quarta-feira, 9 de abril de 2014

O que fazer quando não há uma verdadeira Igreja onde você vive




por John Knox


Conselhos saudáveis ​​de uma carta de John Knox dirigida a seus irmãos na Escócia. 

Meus queridos irmãos, não tanto para instruir-lhes como deixar-lhes algo do testemunho de meu amor por vocês, eu considerei como algo bom a comunicar-lhes meus débeis conselhos de como eu quero que se conduzam no meio desta geração maligna e perversa, no que diz respeito ao exercício da santíssima Palavra de Deus, sem a qual não se pode aumentar o conhecimento, nem se pode desenvolver a piedade, nem pode continuar o fervor espiritual entre vocês. Porque, assim como a Palavra de Deus é o princípio da vida espiritual, sem a qual toda a carne está morta na presença de Deus, e como é lâmpada para os nossos pés, sem cuja luz toda a posteridade de Adão anda em trevas, e como é o fundamento da fé, sem a qual ninguém pode compreender a boa vontade de Deus, assim também é o único órgão e instrumento que Deus usa para fortalecer os fracos, para confortar os aflitos, para trazer debaixo de misericórdia pelo arrependimento aqueles que se desviaram, e, finalmente, para preservar e guardar a mesma vida na alma contra todos os ataques e tentações.

Portanto, se vocês querem que vosso conhecimento cresça, que a vossa fé seja confirmada, que vossas consciências sejam aquietadas e consoladas, e, finalmente, [que] a vida seja preservada em vossa alma, cuidem de exercitarem-se frequentemente na lei do Senhor, vosso Deus. Não tenhais em pouco estima os preceitos que Moisés deu aos israelitas com estas palavras: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”( Deuteronômio 6:6-9 – ACF). E Moisés, em outro lugar, ordenou-lhes para “lembrarem-se da lei do Senhor Deus, para cumpri-la, para que lhes vá fosse bem a eles e a seus filhos na terra a qual o Senhor vosso Deus lhes daria”. Dando a entender que, assim como frequentemente recordar e repetir os preceitos de Deus é o meio pelo qual o temor de Deus (que é o princípio da sabedoria e bem-aventurança), é mantido vivo na mente; assim também a negligência e o esquecimento dos benefícios recebidos de Deus é o primeiro passo para distanciar-se de Deus.

Agora, se a Lei, a qual, por causa de nossa fraqueza, não opera nada mais do que raiva e fúria, foi tão eficaz (que relembrada e repetida, para pratica-la) [que] trouxe ao povo uma bênção corporal, o que diremos que não trará o glorioso Evangelho de Cristo Jesus quando tratado com reverência? Paulo lhe chama de cheiro de vida para aqueles que receberam a vida, usando a semelhança de ervas aromáticas e unguentos preciosos, cuja natureza é que quanto mais estes são friccionadas exalam seu aroma mais agradável e prazeroso; assim também, amados irmãos, é o bendito Evangelho de Jesus, nosso Senhor. Porque quanto mais nos ocupamos dele, mais confortável e agradável é para aqueles que o escutam, leem-no, ou  se exercitam no mesmo. 

Não ignoro, que como os filhos de Israel se enfastiaram do maná, porque era o único que viam e comiam todos os dias, assim também agora há alguns que depois de ler algumas porções da Escritura, se voltam de todo aos escritores profanos ou escritos humanos. Porque a variedade de assuntos que estes contêm trazem com e para eles deleite diário. Por outro lado, dentro das Escrituras de Deus não há muito adorno humano em si, a repetição de uma coisa lhes é chata e cansativa. Confesso que essa tentação pode entrar até mesmo nos eleitos por um tempo, porém é impossível que continue até o fim. Porque os eleitos de Deus, além de outras características evidentes, possuem sempre esta unida com as demais, que os eleitos de Deus são chamados para fora da ignorância (falo dos que têm idade suficiente para compreender) para provar e sentir um pouco da misericórdia de Deus, da qual nunca estão satisfeitos nesta vida, mas que ocasionalmente têm fome e sede de comer o pão que desceu do céu e de beber a água que salta para a vida eterna. O que não podem fazer, senão pelo meio ou pelo instrumento da Fé, e a Fé sempre objetiva a vontade de Deus revelada pela Palavra, de maneira que a Fé tem tanto o seu início como sua continuação pela Palavra de Deus. E por isto eu digo, que é impossível que os filhos escolhidos por Deus possam depreciar ou rejeitar a Palavra de sua salvação por muito tempo, como tampouco podem enfastiar-se dela definitivamente.

É coisa comum que os eleitos de Deus são mantidos em tal escravidão e servidão, de modo que eles não podem conseguir que se lhes conceda o pão da vida, como tampouco têm a liberdade para exercitar-se na Palavra de Deus. Mas eles não se enfastiam, antes de bom grado anelam o alimento da sua alma, antes acusam sua negligência anterior, e lamentarem a aflição miserável de seus irmãos, e clamam e pedem em seus corações (e também em público, onde eles podem) para que corram livremente ao Evangelho. Esta fome e sede confirma que existe vida em suas almas. Mas se tais homens, que têm a liberdade de ler e exercitarem-se a si mesmo nas Escrituras, começam a fadigar-se porque quase sempre leem o mesmo, eu pergunto, por que não se cansam também de comer o pão de cada dia? Por que não se cansam de beber vinho todos os dias [não o tipo de bebidas alcoólicas de hoje]? Por que não se cansam de olhar diariamente a luz do sol? Por que não se cansam de usar as demais criaturas de Deus que mantêm diariamente sua própria substância, curso e natureza? Penso que responderam: “Porque tais criaturas têm um poder [quantas vezes são usadas para suprimir a fome e a sede e para infundir alento e forças e] para preservar a vida.” Oh, criaturas miseráveis! Quem se atreve a atribuir mais poder e força a criaturas corruptíveis para nutrir e preservar o corpo humano mortal, do que à Palavra eterna de Deus para nutrir a alma que é imortal! O querer arrazoar com sua ingratidão abominável não é o meu propósito agora. Porém a vós outros, amados Irmãos, quero compartilhar meu conhecimento e lhes abrir a minha consciência, que é tão necessário como é o uso de comida e da bebida para preservar a vida do corpo, e assim como necessário é o calor e a luz do sol para dar vida a erva e para dissipar as trevas, assim também é necessário para a vida eterna, e para a iluminação e  luz da alma, a meditação, exercício e uso perpétuo da Sagrada Palavra de Deus.

