sexta-feira, 24 de junho de 2022

Cristãos entram clandestinamente no Afeganistão para ajudar após terremoto

 

Terremoto matou mais de 1.000 no Afeganistão. (Foto: FMI)

Eles relatam dificuldades de agir no Afeganistão após Talibã, que considera os cristãos apóstatas e sujeitos às consequências mais mortais da Sharia.

Após o domínio do Talibã no Afeganistão, organizações cristãs que prestam ajuda humanitária só conseguem entrar no país clandestinamente e por meio de comboios. Esse é o caso da FMI, que atua tentando a evacuar cristãos em risco.

O Talibã considera os cristãos apóstatas e sujeitos às consequências mais mortais da Sharia.

Nesse contexto, muitos ministérios que trabalham com a igreja subterrânea local perderam contato com suas redes e parceiros no país.

De acordo com a Mission Network News (MNN), o Afeganistão tem muito pouco em termos de uma igreja organizada. Muitas comunidades cristãs são extremamente secretas e permanecem na clandestinidade devido à opressão e perseguição generalizadas.

A FMI relata que o Talibã está de olho nos cristãos, até enviando cartas ameaçadoras avisando-os para não se encontrarem.


Cristãos agem secretamente no Afeganistão para ajudar comunidade. (Foto: MNN)

“Um homem recebeu uma carta dizendo que sua casa agora pertence ao Talibã”, disse Nehemiah ao MNN. “Ele é um homem simples que faz artesanato e todas as suas economias estão em sua casa. O Talibã tomará a propriedade e os bens dos cristãos.”

Nos últimos 15 anos, a FMI serve à igreja clandestina no Afeganistão. Eles mantêm quatro esconderijos para os crentes. É um lugar difícil de viver entre desastres, pobreza e violência extremista. Mas Nehemiah muitas vezes também ouve histórias surpreendentes do Evangelho desta região.

Terremoto

Agora, a situação está ainda pior, com o terremoto de magnitude 5,9 que matou mais de 1.000 pessoas e feriu outras milhares, no sudeste do Afeganistão.

Os piores danos ocorreram em regiões remotas e montanhosas perto da fronteira com o Paquistão. O número de mortos e feridos provavelmente aumentará, pois a área tem telecomunicações e meios de comunicação de vítimas não confiáveis.

Nehemiah estima que o número de mortos pode chegar a 10.000 pessoas. “Porque não há equipes de operações de resgate de emergência disponíveis no Afeganistão. As pessoas estão vivendo muito remotamente nas aldeias. Não há acesso ou estradas pavimentadas. Estive em algumas áreas onde você não consegue encontrar nenhum hospital por cerca de 10 horas.”

Em uma área, 17 pessoas da mesma família morreram porque sua casa desabou. Uma autoridade local disse que 25 aldeias foram completamente destruídas, incluindo mesquitas e escolas.

desastre também afetou os parceiros da FMI na região. “Perdemos três homens da mesma família que estavam fora por motivos de trabalho. Eles eram crentes e faziam parte de nossa igreja clandestina no Afeganistão. Por favor, orem por suas famílias. Por favor, orem pela situação”, diz Nehemiah.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHVN E ICC

DESAFIOS DO PLANTADOR DE IGREJA

 

Desafios do Plantador de Igreja

Rev. Valdeci Santos

A literatura cristã revela haver muita produção boa sobre plantação de igrejas, sobre o perfil do plantador e até sobre estratégias a serem empregadas para esse fim. Contudo, pouca coisa tem sido escrita sobre os “desafios enfrentados pelo plantador de igrejas”. As dificuldades pessoais, familiares e ministeriais daquele que se apresenta para servir a Deus nessa obra, nem sempre são contempladas pela literatura sobre essa temática.

É verdade que o processo de iniciar uma nova igreja resulta em grande júbilo para o plantador.  A possibilidade de contribuir com o avanço do Reino em regiões não alcançadas, a alegria de observar “o poder do Evangelho na prática”, resgatando vidas e transformando relacionamentos, estão entre essas bênçãos que são experimentadas “de primeira mão” por aquele que se compromete com esse ministério. Mas há também alguns momentos de intensa dor e aflição nesse empreendimento. Em determinadas ocasiões, o plantador pode se sentir emocionalmente exausto e mentalmente confuso em relação às decisões a serem tomadas. De fato, ninguém é suficiente para essa obra (2Co 2.16), mas somente quando capacitado por Deus.

Dentre os inúmeros desafios enfrentados por um plantador de igrejas, ressalto apenas três nesse momento. A escolha desses tópicos obedeceu ao critério da habitualidade, pois esses desafios são os mais comuns entre os obreiros que se dedicam à plantação de igrejas.

Uma das primeiras adversidades experimentadas pelos plantadores de igrejas tem a ver com a pressão por resultados. As igrejas que enviam normalmente esperam, e até cobram, por resultados. Os investidores dos projetos de plantação de igreja aguardam relatórios positivos sobre crescimentos e estatísticas de pessoas alcançadas. Contudo, nem sempre o plantador possui um bom relatório para apresentar e, com isso, ele se sente pressionado. Nenhum plantador de igrejas quer decepcionar aqueles que confiaram nele para esse projeto e, também, não querem perder o apoio financeiro para seus projetos.

É necessário considerar que qualquer ministério que implique em conversão espiritual, mudança de vida e amadurecimento espiritual, não pode ser estimado com precisão. Jesus afirmou que “o vento sopra onde quer” e o Espírito opera com a liberdade que lhe é peculiar (Jo 3.8). O que importa a todo servo do Senhor é ser encontrado fiel na aplicação dos seus talentos e do tempo que lhe foi concedido. Assim, é necessário ser orientado pelas verdades bíblicas para não sucumbir à pressão por resultados.

Outra dificuldade enfrentada pelos plantadores de igrejas sãos os conflitos interpessoais. Relacionamentos interpessoais podem ser tanto uma fonte de alívio como uma causa de desgaste e frustrações. Os conflitos experimentados nessa esfera podem ter repercussões que abalam os esforços em prol da plantação de uma igreja, quando não faz com que o projeto seja totalmente prejudicado. Muitos plantadores precisam dedicar tanto tempo e atenção à resolução de conflitos interpessoais que se desviam quase completamente do propósito de plantar uma nova igreja. Pior ainda é quando o conflito diz respeito a eles ou a sua própria família!

Devido ao fato de trabalhar com pessoas, depender de pessoas e aguardar o amadurecimento de pessoas, poucas coisas abatem mais um plantador de igrejas (ou qualquer outro obreiro) do que os conflitos interpessoais. Nesse sentido, é necessário agir com prudência e compreender qual é nossa esfera de responsabilidade, qual é a esfera de responsabilidade das pessoas envolvidas no conflito, e qual é a esfera que somente a intervenção divina poderá solucionar. A maneira como Paulo lidou com conflitos interpessoais na carta aos Filipenses é elucidativa a esse respeito. Depois de ter apresentado a gloriosa doutrina do esvaziamento e encarnação de Cristo, ele se dirigiu aos seus leitores dizendo: “tenham em vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus” (Fp 2.6). A humildade de Cristo é o modelo para nossas relações interpessoais.

A terceira provação comumente vivenciada pelo plantador de igrejas é a falta de colaboradores. Muitos obreiros não podem contar com conselheiros, intercessores ou apoiadores para a obra que realizam. Alguns não possuem acesso a conselheiros experientes que poderia sugerir e indicar “o caminho das pedras”. Na maioria das vezes, os plantadores acabam aprendendo com seus próprios erros e com parcos acertos. Ademais, o número de intercessores acaba sendo limitado. No geral, há muitos palpiteiros, mas poucos intercessores. Ou seja, sempre haverá alguém que se apresenta como um expert na obra de plantação de igrejas, que geralmente aponta o que foi feito errado, mas poucos se apresentam para orar com o obreiro e interceder por ele em meio às suas dificuldades. Por último, o número de colaboradores pode ser tão pequeno que acaba sobrando muitas atividades e coisas corriqueiras para desviar o plantador do seu verdadeiro chamado e intento. Não deveria ser surpresa alguma observar que o plantador de igrejas se sinta sobrecarregado na maioria das vezes.

