sábado, 2 de abril de 2022

AS MARCAS DE UM CRISTÃO

 


AS MARCAS DE UM VERDADEIRO CRISTÃO

1 João 1.1-2.17

            A Primeira Carta de João, segundo alguns estudiosos, ocupa o lugar mais elevado nos escritos inspirados, a ponto de João Wesley chamá-la de “A PARTE MAIS PROFUNDA DAS ESCRITURAS SAGRADAS”. Ela, é tanto prática quanto teológica.

            Esta carta de João não foi endereçada à igreja de Éfeso, nem à igreja de Pérgamo, nem mesmo às igrejas da Ásia coletivamente, mas a todas as igrejas. Entretanto, seus ensinos e suas exortações não se restringem àquela época e àquelas igrejas. As doutrinas e exortações são tão oportunas para as igrejas de hoje como o foram para as igrejas daquele tempo.

             O apóstolo João teve um duplo propósito ao escrever essa carta: Primeiro, expor os erros doutrinários dos falsos mestres e segundo enfatizar a necessidade de obediência  dos cristãos aos mandamentos divinos.

              Diante do exposto, quero refletir com os irmãos, sobre as marcas do verdadeiro cristão.

1- A PRIMEIRA MARCA É TEOLÓGICA, CRER EM JESUS “O FILHO DE DEUS”(3.23; 5.6,10,13).

            A Primeira Carta de João tem uma mensagem tão urgente e decisiva para a igreja que o apóstolo, deixando de lado as saudações costumeiras, vai direto ao assunto e apresenta Jesus, a manifestação suprema de Deus entre os homens.

            A mensagem de João é que Deus não está distante nem indiferente a este mundo, como pensam os gnósticos e deístas. O testemunho de João é que Deus está profundamente interessado neste mundo. Ele enviou seu Filho ao mundo e seu nome é Jesus Cristo, o verbo da vida. Ele é o Messias, o Salvador do mundo.

            Não há qualquer sombra de dúvida de que o propósito da carta é anunciar aquele que é, desde o princípio, o verbo da vida, a vida eterna. Aquele que estava com o Pai manifestou-se em carne e foi ouvido, visto e tocado. Assim, João enfatiza a humanidade de Cristo. Contrariando os ensinos gnósticos que proclamavam que a matéria era essencialmente má, João mostra que Jesus veio em carne (1.1-3,5,8; 4.2,3,9,10,14; 5.6,8,20).

             Ela é uma carta que enfatiza que Jesus é o Salvador. Jesus morreu pelos pecados dos homens (1.7; 2.1,2). O Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo (4.14).Ele manifestou-se para tirar os pecados e nele não existe pecado (3.5). Com respeito ao pecado do homem, Jesus é: primeiro, o nosso advogado junto ao Pai (2.1) e segundo, a propiciação pelos nossos pecados (2.2; 4.10). Um sacrifício propiciatório restaura a relação quebrada entre duas partes. E um sacrifício que reconcilia o homem e Deus.

            Portanto, sem Jesus o homem está perdido, pois não há salvação distante de Cristo.

2- SEGUNDA MARCA É MORAL, A OBEDIÊNCIA – SE PRATICAMOS OS MANDAMENTOS DE DEUS (1.5; 2.3-11; 3.5)

            João não é um filósofo, mas um teólogo. Sua mensagem não é apenas para o deleite da mente, mas para a transformação do coração. Sua teologia não é destinada apenas a uma elite intelectual na igreja, mas para todos os que reconhecem seus pecados e se voltam contritos para Deus. A teologia não é separada da ética, mas exige santidade de vida. A teologia cristã não é apenas conceitual, mas, sobretudo, prática.

            Sua mensagem tem profundas implicações práticas. O propósito do apóstolo é mostrar que não podemos ter comunhão com Deus e com os irmãos sem obediência. E impossível andar nas trevas e ter comunhão com Deus, que é luz. William Barclay tem razão quando diz que o caráter de uma pessoa estará determinado necessariamente pelo caráter do Deus a quem adora.  

            A teologia não é neutra, mas exige do homem um posicionamento. Aqueles que dizem conhecer a Deus, que é luz, mas vivem nas trevas; aqueles que, embora pecadores, negam a própria natureza pecaminosa; aqueles que, embora manchados pela mácula do pecado.   Concordo com Augustus Nicodemus quando diz: “Os atos de um cristão professo são mais eloquentes do que suas palavras, e revelam o estado real de seu relacionamento com Deus”.

             Nesta carta, o apóstolo João, enfatiza a necessidade de separação do mundo, e a necessidade de obediência aos mandamentos divinos. A prova moral de que pertencemos à família de Deus é a obediência (2.3-8,29; 3.3-15,22-24; 4.20,21; 5.2-4,17-19,21).O conhecimento de Deus e a obediência a Deus devem caminhar sempre juntos. Aquele que diz que conhece a Deus, mas não guarda seus mandamentos é mentiroso (2.35).

                John Stott diz que temos razão de suspeitar dos que alegam intimidade mística com Deus e, entretanto, “andam nas trevas”. Religião sem moralidade é ilusão, uma vez que o pecado é sempre uma barreira para a comunhão com Deus. Andar nas trevas significa viver no erro, no pecado, na ignorância de Deus e em hostilidade a ele. Nesse caso, mentimos e não praticamos a verdade.

                Andamos em trevas quando as coisas mais cruciais da vida passam sem o exame da luz de Cristo. Se nossa carreira, nossa vida sexual, dinheiro, família, autoimagem, esperanças e sonhos jamais lhe foram abertos, nosso cristianismo e vida eclesiástica são uma mentira eloquente. E esse o motivo da falta de poder de tantos cristãos hoje e a razão de haver igrejas sem vida e sem poder.

3-A TERCEIRA MARCA É SOCIAL, O AMOR –  SE NOS AMAMOS UNS AOS OUTROS ( 2.7-11)

            O amor, a evidência da verdadeira caminhada na luz, de que realmente conhecemos a Cristo (2.7-11). Se CRER em Jesus é a Marca teológica, a obediência (santidade) é a Marca Moral que identifica o verdadeiro cristão, o amor é a Marca Social. João faz uma transição da Marca Moral para a Marca Social, da obediência aos mandamentos para o amor ao próximo.

             O novo mandamento de Cristo nos desafia a amar como ele nos amou. Isso é mais do que amar o próximo como a si mesmo, uma vez que Cristo nos amou e a si mesmo se entregou por nós. O amor cristão não é sentimento, é ação. Não somos quem dizemos ser, mas o que fazemos. Cristo deu sua vida por nós e devemos dar a nossa vida pelos irmãos (3.16).

            Jesus redefiniu o significado de “próximo”. O próximo que devemos amar é qualquer pessoa que precise da nossa compaixão, independentemente de raça ou posição. Devemos amar até mesmo os nossos inimigos. Em Jesus o amor busca o pecador. Para os rabinos judeus ortodoxos, o pecador era uma pessoa a quem Deus queria destruir. Os judeus desprezavam os pecadores, considerando-os indignos do amor de Deus, e repudiavam os gentios, considerando-os combustível do fogo do inferno. Porém Deus amou o mundo.

            João diz que “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino” (3.15) e que “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso” (4.20). Quem odeia a seu irmão desobedece aos mandamentos de Deus, está longe da verdade e vive em trevas espirituais.

