quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Escola na Inglaterra remove referências ao Natal para ser mais “inclusiva”

Wherwell Primary School in Andover. (Foto: Captura de tela/Google Maps).

A Escola Primária Wherwell pediu à companhia infantil para retirar canções de Natal do tradicional teatro natalino que apresentará aos alunos.

Uma escola decidiu remover referências ao Natal de um teatro tradicional encenado para os alunos, para ser mais “inclusiva”, na Inglaterra.

Segundo o Daily Mail, a decisão da Wherwell Primary School em Andover, no condado de Hampshire, provocou críticas de vários pais.

Em uma carta, a direção do colégio comunicou os responsáveis de seus 126 estudantes que a peça “João e o Pé de Feijão”, encenada pela companhia infantil “Chaplins Pantos”, não teria referências ao Natal.

A diretora, Mandy Ovenden, alegou que o objetivo era fazer um evento “inclusivo” para que crianças de todas as religiões participassem da pantomima – teatro de gestos realizado tradicionalmente na época de Natal

Após os pais criticarem a ação, a diretora enviou uma segunda carta explicando a decisão da escola. 

Mandy afirmou que pediu para que a companhia teatral retirasse as canções de Natal que estavam incluídas no espetáculo.

“Temos várias famílias que não celebram o Natal ou o fazem de uma maneira diferente. Os filhos dessas famílias são retirados de eventos como este, a pedido de seus pais”, afirmou a diretora.

“Como este não é um evento de Natal, mas um teatro, pode ser apreciado por todos com as mudanças que solicitamos. Estamos ansiosos para que todos os nossos filhos gostem da pantomima e, para que seja um evento totalmente inclusivo”, argumentou.

Mesmo assim, os pais ficaram insatisfeitos com a escola. “Isso não deveria ser permitido. O Natal é comemorado em todo o Reino Unido e no mundo, e você simplesmente não pode erradicá-lo para que algumas pessoas não se ofendam. Uma pantomima só é realizada no Natal, mas é uma loucura que não possa haver menção à palavra”, protestou um dos pais, em entrevista ao Daily Mail.

Outro responsável declarou: “A diretora está errada cedendo ao capricho de uma pequena minoria de pais. Ela ou a empresa de teatro deveriam ter dito ‘não’. Você não pode erradicar nossa história e cultura”.

A atitude de remover referências ao Natal em um teatro natalino acontece mesmo com a Escola Primária Wherwell afirmando em seu site que é uma instituição que valoriza os valores britânicos, como democracia, tolerância e liberdade individual.

À imprensa, um porta-voz da escola declarou: “Estamos muito entusiasmados por poder presentear nossos alunos com uma pantomima totalmente inclusiva este ano. Como fazemos todos os anos, também estamos realizando uma série de celebrações de Natal durante o restante do semestre, garantindo que, em geral, nossa programação planejada de eventos seja bem equilibrada e reflita toda a nossa comunidade escolar”.

Fonte: Guiame, com informações de Daily Mail

França e Inglaterra são os países com maior número de ataques contra cristãos na Europa

 

sabel Vaughan-Spruce e Adam Smith-Connor, ambos presos por oração silenciosa, se juntaram para orar do lado de fora do tribunal de Poole. (Foto: ADF International)

Segundo o Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa, em 2023 ocorreram mais de 2.400 ataques e crimes contra seguidores de Jesus.


O Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC) divulgou seu relatório anual de 2024, referente ao ano de 2023.

De acordo com a organização, mais de 2.400 ataques contra cristãos foram registrados na Europa durante esse período.

Uma comparação dos dados do ano passado com os de 2013 revela um ligeiro aumento nas ameaças e agressões (verbais e físicas) contra a liberdade religiosa.

No entanto, a ausência de dados fornecidos por alguns países dificulta a compreensão exata da magnitude desse problema, que se torna cada vez mais comum no continente.

O OIDAC observa em seu relatório que os países onde ocorreram mais crimes anticristãos foram França, Reino Unido e Alemanha.

Esses crimes variam desde atos de vandalismo até agressões físicas. Os dados fornecidos pelo Observatório indicam que “as formas mais comuns de violência foram vandalismo contra igrejas (62%), incêndio criminoso (10%) e ameaças (8%).”

Cristãos na vida pública

Ataques contra cristãos também estão aumentando no ambiente de trabalho, onde cada vez mais pessoas relatam sofrer algum tipo de discriminação por causa de sua fé.

O documento do OIDAC afirma que “de acordo com uma pesquisa de 2024 realizada no Reino Unido, apenas 36% dos cristãos com menos de 35 anos disseram que se sentiam livres para expressar suas visões cristãs sobre questões sociais no trabalho.”

Ataques particulares não são a única preocupação do Observatório. Eles denunciam que “o ano passado também registrou uma série de restrições à liberdade religiosa por governos europeus, desde a proibição de manifstações religiosas públicas até a perseguição de cristãos pela expressão pacífica de suas crenças.”

Além de fornecer dados, o relatório do OIDAC inclui exemplos concretos de ataques à liberdade dos cristãos, seja no trabalho, na universidade, no templo ou na rua. Também menciona ataques em redes sociais e programas de televisão. De fato, alguns estudos mostram que a religião cristã é a mais criticada na mídia.

Falta de liberdade

Todos esses acontecimentos levaram ao surgimento do fenômeno da “autocensura”, uma tendência cada vez mais pronunciada, especialmente entre os jovens cristãos, de não expressar suas opiniões em espaços públicos por medo de represálias.

Outra questão abordada no relatório é a falta de liberdade enfrentada pelos pais para educar seus filhos na fé cristã, assim como os cortes na autonomia da Igreja, como os que a Bélgica, por exemplo, está sofrendo.

O OIDAC conclui que os ataques contra cristãos estão aumentando, e as agressões físicas se tornando mais frequentes no continente europeu.