A melhor maneira do obreiro lidar com essa dificuldade é se lembrar que ele não é apenas um plantador, mas também um pastor. As deficiências encontradas ao redor são apenas indícios de que a igreja de Cristo carece de aperfeiçoamento e amadurecimento. Pastores sempre reconhecem que lideram ovelhas imperfeitas. Afinal, se assim não fosse, o rebanho não necessitaria de pastores. A mentalidade do pastor o leva a olhar para as ovelhas como pertencentes ao Supremo Pastor e agir com paciência com as deficiências de algumas delas. Além do mais, como pastor auxiliar do Supremo Pastor, o plantador de igrejas pode carecer de colaboradores, mas nunca padece do consolo do Supremo Pastor.

Em meio a inúmeras dificuldades, o plantador de igrejas deve contemplar sua missão também como uma oportunidade para o seu crescimento espiritual. Logo, é importante que ele considere, no mínimo, cinco lições principais.

Em primeiro lugar, que as dificuldades possuem a capacidade de revelar o que está dentro de nosso coração. É justamente nos momentos mais difíceis e frustrantes de nosso ministério que percebemos se nosso coração está sendo dominado pela ansiedade, insegurança, irritabilidade, inveja ou se o fruto do Espírito tem sido uma realidade a ponto de respondermos às adversidades com amor, paz, bondade, benignidade, domínio próprio e assim por diante (cf. Gl 5.19-24). O importante, então, não é tanto a experiência que temos, mas como reagimos a ela. O que nossa reação revela sobre a virtude ou defeito dominante em nosso coração. Dificuldades são, em certo sentido, oportunidades para autoavaliação e percepção das áreas nas quais precisamos crescer. Dessa forma, nenhum plantador de igrejas (ou crente no Senhor Jesus) deveria desconsiderar suas dificuldades mais acirradas.

Em segundo lugar, o plantador deve cuidar para que sua atenção com os desafios e dificuldades não seja maior do que seu cuidado com sua família. Normalmente, quando alguma parte do nosso corpo se machuca, toda a nossa atenção se volta para ela. Por exemplo, aquele pequeno corte no dedo incomoda mais do que os inúmeros compromissos atrasados que temos em nossa lida diária. Além do mais, aquele machucado parece exigir nossa atenção em outras circunstâncias. O dedinho machucado certamente receberá os golpes, apertos e esbarros que acontecerem durante o dia. Semelhantemente, quando experimentamos algum problema ou angústia, nossa atenção automaticamente se dirige para aquela mazela a ponto de nos esquecermos dos que estão mais próximos a nós. Com isso, é comum que os pastores, plantadores de igrejas e outros obreiros dediquem tanta atenção a suas dificuldades que acabam se esquecendo do cuidado que devem aos seus familiares.

O plantador de igrejas (e qualquer outro obreiro) deve se lembrar que, de fato, ele possui um chamado ministerial. Mas ele também possui um chamado para ser um marido carinhoso e cuidadoso e um pai exemplar e presente na vida de seus filhos. Assim, em meio às dificuldades, é necessário avaliarmos continuamente se não estamos negligenciando nosso chamado àqueles que estão mais próximos a nós.

Em terceiro lugar, é necessário que o plantador de igrejas se esforce para plantar igrejas que ele gostaria de frequentar mesmo que não fosse o pastor delas. O esforço nesse sentido é por uma comunidade marcada pelo amadurecimento espiritual e isso toma tempo, paciência e muita dedicação. O objetivo do plantador de igrejas não é apenas apresentar um relatório positivo, mas apresentar a igreja como “virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2Co 11.2). Em outras palavras, qualquer obreiro de Cristo trabalha para a eternidade e não para satisfazer a algumas poucas demandas imediatistas.

Em quatro lugar, é necessário que os plantadores de igrejas se lembrem que, embora nem sempre eles sabem o que está acontecendo, Cristo sempre sabe. Ou seja, a dependência em Cristo é uma necessidade fundamental para qualquer ministério de serviço a Ele, principalmente para o serviço de plantar uma igreja para Ele. Jesus é o Supremo Pastor do qual todos nós somos apenas auxiliares. Assim, nos momentos de confusões e indecisões, a melhor atitude é se voltar para o Senhor em oração e busca por sabedoria. Às vezes consumimos muito tempo e energia tentando encontrar respostas para a obra de Deus sem buscar o Senhor e meditar em sua Palavra. Em 1Coríntios 3, o apóstolo Paulo deixa claro que a obra do Senhor deve ser realizada na dependência do Senhor e segundo os princípios estabelecidos pelo Senhor. Resultados podem até aparecer pelo mero esforço e habilidade pessoal, mas eles não perduram e não possuem valor para eternidade.

Em quinto lugar, o plantador deve se lembrar que é melhor caminhar devagar e firmemente por caminhos certos do que nos apressarmos por trilhas erradas. Certamente o desejo do plantador é obter resultados rápidos! Experimentar a bênção de um crescimento numérico acelerado, organização rápida e autonomia eclesiástica é algo que, no geral, todos desejam. Todavia, há inúmeros riscos a serem evitados na aceleração do processo de plantação de igrejas. Esse esforço, por exemplo, pode ser apenas o cumprimento idólatra do plantador “provar sua eficácia aos outros”. Todos queremos parecer eficazes em algo e quando o fazemos com alguma missão que nos foi confiada, logo nos sentimos valiosos e merecedores de respeito. Por outro lado, alguns se apressam no plantio com o desejo de se verem “livres da igreja mãe”. Isso acaba exaltando o orgulho e sentimento faccioso no Corpo de Cristo, o que nunca contribui para o verdadeiro crescimento espiritual.

Na verdade, há vários paradoxos envolvidos no processo de plantação de uma nova igreja. Esse ministério revela incontáveis bênçãos, mas também pode cobrar um preço alto do plantador dedicado. A recomendação bíblica é que a dedicação a essa obra, assim como tudo na vida cristã, seja uma extensão de nossa devoção ao Senhor da Igreja. Nesse caso, o princípio enfatizado por um dos maiores plantadores de igrejas do Novo Testamento foi: “fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). E isto, é claro, à despeito das dificuldades.

Autor: Rev. Valdeci Santos

Fonte: Portal IPB https://www.ipb.org.br/conteudos_detalhe?conteudo=567

“Strange World”: Disney anuncia lançamento de 1º romance adolescente abertamente gay

 








Pôster de “Strange World”. (Imagem: Walt Disney Animation Studios)

O anúncio foi feito no Instagram oficial da Walt Disney Animation Studios, com a apresentação do cartaz de divulgação.

O filme de animação “Strange World” (Mundo Estranho) com lançamento previsto para novembro, será o primeiro filme da Disney a apresentar um romance abertamente gay entre adolescentes produzido pela empresa.

O anúncio foi feito no Instagram oficial da Walt Disney Animation Studios, com a apresentação do cartaz de divulgação.

“Acabo de ver pela primeira vez #StrangeWorld da #Disney no festival #Annecy2022. Apresenta o primeiro romance adolescente abertamente gay em um filme da Disney! #RepresentationMatters”, escreveu o desenhista de Strange World, Matthieu Saghezchi em sua conta no Twitter.

“A cena mostra o filho sendo muito tímido na frente do garoto que ele gosta, e seu pai entra e diz: ‘Prazer em conhecê-lo! Meu filho fala de você o tempo todo’ e envergonha ainda mais o filho. Muito lindo”, descreve.

A investida na Disney em produções com teor na ideologia de gênero só aumenta. Porém, o que antes aparecia de forma velada, agora está aberto.

