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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Deus é Sempre o Mesmo - Isto Significa que Ele sempre Age da mesma Forma?

por 

Apesar da Bíblia nos ensinar que Deus é imutável -- Ele é o mesmo hoje, ontem e para sempre -- não podemos perder de vista o fato de que as Escrituras nos ensinam que Deus nem sempre age da mesma forma em todas as épocas. Este é o problema com muitas pessoas. Elas pensam que Deus deve agir hoje exatamente como agiu no período bíblico pois Ele é o mesmo, sempre. Mas, será que a imutabilidade de Deus é uma espécie de promessa de que ele sempre agirá da mesma forma na história dos homens?

Todos concordamos, por exemplo, que Deus é capaz de criar outra vez mundos, sóis e estrelas; entretanto, segundo as Escrituras, ele já cessou da sua obra de criação. Todos concordamos que Deus poderia hoje criar mundos do nada exatamente como fez no princípio, mas nenhum de nós espera realmente que ele faça isso e nem ora por isso. O fato de que nosso Deus é o mesmo hoje, ontem e para sempre não significa que ele sempre terá de criar mundos. A criação do mundo é um exemplo de uma manifestação sobrenatural do poder divino que não se repete na História. Essa constatação é, no mínimo, um precedentepara considerarmos a possibilidade de que Deus pode cessar de agir de determinadas formas na história.

Há outros precedentes na Bíblia de atividades sobrenaturais que cessaram. Um deles é o dos profetas do Antigo Testamento. O Senhor Jesus afirmou que João foi o maior e último deles (Mt 11.13; Lc 16.16). Os profetas do Antigo Testamento são encarados pelos escritores do Novo como um grupo definido e fechado, freqüentemente referidos como “os profetas” (ver Mt 11.13; 23.29; 1Ts 2.15; Hb 11.32; Tg 5.10; 1Pe 1.10-12), cujos escritos são mencionados ao lado da Lei, escrita por Moisés. O autor de Hebreus declara que a atividade dos profetas do Antigo Testamento já havia cessado, fazendo parte do modo antigo de Deus se revelar ao seu povo, sendo substituída por uma revelação maior e mais excelente, que foi aquela através de Cristo (Hb 1.1-2). Os profetas antigos são considerados, já no tempo do Novo Testamento, como homens santos, inspirados por Deus, a quem foi revelado o mistério de Cristo, revelação essa que ganhou forma escrita (2Pd 1.20-21).

Semelhantemente, não temos mais homens com os poderes concedidos aos apóstolos, os legítimos sucessores dos antigos profetas, de inspiração e infalibilidade, de realizar curas tão extraordinárias. O ofício apostólico, restrito aos Doze e à Paulo, cessou quando eles morreram. A igreja não nomeou ou elegeu outros apóstolos para substituir os que iam morrendo. E com os apóstolos parece haver cessado aqueles dons relacionados com o ofício apostólico, como por exemplo, o dom de curar.

Todos nós cremos que Deus poderia hoje levantar pessoas assim, outra vez e inspirá-los de modo a escreverem de forma inerrante a sua revelação ao povo, mas todos nós entendemos claramente pelas próprias Escrituras que essa atividade sobrenatural cessou. As Escrituras já estão completas. Não esperamos que hoje novas Escrituras sejam produzidas. Assim, a inspiração dos profetas antigos – e semelhantemente, a dos apóstolos – é mais um exemplo de atividade sobrenatural que ocorreu num determinado período da história da salvação e que, havendo cumprido seu propósito, encerrou-se. É mais um precedente em favor do que estamos argumentando, que Deus não age sempre do mesmo modo.

Ninguém hoje espera mais que Deus chame uma pessoa e lhe faça as mesmas promessas que fez a Abraão, de que o Salvador do mundo nasceria de sua semente. Ninguém espera hoje que o Filho de Deus, outra vez, se faça homem no ventre de uma virgem e que morra outra vez na cruz pelos pecados do seu povo. Teoricamente, Deus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, poderia fazer todas estas coisas acontecerem outra vez, mas certamente não as fará mais. Elas aconteceram de uma vez para sempre, cumprindo um propósito único e definido na história da redenção.

Da mesma forma, Deus não parece estar disposto a realizar, outra vez, os grandes milagres do passado, que se encontram registrados no Antigo Testamento. Não esperamos como uma possibilidade, mesmo que remota, que Deus hoje abra mares, à vista de todo um exército de incrédulos, para seu povo passar, num momento de crise. É claro que elepoderia fazê-lo, mas não temos qualquer garantia ou promessa que ele o fará. Ou ainda, esperamos realmente que Deus hoje sustente um povo por 40 anos com pão do céu e água da rocha e com sandálias que não se acabam no deserto? Ou que faça o sol parar no firmamento por um dia inteiro? Ou levantar líderes dotados de força física sobrenatural como Sansão? Não há nenhuma promessa de que Deus fará isso sempre – ou, outra vez. E de fato, até onde sei, não há registro na História de que esses fatos aconteceram outra vez. Tais eventos miraculosos foram realizados num determinado período da História e com um propósito definido, que já se concretizou. Não é uma questão de termos fé ou de orarmos por estas coisas. Deus simplesmente não nos promete que as fará outra vez. Entretanto, ele permanece sendo o Deus onipotente e Todo-Poderoso de sempre. Apenas, em sua sabedoria, ele tem formas diferentes de agir em épocas diferentes.

Portanto, o argumento de que Deus hoje age exatamente da mesma forma como agiu no período bíblico carece de fundamentação exegética e ignora a evidência bíblica de que o Senhor age de acordo com um plano, cujas etapas se completam dentro de períodos definidos da História. Precisamos ter cuidado antes de dizer que tudo o que ocorria no culto das igrejas do período apostólico deverá ocorrer hoje, se tão somente estivermos abertos, buscando com fé. Não podemos deixar o propósito de Deus fora da questão.

Fonte: O Tempora! O Mores!

SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE


Por Marcos André

Convido a todos, que moram em Recife, ou no entorno de Recife, a participar deste evento com o Bispo Walter Macalister, que acontecerá no dia 22 de novembro pela manhã, na capela do Seminário Presbiteriano do Norte. A entrada é franca e você é o nosso convidado.
Foto: Convido a todos, que moram em Recife, ou no entorno de Recife, a participar deste evento com o Bispo Walter Macalister, que acontecerá no dia 22 de novembro pela manhã, na capela do Seminário Presbiteriano do Norte. A entrada é franca e você é o nosso convidado.

Uma Palavra aos Pais


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Arthur W. Pink


Uma das mais infelizes e trágicas características de nossa civilização é a excessiva desobediência aos pais da parte dos filhos, quando menores, e a falta de reverência e respeito, quando grandes. Infelizmente, isto se evidencia de muitas maneiras, inclusive em famílias cristãs. Em nossas abundantes viagens nestes últimos trinta anos, fomos recebidos em muitos lares. A piedade e a beleza de alguns deles ainda permanecem em nossos corações como agradáveis e singelas recordações. Outros lares, porém, nos transmitiram as mais dolorosas impressões. Os filhos obstinados ou mimados não apenas trazem para si mesmos perpétua infelicidade, mas também causam desconforto para todos que se relacionam com eles e prenunciam coisas ruins para os dias vindouros.