Essa violência representa um ataque direto aos valores cristãos, e o Observatório recomenda que isso seja amenizado por meio de conscientização, reforma legislativa e treinamento de cristãos.

Fonte: Guiame, com informações da Omnes Magazine

Fonte de Esperança

 

Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Romanos 15:4

O que diferencia as Sagradas Escrituras de qualquer um outro livro, além do fato de ter sido ela inspirada por Deus, é a sua finalidade.

A Bíblia não é um livro de autoajuda, mas nela encontramos a ajuda do auto, capaz de agir e nos socorrer em qualquer tempo e em qualquer situação.

Nenhum outro livro na face da terra tem o poder e a eficácia de gerar tamanha esperança na vida do homem quanto as Sagradas Escrituras. Porque tudo quanto nela está escrito, para o nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e pelo encorajamento que encontramos exclusivamente nela, tenhamos esperança nas promessas de Deus.

Pb. Levi Almeida

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Após ataques a judeus, cristãos cantam ‘Jerusalém de Ouro’ nas ruas de Amsterdã

 


Cristãos cantam nas ruas de Amsterdã. (Captura de tela/Instagram/hnaftali)

A capital da Holanda, recente palco de ataques antissemitas, recebeu centenas de cristãos que se manifestaram em apoio a Israel.

Centenas de pessoas saíram às ruas de Amsterdã para cantar músicas israelenses na sexta-feira (08).

Cristão de ascendência judaica, Hananya Naftali divulgou a manifestação em deferência ao povo

“Cristãos na Holanda cantam ‘Jerusalem of Gold’ (Jerusalém de Ouro, em português) nas ruas de Amsterdã”, escreveu.

O guia turístico Shlomi Lobaton, do perfil Hevel Eretz dedicado a promover o turismo em Israel, também mostrou a manifestação em solidariedade a Israel.

Ele escreveu: “Um raio de esperança em meio à ameaça de uma nova e violenta onda antissemita”.

Judeus atacados em Amsterdã

Os ataques a torcedores israelenses na noite de quinta-feira (07), após a partida de futebol entre Ajax Amsterdam e Maccabi Tel Aviv, desencadearam uma série de manifestações contrárias aos atos violentos nas ruas de Amsterdã.

A prefeita Femke Halsema afirmou que os torcedores do Maccabi Tel Aviv foram “atacados, agredidos e atingidos por fogos de artifício” na cidade, e que a polícia de choque teve que intervir para protegê-los e escoltá-los até os hotéis. Pelo menos cinco pessoas receberam atendimento hospitalar.

Após os incidentes violentos na capital holandesa, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deu a ordem para o envio de dois aviões para resgatar os torcedores judeus que foram à Holanda para assistir ao jogo.

Autoridades do governo holandês chamaram os agressores e a violência que promoveram enquanto emboscavam os torcedores e os agrediam violentamente de “esquadrões antissemitas de ataque e fuga”.

Noite dos Cristais

Os ataques coincidiram com um dos eventos antissemitas de maior repercussão na história, a Noite dos Cristais, que ocorreu na noite de 9 para 10 de novembro de 1938.

Convocada por Hitler e Goebbels, a Noite dos Cristais serviu como justificativa ao assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath.

Na Alemanha nazista e em áreas anexadas, sinagogas foram incendiadas, lojas e casas de judeus foram saqueadas e destruídas, e centenas de judeus foram mortos ou enviados para campos de concentração.

O nome “Kristallnacht” (Noite dos Cristais) faz referência ao vidro quebrado das vitrines das lojas destruídas, simbolizando a violência e o ódio sistemático contra os judeus.

O evento marcou o início de uma escalada na perseguição aos judeus na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazistas, que culminaria no Holocausto.

Fonte: Guiame, com informações da CNN Brasil

Série – Fé e Boa Consciência

 


Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, 1°- Timóteo 4:1-2

Pense na consciência como um tribunal moral que o próprio Deus colocou em cada um de nós. Agora, imagine se esse “tribunal” estiver corrompido, perdendo o apreço por aquilo que o guia a ser ilibado, e passar a ter prazer pelo que é corrupto, adulterando suas convicções e práticas; qual será o resultado de suas decisões?
O Espírito de Deus afirma expressamente que uma mente cuja consciência esteja cauterizada torna-se o ambiente propício para o engano, a hipocrisia, a mentira e a apostasia da fé, visto que é um estado espiritual em que a consciência de uma pessoa se torna insensível, endurecida e fria, tornando-se absolutamente inconsciente e morta para com as coisas de Deus.

Pb. Levi Almeida

“A perseguição aumentou e precisamos acordar”, alerta grupo que apoia cristãos perseguidos

 


A Global Christian Relief está lembrando as igrejas no Ocidente de orarem pelos irmãos perseguidos. (Foto: Global Christian Relief).

A Global Christian Relief pediu que a Igreja do Ocidente se levante em oração pelos irmãos que enfrentam perseguição em várias partes do mundo.

Um grupo que apoia cristãos perseguidos está chamando a Igreja do Ocidente para acordar para a realidade dos irmãos que enfrentam perseguição ao redor do mundo.

A Global Christian Relief (GCR) leva ajuda em cinco regiões do planeta, incluindo Ásia Central e Oriental, América Latina e Sudeste Asiático. A organização também informa sobre os casos de violência e conscientiza os cristãos ocidentais a se solidarizarem com seus irmãos perseguidos.

“Houve um aumento na perseguição e opressão dos cristãos nos últimos 15 anos ou mais. E precisamos despertar para isso e fazer algumas coisas”, alertou o presidente da GCR, David Curry, em entrevista ao The Christian Post.

No primeiro domingo de novembro (3), a Global Christian Relief realizou um culto ao vivo para marcar o Dia Internacional de Oração pela Igreja Perseguida.

