não calvinista e superficialmente descrito como arminiano. Por ser associado a igrejas tradicionais, em geral cessacionistas, o calvinismo sofre no meio pentecostal de uma imagem negativa, agravada por representações malfeitas dos pontos distintivos da soteriologia dos reformadores. Por outro lado, o arminianismo é associado ao movimento de santidade wesleyano, que exerceu influência no pentecostalismo, portanto não sofre com esse estigma. Embora o arminianismo jamais tenha sido abraçado de forma refletida e o calvinismo tenha sempre sido rejeitado de forma preconceituosa, as igrejas pentecostais são tidas como arminianas.
Nos últimos anos, porém, essa realidade está mudando com uma crescente minoria se voltando para um estudo teológico mais consistente, tendo contato com expoentes contemporâneos da teologia reformada e acesso a obras de teólogos do passado, até então desconhecidas por ela. Como as principais obras teológicas são calvinistas, o pentecostal despertado para o conhecimento teológico – em geral jovens insatisfeitos com a pouca ênfase doutrinária e falta de profundidade teológica dos púlpitos de suas igrejas – tem descoberto a fé reformada e até se declarado reformado.
Isto tem provocado reações fortes tanto no meio onde estão como nos círculos reformados. Muitos pentecostais, não tendo ainda estudado o calvinismo, não entendem como um dos seus pode crer em absurdos tais como o de que um não predestinado pode ir para o inferno mesmo aceitando a Cristo enquanto que outro, sendo predestinado, pode levar uma vida inteira de pecado e ser salvo blasfemando contra Deus. Não se dando conta de que isso não é calvinismo, a pressão é para que saiam do meio deles. O outro lado reage, dizendo que a fé reformada é incompatível com a crença na atualidade dos dons espirituais e que, a menos que primeiro reneguem essa crença, jamais poderão professar fé nas doutrinas da graça. Alguns cedem a essa pressão e abandonam o movimento pentecostal, ao qual, muitas vezes, passam a hostilizar. Felizmente, alguns poucos são encorajados tanto por pentecostais interessados no amadurecimento teológico do movimento, como por reformados abertos à atualidade dos dons espirituais, a permanecerem onde estão. É o caso deste autor. Há quinze anos, descobri e abracei as chamadas doutrinas da graça enquanto servia numa igreja pentecostal, da qual nunca precisei sair.
Este artigo é dirigido especialmente aos pentecostais que não entendem a crescente aceitação da teologia reformada em seu meio e também aos que acham que entendem, acreditando que a causa é o desconhecimento da teologia arminiana clássica no meio pentecostal e que mais Armínio resultará em menos Calvino (quando o resultado pode ser bem o contrário, se o conselho de Armínio para que se leia Calvino for seguido).
Como um pentecostal que se tornou calvinista pode justificar a sua soteriologia aos seus irmãos? Penso que o primeiro passo é esclarecendo-os a partir do que a Bíblia diz sobre os pontos de sua fé. Exemplificarei com uma declaração da Escritura:
“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9.16).
Os Cinco Pontos do Calvinismo
Primeiramente, consideremos que Paulo está falando de salvação e condenação. No início do capítulo, Paulo diz que preferia ser “separado de Cristo” em favor de seus irmãos (9:3). Em seguida, diz que Deus,“querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição” (9.22). Enquanto que a outros Ele quis dar “a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão” (9.23) e, finalmente, ele conclui fazendo referência à “justificação… que decorre da fé” (9:30). Portanto, o que não depende do homem é a misericórdia divina para salvar o pecador.
É dito, pois, que a salvação “não depende de quem quer ou de quem corre”. Em outras palavras, não depende da vontade do homem, nem de seu esforço. Antes de provocar contrariedade, essa declaração deveria trazer ânimo. Por causa do pecado, a vontade do homem está escravizada pela sua natureza caída e inclinada para as coisas más e, se deixado a si mesmo, o homem nunca desejará o Bem. A Queda tornou-o incapaz de qualquer feito que o torne aceitável diante do Deus Santo. À pergunta de Jó“Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus?” (Jó 4.17), Paulo responde que “não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10) e que “é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus” (Gl 3.11). Esta doutrina é chamada de depravação total pelos reformados e simplesmente declara a absoluta incapacidade do homem de fazer o que quer que seja para obter o favor divino.