Na maioria dos casos, os filhos são menos culpados do que seus pais. A falta de honra aos pais, onde quer que a achemos, deve-se em grande medida aos pais afastarem-se do padrão das Escrituras. Atualmente, o pai imagina que cumpre suas obrigações ao fornecer alimento e vestuário para os filhos e, ocasionalmente, ao agir como um tipo de policial de moralidade. Com muita frequência, a mãe se contenta em desempenhar a função de uma criada doméstica, tornando-se escrava dos filhos, realizando várias tarefas que estes poderiam fazer, para deixá-los livres em atividades frívolas, ao invés de treiná-los a serem pessoas úteis. A consequência tem sido que o lar, o qual deveria ser, por causa de sua ordem, santidade e amor, uma miniatura do céu, degenerou-se em "um ponto de parada para o dia e um estacionamento para a noite", conforme alguém, sucintamente, afirmou.

Antes de esboçarmos os deveres dos pais em relação aos filhos, devemos ressaltar que eles não podem disciplinar adequadamente seus filhos, a menos que primeiramente tenham aprendido a governar a si mesmos. Como podem eles esperar que a obstinação de suas crianças sejam dominadas e controladas as manifestações de ira, se eles mesmos dão livre curso à seus próprios sentimentos. O caráter dos pais é amplamente reproduzido em seus descendentes. "Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem" (Gn 5.3). Os pais devem, eles mesmos, viver em submissão a Deus, se desejam obediência da parte de seus filhos. Este princípio é enfatizado muitas e muitas vezes nas Escrituras. "Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?" (Rm 2.21). A respeito do pastor ou presbítero da igreja está escrito que ele tem de ser alguém "que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)" (1 Tm 3.5). E, se um homem ou uma mulher não sabem como dominar seu próprio espírito (Pv 25.28), como poderão cuidar de seus filhos?

Deus confiou aos pais um solene e valoroso privilégio. Não exageramos ao afirmar que em suas mãos estão depositadas a esperança e a bênção ou a maldição e a ruína da próxima geração. Suas famílias são os berçários da Igreja e do Estado, e, de acordo com o que agora cultivam, tais serão os frutos que colherão posteriormente. Eles deveriam cumprir seu privilégio com bastante diligência e oração. Com certeza, Deus lhes pedirá contas referentes à maneira de criarem seus filhos, que a Ele pertencem, sendo-lhes confiados para receberem cuidado e preservação. A tarefa que Deus confiou aos pais não é fácil, em especial nestes dias excessivamente maus. Entretanto, poderão obter a graça de Deus, se a buscarem com sinceridade e confiança. As Escrituras nos fornecem as regras pelas quais devemos viver, as promessas das quais temos de nos apropriar e, precisamos acrescentar, as terríveis advertências, para que não realizemos essa tarefa de maneira leviana.

Instrua seu filho 

Queremos mencionar aqui quatro dos principais deveres confiados aos pais. Primeiro, instruir seus filhos. "Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Dt 6.6-7). Este dever é sobremodo importante para ser transferido aos outros; Deus exige dos pais, e não dos professores da Escola Dominical, a responsabilidade de educarem seus filhos. Tampouco essa tarefa deve ser realizada de maneira esporádica ou ocasional, mas precisa receber constante atenção. O glorioso caráter de Deus, as exigências de sua lei, a excessiva malignidade do homem, o maravilhoso dom de seu Filho e a terrível condenação que será a recompensa de todos aqueles que O desprezam e rejeitam; estas coisas precisam ser apresentadas constantemente aos filhos. "Eles são pequenos demais para entendê-las" é o argumento de Satanás, visando impedir os pais de cumprirem seu dever.

"E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef 6.4). Temos de observar que os "pais" são especificamente mencionados neste versículo, por duas razões: eles são os cabeças das famílias e o governo desta lhes foi confiado; os pais são inclinados a transferir sua responsabilidade às esposas. Essa instrução deve ser ministrada através da leitura da Bíblia e de explicar aos filhos as coisas adequadas à sua idade. Isto deveria ser acompanhado de ensinar-lhes um catecismo. Um constante falar aos mais novos não se mostra tão eficiente quanto a diversificação com perguntas e respostas. Se nossos filhos sabem que serão questionados após ou durante a leitura bíblica, ouvirão mais atentamente: fazer perguntas os ensina a pensarem por si mesmos. Este método também leva a memória a reter mais os ensinos, pois o responder perguntas definidas fixa ideias específicas em nossas mentes. Observe quantas vezes Jesus fez perguntas aos seus discípulos.

Seja um bom exemplo

Segundo, boas instruções precisam ser acompanhadas de bons exemplos. O ensino proveniente apenas dos lábios provavelmente será ineficaz. Os filhos são espertíssimos em detectar inconsistências e rejeitar a hipocrisia. Neste aspecto, os pais precisam humilhar-se diante de Deus, buscando todos os dias a graça que, desesperadamente, necessitam e somente Ele pode dar. Que cuidado eles precisam ter, para que diante de suas crianças não digam e façam coisas que tendem a corromper suas mentes ou produzam más consequências, se elas as imitarem! Os pais necessitam estar constantemente alertas contra aquilo que pode torná-los desprezíveis aos olhos daqueles que deveriam respeitá-los e honrá-los. Não apenas devem instruir seus filhos no caminho da santidade, mas eles mesmos devem andar neste caminho, mostrando por sua prática e conduta quão agradável e proveitoso é ser orientado pela lei de Deus.


No lar de pessoas crentes, o supremo alvo deve ser a piedade familiar, honrar a Deus em todas as ocasiões, e as outras coisas, subordinadas a este alvo. Quanto à vida familiar, nem o esposo nem a esposa deve transferir para o outro toda a responsabilidade pelo aspecto espiritual da vida da família. A mãe, com certeza, tem a incumbência de suplementar os esforços do pai, pois os filhos desfrutam mais de sua companhia. Se existe a tendência de os pais serem muito rígidos e severos, as mães são propensas a serem muito brandas e clementes; portanto, têm de vigiar mais contra qualquer coisa que enfraquecerá a autoridade do pai. Quando este proibir alguma coisa, ela não deve consenti-la às crianças. É admirável observar que a exortação dada em Efésios 6.4 é precedida por "Enchei-vos do Espírito" (Ef 5.18); enquanto a exortação correspondente em Colossenses 3.21 é precedida por "habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo" (v. 16), demonstrando que os pais não podem cumprir seus deveres, a menos que estejam cheios do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

Discipline seu filho

Terceiro, a instrução e o exemplo precisam ser reforçados mediante a correção e a disciplina. Antes de tudo, isto implica no exercício de autoridade, a correta aplicação da lei divina. A respeito de Abraão, o pai dos fiéis, Deus afirmou: "Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito" (Gn 18.19). Pais crentes, meditem nestas palavras com cuidado. Abraão fez mais do que simplesmente dar conselhos: ele ensinou com vigor a lei de Deus e ordenou sua casa. As regras com que ele administrou seu lar tinham o objetivo de seus filhos guardarem "o caminho do SENHOR", aquilo que era correto aos olhos de Deus. Este dever foi cumprido pelo patriarca, a fim de que a bênção de Deus estivesse sobre sua família. Nenhuma família pode crescer adequadamente sem leis familiares, que incluem recompensas e castigos. Isto é especialmente importante na primeira infância, quando ainda o caráter moral não está formado e as crianças não apreciam ou entendem seus motivos morais. 