Portanto, queridos Irmãos, se anelais a vida vindoura, por necessidade devem exercitarem-se a si mesmos no Livro do Senhor, vosso Deus. Que não haja nenhum dia que não recebais algum consolo da boca de Deus. Abram seus ouvidos, e Ele falará coisas deleitosas ao vosso coração. Não fechem seus olhos, antes com diligência contempleis que porção substanciosa vos é deixada no Testamento de vosso Pai. Que suas línguas aprendam a louvar a Sua terna bondade, em cuja, somente por misericórdia, vos chamou das trevas para a luz, da morte para a vida. Tampouco façais isto tão privadamente que não admita testemunhas. Não, irmãos, o Senhor Deus vos ordena que vocês governem suas casas em verdadeiro temor, e de acordo com a Sua Palavra. Dentro de suas casas, digo, em alguns casos, sóis bispos e reis, sua esposa, filhos e família são o vosso bispado e encargo. Disto se vos pedirá conta de quanto cuidado e diligência usastes para instruí-los no verdadeiro conhecimento de Deus, de como procurastes implantar virtudes e reprimir vícios. Por tanto, digo, vocês devem faze-los participantes da leitura, da exortação e da oração comuns, a qual deveria acontecer em cada casa pelos menos uma vez por dia. Mas, acima de tudo, queridos irmãos, procurem praticar diariamente e viver como manda a Palavra de Deus, e então vocês comprovarão que nunca ouvireis ou lerei o mesmo sem que obtenhais algum fruto. Creio que isto é o suficiente para os exercícios dentro de vossa casa.

Considerando-se que Paulo chama a igreja de “o corpo de Cristo”, do qual cada um de nós é membro, e ensinando-nos com que nenhum membro pode sustentar-se e alimentar-se sem a ajuda e o apoio de outro, creio que é necessário que se tenham estudos e palestras sobre as Escrituras como reuniões entre irmãos. Como Paulo dá a ordem a ser observada para isto [1 Coríntios 14:26-29], somente quero salientar que, quando vos reunais, que seria bom fazê-lo uma vez por semana, que seu início fosse confessando seus pecados e implorando que o Espírito do Senhor os assista em todos os vossos projetos e objetivos espirituais. Depois que se leia alguma porção das Escrituras de forma clara e modesta, tanto quando se pense ser necessário para a ocasião ou tempo. Quando terminar, se algum irmão tem exortação, pergunta ou dúvida, que não tenha medo de falar ou trata-la ali mesmo, fazendo-o com moderação, seja para edificar [a outros] ou para edificar-se. E sem dúvida disto virá grande proveito. Porque, em primeiro lugar, o ouvir, ler e estudar as Escrituras nestas reuniões ajudarão a examinar o juízo e a atitude das pessoas, sua paciência e modéstia serão conhecidos e, finalmente, seus dons e expressões serão manifestos. Por outro lado, deve ser evitado em todas as ocasiões e em todos os lugares os falatórios vãos, as interpretações longas e aborrecidas e a teimosia sobre pontos controversos. Mas acima de tudo, quando se reunirem como igreja, ali nada deve ser considerado mais em conta do que a glória de Deus e o consolo e edificação dos irmãos.

Se algo brota do contexto em discussão ou debate que vosso juízo não pode resolver ou vossas faculdades não podem compreender, que seja observado e escrito antes do final da reunião, para que quando Deus proveja uma solução para o assunto, suas dúvidas que brotaram sejam resolvidas com mais facilidade. Por outro lado, se vocês tem a oportunidade de escrever ou se comunicar com outros, suas cartas manifestarão o vosso grande desejo por Deus e por Sua verdadeira religião. Não duvido que eles, segundo seus talentos se esforçarão e lhes concederão seu fiel trabalho para atender às suas solicitações devotas. Quanto a mim mesmo falo o que eu penso: empregaria quinze horas com muito bom gosto (segundo agrada a Deus iluminar-me) para lhes explicar alguma porção das Escrituras, do que meia hora em outra coisa.

Ademais, eu gostaria que, na leitura das Escrituras, tomem também alguns livros do Antigo Testamento e alguns do Novo, como Gênesis e um dos Evangelhos, Êxodo com outro livro, etc., porém sempre terminando [a leitura] dos livros que você começaram (segundo lhes permita o tempo). Pois lhes confortará o ouvir a harmonia e a concordância do Espírito Santo, falando através de nossos pais desde o princípio. Os confirmará nestes dias perigosos o contemplar a face de Jesus Cristo, o amado esposo, e sua igreja, desde de Abel até o próprio Cristo, e de Cristo até este dia, que há unidade e um mesmo propósito em todas as gerações. Estudem com frequência os profetas e as epístolas de Paulo. Pois a abundância de  assuntos mui consoladores que estão ali requerem exercício e uma boa memória. Semelhantemente, assim como as vossas reuniões devem começar com a confissão e súplica do Espírito de Deus, assim também deve acabar com ações de graças e orações pelos governantes e magistrados, pela liberdade do Evangelho de Cristo, que seja anunciado livremente, para o consolo e liberdade dos nossos irmãos que ainda estão sob tirania e servidão, por outras coisas que o Espírito do Senhor Jesus Cristo os ensine que vos é útil, seja para vós mesmos, ou para os seus irmãos, onde quer que estejam.

Se assim for (ou até melhor) ouço que vos exercitais a vós mesmos, queridos Irmãos, então louvarei a Deus por sua grande obediência, como também para aqueles que receberam a palavra de graça não somente com gozo, mas também com solicitude e diligência, e guardam a mesma como um tesouro e uma joia preciosa. E porque eu não tenho suspeitas de que fareis o contrário, não usarei de ameaças. Bem, a minha sincera esperança é que vocês andem em meio a esta geração perversa como filhos da luz, que sereis como estrelas à noite (que não são envolvidas pelas trevas), que sereis como o trigo entre o joio, e que sem embaraço não mudareis vossa natureza que recebestes pela graça, através da comunhão e participação que temos com o Senhor Jesus Cristo em Seu corpo e em Seu sangue. E, finalmente, que sereis do número das virgens prudentes, que diariamente granjeiam e enchem suas lâmpadas com azeite, enquanto aguardam pacientemente a aparição gloriosa e vinda do Senhor Jesus Cristo, cujo Espírito onipotente governe e instrua, ilumine e conforte suas mentes e corações em toda provação, agora e sempre. Amém.

A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco.

Lembrem-se de minhas fraquezas em suas orações. 


07 julho de 1556.

