segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Desperta, Levanta-te! Há libertação no Senhor


Encorajamento para tempos difíceis

Atos 12
O pastor britânico, evangelista e escritor Alan Redpath (1907-1989)) costuma dizer: “Vamos manter a cabeça erguida e os joelhos dobrados – a vitória está do nosso lado!
Meus irmãos, imagine ser acordado por um anjo e levantar-se para um milagre! Foi o que aconteceu com Pedro quando estava na prisão pela terceira vez, à espera de seu julgamento quando muito em Israel naquele tempo estavam esperando pela sua morte.
Anos depois, quando escreveu sua primeira epístola, Pedro talvez tivesse essa experiência em mente ao citar o Salmo 34:15 e 16: “Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males” (1 Pe 3:12). Sem dúvida, essa citação resume o que Deus fez por Pedro naquela noite quando o rei Herodes estava prestes apresenta-lo e revela três certezas maravilhosas para dar encorajamento em tempos difíceis aos servos de Deus em nossos dias.
1. DEUS VÊ NOSSAS TRIBULAÇÕES (At 12:1-4)
“Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos” (1 Pe 3:12).
Deus viu e atentou para o que Herodes Agripa fazia contra seu povo. Esse homem perverso era neto de Herodes, o Grande, que havia mandado matar as crianças de Belém, sobrinho de Herodes Antipas, que havia ordenado a decapitação de João Batista. Família de gente dada a intrigas e assassinatos, desprezada pelos judeus que não aceitavam a ideia de ser governados por edomitas. É evidente que Herodes sabia disso, de modo que perseguiu a igreja a fim de convencer os judeus de sua lealdade às tradições de seus antepassados. Agora que os gentios haviam sido aceitos abertamente pela igreja, o plano de Herodes parecia ainda mais apropriado para os judeus nacionalistas que não queriam coisa alguma com os “pagãos”.
Herodes ordenou a prisão de vários cristãos, dentre eles Tiago (irmão de João), o qual ordenou que fosse decapitado. Assim, Tiago tornou-se o primeiro dos apóstolos a ser martirizado.
Se os judeus haviam ficado contentes com a morte de Tiago, ficariam ainda mais satisfeitos com a execução de Pedro! Deus permitiu que Herodes prendesse Pedro e que o colocasse sob forte vigilância na prisão. Havia dezesseis soldados para guardá-lo, quatro para cada turno, mais dois soldados para guardar a porta, além de outros dois guardas a quem o apóstolo ficava acorrentado. Afinal, da última vez que fora preso, Pedro havia desaparecido misteriosamente da prisão, e Herodes não estava disposto a permitir que isso se repetisse.
Por que Deus permitiu que Tiago morresse, mas salvou Pedro? Afinal, ambos eram servos dedicados do Senhor e necessários para a Igreja. A única resposta é a vontade soberana de Deus, justamente aquilo sobre o que Pedro e a igreja haviam orado depois de sua segunda perseguição (At 4:24-30). Herodes estendera sua mão para destruir a igreja, mas Deus estenderia sua mão para realizar sinais e prodígios, a fim de glorificar seu Filho (At 4:28-30). Deus permitiu que Herodes matasse Tiago, mas o impediu de fazer mal a Pedro. O trono celeste estava no controle, não o governante aqui da Terra.
É importante observar que a igreja não escolheu um substituto para Tiago, como havia feito no caso de Judas (At 1:15-26). Enquanto o evangelho era levado “primeiro aos Judeus”, era necessário ter um grupo completo de doze apóstolos para testemunhar às doze tribos de Israel. O apedrejamento de Estêvão encerrou esse testemunho especial a Israel, de modo que o número de testemunhas oficiais não importava mais.
Meus irmãos, nada foge ao controle do nosso Deus, ele é soberano, transcendente e imanente. Ele sabe o que se passa com o seu povo. Assim podemos contemplar a Palavra de Deus nos ensinando em êxodo “Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos, e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferizeu, do heveu e do jebuseu.  E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. ”(Ex 3.7-9). E em Atos também nos diz: “Vi, com efeito, a aflição do meu povo no Egito, ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-lo. Agora pois vem, e enviar-te-ei ao Egito” (At. 7.34).
Deus sabe o que você está passando, nada foge ao seu controle, Ele conhece o nosso sentar e levantar ( Sl 139.1-3).