As regras devem ser simples, claras, lógicas e flexíveis, tais como os Dez Mandamentos, poucas, mas relevantes regras morais, ao invés de centenas de restrições insignificantes. Uma das maneiras de provocarmos desnecessariamente nossos filhos à ira é atrapalhá-los com muitas restrições insignificantes e regras detalhadas e arbitrárias, procedentes de pais perfeccionistas. É de vital importância para o bom futuro dos filhos que estes sejam trazidos em submissão desde cedo. Uma criança malcriada representa um adulto ímpio. Nossas prisões estão superlotadas com pessoas que tiveram a liberdade de seguirem seus próprios caminhos durante sua infância. A mais leve ofensa de uma criança quebrando as regras do lar não deve ficar sem a devida correção; pois, se ela achar clemência ao transgredir uma regra, esperará a mesma clemência em relação a outras ofensas, e sua desobediência se tornará mais frequente, até que os pais não tenham mais controle, exceto através do exercício de força brutal.

O ensino das Escrituras é claro quanto a este assunto. "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela" (Pv 22.15; ver também 23.13-14). Por isso, Deus afirmou: "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina" (Pv 13.24). E, ainda: "Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo" (Pv 19.18). Não permita que uma afeição insensata o impeça de cumprir seu dever. Com certeza, Deus ama seus filhos com um sentimento paternal mais profundo do que você ama seus filhos, mas Ele nos diz: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3.19; cf. Hb 12.6). "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe" (Pv 29.15). A severidade tem de ser utilizada nos primeiros anos de uma criança, antes que a idade e a obstinação endureçam-na contra o temor e a pungência da correção. Poupe a vara e você arruinará seu filho; não a utilize e terá de sofrer as consequências. 

É quase desnecessário salientar que as Escrituras citadas anteriormente não têm o propósito de incutirmos a ideia de que nosso lar deve ser caracterizado por um reino de terror. Os filhos podem ser governados e disciplinados de tal maneira, que não percam o respeito e as afeições por seus pais. Estejamos atentos para não estragarmos seus temperamentos, por fazermos exigências ilógicas, e provocá-los à ira, por castigá-los expressando nossa própria ira. O pai tem de punir um filho desobediente não porque ficou bravo, e sim porque é correto fazer isso, Deus o exige, bem como a rebeldia de seu filho. Nunca faça uma ameaça, se não tenciona cumpri-la. Lembre que estar bem informado é bom para seu filho, mas ser bem controlado é ainda melhor.

Esteja atento às inconscientes influências que cercam seu filho. Estude meios para tornar seu lar atraente, não pela utilização de recursos carnais e mundanos, mas por servir- se de ideais nobres, por incutir-lhes um espírito de altruísmo e desenvolver uma comunhão agradável e feliz. Não permita que seus filhos se associem a más companhias. Verifique cautelosamente as revistas e livros que entram em seu lar, observe os amigos que ocasionalmente seus filhos convidam para vir ao lar e as amizades que eles estabelecem. Antes mesmo de o reconhecerem, muitos pais permitem seus filhos relacionarem-se com pessoas que arruínam a autoridade paternal, transtornam seus ideais e semeiam frivolidade e pecado.

Ore por seus filhos

Quarto, o último e mais importante dever, no que se refere ao bem-estar físico e espiritual de seus filhos, é a intensa súplica a Deus em favor deles. Sem isto, todos os outros deveres são ineficazes. Os meios são inúteis, exceto quando o Senhor os abençoa. O trono da graça tem de ser fervorosamente buscado, para que sejam coroados de sucesso os nossos esforços em educar os filhos para a glória de Deus. É verdade que precisa haver uma humilde submissão à soberana vontade de Deus, um prostrar-se ante a verdade da eleição. Por outro lado, o privilégio da fé consiste em apropriar-se das promessas divinas e em recordar que a ardente e eficaz oração de um justo produz muitos resultados. A Bíblia nos diz que o piedoso Jó "chamava...a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles" (Jó 1.5). Uma atmosfera de oração deve permear o lar e ser respirada por todos os que dele compartilham.


Arthur W. Pink (1886-1952) foi um dos autores evangélicos mais influentes da segunda metade do século XX. Erudito bíblico de persuasão reformada e puritana, Pink escreveu várias obras literárias e pastoreou diversas igrejas nos EUA, além de ter servido como ministro na Inglaterra e Austrália.  

Fonte: Editora Fiel
Via: Bereianos
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A MENSAGEM DA SECA