Vosso sincero irmão,


John Knox


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Traduzido por: William Teixeira
Revisão: Camila Rebeca Almeida
 

Via: O Estandarte de Cristo
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Pastores butaneses permanecem detidos sem acusações oficiais

Policiais de Samtse, um distrito a oeste do Butão, prenderam Tandim Wangyal e Mon Bdr. Thapa no dia 5 de março, quando eles estavam a caminho da Unidade Básica de Saúde Khapdani para levar uma criança doente
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De acordo com o Ministro do Lar e Relações Culturais, Lyonpo Damcho Dorji, os dois pastores foram acusados criminalmente. "O caso está nas mãos do Procurador Geral" informou Dorji ao jornal local Thimphu Business Bhutan, que publicou um relatório sobre o caso no dia 28 de março, vinte e cinco dias após a prisão.
Uma fonte anônima disse a esse mesmo jornal que a polícia os acusa de proselitismo. Mas os dois apenas lidavam com os convertidos e não com os não-cristãos. No momento dessa publicação, as notícias mencionadas pela reportagem e pelo site da Business Bhutan não estavam mais disponíveis.
Ambos com base na capital Thimphu, os pastores estavam conduzindo um seminário de três dias em uma igreja doméstica em Dorokha, Samtse. O treinamento começou no dia 4 de março com cerca de 15 cristãos participantes.
Um dos vizinhos da comunidade reclamou sobre o evento com as autoridades da cidade, alegando que os organizadores não tinham permissão para a reunião. 
Os familiares dos acusados foram informados apenas seis dias depois da prisão. A agência de notícias on-line The Christian Post reportou a prisão no dia 10 de março e tentou contatar o superintendente da polícia do distrito de Samtse inúmeras vezes sobre o caso, mas não teve êxito.
Nenhuma acusação oficial foi proposta contra Tandin e Thapa. Enquanto isso, as famílias dos dois pastores estão impedidas de pagar fiança até que o Procurador Geral conclua suas investigações e decida sobre o mérito das alegações.
O Butão ocupa a 31ª posição na Classificação da Perseguição Religiosa, onde os cristãos vivem sob pressão diária ao serem monitorados e forçados a renegar sua fé nesse país de predominância budista.
Em 2008, o Butão vivenciou a transição de uma monarquia para o parlamentarismo democrático como forma de governo. Uma nova constituição foi ratificada, garantindo "o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião" (Art. 7, sessão 3). No entanto, está articulado na Constituição o reconhecimento do budismo como "herança espiritual" do povo (Art. 3, parágrafo iii).

Pedidos de oração
  • Peça pela paz, provisão e proteção de Deus para as famílias dos dois cristãos presos.
  • Ore para que a justiça prevaleça no desenrolar do caso Tandin e Thapa.
  • Interceda por Tandin e Thapa, para que eles permaneçam firmes em sua fé em Jesus Cristo.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoCecília Padilha

terça-feira, 8 de abril de 2014

RELATO DAQUILO QUE EU VI NA VENEZUELA DE NICOLÁS MADURO


Por Renato Vargens
Neste último sábado eu estive em Santa Elena De Uairén, Venezuela.

Ao andar pelas ruas capital de Gran Sabana, pude testemunhar com os meus olhos que a situação econômica da terra de Maduro é a pior possível, senão vejamos:

Moeda, poder de compra e inflação: Um Real equivale a 24 bolívares. A moeda Venezuelana não vale praticamente nada. Nas principais vias de Santa Elena era possível encontrar dezenas de cambistas desesperados em "vender" seu dinheiro. Além disso, os produtos devido a Inflação, (A inflação na Venezuela chegou a 56,2% em 2013, a mais alta da América Latina e quase o triplo da registrada há um ano) constantemente sofrem aumentos levando portanto o cidadão venezuelano a um estado de pobreza extrema.

Supermercados:  Em santa Elena eu visitei seis supermercados e em todos eles faltavam alimentos. Em todos os mercados que fui não encontrei para venda carne, ovos, leite, manteiga, como também latícinio. Em alguns deles as prateleiras estavam vazias de grãos como arroz, feijão e etc.  (veja a foto acima) 

Comércio: Ao andar pelas ruas de Santa Elena bem como observar seu comércio pude constatar a falência do país. Todas as lojas, absolutamente todas elas encontravam-se vazias sem compradores e fregueses.

Racionamento de alimentos: Entrei numa padaria e vi um cartaz fixado numa coluna (veja acima) que dizia que devida a falta de farinha eles só podiam vender dois pães por pessoa. Nessa padaria, pertencente a um português, até era possível comprar queijo, presunto e similares, contudo, os venezuelanos não o faziam por falta de dinheiro. 

Papel higiênico - Em nenhum lugar da cidade foi possível encontrar papel higiênico para venda. Segundo testemunhas, fazem alguns meses que o venezuelano não sabe o que é ter esse produto de higiene em suas casas.

Hugo Chavez - Apesar de morto, o ditador venezuelano continua presente nas ruas. Por onde se anda é possível ver fotos de Chaves, pichações em muro com seu nome, cartazes e muito mais. A impressão que se tem é que o "fantasma" do ex-presidente bolivariano caminha pelas ruas oprimindo o país. 

Politica - Conversei com um venezuelano que resumiu o momento nevralgico do seu país, com a seguinte afirmação: "Os políticos estão acabando com a Venezuela."

Ditadura - Nicolás Maduro, presidente venezuelano ordenou a todos aqueles que possuem casas com inquilinos a mais de 20 anos que VENDAM suas propriedades para estes. 

Energia elétrica -  Conversei com um brasileiro que me disse que a empresa de eletricidade de Roraima teve que acudir a Companhia de energia venezuela por esta ter entrado em colapso.

Pobreza, fome e miséria - Sem dinheiro para comprar alimentos, sem mantimentos nos mercados, com racionamento de comida, não é díficil constatar que a poupulação de Santa Elena encontra-se em estado de pobreza, fome e miséria.

Saúde - Quanto a saúde não tive tempo de averiguar a real situação do povo venezuelano, contudo, o jornal do Estado de São Paulo, publicou uma matéria, dizendo que a saúde encontra-se em colapso. (leia aqui)

Conclusão:

Verdadeiramente a Venezuela encontra-se debaixo de uma grave crise proporcionada por um governo despótico, ditadorial e comunista. 

Diante do que vi e ouvi asssusta-me o fato de que o governo brasileiro apóie integralemente Nicolás Maduro e seu socialismo bolivariano. O silêncio de Dilma diante do sofrimento do povo venezuelano, nos mostra o nível de comprometimento do Partido dos Trabalhadores com essa maldita política Chavista.

