sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Centenas de pastores no vazamento de site de infidelidade

Sproul Jr. é afastado e afirma ser “uma lição sobre graça”

por Jarbas Aragão
Centenas de pastores no vazamento de site de infidelidade








Centenas de pastores no vazamento de site de infidelidade

Robert Charles (R. C.) Sproul foi um importante pastor e teólogo norte-americano. Fundador e presidente do Ligonier Ministries, seu filho R. C. Sproul Jr. herdou um grande ministério após a morte do pai.
Contudo, desde o vazamento dos dados de pessoas registradas no site de infidelidade Ashley Madison, surgiu um grande problema entre igrejas norte-americanas. São centenas de pastores cujos nomes aparecem listados, incluindo R. C. Sproul Jr, de acordo com Christianity Today.
Com resultado da divulgação, Sproul Jr. foi afastado das suas funções no Ligonier Ministries. Logo em seguida, também perdeu o cargo no Reformed Bible College, onde lecionava cadeiras de teologia e filosofia.
O teólogo confessou ter visitado o site que reúne pessoas interessadas em cometer adultérios. Viúvo desde 2011, ele tem oito filhos e um neto. Justificou-se em nota em seu site: “Em agosto de 2014, num momento de fraqueza, dor, e movido por uma curiosidade doentia, visitei o Ashley Madison. Meu objetivo não era reunir material para fazer um comentário crítico a respeito, mas acender as chamas da minha imaginação”. Ressaltou ainda que sempre foi fiel à sua mulher.
Ainda não foi anunciado que posição tomará a Covenant Presbyterian Church, onde é um dos pastores. Por causa de sua importância para a igreja americana, o caso de R.C. Sproul Jr., está recebendo destaque.
Ele veio a público pedir perdão e afirmou que aprendeu uma “lição sobre graça”. Disse ainda crer que Deus perdoou o seu pecado. Por fim, acredita que todo o imbróglio envolvendo o nome de tantos líderes pode ser uma “bênção disfarçada”.
O pastor Ed Stetzer, do ministério Lifeway, que escreve para várias revistas e trabalha com estatísticas, escreveu em seu blog que aproximadamente 400 pastores e líderes cristãos da América do Norte estão na lista vazada por hackers. Para ele, isso indica que as igrejas do Canadá e dos Estados Unidos deveriam fazer uma profunda reflexão.
Afirmou que muitos pastores estão pedindo demissão de suas igrejas, após os nomes serem divulgados. Contudo, há muitos pastores, diáconos, presbíteros e evangelistas que não estão sendo acompanhados por suas igrejas. Em alguns casos, apenas pediram perdão às congregações.
Stetzer fez um apelo para que as igrejas não deixem o assunto ser ignorado. Afirmou que a infidelidade de um líder afeta todo o rebanho. Pediu ainda que haja arrependimento público.
Estimulou os culpados a pedirem perdão e os fiéis a perdoarem. Mas deixou bem claro que todos precisam ser tratados, especialmente as esposas dos homens cujos nomes foram revelados.
Fonte: Gospelprime

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A jovem namorada do pastor

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Creio que a maioria dos seminaristas, tenham o desejo de se casar. Mas como escolher uma moça que saiba o que é ser mulher de pastor? O que a moça precisa avaliar antes do sim?

Obviamente, que existe a palavra "amor" e que tudo pode ser superado, mas o amor deve ser exercido com sabedoria, o amor tem um lado racional que não deve ser negligenciado. Citarei um exemplo radical: "Eu o (a) amo, mas uma pena que não quer saber de trabalhar". Veja bem, por mais que ame esta pessoa, seu lado racional alerta que se o outro não gosta de trabalhar, futuramente poderá ter problemas e será uma pedra no caminho do casamento. Notou o lado racional que não devemos deixar de lado?

O ministério pastoral é algo muito sério, é um chamado de Deus para cuidar de vidas, cuidar daqueles que o Senhor salvou, alimentá-los com um evangelho puro e bíblico. Se você se envolver com a pessoa errada este dom tão lindo poderá cair por terra sem mesmo que perceba. Antes de exercer este dom com excelência, casa-se com excelência. Se um futuro pastor não souber escolher uma esposa verdadeiramente disposta a segui-lo no ministério, como confiaremos que ele fará boas escolhas para a igreja? Lembrando que todos somos falhos, não estamos imunes ao erro, mas cabe o alerta:

Para as Moças

Minha querida, se você está prestes a se casar com um pastor ou futuramente encontre alguém que exercerá este ministério, seja coerente e sábia ao assumir a responsabilidade. A forma bíblica de como amar o esposo é a mesma, seja ele pastor ou não. O que diferencia é o estilo de vida que cada um leva.

A agenda cheia: Você provavelmente é pastoreada, e notou o quanto seu pastor é exigido pelos membros, seja para conselhos, seja para visitação ou algum entretenimento (aniversário e casamentos, por exemplo). Você deverá ser sábia neste sentido, não sendo imatura a ponto de querer competir a atenção do seu marido com os membros da igreja. Os pastores costumam ser chamados para a festa de quase todos os aniversariantes da igreja, assim como casamentos, batizados e ficaria muito chato não comparecerem. Você precisará estar empenhada em acompanhar seu esposo nestes eventos. Ninguém é obrigado ir à lugar algum, mas caberá o bom senso, pois seu marido não é apenas um membro da igreja ele é o pastor daquele povo.

Horários irregulares: Complementando a sua agenda cheia, sempre acontecem imprevistos, e estes imprevistos podem ser de madrugada, de sábado, nas férias...O próprio nome já diz, é imprevisível! Esteja preparada para atender telefonemas a qualquer hora do dia ou da noite, pode ser algum membro hospitalizado necessitando de oração, um parente deles que tenha falecido ou algum acidente que exija a presença do pastor. Caberá ao seu esposo administrar isso, mas se de fato ele precisar sair correndo para alguma emergência, não aborreça seu esposo, pelo contrário, ore pelo motivo de sua saída.

Viagens e troca de cidades: Acaba sendo normal as viagens pastorais, seja para palestras, retiros, encontros, etc...Porém haverá dias em que a esposa não poderá ir, e novamente você não deve ficar rancorosa por não ter ido. Deverá apoiar seu marido nestas viagens, para que ele não vá com o coração pesado por sua causa. Outro ponto que quero destacar é a transferência de igreja. Conheço alguns pastores que precisaram mudar-se para outros estados sem prévio aviso. Saiba que se isto acontecer, não tem como cada um morar num canto, você deverá estar disposta a mudar às pressas para onde for seu marido.

Ser receptiva: Você gosta de receber pessoas em casa? Lembre-se que quando há visitantes na igreja, como família de outro pastor, ou seminaristas, eles costumam ficar na casa do pastor. No período de "visita" você provavelmente deverá abrir mão da sua rotina para dar-lhes atenção. A preocupação com roupa de cama, almoço e jantar, será sua! Sem dúvidas vai se cansar, atrasará seus compromissos outrora programados, mas essa vai ser sua função, acolher estas pessoas e tratá-las bem.

Carreira e emprego fixo: Algumas mulheres sonham em trabalhar com aquilo que sempre estudou, sonham em seguir uma carreira profissional e estima crescimento. Não quero entrar no mérito se isso é certo ou errado, mas o fato é que isso acontece! Suponhamos que trabalhe numa empresa em que te exija transferência de cidade, como seu esposo largaria a igreja para morar em outro lugar? Consegue notar como é delicado? Se você monta seu estabelecimento e surge aquela transferência inesperada do seu esposo, como vai fechar as portas do dia para a noite? Trabalhar fora não é errado, muitas mulheres precisam ajudar seus maridos, mas isso não pode ser um empecilho para seu esposo exercer o ministério.

Aos Seminaristas

Se você leu acima, o que te cabe é orar pra discernir se sua pretendente tem o dom de exercer estas funções. Não seja superficial na sua escolha, pense no ministério que o Senhor te deu, procure uma esposa que irá te auxiliar nas funções. Não tenha pressa, seja cuidadoso tão quão Cristo é com a Igreja. Não se deixe levar por aparências físicas ou qualquer outra característica "fofa" da moça. Analise friamente as características espirituais, não precisa ser uma teóloga, mas alguém que saiba no crê e não se deixa levar por todo vento de doutrina. Seja sábio, jovem!

Concluindo...

Poderia citar aqui várias outras características da vida de um pastor, mas creio ter conseguido passar a ideia principal, que é: Sejam cautelosos! Meninas, se vocês não tem este dom, não digam "sim", isso lá na frente poderá ser um fardo para você ao invés de benção. Rapazes, não vos coloqueis em jugo desigual, orem e peçam sabedoria para que possam viver com uma mulher que acrescentará no ministério ao invés de atrapalhar. Que o Senhor abençoe cada num nesta escolha.

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NOTA: O que me levou a escrever este artigo é o fato de estar vendo algumas moças, "namorando" pastores, sem mesmo saber o que de fato isso representa. Ao mesmo tempo vendo garotos que já estão ou almejam um ministério pastoral, envolvidos com meninas que ainda não são firmes na fé. 

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Autora: Danieli Bosqueti
Fonte: Mulher Cristã & Teologia

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domingo, 6 de setembro de 2015

Poliamor e Poligamia um pecaminoso comportamento rejeitado pelas Escrituras


Por Renato Vargens

Vivemos num tempo onde os valores judaicos-cristãos tem sido desconstruídos pelo relativismo. Nessa perspectiva, afirmam alguns, tudo é lícito em nome do amor.  

Uma das práticas que tem se tornado comum na sociedade é o "Poliamor".  

Poliamor é pratica de um relacionamento poligâmico, onde três os mais pessoas pessoas se relacionam afetiva e maritalmente.  

A primeira união poliafetiva em cartório do Brasil foi feita em 2012. Até hoje foram feitas cinco delas e, para especialistas, é cada vez mais comum relações nesse formato. De acordo com o antropólogo Antonio Cerdeira Pilão, mestre no tema pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o formato mais comum é de um homem com duas mulheres. Regina Navarro Lins, psicanalista e autora de "O Livro do Amor", diz que em até 30 anos muito mais pessoas devem aderir ao poliamor.  

O nível de degradação é tão grande que no Facebook, por exemplo já é possível encontrar grupos brasileiros defendendo o poliamor.

Talvez ao ler este texto alguns estejam perguntando: Qual o problema de várias pessoas se amarem ao mesmo tempo? O mundo evoluiu dizem alguns, papo ultrapassado e fundamentalista esse, por acaso toda forma de amor não é lícita? Não deveriam então os cristãos apoiarem este tipo de comportamento, visto que está fundamentado no amor?

A estes eu repondo dizendo: Não, mesmo porque, as Escrituras são absolutamente claras eu rejeitar a poligamia, senão vejamos: 

1-) Deus estabeleceu a monogamia como padrão relacional para os homens. (Gn 1:27; 2:21-25)

2-) Deus estabeleceu a heterossexualidade como padrão de relacionamento marital. (Gn 1:27; 2:21-25)

3-) As Escrituras advertem os homens a não contraírem poligamia. Veja por exemplo, o que o Senhor disse a Salomão. (1 Reis 11:2): 

4-)  Jesus reafirmou a intenção original de Deus de um relacionamento monogâmico ao citar a Mateus 19:4-5 e ao observar que Deus “os fez homem e mulher” ajuntando-os em casamento. 

5-) As Escrituras ensinam que  cada homem deve possuir a sua própria esposa, e cada esposa, o seu próprio marido” (1 Co 7:2). De igual forma, Paulo ensinou que o líder da igreja deveria ser “esposo de uma só mulher” (1 Tm 3:2; 12). 

Isto posto, nós cristãos rejeitamos relacionamentos deste naipe pelo fato único de que as Escrituras reprovam a poligamia.

Pense nisso!

Renato Vargens

Da linda Pátria estamos bem longe

Agosto começou com seis haitianos baleados em dois eventos diferentes em pleno centro da maior cidade brasileira, São Paulo. Não vou cair no lugar comum de afirmar que o fato passou despercebido. Pelo menos na imprensa, não. A notícia, os testemunhos e as respostas sobre o caso estiveram em todos os veículos e redes sociais. Arrisco dizer que faltou indignação à altura.

Imagine que não fossem haitianos. Estamos falando simplesmente de cidadãos, alguns deles, atingidos ao sair da igreja. Colocar dessa forma traria maior comoção e clamor por justiça. Mas, para alguns, ainda há dúvidas de que o caso se trate de xenofobia. 

A motivação do crime deveria ter indignado ainda mais as pessoas. Segundo o padre Paolo Parisi, da Missão Paz, que acolhe imigrantes, esses haitianos impediram um assalto dias antes do ataque e devolveram a bolsa roubada da mulher. Os ladrões disseram que voltariam.

Gregory Deralus, 34, uma das vítimas, formado em Ciências da Computação, abandonou o Haiti e trabalha há um ano no Brasil como auxiliar de materiais em uma obra. Ao portal G1, disse o que deveria estar na boca de todos: “Primeiro, faz com haitiano, depois africano, colombiano e brasileiros.(...) Aqui tem africano, colombiano, tem muitos estrangeiros no Brasil, não só haitianos. Você é humano e eu também. Não é preto ou branco, todo mundo tem sangue, eu sou filho de Deus.”

Disso não se pode discordar. Gregory é filho de Deus, tanto quanto você e eu. Além disso, somos também descendentes de migrantes estrangeiros, de gente que deixou sua terra e suas raízes em busca de um sonho, ou pela absoluta impossibilidade sobreviver.

Essa é a razão que torna ainda mais bizarras as pichações racistas na cidade de Nova Odessa, localizada a 124 km da capital de São Paulo. Um muro recebeu a frase "Back to Haiti", - "Voltem para o Haiti", em inglês. Ao lado, uma suástica, símbolo nazista, da altura de uma pessoa. Como isso é possível numa cidade criada a partir de um assentamento de judeus russos? Nova Odessa foi povoada por colonos da Letônia, protestantes, que levaram a Igreja Batista para a cidade. Não era essa a terra que eles sonharam construir. Mas o que nós, cristãos, temos a ver com isso? Tudo.

Nossos atos definem quem somos hoje. Nossas reações sinalizam quem seremos amanhã. A distância aparentemente curta entre os olhos e o coração parece intransponível para boa parte do mundo. Anestesiados contra o sofrimento alheio, alguns só sabem viver em função de seus próprios interesses. Já para os cristãos, deve ser impossível conjugar o Verbo na primeira pessoa. Andar com Jesus significa entender que “eles” somos “nós”.

A Bíblia é um livro que nasceu e cresceu no contexto de migração milenar. A história dos cristãos teve início com o migrante Abraão. Ele é exemplo da prática da hospitalidade, afinal, no ambiente inóspito do deserto, água fresca, alguns pães e sombra poderiam significar a diferença entre a vida e a morte. Somos herdeiros de uma tradição espiritual de um povo que foi perseguido, rejeitado e escravizado anunciando as "boas novas" de cidade em cidade. 

Moisés guiou seu povo na fuga da opressão e da vida indigna que os poderosos lhes impunham, justamente, por serem estrangeiros. Desde o início do Cristianismo, prevalece o sentimento de que a Igreja é peregrina na busca da pátria definitiva, e enquanto caminha, ajuda a criar um novo céu e uma nova terra.

Jesus, filho de migrantes sem-teto, não encontrou lugar para nascer numa sociedade que rejeitou seus pais e se recusou a acolhê-los quando fugiam da violência e do genocídio. Não há lugar para eles na estalagem e nem no coração daqueles que um dia foram acolhidos pelo Senhor. Como migrante, o Mestre entrava e saia de aldeias continuamente. E sempre denunciava a discriminação e os paradigmas preconceituosos e racistas. A escolha de um samaritano como herói na parábola é outra demonstração de que ele veio derrubar os muros de separação e fronteiras imaginárias. O ódio, a discriminação, a xenofobia e o racismo são exatamente o oposto da proposta cristã. 

A foto que ilustra esta reflexão correu o mundo. Um sírio, entre lágrimas, abraça seus filhos ao chegar à ilha de Kos, na Grécia. Ele enfrentou o mar a bordo de um pequeno bote inflável, para fugir da barbárie de uma guerra civil e da perseguição implacável do Estado Islâmico. Há milhares de pessoas que, neste momento, tentam concretizar uma travessia como essa. Outras milhares, morreram no meio do caminho.

Quando pensamos no estrangeiro, nós, cristãos, não devemos pensar no abalo que a chegada daquelas pessoas traz ao cotidiano da nossa sociedade. Temos de lembrar o que a Bíblia nos ensina, em Deuteronômio 24:18, “Recorda que foste escravo na terra do Egito, e que Yahweh, teu Deus, daquele povo te resgatou”.

Que as lágrimas do estrangeiro recebam a acolhida dos nossos braços abertos, capazes de convertê-las em lágrimas de felicidade. Jesus disse que, quando acolhemos o estrangeiro, nós o acolhemos. “Quando eu era estrangeiro, você me recebeu?”. Como respondemos a essa pergunta hoje?

• Carlos Bezerra Jr., 47, pastor, médico, deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Foto: Daniel Etter/NYT

Nota:
A revista Ultimato de setembro-outubro traz uma reportagem especial sobre os refugiados sírios no Brasil. A edição foi enviada aos leitores nesta segunda-feira (dia 31/08) e deverá estar disponível no portal (exclusivo aos assinantes) na próxima semana.

Fonte: Ultimatoonline

FILHO DO TEOLOGO RC SPROUL É EXCLUIDO DA LIGONIER POR ACESSAR SITES DE ENCONTROS SEXUAIS



Líder Reformado admite ter acessado um site de adultério "em um momento de fraqueza, dor e de uma curiosidade doentia."


O Ligonier Ministries suspendeu R.C. Sproul Jr. até julho 2016, por admitir ter visitado o site www.ashleymadison.com especializado em facilitar encontros de pessoas casadas com fins de adulterio.

O ministério Ligonier foi fundado por seu pai, R.C. Sproul Sr., que ainda serve como presidente do conselho. O jovem Sprout é um dos professores do ministério, também é reitor e presidente de filosofia e teologia no Reformation Bible College. Ele anteriormente editou a revista do ministério, Tabletalk.

Em um post no blog numa manhã, Sproul Jr. confessou haver acessado o site "em um momento de fraqueza, dor e de uma curiosidade doentia. ... O meu objectivo não era reunir investigação para comentário crítico, mas atiçar as chamas da minha imaginação." 

"Primeiro, eu senti a graça do medo. Em segundo lugar, eu senti a graça da vergonha. Eu estava lá o tempo suficiente para deixar um endereço de e-mail antigo. E em poucos minutos eu sai, para nunca mais voltar ", escreveu ele. "Eu não me inscrevi para o serviço do site ou interagi com nenhum dos clientes. Eu sempre permaneci fiel a minha esposa mesmo depois de sua morte. " (Sua esposa morreu de câncer em 2011.)

Duas semanas atrás, um grupo que se identifica como "The Impact Team", liberou 25 gigabytes de dados roubados do site www.ashleymadison.com, incluindo milhões de informações de contas dos usuários.

Sproul Jr. escreveu: "A graça do juízo de Deus deu o seu fruto, e por sua graça, arrependi-me do meu pecado. Por Sua graça, eu também tenho recebido Seu perdão, o desfecho do Seu amor. Providência profética fez a sua boa obra. Jesus morreu por este pecado, mas ainda há conseqüências terrenas. Com a revelação da hackeagem do site veio a revelação do meu pecado. Eu recentemente informei ao conselho do Ligonier Ministries, que decidu tratar da questão internamente, depois de ter me suspendido até primeiro de Julho de 2016 ", escreveu ele. "Eu também informei o meu presbitério, que também está a lidando com a questão internamente. Agora o mundo está informado. Meu pecado, infelizmente, tem impactado aqueles que são inocentes, meu colegas, amigos e família. Tenho e continuarei a buscar seu perdão. Eu preciso de suas orações."

Cerca de uma semana após que o site www.ashleymadison.com ser hackeado, em Julho, Sproul Jr. postou em seu blog sobre o asusnto dizendo: "A realidade é que todos nós pecamos diante dos olhos de Deus que assiste do Céu e da Terra. Não só isso, mas todos os nossos pecados, um dia, serão expostos publicamente. No grande dia do juízo, não haverá exclusão; não haverá exceção; não haverá maneira de esconder tudo o que todos nós temos feito. A minha esperança é que este tipo de ataque cibernético possa nos despertar para essa realidade. "

Em 22 de Julho de 2015, em seu blog, Sproul Jr. disse que "só recentemente ficou sabendo sobre o site "www.ashleymadison.com". Mas, no mesmo blog em 31 de Agosto, ele disse que havia visitado a página em agosto de 2014. Ele não forneceu qualquer explicação para esta aparente distorção.


*** Matéria de Timothy C. Morgan na Christianity Today traduzido por Wesley Moreira
Via Púlpito Cristão

sábado, 5 de setembro de 2015

Os atributos do cristão - 1/2

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Texto base: Romanos 12.9-21

Os cristãos são convocados pelo evangelho a manifestarem amor uns pelos outros, especialmente pelos inimigos. O amor é a base dos nossos relacionamentos. Nossas atitudes devem ser regidas pelo amor, conforme o apóstolo João [em sua primeira carta] e os demais escritores sacros admoestam. 

Visto que o amor tem decrescido não somente da sociedade, mas especialmente na igreja, Paulo, em Romanos 12.9-21, enumera uma lista de virtudes baseadas no amor, as quais não devem ser apenas almejadas, mas, sobretudo, alcançadas pelos cristãos através da oração e do agir soberano do Espírito Santo na concessão delas.    
                   
INTRODUÇÃO 

No trecho anterior (vs.3-8), Paulo utilizou a analogia do corpo humano e suas partes, a fim de ilustrar a unidade e a diversidade dos dons espirituais na igreja (vs.5-6). O apóstolo também focalizou a necessidade de cada cristão reconhecer os seus dons e a importância de usá-los de forma apropriada para a edificação coletiva (vs.6-8).  

O presente trecho (vs.9-21), por sua vez, expressa similaridades com os ensinamentos de Jesus no Sermão do Monte (compare os vs.14, 17,21 com Mateus 5.43-45). Não obstante, a linha de pensamento que Paulo descreve em Romanos 12 é praticamente a mesma de 1 Coríntios 12-13 (sobre a analogia do corpo humano, compare os vs.4-5 com 1Co 12.12-27; acerca da diversidade dos dons espirituais, compare os vs.6-8 com 1Co 12.28-30; e a respeito do amor como o dom supremo, compare os vs.9-31 com 1Co 13).

Segundo muitos estudiosos, não há uma ordem sistemática neste trecho de Romanos 12. Eles afirmam que a estrutura do raciocínio de Paulo é digressiva, isto é, confusa e desorganizada, como se o apóstolo não tivesse um foco. Pessoalmente, reconheço que este trecho, no que se refere a divisões e subdivisões é, com efeito, o mais abstruso da carta aos Romanos. Entretanto, mesmo que não seja um paradigma a ser observado, há várias formas de metodizá-lo.  
                
Paulo elenca uma lista de imperativos que os cristãos devem obedecer. John Murray realça que o capítulo inteiro ocupa-se com os aspectos práticos da santificação; e, por esse motivo, as exortações têm de abranger diversas situações da vida.[1] À partir deste trecho, Paulo inicia uma longa série de imperativos baseados no amor, o qual se estende até o capítulo 15.    
      
O esboço analítico desta seção pode ser dividido em apenas duas seções. Primeiro, o apóstolo discorre sobre a relação dos cristãos uns com os outros (vs.9-13, 15-16); Segundo, ele disserta acerca da relação dos cristãos com aqueles que os consideram inimigos (12.14,17-21).
    
EXPLANAÇÃO

1. O relacionamento dos cristãos uns com os outros (12.9-13,15-16) 

A palavra “amor” αγάπη (ágape) aparece em Romanos 12 vezes (veja as ocorrências em 5.5, 9; 8.35-36, 39; 9.3; 12.9-10; 13.8, 10; 14.15; 15.30). Nos capítulos antecedentes, essa palavra salienta o amor de Deus pelos seus eleitos. No capítulo em voga, todavia, Paulo enfatiza o amor como uma marca preponderante do cristão. Este novo trecho, diferentemente do anterior (vs.3-8), onde o apóstolo tratou sobre os dons espirituais, sublinha o fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5.22 [amor, alegria, paz, longanimidade]. Portanto, qual é o motivo dessa distinção?  

Os dons espirituais são outorgados aos cristãos de “maneira diversa”, onde cada um é admoestado a exercer seus dons adequadamente para a edificação da igreja (vs.6-8). Por outro lado, é determinante que todos os cristãos apresentem os frutos do Espírito, conforme indicam os cinco deveres subsequentes. Senão vejamos:  
          
a) As obrigações pessoais (12.9)

Paulo descreve dois imperativos que assinalam a responsabilidade dos cristãos como indivíduos.  
    
i. Devemos amar de forma sincera (vs.9a)

O amor é a base de todos os mandamentos (Mt 22.34-40). Diferente do amor fraternal(vs.10), que é “restritivo”, pois faz parte do relacionamento entre irmãos na fé, o amorque Paulo realça aqui é “inclusivo”. O apóstolo exorta que o amor dos cristãos por Deus, pelos irmãos na fé, pelo próximo e até pelos inimigos, deve ser verdadeiro. 
    
O adjetivo sincero é a tradução do substantivo hipocrisia ανυπόκριτος (anypókritos), que, no grego, significa “fingimento”, “dissimulação”. Essa palavra caracteriza os “atores” que utilizavam “máscaras” nas peças de teatro, no mundo antigo; traz a ideia de “representar um papel”, “fingir ser alguém que não é diante das pessoas.” O hipócrita é um enganador! Stott ressalta que a igreja não pode transforma-se num palco. Afinal, o amor não é teatro; ele faz parte da vida real.[2] 

Nenhum pecado é mais digno de repreensão e mais destrutivo para a integridade do que a hipocrisia, porquanto é a contradição da verdade (veja Lc 22.48). Se o amor é o resumo da virtude, e a hipocrisia é a síntese do pecado, que contradição está envolvida na junção dessas duas coisas! Afeição dissimuladora![3]

Sendo assim, Paulo declara que a expressão de amor dos cristãos não deve ser encenada, como se estivessem representando um papel ou usando uma máscara. Nosso amor pelos outros deve ser genuíno, sem fingimento (Lv 19.18; Mt 22.34-40; Gl 5.14; Tg 2.8).  
              
ii. Devemos execrar o mal e afeiçoarmo-nos ao bem (vs.9b,c)

As palavras mal e bem retratam uma antítese. O Mal πονηρόν (ponirón) refere-se “aquilo que é prejudicial”, enquanto o bem αγαθός (agathos) designa “aquilo que é benéfico”. Paulo, então, recomenda negativamente a detestarmosabominarmosαποστυγέω (apostygéo̱) todas as classes de maldade; em seguida, ordena positivamente a nos afixarmos κολλάω (kolláo̱) [“como cola”, que é a ideia no grego] em todas as manifestações de bondade. Fomos chamados não apenas para sermos diligentes na prática do bem, mas, sobretudo, a persistirmos ativamente nesta conduta. Apesar de sermos regenerados pelo Espírito Santo, ainda temos uma natureza pecaminosa que ama fazer o mal e, portanto, necessita ser subjugada todos os dias através do revestimento do novo homem (Ef 4.17-32; Cl 3.5-17). Destarte, precisamos “odiar” o amor ao mal e “agarrarmo-nos” ao bem!(Sl 97.10a; 1Pe 3.10-11).

b) As obrigações sentimentais (12.10)

Paulo desloca-se, agora, para a responsabilidade dos cristãos para com o aspecto emocional dos irmãos na fé. Ele tece dois imperativos. Vejamos, pois:
  
i. Devemos amar os irmãos na fé assim como amamos nossa família (vs.10a)

O apóstolo utiliza duas palavras incomuns para associar o “amor fraternal” ao “amor de viés afetivo”. Amai-vos cordialmente φιλόστοργοι (filostorgos), destaca o amor natural que sentimos por nossos familiares, como o amor dos pais pelos filhos e o amor entre irmãos. O amor fraternal φιλαδελφία (filadelfia), por sua vez, acentua o amor entre os irmãos na fé. As duas palavras eram empregadas para frisar os relacionamentos familiares. Paulo, no entanto, atribui uma nova conotação a essas palavras, referindo-se ao amor que uni os cristãos uns com os outros como membros da família de Deus em Cristo.

Hendriksen escreve: 
         
Os vínculos que unem os membros dessa família espiritual são muito mais seguros e duráveis do que os que ligam os membros de uma família puramente física (Lc 14.26). O que o apóstolo está dizendo, pois, é que os membros dessa família espiritual precisam fazer tudo que estiver em seu poder para dedicar-se uns aos outros, e permanecer assim, com terna afeição.[4]

William Barclay alega que a igreja cristã não é uma coleção de conhecidos, nem mesmo uma reunião de amigos; é uma família em Deus.[5] Precisamos oferecer todo o nosso amor aos demais cristãos. Fazemos parte de uma família. Somos irmãos na fé (veja 1Ts 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 2 7-11; 3.11-12, 17-18).   
  
ii. Devemos engrandecer uns aos outros (vs.10b)

Este segundo imperativo mútuo complementa o anterior. Não devemos somente amar os nossos irmãos, mas, também, prestar honra a eles. No grego, a palavra preferindo-vos προηγέομαι (proegeomai), traz a ideia de “abrir e mostrar o caminho para os outros”; significa “demonstrar respeito, apreço, considerar os outros como melhores que nós”. Paulo solicita que devemos considerar nossos irmãos na fé como dignos de maior honra do que nós; que os estimemos mais do que a nós mesmos. Isso, porém, não denota que você e eu temos que considerar uns aos outros mais competentes do que nós. Cada um é eficiente naquilo que foi dotado por Deus. Antes, o apóstolo quer dizer que humildemente devemos “considerar” nossos irmãos melhores do que nós (veja Fp 2.3).

Devemos honrar nossos irmãos em vez de menosprezá-los por suas debilidades. Calvino disse que não há veneno mais letal para arrefecer [esfriar] os relacionamentos do que alguém imaginar-se depreciado.[6] Ao invés de contendermos por superioridade, que estejamos dispostos a conceder aos outros a preeminência.[7]
                                  
c) As obrigações espirituais (12.11-12)

Paulo convoca a atenção dos cristãos para a responsabilidade nos deveres espirituais. Tendo em vista o perigo da letargia espiritual concernente ao fato de honrarmos nossos irmãos na fé, o apóstolo aduz três imperativos que estão intimamente conectados. Senão vejamos: 

i. Não devemos ser indolentes na vida cristã (vs.11a)

Temos aqui uma admoestação negativa, a qual é direcionada contra o ato de cansar-se de fazer o bem (Gl 6.9). A expressão no zelo, não sejais remissos, implica que não devemos ser “preguiçosos”, “apáticos” na vida cristã, na doutrina, no trabalho para Deus; antes, precisamos ser diligentes.

Lloyd Jones expande:

Quando Paulo diz para os cristãos se animarem, não está pedindo que eles se transformem em algo que não são por natureza. Não podemos mudar nossa natureza ou temperamento. Sendo assim, Paulo não está tentando conseguir que alguém que talvez seja um pouco apático por natureza coloque uma máscara e desempenhe um papel. Não é isso. Contudo, ele está dizendo que nos animemos a nós mesmos.[8]  

Calvino frisa que, se esquecermos de nós mesmos na execução de muitos de nossos deveres, jamais estaremos adequadamente preparados para a obediência a Cristo, a menos que instemos conosco mesmos, esforçando-nos diligentemente por desprendermo-nos de toda nossa indolência.[9]   
          
ii. Devemos ser aplicados na vida cristã (vs.11b)

Este segundo preceito, de cunho positivo, acresce o anterior, demonstrando a importância de nos sustermos nele. Paulo recomenda que sejamos fervorosos no espírito. Pessoalmente, acredito que essa expressão refere-se não ao “espírito humano”, conforme muitos estudiosos atestam, mas ao “Espírito Santo”. Descarto a ideia de que, baseado em Atos 18.24-25, Paulo esteja fazendo alusão ao “espírito humano”. 
   
Lloyd Jones explica:

Você não pode mudar seu temperamento. Se você nasceu fervoroso no “espírito”, é o que você é; porém, se nasceu com uma espécie fleumática de temperamento, não será fervoroso no espírito, no sentido natural. Contudo, o texto nos diz que devemos ser “fervorosos no espírito”. Portanto, eu digo que essas palavras só podem referir-se ao “Espírito Santo”, que está em nós, cristãos, seja o que for que sejamos por temperamento. Não devemos nos esquecer de que isso é uma ordem, e, portanto, é algo que podemos ser.[10] 

A expressão sede fervorosos ζέοντες (zéontes), literalmente “mantendo o fervor”, significa “ferver ao ponto de ebulição, estar muito quente, inflamado”; traz a ideia de “estimulação”. Paulo está dizendo que devemos estar fervendo no “Espírito”, isto é, sempre entusiasmados com a vida cristã e suas nuances, como a oração, o estudo da Palavra, a assiduidade nos cultos e o serviço cristão. 

Hendriksen corrobora nosso entendimento da expressão “fervoroso no Espírito”, dizendo: 

Naturalmente, a fonte do entusiasmo não está no homem. Se uma pessoa está para ser “lançada ao fogo”, é o Espírito Santo quem deve fazer isso. Assim diz Paulo: “Nunca evitem demonstrar entusiasmo.” E acrescenta imediatamente: “Que ardam com o Espírito.” Os santos não só devem tomar cuidado de não apagar o Espírito, de não resistir ao Espírito e nem mesmo de entristecer o Espírito; devem rogar ardentemente que o Espírito Santo as encham de zelo, do entusiasmo necessário para apropriadamente levar a bom termo seus deveres cristãos e atingir seu alvo.[11]   
     
Calvino enuncia que nossa carne, à semelhança dos asnos, é perenemente indolente, e por isso carecemos de ser esporeados. Não há outro corretivo mais eficaz para a nossa indolência do que o fervor do espírito. Portanto, a diligência em fazer o bem requer aquele zelo que o Espírito de Deus acendeu em nossos corações.[12]  
      
A terceira exortação, por conseguinte, assinala que os cristãos devem ser fervorosos servindo ao Senhor τω κυρίω δουλεύοντες (to̱ kyrío̱ doulév̱ontes) [tradução literal]. O grego transmite a ideia de “estarmos continuamente trabalhando para o Senhor comoescravos dele”. Essa frase completiva mostra que o “fervor no Espírito” não é algo isolado, não obstante está ligado ao “servir a Deus”, e tem “o duplo propósito de despertar-nos da ociosidade e regular o zelo”.[13]  

Logo, ser “fervoroso no Espírito” não implica em ter um comportamento extravagante e sem domínio próprio, conforme muitos pentecostais e neopentecostais apresentam. Pelo contrário, o “fervor no Espírito” é caracterizado pela diligência. Em outras palavras, da piedade e do serviço cristão sucede uma vida fervorosa.

James Dunn ratifica:

A frase adicional sirvam ao Senhor pode muito bem servir como "um controle ou uma pausa para aquilo que, de outra forma, poderia ser interpretado como um convite ao entusiasmo desenfreado". 

Stott, por sua vez, afirma que o comprometimento prático com o Senhor Jesus, tal como o de um escravo com o seu mestre, mantém o zelo firmemente enraizado na realidade.[14] 

Não devemos permitir que a morosidade espiritual adentre-se em nossa vida e apague o “fogo do Espírito” (1Ts 5.19). Que sejamos constantemente aplicados nas disciplinas espirituais, servindo ao Senhor orando, conhecendo-o cada vez mais através do estudo das Escrituras, congregando e usando nossos dons para a edificação dos irmãos. Servir a Deus é “o antídoto supremo contra toda e qualquer tendência para a preguiça na vida cristã”.[15]  
  
iii. Devemos nos alegrar na esperança, sermos pacientes na adversidade e diligentes na oração (vs.12)  

Assim como a tríade anterior, os três imperativos em voga também estão interligados. Em primeiro lugar, temos que nos regozijar na esperança, que se refere à consumação da nossa salvação, que se dará no futuro, por ocasião da segunda vinda de Cristo (5.2, 4-5; 8.24-25; 15.4, 13; 1Pe 1.3-5). Todavia, é importante frisarmos que a esperança não é o “objeto” da alegria que devemos ter. Antes, o “foco” da nossa esperança é Cristo! Desse modo, a esperança que temos no estabelecimento do reino de Deus nesta terra sobre a égide do Senhor Jesus é a “causa” da nossa alegria. Portanto, o conselho instaurado é que devemos nos alegrar “em virtude” da esperança da regeneração de todas as coisas. 
    
Em segundo lugar, só iremos ter paciência na tribulação se nos alegrarmos através da esperança. Paulo não ensina que devemos “suportar” as pressões da vida, mas sim, “perseverarmos” em meio às intempéries (8.35-39; Jo 16.33; Atos 14.22; 2Co 1.4-5, 4.17; 8.2; 1Ts 1.6-7; 3.3; 2Ts 1.4; 2Tm 3.11-12). O propósito do Senhor no decreto dos infortúnios para os cristãos é pedagógico. As calamidades têm o poder de santificar, aperfeiçoar e amadurecer os cristãos para, assim, torná-los cada vez mais semelhantes à Cristo Jesus (2Co 4.17-18). 

Em terceiro lugar, se não houver afinco na oração, será impossível nos alegramos na esperança do retorno de Cristo e sermos persistentes na fé nas adversidades. A oração faz parte de uma vida cristã normal, saudável. Precisamos orar constantemente! (At 2.42; Cl 4.2; 1Ts 5.17; 1Tm 2.8). A inércia na oração gera tepidez espiritual! John Murray pontua: 
      
A perseverança em meios às tribulações é medida por nossa diligência na oração. A oração é o instrumento determinado por Deus para o suprimento da graça suficiente para toda circunstância e, particularmente, contra o desencorajamento de coração a que somos tentados pelas aflições. Quão assustadoras seriam as tribulações, se não possuíssemos esperança (1Co 15.19); quão derrotistas seriámos na perseguição, se não tivéssemos os recursos da esperança e da perseverança fornecidos a nós através da oração.[16] 
           
A oração é o mecanismo mais eficaz para não sermos sucumbidos pelo desânimo espiritual que as tribulações geralmente produzem em nosso coração. Lloyd Jones conclui, expandindo:

São esses os antídotos contra a preguiça, a moleza, o desalento, o pessimismo, ou o medo dos incrédulos modernos e seus escritos. Leiam as Escrituras, considerem o plano de Deus, Contemplem Jesus, fixem seus olhos nele (Hb 12.2). Vejam o que Ele fez, vejam o que Ele está fazendo, vejam o que Ele ainda vai fazer. Assim não haverá preguiça.[17]    
                           
d) As obrigações sociais (12.13)

Desta vez, Paulo apresenta aos cristãos os deveres sociais. O apóstolo ressalta dois imperativos.  
  
i. Devemos ser generosos para com os irmãos em necessidade (vs.13a)

No grego, o verbo compartilhar κοινωνέω (koino̱néo̱), literalmente “compartilhando”, denota “comunhão”, “parceria”. Traz a ideia de “participar nas diversas necessidades e sofrimentos dos irmãos, repartindo os nossos recursos com eles sempre que precisarem”. 

Adolph Pohl observa:

Às vezes, o membro que passava a pertencer a uma igreja domiciliar perdia facilmente seu respaldo social anterior. Era possível que as viúvas fossem excluídas da assistência pública aos pobres por causa de sua fé. Com isso, elas eram depositadas aos pés da igreja como uma tarefa (Tg 1.27). Os mestres da igreja também careciam de auxílio em seus primórdios, uma vez que o serviço dedicado à igreja comprometia sua subsistência (Gl 6.6; 1Co 9.14).[18]

Numa sociedade em que impera o individualismo e a indiferença, devemos, como cristãos, assumir os problemas dos irmãos como se fossem os nossos próprios problemas, sofrendo e lutando com eles. Devemos ser parceiros dos irmãos que se encontram atribulados.   

A generosidade em compartilhar nossos bens com os irmãos em necessidade é uma prova cabal do amor fraternal ordenado na Escritura (Gl 6.2; 1Jo 3.18). Calvino acentua que somente quando aliviamos as necessidades de nossos irmãos, por nenhuma outra razão senão para exercer nossa benevolência em prol deles, é que verdadeiramente comprovamos nosso amor.[19] Os cristãos da igreja primitiva, por exemplo, eram extremamente liberais e solidários (At 2.44-45). Acerca disso, MacArthur escreve: 

Os cristãos primitivos não viviam em comunidade ou associação e redistribuíam tudo em igualdade, antes, mantinham suas posses sem estarem presos às mesmas, estando dispostos a usá-las a qualquer momento em favor de alguém, à medida que as necessidades surgissem.[20]

ii. Devemos ser receptivos (vs.13b)

A palavra hospitalidade φιλοξενία (filoxenia), no grego, significa “amor aos estranhos” (Hb 13.2). O verbo διώκοντες (dió̱kontes), literalmente “buscando”, foi traduzido porpraticar. Comunica a ideia de sermos “ativos na busca pela hospitalidade”.

Na época do Novo Testamento, viajar era perigoso e as hospedarias eram ruins, escassas e caras. Assim, os primeiros cristãos, com frequência, abriam suas casas para os viajantes, especialmente para os companheiros cristãos (veja 2Tm 1.16-18; 3Jo 5-8).[21]

John Murray complementa:

Na época dos apóstolos, existia a urgente necessidade da prática dessa virtude. Havia as perseguições pelas quais os cristãos eram compelidos a migrar e outras razões que os forçavam a mudar de um lugar para o outro. Os mensageiros do evangelho eram itinerantes no cumprimento de sua missão. O mundo não se mostrava hospitaleiro. Portanto, era um exemplo fundamental da maneira pela qual os crentes deveriam ser participantes das necessidades dos santos.[22]

A hospitalidade é uma ordem (1Pe 4.9), faz parte das boas obras (1Tm 5.10), é um privilégio (Hb 13.2) e, por isso, devemos praticá-la. Não somente os cristãos devem ser hospitaleiros para com os irmãos, mas especialmente os pastores. Eles devem ser os primeiros a exercerem a hospitalidade (Tt 1.8). 

e) As obrigações relacionais (12.15-16)

O apóstolo expõe a responsabilidade dos cristãos no vínculo afetivo. Paulo arrola três exortações. Vejamos, pois: 

i. Devemos nos identificar uns com os outros (vs.15)

No versículo 13, vimos que os cristãos devem manifestar empatia para com os irmãos na fé. Aqui, no presente versículo, temos outro exemplo de empatia. O corpo de Cristo [a igreja] é uma unidade composta de pessoas individuais. Sendo assim, temos que expressar nosso amor pelos irmãos na fé nos momentos de alegria e tristeza (1Co 12.26). Esse amor é confirmado por simples gestos que significam muito! MacArthur elenca-os:  

Ficar feliz com as bênçãos, as honras e o bem-estar dos outros – não importa qual seja a sua própria situação (2Co 2.3), e ser sensível e compassivo com relação às adversidades e aflições dos outros (Cl 3.12; Tg 5.11; Lc 19.41-44; Jo 11.35).23

A empatia, segundo John Murray, não se encontra em nós por natureza. Ciúmes e inveja, ódio e malícia são nossas inclinações naturais (Gl 5.20; Tt 3.3). Essa exortação, tanto quanto qualquer outra na lista de virtudes demonstra a transformação (vs.2) que deve ser realizada naqueles que são um só corpo em Cristo (vs.5).[24] Conforme disse Calvino, deixar de dar as boas vindas à felicidade de um irmão, com genuína alegria, é um sinal de inveja; e deixar de demonstrar real tristeza em seu infortúnio, é sinal de desumanidade. Portanto, sintamos compaixão uns pelos outros, de forma que nos identifiquemos mutuamente, demonstrando o mesmo estado mental.[25] 

ii. Devemos viver em conformidade uns com os outros (vs.16a)