Por Eli Vieira
Joel 1:1-2:21
 Nos últimos dias temos lido reportagens que trazem informações sobre a seca em nosso Nordeste, tais como: “com maior seca em décadas, nordeste revive era de êxodo e fuga do campo”, “Seca arrasa plantações no sertão nordestino e faz preço de milho e feijão disparar”, "Seca se agrava, e sertanejos já sofrem com falta de alimentos no Nordeste", etc. Estas matérias nos falam da situação desoladora em que a Região Nordeste está passando (vivendo) diante de uma das maiores secas das últimas décadas. O gado está morrendo, a água secando, em muitos lugares já se perderam as plantações, etc. Quando nos voltamos para as Escrutaras, podemos ver que o profeta Joel foi levantado por Deus para transmitir a sua Palavra ao povo de Israel em um momento de crise causada principalmente pela seca.Entretanto, a crise não era só econômica, mas também política e espiritual. Ao olharmos para aquele momento em que o servo de Deus pregou, devemos perguntar: o que nos 
ensina a mensagem do profeta Joel? A mensagem da seca nos ensina que: 
1-DIANTE DA LAMENTÁVEL SITUAÇÃO DEVEMOS  CLAMAR A DEUS ( Joel 1.14,19). O profeta foi levantado por Deus para transmitir a sua mensagem em um momento marcado pela crise causada principalmente pela seca. A situação da terra é descrita no capítulo 1 e pode ser resumida no versículo 10 e o versículo 14b, onde podemos ver: Devastação do campo; cessação do serviço religioso, crise espiritual, tristeza e desolação. Este era o cenário que traduzia a lamentável situação da terra. Além do mais a carestia, seca e praga. Diante deste quadro triste e desolador em que a nação se encontrava, muitas pessoas murmuravam, choravam, etc. Diante deste cenário triste o profeta conclama o povo a Clamar ao Senhor e promulgar um santo Jejum Jl 1:14.
       O profeta Joel nos ensina, que a lamentável situação deve nos motivar a clamar a Deus. Não basta reclamar, chorar, murmurar, etc. Devemos clamar aquele que é poderoso para intervir e mudar o quadro ou reverter a situação. Esse deve ser o Projeto do povo de Deus. Portanto, meu irmão isto deve ser o projeto da Igreja na atualidade em que estamos vivendo em nossa região, diante da grande seca que nos desafia na atualidade castigando o nosso Nordeste. Deve ser o seu projeto em momentos de crises.
2- AS MISERICÓRDIAS DE DEUS DEVE NOS LEVAR AO ARREPENDIMENTO (Joel 2.12-19). O povo de Israel estava vivendo um momento de tristeza e dor, porque havia se afastado da Palavra de Deus e do Deus da Palavra, e como consequência deixaram se levar pelo pecado. Então, agora o povo estava sendo disciplinado ou exortado pela seca permitida por Deus para falar a nação que Israel precisava se arrepender dos seus pecados e olhar para as misericórdias do Soberano Senhor que controla todas as coisas, que não se limita as concepções humanas. Naquele momento, o profeta prega que Israel precisava voltar-se para Deus. Isto é, precisava olhar para as misericórdias de Deus, se humilhar e pedir perdão de todo coração na certerza que Deus é misericordioso. Hoje, quando nós paramos para olhar o Nordeste (Brasil), podemos ver a idolatria, a injustiça social, corrupção, feitiçaria, violência, prostituição infantil, o sincretismo religioso, isto é, a depravação total. Nós não temos a solução. A solução para nossa situação está em nos arrependermos dos nossos pecados, confiarmos nas misericórdias de Deus e assim seremos restaurados. É o que o homem precisa fazer em meio a depravação da nossa atualidade. O homem (nordeste) precisa se arrepender e voltar-se para Deus. Voltar-se para Deus na certeza de que o Senhor é misericordioso e rico em perdoar, porque Deus tem bênçãos incomparáveis para aqueles que o buscam de todo coração.
3-AS PROMESSAS DE DEUS DEVE NOS ENCHER DE ESPERANÇA(Joel 2.18-32). Em Joel 2:18 o Senhor se mostra zeloso de sua terra, compadecendo-se de Seu povo e Promete Bênçãos Grandiosas. Podemos classificar estas bênçãos como sendo de ordem: material, espiritual e eterna. Deus promete ao povo normalidade na produção, dizendo:"... eis que vos envio o cereal e o vinho, e o óleo... os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, etc. 2:19,22-26. Deus promete proteção 2:20,21,27; Estabilidade climática 2:23; fartura e alegria 2:24,26 e o derramamento do Espírito Santo 2:22-32. Diante de tais promessas, o profeta Joel desafia o povo de Israel a renovar suas esperanças. Diante de tais promessas nós também somos desafiados a nos enchermos de esperanças, e não ficarmos desanimados, murmurando, etc. Meus irmãos como alguém disse: " O que o oxigênio significa para os pulmões, a esperança para o sentido da vida". Na atualidade diante da crise, há muita gente ansiosa, desesperada, buscando um sentido para a vida nos prazeres carnais, nas drogas, nas religiões, etc. sem contudo, encontrar uma saída, porque estão pondo suas esperanças onde não há esperança. Portanto, devemos confiar nas promessas de Deus e no Deus das promessas na certeza de que Ele pode mudar a nossa situação, e vai mudar se nos voltarmos para Ele como Ele nos ensina em Sua Palavra “Se EU CERRAR OS CÉUS DE MODO QUE NÃO HAJA CHUVA, OU SE ORDENAR AOS GAFANHOTOS QUE CONSUMAM A TERRA, OU SE ENVIAR A PESTE ENTRE O MEU POVO; SE O MEU POVO , QUE SE CHAMA PELO MEU NOME, SE HUMILHAR, E ORAR, E ME BUSCAR, E SE CONVERTER DOS SEUS MAUS CAMINHOS, ENTÃO, EU OUVIREI DOS CÉUS, PERDOAREI OS SEUS PECADOS E SARAREI A SUA TERRA”.(2 Cônicas 7.13,14).Desperta Nordeste! É tempo de confiarmos nas promessas de Deus e nos voltarmos para Ele. Portanto, não sei qual é o teu problema, mas eu sei que o nosso Deus não mudou, ele é imutável. Por isso podemos confiar nas suas promessas e nos encher de esperanças e ouvir o que o profeta Jeremias nos diz em Lamentações 3:21 " Quero trazer a memória o que me pode dar esperança". O que você está trazendo a memória neste momento de seca (crises)? Pare e pense? Olhe para Deus, independente das circunstâncias. Clame ao Senhor; confie nas suas misericórdias e firme a sua vida nas promessas de Deus na certeza de que há esperança para nós, para você, pois com Ele nós somos mais do que vencedores
Pr. Eli Vieira

Carta a Evangélico que Faz Sexo com a Namorada


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Por Augustus Nicodemus Lopes

[Os nomes foram trocados para proteger as pessoas. Embora algumas circunstâncias mencionadas na carta sejam totalmente fictícias, o caso é mais real do que se pensa...]


Meu caro Ricardo,

Ontem estive pregando em sua igreja e tive a oportunidade de rever João, nosso amigo comum. Não lhe encontrei. João me disse que você e a Raquel, sua namorada, tinham saído com a turma da mocidade para um acampamento no fim de semana e que só regressariam nessa segunda bem cedo.

Saí com o João para comer pizza após o culto e falamos sobre você. João abriu o coração. Ele está muito preocupado com você, desde que você disse a ele que tem ido com Raquel para motéis da cidade e às vezes até mesmo depois do culto de jovens no sábado à noite. Ele falou que já teve várias conversas com você mas que você tem argumentado defendendo o sexo antes do casamento como se fosse normal e que pretende casar com Raquel quando terminarem a faculdade.

Ele pediu minha ajuda, para que eu falasse com você, e me autorizou a mencionar nossa conversa na pizzaria. Relutei, pois acho que é o pastor de sua igreja que deve tratar desse assunto. Você e a Raquel, afinal, são membros comungantes dessa igreja e estão debaixo da orientação espiritual dela. Mas, João me disse que o pastor faz de conta que não sabe que essas coisas estão acontecendo na mocidade da igreja. Como sou amigo da sua família fazem muitos anos, desde que vocês freqüentaram minha igreja em São Paulo, resolvi, então, escrever para você sobre esse assunto, tendo como base os argumentos que você usou diante de João para justificar sua ida a motéis com a Raquel.

Se entendi direito, você argumenta que não há nada na Bíblia que proiba sexo antes do casamento. É verdade que não há uma passagem bíblica que diga "não farás sexo antes do casamento;" mas existem dezenas de outras que expressam essa verdade com outras palavras e de outras maneiras. Podemos começar com aquelas que pressupõem o casamento como sendo o procedimento padrão, legal e estabelecido por Deus para pessoas que desejam viver juntas (veja Mateus 9:15; 24:38; Lucas 12:36; 14:8; João 2:1-2; 1Coríntios 7:9,28,39), aquelas que abençoam o casamento (Hebreus 13:4) e aquelas que se referem ao divórcio - que é o término oficial do casamento - como algo que Deus aborrece (veja Malaquias 3:16; Mateus 5:31-32).

Podemos incluir ainda aquelas passagens contra os que proíbem o casamento (1Timóteo 4:3) e as outras que condenam o adultério, a fornicação e a prostituição (veja Mateus 5:28,32; 15:19; João 8:3; 1Coríntios 7:2; 6:9; Gálatas 5:19; Efésios 5:3-5; Colossenses 3:5; 1Tessalonicenses 4:3-5; 1Timóteo 1:10; Hebreus 13:4; Apocalipse 21:8; 22:15). Qual é o referencial que nos possibilita caracterizar esses comportamentos como desvios, impureza e pecado? O casamento, naturalmente. Adultério, prostituição e fornicação, embora tendo nuances diferentes, têm em comum o fato de que são relações sexuais praticadas fora do casamento. Se o casamento, que implica num compromisso formal e legal entre um homem e uma mulher, não fosse a situação normal onde o sexo pode ser desfrutado de maneira legítima, como se poderia caracterizar como desvio o adultério, a fornicação ou a prostituição? A Bíblia considera essas coisas como pecado e coloca os que praticam a impureza sexual e a imoralidade debaixo da condenação de Deus - a menos que se arrependam, é claro, e mudem de vida.

