sexta-feira, 29 de abril de 2022

Pedro: Transformado para Servir

 



João 21

A queda de Pedro foi muito triste, mas a sua restauração foi maravilhosa, onde podemos ver a graça incomparável do Senhor Jesus para com o pobre pecador.

Este capítulo é dedicado, basicamente, ao apóstolo Pedro, companheiro de ministério muito próximo de João (At 3:1). João não desejava terminar seu Evangelho sem contar aos leitores que Pedro havia sido restaurado a seu apostolado. Sem essas últimas informações, seria difícil entender a posição tão proeminente que Pedro ocupa nos doze primeiros capítulos do Livro de Atos.

Neste capítulo podemos aprender algumas lições como cristãos transformados pela graça de Deus, cada uma, com uma respectiva responsabilidade, como:

 1 . PESCADORES DE HOMENS – DEVEMOS OBEDECER AO SENHOR (Jo 21:1-8)

O Senhor havia instruído seus discípulos a se encontrarem com ele na Galileia, o que explica por que estavam no mar da Galileia ou mar de Tiberíades (Mt 26:32; 28:7-10; Mc 16:7). Mas João não diz por que Pedro decidiu ir pescar, e os estudiosos da Bíblia não apresentam um consenso quanto a essa questão. Alguns afirmam que estava fazendo algo perfeitamente legítimo, pois, afinal, precisava pagar suas contas, e a melhor maneira de levantar seu sustento era pescar. Por que ficar ocioso? Mãos à obra!

Talvez a impulsividade e a presunção de Pedro estivessem se revelando novamente. Foi sincero, trabalhou com afinco noite toda, mas não obteve resultados – como acontece com alguns cristãos na obra do Senhor! Acreditam sinceramente que estão fazendo a vontade de Deus, mas seu trabalho é em vão. Estão servindo sem orientação de Deus e não podem esperar as bênçãos dele.

                Era hora de Jesus assumir o controle da situação, exatamente como havia feito quando chamou Pedro para ser seu discípulo. Disse-lhes onde lançar as redes, e eles obedeceram e pegaram 153 peixes! Nunca estamos longe do sucesso quando permitimos que Jesus dê as ordens e, normalmente, estamos mais próximos do sucesso do que imaginamos.

2 . PASTORES – DEVEMOS AMAR AO SENHOR (Jo 21:9-18 )

 Jesus encontrou-se com seus discípulos na praia, onde já havia preparado um café da manhã para eles. Essa cena toda deve ter trazido fortes memórias a Pedro e tocado sua consciência. Sem dúvida, se lembrou daquela primeira pescaria (Lc 5:1-11), talvez da ocasião em que Jesus alimentou os 5 mil com pão e peixe (Jo 6). Foi no final desse último acontecimento que Pedro fez sua confissão explícita de fé em Jesus Cristo (Jo 6:66-71). As brasas na areia provavelmente o lembravam do braseiro junto ao qual havia negado ao Senhor (Jo 18:18). É bom recordar o passado, pois podemos ter algo a confessar.

O elemento-chave é o amor de Pedro pelo Senhor, e esse também deve ser o elemento central hoje. Mas a que Jesus se referia quando perguntou: “Amas-me mais do que estes outros?” Essa pergunta provavelmente queria dizer: “Você me ama – como você mesmo afirmou – mais do que os outros discípulos me amam?” A imagem muda, então, do pescador para o pastor, Pedro estava sendo restaurado. Pedro deveria ministrar tanto como evangelista (pegando peixes) quanto como pastor (cuidando do rebanho). É triste separar essas duas coisas, pois devem sempre andar juntas.

Por certo, o Espírito Santo prepara os que devem servir como pastores e coloca essas pessoas nas igrejas (Ef 4:11 ss), mas cada cristão, como indivíduo, também deve ajudar a cuidar do rebanho. Cada um de nós recebeu um ou mais dons do Senhor, e devemos usar o que ele nos deu para ajudar a proteger e aperfeiçoar o rebanho. As ovelhas têm a tendência de se perder, portanto devemos cuidar uns dos outros e nos exortar mutuamente.

3 . DISCÍPULOS – DEVEMOS SEGUIR AO SENHOR (Jo 2 1 : 1 9 – 2 5 )

Jesus havia acabado de falar sobre a vida e o ministério de Pedro e, agora, trata de sua morte. Pedro deve ter estremecido ao ouvir o Senhor discutir sua morte de maneira tão clara. Sem dúvida, Pedro sentia-se alegre por ter sido restaurado à comunhão e ao apostolado. Por que, então, falar do martírio?

  Um pouco antes, naquela manhã, Pedro “cingiu-se” e lançou-se ao mar rumando para a praia (Jo 21:7). Um dia, alguma outra pessoa o cingiria – e o executaria (ver 2 Pe 1:13,14). Diz a tradição que, de fato, Pedro foi crucificado, mas que pediu para ser colocado de ponta cabeça na cruz, pois não era digno de morrer exatamente da forma como seu Mestre havia morrido.

                 Jesus Cristo transformou a de seus discípulos, e ainda hoje transforma vidas. Onde quer que encontre alguém que creia e que esteja disposto a sujeitar-se a sua vontade, a ouvir sua Palavra e a seguir seu caminho, começa a transformar essa pessoa e a realizar coisas extraordinárias por meio dela.

Exceto pelos relatos bíblicos, Pedro e João saíram de cena há séculos, mas nós ainda estamos aqui. Trata-se de um grande privilégio e de uma responsabilidade enorme! Só seremos bem-sucedidos à medida que permitimos que o Senhor nos transforme.

Ad. Pr. Eli Vieira

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