Na transmissão, foram exibidos vídeos de testemunho de cristãos perseguidos, incluindo um sobrevivente dos massacres do Boko Haram na Nigéria e um defensor da igreja clandestina na Coreia do Norte. 

O evento ainda destacou a perseguição enfrentada pelos seguidores de Jesus no Nepal, que não é tão conhecida.

No país, de maioria hindu, os cristãos nepaleses enfrentam o risco de serem atacados por suas famílias ou de serem expulsos de suas casas por deixarem o hinduísmo e seguirem a Cristo.

Além disso, o governo também oprime os cristãos através de leis anticonversão e do fechamento de igrejas.

“Não queremos ver as pessoas se magoarem, mas o que realmente queremos é dizer: ‘Você sabe o que está acontecendo com seus irmãos e irmãs ao redor do mundo?'”, explicou David.

“Incluindo o Nepal e as pressões que eles enfrentam apenas para fazer coisas simples como ler as Escrituras, ir à igreja pacificamente e praticar sua fé”.

Uma convocação para a oração

Para David, o primeiro passo para o cristãos do Ocidente ajudarem seus irmãos perseguidos é orarem por eles.

“Temos que reconhecer que esta é uma batalha espiritual. Primeiro, temos que começar com a oração. É vida ou morte. Portanto, temos que entender que é mais do que apenas política. É por isso que começamos com a oração e depois há a defesa”, enfatizou o líder.

“Acho que uma vez que as pessoas vejam que sua voz faz a diferença, podemos começar a falar sobre isso com nossos representantes, fazendo com que nossas igrejas orem sobre isso, e podemos mover a agulha nos governos ocidentais, nos EUA, no Reino Unido, na França, falando pelos cristãos que estão sendo perseguidos por sua fé”, concluiu.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian Post

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Série – Fé e Boa Consciência

 

Mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé.


1 Timóteo 1:19

A título de analogia, ouso dizer que a consciência é o ‘nervo’ mais sensível da mente humana. É por meio da consciência que decidimos entre o certo e o errado, o bem e o mal, o útil e o vil. Dessa forma, ainda que alguém afirme ter fé, desprezando contudo, a prática da boa consciência, é como um corpo humano que, apesar de possuir uma mente aparentemente funcional, tem o seu ‘nervo ciático’ lesionado, comprometendo toda a funcionalidade do corpo.
A fé e a boa consciência precisam estar diretamente interligadas, visto que aqueles que rejeitam a prática da boa consciência, inevitavelmente naufragarão na fé.

Pb. Levi Almeida

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

UMA IGREJA VIVA, SERVINDO AO DEUS VIVO

 


UMA IGREJA, SERVINDO AO DEUS VIVO

Atos 2.42-47

Em um mundo marcado por incertezas e desafios, a igreja é chamada a ser um farol de esperança. Uma igreja que serve ao Deus Vivo, busca despertar em cada participante o desejo de viver uma fé autêntica, marcada pelo amor ao próximo e pelo compromisso com a missão de Jesus. Neste contexto, a igreja de Jesus pode se tornar um instrumento transformador na vida das pessoas e na sociedade, resgatando os valores do Reino de Deus e construindo um futuro mais justo e fraterno.

A igreja, ao longo dos séculos, tem sido desafiada a repensar a sua missão e o seu papel no mundo. Nesta atualidade somos convocados a propor uma reflexão teológica sobre o chamado da igreja para servir ao Deus Vivo num momento desafiador em que estamos passando. A partir de uma análise aprofundada das Escrituras e da tradição cristã, precisamos oferecer subsídios para que a igreja possa renovar a sua identidade e a sua prática, tornando-se um sinal vivo da presença de Deus no mundo e relevante para a sociedade.

Líderes e membros de igrejas, muitas vezes, se deparam com o desafio de viver uma fé relevante e transformadora no dia a dia. ‘Uma igreja servindo ao Deus Vivo’ precisa oferecer ferramentas práticas para que cada irmão, para que assim ela possa se tornar mais missionária, acolhedora e engajada com as necessidades da comunidade. No nosso contexto, somos desafiados, a encontrar sugestões para a vida devocional, o discipulado, a evangelização e o serviço social, mas isso não pode ser meramente teórico, mas prático na vida da igreja hoje.

Portanto, convido você a embarcar numa profunda reflexão sobre o chamado divino de uma igreja viva e atuante. Por meio de estudos bíblicos, experiências práticas e testemunhos inspiradores de vida com o Senhor, devemos aprender e viver o que significa servir verdadeiramente a um Deus vivo num mundo cada vez mais desafiador. A Igreja precisa cumprir a sua missão de proclamar o Evangelho, amar ao próximo e transformar o mundo.

O desafio é para todos os que anseiam por uma igreja mais vibrante, mais relevante e mais engajada com a missão de Cristo. Se você é pastor, líder de ministério, membro de igreja ou simplesmente alguém que busca aprofundar a sua fé, é chamado para despertar e viver o Evangelho do Deus vivo nesta atualidade cumprindo a missão para a qual fomos comissionados.

Pr. Eli Vieira

Verdadeiramente Livres

 


Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:36


Se voltarmos os olhos ao versículo inicial desta reflexão, podemos chegar a duas conclusões irrefutáveis.

A primeira, aparece implícita logo na primeira frase: "Se pois o Filho vos libertar". A verdade aqui presente, é que todo e qualquer indivíduo sem Jesus em sua vida, é um homem cativo e preso em seus próprios delitos e pecados. 

É como um pássaro posto numa gaiola. Alí ele canta, salta, come e bebe. Mas, a sua liberdade está cerceada, e ele agoniza no cárcere da sua existência, tentando de todas as formas se ver livre, mas sem êxito.

A segunda conclusão está na segunda frase do versículo: "verdadeiramente sereis livres". Note que essa frase está diretamente ligada à pessoa de Jesus, indicando que Ele é a única chave que abre os calabouços de nossas vidas, nos fazendo gozar da verdadeira liberdade, que só existe no Filho de Deus.