Neste estado, para que o homem seja salvo, é absolutamente necessário “usar Deus a sua misericórdia”.Como todos os homens estão igualmente na miséria do pecado e só alguns são salvos, decorre que uma escolha é feita. Poucos versos antes, o apóstolo faz referência a ela ao explicar que “ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)” (9.11). Sobre a natureza desta escolha, convém notar que ela é soberana, ou seja, é “por aquele que chama”. E que ela é eterna, ou seja, feita quando”ainda não eram os gêmeos nascidos”. Finalmente, é uma eleição individual e não corporativa. Expressões como “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (9:6), “não eram os gêmeos nascidos”(9:11), “amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (9:13) e “tem ele misericórdia de quem quer” (9:18), sugerem fortemente que Paulo está tratando de indivíduos e não de uma coletividade amorfa. Esta doutrina é conhecida como eleição incondicional, embora seja melhor compreendida como eleição soberana e graciosa.
Antes de abordar os demais pontos da doutrina da graça, convém considerar uma implicação da salvação depender de Deus e não do homem: a sua certeza. Se dependesse do homem, a salvação não seria apenas incerta, seria impossível. Mas, como depende de Deus, ela não é apenas possível, mas certa. Dizendo de uma outra forma, nenhum dos eleitos perecerá, não simplesmente pelo fato de serem eleitos, mas porque a Trindade assegurará todos os meios necessários e infalíveis para a sua realização. Vejamos como isso acontece na prática.
Para ser possível “usar Deus a sua misericórdia”, Sua justiça tinha que ser satisfeita, “para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:26). Isto quer dizer que um preço precisava ser pago, uma dívida precisava quitada. “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Ter Cristo morrido por nós não significa apenas que morreu em nosso favor, mas que morreu em nosso lugar, “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós… removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14). A morte de Cristo foi intencionada para pagar completamente a dívida daqueles por quem Ele morreu. Embora o valor de Seu sangue seja suficiente para pagar os pecados do mundo todo, Sua morte foi intencionada em favor dos escolhidos de Deus, tornando a salvação deles não apenas possível, mas certa. Esta é a difícil, mas bendita, doutrina da expiação limitada ou, como muitos preferem, redenção particular.
A expressão “usar Deus a sua misericórdia” implica que Deus não assume simplesmente uma atitude de misericórdia passiva, provendo os meios de salvação e deixando por conta do homem apropriar-se dela. Já vimos que, se Ele fizesse isso, ninguém se salvaria e por isso é uma bênção o fato de que “não depende de quem quer ou de quem corre”. Deus mesmo, pelo Seu Espírito, aplica no pecador eleito os benefícios, chamando-os para Si. Paulo fala “daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28), acrescentando que “aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Esse chamado é segundo o propósito eterno de Deus e tem como objetos os que foram predestinados para a salvação. Por isso é referido como graça irresistível ou, mais acertadamente, de chamada eficaz.
Finalmente, a salvação não depender da vontade ou do esforço humano, mas de Deus usar Sua misericórdia, implica uma certeza inabalável: nenhum pecador que foi eleito pelo Pai, remido pelo Filho e chamado pelo Espírito Santo, irá perder a salvação recebida. A Trindade Santa está se encarregando disso. “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”(Rm 8.38–39). Esta doutrina é chamada de perseverança dos santos, mas deve ser entendida como preservação dos santos, pois é Deus quem guarda o tesouro e preserva aqueles por quem Cristo morreu.
Conclusão
Quando um pentecostal se diz calvinista, não está afirmando absurdos sobre Deus e a salvação, mas expressando convicções obtidas das Escrituras. No que se refere a Deus, ele admite que o Senhor é o soberano sobre a criação, sobre a história e sobre a salvação e que, de fato, Ele exerce essa soberania de forma absoluta. Especificamente sobre a salvação, ele afirma que, estando o homem completamente corrompido, Deus elegeu soberana e graciosamente alguns dentre eles e enviou Seu Filho para resgatá-los e o Espírito para regenerá-los, guardando-os com mãos poderosas até o fim. É nisto que crê um pentecostal que confessa ser calvinista.
Fonte:NAPEC