Isto posto, resta-nos colocar as barbas de molho e orarmos tanto pela Venezuela como pelo Brasil. Pela Venezuela para que o Senhor nosso Deus os livre de dias piores, e pelo Brasil para que isso aqui não vire uma Venezuela.

Renato Vargens
Via: Púlpito Cristão

UM HERÓI PARA OS JOVENS RAPAZES



Por Mark Discroll

O boxeador legendário Muhammad Ali famosamente afirmou: “Eu sou o maior de todos”. Além de Jesus Cristo (que é uma categoria em si mesmo), quem você diria que foi o maior homem que já existiu? De acordo com Jesus, o maior de todos não foi ninguém mais do que o seu primo profeta caipira sangue nos olhos, João Batista. Em Mateus 11.11 Jesus afirma: “Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista.” Como o maior homem que já existiu, João é o maior exemplo para todos os homens, e particularmente os jovens rapazes, já que ele morreu aos 30 anos.

O que significa ser “grande”? Aqui estão seis aspectos da grandeza de João

1. JOÃO TINHA PARENTES CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO

No livro de Lucas, está escrito que a mãe de João, Isabel, “era cheia do Espírito Santo” e profetizou para Maria (Lucas 1.41-45). Do mesmo modo, seu pai, Zacarias “era cheio do Espírito Santo e profetizou” para o seu filho recém-nascido (Lucas 1.67-79). Zacarias e Isabel amavam o Senhor, serviam fielmente no ministério e esperaram até uma idade para que Deus os abençoassem com um filho, sem se tornarem amargurados ou cometerem adultério. Nós não podemos escolher os nossos pais, mas se nós temos parentes piedosos como os de João Batista, nós poderemos escolher seguir os seus passos fieis. Foi isso o que João fez, pela graça de Deus.

2. JOÃO ERA CHEIO DO ESPÍRITO

Antes do nascimento de João, o anjo Gabriel disse: “Ele será cheio do Espírito Santo desde o ventre materno” (Lucas 1.15). A Bíblia também diz, “A mão do Senhor estava sobre ele” (Lucas 1.66). Em um dos maiores exemplos bíblicos de eleição soberana e um dos maiores argumentos bíblicos de que a vida humana se inicia antes do nascimento, nós vemos aqui que João Batista foi escolhido por Deus desde o ventre materno para ser regenerado pelo Espírito Santo e separado para uma vida dedicada ao ministério. João foi receptivo ao trabalhar do Espírito Santo através da sua vida, se submetendo ao poder interior de Deus.

Com relação ao que significa ser cheio do Espírito, Dr. Wayne Grudem escreve, “Um evento subsequente à conversão, no qual cada crente experimenta um enchimento fresco do Espírito Santo que pode resultar em uma variedade de consequências, incluindo maior amor por Deus, maior vitória sobre o pecado, maior poder para o ministério e as vezes o recebimento de novos dons espirituais.”

3. JOÃO HUMILDEMENTE PREPAROU O CAMINHO PARA JESUS

Quando João nasceu, o seu pai profetizou “E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do Senhor, para lhe preparar o caminho.” (Lucas 1.76).

João foi um tipo de estrela do rock dos seus dias apenas no primeiro dia em que o seu ministério público se iniciou. Não havia existido um profeta por cerca de 400 anos até que João abriu a boca e o Espírito ungiu a sua pregação. Ele era um tipo de cara maluco que cresceu no deserto e não se encaixava nos moldes religiosos da época. Ele era jovem, em seus 30 anos, forte e destemido. Multidões o seguia.

Contudo, João não tinha nada a ver com ele mesmo. Tudo nele girava em torno de Jesus. “Depois de mim vem aquele que é maior do que eu”, dizia João, “cujas correias da sandália não digno nem de amarrar.” É como se ele estive em primeiro lugar nos assuntos mais comentados no Twitter ou permanecendo por semanas na lista dos 10 mais do iTunes, e ainda assim afirmar que não era digno nem de fazer o trabalho de um escravo de Cristo. Depois, quando a sua fama havia se espalhado mais do que nunca e ele poderia ter utilizado tudo isso para criar um grande ministério, mas ele deixou tudo isso de lado, mandou seus discípulos seguirem Jesus e disse: “Que Ele cresça e eu diminua” (João 3.30).

4. JOÃO ERA UM EVANGELISTA

João cumpriu o seu ministério de “dar ao seu povo conhecimento da salvação através do perdão dos seus pecados, por causa da grande misericórdia do nosso Deus” (Lucas 1.77-78).

João não era um covarde. João sabia que pela pregação do arrependimento ele seria desprezado, odiado e sofreria oposição. Mas ele amava a Deus e ele amava as pessoas. Ele sabia que o pecado separava as pessoas de Deus e que as pessoas precisavam se arrepender dos seus pecados para serem salvas. Ele não se conformou apenas por fazer boas obras; ele continuou pregando as más notícias do pecado e as boas novas da salvação. Ele pregou essa mensagem abertamente aos religiosos que pensavam serem justos e muitos foram salvos.

5. JOÃO OBEDECEU AO CHAMADO DE DEUS PARA A SUA VIDA

Gabriel previu que João “iria diante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos seus filhos, e os desobedientes à sabedoria, para separar um povo preparado para o Senhor” (Lucas 1.17). O ministério público de João durou aproximadamente seis meses – menos do que o primeiro semestre de um seminário teológico. Ele pregou uma série de sermões sobre arrependimento, batizou centenas de pessoas, combateu os religiosos, entregou o seu ministério a Jesus, repreendeu Herodes publicamente por se casar com sua cunhada e teve sua cabeça decepada – tudo isso em seus 30 anos. Hoje os rapazes nessa faixa de idade estão se casando pela primeira vez depois de anos jogando vídeo game, baixando pornografia e perdendo tempo.

6. JOÃO EVITOU A ADOLESCÊNCIA

A Bíblia fala brevemente sobre a juventude de João: “E o menino crescia e se fortalecia no espírito; e viveu no deserto, até aparecer publicamente a Israel” (Lucas 1.80). João nunca consumiu álcool, nem vacilou e abraçou o trabalho de toda a vida de um homem durante os breves 30 anos de vida, porque não quis desperdiçar nenhuma parte do seu tempo na Terra. Como um soldado que vai para a guerra, ele não fingiu que a vida era férias estendidas em um resort com tudo incluso. Ele era um homem de verdade.