Pb. Levi Almeida

Extremistas matam 200 pessoas em ataques em Burkina Faso




A vila de Manni ficou vazia após os ataques durante quatro dias (foto representativa)

Certos da impunidade, jihadistas atacaram comunidade cristã por quatro dias

No início de outubro, ao menos 200 pessoas foram mortas na região leste de Burkina Faso. Extremistas islâmicos atacaram a vila de Manni durante quatro dias seguidos. As ações começaram com o assassinato de 17 soldados de uma patrulha militar. Nos dias seguintes, retornaram com o objetivo de matar mais pessoas da comunidade de maioria cristã.

Um dia depois de assassinar os militares, os radicais atacaram o mercado e muitas pessoas fugiram e se refugiaram em lojas e casas, mas os extremistas incendiaram os locais e fizeram mais vítimas fatais. Certos da impunidade, os jihadistas retornaram no dia seguinte, atearam fogo nos carros e atiraram em profissionais de saúde que socorriam os feridos do dia anterior.  

Os radicais islâmicos queriam acabar com a vida de os sobreviventes do incidente anterior e retornaram à vila para matar somente os homens sobreviventes. Essa é uma tática usada para deixar mulheres e crianças vulneráveis a sequestros, casamento e recrutamento forçados.

De acordo com a agência Fides, muitas das vítimas desses ataques eram deslocados que haviam fugido de suas casas e comunidades por causa da violência de grupos armados e de extremistas. Os sobreviventes dos ataques, incluindo muitos cristãos, deixaram a vila de Manni.

O líder de campo da Portas Abertas na África Ocidental explicou que há um trabalho para localizar as pessoas que fugiram do vilarejo para comunidades vizinhas para apoiá-las em suas diversas necessidades. O projeto de socorro a cristãos deslocados, que já estava planejado, precisou ser suspenso.

Ataques constantes

No mês de agosto, o grupo jihadista Jama’t Nusrat al-Islam wa al-Muslimin (JNIM) atacou os habitantes de Barsalogho, na província de Sanmatenga, enquanto cavavam trincheiras. Estimativas iniciais indicavam que entre 300 e 400 pessoas, principalmente civis, foram mortas.

No entanto, relatórios recentes indicam que 600 pessoas morreram nesse ataque. Pelo menos 28 das vítimas eram cristãs e as demais eram soldados e membros dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP).

No dia seguinte, outro grupo jihadista afiliado ao JNIM atacou a igreja Christian Alliance na vila de Kounla. Os agressores alvejaram lares cristãos, forçaram os homens a entrarem na igreja e executaram 30 deles. Fontes locais dizem que 27 das vítimas eram cristãs.

Participe do Desperta África

Você pode participar da campanha global Desperta África de diversas formas, uma delas é assinando uma petição que pede por proteção, justiça e restauração da população vítima da violência na África Subsaariana. Assine agora a petição global!

Pedidos de oração

  • Ore por consolo, cura e suprimento das famílias e amigos das pessoas mortas e dos sobreviventes.
  • Clame pela paz e pelo fim dos grupos armados e extremistas na África Subsaariana.
  • Interceda por sabedoria e discernimento aos governantes do país, para que combatam a violência e socorram a população.
  • Peça pela conversão dos jihadistas, para que tenham suas vidas transformadas por Cristo.

Fonte: Portas AbertasFacebook

Igreja cresce em meio à perseguição em Bangladesh

 


O número de cristãos de origem muçulmana cresce a cada dia em Bangladesh (foto representativa)

Treinamentos ajudam cristãos a anunciarem o evangelho mesmo sob riscos

A realidade da perseguição é inevitável para cristãos de origem muçulmana em Bangladesh. “Somos perseguidos, afligidos e maltratados, mas não desfalecemos. Aprendemos a resistir e a permanecermos unidos quando somos subjugados à perseguição e dificuldades”, conta o pastor Mijanur Rahman, um pastor local no Norte de Bangladesh.  

Com frequência, Mijanur evangeliza não cristãos na comunidade onde vive. A maioria dos que se aproximaram de Jesus por meio do ministério do pastor são cristãos de origem muçulmana. Mas a alegria da salvação tem sido desafiada diariamente. Quase todos os dias, pessoas procuram o pastor para ajudar cristãos perseguidos. 

“Discipular cristãos de origem muçulmana é muito perigoso. Especialmente quando nos reunimos para as atividades da igreja. Autoridades locais nos ameaçam e querem nos expulsar do vilarejo. Os recém-convertidos precisam lutar muito para sobreviver”, conta Mijanur. Houve situações em que os cristãos foram obrigados a ficarem escondidos por semanas, sob os cuidados do pastor Mijanur, por causa dos riscos.  

Firmes em Cristo 

Mesmo nesse contexto de pressão e violência, a igreja continua a crescer. Mais e mais pessoas têm experimentado a graça salvadora de Jesus. Eles são firmes e determinados na decisão de seguir a Cristo, independentemente do preço que isso possa custar. A maioria dos cristãos de origem muçulmana começam como cristãos secretos. Mas é quase impossível manter a identidade cristã em segredo por muito tempo e, quando descobertos, começa a opressão. 

Por isso, parceiros locais da Portas Abertas oferecem treinamentos para preparar os cristãos para resistirem biblicamente à perseguição em Bangladesh. O pastor Mijanur foi um dos participantes e conta: “Eu teria muita dificuldade para lidar com os perseguidores sem o treinamento. Aprendi a como me aproximar deles e a responder com sabedoria, conforme os ensinos da Bíblia, aqueles que nos perseguem, provocam e maltratam por seguirmos a Jesus. Entendi por que eles nos perseguem e algumas das táticas que usam. Hoje consigo capacitar outros cristãos com os mesmos princípios”, conta o pastor.   