A empresa de entretenimento, com foco no público infantil e na família, teve vários personagens que foram assumidos como gays – embora sua sexualidade nunca tenha sido reconhecida – em projetos anteriores.

Um exemplo é o personagem LeFou do live-action “A Bela e a Fera”, que foi anunciado como gay, junto com o ciclope animado Officer Spector de Onward, mas nem a sexualidade do personagem foi reconhecida abertamente, nem desempenhou um papel importante no desenvolvimento da trama, explica a Metro Weekly.

Na semana passada, a Disney lançou Lightyear, um spin-off de Toy Story, com a exibição de um beijo lésbico. O filme, proibido em 14 países de maioria muçulmana e na China, teve bilheteria abaixo do esperado tanto.

‘Prejudicial às crianças’

Em entrevista à ACI Prensa, Pilar Escobar Varela, mestre em Ciências da Família pela Universidade de Málaga, na Espanha, disse que “familiarizar e normalizar crianças em idade tão precoce com relacionamentos homossexuais coloca em altíssimo risco o desenvolvimento saudável, tranquilo e normal de sua própria sexualidade”.

“Como mãe e especialista em questões familiares, acredito que a sociedade, incluindo pais, educadores, legisladores e também a indústria do entretenimento, são chamados a dar às crianças o melhor, e isso inclui altos ideais que as motivem e inspirem a se desenvolverem plena e saudavelmente”.

“O lugar por excelência onde o ser humano se desenvolve plenamente e aprende a amar é uma casa composta por um homem e uma mulher onde os filhos se enriquecem com a complementaridade dos pais e reforçam a sua identidade sexual”, declarou Pilar.

Para a peruana Giuliana Calambrogio, mãe de oito filhos e mestre em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, “a inocência das crianças deve ser protegida”.

Em entrevista ao ACI Prensa, disse que não se deveria colocar as crianças “em situações em que terão um conflito entre o que é natural e aquelas situações que, embora aconteçam, não fazem parte do comum”.

“Uma criança entre 4 e 6 anos está na idade do pensamento imaginário, acredita em unicórnios, fadas, Papai Noel. Por isso, alguns aproveitam essa idade para introduzir a ideia de gênero, de homossexualidade, e tentam normatizar isso”, disse.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO ACI DIGITAL

quinta-feira, 23 de junho de 2022

COMUNHÃO COM DEUS

 


COMO VIVER COMUNHÃO COM DEUS?

Gn 35.1-15

O grande filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard certa vez disse: “quem vive na presença de Deus, tem um senso íntimo de comunhão com ele, e qualquer coisa de errado perturba essa comunhão”. Para Charles Fuller “comunhão com Deus, significa uma ininterrupta luta contra o mundo”.

Dois temas percorrem o capítulo trinta e cinco de Gênesis: termino e correção. Temos aqui uma história de termino, porque Jacó estava de volta a terra prometida com sua família e com toda a sua riqueza; e a vitória tinha sido ganha, o alvo tinha sido atingido, e a promessa divina tinha se cumprido. Mas também temos uma história de correção, porquanto os seus familiares não serviam totalmente a Deus. Ídolos precisavam ser enterrados, e Rubén disciplinado, etc.

Para que Jacó e sua família vivesse uma nova história. Esse novo momento teria que ser em comunhão com Deus e para a glória dEle. Mas, como  viver em comunhão com Deus. No texto de Gn 35.1-15 podemos tirar algumas lições para vivermos para a glória de Deuscom Deus. Viver para a glória de Deus:

1-Implica em abandonar todos os ídolos (pecado) Gn 35.2,4 – O texto nos diz, que até aquele momento havia ídolos entre os familiares de Jacó. Jacó exigiu a eliminação de todos os deuses, incluindo os ídolos, os terafins de Raquel (Gn 31.19) e as argolas que eram amuletos associados com o culto pagão. Era preciso abandar tudo aquilo que impedia uma vida de comunhão com Deus.

A exigência primária da aliança é verdadeira lealdade exclusiva a Deus ( Ex. 20.3-5). Lealdade exigida por Josué aos filho de Israel ao falar com eles dizendo: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor”(Js 24.14). Quando Deus nos chama, e verdadeiramente nos arrependemos, precisamos renunciar qualquer coisa que tente impedir ou atrapalhar a nossa comunhão com Deus.

Para vivermos para a glória de Deus, nós precisamos de intimidade, comunhão com Deus , para que isso seja real, é preciso abandonar tudo aquilo que tenta roubar a nossa verdadeira intimidade com ele, seja os ídolos externos, construídos pelas mãos do homem ou internos, os ídolos do coração. Você tem algo que precisa ser abandonado ou removido da sua vida? Faça isso agora, não deixe para amanhã. Não permita que nada na sua vida tome o lugar de Deus e atrapalhe a sua comunhão ele.

2- Implica em mudança de vida (Gn 35.10) – O texto de gênesis, enfatiza a mudança do nome de Jacó para Israel. O novo nome de Jacó. Os antigos, com frequência mudavam de nome, quando havia alguma profunda mudança na vida ou quando esperavam que houvesse tal mudança. “De vez em quando, vemos Deus mudando o nome de alguém, simbolizando um novo status ou uma nova identidade – caso de Abraão, Sara e Jacó. Às vezes, o próprio portador do nome muda sua alcunha, representando uma nova situação. Noemi (“doce”) resolve chamar-se de Mara (“amarga”) após a morte de sua família (Rt 1.20), mas termina a história com um “nome afamado” (4.14). Aliás, note como a ideia do nome move todo o livro de Rute. Quando alguém na época do Antigo Testamento ou do mundo antigo dava um nome a outra pessoa ou coisa, significava que ela possuia essa pessoa ou coisa. Ou saber o nome de alguém, especialmente o nome de Deus, frequentemente significava entrar em um relacionamento íntimo com essa pessoa ou poder (G.K. Beale)”.

A mudança do nome de Jacó para Israel, foi uma mudança profunda. Pense comigo, o fraco Jacó tornou-se o poderoso Israel, agora era um príncipe de Deus, o grande patriarca, através do qual o messias viria ao mundo por intermédio dele, a fim de abençoar todas as nações e todos aqueles que creem em Cristo são abençoados e também são mais que vencedores (Rm. 8.37).

O homem transformado por Deus através da ação do Espírito Santo, recebe um novo nome para viver de forma diferente do mundo, como diz o profeta Isaías  “a seus servos chamará por outro nome” (65.15). Em apocalipse nós aprendemos que vamos receber um novo nome “Ao que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus e dele nunca sairá, e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (3.12). Mais adiante, em 14.1, aprendemos que os crentes terão o nome do Pai em suas testas, o que lembra que os sacerdotes usavam uma lâmina de ouro com os dizeres “santidade ao Senhor” (Êx 28.36-38).

Beale explica: “Parte do significado dos cristãos terem o nome de Deus e de Cristo em suas frontes é que eles compartilham da presença, da semelhança e do caráter de Deus e de seu Messias, como consequência de consagrar-se a eles”.O que isso tudo significa? uma nova condição, uma nova identidade – como Abraão, Jacó e Noemi tiveram – pela bondade de Yahweh.

O mestre Jesus ensina ao mesmo tempo que temos um novo nome e que Deus escreveu em nós seu Nome. E como termina o livro de Apocalipse? Com um casamento. Nós somos a noiva e receberemos o nome do Noivo. Os dois agora são um”.(Reforma21)¹.Mas o que isso nos ensina, a nossa condição, a nossa nova identidade em Cristo, não somente no povir, mas somos chamados para vivermos como servos de Deus hoje, para vivermos uma verdadeira comunhão ele, pois só assim o homem pode viver para a a glória de Deus.

A Palavra de Deus nos ensinaque todo o nosso viver precisa ser para a glória de Deus. Veja o que o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo escreveu: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Co 10.31).

Como você está vivendo hoje? O seu viver tem sido em comunhão com Deus para a glória dEle?, se não arrependa-se, enquanto se diz hoje, e mude de vida. Viva na presença dele e seja uma bênção na sua casa, igreja e sociedade.