Você argumenta também que o casamento é uma conveniência humana e que muda de cultura para cultura. Bom, é certo que o casamento tem um caráter social, cultural e pessoal. Todavia, do ponto de vista bíblico, não se pode esquecer que foi Deus quem criou o homem e a mulher, que os juntou no jardim, e disse que seriam uma só carne, dando-lhes a responsabilidade de constituir família e dominar o mundo. O casamento é uma instituição divina a ser realizada pelas sociedades humanas. Embora as culturas sejam distintas, e os rituais e procedimentos dos casamentos sejam distintos, do ponto de vista bíblico o casamento implica em reconhecimento legal daquela união por quem de direito, trazendo implicações para a criação e tutela dos filhos, sustento da casa e também responsabilidades e conseqüências em caso de separação e repúdio. Quando duas pessoas resolvem ir morar juntas como se fossem casadas, essa decisão não faz delas pessoas casadas diante de Deus - mas (desculpe a franqueza), pessoas que estão vivendo em imoralidade sexual.

É verdade que a legislação de muitos países tem cada vez mais reconhecido as chamadas uniões estáveis. É uma triste constatação que o casamento está cada vez mais sendo desvalorizado na sociedade moderna ocidental. Todavia, esses movimentos no mundo e na cultura não são a bússola pela qual a Igreja determina seu norte - e sim a Palavra de Deus. Em muitas culturas a legislação tem sancionado coisas que estão em contradição com os valores bíblicos, como aborto, eutanásia, uniões homossexuais, uso de drogas, etc. A Igreja deve ter uma postura crítica da cultura, tendo como referencial a Palavra de Deus.

O João me disse ainda que você considera que o mais importante é o amor e a fidelidade, e que argumentou que tem muita gente casada mas infeliz e infiel para com o cônjuge. Ricardo, é um jogo perigoso tentar justificar um erro com outro. Gente casada que é infiel não serve de desculpas para quem quer viver com outra pessoa sem se casar com ela. Além do mais, como pode existir o conceito de fidelidade numa união que não tem caráter oficial nem legal, e que não teve juramentos solenes feitos diante de Deus e das autoridades constituídas? Mesmo que você e sua namorada façam uma "cerimônia" particular onde só vocês dois estão presentes e onde se casem a si mesmos diante de Deus - qual a validade disso? As promessas de fidelidade trocadas por pessoas não casadas têm tanto valor quanto um contrato de gaveta. Lembre inclusive que não é a Igreja que casa, e sim o Estado. Naqueles casamentos religiosos com efeito civil, o pastor ou padre está agindo com procuração do juiz.

Não posso deixar de mencionar aqui que na Bíblia o casamento é constantemente referido como uma aliança (veja Ezequiel 16:59-63). Deus é testemunha dessa aliança feita no casamento, a qual também é chamada de "aliança de nossos pais", uma referência ao caráter público da mesma (não deixe de ler Malaquias 2:10-16).

Não fiquei nem um pouco surpreso com seu outro argumento para fazer sexo com sua namorada, que foi "é importante conhecer bem a pessoa antes do casamento". Já ouvi esse argumento dezenas de vezes. E sempre o considerei uma burrice - mais uma vez, desculpe a franqueza. Em que sentido ter relações sexuais com sua namorada vai lhe dar um conhecimento dela que servirá para determinar se o casamento vai dar certo ou não? Embora o sexo seja uma parte muito importante do casamento, o que faz um casamento funcionar são os relacionamentos pessoais, a tolerância, a compreensão, a renúncia, o amor, a entrega, o compartilhar... você pode descobrir antes do casamento que sua namorada é muito boa de cama, mas não é o desempenho sexual de vocês que vai manter ou salvar seu casamento. Esse argumento parte de um equívoco fundamental com relação à natureza do casamento e no fim nada mais é que uma desculpa tola para comerem a sobremesa antes do almoço.

Agora, o pior argumento que ouvi do João foi que você disse "a graça de Deus tolera esse comportamento." Acho esse o pior argumento porque ele revela uma coisa séria em seu pensamento, que é tomar a graça de Deus como desculpa para um comportamento imoral. Esse sempre foi o argumento dos libertinos ao longo da história da igreja. O escritor bíblico Judas, irmão de Tiago, enfrentou os libertinos de sua época chamando-os de "homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Judas 4). Esse é o caminho de Balaão "o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição" (Apocalipse 2:14). É a doutrina da prostituta-profetisa Jezabel, que seduzia os cristão "a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos" (Apocalipse 2:20) e a conhecer "as coisas profundas de Satanás" (Apocalipse 2:24).

Como seu amigo e pastor, permita-me exortá-lo a cair fora dessa maneira libertina de pensar, Ricardo, antes que sua consciência seja cauterizada pelo engano do pecado (Hebreus 3:13). Ainda há tempo para arrependimento e mudança de atitude. A abstinência sexual é o caminho de Deus para os solteiros, e esse estilo de vida é perfeitamente possível pelo poder do Espírito, ainda que aos olhos de outros seja a coisa mais careta e retrógrada que exista. Se você realmente pensa em casar com a Raquel e constituírem família, o melhor caminho é pararem agora de ter relações e aguardarem o dia do casamento. Vocês devem confessar a Deus o seu pecado e um ao outro, e seguir o caminho da abstinência, com a graça de Deus.

Estou à sua disposição para conversarmos pessoalmente. Traga a Raquel também. Estou orando por vocês.

Um grande abraço,Pr. Augustus

Fonte: O Tempora! O Mores! via bereianos
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Desconstruindo Mitos sobre Calvino





Em 2009, comemorou-se 500 anos do nascimento de João Calvino. Na ocasião, Franklin Ferreira escreveu o texto abaixo para desconstruir muitos mitos à respeito deste reformador. A intenção não é colocar Calvino em um pedestal da perfeição, mas tirar alguns preconceitos da mente de muitas pessoas, talvez até da sua.
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Por Franklin Ferreira

Grande parte da cristandade celebra os 500 anos do nascimento de João Calvino neste ano. Infelizmente, as imagens populares que se tem do reformador francês são muitas vezes distorcidas, cercadas por mitos que não representam o verdadeiro Calvino e seu decisivo ministério de quase 25 anos na cidade suíça de Genebra. Na tabela abaixo, oferecemos ao leitor um rápido panorama dos principais mitos construídos em torno de Calvino, e o quadro real que emerge do estudo sério de sua vida e influência na igreja e sociedade ocidental.

Mito: Calvino inventou a doutrina da predestinação.

Fato: Entre outros, Agostinho, Anselmo, Aquino, Lutero e Zwinglio ensinaram e escreveram sobre a doutrina da predestinação antes de Calvino, enfatizando a livre graça de Deus triunfando sobre a miséria e escravidão ao pecado.

Mito: A doutrina da predestinação é central na teologia de Calvino.

Fato: Em seus escritos, especialmente nos comentários, Calvino trata do tópico quando o texto bíblico exige. E como alguns eruditos têm sugerido, o tema central de sua teologia parece ser a união mística do fiel com Cristo.