            Meus irmãos, João ergue sua voz para dizer que o ódio cega como as trevas. O amor não é cego; o ódio, sim, cega! Uma pessoa amargurada fica cega. Seu raciocínio obscurece. Perde-se o equilíbrio. Perde-se o discernimento. Perde-se a direção. Perde-se a bem-aventurança eterna. Que eu e você possamos a cada dia nos firmar nos ensinamentos da Palavra de Deus, vivendo em amor para honra e glória do Senhor.

Diante do exposto, como cristãos servos do Senhor Jesus, somos desafiados a evidenciarmos estas marcas em nossas vidas para a Glória de Deus.

Pastor Eli Vieira

ANDAR COM DEUS

 



Como podemos andar com Deus?

Êxodo 13:17- 15:21

“A HISTÓRIA NÃO CONFIA A GUARDA DA LIBERDADE POR MUITO TEMPO ÀQUELES QUE SÃO FRACOS OU TÍMIDOS.” O presidente Dwight Eisenhower disse essas palavras em seu discurso de posse, no dia 20 de janeiro de 1953. Como o homem que ajudou a liderar os Aliados rumo à vitória na Segunda Guerra Mundial, o general Eisenhower tinha amplo conhecimento do altíssimo preço da vitória, bem como do fardo pesado da liberdade que sempre segue o triunfo.

Israel havia vivido muitos anos como escravo no Egito, agora estava livre da escravidão, mas pra não ser escravizado mais uma vez precisava andar com Deus. O êxodo de Israel ensinou ao povo que seu futuro sucesso estava em caminhar com Deus. Quando estudamos o livro de Êxodo podemos aprender algumas lições sobre como podemos andar com Deus. Andar com Deus implica: seguir ao Senhor (Êx 13:17-22), confiar no Senhor (14:1-31) e adorar ao Senhor (15:1-21).

1-SEGUIR A DIREÇÃO DO SENHOR (ÊX 13:17-22)

O êxodo de Israel do Egito não foi o fim de sua experiência com Deus; na verdade foi um recomeço. “Foi preciso uma noite para tirar Israel do Egito, mas foram necessários quarenta anos para tirar o Egito de Israel”, disse George Morrison. Se Israel obedecesse à vontade de Deus, o Senhor os conduziria à terra prometida e lhes daria sua herança. Quarenta anos depois, Moisés lembraria a nova geração de que Deus “te tirou do Egito […] para te introduzir na sua terra e ta dar por herança” (Dt 4:37, 38).

A mesma coisa pode ser dita da redenção que temos em Cristo: Deus nos livrou da escravidão para que pudesse nos conduzir à bênção. A. W. Tozer costumava nos lembrar de que “somos salvos de, como também para”. A pessoa que confia em Jesus Cristo nasce de novo e passa a fazer parte da família de Deus, mas esse é só o começo de uma nova e empolgante aventura que deve nos conduzir ao crescimento e a conquistas. Deus nos liberta e, então, nos conduz através das várias experiências da vida, um dia de cada vez, para que possamos conhecê-lo melhor e para que, pela fé, possamos nos apropriar de tudo o que ele deseja nos dar.

         Deus traça o caminho para seu povo (w. 17, 18). Deus não é surpreendido por nada. Ele planeja o melhor caminho a ser percorrido por seu povo. E possível que nem sempre compreendamos o caminho que ele escolhe ou que nem mesmo concordemos com ele, mas o caminho de Deus é sempre certo. Podemos dizer cheios de confiança: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23:3) e devemos orar com humildade e pedir: “Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me” (SI 25:4, 5).

Se houvesse algum estrategista militar no meio do povo de Israel naquela noite, ele provavelmente teria discordado da rota de desocupação escolhida por Deus, pois era longa demais. Deus sabia o que estava fazendo quando escolheu o caminho mais longo.

Se você permitir que Deus dirija seus passos (Pv 3:5, 6), espere ser conduzido, de vez em quando, por alguns caminhos que parecem desnecessariamente longos e sinuosos. Lembre-se de que Deus sabe o que está fazendo, de que ele não está com pressa e de que, enquanto você segui-lo, estará seguro sob a bênção dele. É possível que ele feche algumas portas e, de repente, abra outras, e devemos ficar alertas para isso (At 16:6-10; 2 Co 2:12, 13).

Deus encoraja a fé de seu povo (v. 19). Antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que, quando Deus livrasse Israel do Egito, seus descendentes levariam consigo os restos mortais dele para a terra prometida (Gn 50:24, 25; Hb 11:22). José sabia que Deus cumpriria sua promessa e salvaria os filhos de Israel (Gn 15:13-16). José também sabia que seu lugar era na terra de Canaã, junto com seu povo (Gn 49:29-33).

O que esse caixão significava para as gerações de judeus que viveram durante os terríveis anos de escravidão no Egito? Sem dúvida, os judeus podiam olhar para o caixão de José e ser encorajados. Afinal, o Senhor havia cuidado de José durante suas provações e, por fim, o havia libertado, e faria o mesmo pela nação de Israel, libertando-a no devido tempo. Durante os anos que passou no deserto, Israel viu o caixão de José como uma lembrança de que Deus tem seu tempo e cumpre suas promessas. José estava morto, mas servia de testemunho da fidelidade de Deus. Quando chegaram a sua terra, os judeus cumpriram sua promessa e sepultaram José na terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó (Js 24:32).

Enquanto continuamos a obedecer ao Senhor, tais lembranças podem servir para encorajar nossa fé. O importante é que elas apontem para o Senhor e não para um passado morto e que perseveremos em caminhar pela fé e em obedecer ao Senhor em nossos dias.

Deus vai adiante de seu povo para mostrar o caminho (w. 20-22). A nação foi guiada por uma coluna de nuvem, durante o dia, e uma coluna de fogo, durante a noite. Essa coluna é identificada como o anjo do Senhor, que guiou a nação (Êx 14:19; 23:20- 23; ver Ne 9:12). Houve ocasiões em que Deus falou de dentro da coluna de nuvem (Nm 12:5, 6; Dt 31:15, 16; Sl 99:7), e ela também protegeu o povo enquanto caminhavam sob o sol escaldante durante o dia. (Sl 105:39). Quando a nuvem se movia, o acampamento também se deslocava; quando a nuvem parava, o acampamento esperava (Êx 40:34-38).

Não temos o mesmo tipo de orientação visual hoje em dia, mas contamos com a Palavra de Deus, que é luz (Sl 119:105) e fogo (Jr 23:29). É interessante observar que a coluna de fogo servia de iluminação para os israelitas, mas era escuridão para os egípcios (Êx 14:20). O povo de Deus é esclarecido por sua Palavra (Ef 1:15-23), mas os que não são salvos não conseguem compreender a verdade de Deus (Mt 11:25; 1 Co 2:11-16).

Como teria sido insensato os israelitas pararem sua marcha a fim de fazer uma votação sobre o caminho que deveriam tomar para o monte Sinai! Certamente há um lugar para a deliberação e para o referendo comunitários (At 6:1-7), no entanto, quando Deus fala, não há motivo para fazer uma assembleia. Em mais de uma ocasião, nas Escrituras, a maioria estava errada.

2. CONFIAR NAS PROMESSAS DO SENHOR (Êx 14:1-31)

         O Senhor Deus manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (SI 103:7). O povo judeu foi informado daquilo que Deus desejava que fizesse, porém Moisés foi informado do porquê de Deus estar fazendo tais coisas. “A intimidade do Senhor é para os que o temem” (SI 25:14). A liderança de Moisés foi um elemento essencial para o sucesso da CAMINHADA de Israel. Nesta caminhada ele enfrentaram muitas circunstâncias adversas.

