sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Nociva Semente do Evangelho da Prosperidade


Por que o evangelho da prosperidade prosperou? Qualquer um envolvido no ministério hoje está ciente do quão difundido é esse novo ensino. Ele alcançou quase todas as nações. Eu fiquei surpreso ao encontrá-lo até mesmo em Cuba, em uma de minhas muitas viagens para a ilha caribenha.
Por que essa heresia? E por que agora?
Seria fácil dizer que a propagação do evangelho da prosperidade é simplesmente o resultado de uma falta de conhecimento bíblico, e certamente ninguém pode negar isso. O movimento interpreta erroneamente a Escritura, seletivamente se utiliza de textos bíblicos negligenciando outros, perdendo a visão balanceada do completo conselho de Deus sobre a saúde e a riqueza. Em uma era em que muitos mestres da Palavra não estão pregando expositivamente, todo tipo de heresia tende a surgir.
Mas duas perguntas permanecem: por que essa heresia? E por que agora? Eu sugeriria que há profundas raízes malignas nos corações das pessoas e fortes ideias seculares no coração da nossa sociedade — e até mesmo na igreja — que servem como fertilizantes para essa semente nociva.
1. Do meu jeito!
Primeiro, criaturas caídas desejam ser independentes de Deus. Se você pensar bem, a mensagem da antiga serpente era uma versão do evangelho da prosperidade. O que Satanás poderia oferecer a um casal que havia recebido o planeta inteiro para usar e dominar? Nada! Bom, nada material. Mas o mais astuto dos animais da terra ainda tinha uma carta na manga... prosperidade espiritual: “Sereis como Deus” (Gn 3.5). Satanás ofereceu uma maneira de eles aprimorarem sua já abençoada condição, algo conquistável independentemente do Criador, para que eles pudessem dizer: “Eu fiz do meu jeito”.
Hoje, Satanás oferece prosperidade material para criaturas caídas e destituídas: “Você pode ser mais rico”. E você pode fazer isso do seu jeito, agora mesmo. A desobediência inicial do primeiro casal e a subsequente desobediência de seus descendentes, parece ser um clamor de independência do seu Criador.
Satanás sabe bem como explorar esse aspecto da nossa humanidade. Ele encontrou Cristo no deserto após ter Cristo deixado para trás a sua glória, seus direitos como a segunda pessoa da Trindade, e após tomar sobre si a fraqueza da carne humana. Nessa condição, o que a antiga serpente ofereceu a ele? “Riquezas, glória, poder possível de ser conquistado do seu jeito, Jesus, e aqui mesmo. Você não tem que esperar, você não tem que trabalhar por isso, você não tem que sofrer para obter os reinos deste mundo, e você não tem que depender do seu Pai. Apenas me adore, Jesus!” O Filho de Deus resistiu, mas a humanidade repetidas vezes se curva a mamon. O homem caído pensa que dinheiro é a fonte de felicidade, poder, conforto e até mesmo saúde. Talvez seja por isso que Gordon Fee diga que “De fato, a teologia nesse novo ‘evangelho” parece muito mais adequada ao “Sonho Americano” do que o ensino daquele que não tinha ‘lugar para repousar a cabeça’”.[1]
A fome por independência (Gn 3.1-7), a fome por riquezas (Js 7.16-21), a fome por imortalidade (Ec 3.11) e a impaciência da criatura (1Sm 13.8-15) tornam o homem especialmente suscetível a esse tipo de evangelho herético. Como podemos ver, as ofertas de Satanás naquela época e agora são similares em seu conteúdo, mas ele é um mestre em mudar o embrulho de seus “presentes”.
2. Narcisismo e a cultura do direito
Abordamos a natureza do coração humano, e agora vamos lidar com o coração da nossa geração. Narcisismo é um termo que muitos usam para descrever pessoas cuja busca na vida é a autogratificação à qual elas sentem ter direito. De fato, toda a indústria de marketing é dominada por este sentimento: “Você merece o luxo deste carro”; “Cuide de você mesmo, porque ninguém mais vai cuidar”; “Você merece férias em um resort”, e centenas de outras frases similares. Se as pessoas estão dispostas a acreditar em tais mentiras, imagine como elas se sentem quando ouvem um pastor pregando que Deus quer que você seja rico e saudável, ou que você deveria ter o melhor que a vida pode te proporcionar agora. Membros dessa cultura do direito podem concluir que até mesmo Deus acredita que nós merecemos riquezas e saúde incondicionais. Então o crente não se aproxima de Deus com um coração humilde e contrito, buscando a sua graça, mas com uma postura orgulhosa, esperando as bênçãos merecidas.
Houve um tempo em que até mesmo a população em geral no ocidente confiava na providência de Deus para orquestrar a história e até prover para o povo. Mas a cultura hoje não é essa. Agora sentimos que devemos ter o que quisermos e quando quisermos, porque é meu direito constitucional ser feliz. Se o governo não pode prover isso, então outros deveriam. E se eles não podem, então o Deus que me criou deveria ser esse fornecedor. Alguns até mesmo se iram com Deus por não fornecer o que eles desejam. Ravi Zacharias escreve: “Nós estamos vivendo em um tempo em que a máxima de G.K. Chesterton provou ser verdadeira. A insignificância não vem de fatigar-se da dor, mas de fatigar-se do prazer. Nós nos exaurimos nesta cultura indulgente”.[2]
3. Ceticismo e pragmatismo
Ao mesmo tempo em que essa cultura de direito surgiu, o movimento pós-moderno das últimas décadas produziu um vácuo da verdade, lançando fora os absolutos. Na ausência da verdade, as pessoas começaram a ficar cada vez mais céticas e, portanto, mais pragmáticas. Muitos pregadores abraçaram essa mentalidade. Em vez de nos chamarem para seguir Jesus como a Verdade, o Caminho e a Vida, eles proclamam um pragmático evangelho do “como fazer” que nos diz como resolver os nossos problemas, especialmente aqueles relacionados às finanças e enfermidades.
Quando o pragmatismo invade o púlpito, a exposição é colocada de lado e a ignorância bíblica se torna seu fruto. Agora as ovelhas se tornam mais vulneráveis a todo tipo de mentira. O pragmatismo tem por alvo o homem e a sua vida conveniente; já a exposição da Palavra tem por alvo Deus e a sua glória.
Leia atentamente o que Joseph Haroutunian, um teólogo presbiteriano do passado recente (1904-1968), disse: “Antes, a religião era teocêntrica. Antes, o que quer que não conduzisse à glória de Deus, era infinitamente mau; agora o que não conduz à felicidade do homem é mau, injusto e impossível de atribuir à Deidade.  Antes, o bem do homem consistia, em última análise, em glorificar a Deus; agora, a glória de Deus consiste no bem do homem”.[3] A nossa sociedade se tornou utilitária até o âmago.
Ora, de algumas maneiras isso não é novo, visto que não há pecados novos debaixo do céu. Mas a remoção da sociedade de certas limitações como pudor, culpa e dever, deixou o campo aberto para tais tendências do coração humano correrem soltas. Para uma geração tão egocêntrica e gananciosa como a nossa, o evangelho da prosperidade é a receita certa.