3- Implica em confiar em Deus (Gn 35.11,12)

O Deus todo-poderoso falou com Jacó e ele confiou, na certeza de que o Senhor cumpre as suas promessas, a sua palavra não falha. Ele precisava confiar em Deus em suas peregrinações, em meios aos desafios da sua vida, assim como o seus pais Abraão e Isaque confiaram em suas promessas Gn 15.18.

Quando olhamos para Gn 28.3 podemos ver a expressão “uma multidão de povos”, ali a declaração faz parte da bênção dada a Jacó por Isaque. Além disso reis descenderiam de Jacó como Saul, Davi, Salomão, etc (Gn 17.6), culminando no rei-messias descendente de Judá através de Lia. Nesse ponto seria atingida a dimensão espiritual do pacto, de tal modo que aquilo que era bênção material, torna-se-ia em bênção espiritual para a salvação de todo aquele que crer.

Em Gn 28.10 Jacó teve uma visão do Senhor, uma experiência pessoal com Deus. Em Gn 32.22 lutou e foi transformado por Deus, e em Gn 35.14 Jacó levantou um altar ao Senhor, no lugar onde Deus falara com ele. Jacó ao longo da jornada demonstrou sua confiança em Deus, ao ouvir e obedecer a sua palavra. Ele teve fé no Senhor e se entregou aos seus cuidados, mesmo sendo fraco e pecador.

Hoje nós precisamos confiar em Deus sem reservas, como nos ensina o salmista “entrega o teu caminho ao Senhor” Sl 37.5. Como nós temos dificuldade de nos entregar a Deus, tudo o que temos, o que somos, precisamos entregar nas mãos de Deus.

Meu irmãos, para vivermos para a glória dEle, precisamos confiar nele, pois quando confiamos em Deus, temos sede da Palavra, buscamos ter uma vida de oração como servos eleitos, vida de oração é uma das características do servos eleitos de Deus e firmados nas Promessas da Palavra iremos viver pela fé.

Certo jovem queria aprender a ter uma vida de comunhão com Deus: “Um jovem cristão subiu a montanha que ficava de frente ao mar, onde no topo morava um grande mestre cristão, conhecido por ter uma vida de grande comunhão e proximidade com Deus.

Perguntou o jovem:  – Mestre, o que eu faço para ter uma vida de profunda comunhão com Deus? Qual o segredo?

O sábio mestre, sem responder palavra alguma, se levantou, foi até à porta e sinalizou ao jovem que lhe acompanhasse por um caminho.

 Desceram a montanha em um silêncio ensurdecedor, pois o jovem estava inquieto para saber a resposta sobre o segredo para se chegar mais perto de Deus.

Chegando à praia o mestre continuou caminhando em direção à água. A água batia nos pés, depois nas canelas, nos joelhos e o mestre continuava a ir cada vez mais para o fundo.

O jovem cristão hesitou, mas o mestre insistiu que ele lhe acompanhasse. A água já estava na altura da cintura quando, de repente, o mestre derruba o jovem e segura sua cabeça debaixo d’água, sem dar-lhe qualquer chance de se levantar.

O jovem se debate, tenta escapar dos braços do mestre, se esperneia, bebe água do mar — mas o mestre o segura com a maior firmeza possível.

Quando o jovem cristão já estava quase morrendo afogado, o mestre lhe solta. O rapaz se levanta com violência, finalmente respira engasgado, cospe água salgada e não consegue esconder a raiva que estava sentindo:

– Você está louco?! Você quer me matar?!

O velho e sábio mestre cristão responde:

– Eis o segredo da comunhão com Deus que você está buscando! Está diante de você!

– Qual é esse segredo?

– O dia em que você buscar a Deus como você buscava o ar para respirar enquanto estava com a cabeça debaixo d’água e quando te soltei, você O encontrarᔲ.

Portanto, meu irmão, Deus te chamou para você viver para honra e glória dEle, pois foi com este fim que ele nos criou, como nos ensina o breve catecismo de Westminster em sua primeira pergunta, quando indaga: qual o fim principal do homem? resposta: Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Essa verdade nos ensina a viver em comunhão com ele. O diabo não quer que você e eu vivamos esta vida de intimidade com o Senhor. Mas, se há algum ídolo ou pecado no seu coração, jogue para fora hoje mesmo, viva a sua nova vida em Cristo, firmado nas promessas de Deus para honra e glória dEle, na certeza de que com o Senhor, nós somos mais do que vencedores. Precisamos ansiar mais e mais pela presença de Deus hoje. Somente a glória de Deus.

 Referências Bibliógraficas

1-Ribeiro Jr., Josaias. O que significa receber um “novo nome”?, 2011. Disponível em http://reforma21.org/artigos/o-que-significa-receber-um-novo-nome.html.  acesso em 07.09.2017

2- Sanchez, André . Ilustrações Cristãs – Como ter uma vida de profunda comunhão com Deus? Disponível em https://www.esbocandoideias.com/2013/07/ilustracoes-cristas-como-ter-uma-vida-de-profunda-comunhao-com-deus.html acesso em 07.08.2017

Sobre o autor: Pastor Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife e pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Semear, Itabuna-BA

terça-feira, 21 de junho de 2022

Dois cristãos são condenados à morte por blasfêmia no Paquistão

 


Os crentes, que são irmãos, estão presos desde 2011. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/Harry Shelton).

Mesmo sem provas, os crentes, que são irmãos, foram sentenciados pelo Supremo Tribunal de Lahore

Dois cristãos no Paquistão foram condenados à pena de morte pelo Supremo Tribunal de Lahore, após serem acusados sem provas de blasfêmia contra o islã.

De acordo com a International Christian Concern (ICC), os dois crentes, que são irmãos, estão presos desde 2011, por supostamente publicarem conteúdos blasfemos em um site na internet.

Na época, um muçulmano encontrou o blog com blasfêmias e denunciou o material à polícia. Os dados pessoais de um dos irmãos estavam postados no blog, levando as autoridades a suspeitarem dos cristãos.

Os crentes, que não tiveram seus nomes revelados, foram acusados de crime de blasfêmia contra o islamismo e condenados à prisão, em dezembro de 2018. 

A sentença de morte foi dada no dia 8 de junho, mesmo sem existir evidências de que os cristãos foram os responsáveis pelo blog. 

Segundo os advogados do Centro Europeu de Direito e Justiça, que defendem os irmãos, qualquer pessoa pode criar um site.

O Departamento de Crimes Informáticos afirmou que nenhuma informação foi encontrada sobre o autor do blog.

Em seu testemunho, um dos irmãos disse que acredita que algum de seus amigos muçulmanos são os autores do site. Segundo o crente, pouco antes de ser detido, ele e o irmão discutiram com os islâmicos.

“Esses amigos podem muito bem ter criado o site com as informações de contato dos cristãos como retaliação”, observou o ICC.

Os advogados dos cristãos vão recorrer e levar o caso ao Supremo Tribunal do Paquistão.

perseguição dos seguidores de Cristo através de leis de blasfêmia no país é comum e está piorando, conforme o International Christian Concern. 

O Paquistão é um dos maiores países islâmicos do mundo, com 96% de muçulmanos e apenas 2% de cristãos. A nação faz parte da Lista Mundial da Perseguição da Portas Abertas e está entre os 10 países que mais perseguem e maltratam cristãos no mundo.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE INTERNACIONAL CHRISTIAN CONCERN

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Tim Keller enfrenta efeitos colaterais do tratamento de câncer e família pede oração

 


O pastor luta contra o câncer de pâncreas em estágio 4 desde 2020. (Foto: Facebook/Timothy Keller).

O pastor luta contra o câncer de pâncreas em estágio 4 desde 2020 e está recebendo imunoterapia.

O pastor Tim Keller está enfrentando os efeitos colaterais do tratamento de imunoterapia que está recebendo atualmente, em sua luta contra o câncer de pâncreas em estágio 4.