Faraó e a seus oficiais, ao deixarem os hebreus escaparem, haviam colocado em risco – ou talvez até destruído – toda a economia de sua terra, portanto o mais lógico era ir atrás deles e levá-los de volta ao Egito. Encontramos, aqui, outro motivo pelo qual o Senhor escolheu aquele determinado caminho: os relatos levariam o Faraó a crer que os hebreus estavam vagando como ovelhas perdidas no deserto e que, portanto, poderiam facilmente ser perseguidos e capturados pelo exército egípcio e assim perseguiram os israelitas (vv.1-9). O Senhor estava atraindo os egípcios para sua armadilha, pois Deus estava no controle.

Enquanto os israelitas mantivessem seus olhos fixos na coluna de fogo e seguissem ao Senhor, estariam andando pela fé e nenhum inimigo poderia tocá-los. Contudo, quando tiraram os olhos do Senhor e olharam para trás, viram os egípcios se aproximando, apavoraram-se e começaram a murmurar, entraram em pânico(vv.10-12).

“Visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7).

Quando você se esquece das promessas de Deus, começa a imaginar as mais terríveis possibilidades. A incredulidade consegue apagar de nossa memória todas as demonstrações que vimos do grande poder de Deus e todos os exemplos que conhecemos da fidelidade de Deus a sua Palavra.

Moisés era um homem de fé e confiava no poder de Deus, que sabia que o exército do Faraó não consistia, de modo algum, numa ameaça para Jeová. Moisés deu várias ordens ao povo, e a primeira delas foi: “Não temais” (v. 13). Às vezes, o medo nos enche de energia e procuramos evitar o perigo. Em outras ocasiões, porém, ele nos paralisa e não sabemos o que fazer. Israel foi tentado a fugir, mas Moisés deu-lhe mais uma ordem: “Aquietai-vos e vede o livramento do Senhor” (v. 13). Pela fé, os israelitas haviam marchado para fora do Egito e deveriam, portanto, pela fé, aquietar-se e ver Deus destruir os soldados da cavalaria egípcia.

Moisés não disse apenas para se aquietarem, mas também “vós vos calareis” (v 14). Como teria sido fácil chorar, murmurar e criticar Moisés, mas nenhuma dessas coisas teria ajudado o povo a sair daquela situação. A incredulidade gera murmuração, mas a fé leva à obediência e traz glória para o Senhor. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Que motivo há para reclamação quando temos a maravilhosa promessa de que “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14)? Mais tarde, em sua jornada, o Senhor ajudaria Josué e o exército israelita a combater suas batalhas (Êx 1 7:8), mas, dessa vez, Deus derrotaria os egípcios sem a ajuda de Israel.

A ordem seguinte foi de Deus para Moisés: “Que marchem!” (14:15) O fato de Israel estar diante do mar não era problema para Deus, e ele disse a Moisés exatamente o que fazer. Quando Moisés erguesse a vara, as águas se separariam, e Israel poderia atravessar em terra seca e escapar do exército egípcio.

Por que Deus realizou essa série de milagres para o povo hebreu? Em primeiro lugar, ele estava cumprindo sua promessa de que livraria Israel e de que os tomaria para si como seu povo (Êx 3:7, 8). Em tempos vindouros, os judeus mediriam todas as coisas tomando como parâmetro a demonstração do grande poder de Deus no êxodo. No entanto, Deus tinha mais um propósito em mente: Em segundo lugar, revelar outra vez seu poder e glória na derrota do exército egípcio. “E os egípcios saberão que eu sou o Senhor” (Êx 14:18).

A coluna posicionou-se entre Israel e os egípcios, indicando que Deus havia se tornado uma muralha de proteção entre seu povo e seus inimigos. A coluna servia de luz para os israelitas, mas era escuridão para os inimigos, para o povo incrédulo do Egito, que não era capaz de compreender os caminhos do Senhor. Quando Moisés estendeu a mão, o Senhor enviou um forte vento que separou as águas do mar e abriu caminho para o povo atravessar. O Salmo 77:16-20 indica que esse vendaval foi acompanhado de uma grande tempestade e que, depois de Israel ter atravessado, a tempestade transformou o caminho seco percorrido pelos hebreus numa estrada lamacenta.

Jesus perguntou a seus discípulos depois de acalmar uma tempestade: “Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?” (Mc 4:40). A fé e o medo não podem viver juntos no mesmo coração, pois uma coisa destrói a outra. A verdadeira fé depende daquilo que Deus diz e não daquilo que vemos ou da maneira como nos sentimos. Alguém disse, muito corretamente, que fé não é crer apesar das evidências – isso é superstição -, mas sim obedecer apesar das consequências.

Essa série de milagres divinos certamente foi uma revelação da grandeza e do poder de Deus, de sua fidelidade às suas promessas e de sua preocupação por seu povo. O milagre do êxodo tornou-se parte da confissão de fé de Israel ao levarem suas ofertas ao Senhor (Dt 26:1-11).

Hoje, nós precisamos olhar para os milagres de Deus em nosso viver, a vida é um milagre, mas o maior e o melhor milagre é a salvação em nosso Senhor Jesus Cristo e sermos testemunhas dele a cada passo em nossa jornada.

3. ADORAR AO SENHOR (ÊX 15:1-21)

Uma vez que os inimigos haviam se afogado e que a liberdade era certa, o povo de Israel irrompeu em cânticos e adorou ao Senhor. Não lemos que adoraram a Deus enquanto eram escravos no Egito, e, durante a saída da terra, queixaram-se a Moisés pedindo que os deixasse voltar ao Egito. Mas é preciso haver maturidade da parte do povo de Deus a fim de ser capaz de entoar “canções de louvor durante a noite” (Jó 35:10; SI 42:8; Mt 26:30; At 16:25), e naquele tempo os israelitas ainda eram imaturos em sua fé.

O hino de louvor tem quatro estrofes: a vitória de Deus é anunciada (Êx 15:1-5), as armas de Deus são descritas (vv. 6-10), o caráter de Deus é exaltado (vv. 11-16a) e as promessas de Deus são cumpridas (vv. 16b-18).

 O Senhor é mencionado dez vezes nesse hino, enquanto Israel cantava ao Senhor e sobre o Senhor, pois a verdadeira adoração envolve o testemunho fiel de quem Deus é e do que ele faz por seu povo. A vitória de Deus foi gloriosa, pois em tudo foi obra do Senhor. O exército egípcio foi lançado no mar (vv. 1 e 4), e os soldados afundaram como pedras (v. 5) e como chumbo (v. 10). Foram consumidos como restolho (v. 7).

A declaração: “O Senhor é homem de guerra” (v. 3) pode ser perturbadora para aqueles que acreditam que qualquer coisa relacionada à guerra não se encaixa com o evangelho e com a vida cristã. Algumas denominações tiram os hinos “militantes” de seus hinários, inclusive o “Avante, Avante O Crentes”. Porém, Moisés prometeu ao povo: “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14; ver Dt 1:30), e um dos nomes de Deus é “Jeová Sebaoth”, que significa “Senhor dos Exércitos”, título que aparece mais de duzentas e quarenta vezes no Antigo Testamento. Em seu hino da reforma, Castelo Forte, Martinho Lutero escreveu:

A nossa força nada faz

Num mundo tão perdido,

Mas nosso Deus socorro traz,

Por Cristo, o escolhido.