É bom saber que, por mais difíceis que sejam as provações ou por mais decepcionantes que sejam as notícias, Deus ainda está assentado em seu trono e está no controle de todas as coisas. Talvez nem sempre compreendamos seus caminhos, mas sabemos que sua vontade soberana é o que há de melhor.
2 . DEUS OUVE NOSSAS ORAÇÕES (A t 1 2 :5 -1 7 )
 “E os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas” (1 Pe 3:12).
As palavras “mas havia oração incessante” constituem o ponto crítico desta história. Não devemos jamais subestimar o poder de uma igreja que ora! “O anjo chamou Pedro na prisão”, disse o pregador puritano Thomas Watson, “mas foi a oração que foi buscar o anjo”. Acompanhemos as cenas do relato emocionante de Atos 12.
Pedro dorme (w. 5, 6). Será que conseguiríamos dormir a sono solto se estivéssemos acorrentados a dois soldados romanos diante da possibilidade de sermos executados no dia seguinte? Provavelmente não, mas foi o que Pedro fez. Dormia tão pesadamente que o anjo teve de tocá-lo para que despertasse!
Não foi o fato de já ter sido preso em outras ocasiões que deu tranquilidade ao coração de Pedro. Essa experiência foi diferente das outras duas. Dessa vez, estava sozinho, e o livramento não veio de imediato. Nas outras ocasiões, a prisão havia ocorrido depois de grandes vitórias, mas, dessa vez, veio depois da morte de Tiago, seu querido amigo e companheiro de ministério. Era uma situação inteiramente nova.
O que deu a Pedro tanta confiança e paz? Em primeiro lugar, havia muitos cristãos orando por ele (At 12:12) continuamente, ao longo de toda a semana, e isso ajudou a lhe dar paz (Fp 4:6, 7). A oração é capaz de nos trazer à memória as promessas da Palavra de Deus, como por exemplo: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (SI 4:8). Ou “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41:10).
Mas o principal motivo da paz que Pedro sentia era sua consciência de que Herodes não poderia matá-lo. Jesus prometera que Pedro viveria até uma idade avançada e, então, seria executado em uma cruz romana (Jo 21:18, 19). Pedro simplesmente se apropriou dessa promessa e entregou a situação toda ao Senhor, e Deus lhe deu paz e descanso. Não sabia como ou quando Deus o livraria, mas sabia que o livramento estava a caminho.
Pedro obedece (w. 7-11). Vemos aqui, mais uma vez, o ministério de anjos (At 5:19; 8:26; 10:3, 7) e somos lembrados de que eles cuidam dos filhos de Deus (SI 34:7). O anjo trouxe luz e liberdade à cela da prisão, mas os guardas nem suspeitaram do que estava acontecendo. A fim de ser libertado, Pedro precisou obedecer às ordens do anjo. É provável que tenha pensado que se tratasse de um sonho ou de uma visão, mas ainda assim se levantou e seguiu o anjo para fora da prisão e até a rua. Só então se deu conta de que havia vivenciado mais um milagre.
O anjo ordenou que Pedro prendesse as vestes no cinto e calçasse as sandálias. Sem dúvida, eram coisas bastante triviais para fazer durante um milagre! Mas Deus, muitas vezes, junta o miraculoso ao trivial para nos incentivar a manter o equilíbrio. Jesus multiplicou pães e peixes, mas, em seguida, ordenou que os discípulos recolhessem os restos. Ressuscitou a filha de Jairo e, logo depois, pediu aos pais que dessem à menina algo para comer. Até mesmo em seus milagres, Deus é sempre prático.
Somente Deus pode fazer o extraordinário, mas seu povo deve fazer coisas triviais. Jesus ressuscitou Lázaro, mas os homens tiveram de remover a pedra da entrada do túmulo. O mesmo anjo que removeu as correntes das mãos de Pedro poderia ter colocado as sandálias nos pés do apóstolo, mas pediu que Pedro o fizesse. Deus nunca desperdiça milagres.
Pedro teve de se levantar antes de caminhar. Trata-se de uma excelente lição sobre humildade e obediência. Na verdade, é possível que, daquela noite em diante, toda vez que Pedro calçava as sandálias, lembrava o milagre da prisão e era estimulado a crer no Senhor.
