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segunda-feira, 25 de junho de 2012

JOÃO CALVINO COMO PROFESSOR DE EVANGELISMO


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Por Dr. J.R. Beeke

Não poucos estudiosos ficam surpresos com o título deste artigo. Alguns poderão dizer que o catolicismo romano manteve a tocha evangelística do Cristianismo via as poderosas forças do Papado, dos monastérios, e da monarquia, enquanto Calvino e os outros Refor-madores tentaram extingui-la.[1] Outros irão afirmar que João Calvino (1509-1564), o pai da doutrina e teologia Reformada e Presbiteriana, foi preponderantemente responsável pelo ressurgimento da tocha do evangelismo bíblico durante a Reforma.[2]

Alguns ainda irão creditar a Calvino ser o pai teológico do movimento missionário Reformado.[3] Visões da atitude de Calvino sobre o evangelismo e missões tem ido desde ao moderado, ao rico suporte do lado positivo,[4] até quase um silêncio indiferente e ativa oposição do lado negativo.[5]

Aqueles que vêm o evangelismo de Calvino negativamente são:
- Pessoas que falham em estudar os escritos de Calvino antes de tirarem suas conclusões.
- Pessoas que falham em entender a visão do evangelismo de Calvino em seu próprio contexto histórico.
- Teólogos que trazem preconcebidas noções sobre Calvino no escopo de sua teologia.
- Críticos, entre os quais estão aqueles que afirmam que a doutrina da eleição exposta por Calvino nega o Evangelismo.

Para chegar corretamente à visão de Calvino sobre evangelismo, temos que entender o que ele mesmo tem a dizer sobre esta matéria. Nós devemos olhar pelo completo escopo da visão de Calvino, tanto no seu ensinamento como na sua prática. Neste artigo, nós iremos imaginar as referências ao evangelismo nas Institutas da Religião Cristã, nos seus comentários, sermões e cartas. Então, talvez, em futuros artigos, nós possamos olhar o trabalho evangelístico de Calvino (1) em seu rebanho, (2) em seu período na cidade de Genebra, (3) na grande Europa, e (4) em oportunidades de missões além mar. Como iremos ver, Calvino foi mais evangelista do que é geralmente reconhecido. Através de sua instrução e prática, ele reacendeu a tocha do evangelismo bíblico e reformado, centrado em Deus.

Como era o ensinamento evangelístico de Calvino? Em que sentido ele exortava os crentes a procurarem a conversão de todas as pessoas, inclusive aqueles que estavam dentro da Igreja, como também daqueles que estavam fora dela, no mundo?

Assim como os outros Reformadores, Calvino ensinava evangelismo, de forma geral, por meio da proclamação do evangelho e pela reforma da igreja de acordo os requisitos bíblicos. Mais especificamente, Calvino ensinou o evangelismo enfocando a universalidade do Reino de Cristo e a responsabilidade dos cristãos em cooperarem na extensão deste Reino.

A universalidade do Reino de Cristo foi um tema freqüentemente repetido no ensinamento de Calvino.[6] Nestes ensinamentos ele dizia que todas as Três Pessoas da Trindade estão envolvidas na propagação do Reino. O Pai não irá mostrar “apenas em um canto, o que a verdadeira religião é, mas Ele enviará Sua voz aos limites extremos da terra”.[7] Jesus veio “para estender Sua graça sobre todo o mundo”.[8] E o Espírito Santo descendo para “alcançar todos os confins e extremidades do mundo”.[9] Em suma, uma incontável multidão “a qual será levantada por toda a terra”, irá ser nascida de Cristo.[10] E o triunfo do reino de Cristo irá se tornar manifesto em qualquer lugar entre as nações.[11]

Como irá o Deus Trino estender o seu reino através do mundo? A resposta de Calvino envolve tanto a soberania de Deus como nossa responsabilidade. Ele diz que a obra do evangelismo é obra de Deus e não nossa, mas que Ele usará os Seus servos como Seus instrumentos. Citando a parábola do semeador, Calvino explica que Cristo semeia a sua palavra de vida em todo o lugar (Mt 13:24-30), fazendo crescer Sua Igreja não por meios humanos, mas pelo poder celestial.[12] O evangelho “não cai das nuvens como chuva”, no entanto ele é “trazido pelas mãos de homens que vão onde Deus os mandou”.[13] Jesus nos ensina que Deus “usa o nosso trabalho e nos impulsiona para ser Seus instrumentos no cultivo do Seu solo”.[14] O poder reside em Deus, mas Ele revela a Sua salvação através da pregação do evangelho.[15] O evangelismo de Deus causa o nosso evangelismo.[16] Nós somos os seus cooperadores, e Ele nos permite participar da “honra de constituir Seu Filho governador do mundo inteiro”.[17]

Calvino ensinou que o método ordinário de “tornar coletiva a igreja” é por meio da voz exterior dos homens; “porque Deus mesmo pode trazer por sua secreta influência, no entanto ele ainda emprega a agência do homem e desperta em nós uma ansiedade sobre a salvação um do outro”.[18] Calvino vai mais longe, chegando a dizer: “Nada retarda mais o progresso do Reino de Cristo do que a insuficiência dos ministros”.[19] Embora a palavra final não seja por nenhum esforço humano. É o Senhor, diz Calvino, que faz “a voz do evangelho ressoar não apenas em um lugar, porém longe e amplamente através do mundo inteiro”.[20] O evangelho não é pregado ao acaso às nações, mas pelo decreto de Deus.[21]

De acordo com Calvino, esta ligação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana no evangelismo oferece as seguintes lições:

1. Como evangelistas reformados, nós devemos orar diariamente pela extensão do reino de Cristo. Como Calvino disse: “Nós devemos diariamente desejar que Deus reúna as igrejas para Ele mesmo, de todos os lugares da terra”.[22] Desde que Deus se apraz em usar nossas orações para completar os Seus propósitos, devemos orar pela conversão dos pagãos.[23] Calvino escreve: “Isto deve ser um objetivo em nossos desejos diários, de que Deus reúna as igrejas para Ele mesmo de todas as nações do mundo; que possa ampliar o seu número, enriquecê-las com dons e estabelecer uma ordem legítima entre elas”.[24] Através da oração diária para que venha o reino de Deus, nós “professamos que somos servos e filhos de Deus profundamente comprometidos com Sua reputação”.[25]