Os seminários de treinamento também ajudaram a esposa de Mijanur, Shapla. “Minha esposa trabalha no ministério comigo. Quando a perseguição vem, minha família inteira é afetada. Enquanto estou fora, minha esposa tem que administrar a casa e cuidar da igreja, então percebi que ela também deveria passar por esse treinamento. Agora nós dois estamos muito confiantes ao lidar com a perseguição”, ele explica.  


Mulheres cristãs também são abençoadas com o treinamento 

Shapla também percebeu como o treinamento poderia beneficiar outras mulheres em sua igreja. Ela incentivou as mulheres a participarem do treinamento. “Quando as mulheres enfrentam perseguição, elas me procuram para pedir ajuda e me perguntam o que devem fazer. Eu as encorajo e digo a elas que sejam firmes e orem. Como mãe, também tenho de lidar com os efeitos da perseguição sobre meu filho de nove anos, que é zombado na escola por ser cristão. Aprendi essas coisas com o [seminário]”.  

“Todos os anos enfrentamos perseguição, mas não tínhamos nenhum material para treinar os cristãos locais. Não só isso, mas também não tínhamos nem mesmo um especialista para treinar a igreja. A perseguição faz parte de nossas vidas, por isso precisamos desse treinamento”, contam Anna e Sarkar, participantes do treinamento.  

Fonte: Portas Abertas

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

10.000 estudantes se reúnem e centenas aceitam Jesus no Texas: ‘Deus se moveu’


 Estudantes lotam a Reed Arena para um culto. (Foto: Instagram/Unite Us)

Os estudantes se reuniram em um culto realizado no Reed Arena.

Os EUA têm testemunhado uma onda de estudantes se manifestando publicamente em diversos estados, como ocorreu em setembro, quando milhões deles se mobilizaram para orar nas escolas por 64 países.

A iniciativa See You at the Pole (“Te Vejo no Mastro da Bandeira”), liderada por estudantes, está em seu 33º ano. Os alunos se uniram em mastros de bandeiras em seus campi nos EUA e em outros países para orar e muitos registraram o momento nas redes sociais.

Também em setembro, o ministério New Life Young Adults, uma organização estudantil oficialmente reconhecida no campus Corpus Christi da Universidade Texas A&M, realizou um evento de evangelismo que contou com grande participação dos alunos e teve um forte impacto.

O evento, focado em agricultura e engenharia mecânica, atraiu cerca de 1.500 pessoas e resultou no batismo de dezenas de estudantes.

Agora, milhares de estudantes se reuniram em um culto realizado em um estádio no Texas.

“Estamos absolutamente impressionados com a forma como Deus se moveu hoje à noite na Reed Arena à medida que mais de 10.000 estudantes universitários se reuniram para levantar o nome de Jesus”, escreveu a Unite Us em seu perfil no Instagram.

“Nunca tomaremos como garantido a forma como Deus apareceu – noite após noite, universidade após universidade”.

Sarah Breuel, missionária brasileira e diretora executivo do Revive Europa, deixou uma mensagem no post:

“Eu estava de coração e alma com vocês lá, orando do outro lado do Atlântico! Pai, obrigada pelas sementes precoces de avivamento, respire de novo aqui na Europa também, em nome de Jesus!”.




E postou nos stories do seu próprio Instagram: “Deus está agindo nos campi universitários, você consegue ouvir o barulho?”

Segundo a organização cristã, os jovens estudantes que foram até o estádio não se decepcionaram com o mover espiritual derramado entre eles.

“As pessoas dizem que não há esperança para a geração Z. Mas depois desta noite, temos mais esperança do que nunca que esta geração nos guie no maior reavivamento que a nossa nação já viu”.

Além de ouvir a ministração da palavra de Deus e louvores, dezenas de jovens decidiram se batizar:


Estudantes se batizam. (Foto: Instagram/Unite Us)

E finalizaram: “Esta pode ser a nossa última Unite do semestre, mas acreditamos que é apenas o começo de tudo o que Deus tem reservado.”

Fonte: Guiame

Série - Jesus, O Bom Pastor

 


 Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo, e entrará, e sairá, e achará pastagens. João 10:9



Penso que o maior dos dilemas que aflige todos os homens, seja: Como Posso Ser Salvo? 

Muitas pessoas, dos mais céticos aos mais religiosos, fizeram essa pergunta para Jesus durante o seu ministério, provando que lá no íntimo, todo homem sabe que carece de salvação.

A narrativa de Jesus no décimo capítulo de João, não é apenas um discurso sobre a relação Pastor e ovelha, mas uma resposta clara para tão grande dilema.

A mensagem central do capítulo de João 10 é: Só existe um meio pelo qual o homem pode ser salvo: JESUS.

Ele é a porta. Ele é o Caminho. Somente Ele é o acesso legítimo. Todos os que entrarem por Ele, serão salvos. Visto que, "não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. Atos 4:12.

Presb. Levi Almeida

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A Vida de Martinho Lutero

 


Martinho Lutero

por Orlando Boyer

No cárcere, sentenciado pelo Papa a ser queimado vivo, João Huss disse: “Podem matar um ganso (na sua língua, ‘huss’ é ganso ), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar” .

Enquanto caía a neve, e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nasceu esse “cisne”, em Eisbelen, Alemanha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na Igreja de São Pedro e São Paulo. Sendo dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.

Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o “cisne” afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma.

Para dar o valor devido à obra de Martinho Lutero, é necessário notar algo das trevas e confusão dos tempos em que nasceu.

Calcula-se que, pelo menos, um milhão de albigenses foram mortos na França, a fim de cumprir a ordem do Papa, para que esses “hereges” fossem cruelmente exterminados. Wiclif, “a Estrela da Alva da Reforma”, traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wiclif, morrera na fogueira, na Boêmia, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, pedindo ao Senhor que perdoasse seus pecados. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça; seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da Igreja Romana.

Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero. Como muitos dos demais célebres entre os homens, era de família pobre.

Os pais de Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete filhos, esforçaram-se incansavelmente. O pai trabalhava nas minas de cobre; a mãe, além do serviço doméstico, trazia lenha nas costas, da floresta.

O pai de Martinho, satisfeitíssimo pelos trabalhos escolares do filho, na vila onde morava, mandou-o, aos treze anos, para a escola franciscana na cidade de Magdeburgo.

Para conseguir a sua subsistência em Magdeburgo, Martinho era obrigado a esmolar pelas ruas, cantando canções de porta em porta. Seus pais, achando que em Eisenach passaria melhor, mandaram-no para estudar nessa cidade, onde moravam parentes de sua mãe. Porém esses parentes não o auxiliaram, e o moço continuou a mendigar o pão.

Quando estava a ponto de abandonar os estudos, para trabalhar com as mãos, certa senhora de recursos, D. Úrsola Cota, atraída por suas orações na igreja e comovida pela humilde maneira de receber quaisquer restos de comida, na porta, acolheu-o entre a família. Pela primeira vez Lutero sentira fartura. Mais tarde, ele referia-se à cidade de Eisenach como a “cidade bem amada”. Quando Lutero se tornou famoso, um dos filhos da família Cota cursava em Wittenberg, onde Lutero o recebeu na sua casa.

Logo depois, os pais de Martinho alcançaram certa abastança. O pai alugou um forno para fundição de cobre e depois passou a possuir mais dois. Foi eleito vereador na sua cidade e começou a fazer planos para educar seus filhos.

Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt, o centro intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel de filosofia. Com a idade de vinte e um anos, alcançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem.

Seu pai, desejoso de que seu filho se formasse em direito e se tornasse célebre, comprou-lhe a caríssima obra: “Corpus Juris”. Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar na vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade.

Durante o ano de noviciato, antes de Lutero ser feito monge, os seus amigos fizeram de tudo para dissuadi-lo de confirmar esse passo. Os companheiros, que convidara para cearem com ele, quando anunciou a sua intenção de ser monge, ficaram no portão do convento dois dias, esperando que ele voltasse. Seu pai, vendo que seus rogos eram inúteis e que todos os seus anelantes planos acerca do filho iam fracassar, quase enlouqueceu.

Quão grande, porém, era sua ilusão. Depois de procurar crucificar a carne pelos jejuns prolongados, pelas privações mais severas, e com vigílias sem conta, achou que, embora encarcerado em sua cela, tinha ainda de lutar contra os maus pensamentos. A sua alma clamava: “Dá-me santidade ou morro por toda a eternidade; leva-me ao rio de água pura e não a estes mananciais de águas poluídas; traze-me as águas da vida que saem do trono de Deus!”;

Certo dia Lutero achou, na biblioteca do convento, uma velha Bíblia latina, presa à mesa por uma cadeia. Achara, enfim, um tesouro infinitamente maior que todos os tesouros literários do convento. Ficou tão embevecido que, durante semanas inteiras, deixou de repetir as orações diurnas da ordem. Então, despertado pelas vozes da sua consciência, arrependeu-se da sua negligência : era tanto o remorso, que não podia dormir. Apressou-se a reparar o seu erro: fê-lo com tanto anseio que não se lembrava mais de alimentar-se. Nessa altura, o vigário geral da ordem agostiana, Staupitz, visitou o convento. Era homem de grande discernimento, e devoção enraizada; compreendeu logo o problema do jovem monge; ofereceu-lhe uma Bíblia na qual Lutero leu que o “justo viverá da fé. Por quanto tempo tinha ele anelado : “Oh ! se Deus me desse um livro destes só para mim!” – e agora o possuía !

Na leitura da Bíblia achou grande consolação, mas a obra não poderia completar-se em um só dia. Ficou mais determinado do que nunca a alcançar paz para a sua alma, na vida monástica, jejuando e passando noites a fio sem dormir. Gravemente enfermo, exclamou : “Os meus pecados ! Os meus pecados !”. Apesar da sua vida ter sido livre de manchas, como ele afirmava e outros testificavam, sentia sua culpa perante Deus, até que um velho monge lhe lembrou uma palavra do Credo: “Creio na remissão dos pecados”. Viu então que Deus não somente perdoara os pecados de Daniel e de Simão Pedro, mas também os seus. Pouco tempo depois destes acontecimentos, Lutero foi ordenado padre.

Depois de completar vinte e cinco anos de idade, Lutero foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg, para onde se mudou para viver no convento da sua ordem. Porém a sua alma anelava pela Palavra de Deus, e pelo conhecimento de Cristo. No meio das ocupações de professorado, dedicou-se ao estudo das Escrituras, e no primeiro ano conquistou o grau de “baccalaureus ad biblia”. Sua alma ardia com o fogo dos céus; de todas as partes acorriam multidões para ouvir os seus discursos, os quais fluíam abundantemente e vivamente do seu coração, sobre as maravilhosas verdades reveladas nas Escrituras.

Um dos pontos mais iluminantes da biografia de Lutero é a sua visita a Roma. Surgiu uma disputa renhida entre sete conventos dos agostianos e decidiram deixar os pontos de dissidências para o Papa resolver. Lutero sendo o homem mais hábil, mais eloqüente e altamente apreciado e respeitado por todos que o conheciam, foi escolhido para representar seu convento em Roma. Fez a viagem a pé, acompanhado de outro monge. Em Roma, visitou os vários santuários e os lugares de peregrinação. Numa certa ocasião, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o chefe da igreja prometia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: “O justo viverá da fé”. Lutero ergueu-se e saiu envergonhado.