 Conosco está Jesus,

O que venceu na cruz,

 Senhor dos altos céus;

E, sendo o próprio Deus,

Triunfa na batalha. (Hinário Luterano, n 2165)

Se temos neste mundo um inimigo como Satanás e se o pecado e o mal são abomináveis ao Senhor, então Deus deve guerrear contra eles. “O Senhor sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos” (Is 42:13). Jesus Cristo é tanto o Cordeiro que morreu pelos nossos pecados como o Leão que julgará o pecado (Ap 5:5, 6) e, um dia, cavalgará para a conquista de seus inimigos; (Ap 19:11).

Em três ocasiões específicas registradas nas Escrituras, o povo de Israel cantou: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação” (Êx 15:2):

1-Quando Deus livrou Israel do Egito,

2-Quando o remanescente judeu lançou os alicerces do segundo templo (Sl 118:14)

3- Quando os judeus foram reunidos e voltaram para sua terra a fim de desfrutar as bênçãos do reino (Is 12:2). Em cada um desses casos, o Senhor deu força, salvação e um cântico.

O Senhor é um “homem de guerra” que não luta com armas convencionais. Ao usar características humanas para descrever atributos divinos, os cantores declaram que sua destra é gloriosa em poder, sua majestade lança por terra os inimigos e sua ira os consome como o fogo que queima o restolho.

Não é de se admirar que seu povo cantou: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses?” (v. 11; ver Mq 7:18), eles exaltaram o caráter de Deus, A resposta, obviamente, é que não há ninguém como o Senhor, pois nenhum outro ser no Universo é “Glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que opera(s) maravilhas” (Êx 15:11). Essa estrofe prossegue louvando a Deus por seu poder (v. 12), por sua sabedoria ao conduzi-los (v. 13) e pela grandeza de sua presença ao inspirar o medo no coração de seus inimigos (v. 14).

A promessa de Deus é cumprida (w. 16b18). Essa estrofe refere-se à futura conquista de Canaã por Israel e afirma que Deus comprou Israel e que são seu povo. As nações de Canaã ficariam mudas como pedras, quando os exércitos israelitas conquistassem a terra e as tribos se apropriassem de sua herança. Deus os tirou do Egito para levá-los a Canaã e plantá-los em sua própria terra (Sl 44:2; 80:8, 15; Is 5). Deus colocaria seu santuário no meio do povo e habitaria com eles em glória. A frase “O Senhor reinará por todo o sempre” (Êx 1 5:18) é o apogeu do cântico, enfatizando que Deus é soberano e eterno.

Não apenas Moisés liderou os homens no cântico desse hino de louvor (Êx 15:1) como também Miriã formou um coral especial de mulheres israelitas, que se juntaram a ela repetindo as primeiras palavras do cântico. Seu entusiasmo cheio de regozijo expressou-se enquanto cantavam, tocavam seus tamborins e dançavam na presença do Senhor (ver 1 Sm 18:6; 2 Sm 1:20).Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor” (Sl 106:11, 12). 

 Não foi fácil para eles carregar o fardo da liberdade, e Deus precisou ensiná-los a viver um dia de cada vez durante aqueles quarenta anos, em nossa peregrinação rumo a pátria celestial nós precisamos seguir os ensinamentos do Pai, crer em suas promessas e viver em adoração para honra e glória dEle. Ad. Pr. Eli Vieira

sábado, 12 de março de 2022

Como Viver para a Glória de Deus?


 

Vivendo em Comunhão com Deus

Gn 35.1-15

O grande filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard certa vez disse: “quem vive na presença de Deus, tem um senso íntimo de comunhão com ele, e qualquer coisa de errado perturba essa comunhão”. Para Charles Fuller “comunhão com Deus, significa uma ininterrupta luta contra o mundo”.

Jacó tinha permanecido por alguns anos em Siquém, talvez por causa das vantagens econômicas. Mas ele precisou ter uma profunda experiência com Deus para fazê-lo voltar a sua terra, Hebrom (Gn. 37.1). Voltaria para casa, mas antes faria uma parada em Betel, onde edificaria outro altar e receberia as instruções divinas. Quase trinta anos antes, Jacó tinha feito um voto e uma promessa em Betel (Gn 28.20,21). Agora ele deveria renovar seus votos e propósitos espirituais. Ele tinha completado as suas peregrinações pelo estrangeiro e agora era instruído a voltar para casa.

Dois temas percorrem o capítulo trinta e cinco de Gênesis: termino e correção. Temos aqui uma história de termino, porque Jacó estava de volta a terra prometida com sua família e com toda a sua riqueza; e a vitória tinha sido ganha, o alvo tinha sido atingido, e a promessa divina tinha se cumprido. Mas também temos uma história de correção, porquanto os seus familiares não serviam totalmente a Deus. Ídolos precisavam ser enterrados, e Rubén disciplinado, etc. Para que eles vivessem uma nova história. Esse novo momento teria que ser em comunhão com Deus para a glória dEle. Mas, como  viver para a glória de Deus. No texto de Gn 35.1-15 podemos tirar algumas lições para vivermos para a glória de Deuscom Deus. Viver para a glória de Deus:

1-Implica em abandonar todos os ídolos (pecado) Gn 35.2,4 – O texto nos diz que até aquele momento havia ídolos entre os familiares de Jacó. Jacó exigiu a eliminação de todos os deuses, incluindo os ídolos, os terafins de Raquel (Gn 31.19) e as argolas que eram amuletos associados com o culto pagão. Era preciso abandar tudo aquilo que impedia uma vida de comunhão com Deus.

Quando Deus nos chama, e verdadeiramente mudamos, nos arrependemos e precisamos renunciar qualquer coisa que tente impedir ou atrapalhar a nossa comunhão com Deus.

A exigência primária da aliança é verdadeira lealdade exclusiva a Deus ( Ex. 20.3-5). Lealdade exigida por Josué aos filho de Israel ao falar com eles dizendo: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor”(Js 24.14).

Para vivermos para a glória de Deus, nós precisamos de intimidade, comunhão com Deus , para que isso seja real, é preciso abandonar tudo aquilo que tenta roubar a nossa verdadeira intimidade com ele, seja os ídolos externos, construídos pelas mãos do homem ou internos, os ídolos do coração. Você tem algo que precisa ser abandonado ou removido da sua vida? Faça isso agora, não deixe para amanhã. Não permita que nada na sua vida tome o lugar de Deus e atrapalhe a sua comunhão ele.

2- Implica em mudança de vida (Gn 35.10) – O texto de gênesis, enfatiza a mudança do nome de Jacó para Israel. O novo nome de Jacó. Os antigos, com frequência mudavam de nome, quando havia alguma profunda mudança na vida ou quando esperavam que houvesse tal mudança. “De vez em quando, vemos Deus mudando o nome de alguém, simbolizando um novo status ou uma nova identidade – caso de Abraão, Sara e Jacó. Às vezes, o próprio portador do nome muda sua alcunha, representando uma nova situação. Noemi (“doce”) resolve chamar-se de Mara (“amarga”) após a morte de sua família (Rt 1.20), mas termina a história com um “nome afamado” (4.14). Aliás, note como a ideia do nome move todo o livro de Rute. Quando alguém na época do Antigo Testamento ou do mundo antigo dava um nome a outra pessoa ou coisa, significava que ela possuia essa pessoa ou coisa. Ou saber o nome de alguém, especialmente o nome de Deus, frequentemente significava entrar em um relacionamento íntimo com essa pessoa ou poder (G.K. Beale)”.