Quando os pastores procuram igrejas fiéis


Por Renato Vargens


Geralmente vemos irmãos procurando pastores sérios para pastoreá-los, o que é extremamente louvável. Agora, por outro lado, também tenho visto pastores saudáveis procurando igrejas tementes a Deus para servir. Volta e meia eu ouço alguns pastores dizendo: 

1-) Procuro uma igreja que prefere as Escrituras ao entretenimento.

2-) Procuro uma igreja que prefere estudos bíblicos à festas e ativismos.

3-) Procuro uma igreja que ama a pregação expositiva.

4-) Procuro uma igreja que ame missões e se dedique a investir na plantação de novas igrejas.

5-) Procuro uma igreja onde os jovens amam mais a palavra de Deus do que o presente século.

6-) Procuro uma igreja onde os casais querem ser pastoreados segundo a palavra de Deus, não preferindo assim, seguir os valores desse mundo.

7-) Procuro uma igreja comprometida com Cristo, com a oração e o estudo dominical das Escrituras.

8-) Procuro uma igreja saudável nos relacionamentos interpessoais.

9-) Procuro uma igreja onde o solitário vive em família e onde a solidariedade é marca de uma instituição que ama.

10-) Procuro uma igreja que não trata pessoas como números, pastores como burocratas, gente como coisa. 

Renato Vargens

quinta-feira, 31 de março de 2016

JOVEM CRISTÃ TENTA REFAZER SUA VIDA APÓS CATIVEIRO



Embora a República do Congo não esteja entre os 50 países da Classificação da Perseguição Religiosa de 2016, ela está bem próxima, posicionada em 52ª. De acordo com as últimas notícias, a militância do Estado Islâmico tem cometido atrocidades por lá, mas infelizmente o mundo ainda não despertou para tudo o que tem acontecido com esta nação. Longe das manchetes dos jornais, no extremo da República do Congo, um grupo muito violento conhecido como Aliança das Forças Democráticas (ADF, sigla em inglês) incorporou-se na região e está fazendo uma verdadeira limpeza étnica, matando os cristãos, a fim de instalar um ponto de apoio ao islã.

Mado é uma jovem cristã de 20 anos, que vive por lá, e tem muitas histórias para contar. Ela diz que seus sonhos foram transformados em pesadelos. "Tudo começou num domingo de fevereiro, em 2013. Eu estava grávida, e esperava pelo meu marido, meu filho mais velho e meu cunhado, que tinham ido a uma fazenda próxima, buscar alguns produtos. O meu filho mais novo estava na casa de familiares. Quando eles estavam chegando, alguns homens ofereceram ajuda para carregar as sacolas e como estavam desarmados eles não desconfiaram de nada. Mas havia outros escondidos no mato e eles pertenciam à militância islâmica da ADF. Eles levaram todos nós por um caminho na selva. Mataram meu cunhado na nossa frente, eu chorei muito naquela hora, e eles ficaram com raiva e me bateram no rosto com um facão e vendaram meus olhos", lembra a cristã.

"Eles machucaram todos nós e fizeram muitas ameaças. Meu marido foi o segundo a morrer. Quando chegamos ao esconderijo, que ficava numa aldeia, havia muitos cristãos, homens, mulheres e crianças. Muitas pessoas estavam amarradas em árvores. Eu fui colocada com outras 11 pessoas num buraco com cerca de 4 metros de profundidade, foi horrível. Não havia como fugir. Ficamos nesse poço durante 4 meses. Quando fomos tirados, nos levaram como escravos, construímos casas e trabalhávamos numa plantação de arroz. Dois meses depois meu bebê nasceu, mas viveu por apenas alguns meses devido as péssimas condições. Por medo, fazíamos tudo o que eles mandavam e fomos orientamos a seguir o islã, caso contrário morreríamos. Fui dada como esposa a um muçulmano idoso", diz Mado que teme falar sobre essas amargas experiências, mas que reconheceu a mão de Deus a protegendo. "Apesar de tudo, eu não engravidei e não dei filhos a estes homens".

"Havia uma senhora cristã no acampamento que sempre encorajava a todos a manter a fé em Cristo. E suportamos essa vida que durou 1 ano e meio até irmos para Medina, onde tive a chance de escapar. Passei oito dias sem comer e os militantes nos autorizaram a ir para a floresta procurar cogumelos. Quando ouvimos os tiros das tropas do governo, aproveitamos a oportunidade e corremos. Meu filho e eu fomos para a direção de um rio e alguns soldados nos ajudaram. Eles nos levaram para Beni e então reencontrei minha família. Luto muito para me livrar dos traumas, sinto falta do meu marido e do meu cunhado. As pessoas daqui não ajudam em nada, elas questionam por que não salvamos os outros, outros dizem que nos deixaram escapar porque temos ligação com a ADF. Não é fácil conviver com essas falsas acusações, mas eu oro por essas pessoas e faço o meu melhor para seguir em frente com meus filhos. Tenho esperança de um futuro melhor", conclui Mado.

*Nome alterado por motivos de segurança.

Pedidos de oração

Mesmo que a igreja da República do Congo seja descrita como forte espiritualmente, ela tem enfrentado enormes desafios com a violência dos grupos extremistas islâmicos. Ore por esses cristãos, para que tenham coragem de seguir em frente com sua fé.
Muitas mulheres, como Mado, lutam para lidar com o preconceito e os traumas causados durante o tempo em que estiveram em cativeiro. Muitas coisas terríveis aconteceram com elas. Ore para que o Senhor as restaure por completo.
Em 2016, a Portas Abertas preparou cursos de preparação para líderes dessa região, para que vivam sob a perspectiva bíblica da perseguição, além de outros tipos de auxílio. Ore para que nossas equipes sejam capazes de equipar as igrejas do país nesse momento complicado que vivem.

