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domingo, 3 de agosto de 2014

O quinto mandamento e a desigualdade econômica

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Por Frank Brito


Honra a teu pai e a tua mãe”. (Êxodo 20:12)

O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo”. (Provérbios 13:22)

“… porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos”. (II Coríntios 12:14)

Por que políticos socialistas costumam ser hostis à estrutura familiar cristã tradicional? Um dentre muitos motivos é que a estrutura familiar inevitavelmente estabelece e perpetua a desigualdade econômica. Não há como haver igualdade econômica e, ao mesmo tempo, haver a família cristã. As duas coisas são, por natureza, opostas. Manipuladores socialistas já entenderam isso bem. Infelizmente, muitos cristãos, alvos dos manipuladores, continuam a acreditar que a igualdade econômica seja algo de alguma forma desejável ou virtuoso.

Como o Catecismo Maior de Westminster corretamente identifica, “o alcance geral do quinto mandamento é o cumprimento dos deveres que mutuamente temos uns para com os outros em nossas diversas relações como inferiores, superiores ou iguais” (CMW, P. 126). Em outras palavras, o quinto mandamento da Lei de Deus, “Honra a teu pai e a tua mãe”, rege as relações entre pais e filhos, o que inclui não somente as obrigações e responsabilidades dos filhos em relação aos pais, mas também as obrigações e responsabilidades dos pais em relação aos filhos, como S. Paulo deixa claro quando comentou esse mandamento:

Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”. (Efésios 6:1-4)

Ou seja, os filhos têm determinadas obrigações e responsabilidades em relação aos seus pais pelo fato de serem seus pais. Da mesma forma, os pais têm determinadas obrigações e responsabilidades em relação aos seus filhos pelo fato de serem seus filhos. São obrigações e responsabilidades derivadas da estrutura familiar que não existiriam se não houvessem esses laços familiares. Então, vamos supor que você tenha uma filha de dois anos e o seu vizinho tem uma filha de três. Quem é responsável por determinar o que sua filha vai comer? É você ou o seu vizinho? E a filha dele, é você quem tem que dizer a hora que ela vai dormir? Ou seja, a relação que existe entre você e sua filha determina as obrigações e responsabilidades que você tem em relação a ela que não existiriam caso ela não fosse sua filha.

Dentre as responsabilidades dos pais em relação os filhos está a obrigação de sustentá-los economicamente, pelo menos enquanto são incapazes de ganhar o próprio sustento. Quando os pais envelhecem e não podem mais sustentar a si mesmos, os filhos passam a ter essa obrigação em relação aos pais (Mt 15:4-6). “Mas, se alguém não tem cuidado… dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (I Tm 5:8). Novamente, são obrigações e responsabilidades derivadas da estrutura familiar que não existiriam se não houvessem esses laços familiares. Como Paulo escreve à Timóteo: “Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas” (I Tm 5:16). Ou seja, a responsabilidade de sustentar uma mãe viúva é primeiro do próprio filho e família e só depois da Igreja. A relação filial estabelece um nível de responsabilidade que outros não tem pelo mero fato de que os outros não são seus filhos.

Isso significa que, no contexto da família, os pais devem amar e, consequentemente, favorecer seus filhos mais do que as crianças que não são seus filhos. Da mesma forma, um marido deve amar sua esposa mais do que qualquer outra mulher. Mais do que isso, há um tipo específico de amor e favor que o marido só pode ter em relação a sua própria esposa e não pode ter por mais nenhuma outra mulher. E nisso está incluído a relação econômica. Um homem tem a obrigação de sustentar todas as mulheres igualmente? Ou ele tem uma obrigação especial em relação a sua própria esposa pelo mero fato de ser sua esposa? Da mesma forma, ele tem uma obrigação especial de sustentar e favorecer economicamente os seus próprios filhos de uma maneira que ele não tem com os filhos do vizinho.

Daí se deriva o direito à herança, ou seja, à transferência inter-geracional de propriedade. S. Paulo diz que “não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos” (II Co 12:14). Aqui há uma responsabilidade dos pais em relação aos filhos, mas que não existe dos filhos em relação aos pais. Ou seja, é uma responsabilidade derivada exclusivamente da paternidade. Os filhos têm direito à herança de seus pais porque estes são seus pais e, portanto, se estes não fossem seus pais, o direito não existiria. Se João é filho de Carlos e Filipe não é, João tem o direito de ser economicamente favorecido pela herança de Carlos de uma maneira que Filipe não tem. Como diz Provérbios, é virtuoso um homem deixar herança para seus filhos.

Estes princípios, por si só, estabelecem a desigualdade econômica na sociedade. Se um homem tem uma obrigação maior de favorecer sua própria esposa e seus próprios filhos economicamente, isso significa que ele, obviamente, não deve favorecer a todos igualmente. Esse tipo de igualdade seria, antes de mais nada, desonrar terrivelmente a sua esposa, ao tratá-la como todas as outras mulheres, inclusive tendo as mesmas obrigações em relação a qualquer prostituta. O amor que ele deve à sua própria esposa tem que estar acima ao amor por qualquer outra mulher. Além disso, o direito de seus filhos à herança significa que se ele trabalhou mais e ganhou mais do que o seu vizinho, os seus filhos têm o direito de herdar e usufruir de mais do que os filhos de seu vizinho. O direito de seus filhos à herança significa que, pela mera relação filial, seus filhos tem direitos de ser mais beneficiados economicamente pelos pais. Mais do que isso, porque os pais têm a obrigação de favorecer seus filhos economicamente mais do que os outros filhos, se os seus pais trabalham mais e e ganham mais, os filhos têm o direito moral, derivado dessa relação familiar, de já começar a vida sendo mais beneficiado economicamente do que os filhos daqueles que trabalharam menos e ganharam menos. E se cada geração for como o homem de bem de Provérbios 13:22, a tendência é que, em cada geração, o capital só irá aumentar, com cada filho dando continuidade ao capital pelo qual ele próprio não trabalhou, mas que, por direito, herdou de seus pais.