A mudança do nome de Jacó para Israel, foi uma mudança profunda. Pense comigo, o fraco Jacó tornou-se o poderoso Israel, agora era um príncipe de Deus, o grande patriarca, através do qual o messias viria ao mundo por intermédio dele, a fim de abençoar todas as nações e todos aqueles que creem em Cristo são abençoados e também são mais que vencedores (Rm. 8.37).

O homem transformado por Deus através da ação do Espírito Santo, recebe um novo nome para viver de forma diferente do mundo, como diz o profeta Isaías  “a seus servos chamará por outro nome” (65.15). Em apocalipse nós aprendemos que vamos receber um novo nome “Ao que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus e dele nunca sairá, e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (3.12). Mais adiante, em 14.1, aprendemos que os crentes terão o nome do Pai em suas testas, o que lembra que os sacerdotes usavam uma lâmina de ouro com os dizeres “santidade ao Senhor” (Êx 28.36-38).

Beale explica: “Parte do significado dos cristãos terem o nome de Deus e de Cristo em suas frontes é que eles compartilham da presença, da semelhança e do caráter de Deus e de seu Messias, como consequência de consagrar-se a eles”.O que isso tudo significa? uma nova condição, uma nova identidade – como Abraão, Jacó e Noemi tiveram – pela bondade de Yahweh.

O mestre Jesus ensina ao mesmo tempo que temos um novo nome e que Deus escreveu em nós seu Nome. E como termina o livro de Apocalipse? Com um casamento. Nós somos a noiva e receberemos o nome do Noivo. Os dois agora são um”.(Reforma21)¹.Mas o que isso nos ensina, a nossa condição, a nossa nova identidade em Cristo, não somente no povir, mas somos chamados para vivermos como servos de Deus hoje, para vivermos uma verdadeira comunhão ele, pois só assim o homem pode viver para a a glória de Deus.

A Palavra de Deus nos ensinaque todo o nosso viver precisa ser para a glória de Deus. Veja o que o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo escreveu: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Co 10.31).

Como você está vivendo hoje? O seu viver tem sido em comunhão com Deus para a glória dEle?, se não arrependa-se, enquanto se diz hoje, e mude de vida. Viva na presença dele e seja uma bênção na sua casa, igreja e sociedade.

3- Implica em confiar em Deus (Gn 35.11,12)

O Deus todo-poderoso falou com Jacó e ele confiou, na certeza de que o Senhor cumpre as suas promessas, a sua palavra não falha. Ele precisava confiar em Deus em suas peregrinações, em meios aos desafios da sua vida, assim como o seus pais Abraão e Isaque confiaram em suas promessas Gn 15.18.

Quando olhamos para Gn 28.3 podemos ver a expressão “uma multidão de povos”, ali a declaração faz parte da bênção dada a Jacó por Isaque. Além disso reis descenderiam de Jacó como Saul, Davi, Salomão, etc (Gn 17.6), culminando no rei-messias descendente de Judá através de Lia. Nesse ponto seria atingida a dimensão espiritual do pacto, de tal modo que aquilo que era bênção material, torna-se-ia em bênção espiritual para a salvação de todo aquele que crer.

Em Gn 28.10 Jacó teve uma visão do Senhor, uma experiência pessoal com Deus. Em Gn 32.22 lutou e foi transformado por Deus, e em Gn 35.14 Jacó levantou um altar ao Senhor, no lugar onde Deus falara com ele. Jacó ao longo da jornada demonstrou sua confiança em Deus, ao ouvir e obedecer a sua palavra. Ele teve fé no Senhor e se entregou aos seus cuidados, mesmo sendo fraco e pecador.

Hoje nós precisamos confiar em Deus sem reservas, como nos ensina o salmista “entrega o teu caminho ao Senhor” Sl 37.5. Como nós temos dificuldade de nos entregar a Deus, tudo o que temos, o que somos, precisamos entregar nas mãos de Deus.

Meu irmãos, para vivermos para a glória dEle, precisamos confiar nele, pois quando confiamos em Deus, temos sede da Palavra, buscamos ter uma vida de oração como servos eleitos, vida de oração é uma das características do servos eleitos de Deus e firmados nas Promessas da Palavra iremos viver pela fé.

Certo jovem queria aprender a ter uma vida de comunhão com Deus: “Um jovem cristão subiu a montanha que ficava de frente ao mar, onde no topo morava um grande mestre cristão, conhecido por ter uma vida de grande comunhão e proximidade com Deus.

Perguntou o jovem:  – Mestre, o que eu faço para ter uma vida de profunda comunhão com Deus? Qual o segredo?

O sábio mestre, sem responder palavra alguma, se levantou, foi até à porta e sinalizou ao jovem que lhe acompanhasse por um caminho.

 Desceram a montanha em um silêncio ensurdecedor, pois o jovem estava inquieto para saber a resposta sobre o segredo para se chegar mais perto de Deus.

Chegando à praia o mestre continuou caminhando em direção à água. A água batia nos pés, depois nas canelas, nos joelhos e o mestre continuava a ir cada vez mais para o fundo.

O jovem cristão hesitou, mas o mestre insistiu que ele lhe acompanhasse. A água já estava na altura da cintura quando, de repente, o mestre derruba o jovem e segura sua cabeça debaixo d’água, sem dar-lhe qualquer chance de se levantar.

O jovem se debate, tenta escapar dos braços do mestre, se esperneia, bebe água do mar — mas o mestre o segura com a maior firmeza possível.

Quando o jovem cristão já estava quase morrendo afogado, o mestre lhe solta. O rapaz se levanta com violência, finalmente respira engasgado, cospe água salgada e não consegue esconder a raiva que estava sentindo:

– Você está louco?! Você quer me matar?!

O velho e sábio mestre cristão responde:

– Eis o segredo da comunhão com Deus que você está buscando! Está diante de você!

– Qual é esse segredo?

– O dia em que você buscar a Deus como você buscava o ar para respirar enquanto estava com a cabeça debaixo d’água e quando te soltei, você O encontrarᔲ.

Portanto, meu irmão, Deus te chamou para você viver para honra e glória dEle, pois foi com este fim que ele nos criou, como nos ensina o breve catecismo de Westminster em sua primeira pergunta, quando indaga: qual o fim principal do homem? resposta: Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Essa verdade nos ensina a viver em comunhão com ele. O diabo não quer que você e eu vivamos esta vida de intimidade com o Senhor. Mas, se há algum ídolo ou pecado no seu coração, jogue para fora hoje mesmo, viva a sua nova vida em Cristo, firmado nas promessas de Deus para honra e glória dEle, na certeza de que com o Senhor, nós somos mais do que vencedores. Precisamos ansiar mais e mais pela presença de Deus hoje. Somente a glória de Deus.