Mito: Calvino não tinha interesse em missões.

Fato: Entre 1555 e 1562 um total de 118 missionários foram enviados de Genebra para o exterior – um número muito superior ao de muitas agências missionárias da atualidade. E os primeiros mártires da fé evangélica nas Américas foram enviados por Calvino ao Brasil para encontrar um lugar de refúgio para os reformados perseguidos na Europa e evangelizar os índios.

Mito: A crença na predestinação desestimula a oração.

Fato: Calvino escreveu mais sobre a oração do que a predestinação nas Institutas, enfatizando a oração como um meio de graça por meio do qual a vontade de Deus é realizada e suas bênçãos são derramadas.

Mito: Calvino é o pai do capitalismo.

Fato: As forças que moldaram o capitalismo moderno já estavam presentes na cultura ocidental cerca de 100 anos antes da reforma. O que Calvino valorizou em seus escritos foi o estudo, o trabalho, a frugalidade, a disciplina e a vocação como meios de superar a pobreza. Ele não condenou a obtenção de lucros advindos do trabalho honesto.

Mito: Calvino foi o ditador de Genebra.

Fato: Ele tinha pouca influência sobre as decisões acerca do ordenamento civil da cidade e não tinha direito de voto em decisões políticas ou eclesiásticas no conselho municipal. Sua influência era persuasiva, por meio de seus sermões e escritos. Em países influenciados pelo pensamento calvinista não surgiram ditadores, nem nas esferas políticas muito menos nas eclesiásticas.

Mito: Calvino mandou matar Miguel Serveto.

Fato: Serveto foi executado por ordem do conselho municipal de Genebra por heresia, especialmente por negar a doutrina da Trindade. Ele havia sido condenado pelas mesmas razões por dois tribunais católicos, só escapando da morte por ter fugido da França. Inexplicavelmente ele foi para Genebra. No fim, todos os reformadores europeus apoiaram unanimemente a decisão do conselho de Genebra.

Mito: Os ensinos de Calvino são social e politicamente alienantes.

Fato: Pode-se ver a influência do pensamento de Calvino na revolução puritana de 1641 e na primeira deposição e execução de um rei tirano em 1649, na Inglaterra; no surgimento do governo republicano (com a divisão e alternância do poder, além de ênfase no pacto social); na revolução americana de 1776; na libertação dos escravos e na defesa da liberdade de imprensa.

Mito: Calvino não tinha interesse em educação.

Fato: Calvino não só inaugurou uma das primeiras escolas primárias da Europa como ajudou a fundar a Universidade de Genebra, em 1559. Algumas das mais importantes universidades do ocidente, como Harvard, Yale e Princeton foram fundadas por influência dos conceitos educacionais do reformador francês. A imagem permanente associada às igrejas reformadas é que estas sempre têm uma escola ao lado.

Mito: Os ensinos de Calvino não são bíblicos.

Fato: Calvino enfatizou fortemente a autoridade e prioridade das Escrituras e praticamente inaugurou o método histórico-gramatical de interpretação bíblica. Escreveu comentários sobre quase todo o Novo Testamento e grande parte do Antigo Testamento, além de milhares de sermões. E sua grande obra foi as Institutas da Religião Cristã, que seria “uma chave abrindo caminho para todos os filhos de Deus num entendimento bom e correto das Escrituras Sagradas”. O reformador francês lutou para que toda a sua cosmovisão estivesse debaixo da autoridade da Bíblia.

Não quero tratar Calvino de forma não-crítica ou iconográfica. Ele era consciente de suas fraquezas e pecados, e suas muitas orações preservadas dão testemunho de sua humildade e dependência da graça abundante de Deus em Jesus Cristo. O que almejo é levar o amado leitor a deixar de lado as caricaturas e ir direto à fonte, estudando e meditando nas obras de Calvino, reconhecendo-o e levando-o a sério como mestre da igreja (praeceptor eccleisiae). Os benefícios de tal estudo serão incalculáveis para sua vida e para aqueles ao seu redor.

Agradeço aos amigos Augustus Nicodemus e Solano Portela por sugestões acrescentadas a esta tabela.

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Com Quem me Casarei?


Por O. Palmer Robertson

Em algumas culturas atuais, o casamento é visto como algo de gerações passadas. Pais e avós podem ter se casado, mas a pessoas não querem mais se preocupar com o casamento. Se os costumes atuais da sociedade não fazem mais tal exigência, então, para que se incomodar com isto?

Já outras culturas vêem o casamento como algo quase que necessário para a vida, particularmente para as mulheres. A própria sobrevivência delas está atrelada ao fato de serem casadas.

Em quaisquer dos casos, muitas questões têm sido feitas pelo mundo moderno a respeito do casamento. Considere, pois, algumas perguntas sobre o assunto e o posicionamento das Escrituras sobre este tema.
1) O que é o casamento?
Se uma pessoa está pensando se casar, ela precisa ter algumas idéias sobre aquilo com que ela está se envolvendo. Então, o que é mesmo o casamento?

Algumas pessoas considerariam o casamento como um contrato de conveniência pessoal. Se este contrato se adequa ao gosto do casal ou faz com que as aspirações do mesmo progridam, então é bom que haja o casamento. Mas se esta for a visão adotada, o resultado será desapontamento ou desastre. No momento em que o casamento se tornar um empecilho para um das partes ou para o casal, existirá razão suficiente para que este laço sagrado seja desfeito. Em algumas culturas, se a esposa não cozinha bem, o marido se acha no direito de pedir o divórcio e tudo está assim acabado. Em outras culturas, se uma mulher encontra um outro homem mais atencioso, ela pode facilmente terminar o seu casamento.

Mas as pessoas ficam profundamente magoadas quando um relacionamento se desfaz, mesmo que seja um “casamento de conveniência”. Há algo sobre a união de duas pessoas que gera, cria interconexões de corpos e almas, e sociedades que não podem ser facilmente dissolvidas. As crianças nascidas de um casamento naturalmente se identificam com o “pai” e a “mãe”, de forma que ninguém mais pode ocupar estes lugares.

Há ainda outra resposta para a pergunta inicial, “O que é o Casamento?”. O casamento é um laço entre duas pessoas, misterioso e ordenado por Deus, que não deveria jamais ser quebrado enquanto as duas pessoas viverem. Há algo sobre a união física, os compromissos sociais e a vinculação dessas duas almas que desafia uma simples separação. O casamento é uma maravilha, um mistério, uma beleza que apenas o Deus Criador poderia ter desenhado, e ninguém deveria separar aquilo que Deus uniu (Mateus 19:6).

Mas, e se um casamento vier a se dissolver? Se você tem alguma culpa, confesse isto para Deus com espírito de verdadeiro arrependimento. Suplique o perdão com base na morte sacrificial do Filho de Deus pelos pecadores. Se você é a parte inocente, olhe para Deus como o seu Pai celestial que providencia o conforto e o cuidado para todos aqueles que são os seus filhos. Uma segunda questão naturalmente surge...