Quando os membros desta sociedade se convertem, eles precisam de uma transformação total de cosmovisão que só o evangelho pode fornecer. Infelizmente, muitos pregadores concluíram que não-cristãos hoje não ouviriam o evangelho de Cristo com todas as suas demandas. “Quem iria querer ouvir uma mensagem sobre o custo do discipulado?” eles pensam. “Quem quer ouvir sobre o fato de que neste mundo você terá tribulações?” O verdadeiro evangelho foi substituído por um que seria mais apropriado para a nossa geração: um evangelho de riquezas, saúde e felicidade. E muitas pessoas estão comprando o “evangelho” que esses pregadores estão vendendo.
4. Uma maior distribuição de riquezas
Em 1999, Angus Maddison, professor emérito na Groningen University, publicou um artigo intitulado “Poor until 1820” (Pobres até 1820, em tradução livre), no qual explicou que “após a queda do Império Romano, o ocidente entrou em uma recessão que durou cerca de um milênio. Após a Revolução Industrial, devido à produção em massa, a rendaper capita começou a crescer regularmente”.[4] Isso é verdade até mesmo para o continente africano, embora em um grau menor. Conforme esperado, maior renda criou maior demanda. Conforme a produção crescia, cresciam também as alternativas para satisfazer o gosto e as preferências das pessoas.
Isso sem dúvida fomentou o materialismo. Novamente, as estratégias de marketing foram projetadas para vender produtos baseando-se na satisfação que eles trariam ao consumidor. Portanto, quanto mais eu possuísse, mais feliz eu seria. Mas eu preciso de dinheiro para comprar os produtos que eu quero, e se o dinheiro pode ser provido por Deus através do evangelho da prosperidade, então eu não seria apenas rico, mas também me sentiria abençoado. “Por que não?” muitos perguntariam. Afinal, nós somos filhos do Rei, portanto merecemos viver como seus príncipes. Qualquer um familiarizado com a pregação da prosperidade já ouviu essa fala comum.
Como Salomão teria testificado, maior renda nem sempre resulta em maior satisfação, mas apenas em possessão de mais coisas. Contudo, muitas pessoas não concluem que coisas não podem trazer felicidade. Em vez disso, pensam que o problema se deve ao fato delas não possuírem o suficiente do que quer que desejam. Eis aqui o conselho de Salomão para aqueles que ainda não estão convencidos:
Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade. Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os verem com seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. (Ec 5.10-12)
Imagine viver em um bairro muito carente, vendo gente rica vivendo de um jeito muito diferente do seu. A conclusão no passado era: “Eu preciso trabalhar mais para que, um dia, eu possa viver daquele jeito”. Hoje, muitos desejariam o mesmo sonho, e eles desejam alcançá-lo com mais facilidade. A maior distribuição de renda não produziu uma melhor ética de trabalho, mas simplesmente um apetite maior por mais.
O ´Sonho Americano´ em Exposição
Toda heresia nasce em algum lugar. O evangelho da prosperidade nasceu nos Estados Unidos, e há algo na história desse país que ajudou a promover esse movimento. Em seu livro de 1931 The Epic of America (A Epopéia Americana, em tradução livre), James Truslow Adams afirmou que o Sonho Americano é “aquele sonho de uma terra em que a vida seria melhor, mais rica e mais plena para todos, com oportunidades para todos de acordo com as suas habilidades ou conquistas”.[5] Essa ética nacional criou uma nação próspera.
Anos atrás, as pessoas ouviam falar da prosperidade nos Estados Unidos e queriam vir e ver essa prosperidade, assim como a rainha de Sabá queria ver o reino de Salomão (1 Reis 10). Hoje, você não tem que vir aos Estados Unidos para ver a prosperidade, você pode simplesmente ligar a sua televisão, não importa em qual distante ou pobre lugar você viva. O programa de televisão “Lifestyles of the Rich and Famous” (O Estilo de Vida dos Ricos e Famosos, em tradução livre) se tornou muito popular, não apenas nos Estados Unidos, mas também fora deles; não apenas por causa da curiosidade, mas porque ele deu às pessoas a capacidade de sonhar por um momento.
Países poderosos exportam muitos produtos, mas também exportam as suas crenças e culturas. E em nossa época, nós exportamos até mesmo o evangelho da verdade e o evangelho do engano ao mesmo tempo através dos mesmos canais. Desde quando os Estados Unidos se tornaram uma nação rica, onde todos parecem prosperar, qualquer mensagem que vem de lá deve ser verdadeira, especialmente essa mensagem de prosperidade. Essa é a mentalidade de muitos na América Latina, e suspeito que em muitos outros lugares também.
Infelizmente, quando as pessoas assistem à televisão, elas não apenas sonham em ter um estilo de vida com o qual elas não podem arcar, mas se tornam mais gananciosas. A ganância é uma característica do coração que obscurece o entendimento e escraviza a vontade. Quando tal mente é exposta ao evangelho da prosperidade, ele encontra solo fértil para essa semente maligna. Os produtores conhecem o efeito da televisão nas vidas das pessoas, então eles gastam grandes somas de dinheiro para nos servir de imagens. Os produtores sabem disso muito bem; os consumidores não. Se um membro de igreja adota os mesmos hábitos televisivos de uma pessoa na rua, no final ele pode acabar se parecendo mais com um pagão do que com um cristão. Isso pode ajudar a explicar o motivo de até crentes legítimos terem sido capturados por tais falsos mestres.
Quer ouçam, quer deixem de ouvir
O evangelho da prosperidade é o resultado dos desejos de um coração caído, que vive no meio da abundância, em uma cultura que reivindica o “eu primeiro”, que valoriza o conforto, os bens materiais e escolhas, em busca de desfrutar a vida aqui e agora. Uma vez que esse “evangelho” (que não é evangelho algum) nasceu, foi facilmente disseminado devido à globalização. Todos os meios de comunicação e de transporte foram usados para carregar as boas novas e essas más novas. Hoje temos que dizer não apenas que ideias têm consequências, mas também que ideias viajam rapidamente. Também precisamos lembrar que é mais fácil disseminar uma mentira do que desfazer seu estrago.
Para deixar as coisas piores, tudo isso foi acompanhado por uma fome da Palavra de Deus no púlpito e uma falta de confiança na Palavra para destruir os ídolos do coração e mudar as mentes das pessoas. Em vez disso, muitos fizeram o que Arão fez no deserto: ele deu ao povo o que o povo queria; um bezerro de ouro para adorar.
Então, o que devemos fazer? Pregar o evangelho “quer ouçam, quer deixem de ouvir” (Ez 2.5), e confiar no poder da Palavra de Deus para fazer repetidas vezes o que ela sempre fez: converter a alma, iluminar a mente, quebrar o jugo do pecado e trazer alegria para a pessoa como um todo.