Seu livramento ocorreu na época da Páscoa, quando os judeus celebravam o êxodo do Egito. O verbo “livrar”, em Atos 12:11, é o mesmo termo que Estêvão usou ao falar do êxodo de Israel (At 7:34). Pedro experimentou um novo tipo de “êxodo” em resposta às orações do povo de Deus.
Pedro bate à porta (vv. 12-16). Enquanto Pedro seguia o anjo, Deus foi abrindo caminho, e, quando o apóstolo ficou livre, o anjo desapareceu. Havia terminado seu trabalho e deixado ao encargo de Pedro crer no Senhor e de usar o bom senso para dar o próximo passo. Uma vez que foram as orações do povo de Deus que ajudaram Pedro a ser liberto, o apóstolo decidiu que o lugar mais apropriado para se encaminhar seria a reunião na casa de Maria. Além disso, desejava lhes dar a boa notícia de que Deus havia respondido a suas orações. Assim, Pedro se dirigiu à casa de Maria, mãe de João Marcos.
Quando lembramos que: (a) muitas pessoas estavam orando; (b) oravam com fervor; (c) oravam dia e noite por vários dias; e (d) oravam especificamente pela libertação de Pedro, a cena descrita a seguir é quase cômica. A resposta a todas essas orações estava a sua porta, mas não tiveram fé para abri-la e deixar Pedro entrar! Deus conseguiu tirar Pedro da prisão, mas Pedro não conseguiu entrar em uma reunião de oração!
É claro que poderiam ser os soldados de Herodes batendo à porta em busca de mais cristãos para prender. Rode (“rosa”) precisou de coragem para atender à porta, mas podemos imaginar qual não foi sua surpresa quando reconheceu a voz de Pedro! Ficou tão feliz que se esqueceu de abrir a porta! O pobre apóstolo teve de continuar batendo e chamando, enquanto os “homens e mulheres de fé” na reunião de oração resolviam o que fazer! Quanto mais tempo precisava esperar à porta, mais perigo corria.
A exclamação “É o seu anjo!” (At 12:15) mostra que acreditavam em “anjos da guarda” (Mt 18:10; Hb 1:14). A pergunta lógica seria: “Por que um anjo se daria o trabalho de bater à porta?” Só precisava entrar. Infelizmente, uma teologia correta misturada com uma dose de incredulidade gera medo e confusão.
Devemos encarar o fato de que, mesmo nas reuniões de oração mais fervorosas, por vezes ainda existe certo espírito de dúvida e incredulidade. Somos como o pai que clamou a Jesus: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Mc 9:24). Esses cristãos de Jerusalém acreditavam que Deus poderia responder a suas orações, de modo que clamaram dia e noite. Mas quando a resposta bateu à sua porta, se recusaram a crer. Em sua graça, Deus honra até a fé mais fraca, mas poderia fazer muito mais se confiássemos nele plenamente.
Convém observar que Atos 12:16 emprega o plural: “então, eles abriram, viram-no e ficaram atônitos”. Temos a impressão de que, por uma questão de segurança, decidiram abrir a porta juntos e encarar juntos o que estava do outro lado. Rode teria aberto a porta sozinha, mas estava feliz demais. É louvável que uma serva humilde tenha reconhecido a voz de Pedro e se regozijado por ele estar livre. Sem dúvida, Rode cria no Senhor Jesus Cristo e era amiga de Pedro.
Pedro faz uma declaração (v. 17). Ao que parece, todos começaram a falar ao mesmo tempo, e Pedro teve de pedir silêncio. Relatou rapidamente o milagre de seu livramento e, sem dúvida, agradeceu a todos por suas orações. Pediu que contassem o que havia acontecido a Tiago, o meio-irmão de Jesus, líder da congregação de Jerusalém (Mt 13:55; At 15:13ss; Gl 1:19) e autor da epístola homônima.