2) Por que eu deveria casar?
Se uma pessoa nunca pode sair de um casamento que contraiu, por que correr o risco de entrar no casamento? Não seria mais seguro permanecer solteiro, descomprometido, livre dos laços inquebráveis do casamento? Por que não apenas desfrutar de relacionamentos que naturalmente chegarão ao fim algum dia e manter-se descomprometido das intenções de longo prazo? Desta forma a separação não machucará tanto, principalmente quando ela vem eventualmente.
O raciocínio da falta de fé ou incredulidade segue exatamente a mesma linha. Mesmo os discípulos de Jesus expressaram sérias reservas quanto ao casamento (Mateus 19:10). Se você não tem fé nas boas novas de que Jesus pode redimir, reconciliar e reformar pecadores egoístas como você e seu possível cônjuge, então pode muito bem concluir que você nunca deveria se casar. O risco é grande demais. E a alternativa de liberdade pessoal é bastante atraente.
Mas não se engane em pensar que qualquer coisa pode substituir os duradouros compromissos inerentes ao casamento. Não se entregue a intimidade sexual fora de tais compromissos, pois eles são necessários para um apropriado vínculo de corpo e alma. A ordem do dia é a de que pessoas têm o direito de “viver juntas” e depois ir embora ao bel-prazer, sem que obrigações duradouras existam. Entretanto, aos olhos de Deus, a união de duas pessoas é sagrada e requer a permanência ou estabilidade de compromissos.

A despeito do escárnio da era pós-moderna, o soberano Deus Criador ainda considera que pessoas que estão engajadas em práticas sexuais ilícitas estão vivendo em fornicação. E tanto os indivíduos como as nações devem se arrepender desta prática.
Uma resposta mais positiva a esta segunda questão, “Por que eu deveria casar?” merece a sua consideração. Esta outra resposta remonta às raízes da existência humana. Deus, de forma intencional, fez o homem de maneira que não seria bom que ele estivesse sozinho (Gênesis 2:18). Deus criou o homem completo, mas viu que ele precisaria de uma companheira, uma ajudadora, uma esposa com quem pudesse compartilhar toda a sua vida. O Criador desenhou o homem e a mulher para o casamento.

Por esta razão você pode sim correr o risco. Vá em frente e se case!

É claro que há legítimas exceções para o celibato dentro deste princípio básico. A primeira é que o homem foi originalmente formado sem que ele tivesse uma esposa. Quanto tempo ele passou na condição de solteiro não nos é dito. Mas um ser humano pode viver muito bem sem estar casado. Homem e mulher são capazes de ter vidas profundamente realizadas ainda que na condição de solteiros. Na verdade, praticamente quase todo mundo passa anos significativos de suas vidas adultas sem estar casados.

Mas Deus fez homem e mulher para que, na maioria dos casos, eles se casassem. Não há melhor explicação a ser oferecida para este fenômeno universal que é o casamento. Tanto para o bem estar das pessoas, quanto para os propósitos do Criador, as pessoas deveriam se casar. O instinto natural dos seres humanos os conduz nesta direção. Desta forma, a próxima pergunta óbvia é a seguinte...

3) Com quem eu deveria casar?
A resposta inicial para esta questão é: case com quem você quer casar! Se as circunstâncias são favoráveis, case-se com a pessoa de sua escolha. Por que alguém se casaria com uma pessoa com a qual ela não quer casar? Obviamente muitos fatores contribuem para que um casamento se torne possível. A prática cultural exerce um papel vital no casamento. Algumas famílias, tribos, ou grupos sociais achariam difícil ou impossível o casamento com pessoas de certas comunidades. Questões tais como escolaridade, riqueza, idade, saúde, vocação, temperamento e contatos sociais exercerão papel na escolha da pessoa com a qual você vai casar. Mas o princípio básico permanece: case-se com a pessoa que você quer casar, supondo que todas as circunstâncias sejam favoráveis.

Em situações difíceis, uma pessoa pode se encontrar casada com alguém com a qual não desejaria estar casada. Em algumas culturas, casamentos são encomendados, de forma que os desejos da pessoa não são adequadamente consultados. Em outras situações, pressões diversas podem induzir duas pessoas a se casarem. Quando estas circunstâncias não podem ser evitadas, as pessoas envolvidas devem depositar completa fé em Deus, acreditando que Ele tem a saída para a mais difícil das situações.

Deve-se salientar também que pelos desígnios de Deus todas as pessoas podem estar legitimamente casadas e receberem assim as Suas bênçãos. Por outro lado, pela determinação do soberano e gracioso Deus, algumas pessoas que desejam muito se casar podem jamais vir a encontrar a pessoa certa para elas.

Um princípio, entretanto, deve sempre reger o matrimônio de um cristão. Ele ou ela deve sempre se casar com outro cristão. Um crente não deve jamais se por em jugo desigual com um incrédulo. Se as circunstâncias favorecem, case-se com quem você quer casar. Mas se você é nova criatura em Cristo, certifique-se de que está casando com um outro cristão.
Há ainda situações em que um cristão está casado com um incrédulo (1 Coríntios 7:14). Você pode se encontrar nesta situação por ter se convertido a Cristo depois do casamento. Ou talvez seu cônjuge tenha “enganado” você, pois ele parecia ser um verdadeiro cristão quando vocês se casaram. O que fazer agora?

Continue acreditando nas escolhas de Deus para a sua vida. Lembre-se que um cônjuge incrédulo pode vir a se converter por causa do procedimento cristão do outro cônjuge (1 Pedro 3:1). Isto já aconteceu algumas vezes e poderá acontecer novamente. Mas se isso não ocorrer, você ainda pode glorificar a Deus grandemente através de uma vida de fé, dentro deste relacionamento conjugal ordenado por Deus.

Muitos fatores contam na hora da escolha de um cônjuge. Busque o conselho de familiares ou amigos cristãos que lhe conhecem bem. Reflita cuidadosamente em como o casamento contribuirá para que vocês sirvam a Deus mais efetivamente. Faça uma avaliação realística de sua situação financeira e acadêmica. Certamente que o misterioso fator “amor” não deve ser desprezado. Mas lembre-se: o amor pode começar antes do casamento, mas há casos em que ele começa depois do casamento. Qualquer que seja o caso, o cultivo do amor fará com que seu fervor se intensifique ao longo da vida. E agora, a pergunta final pode ser perguntada... 
      
4) E se eu casar?
Primeiro, se você se casar, reconheça que a comunidade em geral tem um legítimo interesse na sua união. De fato, praticamente todas as sociedades reconhecem a existência da coabitação marital. Nestes casos, casais que vivem juntos há certo período de tempo são considerados “casados” pelas autoridades locais.  Em nenhum trecho da Bíblia Deus requer uma “cerimônia de casamento”. Ainda assim, o núcleo fundamental da sociedade é encontrado nas unidades familiares. Por esta razão, o casamento não deveria ser visto como algo privado. E o reconhecimento do casamento pelo Estado é algo totalmente apropriado.

É perfeitamente legítimo que pessoas simplesmente se casem na presença de uma autoridade representativa do governo local. Nada na lei de Deus proíbe tal formalidade. Mas na maioria dos casos, o melhor lugar para um cristão se casar é na presença de família e amigos, diante da igreja que é o corpo de Cristo.

Segundo, entrando agora num nível mais pessoal, espere algumas surpresas após o casamento. A pessoa com quem você se casou pode não corresponder as suas expectativas. Mas a benção de Deus é assegurada a todos aqueles que fielmente seguem as ordenanças de Sua lei, Sua graça e providência. Tempos de provação virão. Desafios surgirão. Mas fique certo de que a pessoa com quem você está casada é a pessoa que Deus planejou que você casasse, apesar das circunstâncias difíceis vivenciadas.