A atualização do quadro de saúde do teólogo foi dada por seu filho, Michael Keller, no Facebook, na segunda-feira (13). A família está pedindo oração pela cura de Tim.

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“Pedimos que continuem orando pela cura do meu pai e pelas decisões de seus médicos e equipe médica que continuam fornecendo cuidados excelentes e compassivos. Obrigado pela demonstração de amor e apoio. Desejamos profundamente suas orações neste momento”, escreveu Michael.

Timothy Keller foi diagnosticado com câncer de pâncreas em 2020. No mês passado, ele contou que passaria por um tratamento de imunoterapia no Centro Nacional de Câncer em Bethesda, no estado americano de Maryland.

“É uma grande promessa para a cura do câncer de pâncreas, embora seja um programa rigoroso e exigente de um mês”, afirmou o pastor, na época.

“Por favor, orem por mim e pela minha família. A Kathy [sua esposa] e eu teremos que ficar um tempo separados, pois ficarei internado”, explicou.

Trajetória de Tim Keller desde o diagnóstico de câncer

Em 2002, Tim Keller também teve um câncer de tireóide. Quando soube do câncer de pâncreas, em 2020, o teólogo e autor best seller pediu para que os cristãos orem por quatro motivos específicos. 

O primeiro motivo é para que Deus use os médicos ou faça o câncer desaparecer; segundo, para manter ele e a esposa sempre na presença de Deus; terceiro, pelo conforto e encorajamento da família e, quarto motivo, que os efeitos colaterais sejam  mínimos. 

A preocupação do pastor é poder continuar escrevendo e falando. Ele também manifestou o medo de “retornar ao estado espiritual em que estava antes do diagnóstico, pois aprendeu a realmente depender de Deus em meio à sua doença”.

Em novembro de 2020, ele afirmou que é nos momentos de dor que muitas pessoas reconhecem que Deus realmente está presente e é suficiente.

Sobre o câncer de pâncreas

Conforme a medicina, cerca de 80% dos pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas morrem dentro de um ano, logo após a descoberta. 

Tim Keller disse que “Deus foi muito gentil com ele”, já que soube da doença logo no início, enquanto realizava um exame para resolver outro problema de saúde. 

“O que o futuro reserva, eu não sei. Oro para que eu tenha anos, e não meses, e que a quimioterapia continue a ser eficaz. Mas estamos prontos para tudo o que Deus decidir por mim. Estamos espiritualmente prontos”, afirmou no ano passado ao se referir a ele e sua esposa. 

Aos 72 anos, o pastor se mostra esperançoso e confiante no que Deus pode fazer em sua vida. “Tenho excelentes médicos humanos, mas o mais importante é que o Grande Médico está cuidando de mim”, declarou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE CHRISTIAN POST

LIÇÕES DO ENCONTRO DE JESUS COM A MULHER SAMARITANA



Jo. 4.1-42

UM ENCONTRO INCOPARÁVEL

Uma vez que os fariseus tentavam provocar uma competição entre Jesus e João Batista (Jo 3:25-30), Jesus saiu da Judéia e se dirigiu para o norte da Galileia. Poderia escolher entre três caminhos para chegar a seu destino: (1) seguindo pela costa; (2) atravessando o Jordão e subindo pela Pereia; ou (3) indo por Samaria. Os judeus ortodoxos evitavam passar por Samaria por causa do ódio antigo e profundo existente entre eles e os samaritanos.

Os samaritanos eram uma raça mestiça, parte judia e parte gentia, que havia se formado durante o cativeiro assírio das dez tribos do norte a partir de 727 a.C. Rejeitados pelos judeus por não poderem provar sua genealogia, os samaritanos estabeleceram seu próprio templo e cultos religiosos no monte Gerizim, o que só serviu para aumentar o preconceito. A aversão dos fariseus pelos samaritanos era tal que oravam para que nenhum samaritano fosse revivido no dia da ressurreição! Numa tentativa de insultar Jesus, seus inimigos o chamaram de samaritano (Jo 8:48). Uma vez que operava dentro do plano de Deus, era necessário que Jesus passasse por Samaria. Lá, encontraria uma mulher e a conduziria à fé salvadora, o tipo de fé que teria impacto sobre uma vila inteira. Jesus não fazia acepção de pessoas. Em uma ocasião anterior, havia aconselhado um judeu moralista (Jo 3) e, agora, estava prestes a testemunhar a uma mulher samaritana imoral!

Chegou ao poço de Jacó por volta do meio dia, horário em que as mulheres iam buscar água. Os discípulos foram à cidade mais próxima para buscar comida, enquanto Jesus esperou, de propósito, ao lado do poço. Estava cansado, faminto e sedento. João não mostra Jesus apenas como o Filho de Deus, mas também como um homem. Cristo passou pelas experiências normais da vida humana e é capaz de identificar-se conosco em cada uma delas.

Neste texto de João 4.1-42, Jesus nos ensina algumas lições que precisamos aprender:

1- É PRECISO  ROMPER AS BARREIAS PARA PREGAR O EVANGELHO (4.1-6)

Jesus foge do conflito sobre o batismo e sai da Judeia rumo à Galileia (4.1-3). Frequentemente vemos Jesus pregando e orando, mas nunca batizando.

Nessa jornada em direção ao norte, ele opta por passar pela província de Samaria (4.4). A agenda de Jesus começa no céu. Era-lhe necessário passar por Samaria. Havia três estradas para fazer esse trajeto do sul ao norte: uma nas proximidades da costa, outra através da Pereia, e outra que passava pelo centro de Samaria. Esta era a mais curta, porém algumas vezes evitada por causa do conflito entre judeus e samaritanos.

Jesus faz a transição de um diálogo com um doutor da lei para um diálogo com uma mulher samaritana. O contraste entre Nicodemos e a samaritana é gritante: ele, homem, judeu, fariseu, mestre, membro do Sinédrio; ela, mulher, samaritana, inculta, vivendo uma vida imoral. Ambos, porém, precisavam de Jesus e foram alvos do amor de Jesus. O Senhor prova, outrossim, ser capaz de salvar os dois.

4Nicodemos era um erudito, poderoso, respeitado, ortodoxo, teologicamente preparado; a samaritana era inculta, sem influência, desprezada, capaz somente de praticar uma religião popular. Ele era um homem, um judeu, um líder; ela era uma mulher, uma samaritana, uma pária moral. E ambos necessitavam de Jesus.6

Jesus ao se encontrar com aquela mulher ele não a acusou, apontando os seus pecados, mas lhe pediu um favor, depois apresentou a mulher a mensagem do evangelho.

Para alcançar aquela mulher Jesus ultrapassou algumas barreiras: Primeiro, a barreira cultural. O nome Sicar significa “cidade dos bêbados”. Jesus, porém, mandou que seus discípulos comprassem comida em Sicar. Os judeus consideravam imunda a comida dos samaritanos. Além do mais, um rabino não podia conversar com uma mulher em público. Jesus não só conversou com ela, mas lhe pediu um favor. A mulher tinha uma vida moral reprovada pela lei. Já tinha tido cinco maridos e agora vivia com um amante. Era uma mulher desprezada, mas Jesus a valorizou.

Segundo, a barreira racial. Como já deixamos claro, o povo samaritano era uma espécie de caldeamento de raças (2Rs 17.6,24). O povo samaritano era meio judeu e meio gentio. Havia perdido sua identidade racial. No tempo de Jesus, a desavença entre judeus e samaritanos perdurava por mais de quinhentos anos. Um judeu considerava um samaritano combustível para o fogo do inferno. Eles não se davam. Não bebiam nos mesmos vasos. No entanto, Jesus conversou com a samaritana e lhe pediu um favor.