[1] Gordon D. Fee, The Disease of the Health and Wealth Gospels (Vancouver: Regent College Publishing, 2006), edição para kindle, Loc 28.
[2] Ravi Zacharias, “An Ancient Message, Through Modern Means to a Postmodern Mind,” em Telling the Truth, editado por D.A. Carson (Grand Rapids: Zondervan, 2000), 28.
[3] Citado por Erwin Lutzer em 10 Lies about God and the Truth that Shatter Deception, (Grand Rapids: Kregel, 2009), 8.
[4] Per Capita Income in World History, http://www2.econ.iastate.edu/classes/econ355/choi/rankh.htm; acessado em 15 de novembro de 2013.
[5] The American Dream; Biblioteca do Congresso, (http://www.loc.gov/teachers/classroommaterials/lessons/american-dream/students/thedream.html), acessado em 15 de novembro de 2013.
Tradução: Alan Cristie
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Miguel Núñez
Miguel Núñez é pastor da International Baptist Church e presidente do Ministério Wisdom and Integrity em São


Carta a um universitário Cristão

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Por - Alderi Souza de Matos

Caro irmão em Cristo,

Você tem o privilégio de freqüentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez em algumas ocasiões você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a idéias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Alguns de seus valores e crenças parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. Para ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque o ajuda a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a si mesmos” (2 Co 13.5, NVI). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15, NVI).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A idéia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes – agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.

Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições anti-religiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.

Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.

Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?

O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio, Galeno e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.

Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentando argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Dois bons exemplos recentes são o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida, e o livro de Phillip Johnson, Ciência, Intolerância e Fé, cujo subtítulo já diz muito: “A cunha da verdade: rompendo os fundamentos do naturalismo”. É importante que você, universitário cristão, leia esses e outros bons autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.

Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm núcleos da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.

Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!

Perguntas para reflexão:

1. As universidades nasceram à sombra da igreja e por muitos séculos foram moldadas por princípios cristãos. Por que hoje a maior parte delas se tornaram cidadelas do secularismo e do ceticismo?

2. O que é melhor – que os cristãos criem as suas próprias universidades ou que procurem exercer maior influência nas universidades seculares?

3. O que as igrejas podem fazer para minimizar o impacto sofrido por muitos jovens crentes ao ingressarem no meio universitário?