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Tempo perdido: Cuidado para não estragar sua vida


Imagine um banco que credita na sua conta R$86.400 à meia-noite, logo na virada de um dia para outro. Você tem todo esse dinheiro para gastar, mas no fim do dia a conta é zerada. O saldo não passa para o dia seguinte. O que você faria? Deixaria o dinheiro no banco, ou iria à boca do caixa e retiraria até o último centavo assim que o banco abrisse? Acontece que esse banco existe, todos os habitantes do planeta têm essa conta, mas o crédito é feito a cada dia em segundos. Você tem diariamente exatamente 86.400 segundos para usar a cada 24 horas e o saldo não é transferido para o dia seguinte. Ricos, pobres, americanos, brasileiros, europeus, árabes, eslavos, asiáticos – todas as pessoas de todas as nacionalidades e de todas as classes sociais têm exatamente a mesma quantidade de tempo, dia após dia para as atividades da vida. E não é uma conta especial – a conta não admite ir além do saldo. O único investimento válido é aquele que é produtivo para a sua vida, de alguma forma. Você tem que aplicar esses segundos em algo que valha alguma coisa, que faça diferença em sua vida. E você também, nessa conta, não pode tomar emprestado de outra pessoa.

Tempo, o grande equalizador. Assim é o tempo: o único ativo que é igual para todos na face da terra. Algumas pessoas têm mais beleza do que outras; outros têm talento acima da média; alguns têm mais oportunidade ou condição social melhor do que outros – mas o tempo nos nivela a todos. Ninguém tem mais tempo por dia do que a pessoa ao seu lado. Por isso ele deve ser utilizado com sabedoria e é exatamente ele que pode significar a nossa ascensão, ou o nosso declínio nas nossas jornadas, quer seja na vida estudantil, quer seja em nossas carreiras, ou até em nossos relacionamentos. É dentro do tempo que recebemos que definimos também os nossos destinos últimos, na vida – a nossa eternidade. Uma das expressões mais comuns é: “não tenho tempo”, mas a realidade é que todos nós temos tempo, o mesmo tempo. Por que uns conseguem utilizá-lo adequadamente e outros não?

O tempo não pode ser desperdiçado, não deve ser perdido. E isso é uma realidade na vida de todos. Você mesmo, com certeza, já utilizou outra expressão: “Perdi o meu tempo” – quando avaliou alguma experiência na qual julgou que o investimento do seu tempo, de sua vida, não contribuiu em nada, não valeu a pena. Percebe como essa situação revela uma equação incontestável? Tempo = Vida. 

Benjamin Franklin escreveu: “Tempo perdido, nunca é achado”. Ou seja, o sentimento é sempre de frustração, de nostalgia, de perda, mesmo. Por mais que você se esforce para recuperar “horas perdidas”, não conseguirá, pois terá de aplicar mais horas para realizar o que deixou de fazer, enquanto “perdia o seu tempo” com algo que “não valeu a pena”. Perda, nessa questão do tempo, é perda irreparável, para a vida toda, o  tempo não é reciclável e simplesmente some de sua vida.

Normalmente não damos muito valor ao tempo, ou aos seus marcadores: segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. Vamos levando a vida sem pensar nessa questão, até como se fôssemos viver para sempre. Mas cada intervalo de tempo tem um valor inestimável. Reflita:
·        Para aferir o valor de um ano – pergunte a um colega seu que foi reprovado – ou pode ser até que essa sensação faça parte de sua vida. Tudo que aconteceu durante todo um ano que passou, terá que ser repetido, para que a vida estudantil continue, mas o tempo aplicado não será recuperado.
·        Para aferir o valor de um mês – pergunte a uma mãe de um bebê que nasceu prematuramente. Quanta diferença nos cuidados e apreensões faria mais um mês de gestação, tanto para a mãe como para a criança.
·        Para aferir o valor de uma semana – fale com o editor de uma revista semanal. Note como ele valoriza cada fração de tempo daquela semana, pois o ciclo se fecha e se repete com uma enormidade de trabalho a ser realizado dentro de tão pouco tempo.
·        Para aferir o valor de um dia – fale com uma diarista que depende do salário daquele dia para colocar comida na boca dos filhos. Se ela perde aquele dia, não recebe o seu pagamento.
·        Para aferir o valor de uma hora – pense como ela passa rápido quando você está com a sua namorada, ou como ela demora a chegar, quando você a está esperando em um encontro marcado.
·        Para aferir o valor de um minuto – pergunte a alguém que perdeu um voo porque chegou “apenas” um minuto após a porta de embarque ter fechado.
·        Para aferir o valor de um segundo – pergunte a algum atleta que deixou de ganhar o primeiro lugar por que o oponente chegou “apenas” um segundo na frente dele, ou até com uma fração decimal, centesimal, ou milésima de um segundo. 