 Referências Bibliógraficas

1-Ribeiro Jr., Josaias. O que significa receber um “novo nome”?, 2011. Disponível em http://reforma21.org/artigos/o-que-significa-receber-um-novo-nome.html.  acesso em 07.09.2017

2- Sanchez, André . Ilustrações Cristãs – Como ter uma vida de profunda comunhão com Deus? Disponível em https://www.esbocandoideias.com/2013/07/ilustracoes-cristas-como-ter-uma-vida-de-profunda-comunhao-com-deus.html acesso em 07.08.2017

Sobre o autor: Pastor Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife e pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Semear, Itabuna-BA

Características de uma Mulher Virtuosa

 


Características de “UMA MULHER VIRTUOSA”

A mulher virtuosa é aquela que busca a Deus em todo o tempo,
para assim cumprir a missão que Deus à ela confiou.

Texto Base: Provérbios 31: 10-31Entendendo o que é SER VIRTUOSA“aquela que têm virtudes”.Virtudes significa “disposição firme e constante para a prática do bem, força moral e valor.” Na Nova Versão Internacional da Bíblia ela é chamada de “esposa exemplar”, e no hebraico a palavra “virtuosa” pode significar rica, próspera, valorosa, ousadamente corajosa, forte, guerreira poderosa.

A primeira observação que podemos fazer aqui é o adjetivo PERFEITA não aparece em nenhum dos significados para a palavra virtuosa. Sempre ao ler este texto, temos a imagem de uma mulher perfeita, porém não é isto que o texto nos fala, mas sim de que é uma GUERREIRA VALENTE que luta com todas as suas forças para fazer que o seu lar seja de fato uma bênção.Passemos então as Características desta Mulher Virtuosa:

1ª – Ela é confiável – Seu marido tem plena confiança nela (v.11a) – Digna de Confiança, quer seja para compartilhar um assunto ou uma situação delicada que esteja enfrentando, ou em relação a fidelidade conjugal ou ainda em relação as finanças da casa.

2ª – Ela honra o seu marido, fazendo-lhe somente o bem todos os dias da sua vida (v.12) – É interessante notar que o versículo não diz que ela faz bem ao seu marido apenas quando ela acha que ele é merecedor, ou quando ele é amável com ela, ou quando é um marido exemplar. O texto diz que ela faz bem ao seu marido todos os dias da sua vida, isto inclui os dias bons e os dias maus, na fartura ou escassez, etc.

3ª – Ela tem prazer em cuidar da sua casa e família – (v. 13, 14 e 15) – O trabalho da mulher virtuosa de provérbios é muitas vezes diferente do trabalho da mulher moderna do século XXI, porém o sentido aqui é o mesmo, a mulher VIRTUOSA tem como característica o prazer em cuidar da sua casa e da sua família, ainda que muitas vezes não seja ela que realiza o trabalho com as próprias mãos, porém toda a preocupação em gerar bem estar para os membros de sua família está sempre presente na vida desta mulher. Se não trabalha fora se alegra pelo fato de manter dedicação exclusiva ao seu lar e não considera isto como humilhante, sem valor ou um grande fardo.

4ª – Está inteirada dos negócios da família – (V.16) – A mulher virtuosa não é uma mulher alheia a vida financeira do lar, ela está sempre inteirada de todos os assuntos e ajuda na tomada de decisão quanto aos investimentos que a família irá fazer. É participativa sem tirar a autoridade que pertence ao seu marido, e após as conquistas obtidas ela desfruta e usufrui do bem conquistado sempre com o objetivo de tornar sua família mais próspera e abençoada.

5ª – É dedicada, esforçada, valente no trabalho e realiza tudo com disposição e vontade – (v. 17, 18 e 19) – A versão Almeida revista e atualizada diz: Cinge os lombos de força, na vida desta mulher não há espaço para desânimo, preguiça ou abatimento. Ela sabe que sua família (marido e filhos) depende dela por isso seus lombos são cingidos com força, garra, entusiasmo e dedicação. Muitas vezes para atender a necessidade do seu lar, trabalha de maneira incansável até tarde da noite. 

6ª – É solidária – (v. 20) – Auxilia o necessitado, dando exemplo e ensinamento aos seus filhos quanto a necessidade de socorrer ao menos favorecido. Ela sabe que aquilo que o Senhor tem dado à sua família deve ser compartilhado com aquele que está enfrentando um período de dificuldade. Vale lembrar que uma mulher virtuosa também tem discernimento quanto aquele a quem vai ajudar para que não incentive o comodismo de outras pessoas.

7ª – É prevenida – (v. 21 e 22) – Quando o inverno chega a sua casa, quer seja o inverno literal (estação do ano) ou o inverno por alguma dificuldade, ela pode contar com as reservas que fez durante o verão.

8ª – É forte e digna (v.25) – Significado de digna (decente, solene, conveniente, correta, decorosa, respeitável) 

9ª – É confiante (v.25b) – Sabe em quem confiar e aplica em sua vida as instruções de Paulo aos Filipenses 4:6.

10ª – É sábia e boa conselheira (v.26) – Busca a sabedoria em Deus para que saiba pronunciar conselhos que edifiquem a vida do seu lar (Tiago 1:5).

)11ª – Não é preguiçosa (v.27) – Ela sabe a importância do seu trabalho e também reconhece o quanto todos nós somos facilmente levados pela preguiça, por isso ela está sempre vigilante não dando lugar à preguiça e ociosidade;

12 ª – É temente a Deus – a maior, principal e mais importante característica desta mulher é o TEMOR ao Senhor, e isto está acompanhado de promessas como vemos abaixo:

  • Assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! Salmos 128:4
  • Como é feliz quem teme ao Senhor, quem anda em seus caminhos!  Salmos 128:1
  •  Aquele que teme ao Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos. Provérbios 14:26
  •  O temor do Senhor conduz à vida: Quem o teme pode descansar em paz, livre de problemas. Provérbios 19:23
  •  Não foram as minhas mãos que fizeram todas essas coisas, e por isso vieram a existir? “, pergunta o Senhor. “A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra. Isaías 66:2

Recompensa por ser uma mulher virtuosa: É o orgulho dos seus filhos; É a coroa do marido; É louvada por todos e reconhecida e elogiada diante de todos. (v. 23, 28, 29, 30 e 31)Que sejamos mulheres virtuosas em nossos lares, nunca é tarde para começar!

Com carinho,Lisiani Freitas

Fonte:http://blogmulhervirtuosa.blogspot.com/2012/04/caracteristicas-de-uma-mulher-virtuosa.htmlFacebook


COMO TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA?

 

COMO TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA?

Josué 7.10-8.1-3

No dia 12 de agosto de 1849 o famoso pregador britânico F. W. Robertson disse:

A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplêndidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias. Essas palavras, afirma exatamente o oposto do que quase todos hoje em dia – inclusive as pessoas da igreja – pensam da vida.

Henry Ford teria concordado com Robertson, pois definia um erro como “uma oportunidade de recomeçar de modo mais inteligente”. Josué também teria concordado, pois estava prestes a “recomeçar de modo mais inteligente” e a transformar seus erros em vitória. Mas, para transformarmos as nossas derrotas em vitórias, nós precisamos:

1- ELIMINAR O PECADO JS 7.10-13

Israel havia enfrentado a grande cidade de Jericó, para os soldados de Josué, vencer a cidade de Ai seria algo fácil. Mas, após a grande vitória contra a poderosa Jericó, foi derrotado de forma humilhante por Ai (Josué 7). A causa da derrota coletiva foi o pecado de Acã. O erro de Acã levara Israel a uma derrota humilhante, a um desastre inconcebível naquele momento. Como consequência Deus se irou contra Israel e não só contra Acã? A resposta para a ira de Deus contra Israel está na doutrina da Aliança (pacto), o erro de um era o erro de todos. A causa da derrota de Israel foi a desobediência de Acã (Js 7.1,20,21).