4. Como as igrejas podem fazer melhor uso da boa apologética para defender a fé cristã das acusações que lhe são feitas pela academia e outras instituições?

5. Quais são as áreas em que os jovens cristãos encontram maior dificuldade para conciliar a sua fé com os posicionamentos da ciência e do mundo acadêmico?

Sugestões bibliográficas:

CRAIG, William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea. São Paulo: Vida Nova.

JOHNSON, Phillip. Ciência, intolerância e fé. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2004.

JOHNSON, Phillip. As perguntas certas. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

LARSEN, Dale e Sandy. Sete mitos sobre o cristianismo. São Paulo: Vida.

MacARTHUR, JR., John. Criação ou evolução: a luta pela verdade sobre o princípio do universo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

SCHAEFFER, Francis. A morte da razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

SCHAEFFER, Francis. O Deus que intervém: o abandono da verdade e as trágicas conseqüências para a nossa cultura – a única esperança na verdade histórica do cristianismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

STOTT, John. Por que sou cristão. Viçosa, MG: Editora Ultimato.

STROBEL, Lee. Em defesa da fé. São Paulo: Vida, 2002.

Fonte: Mackenzie

Pastor evangélico morre em acidente grave em rodovia no Paraná


Na manhã dessa quarta feira (02), o pastor evangélico Renato Cesar de Araújo, de 31 anos, morreu após sofrer um acidente de trânsito na rodovia PR-092. De acordo com o site Bonde, o acidente ocorreu por volta das 7h, no trecho próximo a Jacarezinho, entre as cidades de Joaquim Távora e Guapirama.
Araújo era pastor da igreja Avivamento Bíblico, de Conselheiro Mairinck (61 km ao sul de Jacarezinho). O veículo que o pastor conduzia, um Corsa, colidiu frontalmente com um caminhão, que era conduzido por André Felipe Ferreira, de 27.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Jacarezinho o motorista do caminhão parou para prestar socorro, mas Araújo faleceu no local. As responsabilidades do acidente serão investigadas pela polícia.
Além de Araújo, estava no veículo Jorge Teodoro Rodrigues, de 50, que também é pastor. Rodrigues sofreu ferimentos leves e foi encaminhado ao Hospital de Joaquim Távora.
Por Dan Martins, para o Gospel+


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Como os Cristãos Devem Reagir ao Filme Sobre Noé?


ComoOsCristaosDevemReagirAoFilmeSobreNoe

Este artigo foi escrito pelo autor em 2013, antes do filme ser lançado. O artigo não se propõe a analisar o filme, mas a estabelecer algumas diretrizes de como o cristão deve reagir diante de filmes deste tipo. Esta postagem não é um endosso ao conteúdo do filme.
Quando ouvi pela primeira vez que um filme baseado na história bíblica de Noé estava sendo produzido, imaginei que seria algum filme de baixo orçamento no nível das caricaturas para a televisão que nós já vimos sobre o Grande Dilúvio. O trailer revela que muito mais tempo e dinheiro foram gastos nesse filme do que eu esperava.
Sempre que Hollywood toma uma história bíblica como base para um filme, evangélicos tendem a reagir em uma das duas maneiras:

1. OS CRÍTICOS

Primeiro, há o grupo que está primariamente preocupado com a precisão bíblica. Tomar qualquer tipo de licença dramática está fadado a adulterar o texto, o que pode levar à solidificação de erros nas mentes dos espectadores.
Esse grupo vai a blogs ou sessões de comentários e apontam todas as falhas e erros na visão do diretor para o filme.
  • Se é “Jesus, A História do Nascimento”, eles apontam que não sabemos se os sábios eram reis, ou se eles eram três..
  • Se é “O Príncipe do Egito”, eles apontam que foi a filha de Faraó, não a sua esposa, que encontrou Moisés no rio.
  • Se é “Os Dez Mandamentos”, eles nos lembram que não há registro bíblico de uma princesa egípcia dizendo “Mooiiiséééés, Moooiiséééééés!” tantas vezes.
  • Se é a série do History Channel “A Bíblia”, eles apontam que a Bíblia não atribui movimentos ninjas aos anjos que ajudaram Ló a fugir de Sodoma.
Você entendeu a essência. Esse grupo quer precisão bíblica, e todos os filmes são julgados baseados na sua habilidade de acertar os detalhes.

2. OS CELEBRADORES

Segundo, há o grupo que se sente lisonjeado de ver Hollywood prestar qualquer atenção à Bíblia. Não importa o que Hollywood faz com as histórias sagradas, o negócio é “anunciar a Palavra”, ou “fazer a Bíblia parecer legal”.
Esse grupo organiza exibições como ferramenta de evangelismo para o Senhor (e uma ferramenta de marketing para os cineastas, é claro). Eles encontram o bem em qualquer aparência de espiritualidade que vem de Hollywood.
  • Se é “Todo Poderoso”, eles começam uma discussão em grupo sobre como Deus pode ou não pode ser como Morgan Freeman.
  • Se é “A Paixão de Cristo”, eles convidam seus amigos e vizinhos perdidos para um jantar e um banho de sangue.
  • Se é “Homem-Aranha 3″, eles fazem uma série de sermões sobre vingança e a espiritualidade dos filmes de super-heróis.
Não importa o quão ruim o filme possa ser, é melhor do que sequer abordar o tema. Faça o melhor que puder com um bom filme de Hollywood!

O Que Há de Certo e Errado Com Essas Abordagens?