No Brasil, existe a tendência de tratar com desdém o dinheiro e os bens que alguém tem sem que tenha trabalhado por si mesmo, mas que tenha simplesmente recebido por herança e benefício de seus pais. A verdade é que essa é uma mentalidade pecaminosa. O direito à herança é parte da essência da própria estrutura familiar, é parte da obrigação dos pais de favorecerem os próprios filhos economicamente. Os filhos têm direito à herança porque são filhos e desprezar o uso desse direito é desprezar a própria estrutura familiar, como se de alguma forma o dinheiro e os bens herdados fossem ilegítimos, como se de alguma forma não fosse verdade que “o homem de bem deixa uma herança aos filhos” (Pv 13:22) ou que “os pais devem entesourar para os filhos” (II Co 12:14).

É por isso que não há como haver igualdade econômica e, ao mesmo tempo, haver a família cristã e é por isso que o socialismo é hostil à estrutura familiar cristã tradicional e trabalha para subvertê-la. A estrutura familiar estabelece obrigações e responsabilidades econômicas, nas quais cada membro da família é obrigado a favorecer a própria família economicamente de maneira diferenciada de todas as demais famílias. “Os pais devem entesourar para os filhos” (II Co 12:14), os maridos devem favorecer as esposas acima de todas as mulheres (Ef 5:23-33) e os filhos são os maiores responsáveis pelo sustento dos pais na velhice (Mt 15:4-6; I Tm 5:8). E se cada membro da família deve favorecer os próprios membros, antes de favorecer os outros, segue-se, obviamente, que ele estará tratando os outros de maneira desigual. Sendo assim, a igualdade econômica entre todos não será uma possibilidade.

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Fonte: Resistir e Construir

sábado, 2 de agosto de 2014

As seis principais faltas do evangélico neopentecostal



Por Pr. Marcos Granconato


O que distingue o "evangélico" moderno do crente verdadeiro? O que é, ou como é, o evangélico neopentecostal?

Falta de senso crítico. O neopentecostal dá crédito fácil à mentira. Ele aceita com facilidade qualquer invenção que aparece sem questionar nada, bastando apenas que o líder diga tudo com ares de autoridade e com alguns "aleluias". (At 17.11; Ef 4.14-15)

Falta de disposição para aceitar a correção. É inútil mostrar biblicamente ao neopentecostal que ele está errado. Ele dirá que a BÍBLIA pode ser interpretada das mais variadas maneiras e desprezará todas as evidências da Palavra de Deus que militem contra suas crendices (2 Tm 3.8; 4.3-4)

Falta de interesse no estudo bíblico sério e profundo. O neopentecostal é um grande ignorante da Palavra de Deus. Ele não vê o estudo teológico como algo importante. Geralmente ele diz que estudar a BÍBLIA ou a teologia é uma prática carnal. Para fundamentar essa crença, é usado 2 Coríntios 3.6 (entendem que a frase "a letra mata" é uma censura de Paulo contra o estudo!!!). O que existe na verdade é uma imensa preguiça intelectual e uma falta absoluta de interesse pelo que Deus ensina em sua Palavra. Assim, não há ênfase na pregação e no estudo sério das Escrituras no meio neopentecostal. A ênfase maior é no louvor, nas supostas curas, nas expulsões de demônios, nos cultos de libertação e coisas do tipo. (1 Co 1.21; 1 Tm 3.15; 2 Tm 2.15)

Falta de história de conversão. Os neopentecostais não têm uma história de conversão (1 Co 6.9-11; 1 Ts 1.9-10). Se forem questionados sobre como ou quando se converteram, dirão geralmente que foram numa determinada comunidade e ali viram curas ou alguma outra coisa que os impressionou; dirão que o pastor adivinhou algo sobre a vida deles ou que os problemas que tinham começaram a desaparecer, levando-os a se firmar na igreja. Nada dizem sobre arrependimento pessoal, confissão de pecados, perdão, novo nascimento ou outras coisas próprias da conversão. Talvez o maior problema do neopentecostal é o fato dele não ser um crente verdadeiro (2 Co 13.5;).

Falta de vida cristã exemplar. O neopentecostal tem um testemunho de vida moral horrível. Ele não se preocupa com a santidade, o viver separado do mundo ou o imitar Cristo. Aliás, é exatamente o contrário disso que é estimulado, sob a justificativa de que igualar-se ao mundo vai atrair os descrentes para a igreja (é por isso que os cultos neopentecostais são mais parecidos com shows (Veja Hb 12.28-29). Essa falta de preocupação com o viverCRISTÃO é substituída pela preocupação com o bem estar físico e financeiro e com a busca de experiências místicas, fortes emoções e entretenimento (veja Tg 4.9-10) como espetáculos musicais, shows e passeatas. (2 Co 6.14-15; Tg 4.4; 1 Jo 2.3-6)

Falta de compromisso com a igreja local. As reuniões neopentecostais são marcadas por um constante vai-e-vem de centenas e até milhares de pessoas. A cada dia o auditório muda. Não há membrezia. A maior parte dos freqüentadores não se conhece devido à grande rotatividade de gente que entra e sai. O pastor não tem um rebanho em que ele conhece cada uma das ovelhas, acompanha-as, disciplina-as quando necessário e se sente responsável por elas. Isso faz com que as igrejas neopentecostais se tornem o paraíso daqueles "crentes" que não dão certo em igreja nenhuma e que não querem ter compromisso com nada. (Hb 10.25; 1Jo 1.7).