Terceiro, a barreira religiosa. A separação entre judeus e samaritanos se relacionava, também, com a apostasia religiosa dos samaritanos. Eles haviam perdido a integridade doutrinária. Os samaritanos não preservaram a fé intacta. Diziam que o monte Gerizim era o lugar do verdadeiro templo e o lugar da verdadeira adoração. Rejeitaram o Antigo Testamento. Criam apenas nos livros da lei, o Pentateuco. Está provado que os samaritanos tinham uma religião sincrética, misturada e herética. Quando João Hircano, o general caudilho judeu, em 129 a.C. atacou Samaria e destruiu o templo samaritano, o ódio dos samaritanos pelos judeus agravou-se intensamente. A conversa de Jesus com a mulher samaritana tem todo esse cenário religioso como pano de fundo. Jesus supera todos esses obstáculos, vence todas essas barreiras e triunfa sobre todos esses preconceitos para alcançar o coração dessa mulher.

2- É PRECISO PREGAR O EVANGELHO AO PECADOR (4.7-18)

O evangelho precisa se pregado para libertar os pecadores que estão mortos em seus delitos e pecados. Assim podemos aprender com Jesus coisas maravilhosas no diálogo dele com mulher samaritana, ele lhe despertou:

A SIMPATIA (4.7-9) Jesus fez um ponto de contato com aquela mulher pedindo-lhe: Dá-me um pouco de água. Concordo com William Hendriksen quando ele diz que, se alguém deseja penetrar o coração de outra pessoa, pode usar dois métodos: fazer-lhe um favor ou pedir-lhe um favor. Com frequência, a segunda opção é mais eficaz que a primeira. Jesus, no entanto, combinou as duas.

Jesus se identificou com a mulher. Ele deu valor a ela, quando todos fugiam. Jesus quebrou a barreira cultural, conversando com a mulher em público. Ele não fugiu dela nem a desprezou, mas a olhou com simpatia. Não a julgou nem a condenou.

2 John Charles Ryle explica: “É em vão esperar que as pessoas virão a nós em busca de conhecimento. Nós devemos começar por elas. Devemos entender qual é o melhor acesso ao coração delas”.

A CURIOSIDADE 4.10-12 “A mulher precisava conhecer o dom de Deus, a água da vida” (4.10). A água da vida que Jesus oferece não vem de um poço comum. É uma dádiva que so o Messias pode conceder. Muitas pessoas vivem uma vida infeliz, vazia e prisioneira porque não conhecem Jesus, o supremo dom de Deus. A mulher samaritana talvez não esperasse nada de Deus. Estava desiludida. Por isso, Jesus tocou no nervo exposto de sua curiosidade: Se conhecesses […] não conheceis. Essa fala de Jesus aguçou na mulher o desejo de saber quem era aquele interlocutor.

O SENSO DE NECESSIDADE (4.13-15) a mulher samaritana não entendeu quando Jesus falou sobre a água da vida. Tanto o erudito Nicodemos quanto a ignorante samaritana não entenderam a linguagem espiritual de Jesus. As coisas deste mundo não satisfazem. Nada que o homem jogue para dentro do coração satisfaz. A água do poço de Jacó não satisfaz para sempre. A água do poço de Jacó fica fora da alma e não é capaz de satisfazer as necessidades do coração. A água do poço de Jacó é de quantidade limitada, diminui e desaparece.

Charles Erdman disse: “Satisfação era exatamente aquilo a que essa pobre mulher aspirava. Atrás disso andara toda a vida, e nessa busca não respeitara nem as leis de Deus, nem as dos homens. Entretanto, continuava sedenta; e a sede nunca seria satisfeita, senão quando achasse em Cristo o Senhor e Salvador pessoal”.

Que água é essa, a água da vida? A promessa de Deus é derramar água sobre o sedento (Is 44.3). Deus convida todos: Vos, todos os que tendes sede, vinde às águas (Is 53.1). Deus prometeu que seu povo tiraria com alegria águas do poço da salvação (Is 12.3). Jesus disse: Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo 7.37). O Espírito que flui como rio dentro de nós é essa fonte que jorra para a vida eterna (Jo 7.38). William Barclay diz que, para o judeu, água viva significava água corrente. Tratava-se da água que fluía de uma nascente, em oposição à água estancada de uma cisterna.

D. A. Carson quando ele diz que há ecos de promessas do Antigo Testamento nessa promessa de Jesus. No dia da salvação, o povo de Deus tirará águas das fontes da salvação com alegria (Is 12.3); eles não sentirão fome nem sede (Is 49.10). O derramar do Espírito de Deus será como o derramar de água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca (Is 44.3). A linguagem da satisfação e transformação interior traz à mente uma série de profecias, antecipando o novo coração e a troca do falido formalismo religioso por um coração que conhece e experimenta Deus, ansioso por fazer sua vontade (Jr 31.29-34; Ez 36.25-27; Jl 2.28-32).19 Jesus desperta sua consciência (4.16-18)

3- O PECADOR PRECISA SE ARREPENDER PARA SER SALVO (4.16-18)

Ela se arrependeu dos seus pecados (4.16-18) – Convicção de Pecado.

Jesus desperta sua consciência (4.16-18) Jesus faz uma transição radical na conversa com a mulher e ordena: Vai, chama teu marido (4.16). Essa transição, porém, tem uma ligação estreita entre o pedido da mulher e a ordem de Cristo. A mulher quer essa água viva, mas tem sede suficiente para recebê-la? Hendriksen comenta: “Essa sede não será completamente despertada a menos que haja um senso de culpa, uma consciência de pecado. A menção de seu marido é a melhor maneira de lembrá-la de sua vida imoral. O Senhor está, agora, falando à consciência da samaritana. Jesus mostra que, antes de beber a água da vida, ela precisa ter convicção de pecado e passar pelo arrependimento. Não há salvação sem arrependimento. Jesus destampa tanto o passado quanto o presente da mulher samaritana, preparando seu coração para receber o dom de Deus (4.14-16).

John Charles Ryle sustenta que, a menos que homens e mulheres sejam levados à consciência de sua pecaminosidade e de sua necessidade, nenhum bem poderá ser feito à sua alma. Até que o pecador veja a si mesmo como Deus o vê, ele continuará sem nenhuma ajuda. Nenhum pecador desejará o remédio da graça até se reconhecer como doente. Ninguém está habilitado a ver a beleza de Cristo até ver a própria hediondez. A ignorância do pecador levará à negligência a Cristo.

A mulher samaritana dá uma resposta verdadeira, mas incompleta. A resposta era formalmente correta, mas potencialmente enganosa.26 Nas palavras de Werner de Boor, a mulher proferiu uma meia verdade, por meio da qual esperava esquivar-se para uma escuridão protetora.

A mulher disse: “Não tenho marido”(4.17).Jesus elogiou sua sinceridade formal, enquanto afirmou que ela já havia tido cinco maridos (mortos ou divorciados), e o homem com quem ela vivia agora não era de forma alguma legalmente seu marido(4.17,18). O conhecimento preciso de Jesus sobre o seu passado provava que Jesus é o Messias.28  A mulher percebeu que Jesus conhecia sua vida. A mulher samaritana reconheceu que estava diante de um profeta. A mulher percebeu que Jesus conhecia sua vida. A mulher samaritana reconheceu que estava diante de um profeta.

Jesus desperta seu sentimento religioso (4.19-24)

A mulher até então tão falante se calou quando Jesus tocou no seu pecado. Outros acreditam que ela mudou de assunto, passando a uma discussão teológica, uma vez que a conversa havia se tornado incômoda. É mais fácil discutir teologia do que enfrentar os próprios pecados. Nas palavras de D. A. Carson “é mais fácil falar de teologia que tratar com uma verdade pessoalmente angustiante”.

Contudo, como os samaritanos só acreditavam no Pentateuco e como Deuteronômio diz que Deus suscitaria outro profeta semelhante a Moisés, esse profeta seria o Messias. Assim, essa mulher fez uma pergunta honesta: Onde adorar? Jesus respondeu que o importante não é onde, mas como e quem adorar. A verdadeira adoração a Deus é em espírito e em verdade. E de todo o coração e também prescrita pela Palavra de Deus. Os samaritanos adoravam o que não conheciam. Assim, qualquer religião que consista apenas em formalidade, sem fundamentação nas Escrituras, é absolutamente inútil.