Terceiro, antecipe um enriquecimento ilimitado em sua vida ao se casar. A união de duas pessoas em uma só pode duplicar ou até mesmo triplicar o potencial de realização pessoal dos cônjuges durante o tempo em que, juntos, eles “exploram” o vasto mundo que Deus criou.  Interesses diferentes, talentos, dons e diferentes perspectivas sobre a vida só têm a ampliar os horizontes de ambos os cônjuges no casamento. O potencial humano para dar e receber amor possui uma profundidade tal que não pode ser compreendida nesta nossa curta existência.

E mais, é difícil calcularmos a totalidade de bênçãos que um casal pode experimentar em termos do crescimento no conhecimento de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus Espírito Santo. Não foi por acidente que Jesus realizou o seu primeiro milagre, a transformação de água em vinho, durante um casamento em Caná da Galiléia (João 2: 1-11).  Com este milagre, o Filho de Deus mostrou seu intento de enriquecer o vínculo matrimonial através da benção ímpar de Sua presença e poder. O casamento terreno revela novas medidas da graça e glória de Deus para aqueles que são feitos um nEle, na medida em que espelha a mais perfeita união de Deus com o seu povo.
     
Em conclusão, o grande desafio de nossos dias é o de irmos contra a correnteza.

Muito do que as sociedades modernas estabelecem hoje vai de encontro ao casamento, nos termos em que ele é ordenado pelo Senhor. Mas pela fé em Deus o Criador e em Cristo o Redentor, as alegrias e bênçãos do casamento podem ser vivenciadas mesmo num mundo que tem se tornado moderno demais.

Dr. O. Palmer Robertson é: Professor de Teologia no African Bible College, caixa postal 1028, Lilongwe, Malawi. Professor de Velho Testamento no Knox Theological Seminary, 5554 N. Federal Highway, Fort Lauderdale, Flórida 33308, EUA.

Fonte: os puritanos

Pedro, a pedra e os católicos




Por - David K. Lowery

Talvez o que é dito sobre Pedro, após sua confissão de Jesus como Cristo (16.16), seja instrutivo para responder a essa questão. Jesus, após uma explica­ção da capacitação divina por trás da capacidade de Pedro de fazer essa confissão (v. 17), faz duas declarações a respeito desse apóstolo. Jesus, em um jogo com o nome de Pedro em que usa a palavra grega para pedra (petra), diz: “ [...] Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (v. 18).

Há pouco debate em relação a essa última afirmação ser uma palavra de garantia de que a igreja durará até o retorno de Jesus, mesmo em face da oposição de Satanás. Mas qual é o sentido da primeira parte da declaração? Jesus dizia, aqui, que Pedro seria a fundação da igreja primitiva? Esse texto (associado ao versículo seguinte) é usado pelos intérpretes ca­tólicos romanos para sustentar a visão de que Pedro foi o primeiro papa. Um corpo de interpretação protestante, um contra-argumento à interpretação dos católicos romanos, desenvolveu o argumento de que a “pedra” a que Jesus se refere não é Pedro, mas, antes, a confissão deste de que Jesus é o Cristo. Não há nada inerentemente improvável nessa segunda proposta e pode-se montar um bom caso para essa interpretação.

Todavia, a leitura mais natural do texto é entender que o jogo de palavras aponta para Pedro como a pedra. Mas em que sentido ele é a fundação sobre a qual a Igreja é edificada? A resposta a essa pergunta exige o exame do versículo seguinte, a declaração adicional de Jesus a respeito de Pedro: “E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (16.19).

A segunda parte dessa declaração (o ligar e o desligar) aparece, de novo, em 18.18, em relação aos discípulos em geral. Isso pode indicar que, aqui, Pedro funciona como o porta-voz ou representante dos discípulos. Se esse for o caso, ele não seria o único beneficiário dessa bênção, mas compartilharia o papel com os outros discípulos. Todavia, as chaves dos céus são dadas a Pedro. Qual é a relevância das cha­ves? Elas abrem e fecham portas (cf. Lc 11.52). Mateus fornece pouca indicação de como Pedro deve exercer essa autoridade. O livro de Atos, que dá atenção ao desenvolvimento da Igreja Primitiva, registra o papel de Pedro de proclamar o evangelho tanto para judeus como para gentios. Sob essa luz, torna-se claro o papel dado a Pedro por Jesus.

No dia de Pentecostes, Pedro pregou o evangelho para os judeus, e três mil creram (At 2). No nascimento da Igreja, Pedro atuou como o primeiro “porteiro”. Quando ele proclamou o evangelho que “em nome de Jesus Cristo [vocês podem encontrar] perdão dos pecados” (2.38), muitos creram e foram

batizados. Por meio do ministério de Pedro, abriu-se a porta para muitos judeus que, pela fé em Cristo, foram acrescentados à Igreja. Pedro também foi o primeiro porteiro para os gentios (At 10). Pedro, con­vidado por Cornélio a ir a sua casa e preparado por Deus para fazer isso, foi. Lá, Pedro prega o evangelho, e muitos crêem e são trazidos para o Reino dos céus. Em ambos os casos, foi Pedro quem iniciou essa nova fase de proclamação do evangelho e abriu a porta para judeus e gentios.

Nesse âmbito, Pedro atuou como a pedra sobre a qual a Igreja foi edificada. Ele proclamou o evangelho, com a autoridade inerente à mensagem dada a ele, e o perdão dos pecados para todos que crerem — primeiro para os judeus, mas também para os gentios. Nesse sentido, os pecados que ele proclamou des­ligados pela fé em Cristo foram desligados. Para aqueles que se recusaram a crer, os pecados que os prendiam permaneceram (cf. At 2.40). Dessa forma, Pedro era o porta-voz de Deus para judeus e gentios, papel para o qual foi designado por Jesus mesmo.

Pedro foi o único a desempenhar esse papel? Sim, no sentido de que ele foi o primeiro, mas outros também proclamaram o evangelho. Paulo, por exemplo, tam­bém pregou o evangelho. Ele também abriu a porta da fé para judeus e gentios (por exemplo, At 14.1). Assim, a fundação da Igreja não foi lançada apenas por Pedro. Nesse sentido, as palavras de Paulo para os efésios, em que ele descreve a Igreja como edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20), são relevantes. Pedro, de fato, foi o primeiro orador da Igreja a pregar para judeus e gentios, mas não foi o último. Nem sua autoridade era única. Outros podiam proclamar com autoridade que aqueles que criam no Evangelho podiam ter certeza de que seus pecados eram perdoados e afirmar com igual certeza que os que rejeitavam a mensagem do evangelho faziam isso para seu próprio risco e permaneceriam presos a seu pecado (cf. At 13.38-41).

Todavia, nada pode mudar o fato de que Pedro foi o primeiro porteiro do Reino para ju­deus e gentios. É esse papel que Mateus descreve nessas palavras de Jesus sobre Pedro, e este se tornou o pioneiro para muitos que seguiram seu exemplo.

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Extraído de: Teologia do Novo Testamento - Editor Roy B. Zuck - CPAD 1ª Edição, 2008. pp. 55-57. Teologia de Mateus por David K. Lowery

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