Oh meus irmãos, como consequência da desobediência, Israel foi derrotado ( Js 7.2-5) Josué e os seus soldados ficaram desesperados (Js7,6-9) de tal maneira que Josué não sabia mais o que fazer. Naquele momento difícil Josué buscou a face do Senhor então Deus lhe deu a direção Js 7.10-15). A oração trouxe a descoberta do pecado (Js 7.16-21). Com a descoberta do pecado, Josué precisou tratar o erro, para isso ele aplicou a disciplina (Js 7.22-26) e assim o pecado foi eliminado do meio da congregação do povo de Deus.

Meus irmãos, assim podemos ver que o pecado foi investigado, identificado, confessado, julgado e punido. Israel precisava continuar marchando e Ai precisava ser enfrentada e derrotada.

2-RECOMEÇAR DE NOVO (JS 8:1, 2)

Uma vez que a nação de Israel havia julgado o pecado que contaminara o arraial, Deus poderia lhes falar em misericórdia e dirigi-los na conquista da terra. “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se com praz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (SI 37:23, 24).

Não importa quantos erros venhamos a cometer, o pior erro de todos é não tentar outra vez. Alexandre Whyte diz: “A vida cristã vitoriosa é uma série de recomeços”. O capitulo de Josué 8 nos ensina a transformar derrotas em vitória. Nele aprendemos a recomeçar de forma mais inteligente. Para recomeçar o ponto partida é a palavra de Deus. Porque na Palavra de Deus é:

A palavra de ânimo (v. 1a). O fracasso costuma ser acompanhado de duas reações: o desânimo em função do passado e o medo do futuro. Olhamos para trás e nos lembramos dos erros que cometemos, e, em seguida, olhamos adiante e nos perguntamos se há algum futuro para pessoas que fracassam tão tolamente.

A resposta para nosso desânimo e medo é ouvir e crer na Palavra de Deus: “Não temas, não te atemorizes” (v. 1).

Veja as declarações de “não temas” em Gênesis, Isaías 41 – 44 e nos oito primeiros capítulos de Lucas. Deus nunca desencoraja seu povo de fazer progresso. Enquanto obedecemos a seus mandamentos, temos o privilégio de nos apropriarmos de suas promessas. Deus tem prazer em “mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16:9).

A palavra de instrução (vv. 1b-2). Deus sempre tem um plano para seu povo, e a única forma de alcançarmos a vitória é obedecer às instruções do Senhor. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho de seus espias e usou apenas parte do exército, mas Deus lhe ordenou que levasse “toda a gente de guerra” (Js 8:1). O Senhor também disse a Josué para usar uma emboscada e aproveitar-se da autoconfiança de Ai em decorrência da primeira derrota de Israel (Js 7:1-5). Por fim, Deus deu aos soldados o direito de apropriar-se dos despojos, mas deviam queimar a cidade. Se Acã tivesse esperado apenas alguns dias, poderia ter pego toda a riqueza que quisesse. Deus sempre dá o que há de melhor para aqueles que deixam a escolha ao encargo dele. Quando corremos na frente do Senhor, normalmente nos privamos de bênçãos e prejudicamos a outros.

A palavra de promessa (v. 1c). “Olha que entreguei” – essa foi a promessa de Deus (ver Js 6:2) e a garantia a Josué de que teriam a vitória, desde que obedecessem às instruções do Senhor. Mas é preciso nos apropriarmos de todas as promessas pela fé. A promessa de Deus não tem eficácia alguma a menos que seja “acompanhada pela fé” (Hb 4:2). Israel sofreu uma derrota terrível por ter agido de modo presunçoso no primeiro ataque contra Ai. As promessas de Deus fazem a diferença entre a fé e a presunção.

Não importa quão terrível tenha sido nosso fracasso, podemos sempre nos levantar e começar outra vez, pois nosso Deus é um Deus de recomeços.

Hoje em dia meus irmãos, Deus não nos fala de modo audível, como acontecia com frequência nos tempos bíblicos, mas temos a Palavra de Deus diante de nós e o Espírito de Deus dentro de nós; e Deus nos guiará, se esperarmos pacientemente na sua presença e se assim recomeçarmos nós vamos transformar as nossas derrotas em vitórias.

3- SEGUIR A ESTRATÉGIA DE DEUS (JS 8:3-13)

Meus irmãos, Deus não é apenas o Deus de recomeços, mas também o Deus da variedade infinita. Como disse certa vez o rei Artur: “Deus cumpre seus propósitos de muitas maneiras, para que uma boa tradição não venha a corromper o mundo”.

Deus muda seus líderes para que não comecemos a confiar na carne e no sangue, em vez de confiar no Senhor, e ele muda seus métodos para que não passemos a depender de nossa experiência pessoal, em vez de depender das promessas divinas (W. Wiersbe).

A estratégia que Deus deu a Josué para tomar a cidade de Ai foi quase o oposto da estratégia usada em Jericó. A operação em Jericó foi constituída de uma semana de marchas realizadas à luz do dia. O ataque a Ai envolveu uma operação noturna sigilosa que preparou o caminho para o ataque durante o dia. Em Jericó, o exército invadiu a cidade unido, mas para o ataque contra Ai, Josué dividiu suas tropas. Deus realizou um grande milagre em Jericó ao fazer as muralhas ruírem, mas não houve milagre algum desse tipo em Ai. Josué e seus homens simplesmente obedeceram às instruções de Deus ao fazerem uma emboscada e atraírem o povo para fora da cidade, e o Senhor lhes deu a vitória.

É importante que se busque a vontade de Deus para cada empreendimento da vida, a fim de não depender de vitórias passadas ao planejar o futuro. Como é fácil os ministérios cristãos acabarem em becos sem saída pelo simples fato de sua liderança não discernir se Deus deseja fazer algo novo por eles. Nas palavras do empresário norte-americano Bruce Barton (1886-1967): “Quem pára de mudar pára de viver”.

A estratégia de Ai tomou por base a derrota anterior de Israel, pois Deus estava transformando os erros de Josué em vitória. O povo de Ai estava seguro demais de si mesmo, pois havia derrotado Israel no primeiro ataque, e foi essa segurança excessiva que os condenou à derrota. “Vencemos uma vez, venceremos novamente!”

O plano era simples, mas eficaz. Liderando o restante do exército israelita, Josué viria do Norte e realizaria um ataque frontal contra Ai. Seus homens fugiriam, como haviam feito da primeira vez, o que levaria o povo de Ai, seguro de si, a afastar-se da proteção de sua cidade. Quando Josué desse o sinal, os soldados na emboscada entrariam na cidade e a incendiariam. O povo de Ai se veria encurralado entre dois exércitos, e o terceiro exército cuidaria de qualquer socorro que pudesse vir de Betel.

Como todo bom general, Josué acampava com seu exército (Js 8:9). Sem dúvida, incentivou os soldados a confiar no Senhor e a crer na promessa divina de vitória. O príncipe do exército do Senhor (Js 5:14) iria adiante deles, pois obedeceram à Palavra de Deus e confiaram em suas promessas.