Eu deliberadamente caricaturei os piores aspectos desses dois grupos, mas eu não quero que percamos de vista o fato de que algo precisa ser dito para ambas as reações.
Os críticos estão certos em manter uma visão elevada da Bíblia e em julgar tudo pelo seu padrão. Eles também estão certos quanto à habilidade de um filme de solidificar figuras mentais e detalhes em nossa mente, quer elas reflitam bem a Bíblia ou não.
Os celebradores estão certos em ver uma oportunidade sempre que Hollywood entra na onda bíblica. É mais fácil falar sobre coisas espirituais com os seus amigos e vizinhos quando milhões de pessoas estão afluindo para filmes com temas espirituais no fim de semana.
O ponto em que esses dois grupos erram é em que eles tendem a exagerar tanto o pânico quanto a promessa.
Os críticos exageram o perigo de um filme biblicamente impreciso, tendendo a ver toda licença artística como sacrílega.
Os celebradores exageram a promessa de um blockbuster hollywoodiano, esperando que frutos espirituais venham, não da Palavra, mas dos pixels na telona.

NOÉ

Isso nos traz de volta para Noé. Parece que 2014 será interessante por ter um filme épico baseado em uma história bíblica.
Não importa o que Hollywood fizer com Noé, nós devemos reconhecer o elogio indireto em ter material de fonte bíblica como base para um filme. A razão pela qual histórias bíblicas são atraentes é a sua familiaridade intrínseca, adicionada à sua ressonância emocional.
Então, o julgamento desse filme começou.
Como Noé será retratado? Como um homem justo ou um negociador pragmático?
Como Deus será retratado? Como um justo juiz purgando o mundo da perversidade ou como um tirano sanguinário que não pode esperar para destruir a terra?
Que tipos de conversas sairão desse filme? Nós teremos a oportunidade de falar com as pessoas sobre a natureza e o caráter de Deus? E sobre a natureza e o caráter da justa fé?
Eu recomendo que cristãos assistam a esse filme da mesma maneira que assistem a qualquer filme; com discernimento e sabedoria. Nós não devemos fazer excessiva publicidade das falhas do filme e perder a oportunidade maior. Também não devemos ver o filme como o mais promissor método de evangelismo a aparecer hoje em dia, como se a Palavra de Deus precisasse de representação visual para maximizar o seu poder.
E você? Como você reagirá a “Noé”?
Tradução: Alan Cristie; copyright © Voltemos ao Evangelho; website:VoltemosAoEvangelho.com.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

Determinismo X Fatalismo

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Por Vicent Cheung


As pessoas frequentemente me perguntam sobre fatalismo. A maioria delas são pessoas educadas e educáveis que desejam conhecer o que o fatalismo e determinismo são, como eles diferem um do outro, e como minha posição difere do fatalismo.

Aqui estão dois exemplos:

(1) Gostaria de saber qual é a sua posição sobre fatalismo. Fatalismo e determinismo são a mesma coisa?
(2) Gostaria de saber como você diferenciaria o determinismo estrito do fatalismo. A razão pela qual eu pergunto isto é que me parece que a maioria dos calvinistas que sustentam o determinismo suave se esforça para evitar a acusação de serem fatalistas.

Então, há alguns que abertamente me acusam de ensinar fatalismo.

O seguinte será suficiente como minha resposta a ambos os grupos de pessoas.

Embora eu assuma que a maioria das pessoas teria isto em mente, mesmo que eu não mencionasse, por favor, lembre-se que por “determinismo”, estamos nos referindo somente ao determinismo teísta, teológico ou divino, e não ao determinismo naturalista ou científico, o último sendo a posição afirmada pela maioria dos ateus. Estamos considerando o controle que Deus exerce sobre a Sua criação, e não a relação entre ações humanas e causas naturaisantecedentes (tais como genética e fatores ambientais).

Por algumas definições, os termos “determinismo” e “fatalismo” são similares.

Por exemplo, alguns dicionários ingleses definiriam estes termos de formas que falhariam em fazer uma clara distinção entre eles. Merriam-Webste é muito ambíguo para o nosso propósito, e Webster's New World Thesaurus considera as duas palavras como sinônimas. Certamente, mesmo aqueles que afirmam o determinismo “suave” e me acusam de ensinar o fatalismo, não aceitariam estas definições ambíguas, visto que então eles se tornariam, na melhor das hipóteses, “fatalistas suaves”.

As definições na literatura teológica e filosófica poderiam ser mais precisas.

Por “fatalismo”, eu me refiro ao ensino de que todos os eventos são pré-determinados por forças impessoais, a despeito de meios, de forma que, não importa o que uma pessoa faça, a mesma consequência resultará.

Por “determinismo”, estou especificamente me referindo ao determinismoteológico ou divino — estou me referindo ao ensino de que o Deus pessoal da Bíblia pré-determinou inteligentemente e imutavelmente todos os eventos, incluindo todos os pensamentos, decisões e ações humanas, predestinando assim tanto os fins como os meios para aqueles fins.

Estas não são definições privadas minhas, mas elas são consistentes com o uso comum na literatura teológica e filosófica.

Por exemplo, o Dr. Alan Cairns, um respeitado pastor e teólogo Presbiteriano, cuja ortodoxia é geralmente inquestionável, e que é ele mesmo um determinista “suave” (p. 186), define “fatalismo” da seguinte forma: “A teoria da necessidade inevitável; a filosofia oriental pagã de que todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais, e, portanto, não há como o esforço humano mudar algo” (Dicionário de Termos Teológicos; p. 176, “fatalismo”).