2. Nós não devemos ficar desencorajados pela falta de sucesso visível no esforço evangelístico mas devemos persistir orando. “Nosso Senhor exercita a fé dos Seus filhos; é por isso que Ele não faz tão facilmente com Sua mão as coisas que Ele prometeu. Isso é uma coisa especialmente aplicada ao reino de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Calvino escreve: “Se Deus passa todo um dia ou um ano [sem nos dar frutos], isto não é para nós desistirmos, ao contrário devemos orar e não duvidar que Ele ouve a nossa voz”.[26] Devemos nos manter em oração, crendo que “Cristo irá manifestadamente exercitar o poder que lhe foi dado para a nossa salvação e para a salvação do mundo inteiro”.[27]

3. Nós devemos trabalhar diligentemente pelo aumento do reino de Cristo sabendo que nosso trabalho não será em vão. Nossa salvação obriga-nos a trabalhar pela salvação dos outros. Calvino diz: “Nós fomos chamados por Deus nesta condição, para que cada um possa posteriormente levar outros à verdade, para restaurar os desgarrado ao caminho certo, para estender a mão de ajuda aos caídos, e dar o que temos ganhado àqueles que não têm”.[28] No entanto, não é suficiente para cada homem estar ocupado com outras maneiras de servir a Deus. “Nosso zelo deve ser ampliado para trazer outros homens”. Devemos fazer tudo, dentro de nossa capacidade, para trazer todos os homens da terra para Deus”.[29]

Existem muitas razões porque temos que evangelizar. Calvino oferece as seguintes:

- Deus nos manda fazer isso. “Devemos nos lembrar que o evangelho é pregado não apenas pela ordenança de Cristo, mas pela Sua argüição e direcionamento”.[30]
- Deus nos direciona pelo exemplo. Como nosso gracioso Deus fez conosco, nós devemos estar com nossos “braços estendidos, como Ele fez, aos que estão fora” de nós.[31]
- Nós queremos glorificar a Deus. Verdadeiros cristãos desejam estender a verdade de Deus por todo lugar e assim “Deus estará sendo glorificado”.[32]
- Nós queremos agradar a Deus. Como Calvino escreveu: “É um sacrifício de agradecimento a Deus contribuir para a propagação do Evangelho”.[33] Para cinco estudantes que foram sentenciados a morte por pregarem na França, Calvino escreveu: “Vendo que [Deus] emprega as suas vidas em tão sublime causa como o de serem testemunhas do evangelho, não duvidem que isto é precioso para Ele”.[34]
- Nós temos um dever para com Deus. “É muito justo que devamos labutar para o aprofundamento do progresso do evangelho”, disse Calvino.[35] “É nosso dever proclamar a bondade de Deus a cada nação”.[36]
- Nós temos um dever para com os pecadores. Nossa compaixão para com os pecadores deve ser intensificada por nosso conhecimento de que “Deus não pode ser sinceramente invocado por qualquer outra pessoa senão por aquelas a quem, por meio da pregação do evangelho, foram dados conhecer Sua bondade e ternos sentimentos”.[37] Conseqüentemente, cada encontro, com outros seres humanos deve nos motivar a traze-los ao conhecimento de Deus”.[38]
- Nós estamos gratos a Deus. Aqueles que estão em débito com a misericórdia de Deus estão constrangidos a se tornar, como o salmista, um verdadeiro “publicitário” da graça de Deus a todos os homens.[39] Se a salvação é possível para mim, um grande pecador, então é possível para os outros também. Se eu não evangelizo, sou uma contradição. Como diz Calvino: “Nada pode ser mais inconsistente no que concerne à natureza da fé que aquela indiferença que leva um homem a desprezar seus irmãos e manter a luz do seu conhecimento... apenas em seu próprio coração”.[40] Nós devemos, em gratidão, trazer o evangelho para outros, não parecendo assim, indiferentes ou ingratos a Deus pela nossa própria salvação.[41]

Calvino nunca defendeu que a tarefa missionária estava completa com os Apóstolos. Ao invés disso, ele ensinou que cada Cristão deve testificar pela Palavra o ato da graça de Deus a qualquer um que ele encontrar.[42] A afirmação de Calvino do sacerdócio universal de todos os crentes envolve a participação da igreja, no mistério profético, sacerdotal e real. Ele comissiona os crentes a confessarem o nome de Cristo a outros (tarefa profética), para orar pela salvação deles (tarefa sacerdotal), e para discipliná-los (tarefa real). Isto é a base para a poderosa atividade evangelística por parte da igreja viva “até os confins da terra”.[43]

Dr. J.R. Beeke é pastor da Congregação Reformada de linhagem Holandesa Heritage Netherlands em Grand Rapids, Michigam (USA). Presidente e Professor de Teologia Sistemática e Homilética no Puritan Reformed Theological Seminary e um prolífico autor.

Edição: Manoel Canuto
Edição gráfica: Heraldo Almeida
Fonte: [ Os Puritanos ]


Notas:

1 William Richey Hogg, “The Rise of Protestant Missionary Concern, 1517-1914”, in Theology of Christian Mission, ed. G. Anderson (New York: McGrawHill, 1961, pp. 96-97
2 David B. Calhoun, “John Calvin: Missionary Hero or Missionary Failure?”, Presbuterion 5, 1 (Spr 1979): 16-33 — to which I am greatly indebted in this article; W. Stanford Reid, “Calvin’s Geneva: A Missionary Centre”, Reformed Theological Review 42,3 (1983): 65-74.
3 Samuel M. Zwemer, “Calvinism and the Missionary Enterprise”, Theology Today 7, 2 (July 1950): 206-216; J. Douglas MacMillan, “ Calvin, Geneva, and Christian Mission”, Reformed Theological Journal 5 (Nov 1989): 5-17.
4 Johannes van den Berg, “Calvin’s Missionary Message”, The Evangelival Quartely 22 (1950): 174-87; Walter Holsten, “Reformation und Mission”, Archiv für Reformationsgeschichte 44,1 (1953): 1-32; Charles E. Edwards, “Calvin and Missions”, The Evangelical Quartely 39 (1967): 47-51; Charles Chaney, “The Missionary Dynamic in the Theology of John Calvin”, Reformed Review 17,3 (Mar 1964): 24-38.
5 Gustav Warneck, Outline of a History of Protestant Mission (London: Oliphant Anderson & Ferrier, 1906), pp. 19-20.
6 John Calvin, Commentaries of Calvin (Grand Rapids: Eerdmans, 1950ff.), on Psalm 2:8, 110:2, Matt. 6:10, 12:31,John 13:31. (Hereafter the format, Comentary on Psalm 2:8, will be used).
7 Commentary on Micah 4:3.
8 John Calvin, Sermons of M. John Calvin on the Epistles of S. Paule to Timothy and Titus, trans. L. T. (Edinburgh: Banner of Truth Trust reprint, 1983), sermon on 1 Timothy 2:5-6, pp. 161-72.
9 Commentary on Acts 2:1-4.
10 Commentary on Psalm 110:3.
11 T.F. Torrance, Kingdom and Church (London: Oliver and Boyd, 1956), p. 161.
12 Commentary on Matthew 24:30.
13 Commentary Romans 10:15.
14 Commentary Matthew 13:24-30.
15 John calvin, Institutes of the Christian Religion, ed. John T. McNeill and trans. Ford Lewis Battles (Philadelphia: Westminster Press, 1960), Book 4, chapter 1, section 5. )Hereafter the format, Institutes 4.1.5, will be used).
16 Commentary on Romans 10:14-17.
17 Commentary on Psalm 2:8.
18 Commentary on Isaiah 2:3.
19 Jules Bonnet, ed., Letters of Calvin, trans. David Constable and Marcus Robert Gilchrist, 4 vols. (New York, reprint), 4:263.
20 Commentary on Isaiah 49:2.
21 Commentary on Isaiah 45:22.
22 Institutes 3:20.42.
23 Sermons of Máster John Calvin upon the Fifthe Book of Moses called Deuteronomie, trans. Arthur Golding (Edinburgh: Banner of Truth Trust reprint, 1987), sermon on Deuteronomy 33:18-19. (Hereafter Sermon on Deuteronomy 33:18-19).
24 Institutes 3:20.42.
25 Institutes 3:20.43.
26 Sermon on Deuteronomiy 33:7-8.
27 Commetary on Micah 7:10-14.
28 Commetary on Hebrews 10:24.
29 Sermon on Deuteronomiy 33:18-19.
30 Commentary Matthew 13:24-30.
31 John Calvin, Sermons on the Epistle to the Ephesians, trans. Arthur Golding (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1973), sermon on Ephesians 4:15-16.
32 Bonnet, Letters of Calvin, 4:169.
33 Bonnet, Letters of Calvin, 2:453.
34 Bonnet, Letters of Calvin, 2:407.
35 Bonnet, Letters of Calvin, 2:453.
36 Commentary on Isaiah 12:5.
37 Institutes 3:20.11.
38 Sermon on Deuteronomiy 33:18-19
39 Commentary on Psalm 51:16.
40 Commentary on Isaiah 2:3.   
41 Sermon on Deuteronomiy 24:10-13.
42 Institutes 4.20.4.
43 Sermon on Deuteronomiy 18:9-15
 
 .

GRITOS DE SOCORRO



“Vivo o tempo todo no limiar da derrota.”
Eugene Peterson

Eugene Peterson, 80 anos, professor emérito de teologia da espiritualidade no Regente College, em Vancouver, Canadá, é autor de vários livros e de uma paráfrase contemporânea da Bíblia, intitulada “A Mensagem”, publicada no Brasil pela Editora Vida.
 
Além de confessar que vive “o tempo todo no limiar da derrota”, Peterson é suficientemente honesto para acrescentar: “Coloco todos os dias o amor em risco. Não há nada em que eu seja pior do que em amar. Saio-me muito melhor na competição que no amor. Sou muito melhor em responder a meus instintos e ambições de ir na frente e deixar minha marca do que em entender como amar meu semelhante. Estou treinado e preparado em habilidades egoístas, em fazer coisas à minha maneira” (“Um Ano com Eugene Peterson”, p. 35).
 
Por causa desse risco e de muitos outros, que variam de pessoa para pessoa, não há quem não precise fazer orações diferentes daquelas que fazemos normalmente. Elas seriam como gritos de socorro, orações humildes, precisas e até mesmo radicais. Elas são necessárias em vista da natureza humana que nunca muda. Estamos sempre sujeitos a impulsos pecaminosos, que vêm, vão e voltam. Não se pode negar nem subestimar as “forças espirituais do mal que vivem nas alturas” (Ef 6.12). Vez por outra nos encontramos em uma circunstância sufocante. A soma dos acontecimentos nos leva aochamado “dia mau” (Ef 6.13), quando a batalha entre a carne e o Espírito toma grandes proporções.
 
Todos temos capacidade positiva (quando ela nos conduz para o bem) e capacidade negativa (quando ela nos conduz para o mal). Somos capazes de realizar coisas incríveis de um lado ou de outro. Temos coragem tanto para entregar nosso corpo para ser queimado em benefício do nome de Jesus quanto para negar o nome dele em sua presença e no momento em que ele mais precisa de nós.
 
Uma pessoa pode assassinar o próprio irmão por causa de uma explosão de inveja, a exemplo de Caim (Gn 3.10). Pode matar toda a população masculina de uma cidade por causa de uma explosão de vingança, a exemplo de Simeão e Levi (Gn 34.25). Pode roubar uma bela capa babilônica, 200 barras de prata e uma barra de ouro por causa de uma explosão de ganância, a exemplo de Acã (Is 7.21).
 
A falta de domínio próprio na área da sexualidade levou os homens de Sodoma, “tanto os moços como os velhos”, a cercar a casa de Ló para ter relações sexuais com os anjos que ele hospedava (Gn 19.4-5). Levou Rubem a deitar-se com a mãe de Dã e Naftali, seus irmãos por parte de pai (Gn 35.22). Levou a mulher de Potifar a caluniar José, porque ele se negou a ir para a cama com ela (Gn 39.7-20). Levou Davi, o cantor de Israel, a deitar-se com Bate-Seba, esposa de Urias, um dos seus trinta valentes (2Sm 11.2-4). Levou Amnom a forçar e violentar Tamar, sua irmã por parte de pai (2Sm 13.10-14). Levou o cristão de Corinto a possuir a própria madrasta, o mesmo crime de Rubem (1Co 5.1). O apóstolo Pedro declara que os falsos mestres com os quais ele lidava agiam por instinto, como animais selvagens, e não podiam “ver uma mulher sem a desejarem” (2Pe 2.14).
 
De sã consciência, ninguém tem condições de dizer que pode dispensar as orações radicais de livramento. Principalmente aqueles que conseguiram, a duras penas, deixar o álcool, as drogas, a pornografia e a prostituição, quando tremendamente tentados a voltar à antiga dependência. Em meio a essa dura batalha, precisamos olhar para os montes e clamar: “De onde virá o meu socorro?” (Sl 121.1).
 