A obra do Senhor requer estratégia, e, em seu planejamento, os líderes cristãos devem buscar a vontade de Deus. O termo estratégia vem de duas palavras gregas que, juntas, significam “liderar um exército”. A liderança exige planejamento, e o planejamento é uma parte importante da estratégia.

Deus sempre tem um plano estratégico para o seu povo. E o caminho mais curto e eficaz para a vitória é seguirmos as estratégias de Deus. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho dos homens e usou apenas parte da sua força militar. Agora, Deus diz: “toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai” (v.1). Deus ordena a Josué a usar todo o seu potencial de guerra. A estratégia divina tomou por base a derrota anterior, pois Deus nos ensina a transformar fracassos em sucessos. A estratégia que Deus deu a Josué para vencer Ai foi o oposto da estratégia usada em Jericó. Deus tem estratégias diferentes para cada empreendimento da nossa vida. Não confie em estratégias de sucesso, mas em Deus. Charles Stanley diz: “Ter sucesso é, dia após dia, ser como Deus quer que sejamos e alcançar as metas que estabelecemos sob a orientação dele”.

Deus diz a Josué: “olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra” (v.1). A vitória vem do Senhor para aqueles que se apropriam das suas promessas. A promessa de Deus não tem nenhuma eficácia se não for acompanhada pela fé: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 4.2). Sem fé é impossível agradar a Deus e receber dele alguma vitória.

Não importa o tamanho ou a dimensão do seu fracasso. Você pode levantar e recomeçar outra vez. F. W. Robertson disse: “A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplendidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias”.

4-ASSUMIR UM NOVO COMPROMISSO (JS 8:30-35)

Algum tempo depois da conquista de Ai, Josué conduziu o povo cerca de cinquenta quilômetros para o Norte até Siquém, uma cidade entre os montes Ebal e Gerizim. Nesse local, a nação cumpriu a ordem que Moisés havia lhes dado em seu discurso de despedida (Dt 27:1-8). Josué interrompeu as atividades militares para dar a Israel a oportunidade de firmar um novo compromisso com a autoridade de Jeová expressa em sua lei.

Josué construiu um altar (vv. 30, 31). Uma vez que Abraão havia construído um altar em Siquém (Gn 12:6, 7) e que Jacó havia morado ali por um breve período (Gn 33 – 34), aquela região possuía fortes laços históricos com Israel. O altar de Josué foi construído sobre o monte Ebal, o “monte da maldição”, pois somente um sacrifício de sangue pode salvar os pecadores da maldição da lei (Gl 3:10-14).

Ao construir o altar, Josué teve o cuidado de obedecer a Êxodo 20:25 e de não usar qualquer ferramenta nas pedras recolhidas dos campos. Nenhuma obra humana deveria ser associada ao sacrifício para que os pecadores não pensassem que seriam capazes de ser salvos por suas obras (Ef 2:8, 9). Deus pediu um altar simples de pedra e não um altar elaborado e decorado por mãos humanas, “a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1:29). Não é a beleza da religião criada por homens que concede o perdão aos pecadores, mas sim o sangue no altar (Lv 1 7:11). O rei Acabe substituiu o altar de Deus por um altar pagão, que lhe não conferiu a aceitação de Deus nem o aperfeiçoou como ser humano (2 Rs 16:9-16).

Os sacerdotes ofereceram holocaustos ao Senhor representando o compromisso total de Israel com Deus (Lv 1). As ofertas pacíficas foram uma expressão de gratidão a Deus por sua bondade (Lv 3; 7:11-34). Uma porção da carne foi entregue aos sacerdotes e outra aos ofertantes para que pudessem desfrutá-la alegremente com sua família na presença do Senhor (Lv 7:15, 16, 30-34; Dt 2:17, 18). Por meio desses sacrifícios, a nação de Israel estava declarando diante de Deus seu compromisso e comunhão com ele.

Josué escreveu a lei em pedras (vv. 32, 33). Esse ato foi realizado em obediência à ordem de Moisés (Dt 27:1-8). No Oriente Próximo daquela época, era costume os reis celebrarem sua grandeza escrevendo registros de seus feitos militares em grandes pedras cobertas de reboco. Mas o segredo da vitória de Israel não era seu líder nem seu exército, e sim a obediência à lei de Deus Js 1:7,😎.

Esse é o quarto monumento público de pedras a ser erigido. O primeiro foi em Gilgal (Js 4:20), comemorando a travessia do Jordão pelo povo de Israel. O segundo foi no vale de Acor, um monumento ao pecado de Acã e ao julgamento de Deus (Js 7:26). O terceiro foi na entrada de Ai, uma lembrança da fidelidade de Deus ao ajudar seu povo (Js 8:29). Essas pedras no monte Ebal lembravam Israel de que seu sucesso dependia inteiramente de sua obediência à lei de Deus (Js 1:7,8).

Josué fez a leitura da lei (vv. 34, 35). Seguindo as instruções de Moisés em Deuteronômio 27:11-13, foi determinado um lugar para cada tribo em um dos dois montes. Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali ficaram no monte Ebal, o monte da maldição. Simeão, Levi, Judá, Issacar, José (Efraim e Manassés) e Benjamim ocuparam o monte Gerizim, o monte da bênção. As tribos no monte Gerizim foram fundadas por homens que eram filhos de Lia ou de Raquel, enquanto as tribos do monte Ebal era constituídas de descendentes de filhos de Zilpa ou de Bila, servas de Lia e Raquel. As únicas exceções foram Rúben e Zebulom, pertencentes à descendência de Lia. Rúben havia perdido sua posição de primogênito, pois havia pecado contra seu pai (Gn 35:22; 49:3, 4).

O vale entre os dois montes foi ocupado pelos sacerdotes e levitas com a arca, cercados pelos anciãos, oficiais e juízes de Israel. Todo o povo estava voltado para a arca, que representava a presença de Deus no meio deles. Quando Josué e os levitas leram as bênçãos do Senhor unia a uma (ver Dt 28:1-14), as tribos do monte Gerizim responderam em uníssono e em alta voz “Amém!”, que, no hebraico, significa “Assim seja!”. Quando leram as maldições (ver Dt 27:14-26), as tribos do monte Ebal responderam com um “Amém!” depois da leitura de cada maldição.

Deus havia dado a lei por intermédio de Moisés no monte Sinai (Êx 19 – 20), e o povo havia aceitado e prometido obedecer. Moisés havia repetido e explicado a lei nas campinas de Moabe, na fronteira com Canaã. Aplicou a lei à vida do povo na Terra Prometida e admoestou os israelitas a obedecer. “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt 1 1:26-28, observar os vv. 29-32).

No entanto, o fato de os cristãos “não [estarem] debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6:14; 7:1-6) não significa que podemos viver como bem entendermos e ignorar ou contestar a lei de Deus. Não somos salvos por guardar a lei, nem santificados por tentar observar os preceitos da lei; antes, o “preceito da lei se [cumpre] em nós” ao andarmos no poder do Espírito Santo (Rm 8:4). Se nos colocarmos sob a lei, deixamos de desfrutar as bênçãos da graça (Gl 5). Se andarmos no Espírito, experimentamos seu poder transformador e vivemos com o propósito de agradar a Deus.

Sejamos gratos a Jesus, que levou sobre si na cruz a maldição da lei em nosso lugar e que nos concede todas as bênçãos celestiais pelo Espírito. Pela fé, podemos nos apropriar de nossa herança em Cristo e marchar avante em vitória!

Pr. Eli Vieira

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