Meus irmãos, hoje também precisamos refletir sobre a melhor maneira dos cristãos orarem pelos que se encontram na prisão, pois ainda hoje há muitas gente presa por crer em Cristo. “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles” é a instrução de Hebreus 13:3. Em outras palavras, devemos orar por eles como gostaríamos que orassem por nós se estivéssemos na mesma situação. Devemos pedir que Deus lhes dê graça para suportar o sofrimento, a fim de serem testemunhas vitoriosas para o Senhor. Devemos pedir ao Espírito que ministre a Palavra a esses prisioneiros e que os faça lembrar das Escrituras. Podemos pedir que Deus proteja os seus e que lhes dê sabedoria para lidar com o inimigo cada dia. Devemos pedir a Deus que, se for da sua vontade, sejam libertos da prisão e do sofrimento e reunidos com seus entes queridos.
Mas, não devemos orar somente orar porque aqueles que estão presos, como também pelos momentos difíceis que passamos, nossos planos e projetos, etc. Na certeza de que o Senhor ouve e responde as nossas orações.
Conta-se que “certa vez o doutor A. T. Pierson foi hóspede de Jorge Müller no seu orfanato. Uma noite, depois que todos se deitaram, Jorge Müller o chamou para orar dizendo que não havia coisa alguma em casa para comer. O doutor Pierson quis lembrar-lhe que o comércio estava fechado, mas Jorge Müller bem sabia disso. Depois da oração deita­ram-se, dormiram e, ao amanhecer, a alimentação já esta­va suprida e em abundância para 2.000 crianças. Nem o doutor Pierson, nem Jorge Müller chegaram a saber como a alimentação foi suprida. A história foi contada naquela manhã, ao senhor Simão Short, sob a promessa de guardá-la em segredo até o dia da morte do benfeitor. O Senhor despertara essa pessoa do sono, à noite, e mandara que le­vasse alimentos suficientes para suprir o orfanato durante um mês. E isso sem a pessoa saber coisa alguma da oração de Jorge Müller e do doutor Pierson!” (Extraído do Livro Heróis da Fé).
3 . DEUS LIDA COM NOSSOS INIMIGOS (A t 12:18-25)
 “Mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males” (1 Pe 3:12).
Se o relato tivesse terminado com a partida de Pedro, ficaríamos imaginando o que foi feito de Herodes e dos guardas. Não sabemos a que horas o anjo libertou Pedro,
mas quando o grupo seguinte de soldados entrou na cela, qual não foi sua consternação ao descobrir que os guardas estavam lá, mas o prisioneiro havia desaparecido! Se a guarda recém-chegada teve de despertar os soldados da guarda anterior, certamente não o fez de modo gentil. Se a guarda anterior estava acordada e alerta, não deve ter sido fácil explicar a situação aos outros soldados. Como um prisioneiro acorrentado conseguiu escapar, quando havia quatro guardas na cela e as portas estavam trancadas?
De acordo com a lei romana, se um guarda deixasse um prisioneiro escapar, deveria receber o mesmo castigo que o prisioneiro teria recebido, mesmo que fosse a pena de morte (ver At 16:27; 27:42). A lei não se aplicava com tanto rigor à jurisdição de Herodes e, portanto, não tinha a obrigação de mandar matar os guardas; mas, sendo quem ele era, mandou executá-los mesmo assim. Em vez de matar um homem para cair nas graças dos judeus, matou quatro na esperança de lhes agradar ainda mais. “O justo é libertado da angústia, e o perverso a recebe em seu lugar” (Pv 11:8). Essa verdade é ilustrada pela morte de Herodes. Apesar de Deus nem sempre fazer justiça tão rapidamente, não há dúvida de que o Juiz de toda a Terra fará o que é certo (Gn 18:25; Ap 6:9-11).
O povo de Tiro e Sidom, que dependia dos alimentos que adquiria dos judeus (ver Ed 3:7) havia, de algum modo, desagradado o rei Herodes e corria o risco de perder sua assistência. Como bons políticos, subornaram Blasto, encarregado da câmara (quarto de dormir) do rei e, portanto, um funcionário de confiança; este, por sua vez, convenceu o rei a se encontrar com a delegação estrangeira. Era uma oportunidade para o rei orgulhoso demonstrar sua autoridade e glória e para os delegados lhe agradarem com suas lisonjas.
De acordo com o historiador judeu Josefo, a cena ocorreu durante uma festa em homenagem ao imperador Cláudio e, nessa ocasião, Herodes vestia um belíssimo traje de prata. Não sabemos o que o rei disse em seu discurso, mas sabemos que seu objetivo era impressionar o povo. E conseguiu! Falaram ao ego do rei e lhe disseram que ele era um deus, deixando-o absolutamente enlevado.