As orações radicais nunca serão feitas por pessoas presunçosas e autossuficientes, incapazes de admitir a sua fragilidade. Porém, quando reconhecem que não conseguem negar-se a si mesmas no “dia mau”, elas dobram os joelhos e fazem as tais orações:
Ó Deus, derrota-me! Destrona-me! Dobra-me! Esmaga-me! Submete-me! Vence-me! Amém e amém!
Diretor-fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato, Elben César é autor de, entre outros, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para Melhor Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do. Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Ex-presidente da Associação de Missões do Terceiro Mundo e fundador do Centro Evangélico de Missões, do qual é presidente de honra, é também jornalista e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa

domingo, 24 de junho de 2012

OS CARISMÁTICOS BRASILEIROS



Por Felipe Medeiros
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
(2 Pedro 1:20-21)
No evageliquês brasileiro, não foi difícil encontrar certos comentários nos blogs reformados, em que aquele que comenta pergunta coisas como “quantas almas já ganhou para Cristo” , “fale de uma coisa que você conhece” , “não toque no ungido de Deus” ou “você é um frustrado que nunca falou em línguas ou não possuí dom de profecia” , etc. Os artigos que geraram tais comentários são aqueles que falam algo sobre megapastores “ungidos” de nossa atualidade, ou que falam sobre monergismo e sinergismo, calvinismo, dom espirituais. As agressões que esses comentários contém são as mais absurdas e demonstram a falta de leitura da bíblia e em função disto, uma conseqüente interpretação pessoal acerca de assuntos tratados no Santo Livro.
Infelizmente as interpretações pessoais são bastante freqüentes em tudo e todos que se usam o termo “evangélico” ao nosso redor. Não se faz uma análise acurada e tudo o que chega aos nossos ouvidos com o nome de origem cristã, logo é tida como “ah, se é de Deus…”. Assim, cada vez mais os evangélicos brasileiros aceitam o que quer que sejam em detrimento às Sagradas Escrituras simplesmente por fazer pouco uso delas, tornando-se cada vez mais carismáticos.
“Apesar de vários desejarem atribuir à Bíblia uma posição destacada de autoridade em sua vida, as Escrituras, com muita freqüência, ocupam segundo lugar em definir o que eles crêem (o primeiro é a experiência)” [1]
A fundamentação da fé cristã deve ser o ponto de partida para toda e qualquer experiência vivida e não as experiências fundamentando a fé, do contrário é negligencia a Palavra de Deus. Contudo, não parece existir um limite para a criatividade do religioso povo brasileiro que passa desde revelações em sonhos, palavras proféticas e etc. até chegar no quase culto a símbolos ou objetos (as meias e rosas ungidas, os copos com água em cima da TV, novas unções, apostolados etc.). Essa falta de limite tem destruído, até certo ponto, a possibilidade de um crescimento qualitativo do cristianismo no Brasil, aliás, se é que podemos chamar de cristianismo certas práticas neopentecostais.
Talvez a maior causa de todo a desordem teológica que temos vivido hoje seja fruto da desordem quando se ‘estuda’ a Bíblia. Primeiro se lê um texto isolado, que contenha alguma afirmação que sirva para o que se acha, depois ao seu bel prazer explicar a passagem como se ela fosse uma alegoria de carnaval bem enfeitada e que chega até a ser desejável a medida que a aplicação da palavra aumenta a emoção em 1000% e afaga o ego de quem ouve. Triste realidade! A alegorização das Escrituras tem o mal de fazer muitos seguidores famintos em ouvir que Deus esqueceu-se da justiça e passou a ser somente misericordioso, tão lastimável que muitos passam a crer em qualquer outro ser, menos no Deus verdadeiro.
Por fim, o evangelho relativizado, mal interpretado e mal exposto é , digamos, “o mal do século” para o cristianismo, de forma que as pessoas não se vêem mais como pecadoras nem muito menos reconhecem a dependência de Deus para todo e qualquer propósito de vida.
As interpretações particulares da Escritura Sagrada lamentavelmente constituem, em nossos dias, a forma moderna de se apostatar da genuína fé, pois as experiências não podem ser validas em si mesmas e nem opiniões próprias constituem a verdade revelada por Deus, mas sim a inerrante Palavra de Deus devidamente estudada, corretamente interpretada (não pelo que creio, mas pelo que o Espírito da Verdade revelar) e coerentemente exposta. É o evangelho que mostra ao homem a sua condição diante de Deus e não o homem que condiciona o evangelho a ser o que ele imagina que é, diante de Deus.
[1] MacARTHUR, John. O caos carismático. São José dos Campos-SP. Editora Fiel. 395p.
***
Felipe Medeiros é estudante de física, músico e escreve para a UMP da Quarta. Gente boa (Cruz de Malta), dou fé. Divulgação: Púlpito Cristão.

ANIVERSÁRIO DA IGREJA PRESBITERIANA DO MÉXICO: 140 ANOS


O culto dos 140 anos da Igreja Presbiteriana do Mexico (e 65 de Assembléia Geral) durou 4 horas. Tinha 22 mil pessoas (a foto mostra apenas a parte central do tablado). Por causa do número acabou sendo ao ar livre num local para shows. Templo nublado (tinha chovido durante 3 dias seguidos). Não caiu uma gota até o minuto seguinte ao término do culto. Preguei em Efésios 5:18, "enchei-vos do Espírito". Foi impressionante perceber o silêncio e atenção com que receberam a exposição apesar do tamanho da multidão e a quantidade de jovens e crianças. A Igreja Presbiteriana do México tem 2 milhões de membros e vem crescendo muito. Que alegria estar no meio do povo de Deus em outro país!

Suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens no mundo


Estudos mostram que mais de 1 milhão de pessoas se suicidam a cada ano

Suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens no mundo
O periódico especializado em medicina Lancet publicou uma série de três estudos que chamam a atenção para um assunto considerado tabu: o suicídio.
De acordo com um desses artigos, assinado por M R Phillips e H G Cheng, essa é a principal causa de morte entre garotas de 15 a 19 anos. Já entre os homens, o suicídio fica em terceiro lugar, após os acidentes de trânsito e a violência urbana.
Aqui no Brasil, estima-se que o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, logo atrás de acidentes e homicídios. Alexandrina Meleiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, afirma que “Antes as taxas eram maiores na terceira idade. Hoje a gente observa que, entre os jovens, elas sobem assustadoramente”. Estima-se que entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas.
O estudo conduzido por Keith Hawton mostra que os adolescentes geralmente evitam procurar ajuda por temerem a opinião dos outros uma vez que seus pensamentos suicidas se espalham pela escola. Também indica outra mudança no perfil dos suicidas. O risco, que sempre foi maior entre homens, está aumentando entre as meninas.
O doutor Howton diz que os efeitos da mídia também são importantes, mas que o assunto só parece ter relevância quando afeta uma celebridade. Ele afirma ainda que há poucas evidências de eficácia de qualquer tratamento psicossocial ou farmacológico, existindo uma grande controvérsia sobre o resultado e a utilidade de antidepressivos.
Já Meleiro acredita que isso se deve a gestações precoces e não desejadas, além de prostituição e abuso de drogas.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que os casos de suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos e que mais de 1 milhão de pessoas no mundo morrem dessa forma todo ano. Mesmo assim, o problema, não é tratado abertamente.
Para a OMS, pouco é feito na área de prevenção. Pesquisadores da Universidade de Oxford, Inglaterra e da Universidade Stirling, na Escócia, dizem que mais pesquisas são necessárias para se compreender quais são os fatores de risco e melhorar a prevenção. Uma das estratégias apontada por eles seria limitar o acesso a meios que facilitem o suicídio, como armas.
Estima-se que no Brasil, ocorram 24 suicídios por dia. Por outro lado, o número de tentativas é até 20 vezes maior que isso. “O suicídio é uma epidemia silenciosa”, acrescenta Meleiro. Ela diz que as pessoas costumam dar sinais antes de uma tentativa.
Cerca de 90% dos suicídios estão ligados a transtornos mentais.”O preconceito em torno das doenças mentais faz com que as pessoas não procurem ajuda. Acredita-se que perguntar se a pessoa tem pensamentos suicidas vai estimulá-la, mas isso pode levá-la a procurar ajuda”, diz Meleiro.

por Jarbas Aragão

Com informações de Folha de São Paulo e The Lancet

Fonte:gospelprime

Governo ordena a demolição de 20 igrejas na Indonésia




Um prefeito ordenou a derrubada de 20 igrejas, na Indonésia. Outras 16 igrejas menores foram fechadas no mesmo distrito, no mês passado.

Razali Abdul Rahman, o prefeito interino de Aceh Singkil, na semiautônoma província de Aceh, ordenou o fechamento das igrejas e deu o prazo máximo até oito de junho para a demolição do templo.
Veryanto Sitohang, membro do grupo de direitos humanos Aliança Unida Sumatra do Norte explicou o caso: “A administração local diz, que já que os membros da igreja se recusam a cumprir a ordem, então a própria administração irá fechar e demolir os prédios. O prazo para a demolição foi oito de junho, mas até agora nada aconteceu”.
A ordem foi emitida no mesmo dia em que os grupos radicais islâmicos, incluindo a Frente de Defensores do Islã (FPI), fizeram um protesto em frente ao escritório do governo local contra a existência de igrejas em Aceh Singkil.
As autoridades também fecharam 16 undung-undung, pequenas construções não classificadas oficialmente como igrejas, após os protestos, embora o senhor Razali tenha afirmado que seu governo agiu de forma independente da iniciativa dos radicais. As undung-undung se diferem das igrejas por não serem denominacionais e não terem cruzes.
A FPI alegou que o número de igrejas e undung-undung  viola os acordos assinados em 1979 e 2001 por líderes muçulmanos e cristãos. Os acordos afirmaram que os cristãos são autorizados a terem apenas uma igreja e quatro undung-undung na província.
Erde Barutu, pastor de uma das igrejas ameaçadas, Igreja Cristã Protestante de Pakpak Dairi, disse que, na epoca, os líderes da igreja só assinaram os documentos, porque estavam sob pressão e foram ameaçados. Ele acrescentou ainda que, o número de cristãos que vivem em Aceh Singkil, tinha aumentado significativamente desde 1979, e que agora somam mais de 15 mil. O fechamento de igrejas deixará apenas duas no distrito.
A mairia das 20 congregações, ameaçadas de demolição, continuam suas atividades e cultos com as portas dos templos fechadas e com alguns membros, do lado de fora, montando guarda contra possíveis ataques.
Os líderes cristãos escreveram cartas ao Presidente Susilo Bambang Yudhoyono, e aos departamentos do governo e da polícia para protestar contra o fechamento das igrejas.
O Ministro do Interior, Gamawan Fauzi,disse que não estava ciente dos planos de fechamento dos templos e que entraria em contato com o Sr. Razali para pedir esclarecimentos, dizendo que “os cidadãos têm o direito de culto, desde que cumpram os regulamentos”.
Ele disse:
“A maioria não deve impor sua vontade à minoria. A tolerância deve prevalecer”.
Elementos da lei Islâmica (Sharia) são impostos por uma espécie de polícia religiosa, em Aceh, que ganhou autonomia do governo nacional em 2001, após uma insurreição islâmica.
Adquira o DVD Uma Jornada de Perdão e conheça a emocionante história de familias indonésias.
FonteBarnabas Fund
TraduçãoMarcelo Peixoto

sábado, 23 de junho de 2012

Cientistas ucranianos pedem a criação do Dia de Ação de Graças



Eles acreditam que o cristianismo pode fazer com que os valores familiares voltem a ser preservados
Por Leiline Roberta Lopes
Viktor Yanukovych, presidente da Ucrânia.
Se em muitos países do mundo a Ciência e a Religião se confrontam, na Ucrânia elas se unem. Cientistas ucranianos pediram para que o presidente, Viktor Yanukovych, institua o Dia de Ação de Graças.
A ideia é fazer com que a população fortaleza seus laços familiares e que eles se reaproximem de Deus. Os cientistas acreditam que a juventude será melhor beneficiada com essa medida.
“Os jovens são testemunhas do aumento da fraude, da corrupção e da violência no cotidiano. Alcoolismo, drogas, prostituição e crime existem até mesmo entre as crianças,” diz o apelo entregue ao presidente.
Outra preocupação dos cientistas é com a família, que é a base da sociedade. “O significado social da moralidade está distorcido. A imoralidade está à solta e chega às pessoas facilmente pela mídia impressa, televisão e internet, que promovem violência, pornografia e crueldade”.
A preocupação desse grupo formado por membros da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia é com a autodestruição do ser humano. “Se a humanidade não parar com essa dissolução dela mesma, de violar as leis físicas e espirituais de Deus, está determinando sua autodestruição”.
Para evitar esse trágico fim eles indicam o renascimento espiritual baseado na fé cristã, pois para eles o cristianismo é a religião ideal por “professar o amor ao invés do ódio, o perdão no lugar da vingança” o que para eles nenhuma outra crença faz.
O Dia de Ação de Graça seria uma festa nacional dedicada para a oração, jejum e reconciliação, segundo o pedido feito por esses cientistas. “Podemos unir o povo, as autoridades e os pregadores para repelir pecados do passado, como o ateísmo e o antissemitismo”
Fonte:gospelprime