Como Deus tem usado o movimento neopentecostal para atingir seus propósitos?

A criação de uma forte insatisfação nos convertidos verdadeiros. Como as igrejas neopentecostais não oferecem nada que realmente dê vigor espiritual, os verdadeiros convertidos dentro dessas igrejas, depois de algum tempo, começam a se sentir famintos de algo mais sólido e verdadeiro. Essa fome geralmente é acompanhada de comparações entre o que a BÍBLIA diz e o que os líderes falam, o que geralmente faz com que esses crentes comecem a ser desprezados e perseguidos. Diante disso tudo, tais pessoas se vêem forçadas a sair em busca de uma igreja séria. (Jo 10.2-5)

A oportunidade de purificação das igrejas genuínas. As igrejas neopentecostais têm oferecido tudo aquilo de que os falsos crentes gostam (paz com o mundo, superstições, promessas de prosperidade, falta de compromisso). Isso atrai para elas todo o "joio" que há nas igrejas bíblicas. Desse modo, tirando proveito das astúcias de Satanás, Deus tem trabalhado na edificação de uma igreja mais livre de lobos fantasiados de ovelha. (1 Jo 2.19).

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Fonte: Escola Teológica Charles Spurgeon

Ninguém tem direito a salvação!



Por Abraham Booth

Humildade para com os nossos semelhantes, amor e gratidão para com Deus — são estes os frutos de uma compreensão da graça discriminativa de Deus. A eleição, portanto, influencia-nos para nos tornar melhores crentes.

Ao mesmo tempo, por mais cheia de auxílio que esta verdade possa parecer àqueles que já são crentes, será que ela não vai desencorajar os que ainda não o são? Os que buscam tornar-se crentes poderão arguir: "Se eu não estiver entre os eleitos de Deus, então não importa o quanto eu deseje ser salvo, pois jamais o serei".

Este pode parecer um argumento plausível, mas na verdade é um grande erro. Deixe-me ilustrar o que quero dizer. Suponhamos que um alimento é repentinamente apresentado a um homem faminto. Teria sentido ele dizer: "Não sei se Deus pretende que eu seja alimentado por este determinado alimento. Por isso, não importa o quanto eu o deseje, não posso comê-lo". Não seria muito mais sensato dizer: "Tenho um forte apetite. O alimento é o meio de satisfazer o meu apetite. Portanto, eu comerei este alimento".

Ora, Cristo é o pão da vida, o alimento das nossas almas. Este alimento celestial é provido pela graça oferecida no evangelho, e livremente apresentado a todos os que têm fome, sem exceção. Que tem de fazer, então, o pecador espiritualmente despertado senão, sendo habilitado pelo Senhor, tomar, comer e viver para sempre? Os pecadores não são encorajados a crer em Jesus em troca de saberem que são eleitos. Não, as novas da misericórdia de Deus são dirigidas aos pecadores considerados como prontos para perecerem.

Todos, sem exceção, que conhecem sua situação perigosa e sentem sua incapacidade, são convidados, sem demora, a aceitarem as bênçãos espirituais, antes mesmo de pensarem a respeito de sua eleição. Assim, esta verdade não deve aterrorizar um despertado ou qualquer pessoa que tenha consciência de seu pecado. Os que estão indiferentes a respeito de suas almas, ou têm elevada opinião sobre sua própria bondade, de qualquer maneira jamais se incomodarão com a eleição!

No entanto, não poderia alguém dizer: "Se eu estou entre os eleitos, então necessariamente serei salvo, não importa como eu me comporte". Por acaso este ensino das Escrituras referente à graça discriminativa não encoraja o crente a viver descuidadamente?

Às vezes, você pode encontrar pessoas que dizem crer na eleição e cujas vidas são cheias de impiedade. Tais pessoas, porém, estão enganando a si mesmas. A eleição não significa meramente que um certo número de pessoas irá, seguramente, para o céu. A razão da eleição é que o povo de Deus fosse santo e irrepreensível diante dEle (Ef. 1:4), ou seja, a eleição significa que um certo número de santos alcançará o céu.

Deus não indicou apenas o lugar (o céu) para onde os eleitos irão, porém, mostrou também o caminho pelo qual eles chegarão lá, Paulo escreve:"Devemos sempre dar graças a Deus... por vos ter elegido desde o princípio, para a salvação, pela santificação do Espírito, e fé na verdade" (2 Tess. 2:13). Assim, uma parte essencial da experiência espiritual dos eleitos deve ser a "santificação" e a "fé na verdade". Onde estes elementos não estiverem presentes, não há eleição.

Há um outro argumento semelhante a este último, o qual se costuma apresentar contra a verdade da eleição. É o seguinte: qual é a utilidade da pregação, da oração e da auto-negação? Se os eleitos já estão certamente escolhidos, não há necessidade destas coisas. A resposta a este argumento é a mesma que demos ao argumento anterior, ou seja, Deus usa deliberadamente a pregação, a oração e a autonegação para efetuar aquele viver santo para o qual Ele escolheu o Seu povo. Posso mostrar o absurdo desse argumento por meio de outra ilustração.

Vamos concordar que há um Deus que governa todos os nossos negócios humanos por Sua providência. Se Ele planejou tudo aquilo que fará, então a objeção de que "se alguém é eleito, esse alguém não precisa ser santo", também se aplica a todos os negócios da vida diária. Se Deus planejou todos os negócios humanos, então quer com saúde ou doentes, quer bem sucedidos ou falhos em nossos negócios, quer habilidosos ou não na execução de nossas tarefas, tudo é governado pela providência.