A preciosidade do tempo. A realidade é que o tempo é tão precioso que uma vida que dura quatro minutos pode ter um impacto fenomenal em inúmeras pessoas. Isso aconteceu com o bebê Isaac Joseph Schmall, que nasceu em 10 de novembro de 2008. Seus pais sabiam que a gravidez era problemática. O bebê Isaac tinha uma doença rara chamadaTrissomia 18, ou Síndrome de Edwards. Isso quer dizer que em cada célula do seu corpo ele tinha uma cópia extra do 18º cromossomo. Três cromossomos, em vez dos dois existentes em uma concepção e desenvolvimento normal. Bebês com essa deficiência geralmente não sobrevivem o período de gestação, alguns falecem após o parto.

Isaac morreu 4 minutos após o nascimento. Seus pais o tiveram em seus braços nesse curto período de tempo. John Schmall, o pai, descreveu o impacto da notícia, as agruras do acompanhamento da gravidez, e, principalmente, a emoção de tê-lo nos braços por aquele pequeno espaço de tempo em um texto que tem rodado a Internet: “Quatro minutos que mudaram a minha vida para sempre”! John descreveu como esses quatro minutos mudaram a sua perspectiva de vida dali em diante. Mais recentemente, em 2013, sua esposa indicou o efeito causado nela por aqueles minutos e por aquela pequena vida, com um longo texto, publicado no blog do esposo. Nele ela escreveu:
Isaac viveu por quatro minutos, mas o impacto que ele causou nesse espaço de tempo é palpável.  Deus me deu 35 anos de vida. Isso faz com que eu queira extrair o máximo desses anos. Desperto todos os dias agora e agradeço a Deus por me dar mais um dia de vida, no qual posso desfrutar de minha família, do meu trabalho, da minha igreja, de minha cidade e, principalmente, do meu relacionamento com Ele.

O relato dos pais de Isaac tem tocado vidas ao longo dos anos e canalizado recursos e esforços para a Fundação Trissomia 18, que estuda a enfermidade. O valor que eles conseguiram enxergar nesses 4 minutos de vida é um testemunho à preciosidade do tempo.

Tempo perdido, oportunidades perdidas. Ao longo da vida encontramos muitas oportunidades e portas que se abrem. Elas podem ser ganhas com tempo aplicado adequadamente, ou perdidas, com tempo desperdiçado em coisas inúteis. Essa é uma realidade especialmente na vida de estudantes universitários. Quantas oportunidades existem! Muito a aprender nos cursos da carreira escolhida; amigos novos, vários com interesses comuns aos seus; eventos culturais; feiras e eventos, de recrutamento, estágios; “empresas júnior” e incubadoras, nas quais eles já podem começar os primeiros passos na profissão; locais de descanso e de estudo, alguns bem aprazíveis, no meio da metrópole de concreto. Mas na realidade, as oportunidades existem também para desperdiçarmos tempo, e elas parecem brotar do solo a todo instante.

Se tivéssemos sempre os pés bem firmados em princípios e valores eternos e conseguíssemos compreender bem que o que fazemos no presente afeta o nosso futuro, saberíamos que podemos também criar oportunidades, com nossa atitude (não é só esperar que elas surjam à nossa frente). Mas, especialmente, que nunca deveríamos perder tempo. Cada minuto conta, cada hora é valiosa, mas parece que somos especialistas em desperdiçá-las. E nesse processo podemos ser tão intensos que corremos o risco de estragar a vida inteira. Veja a seguir algumas situações em forma de depoimentos que refletem situações nas quais perdemos tempo – Você se vê em alguma dessas situações?