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Augustus Nicodemus explica os diferentes tipos de fundamentalismo cristão



Ele acredita que o termo tem sido usado de forma pejorativa quando na verdade quer indicar outra coisa

  • por Leiliane Roberta Lopes

    Augustus Nicodemus explica os diferentes tipos de fundamentalismo cristão
    O reverendo Augustus Nicodemus Lopes escreveu em seu blog sobre o uso demasiado da expressão “fundamentalista”. Muitas pessoas tem usado esse termo para tentar criticar a posição de uma pessoa que se baseia na fé para opinar sobre diversos assuntos.
    O que o chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie explica é que esse termo não é de fato ruim e que há muitossignificados já que ele foi usado para diferentes grupos através da história.
    Nicodemus Lopes explica de forma prática o que significa o fundamentalismo cristão histórico, o cristão americano, o denominacional, o cristão xiita e o fundamentalista cristão teológico sempre falando de suas origens e apontando as diferenças.
    “Em linhas gerais, o fundamentalista teológico acredita que a verdade revelada por Deus na Bíblia não evolui, não cresce e nem muda”, diz o reverendo presbiteriano que se considera um fundamentalista cristão teológico.
    “A nossa compreensão dessa verdade pode mudar com o tempo; contudo, essa evolução nunca chega ao ponto radical em que verdades antigas sejam totalmente descartadas e substituídas por novas verdades que inclusive contradigam as primeiras,” completa ele.
    A grande diferença entre o fundamentalismo liberal e o teológico é que o primeiro acredita na evolução da verdade bíblica a ponto de reinventar o próprio cristianismo.
    Leia o texto na íntegra aqui.
    Fonte:gospelprime

    FUNDAMENTALISMO É ISTO?


    Por Augustus Nicodemus Lopes



    "Agnósticos Fundamentalistas:
    Dá para ter até mesmo estes?"

    O termo "fundamentalista" está entre os rótulos mais mal compreendidos e mal empregados nos meios evangélicos. É o rótulo preferido por alguns para se referir, sempre com viés pejorativo, a quem adere com firmeza a determinadas doutrinas que são consideradas como antigas e ultrapassadas.
    Nada mais natural do que procurar esclarecer o significado do termo. Acho que a primeira coisa a ser feita é lembrar que o termo "fundamentalista" tem sido usado para diferentes grupos através da história e no presente.

    1) O fundamentalista cristão histórico não existe mais. Ele existiu no início do século XX, durante o conflito contra o liberalismo teológico que invadiu e tomou várias denominações e seminários nos Estados Unidos. J. G. Machen, John Murray, B. B. Warfield, R. A. Torrey, Campbell Morgan, e mais tarde Cornelius Van Til e Francis Schaeffer, são exemplos de fundamentalistas históricos.

    2) O fundamentalista cristão americano ainda existe, mas perdeu muito de sua força. Embora tenha surgido ao mesmo tempo em que o fundamentalismo cristão histórico, separou-se dele quando adotou uma escatologia dispensacionalista, aliou-se à agenda republicana dos Estados Unidos, exerceu uma militância belicosa contra tudo que considerasse inimigo da fé cristã. Defendia e praticava o separatismo institucional de tudo e todos que estivessem ligados direta ou indiretamente a esses inimigos. Pouco tempo atrás faleceu o que pode ter sido o último grande representante desse gênero de fundamentalista, o famigerado Carl McIntire. Alguns consideram que Pat Robertson é seu sucessor, embora haja muitas diferenças entre eles.

    3) O fundamentalista denominacional é aquele membro de denominações cristãs que se consideram oficialmente fundamentalistas e que até trazem o rótulo na designação oficial. Após um período de grande florescimento no Brasil, especialmente no Nordeste e em São Paulo, as igrejas fundamentalistas, presbiteriana e batista, sofreram uma grande diminuição em suas fileiras. Grande parte das igrejas fundamentalistas presbiterianas regressou à Igreja Presbiteriana do Brasil, de onde estas igrejas saíram na década de 50. Em alguns casos, o fundamentalismo denominacional do Brasil foi marcado por laços financeiros e ideológicos com McIntire. Hoje, até onde eu sei, não há mais esse laço. No Brasil, o fundamentalismo denominacional que sobrou desenvolveu em alguns de seus grupos (mas não em todos) uma síndrome de conspiração mundial para o surgimento do Reino do Anticristo através do ocultismo, da tecnologia, da mídia, dos eventos mundiais, das superpotências. Acrescente-se ainda o desenvolvimento de uma mentalidade de censura e apego a itens periféricos como se fossem o cerne do evangelho e critério de ortodoxia (por exemplo, só é bíblico e conservador quem usa versões da Bíblia baseadas no Texto Majoritário, quem não assiste desenhos da Disney e não assiste “Harry Potter”).

    4) O fundamentalista cristão xiita é sinônimo de intransigência, inflexibilidade, ser-dono-da-verdade e patrulhamento teológico. Essa conotação do termo ganhou popularidade após o avanço e crescimento do fundamentalismo islâmico. Esse tipo tem mais a ver com atitude do que com teologia. Nesse caso, é melhor inverter a ordem e chamá-lo de xiita fundamentalista. Na verdade, xiitas podem ser encontrados em qualquer dos campos protestantes. A propalada tolerância dos liberais e neo-ortodoxos é mito. Há xiitas liberais, neo-ortodoxos, e obviamente, xiitas fundamentalistas. Teoricamente, alguém poderia ser um fundamentalista e ainda não ser um xiita.