Contudo, quem será tão insensato para dizer: "Não importa se eu como, durmo ou estudo, desde que as circunstâncias de minha vida já foram determinadas pela providência!" Uma vez que não raciocinamos tão absurdamente em relação aos afazeres de nossa vida natural, por que o faríamos em relação aos interesses de nossa vida espiritual?

O perfeito conhecimento de Deus inclui todos os detalhes de nossas vidas, tanto quanto o nosso destino final. Não podemos separar os pormenores do fim. Deus prevê que chegarão aos céus somente aqueles que, segundo Sua previsão, se tornam santos por esforço espiritual diário; e ninguém Ele prevê no inferno, exceto aqueles pecadores que diariamente rejeitam Sua verdade.

Alguns, porém, acrescentam o argumento: "Este ensino torna Deus injusto, desde que Ele é misericordioso para com alguns e não para com todos. Deus Se tornou desleal". Eu respondo: a injustiça só pode estar presente quando a recompensa proveniente de um compromisso assumido, deixa de ser dada. Se um magistrado aplica a lei rigorosamente, no caso de um pobre e, indulgentemente, no caso de um rico, ele é injusto. Todavia, se ele como um benfeitor é generoso para com os necessitados entre seus vizinhos, nunca diríamos que é obrigado a ser generoso para com todos os necessitados. Isto seria impertinência de nossa parte!

Se é apenas um problema de doação graciosa, não pode haver injustiça — mesmo que todos não recebam. E isto é ainda mais verdadeiro com relação a Deus, pois Ele é o Criador que tem o direito absoluto de fazer o que quiser com o que é Seu — e Sua natureza perfeita nos assegura que Ele nada faz de errado.

Deixe-me perguntar-te: todos os homens pecaram ou não? Se pecaram, então todos são culpados perante Deus. Se admitimos isso, então mesmo que todos perecessem Deus seria justo. E a eleição de alguns para a salvação não causa dano aos não eleitos. Assim, a "não-eleição" não é uma punição injusta.

Dizer que Deus não pode deixar ninguém perder-se, é dizer que todos têm direito à salvação. No entanto, ninguém tem direito à salvação. Ela é somente pela graça.

A verdade é que o argumento "Deus é injusto ao eleger alguns e não todos", procede da auto-estima que nós, erradamente, temos de nós mesmos e da visão míope que temos de Deus. Será o altíssimo e sublime Deus tão limitado que não possa fazer o que Lhe agrada?

Deixe-me, agora, mostrar-te o valor real e prático da eleição para nós. Primeiro, a verdade tem algo a dizer ao pecador descuidado. Você já viu que todos são culpados aos olhos de Deus, e que Ele escolheu alguns para a salvação, deixando outros sofrerem as justas consequências de seus pecados.

Como você pode saber que este não é o teu caso! Ser rejeitado por Deus é estar perdido para sempre. Você ainda está desinteressado? Ora, você está nas mãos de um Deus ofendido e, contudo, não tem idéia certa daquilo que Ele fará contigo! Se você teme a possibilidade do inferno, deve saber que é exatamente isso que merece. Você tem boas razões para tremer. MEDITE sobre estes fatos terríveis! Que o Senhor possa ajudar-te a "fugir da ira vindoura" (Mat. 3:7).

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Sobre o autor: Abraham Booth (1734- 1806) nasceu em Blackwell, condado de Derbyshire, Inglaterra. Quando tinha vinte e quatro anos, casou-se com Elizabeth Bowmar, filha de um fazendeiro, e logo após abriu uma escola num subúrbio de Nottingham. A pregação de alguns Batistas levou-o a um senso RELIGIOSO e, em 1755, ele foi batizado por imersão. Em 1760, Booth tornou-se superintendente da congregação em Kirby-Woodhouse. Até então ele era um arminiano convicto, porém a partir daí ele mudou de posição, passando para as doutrinas sustentadas pelos Batistas Particulares. Sua obra “O reinado da graça” foi escrita em 1768. Logo depois disso a Igreja Batista Particular em Little Prescot Street, Londres, convidou-o a ser seu pastor, e nela foi ordenado em 1769. Booth faleceu em 1806, tendo sido pastor por trinta e cinco anos. Durante seu pastorado, foi fundada uma ACADEMIA que hoje está em Oxford, conhecida como Regents Park College, destinada ao treinamento ministerial. Seus vários escritos foram coligidos e publicados em três volumes em 1813. A atual Igreja Batista Church Hill em Walthamstow, Londres – descendente direta da igreja em Little Prescot Street – ainda possui placa memorial erigida em homenagem a Booth pelos membros daquela igreja.

FonteIgreja Batista Graça e Paz
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Ninguém tem direito a salvação!



Por Abraham Booth

Humildade para com os nossos semelhantes, amor e gratidão para com Deus — são estes os frutos de uma compreensão da graça discriminativa de Deus. A eleição, portanto, influencia-nos para nos tornar melhores crentes.

Ao mesmo tempo, por mais cheia de auxílio que esta verdade possa parecer àqueles que já são crentes, será que ela não vai desencorajar os que ainda não o são? Os que buscam tornar-se crentes poderão arguir: "Se eu não estiver entre os eleitos de Deus, então não importa o quanto eu deseje ser salvo, pois jamais o serei".

Este pode parecer um argumento plausível, mas na verdade é um grande erro. Deixe-me ilustrar o que quero dizer. Suponhamos que um alimento é repentinamente apresentado a um homem faminto. Teria sentido ele dizer: "Não sei se Deus pretende que eu seja alimentado por este determinado alimento. Por isso, não importa o quanto eu o deseje, não posso comê-lo". Não seria muito mais sensato dizer: "Tenho um forte apetite. O alimento é o meio de satisfazer o meu apetite. Portanto, eu comerei este alimento".

Ora, Cristo é o pão da vida, o alimento das nossas almas. Este alimento celestial é provido pela graça oferecida no evangelho, e livremente apresentado a todos os que têm fome, sem exceção. Que tem de fazer, então, o pecador espiritualmente despertado senão, sendo habilitado pelo Senhor, tomar, comer e viver para sempre? Os pecadores não são encorajados a crer em Jesus em troca de saberem que são eleitos. Não, as novas da misericórdia de Deus são dirigidas aos pecadores considerados como prontos para perecerem.

Todos, sem exceção, que conhecem sua situação perigosa e sentem sua incapacidade, são convidados, sem demora, a aceitarem as bênçãos espirituais, antes mesmo de pensarem a respeito de sua eleição. Assim, esta verdade não deve aterrorizar um despertado ou qualquer pessoa que tenha consciência de seu pecado. Os que estão indiferentes a respeito de suas almas, ou têm elevada opinião sobre sua própria bondade, de qualquer maneira jamais se incomodarão com a eleição!

No entanto, não poderia alguém dizer: "Se eu estou entre os eleitos, então necessariamente serei salvo, não importa como eu me comporte". Por acaso este ensino das Escrituras referente à graça discriminativa não encoraja o crente a viver descuidadamente?

Às vezes, você pode encontrar pessoas que dizem crer na eleição e cujas vidas são cheias de impiedade. Tais pessoas, porém, estão enganando a si mesmas. A eleição não significa meramente que um certo número de pessoas irá, seguramente, para o céu. A razão da eleição é que o povo de Deus fosse santo e irrepreensível diante dEle (Ef. 1:4), ou seja, a eleição significa que um certo número de santos alcançará o céu.

Deus não indicou apenas o lugar (o céu) para onde os eleitos irão, porém, mostrou também o caminho pelo qual eles chegarão lá, Paulo escreve:"Devemos sempre dar graças a Deus... por vos ter elegido desde o princípio, para a salvação, pela santificação do Espírito, e fé na verdade" (2 Tess. 2:13). Assim, uma parte essencial da experiência espiritual dos eleitos deve ser a "santificação" e a "fé na verdade". Onde estes elementos não estiverem presentes, não há eleição.

Há um outro argumento semelhante a este último, o qual se costuma apresentar contra a verdade da eleição. É o seguinte: qual é a utilidade da pregação, da oração e da auto-negação? Se os eleitos já estão certamente escolhidos, não há necessidade destas coisas. A resposta a este argumento é a mesma que demos ao argumento anterior, ou seja, Deus usa deliberadamente a pregação, a oração e a autonegação para efetuar aquele viver santo para o qual Ele escolheu o Seu povo. Posso mostrar o absurdo desse argumento por meio de outra ilustração.

Vamos concordar que há um Deus que governa todos os nossos negócios humanos por Sua providência. Se Ele planejou tudo aquilo que fará, então a objeção de que "se alguém é eleito, esse alguém não precisa ser santo", também se aplica a todos os negócios da vida diária. Se Deus planejou todos os negócios humanos, então quer com saúde ou doentes, quer bem sucedidos ou falhos em nossos negócios, quer habilidosos ou não na execução de nossas tarefas, tudo é governado pela providência.

Contudo, quem será tão insensato para dizer: "Não importa se eu como, durmo ou estudo, desde que as circunstâncias de minha vida já foram determinadas pela providência!" Uma vez que não raciocinamos tão absurdamente em relação aos afazeres de nossa vida natural, por que o faríamos em relação aos interesses de nossa vida espiritual?

O perfeito conhecimento de Deus inclui todos os detalhes de nossas vidas, tanto quanto o nosso destino final. Não podemos separar os pormenores do fim. Deus prevê que chegarão aos céus somente aqueles que, segundo Sua previsão, se tornam santos por esforço espiritual diário; e ninguém Ele prevê no inferno, exceto aqueles pecadores que diariamente rejeitam Sua verdade.

Alguns, porém, acrescentam o argumento: "Este ensino torna Deus injusto, desde que Ele é misericordioso para com alguns e não para com todos. Deus Se tornou desleal". Eu respondo: a injustiça só pode estar presente quando a recompensa proveniente de um compromisso assumido, deixa de ser dada. Se um magistrado aplica a lei rigorosamente, no caso de um pobre e, indulgentemente, no caso de um rico, ele é injusto. Todavia, se ele como um benfeitor é generoso para com os necessitados entre seus vizinhos, nunca diríamos que é obrigado a ser generoso para com todos os necessitados. Isto seria impertinência de nossa parte!

Se é apenas um problema de doação graciosa, não pode haver injustiça — mesmo que todos não recebam. E isto é ainda mais verdadeiro com relação a Deus, pois Ele é o Criador que tem o direito absoluto de fazer o que quiser com o que é Seu — e Sua natureza perfeita nos assegura que Ele nada faz de errado.

Deixe-me perguntar-te: todos os homens pecaram ou não? Se pecaram, então todos são culpados perante Deus. Se admitimos isso, então mesmo que todos perecessem Deus seria justo. E a eleição de alguns para a salvação não causa dano aos não eleitos. Assim, a "não-eleição" não é uma punição injusta.

Dizer que Deus não pode deixar ninguém perder-se, é dizer que todos têm direito à salvação. No entanto, ninguém tem direito à salvação. Ela é somente pela graça.

A verdade é que o argumento "Deus é injusto ao eleger alguns e não todos", procede da auto-estima que nós, erradamente, temos de nós mesmos e da visão míope que temos de Deus. Será o altíssimo e sublime Deus tão limitado que não possa fazer o que Lhe agrada?

Deixe-me, agora, mostrar-te o valor real e prático da eleição para nós. Primeiro, a verdade tem algo a dizer ao pecador descuidado. Você já viu que todos são culpados aos olhos de Deus, e que Ele escolheu alguns para a salvação, deixando outros sofrerem as justas consequências de seus pecados.

Como você pode saber que este não é o teu caso! Ser rejeitado por Deus é estar perdido para sempre. Você ainda está desinteressado? Ora, você está nas mãos de um Deus ofendido e, contudo, não tem idéia certa daquilo que Ele fará contigo! Se você teme a possibilidade do inferno, deve saber que é exatamente isso que merece. Você tem boas razões para tremer. MEDITE sobre estes fatos terríveis! Que o Senhor possa ajudar-te a "fugir da ira vindoura" (Mat. 3:7).

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Sobre o autor: Abraham Booth (1734- 1806) nasceu em Blackwell, condado de Derbyshire, Inglaterra. Quando tinha vinte e quatro anos, casou-se com Elizabeth Bowmar, filha de um fazendeiro, e logo após abriu uma escola num subúrbio de Nottingham. A pregação de alguns Batistas levou-o a um senso RELIGIOSO e, em 1755, ele foi batizado por imersão. Em 1760, Booth tornou-se superintendente da congregação em Kirby-Woodhouse. Até então ele era um arminiano convicto, porém a partir daí ele mudou de posição, passando para as doutrinas sustentadas pelos Batistas Particulares. Sua obra “O reinado da graça” foi escrita em 1768. Logo depois disso a Igreja Batista Particular em Little Prescot Street, Londres, convidou-o a ser seu pastor, e nela foi ordenado em 1769. Booth faleceu em 1806, tendo sido pastor por trinta e cinco anos. Durante seu pastorado, foi fundada uma ACADEMIA que hoje está em Oxford, conhecida como Regents Park College, destinada ao treinamento ministerial. Seus vários escritos foram coligidos e publicados em três volumes em 1813. A atual Igreja Batista Church Hill em Walthamstow, Londres – descendente direta da igreja em Little Prescot Street – ainda possui placa memorial erigida em homenagem a Booth pelos membros daquela igreja.

FonteIgreja Batista Graça e Paz
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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Curso de Preparação de Obreiros - CPO Nordeste 2014 - IBN

No último dia 31 de julho de 2014 às 9:30h aconteceu na Capela Neville do Instituto Bíblico do Norte o Culto de Gratidão e Encerramento do Período Letivo da 10ª Turma 2012/2014 do Curso de Preparação de Obreiros (CPO) do IBN. O pregador foi o Rev. Rogério Vasconcelos.
Alunos Formandos 2014




Professores CPO 2014

1- Rev. Alexander Oliveira Paes
2-Missº Antônio Carlos Nunes de Oliveira
3-Rev. Carlos Eduardo Aranha Neto
4-Rev. Carlos Sócrates Oliveira de Siqueira
5-Rev. Digleiton Galvão Neto
6-Rev. Eli Vieira Filho
7- Rev. Fernando Henrique B. da Costa
8- Rev. Jadson Azevedo da Cunha
9- Missª Jardelita Bispo da Silva Filha
10 - Rev. Luis Henrique de Oliveira e Luna
11 - Rev. Luiz Ricardo Monteiro da Cruz
12 - Profª Maria Isabella Barbosa da Costa Felipe
13 - Rev. Milton César Oliveira da Silva
14 - Missª Norma Suely Soares Mêlo
15 - Missª Olívia da Costa Queiroz
16 - Rev. Robert Pacheco França
17 - Rev. Rogério Moraes Vasconcelos.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

ANOTAÇÕES PARA PASTORES E PARA OVELHAS



Assistindo um documentário sobre as Guerras Mundiais, chamou-me atenção um comentário de Colin Powell (Chefe do Estado-Maior dos EUA durante a Operação Tempestade no Deserto em 1990/91):

"Um ditador começa a pensar que nunca está errado, porque ele se cerca apenas de pessoas que não têm coragem de lhe contrariar."

Essa frase encaixa-se bem no estado quase caótico de grande parte das denominações auto-proclamadas evangélicas no Brasil. É bastante comum pastores, bispos, ou ainda no seu estado mais egocêntrico, apóstolos, que creem estar sobre eles uma unção ou autoridade acima de todo questionamento ou reprovação, ainda que seja a própria Palavra que condene seus atos e caminhos.

O Bp. Walter McAlister (Ig. Cristã Nova Vida) utiliza uma frase bastante interessante em um vídeo (link) que fala sobre a autoridade do pastor: "O Senhor é meu pastor, mas nenhum pastor é meu senhor". Acontece que o estado de alienação no qual vivem grande parte dos religiosos que, não são apenas religiosos alienados, mas cidadãos alienados, eleitores alienados... é de que a autoridade espiritual que repousa sobre o ministério pastoral é uma autoridade absolutista, monárquica em alguns casos, e em sua maioria ditatorial.

Tenho uma boa compreensão que o questionamento à autoridade pastoral deve ser sempre feito com cuidado e não pode ser algo superficial em sua posições, já vi pastor ser criticado porque suas decisões eram contrárias ao pensamento particular de A ou B. No entanto, o questionamento nunca pode ser tomado como algo proibido, pelo contrário, na própria Palavra em Atos 17.11, Paulo descreve o trabalho minucioso dos crentes de Beréia em analisar a Palavra de Deus para confirmar que aquilo que ele, o "famoso" apóstolo Paulo dizia, era realmente verdadeiro.

Acontece que esse tipo de atitude por um membro da igreja é visto por uma grande parte dos pastores como uma ação rebelde e de oposição, e seus inflamados sermões a respeito do tema, apenas desencorajam a igreja... o que fica muito mais fácil se seus membros são neófitos ou têm pouco ou nenhum conhecimento bíblico, ou ainda se este conhecimento resulta de um ensino errado.

Mas não foi essa a atitude do apóstolo Paulo. Diferente dos inseguros e carnais pastores que pilham igreja ao invés de pastoreá-las, Paulo considerou que os crentes de Beréia eram mais nobres que os crentes de Tessalônica, porque receberam a Palavra, mas não sem antes examinar a exatidão daquilo que Paulo pregava.

Se você aguentou ler meu texto até aqui tenho algumas sugestões, conselhos talvez... quem sabe você não tem argumentos concretos para confrontar ensinos que, apesar de seu pouco conhecimento teológico, sejam visivelmente contrários as doutrinas neo-testamentárias. Meu conselho é que você saia de onde está e procure um lugar onde:

Primeiro: um lugar onde os crentes são encorajados a lerem, estudarem e aprofundaram-se no conhecimento das Escrituras. O pastor de uma igreja com membros que conhecem a Palavra de Deus tem muito a colher porque muito plantou, um pastor de uma igreja com membros que não conhecem a Palavra de Deus, é apenas um bombeiro que recebe salários para apagar incêndios. 

Segundo: uma igreja onde ministérios são dados a pessoas capacitadas e não desocupadas. É comum pastores procurarem pessoas que têm "tempo" para igreja, mas não para a família, trabalho, etc. independente de seu tempo como cristão, conhecimento da Palavra ou capacidade para aquela obra. Abrindo muitas vezes mão de pessoas que dividem seu tempo entre atividades na igreja e na vida secular, ainda que estes, sejam visivelmente mais capacitados para a boa obra.

Terceiro: livre-se de qualquer "cobertura espiritual" proposta por líderes eclesiásticos. Sim, um pastor deve velar pela vida de suas ovelhas, mas não, ele não tem nenhum poder espiritual sobre você. Você não é FILHO de nenhum pastor, você é FILHO de DEUS, foi Ele quem abriu mão de Seu Único Filho para que você se tornasse também Filho Dele por adoção. O máximo que um pastor abre mão por você é de tempo, para talvez bajulá-lo e com isso prendê-lo.

Quarto: um lugar onde a benção e a revelação sejam exclusivamente aquelas alcançadas por Cristo na Cruz. Se você estiver satisfeito em Cristo por Sua obra na Cruz, será agradecido não apenas com um novo emprego ou CARRO, mas com o simples fato de que a Graça de Deus é renovada sobre você absolutamente todos os dias.

Daniel C. Cesar

Fonte:Pulpito Cristão

O Pacto e a Predestinação

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Por Rev. Herman Hoeksema


A reprovação está imediatamente conectada com a eleição, mas não pode ser colocada a par com a eleição. A reprovação segue a eleição, e a reprovação serve à eleição. A reprovação tem o seu motivo na vontade divina de realizar o pacto na forma antitética de pecado e graça. A plenitude da deidade habita no Cristo ressurreto. Da profundeza de miséria e morte, Cristo entra na glória da plena vida pactual de Deus. Esse caminho do sofrimento à glória, do pecado à justiça do reino dos céus, da morte para a vida, a igreja deve seguir. À medida que a igreja segue esse caminho, a casca réproba do organismo humano serve à igreja em Cristo. Na casca da reprovação o núcleo eleito se torna maduro. Por essa razão, a reprovação não pode ser colocada na mesma linha da eleição. 

A eleição é a pré-ordenação divina da igreja, com seus milhões de eleitos, para a salvação da vida do pacto de Deus em Cristo. A igreja serve a Cristo. A igreja eleita é dada a Cristo como o seu corpo. Ela deve servir para manifestar e radiar numa forma multiforme a glória que está em Cristo Jesus, que é a glória de Deus. Por essa razão, os eleitos são aqueles que são dados pelo Pai a Cristo. Aqueles que são dados formam uma unidade. Todo aquele (no singular) que o Pai me dá, esse virá a mim; e aqueles (no plural) que vêm a mim, de modo nenhum os lançarei fora (João 6:37, versão do autor). 

Esse é o ensino da Escritura. Novamente, essa apresentação tem sido objetada que a palavra eleição é uma tradução do grego ἐκλογή, que na verdade significa “escolher dentre”. Disso é argumentado que se é possível falar de eleição ou escolha dentre, então a multidão da qual a escolha é feita deve ser pressuposta existir. Aplicado à eleição eterna, isso significaria que no decreto de Deus a multidão de homens dentre a qual Deus elege seu povo deve preceder a própria eleição. Conclui-se então que no conselho de Deus o decreto de criação e a permissão da queda certamente devem preceder o decreto de predestinação. Por conseguinte, Deus escolheu dentre uma multidão de homens caídos. 

Por detrás dessa apresentação reside indubitavelmente a boa intenção de não fazer de Deus o autor do pecado. Podemos observar, primeiro, que de fato deve estar longe de nós o fazer de Deus o autor do pecado. Contudo, é uma questão inteiramente diferente se Deus deve ou não ser apresentado como a causa decretadora do fato da queda e do fato do pecado. Se não queremos destronar Deus e apresentar Deus e o pecado como um dualismo, certamente devemos manter que Deus é a causa decretadora do fato do pecado. 

Segundo, o infralapsariano, a despeito de todas as suas boas intenções, não resolve no final das contas o problema do pecado em relação a Deus mais que o supralapsariano o faz. O infralapsariano também terá que dar ao pecado um lugar no decreto de Deus. 