·        Vivo conectado o tempo todo, surfando na Internet, em mídias sociais. Na realidade, não consigo parar dois minutos sem pegar meu smartphone, e quando percebo, já passei 20 minutos trocando mensagens bobas.
·        Tenho umas amizades que não são lá muito boas e como elas sugam meu tempo! Não consigo dizer não e indicar que tenho coisas realmente importantes para fazer, e passo horas só batendo papo, que não tem nada a ver com o que eu deveria estar envolvido.
·        Não consigo dormir cedo. Acho que estou até “ganhando tempo”, não dormindo, mas na realidade fico inventando coisas para ver ou fazer e estou mesmo é roubando tempo do descanso. No dia seguinte, perco tempo com a sonolência constante e fico meio “desligado” por um bom tempo, quando deveria estar com o corpo descansado e a mente aguçada, para absorver conhecimento – afinal, estou na escola!
·        Sei que tenho deveres, tarefas, trabalhos de escola, mas fico empurrando tudo para frente (adiando), achando que “vou conseguir dar um jeito” e terminar tudo a tempo. Perco tempo com coisas sem foco nos meus trabalhos e fico agoniado, pois sei que o professor não vai adiar o prazo.
·        Não consigo me organizar ou sistematizar minha rotina e dar prioridade às coisas que tenho de fazer. Porque sou desorganizado, levo mais tempo achando as coisas, os lugares, as pessoas, perco compromissos. No fim do dia acho que não fiz nada de útil. Vivo fazendo só o que é urgente, mas no final,  tudo vira urgente!
·        Adoro festas, companhia barulhenta, os barzinhos da redondeza. Às vezes mato a primeira aula – afinal todos chegam atrasados, não é? Ou saio antes do final, mas vou, junto com a “turma” para o bar. Bebo demais. Lá em casa nem sabem que estou usando algumas drogas. No dia seguinte estou um lixo – nem consegui dormir, “vidrado”. Nem sei o que fiz, ou que deixei que fizessem comigo enquanto eu estava chapado. Estou moído e nem sei quem me bateu. Não consigo me concentrar em nada. Até quando estou na classe estou perdendo o que está sendo dito. O que vou fazer na prova final?
·        Sou vidrado em videogames. Só penso nisso; todo o meu tempo livre, acho uma maneira de jogar. Não vou bem na classe, não encontro tempo para estudar.

Cada uma dessas situações significa perda de tempo, e assim você vai desperdiçando a vida, mesmo se se enquadra minimamente em alguma delas. Você pode ir até se enganando, achando que está aproveitando o tempo, aproveitando a vida, em coisas que não constroem, mas antes que você se aperceba, pode esbarrar na expressão inevitável e imutável: “Game Over”! A brincadeira um dia termina e a conta do pedágio pode ser alta demais e impagável.

Algumas filosofias, como o existencialismo, ensinam que o que importa é o aqui e o agora. Mas será? Esse pensamento sempre esteve presente na história da humanidade, e muitos, realmente, acham que a postura de vida deve ser: “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!”. Quem pensa assim realmente compreende que a vida é curta. No entanto, acha que “aproveitar a vida” não é sorvê-la cuidadosamente, com as prioridades bem aguçadas, prosseguindo avante com um propósito bem definido, mas é exatamente o contrário. “Viver intensamente” para algumas pessoas significa desperdiçar a vida com as coisas que, aparentemente, satisfazem as sensações e trazem prazer – sem quaisquer referências éticas, mas que nos levam a gastá-la com o aqui e agora. É a atitude que nos levará, no futuro, a lamentar o “tempo perdido”, as oportunidades jogadas fora, o desperdício da própria vida.

Quando falamos de “não perder tempo”, não queremos dizer que todo lazer é perda de tempo. Deus nos fez criaturas que precisam do descanso e do lazer. Não devemos ser escravos do relógio, mas ele é o grande aliado para que tracemos a proporção correta entre os diversos aspectos de nossa vida. Precisamos de tempo para o cuidado pessoal, para a família, para os relacionamentos, para os estudos, para adoração; enfim, tudo na proporção e prioridade corretas. Devemos, também, ter a consciência de que, nas diferentes fases da vida, alguns aspectos devem receber a prioridade. Por exemplo, estudantes têm que priorizar os estudos, pois ele é fundamental para as fases seguintes da vida. A questão é que não podemos transformar a diversão na prioridade de nossas vidas e muito menos nos deixarmos levar pela dissolução social e moral.

O conselho de um grande acadêmico, sobre o tempo. O grande filósofo, erudito e pregador Jonathan Edwards – fundador da Universidade de Yale –, escreveu sobre o tempo,[1] em dezembro de 1734. Seus pensamentos seguem, a seguir, resumidos. Ele coloca quatro razões por que o tempo é precioso:
1.     Porque é neste tempo que ajustamos nossa vida para a eternidade, com o Criador.
2.     Porque ele é curto. É uma comodidade escassa. Quando comparado não somente à eternidade, mas à própria história da humanidade, nossa vida é apenas uma pequena marca nela. (o que é a vossa vida?)
3.     Porque é impossível termos certeza de sua continuidade. Podemos perder a nossa vida repentinamente, por mais jovens que sejamos.
4.     Porque depois que ele passa não pode ser recuperado. Muitas coisas que temos, se perdidas, podem ser recuperadas, mas não o tempo perdido.