    5) Por fim, o fundamentalista cristão teológico, outro sentido em que o termo é muito usado e que significa simplesmente ortodoxo ou conservador em sua doutrina. O fundamentalista teológico se considera seguidor teológico dos fundamentalistas históricos e simpatiza com a luta deles. Sem pretender ser exaustivo, acredito que podem ser considerados fundamentalistas teológicos atualmente os que aderem aos seguintes conceitos ou a parte deles:
    a inerrância da Bíblia
    a divindade de Cristo
    o seu nascimento virginal
    a realidade e historicidade dos milagres narrados na Bíblia
    a morte de Cristo como propiciatória, isto é, por nossos pecados
    sua ressurreição física de entre os mortos
    seu retorno público e visível a este mundo e a ressurreição dos mortos
    Outros pontos associados com o fundamentalismo histórico são o conceito de verdades teológicas absolutas, o conceito de que Deus se revelou de forma proposicional e a aceitação dos credos e confissões da Igreja Cristã.

           Numa esfera mais periférica se poderia mencionar que a maioria dos fundamentalistas históricos prefere o método gramático-histórico de interpretação bíblica e tem uma posição conservadora em assuntos como aborto, eutanásia e ordenação feminina. Muitos ainda preferem a pregação expositiva.
    E todos rejeitam o liberalismo teológico.

           Em linhas gerais, o fundamentalista teológico acredita que a verdade revelada por Deus na Bíblia não evolui, não cresce e nem muda. Permanece a mesma através do tempo. A nossa compreensão dessa verdade pode mudar com o tempo; contudo, essa evolução nunca chega ao ponto radical em que verdades antigas sejam totalmente descartadas e substituídas por novas verdades que inclusive contradigam as primeiras. O fundamentalista teológico reconhece que erros, exageros e absurdos tendem a ser incorporados através dos séculos na teologia cristã e que o alvo da Igreja é sempre reformar-se à luz dos fundamentos da fé cristã bíblica, expurgando esses erros e assimilando o que for bom. Admite também que existe uma continuidade teológica válida entre o sistema doutrinário exposto na Bíblia e a fé que abraça hoje.
           Acho que é aqui que está a grande diferença entre o fundamentalista teológico e o liberal. Esse último acredita na evolução da verdade a ponto de sentir-se comissionado a reinventar a Igreja e o próprio Cristianismo.
           Muitos me chamam de fundamentalista. Bom, não posso ser fundamentalista histórico, pois nasci muito depois da luta de Machen. Contudo, sou fã dele, que era um perito em Novo Testamento. Não sou um fundamentalista americano, pois sou brasileiro da Paraíba, nunca recebi um tostão de McIntire e sou amilenista. Aliás, nem conheci McIntire pessoalmente. Fui fundamentalista presbiteriano denominacional por decisão dos meus pais quando eu tinha doze anos. Saí da denominação fundamentalista após conversão e entrada no ministério pastoral. Também não me acho xiita. Há controvérsia sobre isso, eu sei.
           Na categoria de fundamentalistas teológicos encontramos presbiterianos, batistas, congregacionais, pentecostais, episcopais, e provavelmente muitos outros. É claro que nem todos subscrevem todos os pontos acima e ainda outros gostariam de qualificar melhor sua subscrição. Contudo, no geral, acho que posso dizer que os fundamentalistas teológicos não fariam feio numa pesquisa de opinião sobre o que crêem os evangélicos brasileiros. Por esse motivo, e por achar que o assim chamado fundamentalismo teológico é simplesmente outro nome para a fé cristã histórica, não fico envergonhado quando me rotulam dessa forma, embora prefira o termo calvinista ou reformado.
    Fonte:O Tempora, O Mores

    Evangélicos chegam a 40 milhões de pessoas no Brasil e empresas investem em produtos e serviços exclusivos


    Evangélicos chegam a 40 milhões de pessoas no Brasil e empresas investem em produtos e serviços exclusivos
    A transformação religiosa pela qual o Brasil vem passando expõe uma mudança cultural gradativa e significante na formação da sociedade brasileira. O crescimento dos evangélicos caminha lado a lado com o crescimento econômico do país, porém, sem relação direta.
    As políticas econômicas do governo federal, adotadas a partir de 1994, ano da adoção do plano Real, com queda significativa da inflação e os programas de distribuição de renda, que se iniciaram ao final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, fizeram com que mais de 30 milhões de pessoas saíssem da linha de miséria nos últimos dez anos.
    Atualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que alimentaram um estudo do economista Marcelo Nery, os evangélicos no Brasil chegam a 20% da população, alcançando algo próximo a 40 milhões de pessoas. Em termos econômicos, os evangélicos são formados majoritariamente por pessoas das classes sociais C e D, justamente as que mais tiveram crescimento de poder aquisitivo nos últimos anos.
    Isso explica, em parte, o crescimento do mercado de produtos ligados à fé, como a música gospel e a literatura cristã. E promove até o surgimento de novos nichos de mercado de consumo, comofábricas de roupas e lojas especializadas em moda evangélica, voltada basicamente para o vestuário feminino, obedecendo as doutrinas de algumas igrejas.
    A música gospel no Brasil tem alcançado crescimento significativo, que pode ser analisado com base no investimento de gravadoras multinacionais que passaram a investir nesse nicho. Os maiores exemplos são a Sony Music e a Som Livre. Parte desse crescimento é também creditado à doutrina ensinada nas igrejas de que crime é pecado e que a pirataria é crime. Além,  é claro, do crescimento do poder aquisitivo dos evangélicos, que acompanha o crescimento econômico do país.
    Esse crescimento econômico tem proporcionado também o surgimento de novas opções de compra para o público em geral, que aos poucos vai descobrindo formas seguras de comprar pela internet, através dos chamados sites de e-commerce. A febre dos sites de compras coletivas pela internet no Brasil também chegou ao mercado de produtos gospel, com o surgimento de lojas que oferecem produtos com descontos consideráveis e grande variedade de produtos.
    Um exemplo de site de compras coletivas voltado para produtos gospel é o Clube Ovelhas, que oferece produtos cristãos com até 70% de desconto. As opções variam desde CD’s e DVD’s, até livros e ingressos para shows e gravações de artistas cristãos. A extensa lista possui inúmeros produtos, com itens de educação e entretenimento para crianças, como livros para colorir e assinatura de revistas especializadas em temas cristãos. Tudo isso sempre com desconto, que é possibilitado pelo grande número de pessoas que buscam os produtos.
    A diversificação dos produtos e serviços voltados ao público evangélico chega também ao turismo religioso, com o ressurgimento das grandes caravanas organizadas por igrejas a locais descritos na Bíblia Sagrada, como cenários de passagens bíblicas. Viagens a Israel ganharam atrativos, como a presença de artistas e pastores conhecidos do grande público. Não é só a Terra Santa que voltou a atrair o interesse de fiéis à procura de viagens temáticas. O ministério Diante do Trono tem realizado cruzeiros marítimos com a presença da líder Ana Paula Valadão, além de músicos e pastores convidados para palestras e ministrações durante os dias do cruzeiro.
    Outro importante indicativo do crescimento do poder aquisitivo dos evangélicos é a presença de fiéis na rede mundial de computadores. A cada ano que passa, novos blogs e sites de igrejas surgem, e as comunidades dedicadas a assuntos cristãos nas redes sociais atingem milhares de participantes, como por exemplo, fan pages no Facebook, ou perfis de pastores e artistas no Twitter, que alcançam milhões de seguidores. A Bíblia Sagrada no Facebook, sozinha, possui mais de 630 mil seguidores.
    O item que talvez melhor represente o crescimento do poder aquisitivo dos evangélicos é o apoio financeiro que os fiéis oferecem a pastores e igrejas que mantém programas em emissoras de televisão. Entre as principais emissoras brasileiras, com exceção de Globo e SBT, todas as outras possuem horários de sua grade alugados para igrejas evangélicas, que transmitem cultos, além de mensagens e testemunhos. Embora não alugue horários de sua programação para religiosos, a TV Globo já observa o crescimento do poder aquisitivo dos evangélicos, e criou o Festival Promessas, voltado ao público evangélico.
    Recente pesquisa do “Centro para o Estudo do Cristianismo Global” apontou o Brasil como o segundo país que mais envia missionários para outros países, enviando, somente em 2010, aproximadamente 34 mil missionários e ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Esse crescimento do trabalho missionário também está ligado ao crescimento do poder aquisitivo dos evangélicos brasileiros.
    Projeções da Sepal, uma organização voltada ao suporte de pastores e líderes, em 2020 a população evangélica no Brasil poderá chegar a 109 milhões de pessoas, algo próximo a 50% da população total do país, de acordo com informações publicadas no blog Olhar Cristão. Atualmente, o Brasil já é a sexta economia do mundo, e os economistas projetam que o crescimento econômico continue por mais pelo menos uma década, devido aos grandes investimentos que têm sido feitos para receber eventos globais de esportes, como Copa do Mundo e Olimpíadas.
    Com o quadro atual, pode-se esperar um cenário, para os próximos anos, bastante promissor, no quesito de crescimento do mercado de produtos voltados para o público evangélico brasileiro.
    Redação Gospel+