Depois da corrupção generalizada que viu em Roma, a sua alma aderiu à Bíblia mais do que nunca. Ao chegar novamente ao convento, o vigário insistiu em que desse os passos necessários para obter o título de doutor, com o qual teria o direito de pregar. Lutero, porém, reconhecendo a grande responsabilidade perante Deus e não querendo ceder, disse: “Não é de pouca importância que o homem fale em lugar de Deus….Ah ! Sr. Dr., fazendo isto, me tirais a vida; não resistirei mais que três meses”. O vigário geral respondeu-lhe : “Seja assim, em nome de Deus, pois o Senhor Deus também necessita nos céus de homens dedicados e hábeis”.

O coração de Lutero, elevado à dignidade de doutor em teologia, abrasava-se ainda mais do desejo de conhecer as Sagradas Escrituras e foi nomeado pregador da cidade de Wittenberg.

Acerca da grande transformação da sua vida, nesse tempo, ele mesmo escreve: “Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores…Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre para o mesmo versículo ( Rm 1: 17 ), porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra : ‘ O justo viverá da fé ‘. Vi então que a justiça de Deus, nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva”.

A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão; ele mesmo escreveu assim: “Então me achei recém-nascido e no Paraíso. Todas as escrituras tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo o que ensinavam sobre a ‘ justiça de Deus ‘ . Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do Paraíso”.

Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões, pregava até três vezes ao dia, conforme ele mesmo conta: “O que o pasto é para o rebanho, a casa para o homem, o ninho para o passarinho, a penha para a cabra montês, o arroio para o peixe, a Bíblia é para as almas fiéis”. A luz do Evangelho, por fim, tomara o lugar das trevas e a alma de Lutero abrasava por conduzir os seus ouvintes ao Cordeiro de Deus, que tira todo o pecado.

Lutero levou o povo a considerar a verdadeira religião, não como uma mera profissão, ou sistema de doutrinas, mas como vida em Deus. A oração não era mais um exercício sem sentido, mas o contato do coração com Deus que cuida de nós com um amor indizível. Nos seus sermões, Deus revelou o seu próprio coração a milhares de ouvintes, por meio do coração de Lutero.

A fama do jovem monge espalhou-se até longe. Entretanto, sem o reconhecer, enquanto trabalhava incansavelmente para a igreja, já havia deixado o rumo liberal que ela seguia em doutrinas e práticas.

“Em outubro de 1517, Lutero afixou a porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as suas 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência”. Lutero afixou as teses ou proposições para um debate público, na porta da Igreja, como era costume nesse tempo. Mas as teses, escritas em latim, foram logo traduzidas em alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para a surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses na Igreja de Wittenberg, que nasceu a Reforma Protestante, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus. Contudo Lutero não atacara a Igreja Romana, mas antes, pensou fazer defesa do Papa contra os vendedores de indulgências.

Em agosto de 1518, Lutero foi chamado a Roma para responder a uma denúncia de heresia. Contudo, o eleitor Frederico não consentiu que fosse levado para fora do país; assim Lutero foi intimado a apresentar-se em Augsburgo. “Eles te queimarão vivo”, insistiram seus amigos. Lutero, porém, respondeu resolutamente: “Se Deus sustenta a causa, ela será sustentada”.

A ordem do núncio do Papa em Augsburgo foi: “Retrata-se ou não voltará daqui”. Contudo Lutero conseguiu fugir, passando por uma pequena cancela no muro da cidade, na escuridão da noite. Ao chegar de novo em Wittenberg, um ano depois de afixar as teses, era o homem mais popular em toda a Alemanha. Não havia jornais nesse tempo, mas fluíam da pena de Lutero respostas a todos os seus críticos para serem publicadas em folhetos. O que escreveu dessa forma, hoje seriam cem volumes.

Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajuntamento do povo.

Porém, o imperador Carlos V, que ia convocar sua primeira Dieta na cidade de Worms, queria que Lutero comparecesse para responder, pessoalmente, aos seus acusadores. Os amigos de Lutero insistiram em que recusasse ir. “Não fora João Huss entregue a Roma para ser queimado, apesar da garantia de vida por parte do imperador?!”. Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel a chamada de Deus, respondeu : “Ainda que haja em Worms, tantos demônios como quantas sejam as telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei”. Depois de dar ordens acerca do trabalho, no caso de ele não voltar, partiu.

Na sua viagem para Worms, o povo afluía em massa para ver o grande homem que teve coragem de desafiar a autoridade do Papa. Em Mora, pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as multidões que queriam ouvir seus sermões. Ao avistar as torres das igrejas de Worms, levantou-se na carroça em que viajava e cantou o seu hino, o mais famoso da Reforma: ” Ein Feste Berg “, isto é : “Castelo forte é o nosso Deus”. Ao entrar, por fim, na cidade, estava acompanhado de uma multidão de povo muito maior do que fora ao encontro de Carlos V . No dia seguinte foi levado perante o imperador, ao lado do qual se achavam o delegado do Papa, seis eleitores do império, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões.

Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembléias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior de vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutando com Deus, chorando e suplicando.

Quando, na assembléia, o núncio do Papa exigiu de Lutero, perante a augusta assembléia, que se retratasse, ele respondeu : “Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras, ou por argumentos – desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser evidente que já muitas vezes se enganaram e se contradisseram uns aos outros – a minha consciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude ! Amém”.

Apesar de os papistas não conseguirem influenciar o imperador a violar o salvo-conduto, para que pudesse queimar na fogueira o assim chamado “herege”, Lutero teve de enfrentar outro grave problema. O edito de excomunhão entraria imediatamente em vigor; Lutero por causa da excomunhão, era criminoso e, ao findar o prazo do seu salvo-conduto, devia ser entregue ao imperador; todos os seus livros deviam ser apreendidos e queimados; o ato de ajudá-lo em qualquer maneira era crime capital.