Por isso ele conclama aos seus leitores que reflitam sobre tempo que passou. Em como ele foi desperdiçado e que coisas poderiam ter sido realizadas. O que você fez com todos os anos e dias que você recebeu de Deus? Ele termina indicando que, em geral, não prestamos muita atenção à preciosidade do tempo. Não damos muito valor a isso. Edwards continua dizendo que essa valorização só vem tardiamente e pergunta: quanto poderíamos aproveitar se tivéssemos essa percepção aguçada o tempo todo? Ele indica várias formas de como perdemos tempo e desperdiçamos a vida:
1.     Muitos desperdiçam o tempo fazendo nada, acometidos de uma preguiça renitente.
2.     Outros desperdiçam o seu tempo em bebedeiras, em bares, abusando de seus corpos em atividades que lamentarão consideravelmente anos após, se sobreviverem aos próprios desmandos a que se submetem, angariando para si pobreza, em todos os sentidos...
3.     Alguns desperdiçam o tempo fazendo o que é mau, o que é reprovável, o que prejudica o próximo. Passam o tempo sugados pela dissolução moral, maquinando corrução, fraude; afundando-se na ilusão de que poderão levar vantagem em tudo.
4.     Por último, um grande número desperdiça o tempo e a vida tentando “ganhar o mundo”, progredir na carreira, avançar na vida, angariar mais e mais bens e coisas materiais, mas esquecidos das questões eternas e da nossa própria eternidade. Negligenciando as coisas de Deus, a nossa vida espiritual, a nossa necessidade de Salvação do pecado que nos rodeia e que está em nós, e que só é encontrada em Cristo Jesus.

Finalmente, Edwards nos relembra que todos nós teremos de prestar contas a Deus pelo tempo que recebemos dele. O que fizemos com ele? E, assim, conclama a que nos esforcemos para fazer cada segundo, minuto ou hora de nossas vidas, contar positivamente. Em vez de nos desencorajarmos pelo tempo perdido, ou ficarmos deprimidos por nossos desperdícios, aprendamos com os erros do passado, para darmos o rumo certo aos nossos passos futuros.

As palavras de Edwards não parecem ter sido escritas há 280 anos, não é mesmo? Na época dele não havia computador, nem baladas, nem raves, nem mídia social. O álcool já fazia os seus estragos, mas era a maior droga disponível (hoje temos drogas muito mais destrutivas do cérebro e da saúde em geral). No entanto, ele sabia bem o que era “perder tempo” e desperdiçar a vida. A natureza humana continua a mesma. Os alertas continuam válidos. Vamos parar de perder tempo e vamos cuidar bem da nossa vida, conscientes de nossos deveres para com Deus e para com os nossos semelhantes?

Resgatando o tempo. As pessoas falam muito sobre “falta de tempo”, “perder tempo”, “gastar tempo”, “passar o tempo”; mas você já ouviu falar de se resgatar o tempo? A primeira coisa a fazer é identificar quem ou o que está sequestrando o seu tempo e já colocamos uma boa relação de possibilidades. Você pode começar fazendo a sua própria relação – aquelas coisas que estão roubando o tempo de sua vida.

A expressão resgatar o tempo foi utilizada por uma pessoa que estava inocentemente presa, apenas pelas coisas que proclamava, e que sabia muito bem o valor do tempo e o quanto custava perdê-lo. Refiro-me ao apóstolo Paulo. Em uma das cartas que escreveu enquanto estava na prisão, ele disse: “[...] vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus”. (Efésios 5.15-16).

A palavra “remir” significa exatamente “resgatar”; o sentido é o de “comprar de volta o que antes nos pertencia”. É a mesma ideia de alguém, uma pessoa, que é sequestrada: a família fica desesperada. A pessoa preciosa e querida foi roubada e agora estão pedindo dinheiro por ela! Assim é com o tempo! Ele é nosso, mas estamos rodeados de salteadores que o roubam de nós. Sequestro implica em refém. Vimos que tempo é vida. Se alguém ou algo sequestra o seu tempo, tem você como refém. Preste atenção à sua vida. Veja quais são os “ladrões” do seu tempo; o preço do resgate é a sua conscientização da importância do tempo, a coragem para tomar decisões importantes, a adoção de uma perspectiva de vida fundamentada na verdade, a percepção de que a vida não pode ser desperdiçada. Paulo considerava essa questão de entesourarmos o nosso tempo algo tão importante, que repetiu a mesma expressão em outra carta que escreveu da prisão aos Colossenses.