    Pesquisa revela que evangélicos leem o dobro da população em geral


    Pesquisa revela que evangélicos leem o dobro da população em geral

    Um estudo realizado recentemente, revelou que os evangélicos brasileiros estão lendo mais, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, incentivados pela leitura bíblica, os evangélicos leem o dobro da população em geral.
    É o caso da contabilista Carolina Dias, que contou um pouco da sua experiência com a leitura, “De fato, conforme você vai lendo, vai querendo saber mais. Acredito que isso aconteça com aqueles que desejam conhecer mais a Deus. Foi o que aconteceu comigo. Eu não gostava mesmo de ler, mas, a partir da leitura da Bíblia, que foi escrita por homens inspirados por Deus, também comecei a ler outros livros que complementasses os ensinamentos.”, relata a jovem de 25 anos.
    A perspectiva de crescimento é ainda maior, só no Brasil, são produzidas cerca de 8,5 milhões de Bíblias por ano. O comércio de livros evangélicos também tem crescido expressivamente, principalmente por causa da ascensão da classe C e também pelo crescimento da população evangélica no país.
    Segundo informações da Câmara Brasileira de Livros (CBL), o segmento de livros evangélicos representou 14,7% no índice de faturamento do mercado no ano de 2011, o que representou um faturamento de R$479 milhões. Já para 2012, a projeção é crescimento, com a previsão de que os livros cristãos alcancem a marca de R$548 milhões de faturamento.
    Fonte: Gospel+

    A pobreza deve ser motivo de vergonha para o cristão? Com a palavra o Bispo J. C. Ryle




    Observemos a circunstância em que Jesus nasceu. Não nasceu sob o teto da casa de sua mãe, e sim num lugar estranho e numa manjedoura. Quando Ele nasceu, não foi colocado em um berço cuidadosamente preparado. Maria O deitou na manjedoura, porque “não havia lugar para eles na hospedaria”. Aqui vemos a graça e a condescendência de Jesus. Se tivesse vindo salvar este mundo em majestade real, rodeado pelos anjos do seu Pai, isso já teria sido um ato incrível de misericórdia. Se tivesse decidido morar num palácio, com poder e autoridade, já teríamos razão suficiente para ficarmos maravilhados. Mas, fazer-se pobre como os mais pobres seres humanos, e simples como os mais simples, isso é amor que transcende a nossa compreensão. Que nunca esqueçamos de que, por meio da sua humilhação, Jesus adquiriu para nós um título de glória. Por meio da sua vida de sofrimento, bem como da sua morte, Ele conquistou para nós uma redenção eterna. Durante toda a sua vida, foi pobre por amor a nós, desde o momento do seu nascimento até à morte. E por sua pobreza somos feitos ricos (2 Co 8.9)


    Estejamos alerta, não desprezando os pobres por causa da sua pobreza. Sua condição santificada pelo filho de Deus, que a honrou, ao assumi-la voluntariamente. Deus não faz acepções de pessoas. Ele olha para o coração e não para o bolso. Que nunca nos envergonhemos da nossa pobreza, se Deus a considera a coisa certa para nós. Ser ímpio e ganancioso é mau; mas não há mau nenhum em ser pobre. Uma casa simples, comida simples e cama dura não são agradáveis à carne e ao sangue. Mas são a porção que o Senhor Jesus voluntariamente aceitou desde o dia da sua entrada nesse mundo. A riqueza leva muito mais almas ao inferno do que a pobreza. Quando o amor ao dinheirocomeçar a manifestar-se em nós, pensemos na manjedoura de Belém e nAquele que nela foi posto. Tal pensamento poderá livrar-nos de muitos males!


    RYLE, Jonh Charles. In: Meditações no Evangelho de Lucas Traduzido por Editora Fiel. São José dos Campos, São Paulo: Editora Fiel, 2011. Comentário de Lucas 2, versículo s de 1 a 7, pp. 31.
    Fonte:umpdaIVIPde Campina Grande

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