No entanto, Herodes não deu glória a Deus, de modo que essa cena toda não passou de idolatria.
“Eu sou o S en h o r, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem” (Is 42:8; ver 48:11). Em vez de Pedro ser morto por Herodes, o rei é que foi morto pelo Deus de Pedro! Talvez o mesmo anjo que livrou Pedro também tenha ferido o rei. Herodes caiu enfermo, com uma doença que atacou seus intestinos e, segundo Josefo, morreu cinco dias depois, no ano de 44 d.C.
Esse acontecimento é mais do que uma página da história antiga, pois tipifica o mundo e as pessoas de hoje. Os cidadãos de Tiro e Sidom só estavam preocupados em conseguir alimento suficiente para encher o estômago. Sem dúvida, o alimento é essencial à vida, mas há algo de errado quando estamos dispostos a pagar qualquer preço por ele. A delegação sabia que conseguiria o que desejava, se lisonjeasse o rei e o chamasse de deus.
É impossível não ver no rei Herodes uma ilustração do futuro “homem da iniquidade” que, um dia, governará sobre o mundo e perseguirá o povo de Deus (2 Ts 2; Ap 13). 0 “homem da iniquidade” (ou Anticristo) afirmará ser um deus e exigirá que o mundo todo o adore. Mas Jesus Cristo voltará e julgará tanto esse homem quanto seus seguidores (Ap 19:11-21).
O mundo ainda vive em função de aplausos e prazeres. O ser humano tornou-se seu deus (Rm 1:25). O mundo continua buscando apenas o físico e ignora o espiritual (ver 1 Jo 2:1 5-1 7). Vive pela força e pela lisonja, não pela fé e pela verdade e, um dia, o mundo será julgado.
Hoje, assim como no Israel da Antiguidade, a Igreja sofre por causa de pessoas como Herodes, que usam sua autoridade para se opor à verdade. Desde o Faraó do Egito, o povo de Deus sofre sob o domínio de déspotas e de seus governos, e Deus sempre preservou seu testemunho no mundo. Nem sempre Deus julgou os governantes como fez com Herodes, mas sempre cuidou de seu povo e providenciou para que não sofressem nem morressem em vão. A liberdade de que desfrutamos hoje foi comprada pelos que abriram mão de ser livres.
A Igreja primitiva não tinha qualquer influência política nem amigos em altos escalões para “mexer os pauzinhos” por eles. Em vez disso, se dirigiam ao trono mais elevado de todos, o trono da graça. Os primeiros cristãos eram um povo de oração, pois sabiam que Deus poderia resolver seus problemas. O trono glorioso de Deus era muito maior do que o trono de Herodes, e o exército celestial de Deus poderia derrotar os frágeis soldados de Herodes a qualquer momento! Não precisavam pagar subornos para conseguir que se fizesse justiça. Simplesmente levavam seu pleito à Suprema Corte e o entregavam ao Senhor!
Qual foi o resultado de tudo isso? “A palavra do Senhor crescia e se multiplicava” (At 12:24). Trata-se de mais um dos resumos ou “relatórios de progresso” de Lucas, dos quais o primeiro se encontra em Atos 6:7 (ver 9:31; 16:5; 19:20; 28:31). Lucas está cumprindo o propósito de seu livro ao mostrar como, a partir de suas origens modestas em Jerusalém, a Igreja espalhou-se por todo o mundo romano. Que grande estímulo para nós hoje!
No início de Atos 12, Herodes parecia no controle, e tudo indicava que a Igreja perdia a batalha. Mas, no final do capítulo, Herodes está morto, enquanto a Igreja está bem viva e crescendo rapidamente!
Era uma Igreja que orava, por isso foi bem-sucedida. Quando estava em dificuldades, a missionária Isobel Kuhn orava: “Se este obstáculo vem de ti, Senhor, eu o aceito; mas, se vem de Satanás, eu o rejeito e também a todas as suas obras em nome do Calvário!” E Alan Redpath (Alan Redpath foi um evangelista, pastor e escritor britânico. (1907-1989)) costuma dizer: “Vamos manter a cabeça erguida e os joelhos dobrados – a vitória está do nosso lado!”
Pr. Eli Vieira (C. de W.W.)

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