Homens que aspiram ser grandes podem aprender muito com o exemplo de João. Ele é a definição de Jesus de um grande homem: um homem que honra o pai e a mãe, é cheio do Espírito Santo, humildemente leva outros a Jesus Cristo, evangeliza pessoas perdidas, obedece ao chamado de Deus para sua vida, evita a adolescência e não gasta seu tempo evitando ter mais responsabilidades.

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Publicado em: https://theresurgence.com/2013/06/05/A-hero-for-young-men. Tradução: Igor Sabino. Fonte: UMP da Quarta.

Divulgação: Púlpito Cristão.

Casamento faz bem ao coração, diz estudo

A pesquisa comparou a probabilidade de solteiros, casados, divorciados e viúvos de desenvolverem doenças cardiovasculares
por Leiliane Roberta Lopes

Casamento faz bem ao coração, diz estudo
Estar casado pode diminuir as chances de desenvolver problemas cardiovasculares, segundo uma pesquisa apresentada em Washigton, nos Estados Unidos, durante uma conferência de cardiologistas.
O autor do estudo é doutor Carlos Alviar, cardiologista do Langone Medical Center da Universidade de Nova York. De acordo com ele solteiros, divorciados e viúvos têm maiores chances de ter problemas cardiovasculares.
“Esses resultados certamente não devem levar as pessoas a se casar, mas é importante saber que as decisões sobre com quem você está, por que e por que não, podem ter implicações importantes para a saúde vascular”, disse.
Para chegar nessas conclusões foram entrevistados 3,5 milhões de americanos e o resultado mostra que casados tem 5% menos chances de desenvolver qualquer doença cardiovascular em comparação com solteiros.
Divorciados estão no grupo de risco apresentando maior probabilidade de desenvolver doenças vasculares como aneurisma da aorta abdominal, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial coronariana.
Os viúvos que foram pesquisados se mostraram com mais probabilidades de sofrer doenças vasculares e arterial coronariana em comparação com solteiros, casados e divorciados.
Além do estado civil, o estudo mostra que há outros fatores que comprometem a saúde, como explica a doutora Suzanne Steinbaum, diretora do hospital Lenox Hill de Nova York.
“O estudo mostra que outros fatores de risco, como tabagismo, obesidade, hipertensão, diabetes e sedentarismo, também aumentam o risco junto ao fato de ser divorciado ou viúvo”, disse ela que é responsável pelo departamento de mulheres e de doenças do coração.
Os resultados estariam ligados aos cuidados que os casados recebem de seus cônjuges. “Como os casados tendem a ajudar uns aos outros a ser mais saudáveis , assegurando que seu cônjuge se alimente bem, faça exercícios, tome seus medicamentos e ajude a ir a compromissos, as pessoas casadas tendem a ter menos risco de doenças do coração “, disse a doutora durante o American College of Cardiology.
Os pesquisadores se surpreenderam ao ver que pessoas com menos de 50 anos corriam mais riscos. “A parceria entre casados e uma menor probabilidade de doença vascular é maior entre os jovens, o que não esperávamos”, disse o doutor Alviar.
Entre as pessoas casadas com menos de 50 anos o risco de doenças eram de 12% a menos. Já entre os que casaram entre 51 e 60 anos o número de probabilidade de doenças no coração era 7% menor e entre os que tinham mais de 61 anos era de 4%.
A pesquisa foi realizada entre 2003 e 2008 através de um programa pago para estudar doenças cardiovasculares. Os entrevistados tinham entre 21 e 102 anos, mas como a quadidade de minorias raciais e étnicas era desproporcional, os resultados dessa pesquisa podem ser limitados.

Fonte:gospelprime


Resgatando aspectos essenciais da Fé Reformada

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por Alderi Souza de Matos


Introdução

A difícil situação da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – P.C. (USA). Declínio numérico acentuado: perda de 25% dos membros nos últimos trinta anos (de 4 milhões para pouco menos de 3 milhões). Polarização em torno de inúmeras questões éticas e sociais. Causas: falta de clara identidade teológica, ênfase ao pluralismo, mudança nas prioridades, especialmente no que diz respeito à missão da igreja na sociedade e no mundo.

A Igreja Presbiteriana do Brasil corre o mesmo perigo, ainda que em circunstâncias muito diversas. Muitos pastores e igrejas desconhecem a fé reformada, aquilo que nos caracteriza como uma denominação e nos distingue de outros grupos evangélicos. Situação atual: grande maioria conservadora, que pretende ser reformada, mas não conhece bem a sua herança; grupo progressista ou liberal minoritário, mas influente; minoria significativa simpatizante de crenças e práticas carismáticas.

Não se trata de nos retrairmos no isolacionismo e no exclusivismo, de acharmos que somos melhores que outros grupos evangélicos. Trata-se sim de conhecermos e afirmarmos os nossos valores, que enriquecem a família evangélica e chamam a atenção de outras igrejas para ênfases bíblicas e teológicas que julgamos importantes e necessárias para o nosso testemunho no mundo atual. Ao mesmo tempo, sem perder a nossa identidade, podemos ter comunhão com outros grupos e aprender dos nossos irmãos coisas úteis que tenham a nos ensinar.

Definição de termos: (a) Presbiterianos: igrejas que adotam a forma de governo presbiterial; (b) Calvinistas: partidários das formulações de Calvino, o maior teólogo dentre os reformadores (inclui presbiterianos, congregacionais, batistas e outros grupos); (c) Reformados: conceito mais amplo – os herdeiros dos movimentos liderados por Zuínglio, Calvino, John Knox e seus sucessores, que adotaram em questões de fé e governo uma posição intermediária entre luteranos e anglicanos, de um lado, e dos anabatistas e entusiastas, do outro. No seu sentido mais amplo, a tradição reformada inclui aspectos teológicos, éticos, filosóficos, sociais e políticos.

Vejamos algumas peculiaridades reformadas que cumpre-nos conhecer e ensinar aos nossos rebanhos:

1. História

Assim como a fé bíblica é profundamente histórica, porque fundamentada em atos redentores realizados no tempo e no espaço, a fé reformada valoriza extraordinariamente a história da igreja. O nosso senso da história nos lembra que a igreja cristã não começou com a reforma protestante do século dezesseis. Foi por isso que reformadores como Lutero e Calvino não quiseram romper com tudo o que dizia respeito à igreja antiga e medieval. Por exemplo, eles fizeram questão de reconhecer a validade dos antigos concílios ecumênicos da igreja (séculos quarto e quinto) e das extraordinárias formulações teológicas produzidas pelos mesmos – os credos, especialmente o niceno e o de Calcedônia. Os reformadores magisteriais, Calvino entre eles, também tinham grande apreço pelos antigos mestres cristãos, os pais da igreja, e os citaram abundantemente em seus escritos. É por isso que devemos recitar esses credos, utilizar as antigas liturgias, cantar hinos de séculos passados. Não é questão de tradicionalismo: tudo isto nos coloca em contato com a igreja do passado, da qual somos herdeiros e continuadores.

Por outro lado, os próprios reformados tem uma rica história que precisa ser conhecida, valorizada e transmitida às novas gerações. São fontes de inspiração e reflexão proveitosa, entre outros, os seguintes exemplos:

(a) A vida e obra de João Calvino: em nossos dias a visão de muitas pessoas sobre o grande reformador é tremendamente deturpada e parcial. Para muitos, inclusive presbiterianos, Calvino é visto como o autor da doutrina da predestinação, o tirano de Genebra, o responsável pela morte de Serveto e assim por diante. Ignoram a sua profunda experiência religiosa, sua riquíssima produção teológica, sua defesa apaixonada dos evangélicos europeus perseguidos por sua fé, seu gênio organizador, suas contribuições para o mundo moderno, seus esforços para que a igreja refletisse a preocupação de Deus com todas as áreas da vida, individual e comunitária. (Ver Fides Reformata II/2, “Amando a Deus e ao Próximo: João Calvino e o Diaconato em Genebra”).

(b) A marcha do movimento reformado: a maioria dos presbiterianos precisa conhecer como a fé reformada difundiu-se a partir de Genebra e outros centros para influenciar poderosamente a vida de nações inteiras como a Suíça, a Escócia, a Holanda e os Estados Unidos (além da França, Alemanha, Hungria, Boêmia e Polônia). Poucos conhecem a trajetória sacrificial e inspiradora dos reformados franceses, os huguenotes, que por vários séculos sofreram provações tremendas por causa da sua fé. A propósito, este ano está sendo comemorado o 4º centenário do Edito de Nantes, que concedeu aos huguenotes certa tolerância religiosa, e cuja revogação posterior produziu a famosa “igreja no deserto.” Também merece destaque especial o papel da fé reformada na história da nação holandesa, em sua luta pela independência contra a tirania espanhola, em sua ênfase na liberdade religiosa, em sua atuação no Brasil colonial.

(c) Líderes reformados: poucos conhecem a participação dos reformados na história dos Estados Unidos ou que o grande líder presbiteriano John Witherspoon (1723-1794) foi o único pastor a assinar a declaração de independência daquele país. Poucos conhecem a história do calvinista Jonathan Edwards (1703-1758), o mais notável teólogo e filósofo da história dos Estados Unidos, e a do seu contemporâneo George Whitefield (1714-1770), o maior evangelista do seu tempo e o principal pregador do célebre Primeiro Grande Despertamento. Mais recentemente, a Holanda teve um grande líder calvinista na pessoa de Abraão Kuyper (1837-1920), fundador da Universidade Livre de Amsterdã e primeiro-ministro daquele país (1901-1905).

(d) Outros destaques: as missões presbiterianas ao redor do mundo; as igrejas reformadas florescentes de países como a Coréia e Formosa; a atuação corajosa das comunidades reformadas do leste europeu, especialmente na Hungria e na Romênia, e sua participação na luta contra o regime comunista. Destaque-se ainda a participação direta dos reformados nos grandes reavivamentos dos séculos dezoito e dezenove, dos dois lados do Atlântico.

Não se trata de glorificar o movimento reformado, de cair no triunfalismo fácil que criticamos em outros grupos. Sabemos que também existem páginas tristes na nossa história. Todavia, sem esquecer dos elementos negativos que nos servem de solenes advertências, devemos também conhecer os personagens e eventos que contribuíram para a glória de Deus em nosso movimento.

2. Teologia

Os reformados entendem ser herdeiros de uma teologia que passa por Paulo, Agostinho, Lutero, Calvino e Westminster, entre outros. A teologia reformada é em primeiro lugar a teologia da reforma, sintetizada nos cinco princípios cardeais defendidos pelos reformadores magisteriais:

Sola Scriptura
Solo Christo
Sola gratia
Sola fide
- Sacerdócio universal dos fiéis

A ênfase central da fé reformada está na teologia propriamente dita, a doutrina de Deus, acentuando a plena soberania de Deus em todas as coisas – na criação, na providência e acima de tudo na redenção. B.B. Warfield e C. Van Til referem-se a isso como uma atitude religiosa específica que se expressa numa profunda apreensão de Deus em sua majestade. Essa ênfase pode ser vista de maneira admirável nos escritos de Jonathan Edwards (ver meu artigo em Fides Reformata III/1). O tema central da sua teologia é a celebração da majestade, graça e glória de Deus.

Alguns textos bíblicos:

Jó 42.2: “Bem sei que tudo podes e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.”

Sl 90.2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus.”

Is 46.9-10: “Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.”

Rm 11.36: “Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.”

Dessa convicção primordial, decorre todo o arcabouço da teologia reformada, a começar da sua antropologia. Diante de um Deus tão grandioso e santo, o ser humano só pode ter uma profunda consciência da sua própria pecaminosidade e total dependência em relação ao Deus triúno e soberano. Daí também decorre a soteriologia, expressa pelo Sínodo de Dort nos chamados “cinco pontos do calvinismo”:

- depravação total
- eleição incondicional
- expiação limitada
- graça irresistível (vocação eficaz)
- perseverança dos santos

Ainda que haja muita controvérsia a respeito desses pontos, até mesmo entre os calvinistas, todoreformado consciente não pode deixar de afirmar a plena dependência do pecador, morto em sua desobediência e alienação. Isto é, sua plena dependência da iniciativa e da atuação soberana de Deus no que diz respeito à salvação. A salvação do pecador é, do início ao fim, uma obra de Deus, através do Espírito Santo (monergismo). Portanto, qualquer teologia ou prática que relativiza ou limita a soberania de Deus, dando ênfase maior ou menor à iniciativa humana na salvação, afasta-se das convicções reformadas. Qualquer prática evangelística, litúrgica ou pastoral que dá ênfase ao indivíduo, sua capacidade de escolha, suas preferências e seus interesses, em detrimento da soberania, glória e majestade de Deus, conflita com essa ênfase central das Escrituras e da fé reformada.

Alguns textos:

Jo 6.37-39: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu não para fazer a minha própria vontade, e, sim, a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum se perca de todos os que me deu.”

Jo 17.9: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.”

Atos 13.48: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.”

Ef 1.4-5: [Deus] nos escolheu [em Cristo] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade.”

Ef 2.8-9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

2 Ts 2.13: “Entretanto, devemos dar sempre graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade.”

- 2 Tm 1.9: “[Deus] nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos.”

2 Tm 2.19: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: o Senhor conhece aqueles que lhe pertencem.”

Na eclesiologia, o calvinismo insiste nas marcas da verdadeira igreja de Cristo como sendo a fiel pregação da Palavra e a correta ministração dos sacramentos. Na controvertida área da pneumatologia, Calvino lutou em duas frentes: contra a teologia católica romana, que na prática tornava a atuação do Espírito dependente do sacerdócio e dos sacramentos, e contra os entusiastas, que relativizavam as Escrituras e a autoridade da igreja ao apelarem para supostas revelações diretas e especiais de Deus. Calvino propôs princípios sobre a relação entre o Espírito e a Palavra que são extremamente salutares e relevantes para os nossos dias: (a) o Espírito se reconhece pela Palavra; (b) o Espírito fala somente pela Palavra; (c) a Palavra é tornada eficaz pelo Espírito.

Jo 16.13-14: “... quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”

2 Pe 1.20: “... nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”

Para estes e outros temas recomenda-se a leitura de bons autores reformados, a começar do próprio Calvino (Institutas, comentários); os grandes documentos confessionais do calvinismo; os puritanos, Jonathan Edwards; autores modernos como Lloyd-Jones, Michael Horton, R.C. Sproul; e periódicos como Fides Reformata.

3. Hermenêutica

Grande parte dos problemas doutrinários enfrentados pelas igrejas evangélicas atuais decorre da sua interpretação bíblica falha: hermenêutica alegórica, intuitiva, experiencial (a Bíblia como um depositário de experiências a serem imitadas).

Pressuposto principal da hermenêutica reformada: sola Scriptura (e tota Scriptura). Abordagem hermenêutica: as Escrituras como livro divino e humano. Quanto ao aspecto divino, colocam-se princípios como inspiração, clareza e necessidade de iluminação do Espírito. Quanto ao aspecto humano, os reformados valorizam o estudo sério das Escrituras em suas línguas originais, levando em conta o contexto histórico-cultural em que foram produzidas e, de modo especial, a intenção do autor humano como o único sentido verdadeiro do texto. O método mais equilibrado e saudável de interpretação bíblica é o histórico-gramatical, como corretivo contra as hermenêuticas subjetivas e tendenciosas tão comuns em nossos dias, à esquerda e à direita.

Por causa desse duplo caráter das Escrituras, a sua interpretação exige oração e estudo. Paulo Anglada: “Orare et labutare foram palavras empregadas por Calvino para resumir a sua concepção hermenêutica. Com estes termos ele expressou a necessidade de súplica pela ação iluminadora do Espírito Santo e do estudo diligente do texto e do contexto histórico, como requisitos indispensáveis à interpretação das Escrituras. Com o mesmo propósito, Lutero empregou uma figura: um barco com dois remos, o remo da oração e o remo do estudo. Com um só destes remos, navega-se em círculo, perde-se o rumo, e corre-se o risco de não chegar a lugar algum” (“Orare et Labutare: A Hermenêutica Reformada das Escrituras”, Fides Reformata II:1).

Augustus N. Lopes: “Em nossos dias, os evangélicos todos afirmam amar as Escrituras e crer nelas como inspiradas por Deus. Mas a pergunta é se amam a verdade, e se desejam conhecê-la e submeter-se a ela. Neste época pluralista, não são muitos os que buscam a verdade a qualquer preço. Os reformados interpretavam as Escrituras para encontrar a verdade de Deus nelas, e reformar a Igreja e suas vidas – hoje os evangélicos parecem estar mais preocupados com os sentimentos correto do que com a verdade” (palestra: “Teologia Reformada, Reformada para os Dias de Hoje”).

4. Culto

Os reformados deram ênfase ao chamado princípio regulador – o culto cristão deve se reger pelo que é clara e explicitamente revelado no Novo Testamento. Em contraste, luteranos e anglicanos entendiam que o que não é proibido, é permitido. Daí o culto reformado caracterizar-se por maior austeridade e simplicidade que as liturgias dessas outras confissões protestantes.

Os princípios básicos que regem o culto reformado são, entre outros: precedente bíblico, simplicidade formal, música congregacional com conteúdo doutrinário e a centralidade da pregação. Quanto à música, nunca é demais acentuar que a teologia de uma igreja é influenciada pela música que ela canta. Pastores podem pregar sermões doutrinariamente corretos, mas se a sua igreja cantar hinos e cânticos heterodoxos, esses últimos influenciarão mais que as palavras do pastor.

A prática crescente de substituir os antigos hinos utilizados por gerações de crentes por cânticos com ritmos mais contemporâneos corre dois sérios riscos: primeiro, a perda do sentido da história que já mencionamos, a ruptura da nossa ligação com a igreja do passado; em segundo lugar, há o fato de que muitos desses cânticos, além de sua pobreza melódica, poética e gramatical, padecem de sérias distorções teológicas (“coroamos a ti ó Rei Jesus”) ou são simplórios e repetitivos, trazendo muito pouca instrução para o povo de Deus, ao contrário dos hinos tradicionais da igreja, com todo o seu rico conteúdo bíblico e doutrinário.

5. Pregação

Outra ênfase primordial da fé reformada e do culto reformado é a centralidade da pregação. Sem minimizar os outros aspectos do culto, a pregação é o grande meio escolhido por Deus para proclamar o evangelho aos perdidos e nutrir na fé os filhos e filhas de Deus. Como disse o apóstolo dos gentios: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?... E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.14-15,17).

A pregação reformada é essencialmente expositiva e doutrinária, visando ensinar a Palavra de Deus de maneira profunda e sistemática. Mas deve ser também uma pregação experimental e prática, estando ligada à experiência do pregador e contendo instruções para a vida diária dos ouvintes. É, portanto, ao mesmo tempo um exercício intelectual e espiritual. Requer preparo, estudo sério, e também oração, comunhão com Deus. Isso lembra outra ênfase reformada histórica, que é o sólido treinamento dos ministros da Palavra, através de uma educação teológica consistente.