A verdadeira adoração é um dos temas centrais das Escrituras. A veneração de imagens de escultura é uma abominação para Deus, pois Deus é plenamente espiritual em sua essência. Quando Jesus diz que Deus é Espírito, isso significa que Deus é invisível, intangível e divino, em oposição a humano. E desconhecido para os seres humanos a menos que decida se revelar (1.18). Da mesma forma que Deus é luz (ljo 1.5) e amor (ljo 4.8), também é Espírito (4.24). Esses são elementos da forma em que Deus se apresenta aos seres humanos, da bondosa autorrevelação em seu Filho. Deus escolheu se revelar quando o Verbo se fez carne. Quem vê Jesus, vê o próprio Pai.

O culto prestado a outros deuses é uma ofensa a Deus, pois Deus é um só e não há outro. A adoração a Deus, entre[1]mentes, não pode ser do nosso modo nem ao nosso gosto, pois Deus mesmo estabeleceu critérios claros como exige ser adorado. Muitas igrejas, com o propósito de agradar às pessoas, estabelecem formas estranhas de adoração que não estão prescritas nas Escrituras. Isso é como fogo estranho no altar. O pragmatismo religioso está substituindo a verdade de Deus em muitas igrejas. Muitas pessoas buscam o que funciona, não o que é certo. Procuram o que dá resultado, não a verdade. Estabelecem um culto sensório, não um culto em espírito e em verdade.

A verdadeira adoração não se limita a um lugar, seja o Monte Gerezim ou ao Monte ou a Jerusalém, mas em espírito e em verdade. A adoração não é centrada em lugares sagrados 4.20. Não é neste monte nem naquele. Não existe lugar mais sagrado que outro. Não é o lugar que autentica a adoração, mas a atitude do adorador. Segundo, não é adoração sem entendimento (4.22). Os samaritanos adoravam o que não conheciam. Havia uma liturgia desprovida de entendimento. Havia um ritual vazio de compreensão. Terceiro, não é adoração descentralizada da pessoa de Cristo (4.25,26). Os samaritanos adoravam, mas não conheciam o Messias. Cristo não era o centro do seu culto. Nossa adoração será vazia se Cristo não for o centro. O culto não serve para agradar as pessoas. A música não serve para entreter os adoradores. A verdadeira música vem do céu e é endereçada ao céu (SI 40.3). Vem de Deus por causa de sua origem e volta para Deus por causa de seu propósito.

A adoração falsa é abominação para Deus, e a adoração hipócrita provoca o desgosto de Deus. O profeta Isaías já havia demonstrado o desgosto divino, quando disse que o povo de Israel honrava a Deus com os lábios, mas seu coração estava distante de Deus (Is 29.13). Nessa mesma linha, Amós foi contundente quando escreveu em nome de Deus: Eu detesto e desprezo as vossas festas; não me agrado das vossas assembleias solenes […]. Afastai de mim o som dos vossos cânticos, porque não ouvirei as melodias das vossas liras (Am 5.21,23).

Jesus também diz à mulher samaritana o que a adoração é. Primeiro, a adoração precisa ser bíblica (4.24). O nosso culto é bíblico ou é anátema. Deus não se impressiona com pompa; ele busca a verdade no íntimo. Segundo, a adoração precisa ser sincera (4.24). A adoração precisa ser em espírito, ou seja, de todo o coração. Precisa ter fervor. Não é um culto frio, árido, seco, sem vida.

Jesus desperta em seu coração a fé verdadeira (4.25,26)

A mulher menciona o Messias que havia de vir. Então, Jesus diz: Sou eu, o que está falando contigo. A declaração sou eu lembra a própria revelação de Deus Eu sou o que sou (Ex 3.14). Jesus disse este “Eu sou” nove vezes nesse evangelho (6.20; 8.24,28,58; 13.9; 18.5,6,8). Até aqui, seis vezes Jesus se dirigiu à mulher, e seis vezes ela lhe respondeu. Na sétima vez, quando Jesus declarou ser o Messias, ela não lhe diz palavra; o quedemos é que ela deixou ali seu cântaro, foi à cidade e disse ao povo: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito; será ele o Cristo?

A samaritana encontrou o Messias. Saciou sua alma e bebeu da água da vida. De acordo com William Barclay, o fato de a mulher samaritana ter deixado o cântaro aponta para dois fatos: 1) ela estava com pressa para ir à cidade e compartilhar sua experiência com o Messias; 2) ela tinha convicção de que voltaria para estar com Jesus.33

Podemos elencar várias evidências de sua verdadeira conversão. Primeiro, a samaritana deixou o cântaro (4.28). Segundo, ela correu à cidade para anunciar Jesus (4.28b[1]30). Ela testemunhou para toda a cidade ter encontrado um homem que para ela era o Messias. Quem encontra Jesus tem pressa em compartilhar essas boas-novas com todos. Sua compreensão sobre Jesus foi progressiva: primeiro, pensou ser um viajante judeu cansado; dai passou a considerá-lo “profeta”; e finalmente, Cristo , a quem o povo de sua cidade chama de “o Salvador do mundo” .

Concordo com John MacArthur quando ele diz que O diálogo de Jesus com a mulher samaritana ilustra três Verdades inegociáveis sobre a salvação. Em primeiro lugar, a salvação vem somente para aqueles que reconhecem sua desesperada necessidade de vida espiritual. Segundo, a salvação vem somente para aqueles que confessam e se arrependem de seus pecados e desejam perdão. Terceiro, a salvação vem somente para aqueles que recebem Cristo como o seu Messias e Salvador.34

4- O SALVO PRECISA SER TESTEMUNHA DE JESUS (4.28-30)

A atitude da mulher samaritana (4.28-30) – A mulher samaritana teve os olhos abertos progressivamente. Agora, ela compreende que está diante do Messias, o esperado Salvador do mundo. Sua alma é dessedentada pela água da vida, e não consta que Jesus tenha bebido a água do poço de Jacó. A transformação da mulher samaritana pode ser confirmada por suas atitudes, como vemos a seguir.

Primeiro, ela abandona o seu cântaro. A mulher deixou ali seu cântaro […] (4.28a). A água que ela foi buscar não tinha mais vital importância agora. A mulher havia encontrado a água da vida. Havia saciado sua alma. Sua vida fora penetrada pela luz do céu, e os segredos do seu coração foram revelados pelo Messias. Havia pressa para contar essa boa-nova à sua cidade, e a samaritana estava disposta a desvencilhar-se de qualquer obstáculo para ganhar celeridade.

Segundo, ela proclama o Messias. […] foi à cidade e disse ao povo: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho fito ; será ele o Cristo? Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.28b-30). No mesmo dia da conversão dessa mulher, ela se tornou uma missionária. O testemunho da mulher samaritana tem alguns componentes que merecem destaque, como veremos a seguir.

Ela faz uma proclamação pública (4.28b). Até então, essa mulher, provavelmente, fazia de tudo para passar despercebida. Preferia as sombras do anonimato. Sua reputação era duvidosa, e sua palavra tinha pouco peso entre os homens daquela cidade. Agora, porém, ela anunciava altissonantemente o Messias. Não havia constrangimento nem temor.

Ela faz um convite veemente (4.29). Sabiamente, essa mulher fez um convite: Vinde. Usando a mesma tática que Filipe empregou com Natanael, ela disse: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito […]. Ela não desperdiçou tempo usando argumentos confusos; antes, conclamou à verificação. Desejava que aqueles homens tivessem a mesma experiência que ela havia tido. Queria que vissem o mesmo Messias que ela havia visto. Esperava que bebessem a mesma água da vida que ela havia bebido.