Com respeito à argumentação a partir da palavra ἐκλογή (eleger), podemos dizer que ela reside num mau entendimento. Esse equívoco é que a pessoa aplica a Deus o que é aplicável somente aos homens. Quando os homens elegem, nada vem à existência por causa disso. Os homens podem apenas fazer distinção e separação. Por conseguinte, quando os homens escolhem, aquilo dentre o qual a escolha é feita deve existir primeiro. Mas com Deus é exatamente o oposto. Com ele a eleição é causal, criativa e divina. 

Essa distinção é a mesma daquela entre a palavra divina e a palavra humana. A palavra de Deus é criativa. Essa palavra vem primeiro. A coisa que vem à existência por meio da palavra vem em seguida. A palavra do homem pode ser apenas uma imitação da palavra de Deus. Antes que o homem possa falar, a coisa criada deve primeiro ter vindo à existência pela palavra de Deus. O mesmo é verdade da eleição. Quando Deus em seu decreto escolhe dentre, então por meio desse decreto a diferenciação ou a multidão diferenciada vem à existência. Em outras palavras, a eleição de Deus é primeiro de tudo pré-ordenado para a salvação e para a glória da vida pactual em Cristo. 

Assim é na Escritura. Em outra conexão já apontamos o fato que a Escritura fala de uma eleição antes da fundação do mundo: “Nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (Ef. 1:4). Isso não significa que esse “antes da fundação do mundo” é simplesmente antes do mundo ou da fundação do mundo no tempo. A eternidade, na qual reside o decreto de Deus, não precede o tempo, mas está muito acima do tempo; ela não é tempo. 

Além disso, a Escritura frequentemente fala do fato que Deus conhece o seu povo: 

Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm. 8:29, 30). 

Em 1 Pedro 1:2 lemos: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”. 

Esse pré-conhecimento de Deus não pode e não deve ser explicado de uma forma humana, como o arminiano deseja explicá-lo. Então pegamos a ideia de uma presciência de Deus, de um ver desde a eternidade quem irá e que não irá crer em Cristo e perseverar até o fim, e de uma eleição baseada sobre esse pré-conhecimento. De acordo com tal apresentação, o que é aplicável somente ao conhecimento humano é aplicado a Deus. Antes, esse pré-conhecimento de Deus é um conhecer criativo de amor, pelo qual o objeto vem a estar diante de Deus, e a corrente de amor soberano jorra dele. Somente nessa luz podemos entender uma passagem como Isaías 43:4 (ARA): “Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida”. Devemos ver na mesma luz Isaías 49:16: “Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante mim”. 

Essa, então, é a conclusão do assunto concernente ao pacto de Deus: Deus quer revelar sua vida pactual gloriosa a nós; como o Deus triúno ele ordena seu Filho para ser Cristo e Senhor, o primogênito de toda a criação, o primogênito dentre os mortos, o glorificado, em quem habita toda a plenitude da divindade; para esse fim ele ordena a igreja e lhe dá a Cristo, e ele elege por seu nome todos aqueles que na igreja terão um lugar para sempre, para que a plenitude (πλήρωμα) de Cristo possa cintilar numa variação multiforme na igreja para o louvor de sua glória. Ao redor desse Cristo e sua igreja e desse propósito da revelação da glória da vida pactual de Deus, todas as coisas no tempo e na eternidade duradoura se concentram. O fim disso tudo é que nos prostremos em adoração perante esse glorioso Deus soberano e exclamemos, 

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! (Rm. 11:33-36). 

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Fonte: Reformed Dogmatics – Volume 1, Herman Hoeksema, Reformed Free Publishing Association, pg. 477-80.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
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quarta-feira, 30 de julho de 2014

NÚMERO DE PASTORES CANDIDATOS CRESCE 40% NESTAS ELEIÇÕES



Por Renato Vargens

O Portal UOL publicou que as eleições deste ano contarão com 270 candidatos que se declararam pastores, um crescimento de 40% com relação ao pleito de 2010, quando 193 pessoas disseram ocupar o cargo. Além disso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) registrou a candidatura de 32 bispos (25% a menos do que em 2010) e 16 padres (30% a menos).

O PSC lidera a indicação de sacerdotes: são 37 clérigos evangélicos um deles é o pastor Everaldo, que disputa a presidência da República pelo partido.

Pois é, em época de eleições o que aparecem de pastores candidatando-se a cargos públicos não está no gibi. Lamentavelmente em nome de Deus um número grande líderes cristãos advogam pra si o titulo de enviado do Senhor e salvador da pátria.

Aqueles que me conhecem sabem que não advogo a idéia que comumente tem tomado conta de parte dos evangélicos nos dias de hoje. Não creio na manipulação religiosa em nome de Deus, não creio num messianismo onde a utopia de um mundo perfeito se constrói a partir do momento em que crentes são eleitos, não creio na venda casada de votos, nem tampouco no toma-lá-dá-cá onde eleitores são trocados por benesses de politicos.

Creio que o voto é intransferível e inegociável. Acredito que nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos com as causas de justiça e da verdade. Junta-se a isso que creio que nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como uma profecia divina.

Caro leitor, na perspectiva da ética, dia de eleição é dia de exercermos livremente as nossas opções políticas e ideológicas, ninguém, absolutamente ninguém tem o direito de manipular, impor ou decidir por você em quem votar. O voto é pessoal e instranferível e somente você tem o direito de escolher em quem votar, ainda que isso represente não votar no candidato do seu pastor.

Encerro este post lembrando do pastor Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”

Isto posto, ouso afirmar que infelizmente alguns dos nossos pastores ao contrário do Dr. Billy Grahan aceitariam o convite na hora, não é verdade?

Pense nisso!

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Renato Vargens é pastor da Igreja Cristã da Aliança, escritor, conferencista e blogueiro. É um dos mais antigos colunistas do Púlpito Cristão.

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