Agora, diante dos olhos de Deus, quem ousaria me acusar de ensinar que “todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais”? Fazer isso seria cometer o pecado de calúnia, e alguns têm realmente cometido este pecado contra mim por suas falsas acusações.

E quem ousaria me acusar de ensinar que todas as coisas ocorrem como pré-determinadas, a despeito dos meios? Eu afirmo que Deus determinou todas as coisas por imutavelmente pré-ordenar e diretamente controlar tanto os finscomo os meios.

É perigoso falar de coisas que você não entende, e parece que aqueles que me acusam de ensinar o fatalismo são, de fato, ignorantes do que fatalismo realmente significa.

Assim como alguns Arminianos falsamente acusam os Calvinistas de ensinar o fatalismo, aqueles Calvinistas que afirmam o determinismo “suave” dão meia-volta e me acusam de ensinar o fatalismo, quando tanto estes Calvinistas comoaqueles Arminianos não têm ideia do que o fatalismo significa. Estas pessoas não têm a cortesia de nem mesmo dar uma olhada na palavra num dicionário teológico para se certificar a que ela se aplica.

Quanto àqueles de vocês que são atenciosos e ensináveis — diferentemente daqueles que fazem acusações ignorantes e caluniosas, pretendendo ser eruditos quando não o são — eu não acuso vocês por perguntar sobre isto, visto que há muita falsa informação sendo circulada.

Tenha certeza que o que eu ensino, embora seja uma versão mais vigorosa do determinismo que você está acostumado a ouvir, é muito diferente do fatalismo. De fato, ele é tão diferente do fatalismo com o teísmo é diferente do paganismo e ateísmo, visto que eu afirmo que todas as coisas são determinadas por um Deus pessoal e soberano, não por “forças cegas e irracionais”.

Portanto, não permita que pessoas ignorantes te confundam ou te enganem.

Então, eu apontarei também algo que é comumente mal-entendido, a saber, algumas pessoas assumem que uma pessoa tem mais liberdade sob o “determinismo” e que as coisas são mais abrangentemente determinadas no “fatalismo”. Mas isto não é verdade.

O fato é que as coisas são mais determinadas no determinismo divino do que em qualquer outro esquema. Sob o “fatalismo” (como definimos apropriadamente acima), um evento é pré-determinado de tal forma que a mesma conseqüência resultará “não importa o que você faça”, isto é, a despeito dos meios. Mas sob o determinismo divino, embora “importe” o que você faça, “o que você faz” é também imutavelmente pré-determinado em primeiro lugar. E “importa” porque há uma relação definida entre “o que você faz” e o resultado, mas até mesmo esta relação é determinada e controlada por Deus.

(Do que as pessoas me acusarão agora? Eu não posso ser acusado de ensinar fatalismo, visto que estou dizendo que o fatalismo é muito fraco! Mas os caluniadores pensarão em algo...).

Assim, eu afirmo o determinismo divino e não o fatalismo, mas não pela razão que as pessoas algumas vezes evitam o fatalismo. Eu afirmo o determinismo não porque as coisas são menos controladas neste esquema — elas são mais controladas nele — mas eu o afirmo porque ele é a verdade revelada e racional.

Aproveitando, há aqueles que declaram que meu determinismo é “Spinozismo” (seguindo a filosofia de Spinoza). Relacionado a isto está a acusação de que meu ocasionalismo é panteísmo (veja A. A. Hodge em Esboços de Teologia). Mas isto também é estúpido e ignorante.

Se o panteísmo afirma que “tudo é Deus”, então isto significa que quando Deus age em qualquer objeto, Ele sempre está agindo em Si mesmo. Contudo, isto está muito longe do que eu afirmo. Antes, eu afirmo que Deus criou entidades espirituais e materiais que são outras além dEle, mas que Ele, todavia, as sustenta e controla completamente. Dizer que Deus controla X é muito diferente de dizer que Deus é X.

Portanto, assim como com a acusação de fatalismo, estas pessoas não têm idéia do que o panteísmo significa, e me acusar de ensinar explicitamente ou implicitamente o panteísmo não é nada senão calúnia.

***
Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International[Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. http://www.rmiweb.org

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 14 de Maio de 2005.
Fonte: Monergismo
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SEM CORTES! Assista na íntegra a entrevista do Pr. Silas Malafaia ao Danilo Gentili

Pare, assista e pense!