Ela faz uma confissão corajosa (4.29). A vida dessa mulher era conhecida na cidade. Todos sabiam que ela já estava morando com o sexto homem. Sua fama de amante das aventuras era o cardápio preferido dos bisbilhoteiros. Mas ela não tem mais a preocupação de encobrir seus pecados. Diz abertamente que o Messias destampou a câmara de horrores do seu coração e trouxe à luz todos os seus pecados ocultos.

Ela vê um resultado extraordinário. Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.30). Os discípulos de Jesus vão à cidade e voltam sozinhos, com as mãos cheias de pães. A mulher vai à cidade e traz consigo muitas pessoas para conhecerem Jesus. Os discípulos tornaram-se profissionais da religião; ela, uma missionária apaixonada.

Ainda hoje, fazemos o mesmo que os discípulos. Entramos nos supermercados, nas lojas, nas farmácias e compramos, vendemos, trocamos e entramos mudos e saímos calados quanto ao evangelho. Essa mulher samaritana reprova nosso silêncio e nossa covardia.

A atitude de Jesus (4.31 -38) Aproveitando o fato de a mulher samaritana ter se ausentado, os discípulos rogam a Jesus: Rabi, come! Jesus aproveita o ensejo para ensinar a eles uma profunda lição, dizendo que a comida mais saborosa e mais necessária era fazer a vontade do Pai. Uma cidade estava vinda ao seu encontro, e eles deveriam entender que aquele era um momento de colheita para o reino de Deus. Nenhuma necessidade era mais urgente. Nenhuma atividade lhe dava mais prazer.

Os discípulos pensam que ele está falando sobre comida física, pois perguntam: Acaso alguém lhe trouxe o que comer?

Chamo a atenção para cinco verdades a seguir.

Em primeiro lugar, precisamos ter visão. Não dizeis vós faltarem ainda quatro meses para a colheita? Mas eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos já prontos para a colheita (4.35). Os discípulos eram míopes espirituais. Eles não tinham discernimento do momento que estavam vivendo. Jesus está dizendo: “Vocês acham que deve existir certo intervalo entre a semeadura e a colheita, mas eu lhes digo que acabei de semear a semente, e a colheita já está acontecendo (referindo-se ou à mulher samaritana ou ao povo de Sicar que estava se aproximando).38 Apesar de a colheita de grãos estar ainda distante (quatro meses), a colheita de almas já poderia ser feita.39 Nós, também, precisamos ter visão: visão de que, sem Cristo, o ser humano está perdido. Visão de que as falsas religiões prosperam. Visão de que a ignorância não é um caminho para Deus. Visão de que a obra de Deus precisa ser realizada agora. Se perdermos a nossa geração, perderemos o tempo da nossa oportunidade. Concordo com D. A. Carson quando ele diz que a era escatológica raiou no ministério de Cristo, no qual a semeadura e a ceifa acontecem juntas na colheita do fruto.

Em segundo lugar, precisamos ter paixão. Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra (4.34). Faltava aos discípulos paixão pelas almas perdidas. Falta-nos também essa mesma paixão. Sem paixão seremos apáticos e lentos. Sem paixão, seremos omissos e covardes. Precisamos clamar como Paulo: E ai de mim, se não anunciar o evangelho! (ICo 9.16). Precisamos clamar como John Knox: “Dá-me a Escócia para Jesus, senão eu morro”.

Em terceiro lugar, precisamos ter compromisso (4.33). Uma lavoura madura não pode esperar para ser colhida. Ou é colhida imediatamente, ou a colheita é perdida. Sicar estava madura para ser colhida. A cidade estava a caminho, e não havia tempo a perder. Aquela não era hora de comer, mas de trabalhar e fazer a vontade do Pai. A evangelização não é um programa, mas um estilo de vida. Esse compromisso deve arder em nosso peito. Quando o presidente americano John Kennedy foi assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963, dentro de seis horas a metade do mundo já sabia de sua morte. Jesus, o Filho de Deus, foi crucificado pelos nossos pecados há dois mil anos, e quase a metade do mundo ainda não ouviu essa maior notícia do mundo.

Em quarto lugar, precisamos ter parceria (4.36-38). Jesus falou a respeito do semeador e do ceifeiro. Um planta, e o outro ceifa. Jesus havia semeado na vida da mulher samaritana, e os discípulos agora fariam uma colheita do que não haviam semeado. Jesus é o semeador por excelência; mais do que isto, ele é o grão de trigo que cai na terra e morre, para produzir fruto em abundância (12.24). Não há ceifa onde não há semeadura. Nem sempre aquele que semeia é o que ceifa. Tanto o que semeia como o que ceifa, entretanto, têm sua recompensa. Não há maior alegria de que levar uma pessoa a Cristo. Não há maior recompensa do que entesourar frutos para a vida eterna.

O semeador trabalha em antecipação do que está para vir; o ceifeiro nunca deve esquecer que a colheita que ele desfruta é fruto do trabalho de outro. Na ceifa do Senhor, não há competição; deve existir parceria: um planta, outro rega e outro ainda ceifa (ICo 3.6-9).

Em quinto lugar, precisamos ter a certeza da recompensa (4.36). O ceifeiro recebe desde já sua recompensa e entesoura seu fruto para a vida eterna. Quando um pecador se volta para Deus, deve haver alegria não apenas diante dos anjos no céu, mas também diante dos ceifeiros na terra. Quando esses ceifeiros chegarem ao céu, serão recebidos por aqueles que foram alcançados por intermédio de seu ministério (Lc 16.9).

A atitude dos samaritanos (4.39-42) Em resposta ao convite da mulher samaritana, muitos samaritanos foram encontrar-se com Cristo no poço de Jacó. O testemunho da mulher foi impactante, e o resultado foi notório.

Destacamos três fatos importantes nesse ponto.

Em primeiro lugar, a fé dos samaritanos. E muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher, que testemunhava: Ele me disse tudo quanto tenho feito (4.39). A fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo. Quando falamos a respeito de Cristo às pessoas, Deus concede a elas a fé salvadora. O milagre da salvação raiou na cidade samaritana, e muitos foram salvos.

Em segundo lugar, o pedido dos samaritanos. Então os samaritanos foram até ele e pediram-lhe que ficasse; e ele ficou ali dois dias (4.40). A barreira da inimizade entre judeus e samaritanos estava caindo. Aonde o evangelho chega, os preconceitos são vencidos. Jesus agora é convidado a permanecer com eles. Os samaritanos não querem apenas ver e ouvir. Querem também ter comunhão com Jesus.

Em terceiro lugar, o testemunho dos samaritanos. E muitos outros creram por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo (4.41,42). Os samaritanos não queriam ouvir apenas a mulher; queriam ouvir diretamente o Messias. E, ao ouvirem o Messias, muitos outros também abraçaram a fé. E todos testemunham que sua experiência pessoal com o Messias lhes deu a plena convicção de que ele verdadeiramente é o Salvador do mundo. Aqui cessa a ideia provinciana de um salvador tribal, de uma divindade regional. Jesus não é um salvador dentre outros; ele é o Salvador do mundo, e não há outro.

CONCLUSÃO

Neste texto de João, podemos ver o amor de Jesus, pelo pecador ao ir salvar a mulher pecadora de Samaria rompendo as barreiras. Mas também ele nos ensina que o pecador precisa se arrepender para ser salvo. Todos os que foram salvos precisam ser testemunhas do Senhor jesus e levar a mensagem do evangelho aos que estão perdidos, na certeza que no Senhor Jesus há salvação para todos os que o aceitam como como seu Senhor e Salvador, pois nele há perdão e graça para o mais vil pecador.

Adap. Pr. Eli Vieira

Referência Bibliográfica:

1- Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo : Novo Testamento : volume I / Warren W. Wiersbe ; traduzido por Susana E. Klassen. – Santo André, SP : Geográfica editora, 2006.

2- Lopes, Hernandes Dias – João: As glórias do Filho de Deus / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo:  Hagnos, 2015.

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