A expressão tende o mesmo sentimento uns para com os outros sublinha a ideia de “termos uma mesma mentalidade uns para com os outros.” Em outras palavras, Paulo exorta os cristãos a “a terem o mesmo pensamento”, a “viverem em harmonia uns com os outros”. Com isso, o apóstolo exige que os cristãos pensem da mesma forma em todas as coisas? Não! A igreja é uma unidade constituída de indivíduos que pensam diferente uns dos outros em muitas coisas. Cada homem e mulher têm estilos e predileções que diferem uns dos outros. Isso faz parte da essência de cada ser humano. Desse modo, Paulo está dizendo que os cristãos precisam ser unânimes com relação à verdade, com as doutrinas primordiais da fé (1Co 1.10; 11.17-19; Fp 1.27; 3.15-16; Cl 2.1-3). 

Todos nós devemos pensar as mesmas coisas. As nossas mentes devem estar operando da mesma forma e seguindo os mesmos canais, para que não haja nenhuma divisão, nenhum cisma, mas sim, unidade como povo cristão.[26]  
   
iii. Devemos ser humildes (vs.16b) 

As duas proposições seguintes opõem-se ao orgulho, ao desejo por status e ao reconhecimento dos homens. Paulo traça uma antítese entre a mentalidade ufana [soberba] e a mentalidade humilde. A palavra condescendei συναπαγόμενοι (synapagómenoi), significa “deixar ser conduzido”, “indicando que nossos sentimentos e atitudes devem estar de tal maneira harmonizados com as coisas humildes, que nos sintamos perfeitamente à vontade com essas circunstâncias”.[27] O apóstolo recomenda que, ao invés de pensarmos que somos melhores do que os outros, sendo sábios aos nossos próprios olhos (Pv 3.7-8), de ambicionarmos coisas e posições sociais grandiosas, e de anelarmos a glorificação dos homens, devemos ser humildes, contentando-nos com o nosso status e com a vida que foi decretada para nós (veja Fp 4.11; 1Tm 6.8-9; Hb 13.5).

Continua nos próximos dias...


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NOTAS:

1. John Murray. Romanos, pág 491.
2. John Stott. A mensagem de Romanos, pág 399.
3. John Murray. Romanos, pág 491.
4. William Hendriksen. Romanos, pág 544.
5. William Barclay. Romanos, pág 175.
6. Calvino. Romanos, pág 447.
7. Matthew Henry. Comentário Bíblico do Novo Testamento – Atos a Apocalipse, Pág 390.
8. D.M. Lloyd Jones. Romanos, volume 12, pág 443.
9. Calvino. Romanos, pág 447.
10. D.M. Lloyd Jones. Romanos, volume 12, pág 447.
11. William Hendriksen. Romanos, pág 545.
12. Calvino. Romanos, pág 447.
13. John Murray. Romanos, pág 494.
14. John Stott citando James Dunn, em A Mensagem de Romanos, pág 401.
15. D.M. Lloyd Jones. Romanos, volume 12, pág 456.
16. John Murray. Romanos, pág 495-496.
17. D.M. Lloyd Jones. Romanos, volume 12, pág 474-475.
18. Adolph Pohl. Romanos, pág 125.
19. Calvino. Romanos, pág 449.
20. Bíblia de Estudo MacArthur. Notas de Rodapé, pág 1440.
21. Ibid, pág 1517.
22. John Murray. Romanos, pág 497.
23. Bíblia de Estudo MacArthur. Notas de Rodapé, pág 1517.
24. John Murray. Romanos, pág 498.
25. Calvino. Romanos, pág 452.
26. D.M. Lloyd Jones. Romanos, volume 12, pág 543.  
27. John Murray. Romanos, pág 500.  

***
Autor: Leonardo Dâmaso
Fonte: Bereianos

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Livro do ano


Destaques 

Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos foi o grande vencedor do Prêmio Areté, na noite desta quarta-feira, dia 12, na FLIC (Feira Literária Internacional Cristã), em São Paulo (SP). O livro de John Stott venceu duas categorias: “Vida Cristã” e “Livro do Ano”.

Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos é a maior (tem 608 páginas) e mais abrangente obra do autor britânico falecido em 2011. Violência, direitos humanos, aborto, diversidade étnica, trabalho e desemprego, meio ambiente, casamento e divórcio, homossexualidade, globalização, entre outras, são algumas das questões sobre as quais Stott se debruça e, com a costumeira clareza e sabedoria bíblica, responde às perguntas urgentes que os cristãos fazem todos os dias.

A Editora Ultimato também venceu em outras duas categorias do Prêmio Areté:

Sangue, Sofrimento e Fé (categoria: Missão). O livro é organizado por Antonia Leonora van der Meer, William Taylor e Reg Reimer e reúne autores, de várias nacionalidades, que escrevem a partir de suas próprias experiências e paixão sobre a missão cristã em contextos de perseguição.



Revista Ultimato (categoria: melhor revista). A revista circula ininterruptamente há 47 anos e tornou-se uma importante referência de equilíbrio e análise sobre a vida cristã, a igreja e a sociedade. Sua periodicidade é bimestral e conta em seu corpo de colunistas com nomes como: Ricardo Barbosa de Sousa, Paul Freston, Valdir Steuernagel, Rubem Amorese, Bráulia Ribeiro e Marina Silva. É a oitava vez que a revista ganha o prêmio.


O Prêmio Areté é promovido pela Associação de Editores Cristãos (ASEC) e é entregue anualmente, sempre durante a FLIC. O diretoreditorial da Ultimato, Marcos Bontempo, foi quem recebeu as “estatuetas” em nome da editora. Os produtos premiados foram lançados no ano de 2014.

A Editora Ultimato agradece à ASEC pelo reconhecimento e celebra, junto com nossos leitores, por esta conquista. E louvamos a Deus pela oportunidade de servi-lo por meio da literatura.

Imagem (destaque): Stasys EIDIEJUS/freeimages.com

Atualizado em 03/09/2015. Correção: é a oitava, e não a sétima vez que a revista ganha o prêmio.

Fonte: Ultimatoonline

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