Imagem: Reprodução/TwitterO pastor Silas Malafaia esteve no no programa ‘The Noite’, com Danilo Gentili, no SBT, que foi ao ar nesta segunda-feira (31) à meia-noite. Na ocasião, o pastor abordou diversos assuntos relevantes à sociedade, como política, família, futuro dos evangélicos no Brasil, sexo, homossexualismo, impulso, outras igrejas, dinheiro, etc.
Durante a exibição do programa, a participação do pastor Silas foi um dos assuntos mais comentados no Twitter (veja imagem ao lado).
Observação: no vídeo abaixo, a entrevista do pastor começa a partir dos 9 minutos e 4 segundos.
Assista a entrevista na íntegra e não deixe de registrar o seu comentário.
Imagem: divulgaçãoPr. Silas comenta:
O povo de Deus precisa entender algumas coisas. Eu não estava em culto evangélico, dentro de uma igreja, e sim em um programa que tem uma veia de deboche. Será que o deboche no final do programa foi a coisa mais importante? Claro que não! Tivemos a oportunidade de abordar vários temas para um tipo de plateia que não tem as informações que demos. Aqui está o grande valor de participarmos desse tipo de programa.
Os fariseus, saduceus e publicanos debochavam e tentavam contraditar a mensagem de Jesus e Jesus nunca deixou de estar entre eles. Se somos sal, um monte de sal junto salga o que? Mais uma luz onde tem muita luz, ilumina o que? Temos que ser sal e luz no meio das trevas, onde estão os ímpios. Precisamos ter discernimento para entendermos essas coisas!
Onde eu for convidado, independente se o programa é de debochado, de ímpio, gente que odeia nossa fé, ali eu vou estar!
Como digo sempre: NA IGREJA, EDIFICAMOS A FÉ. NO MUNDO, MANIFESTAMOS A FÉ.
Obrigado pelas orações, pelas palavras de incentivo e elogio.
A DEUS SEJA A GLÓRIA!
Fonte: Verdade Gospel

Nova Sede da Assembléia de Deus Vitória em Cristo será Inaugurada neste Sábado

Neste sábado! ADVEC inaugura nova sede para 6 mil fiéis; veja imagens

Imagem: divulgaçãoModerna, ampla, bela, confortável e calorosa. Não faltam adjetivos para definir a nova sede da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), localizada na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, que será inaugurada no próximo sábado (5), às 19h. Na abertura, haverá um culto de agradecimento, cujo preletor será o presidente da igreja, pastor Silas Malafaia. O louvor e adoração ficam por conta de Nani Azevedo.
O novo templo conta com o que há de mais sofisticado em matéria de arquitetura, segurança, ar condicionado, acomodações, som, imagem, acústica e iluminação. Em suma, a excelência a serviço de Deus.
Se antes, o antigo templo acomodava aproximadamente mil e duzentas pessoas, agora, a capacidade é para seis mil fiéis. Um dos templos mais modernos do Brasil, a nova sede foi erguida em 19 meses e o investimento chegou à casa de R$ 30 milhões.
A ADVEC tem mais de 100 filiais no Brasil e aproximadamente 40 mil membros.
Veja as imagens:
Imagem: divulgação
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Imagem: divulgação
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Imagem: divulgação

Igreja Batista faz cultos debaixo de viaduto na Cidade de Deus


A igreja ganhou a autorização da Prefeitura para fazer reuniões em um espaço antes ocupado por usuários de drogas
por Leiliane Roberta Lopes

Igreja Batista faz cultos debaixo de viaduto na Cidade de DeusFoto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
A Igreja Batista Alfa e Ômega tem realizado cultos embaixo do viaduto da Linha Amarela, na Cidade de Deus. Cadeiras, aparelhos de som e um púlpito improvisado sobre um latão têm servido pare reunir cerca de 50 pessoas nas quintas-feiras.
O pastor Leandro Campos disse ao jornal O Dia que a igreja foi para debaixo do viaduto depois que o aluguel do templo, aberto em 2007, ficou mais caro.
“Estamos há 14 anos na comunidade e, desde 2007, funcionamos como igreja. Usávamos um galpão, mas com o fim do contrato, o proprietário aumentou o aluguel, de forma que não pudemos pagar, já que a chegada da UPP valorizou os imóveis”, disse.
As reuniões no viaduto são autorizadas pela Administração Regional, da prefeitura, espaço onde antes usuários de drogas se reuniam para consumir entorpecentes. “Conseguimos trazer alguns deles para a igreja, mas muitos sumiram”, afirma Leandro.
Aos domingos a quantidade de fiéis sobe para 300 pessoas, segundo a pastora Cláudia Cristina dos Santos, que afirma que 90% dos membros são jovens que buscam na fé força para melhorar de vida.
A Igreja Batista não é a primeira igreja no Rio de Janeiro a reunir seus fiéis embaixo de um viaduto. O pastor Leandro diz que já ouviu falar de outra denominação que usa um espaço parecido em Bangu. “Mas nunca vi”, disse.
Os fiéis não se importam com o desconforto de estar sob o viaduto tendo que se concentrar para não deixar o barulho dos carros atrapalhar o entendimento da palavra que está sendo ministrada.
“Importa de verdade a questão espiritual. Vir aqui me faz bem, mas é claro que é desconfortável. Mas a mensagem é o mais importante. E a mensagem passada aqui é de alegria e esperança”, disse o comerciário Gérson Moraes, de 28 anos.
É por causa da mensagem de esperança que a aposentada Aurília Maria Benícia, 62, participa dos cultos da Igreja Batista Alfa e Ômega. “Venho aqui para acalmar meu coração, que anda muito aflito. Deus levou meu filho e tenho certeza que, em breve, vai me levar para junto dele”, disse.
Aurília morava na Cidade de Deus, mas se mudou para Santa Cruz. Para chegar até a igreja ela viaja cerca de 60 km. “Essa igreja é uma bênção para mim”, afirma.
Fonte:gospelprime

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Num Brasil cada vez mais evangélico, maioria da população apóia ataques sexuais a mulheres. Tem alguma coisa errada…


Num Brasil cada vez mais evangélico, maioria da população apóia ataques sexuais a mulheres. Tem alguma coisa errada…