Veja que o texto de Paulo começa com um apelo a andar prudentemente. Prudência é uma condição fundamental para não desperdiçarmos a nossa vida. Perder tempo é, portanto, uma grande imprudência. A palavra também pode ser traduzida como diligentemente ouprecisamente. Essas duas últimas palavras têm tudo a ver com tempo, não é mesmo?Diligentemente = fazer as coisas com concentração e de forma rápida; precisamente = fazer com precisão cronométrica, ou na medida certa. O apelo é para andarmos comosábios e não como tolos (“néscios”). Quantas pessoas não estão nesse momento perdendo tempo, desperdiçando a vida, achando que estão “abafando”, que estão aproveitando a juventude? Mas estão apenas demonstrando irresponsabilidade, falta de inteligência e que são, na realidade, bobos.

A ideia é a de que o tempo naturalmente vai se esvaindo. Você tem que tomar as rédeas de sua vida; se a ela for vivida ao sabor das circunstâncias, o desperdício será o curso natural. O texto termina expressando uma realidade: “os dias são maus”. A maldade, a violência; a fragmentação dos costumes, da ordem, da responsabilidade para com o nosso próprio corpo e para com a vida dos outros estão em toda parte.

Você tem consciência disso? Cuidado para não estragar sua vida! Os dias são realmente maus! O sábio Salomão já alertava 1000 anos antes de Cristo, para que nos lembrássemos do nosso Criador nos dias da nossa mocidade (Eclesiastes 12.1). O alerta continua válido. Jesus Cristo é aquele que traz a mensagem do Criador. Por intermédio dele é que nos achegamos a Deus. Alicerçado nele, utilize bem o seu tempo, caminhe com segurança e com a certeza de que ele pode abençoar os seus passos e orientá-lo a uma vida proveitosa e plena, para você e para aqueles com quem você conviver.

F. Solano Portela Neto é autor de diversos livros, educador, tradutor e conferencista, já ocupou a Diretoria de Planejamento e Finanças do Mackenzie (IPM) e atualmente é o Diretor Educacional da Instituição.

(Texto completo do livreto lançado em 01.02.2016, pela Chancelaria do Mackenzie, como parte de uma série, de vários autores, para jovens universitários, como parte do cerimonial para recepção de novos alunos) 






quarta-feira, 30 de março de 2016

CULTUANDO A HOMENS





Por John Stott



“...pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” - Romanos 1.25


De muitas maneiras a igreja de Corinto dava evidência da graça atuante de Deus. Alguns de seus membros, “lavados”, “santificados, “justificados”, haviam sido libertos das profundezas do pecado (1Co 6.11), e outros foram maravilhosamente “enriquecidos” por Cristo “em toda palavra e em todo conhecimento”, de modo que não lhes faltava nenhum dom (1Co 1.5-7). No entanto, a vida interior da igreja parecia estar tristemente contaminada pelo pecado, levando-a a se dividir em muitas facções. “Há contendas entre vós” – Paulo foi obrigado a escrever. “Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo” (1Co 1.11-12). Não há evidência na epístola de que essas divisões fossem de caráter doutrinário, fundadas em posições teológicas divergentes.


Em vez disso, o apóstolo liga as rixas na igreja de Corinto ao que chamaríamos de “culto da personalidade”. Os crentes estavam demonstrando predileção exagerada por um ou outro líder eclesiástico famoso e fazendo comparações ultrajantes entre eles. Paulo ficou horrorizado com a história que ouviu. Aqueles coríntios estavam dando a homens uma lealdade devida somente a Cristo. “Foi Paulo crucificado em favor de vós?” – ele pergunta, atônito, querendo dizer: “Vocês estão pondo a confiança em mim, como se eu tivesse morrido para salvá-los?” “Fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1Co 1.13). Ou seja: “Será que o batismo de vocês colocou-os em união comigo?” Tanto a conversão quanto o batismo cristão tem como foco o próprio Cristo.

Como ousam aqueles coríntios falar e agir como se homens mortais, pecadores, fossem o objeto de sua fé e batismo? E como podiam usar esses slogans que implicavam “pertencerem” a líderes humanos como Paulo, Pedro e Apolo? (...) O vergonhoso culto às personalidades humanas que manchou a vida da igreja de Corínto no primeiro século ainda persiste entre os cristãos, e alguns líderes da igreja ainda recebem dos crentes uma atenção exagerada e inadequada. (STOTT, John. O perfil do Pregador. Ed. Vida Nova. 2005, p. 95,6)

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John Stott foi pastor emérito da Igreja All Souls Langham Place, em Londres, é mundialmente conhecido como teólogo, pastor e evangelista. Desde 1970 viajou pelo mundo inteiro, em especial pelos países do Terceiro Mundo, participando de conferências e palestras para pastores, líderes e estudantes de teologia.
Divulgação: Púlpito Cristão

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