Nos dias atuais, a pregação tem perdido, nos cultos de muitas igrejas, o prestígio de que antes gozava. Tem sido substituída por filmes, cantatas, dramatizações, testemunhos, programas musicais e muitas outras coisas que visam atrair multidões para as igrejas. Pode-se compreender o que gerou essa reação contra a pregação: sermões carentes de unção, conteúdo bíblico e aplicação prática; estilo e linguagem divorciados da vida diária das pessoas; sermões repletos de experiências pessoais, referências a livros que o pregador leu, piadas, ilustrações sem fim, mas pouca exposição bíblica.

Mais especificamente, nota-se uma grande despreocupação dos púlpitos com as doutrinas fundamentais da Reforma. Os presbiterianos raramente ouvem sermões sobre a soberania de Deus, a pecaminosidade humana, a eleição, a graça eficaz, a escravidão do arbítrio humano, a aliança e outros temas reformados. Tudo isso aponta para a necessidade de uma renovada ênfase na pregação com vistas à revitalização da igreja, ao genuíno aprofundamento da vida espiritual pelo qual todos ansiamos. É interessante notar que a igreja de Jonathan Edwards foi alcançada por um poderoso avivamento enquanto ele pregava uma série de sermões sobre a justificação pela fé.

6. Ética

Uma outra ênfase reformada tremendamente crucial para os nossos dias está no campo da ética cristã. Esse é um dos maiores calcanhares de Aquiles da igreja evangélica brasileira, numa época em que multiplicam-se os casos de comportamentos questionáveis por parte de muitos líderes e membros de igrejas. Problemas nas áreas do sexo, dinheiro e poder como sempre são os mais comuns. Além disso, a maioria das comunidades revela grande insensibilidade em relação aos problemas sociais enfrentados pelo país.

A doutrina reformada resulta inevitavelmente em uma ética individual e social de contornos bem definidos. Porque Jesus Cristo é o Senhor, todas as áreas da vida devem refletir o seu senhorio e a sua vontade. Em conexão com a sua ética, os reformados também têm uma visão missionária própria, que visa não somente anunciar as boas novas, mas fazer discípulos e reformar a sociedade, como aconteceu em Genebra e entre os puritanos.

Um ponto interessante nesse aspecto é a diferença de abordagem entre Lutero e Calvino em relação à lei. Enquanto que o reformador alemão tinha uma atitude um tanto negativa, vendo a lei apenas como algo que ressalta a pecaminosidade do ser humano e o impele em direção a Cristo, Calvino também reservava à lei um papel importante na vida dos redimidos, pois pela obediência à mesma o crente expressa a sua gratidão e consagração a Deus. Daí a centralidade da ética no pensamento reformado, como se vê, por exemplo, no Catecismo de Heidelberg, onde o ensino acerca dos Dez Mandamentos vem após a exposição do Credo Apostólico.

Nessas questões, Jonathan Edwards mais uma vez nos fornece uma grande contribuição, ao traçar a profunda ligação que existe entre ética e espiritualidade. Edwards não esconde a sua apreciação por uma espiritualidade fervorosa e intensa. Como Lloyd-Jones destaca, ele é o teólogo do avivamento, da experiência, do coração. Mas isso não significa que a experiência seja o critério da verdade. Significa apenas que o cristianismo tem de ser experimental e prático, não apenas racional e cognitivo. A norma suprema de fé e o critério pelo qual se deve aquilatar toda e qualquer experiência religiosa é sempre a Escritura. Seu critério básico para definir a questão é o mesmo que deve ser observado pela igreja contemporânea: verificar até que ponto Deus ocupa o lugar central da vida, do culto, das práticas e do testemunho. Além de advertir contra o mero emocionalismo, que excita as emoções, mas não produz transformações duradouras, Edwards também combate o erro de se dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Deus, algo tão comum nos nossos dias com toda a celebração do eu, a empolgação religiosa e os testemunhos auto-congratulatórios. Em última análise, o que determina se a conversão e a vida espiritual são genuínas ou não, são os seus frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação com a glória de Deus, apego às Escrituras, mudança no comportamento ético, relações pessoais transformadas e influência regeneradora na comunidade (Fides Reformata III/1, 86).

Desvios da fé reformada encontrados em muitas de nossas igrejas:

1. Arminianismo (semi-pelagianismo): a eleição é com base na presciência de Deus; a obra do Espírito Santo pode ser resistida; o crente pode cair da graça. Linha histórica: Pelágio, Trento, Armínio, Wesley, Finney. As pregações evangelísticas de cunho arminiano põem toda a ênfase no ser humano, a importância da sua decisão, a eleição divina ficando totalmente em segundo plano. Daí os apelos insistentes, carregados de emocionalismo, como se tudo dependesse da pessoa, e não de Deus.

2. Pragmatismo: ênfase no que funciona, no que produz resultados, independente de considerações teológicas. Um bom exemplo disso é o movimento do crescimento da igreja. A preocupação em atrair as pessoas afeta todas as áreas, a começar do culto, que tem de ser agradável e atraente, para que as pessoas se sintam bem. A teologia reformada insiste em que o culto deve ser agradável a Deus, não necessariamente às pessoas. Muitas vezes é até preciso falar de coisas desagradáveis que as Escrituras ensinam e que as pessoas precisam ouvir.

3. Carismatismo: preocupação com manifestações e dons espetaculares, em detrimento de outros dons igualmente importantes para a saúde do corpo de Cristo. Pouca ênfase ao fruto do Espírito, justamente o conteúdo prático e ético da vida cristã. Tendência a assimilar sem avaliação crítica os modismos neo-pentecostais, tais como a teologia da prosperidade, batalha espiritual, confissão positiva, assim como uma linguagem inteiramente estranha às Escrituras e à nossa teologia: “eu repreendo isso ou aquilo”, “está amarrado em nome de Jesus”, “tal e tal bênção é direito nosso” (como se Deus fosse nosso servo e tivesse de obedecer as nossas ordens).

Conclusão

A maioria dos presbiterianos deseja uma espiritualidade mais profunda, um evangelismo mais incisivo, um culto mais vibrante. Podemos obter tudo isso sem abrirmos mão das nossas convicções reformadas, pois esses elementos estão implícitos nelas. Nestes dias conturbados, em que a nossa cultura assume formas cada vez mais distanciadas dos valores do reino de Deus, necessitamos pedir ao Senhor sabedoria e discernimento para dar testemunho da sua verdade com firmeza e convicção, não nos conformando com o presente século, mas transformando-nos pela renovação das nossas mentes.

Fonte: Mackenzie
Via: Teologia & Apologética
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