Por Tiago Chagas
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, divulgou o relatório de uma pesquisa feita com 3.810 pessoas sobre as causas da violência contra a mulher.
O resultado foi estarrecedor: 65% dos entrevistados, incluindo pessoas do sexo feminino, disseram que mulher com roupa curta merece ser atacada sexualmente. Comentei essa notícia com minha esposa, e sua reação foi de perplexidade: “Nem prostituta deve ser atacada”. Obviamente, concordo. Entretanto, o conceito detectado na pesquisa é tido como justificado na sociedade brasileira, e apoiado inclusive por muitas mulheres. Experimente uma conversa informal, na padaria, sobre alguma mulher com roupas curtas que esteja passando ou que more na vizinhança, e repare nas respostas…
Outros dados também revelaram que o mesmo brasileiro que apóia as agressões contra as mulheres “da rua” é contra a agressão doméstica: 91% dos entrevistados concorda que maridos que agridem esposas devem ser presos, apesar de 63% acharem que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre membros da família”. O conceito de que “roupa suja se lava em casa” é apoiado por 89% da população.
A maioria dos entrevistados, 58,5%, concorda que “se mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros”.  Já 54,9% afirmaram que existem dois tipos de mulheres: as que servem para casar, e as que devem ser levadas para a cama.
Todas essas informações causaram espanto à mídia e a boa parte dos internautas. Aí eu me pergunto: por que o espanto? Essa não é a realidade da nossa sociedade? Esse não é o cotidiano com o qual convivemos sempre?
Mas o que me causou maior incômodo foi ligar os seguintes pontos: a maioria dos brasileiros acha que mulher “mal vestida” deve ser estuprada e a maior parte dos brasileiros são cristãos, católicos ou evangélicos. Fora o fato de que a violência contra a mulher é uma coisa que transcende religião, não tem alguma coisa errada nisso?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez alarde ao divulgar o relatório sobre religião do Censo 2010, que apontava um crescimento superior a 60% dos fiéis evangélicos em relação ao Censo anterior, de 2000. À época do anúncio, diversos pastores, bispos, apóstolos, sub-deuses comemoraram e cantaram aos quatro ventos que, em pouco tempo, o Brasil seria um país de maioria evangélica…
Olhando para nossa sociedade, até agora não vejo vantagem nesse “crescimento evangélico”, porque cheguei à conclusão que esse crescimento é numérico, não orgânico. Mais pessoas têm aderido à temerária e famigerada teologia da prosperidade. Só. Boa parte dos evangélicos no papel mal conhecem o Cristo.
Minha pergunta é: se nós evangélicos seguimos a Cristo e seus ensinamentos, onde está o impacto do nosso crescimento na nossa sociedade? Nos últimos anos, temos visto a violência como um todo aumentar; a corrupção atingir um nível inédito de engenhosidade e alcance; a indiferença com os necessitados saltar aos olhos nas ruas das cidades; etc. Não estamos sendo sal e nem luz…
Os políticos eleitos pelo voto dos evangélicos se engalfinham com opositores, como se disputassem quem consegue ofender mais a inteligência alheia, exalando desrespeito e soberba. Certo dia, atordoado com uma reflexão semelhante, o pastor Ricardo Gondim escreveu em suas tribunas: “Deus nos livre de um Brasil evangélico”. Foi achincalhado. Mas, respondam-me queridos leitores: estamos nos tornando um povo grande e poderoso, mas estamos refletindo o Cristo e seus ensinamentos onde chegamos?
Falando especificamente da violência contra a mulher no Brasil, muitos dirão que ela está enraizada na cultura popular. Sim, concordo. Mas pergunto novamente: não deveríamos nós, cristãos, ensinar e praticar o amor ao próximo (que resume todos os outros mandamentos)? Se não pudermos ser “sal da Terra e luz do mundo”, influenciando nossa sociedade para o bem, não deveríamos rever a forma como olhamos para o que acontece ao nosso redor?
Os números da pesquisa permitem imaginar que alguns dos que disseram concordar com ataques a mulheres, ou mesmo que existam mulheres para casar e mulheres para levar para a cama, sejam evangélicos. Não seria isso uma contradição, uma vez que a doutrina da maioria absoluta das igrejas é a abstinência sexual para quem não é casado?
Às vezes, sonho acordado com um tempo em que nosso povo terá compromisso histórico com o Reino de Deus, semeando amor e paz através da mensagem do Evangelho e do testemunho de vida. Lutando pela igualdade de gênero, social e étnica; contra a violência; a favor dos mais necessitados; contra a corrupção; a favor da educação de qualidade; contra as agressões ao meio-ambiente; etc.
Sim, acredito que a pesquisa do IPEA reflete o quanto não estamos nos apresentando corretamente à sociedade; Que nossas igrejas não oferecem tudo que podem para ajudar a comunidade ser melhor; Que estamos preocupados em tomar o poder, mas não saberemos o que fazer com ele quando o tivermos…
Há muito o que se fazer pelo nosso amado Brasil, pois embora estejamos ansiosos pela oportunidade de estar com Ele, por enquanto estamos aqui, numa sociedade que cada vez mais se distancia do amor de Deus.
A pesquisa do IPEA foi feita entre os meses de maio e junho de 2013 (há bastante tempo), em 212 municípios brasileiros. Como frisei no começo, o IPEA é um órgão governamental. Não duvido da idoneidade da pesquisa, mas acho suspeito que o relatório tenha sido divulgado somente agora, quando os escândalos da Petrobrás vieram à tona… Vigia, irmão!
"As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e demais colaboradores."

Fonte:gospel +

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