Mas para Deus é fácil cuidar dos seus filhos. Lutero, regressando a Wittenberg, foi repentinamente rodeado num bosque por um bando de cavaleiros mascarados que, depois de despedirem as pessoas que o acompanhavam, conduziram-no, alta noite, ao castelo de Wartburgo, perto de Eisenach. Isto foi um estratagema do príncipe de Saxônia para salvar Lutero dos inimigos que planejavam assassiná-lo antes de chegar a casa. No castelo, Lutero passou muitos meses disfarçado; tomou o nome de cavaleiro Jorge e o mundo o considerava morto. Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi-lhe concedido a liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de literatura, que essa obra saía da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. O reformador conhecia bem o hebraico e o grego e em três meses tinha vertido todo o Novo Testamento para o alemão – em poucos meses mais a obra estava impressa e nas mãos do povo. Cem mil exemplares foram vendidos, em quarenta anos, além das cinqüenta e duas edições impressas em outras cidades. Era circulação imensa para aquele tempo, mas Lutero não aceitou um centavo de direitos. A maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua – depois de voltar a Wittenberg. O seu êxito em traduzir as Sagradas Escrituras para o uso dos mais humildes, verifica-se no fato de que, depois de quatro séculos, sua tradução permanece como a principal.

Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina von Bora, freira que também saíra do claustro, por ver que tal vida é contra a vontade de Deus. O vulto de Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos que amava ternamente, inspira os homens mais que o grande herói ao apresentar-se perante o legado em Augsburgo.

Nas suas meditações sobre as Escrituras, muitas vezes se esquecia das refeições. Ao escrever o comentário sobre o Salmo 23, passou três dias no quarto comendo somente pão e sal. Quando a esposa chamou um serralheiro e quebraram a fechadura, acharam-no escrevendo, mergulhado em pensamentos e esquecido de tudo em redor.

É difícil concebermos a magnitude das coisas que devemos atualmente a Martinho Lutero. O grande passo que deu para que o povo ficasse livre para servir a Deus, como Ele mesmo ensina, está além da nossa compreensão. Era grande músico e escreveu alguns dos hinos mais espirituais cantados atualmente. Compilou o primeiro hinário e inaugurou o costume de todos os assistentes aos cultos cantarem juntos. Insistiu em que não somente os do sexo masculino, mas também os do feminino fossem instruídos, tornando-se, assim, o pai das escolas públicas. Antes dele, o sermão nos cultos era de pouca importância. Mas Lutero fez do sermão a parte principal do culto. Ele mesmo servia de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande porte. Considerava-se como sendo nada; a mensagem saía-lhe do íntimo do coração: o povo sentia a presença de Deus. Em Zwiekau pregou a um auditório de 25 mil pessoas na praça pública.

Calcula-se que escreveu 180 volumes na língua materna e quase um número igual no latim. Apesar de sofre de várias doenças, sempre se esforçava dizendo: “Se eu morrer na cama será uma vergonha para o Papa”.

Os homens geralmente querem atribuir o grande êxito de Lutero à sua extraordinária inteligência e aos seus destacados dons. O fato é que Lutero também tinha o costume de orar horas a fio. Dizia que se não passasse duas horas de manhã orando, recearia que Satanás ganhasse a vitória sobre ele durante o dia. Certo biógrafo seu escreveu : “O tempo que ele passa em oração, produz o tempo para tudo que faz. O tempo que passa com a Palavra vivificante enche o coração até transbordar em sermões, correspondência e ensinamentos”.

Encontra-se o seguinte na História da Igreja Cristã, por Souer, Vol, 3, pág. 406 : “Martinho Lutero profetizava, evangelizava, falava línguas e interpretava; revestido de todos os dons do Espírito”. [Nota do site: Esta informação não é verdadeira. Não há nada, seja em seus escritos ou biografias confiáveis, que possa sequer supor isso. Pelo contrário, em seus escritos encontramos frases como esta: “Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que há de vir”].

Nos seus sessenta e dois anos pregou seu último sermão sobre o texto: “Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”. No mesmo dia escreveu para a sua querida Catarina : “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Amém”. Isso foi na última carta que escreveu. Vivia sempre esperando que o Papa conseguisse executar a repetida ameaça de queimá-lo vivo. Contudo não era essa a vontade de Deus : Cristo o chamou enquanto sofria dum ataque do coração, em Eisleben, cidade onde nascera .

São estas as últimas palavras de Lutero : “Vou render o espírito”. Então louvou a Deus em alta voz : “Oh! meu Pai celeste! meu Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem creio e a quem preguei e confessei, amei e louvei! Oh! meu querido Senhor Jesus Cristo, encomendo-te a minha pobre alma. Oh! meu Pai celeste! em breve tenho de deixar este corpo, mas sei que ficarei eternamente contigo e que ninguém me pode arrebatar das tuas mãos”. Então, depois de recitar João 3:16 três vezes, repetiu as palavras: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me resgataste, Deus fiel”. Assim fechou os olhos e adormeceu.

Um imenso cortejo de crentes que o amavam ardentemente, com cinqüenta cavaleiros à frente, saiu de Eisleben para Wittenberg; passando pela porta da cidade onde o reformador queimara a bula de excomunhão, entrou pelas portas da Igreja onde, há vinte e nove anos, afixara suas 95 teses. No culto fúnebre, Bugenhangen, o pastor, e Melancton, inseparável companheiro de Lutero, discursaram. Depois abriram a sepultura, preparada ao lado do púlpito, e ali depositaram o corpo.

Quatorze anos depois, o corpo de Melancton achou descanso do outro lado do púlpito. Em redor dos dois, jazem os restos mortais de mais de noventa mestres da universidade.

As portas da Igreja do Castelo, destruídas pelo fogo no bombardeio de Wittenberg em 1760, foram substituídas por portas de bronze em 1812, nas quais estão gravadas as 95 teses. Contudo, este homem que perseverou em oração, deixou gravadas, não no metal que perece, mas em centenas de milhões de almas imortais, a Palavra de Deus que dará fruto para toda a eternidade

Fonte: Heróis da Fé, Editora CPAD.

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *