sábado, 28 de novembro de 2015

VERGONHA DE SER VIRGEM

 Rev. Augustus Nicodemus


 
Alguns anos passados fiquei estarrecido com uma estatística publicada por uma revista evangélica após entrevistas feitas com jovens evangélicos de 22 denominações. Estes jovens, a grande maioria composta de solteiros, haviam nascido em lar evangélico e eram freqüentadores regulares de igrejas. De acordo com a pesquisa, 52% deles já haviam tido sexo. Destes, cerca da metade mantinha uma vida sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em que perderam a virgindade era de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as moças.
 
Essa reportagem foi publicada em setembro de 2002. Desconfio que os números são ainda mais estarrecedores se forem atualizados para 2015.
 
Não vou aqui gastar muito tempo defendendo o que, acredito, a maioria dos nossos leitores já sabe que é nossa posição: sexo é uma bênção a ser desfrutada somente no casamento. Namorados que praticam relações sexuais estão pecando contra a Palavra de Deus. Mesmo que não tenhamos um versículo que diga "é proibido o sexo pré-marital" (desnecessário à época em que a Bíblia foi escrita, visto que na cultura do antigo Oriente não existia namoro, noivado, ficar, etc.), é evidente que a visão bíblica do casamento é de uma instituição divina da qual o sexo é uma parte integrante e essencial.
 
Alguns textos que mostram que contrair matrimônio e casar era uma instituição oficial entre o povo de Deus, e o ambiente próprio para desfrutar o sexo:
 
"...nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações" (Dt 7.3).
 
"...Majorai de muito o dote de casamento e as dádivas, e darei o que me pedirdes; dai-me, porém, a jovem por esposa" (Gn 34.12).
 
"... e lhe dará uma jovem em casamento..." (Dn 11.17).
 
"... Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?" (Mt 9.15).
 
 
"... nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento" (Mt 24.38).
 
"... Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento" (Jo 2.1-2).
 
"... Estás livre de mulher? Não procures casamento" (1Cor 7.27).
 
 
"... Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento..." (1Tim 4.1-3).
 
 
"... Se um homem casar com uma mulher, e, depois de coabitar com ela, a aborrecer, e lhe atribuir atos vergonhosos, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem..." (Dt 22.13-14)
 
 
"... qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5.32).
 
"... Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar" (Mt 19.10).
 
"... Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado" (1Cor 7.9).
 
"... Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca" (1Cor 7.28).
 
 
"... A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor" (1Cor 7.39).
 
"... ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade" (Jo 4.17-18).
 
"... alguém (o presbítero e/ou pastor) que seja irrepreensível, marido de uma só mulher..." (Tito 1.6).
 
 
"... quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido." (1Cor 7:1-2)
 
"... Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros" (Heb 13.4).
 
"... que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação" (1Tes 4.4-7).
 
As passagens acima (e haveriam muitas outras) mostram que casar, ter esposa, contrair matrimônio é o caminho prescrito por Deus para quem não quer ficar solteiro ou permanecer viúvo. O casamento era, sim, uma instituição oficial em meio ao povo de Deus. As relações sexuais fora do casamento nunca foram aceitas, quer em Israel, quer na Igreja Primitiva, a julgar pela quantidade de leis contra a fornicação e a impureza sexual e pelas leis e exemplos que fortalecem o casamento como instituição para o povo de Deus em todas as épocas.
 
 
O ônus de provar que namorados podem ter relações sexuais como uma coisa normal é dos libertinos. Posso me justificar biblicamente diante de Deus por viver com minha namorada como se ela fosse minha esposa, não sendo casados? Como eu lido com essa evidência massiva de que o casamento é a alternativa bíblica para quem não quer ficar solteiro ou viúvo?
 
 
O que existe na verdade é aquilo que Judas menciona em sua carta, sobre pessoas ímpias que transformam a graça de Deus em libertinagem (Judas 4). Os argumentos do tipo, "quem casou Adão e Eva" demonstram o grau de má vontade e a disposição do coração de continuar na prática da fornicação, mesmo diante da resposta: "O caso de Adão e Eva não é nosso paradigma, a não ser que você tenha sido feito diretamente do barro por Deus e sua namorada tenha sido tirada de sua costela. Se não foi, então você deve se sujeitar ao paradigma que Deus estabeleceu para toda a raça humana, para os descendentes de Adão e Eva, que é contrair matrimônio, casar-se, um compromisso público diante das autoridades civis".
 
Os demais argumentos - "é melhor que os namorados cristãos tenham sexo responsável entre si do que procurar prostitutas, etc." nem merecem resposta. O que falta realmente é domínio próprio, castidade, submissão à vontade de Deus, amor à santificação.
 
Chegamos ao ponto em que os rapazes e as moças cristãos têm vergonha de dizer, até mesmo em reuniões de mocidade e de adolescentes, que são virgens.
 
Tenho compaixão dos jovens e adolescentes de nossas igrejas. Mas sinto uma santa ira contra os libertinos, que pervertem a graça de Deus, pessoas ímpias, que desviam nossa juventude para este caminho. "A vingança pertence ao Senhor" (Rom 12.19).
Fonte: http://www.ipb.org.br/informativo/vergonha-de-ser-virgem-4041#sthash.xjGG1QHi.dpuf

LANÇAMENTO DA APECOM PRODUÇÕES


Por Cibele Lima 
No dia 23 de novembro de 2015, a APECOM- Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação - inaugurou a “Apecom Produções”, um novo espaço de comunicação que tem o principal objetivo de servir as Igrejas Presbiterianas de todo o Brasil, com estúdios equipados e preparados para a produção de áudio e vídeo para a internet. Durante a solenidade de descerramento da placa de inauguração, rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, fez uma breve reflexão bíblica no texto de Jeremias 29:4, destacando que mesmo em tempos de crise, Deus é Soberano, e confiados Nele, seus servos devem prosseguir, e continuar o trabalho, orando pela nação e buscar a consagração cada vez mais.
Estavam presentes os conselheiros da Apecom, o executivo, rev. Ricardo Mota e funcionários. Para rev. George Alberto Canelhas, presidente da Apecom, todo o trabalho realizado até hoje só foi possível porque Deus tem sido gracioso com seus servos. “Nos alegramos muito pelo novo espaço físico que a Apecom ocupa, e principalmente com as novas alternativas que estão surgindo, para que possamos abençoar a nossa amada IPB”, afirma.
Foi nesta nova casa e neste ambiente de novidades e gratidão, que a inauguração foi celebrada. De acordo com José dos Anjos, coordenador administrativo, a Apecom Produções já está pronta para atender as igrejas que queiram produzir conteúdos cristãos de áudio e vídeo, e transmiti-los em seus próprios meios de comunicação. Para mais informações ligue para (11) 3255-7269, ou escreva para apecom@ipb.org.br.
Obs: Fotos Cibele Lima. 
Fonte: http://www.ipb.org.br/informativo/lancamento-da-apecom-producoes-4123#sthash.wMjrnBwe.dpuf

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Arábia Saudita decreta pena de morte para quem carregar Bíblia

post-feature-image

A Arábia Saudita é o “berço” do Islamismo, tendo em Meca a cidade mais sagrada desta religião. Já é proibido aos não muçulmanos entrarem naquela cidade. De modo geral, a perseguição religiosa só aumenta. Não há igrejas conhecidas e a maioria dos cristãos naquela nação são imigrantes estrangeiros.

Agora, o governo do país que já se diz regido pela lei sharia, anuncia modificações em uma lei sobre literatura. Isso poderá marcar o fim do cristianismo na região. O motivo é simples: está prevista pena capital para quem carregar Bíblias para dentro da Arábia. Ou seja, o que já era considerado contrabando, agora chega ao extremo. Não se pode comprar legalmente uma cópia das Escrituras por lá.

A missão Heart Cry  [Clamor do coração] divulgou em seu relatório mais recente que ao legislar sobre a importação de drogas ilegais, incluiu-se um artigo que aborda “todas as publicações de outras crenças religiosas não islâmicas e que tragam prejuízo”. Ou seja, na prática, entrar com uma Bíblia na Arábia Saudita será o mesmo que carregar cocaína ou heroína.

Opinião:

"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram."
Apocalipse 6:9

Perseguição e morte de cristãos é bíblico e ocorre desde os tempos de Jesus.

Por ser um importante parceiro comercial dos EUA - onde rola grana alta e muito petróleo - a Arábia raramente recebe cobertura negativa da imprensa internacional.... nem nessa caso contra cristãos, nem contra gays, por exemplo, que também são sumariamente mortos por lá quando descobertos.

E não se ouve falar em protestos do pessoal dos direitos humanos, nem em manifestações contrárias de nenhum tipo. Assim como já ocorre na Síria e em outras partes do mundo, parece que o assassinato de cristãos é algo encarado com certa naturalidade.

Por Leonardo Souza

ESTRATÉGIAS PARA COMBATER O PECADO SEXUAL



Por John Piper

1. Reconheça que a sexualidade é um dom bom de Deus. 
Gênesis 2:24-25
Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. 
Provérbios 5:18-20 

Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira? 
1 Coríntios 7:3-5 
O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência. (Cf. 1 Timóteo 4:3)

2. Reconheça que as proibições pretendem proteger algo precioso, não negar algo prazeroso.
Êxodo 20:14 
Não adulterarás. 
1 Coríntios 6:18 
Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.
1 Coríntios 7:2 
Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
1 Tessalonicenses 4:3 
Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,
Deuteronômio 10:12-13 
Agora, pois, ó Israel, que é o que o SENHOR, teu Deus, pede de ti, senão que temas o SENHOR, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?

3. Creia que Deus é por você. 
Salmo 84:11 
Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão. 
Romanos 8:32 
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? 
Marcos 10:29-30 
E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna.

4. Pondere sobre o perigo eterno da cobiça.
Mateus 5:27-29 
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
Lembre-se da história do homem que cortou o seu pé para salvar a sua vida.

5. Pense freqüentemente que Deus já lhe deu muitas coisas boas. 
Gênesis 39:7-9 
E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo. Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem. Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?

6. Pregue para você mesmo que há mais prazer na presença de Deus do que no pecado. Mude o foco do desejo. 
Salmo 4:7 
Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho.
Salmo 16:11 
Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente. 
Salmo 73:25-26 
A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre. 
1 Pedro 2:2 
Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo.

7. Perceba que a cobiça mutila e enfraquece nossa capacidade para um mais alto prazer espiritual com Deus. 
1 Pedro 2:11 (luta contra a alma)
Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma.
Marcos 4:19 
Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera.

8. Não pergunte: “O que há de errado com isso?”. Pergunte: “Isso maximiza minha experiência do poder de Cristo, meu prazer em Sua companhia, minha percepção de Sua beleza, minha reflexão de Sua glória?”.
Filipenses 3:12 
Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.

9. Cultive uma devoção apaixonada pela honra do nome de Deus.
2 Samuel 12:10,14 
Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher...Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá.

10. Desenvolva uma cosmovisão que veja absolutamente tudo em relação a Deus.
1 Coríntios 10:31 
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.

11. (Para os solteiros) Reconheça que as relações sexuais não são essenciais para a plena personalidade e felicidade. 
Jesus era solteiro e celibatário e plenamente humano. 
Isaías 56:3-5 
E não fale o filho do estrangeiro que se houver chegado ao SENHOR, dizendo: De todo me apartará o SENHOR do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca. Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam o meu concerto: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará.

12. (Para os casados) Reconheça que Deus designou o casamento para ser uma parábola viva de Seu compromisso com a igreja. 
Efésios 5:21-32 
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

13. Vigie os seus olhos. Evite estimulação desnecessária. 
Jó 31:1
Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? 
Romanos 13:14 
Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. 
2 Timóteo 2:22 
Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.

14. Olhe para o sexo oposto como pessoas eternas. Perceba que a cobiça inevitavelmente despersonaliza e desespiritualiza as pessoas. 
João 5:28-29 
Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação. 
Mateus 25:46 
E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna. 
2 Coríntios 5:16 
Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo.

15. Pense freqüentemente que Cristo sofreu agonia por sua pureza. Combata imagem com imagem. Cristo clamando em agonia. 
Tito 2:14 
Cristo se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. 
1 Pedro 1:18; 2:24 
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, [mas com o precioso sangue de Cristo]. Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 
2 Coríntios 5:15 
E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Hebreus 10:29 
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

16. Acautele-se de presumir que o sucesso passado garante a pureza futura. 
1 Coríntios 10:12 
Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.
Gálatas 2:13 [Contrastado com Atos 11:24 (Barnabé)]
Barnabé era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé (Atos 11:24).
E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação (Gálatas 2:13).

17. Acautele-se de se sentir acima da responsabilidade. 
3 João 9 (Diótrefes, não submisso) 
Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe.

18. Não seja excessivamente isolado.

19. Entre num grupo onde vocês exortem uns aos outros contra o engano do pecado. 
Hebreus 3:12-13 
Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.

20. Memorize muitas partes das Escrituras.
1 João 2:14 
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. 
Salmo 1:2 
Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 
Salmo 119:11 
Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.

21. Encha seus pensamentos com coisas boas. 
Filipenses 4:8 
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

22. Leia muitos livros sobre devoção, biografia, etc. 
Quando eu leio as histórias de como muitos outros sofreram, lutaram, se esforçaram e alcançaram medidas de alegria, santidade e abundância de frutos na comunhão com Deus, isto me faz querer dar o meu tudo para buscar e alcançar nada menos do que tudo que um pecador salvo pode ser para a glória de Cristo.

23. Nunca assuma que você está acima do sofrimento ou que você merece alívio através do pecado. O perigo da poderosa auto-piedade.
Atos 14:22 
[Paulo ia às suas igrejas] confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.
Lucas 9:58 
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 
2 Timóteo 2:3 
Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
2 Timóteo 4:16-17 
Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.

24. Esteja ocupado com alguma tarefa.

25. Ore em todo tempo, no Espírito, pelo livramento de Deus. 
Mateus 6:13
E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! 
Lucas 22:40 
E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. 
Salmo 119:18 
Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.

26. Encoraje-se; Deus é paciente.
Êxodo 34:6-7 
Passando, pois, o SENHOR perante a sua face, clamou: JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. 
Neemias 9:17 
E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um chefe, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu os não desamparaste.

John Piper
Northwestern College 
17 de April 1995 
________________________________________
Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto - Divulgação Púlpito Cristão

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

QUANDO DEVO ME LIVRAR DO MEU SMARTPHONE?




Por John Piper


Josh, na Carolina do Sul, quer saber quando é a hora de deixar o smartphone para usar um “burrofone”? Arlene, do norte da Flórida, pergunta: “Pastor John, eu ouvi o pastor Matt Chandler dizer diversas vezes que o nosso amor – e vício- em tecnologia tem-nos feito nervosos e impacientes. Eu vejo isso em mim no meu casamento e na criação dos meus filhos . O meu iPhone pode ser a razão pela qual eu não tenho perseverado na fé? Se sim, como faço para que isso pare de acontecer?” Duas questões importantes na mesa.




Bem, primeiro em resposta a Arlene – se o meu iPhone pode ser a razão de eu não perseverar – esse é o texto bíblico que me veio à mente: 2 Timóteo 4.10. “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou”, diz Paulo, “e se foi para Tessalônica”. O surpreendente é Demas ser mencionado outras duas vezes nos escritos de Paulo, antes disso. Em Filemon 1.23-24 é dito: “Saúdam-te Epafras, prisioneiro comigo, em Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores”. Então, Demas é um companheiro de trabalho de Paulo no ministério. E em Colossenses 4.14, diz: “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e também Demas”. Este está presente em três epístolas e, em duas delas, é um companheiro de trabalho e, em uma, foi embora. Desertou. “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou.”

Bom, eu não sei. Nós não sabemos se Demas se arrependeu. Talvez sim. Eu espero que sim. Mas, até onde a gente sabe, Demas não perseverou na fé. E, aparentemente, ele provou ser um falso cristão. E isso acontece. Já vimos isso na vida real, em nossos dias. E a razão pela qual ele abandonou e naufragou aparenta ser o amor por este mundo. Mas como isso se relaciona com a pergunta da Arlene? O iPhone dela está, de certa forma, fazendo com que ela fique nervosa e impaciente com seus filhos e com seu marido, então ela está corretamente perguntando: “Será que meu iPhone é a razão pela qual eu não tenho perseverado?”

Logo, a resposta seria que o mundo não destruiu Demas; mas o seu amor pelo mundo que o destruiu. Um iPhone não pode – e não vai – destruir um casamento, uma mãe ou uma alma. Mas o amor pelo que está no iPhone é que vai. Eu não acho que o Senhor dirá a alguém no Dia do Julgamento: “eu nunca te conheci porque você tem um iPhone”. Mas ele pode dizer: “eu nunca te conheci, porque você amou mais ficar no Facebook e comprando online do que a mim”.

Quando Jesus, em Mateus 5.29, disse: “ Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno”, ele estava falando principalmente sobre pecados sexuais. Mas o princípio, para mim, pode ser aplicado a qualquer atração destrutiva. Nós devemos dar passos radicais contra coisas que intrinsecamente são neutras ou boas com o fim de lutar contra o que é mal em nossos corações. Por que arrancar fora seu olho quando ele não é o problema? O problema é a luxúria!

Bem, como o olho é cúmplice, o telefone também o é. É melhor arrancar o olho fora do que ser jogado no inferno. Pobre do olho. Melhor dizendo: Deus criou o olho para um bom propósito. Ele é bom. Essa é a forma radical de Jesus dizer: “você tem que fazer o que for necessário, dispensando até mesmo coisas boas com o fim de evitar o que é mau.

Esse ponto leva-nos ao Josh, já que as questões são muito similares. Ele perguntou: “seria muito radical rejeitar a tecnologia e a maré da cultura, indo de volta para o celular básico, daqueles de flip” – acho que é isso o que ele quis dizer. E aqui está a minha resposta: provavelmente não é mais extremo que arrancar os seus olhos. Então Josh pergunta: “bem, quando é a hora certa de fazer isso, de largar o meu smartphone?” E a Arlene pergunta: “como evitar que o meu iPhone ameace minha perseverança na fé?”

Meu palpite é que alguém irá dizer: “veja, Piper. Se o telefone não é o problema, mas meu coração que o é, então não faz sentido largar o telefone”. Então respondo: “Não, não é sem sentido deixar o telefone”. Se isso for tudo o que você pretende fazer, então é inútil, mas nós estamos sempre lutando em duas frentes na batalha pela santidade. Nós estamos lutando na frente interna do coração – a qual deve ser satisfeita em Jesus, para vê-lo claramente, amá-lo profundamente e segui-lo tão de perto que nada, nem um smartphone consiga nos controlar. Nada pode nos controlar, senão Jesus. Obviamente, esse é o campo de batalha principal. Ame mais a Jesus e você não será escravo do seu smartphone.

Mas, biblicamente, nós estamos lutando, também, na frente externa, para remover ou evitar tropeços à nossa fé. Percebe? Em Romanos 13.14, nós lemos: “nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. Viciados em drogas, não brinquem com agulhas. Alcoólatras, não mantenham estoque de bebidas. Olhos sexualmente carregados, coloquem proteções em seus computadores e viciados em smartphones que estão jogando suas vidas fora ou que estão desperdiçando dinheiro ou que estão se tornando irritáveis, bravos e impacientes, voltem a usar celular de flip. Isso não é antibíblico. Isso não é legalismo. Isso é sabedoria. Isso é lutar em todas as frentes pela santidade, no poder do Espírito Santo, por seu coração, pelo Senhor e pela sua família.

É totalmente legítimo, eu diria, livrar-se de uma tecnologia em particular que esteja característica e cronicamente afetando você. Isso seria uma atitude bem inteligente. E quando começar? O que posso dizer é: ore e peça ao Senhor para que fique claro quando você deve tomar esse passo. Fale com pessoas sábias, maduras e espirituais da sua igreja, aqueles que lhe conhecem melhor, e procure os conselhos deles.

E, para terminar, sempre direcione o seu principal esforço espiritual em conhecer, amar e confiar em Cristo. Livrar-se das más influências não faz ninguém amar a Cristo por si só. A verdadeira libertação da escravidão da tecnologia não vem em jogá-la fora, mas em encher-se das glórias de Jesus, as quais você tem substituído pelos prazeres do smartphone.

Lute contra o enganador e fugaz prazer do iPhone com a verdade, com os prazeres duradouros de conhecer e ser cuidado por Cristo.

***
Traduzido por Victor Bimbato no Reforma21

terça-feira, 24 de novembro de 2015

PASTORES CRITICAM “ELEMENTOS JUDAIZANTES” ENTRE EVANGÉLICOS E LEMBRAM ALERTA DE PAULO AOS GÁLATAS #VÍDEO


A carta do apóstolo Paulo aos cristãos da Galácia contém, dentre alguns aspectos, uma preocupação com a presença de elementos da religião judaica entre os fiéis da Igreja Primitiva. Esse aspecto da carta paulina aos gálatas foi parte de um debate promovido pela TV Gazeta de Rio Branco (AC), com a presença líderes evangélicos, como os pastores Paulo Siqueira e Renato Vargens.

Siqueira, que é um dos integrantes do movimento Voltemos ao Evangelho Puro e Simples, destaca que Paulo se preocupou em destacar “o Evangelho de Cristo” em detrimento de “outros evangelhos” que começavam a surgir entre os cristãos da época.

Sobre a presença de “outros evangelhos” que surgem, de tempos em tempos, entre os cristãos, o pastor Renato Vargens observou que “a história sempre se repete”, e por isso, a Bíblia se mantém relevante

“A Bíblia é atemporal e supratemporal, ultrapassa o tempo. Os problemas de Paulo que abalaram a Igreja da Galácia, de certa forma, mas também são problemas que tem abalado hoje a Igreja brasileira. Você vê, por exemplo, Paulo combatendo o legalismo, o cristianismo judaizante, a ideia central de que o sujeito poderia obter a Salvação somente se ele observasse alguns preceitos da lei. Quando você chega nos dias de hoje, você percebe que as mesmas perspectivas judaizantes que Paulo combateu, são as perspectivas que nós hoje precisamos combater também”, comentou Vargens.
Essa referência a movimentos em igrejas neopentecostais pode ser aplicada à Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, que tem buscado simbologias e rituais no judaísmo como forma de inovar e emprestar legitimidade ao seu discurso.

“A grande percepção é de que o crente precisa envolver-se com os pressupostos culturais do judaísmo. Nessa perspectiva, as festas que os judeus participavam, têm sido importadas para a igreja evangélica brasileira. Então, se você celebrava a Páscoa, Tabernáculos, ou outro qualquer tipo de festa, isso precisa ser vivenciado também… Elementos, por exemplo, como a Arca da Aliança – que na época de Jesus e de Paulo já tinha desaparecido – têm sido resgatados por esse pessoal [neopentecostal] – que a colocam no templo, acreditando que de certa forma, ela representa a presença de Deus, quando do ponto de vista neotestamentário isso não é possível”, acrescentou Vargens.

Assista:


Instruções para o Culto Familiar

.



Escrita pelos teólogos da Assembléia de Westminster

Aprovado pela Assembléia Geral da Igreja da Escócia para Piedade e
Uniformidade no Culto Individual e Familiar e Edificação Mútua

Ato da Assembléia Geral de 1647 com Relação à sua Observância
Assembléia em Edinburgh 24 de agosto de 1647 Décima Sessão


ATO QUANTO À OBSERVÂNCIA DAS INSTRUÇÕES DA ASSEMBLÉIA GERAL PARA O CULTO INDIVIDUAL E FAMILIAR E EDIFICAÇÃO MÚTUA; E QUANTO ÀS CENSURAS PELA NEGLIGÊNCIA DO CULTO FAMILIAR.

A Assembléia Geral, após madura deliberação, aprova as seguintes Normas e Instruções para promover a piedade, e prevenir divisões e cismas; e designa ministros e presbíteros em cada congregação para tomarem especial cuidado, a fim de que estas Instruções sejam observadas e seguidas; bem como, de igual modo, os presbitérios e sínodos para que verifiquem e julguem se essas Instruções estão sendo observadas em suas fronteiras; e reprovem e censurem (de acordo com a gravidade da ofensa), os que forem achados reprováveis e censuráveis a esse respeito. E, a fim de que estas Instruções não se tornem ineficazes e não proveitosas entre alguns, devido à costumeira negligência à própria substância do dever do culto familiar, a Assembléia determina e aponta ministros e presbíteros para investigarem e averiguarem, nas congregações sob seus respectivos cuidados, se há entre eles alguma família ou famílias que costumam negligenciar este necessário dever; e se for descoberta tal família, o cabeça da família deve ser primeiramente advertido em privado a corrigir sua falta; e, em caso de insistência na falta, deve ser solene e seriamente advertido pela sessão (concílio); após o que, se ele continuar negligenciando o culto familiar, deve ser, por sua obstinação em tal ofensa, suspendido e impedido de participar da ceia do Senhor, visto ser justamente considerado indigno de comungar, enquanto não se corrigir.


INSTRUÇÕES DA ASSEMBLÉIA GERAL, CONCERNENTES AO CULTO INDIVIDUAL E FAMILIAR, E MÚTUA EDIFICAÇÃO; PARA A PROMOÇÃO DA PIEDADE E MANUTENÇÃO DA UNIDADE, E PARA EVITAR CISMAS E DIVISÕES.

Além do culto público em congregação, misericordiosamente estabelecido nesta terra em grande pureza, é apropriado e necessário que o culto individual de cada pessoa à sós e o culto familiar sejam estimulados e organizados, para que, com a reforma nacional, a profissão e o poder da piedade, tanto pessoal como domésticos prosperem.

A Necessidade do Culto Individual

I. Primeiramente, com relação ao culto individual, é extremamente necessário que cada um à parte, e por si mesmo, se dê à oração e meditação. O indizível benefício advindo disso é melhor conhecido por aqueles que são mais exercitados nesta prática. Este é o meio pelo qual, de modo especial, a comunhão com Deus é nutrida, e uma correta preparação para todos os demais deveres é alcançada. Portanto, cabe aos pastores, entre seus diversos deveres, pressionar toda sorte de pessoas a executarem esse dever pela manhã e à noite, e em outras oportunidades. É também dever do cabeça de cada família zelar no sentido de que ele mesmo, e todos os que estão sob sua autoridade, sejam diligentes nisso diariamente.

Ordem para o Culto Familiar

II. Os deveres ordinários compreendidos no exercício da piedade que devem ser realizados em famílias quando reunidas com este propósito são os seguintes: Primeiro, oração e louvores, com referência especial, tanto à condição pública da igreja de Deus neste reino, como à presente situação da família e de cada um dos seus membros. A seguir, leitura das Escrituras e explicação de um modo claro, a fim de que a compreensão dos mais simples possa ser melhor capacitada a tirar proveito das ordenanças públicas e a entenderem melhor as Escrituras; bem como conversas piedosas com vistas à edificação de todos os membros na mais santa fé; assim como, admoestação e repreensão, quando há justa razão, por parte daqueles que estiverem em posição de autoridade na família.

Uso Apropriado das Escrituras no Culto Familiar

III. O ofício de interpretar as Escrituras Sagradas é parte da vocação ministerial, o qual ninguém (embora de outro modo qualificado) deveria atribuir a si mesmo em nenhum lugar, exceto aquele que é chamado para isso por Deus e por sua igreja. Entretanto, em cada família onde houver alguém que possa ler, as Escrituras devem ser lidas ordinariamente para a família; e é recomendável que depois disso confiram, e por meio de conferência (conversas), façam bom uso do que foi lido e ouvido. Assim, se por exemplo, algum pecado for reprovado pela palavra lida, deve-se fazer uso dela no sentido de que toda a família se torne prudente e vigilante contra o mesmo; ou, em se tratando da menção de algum julgamento, deve-se fazer uso do texto lido a fim de que toda a família tema, de sorte que não recaia sobre ela julgamento semelhante ou pior; e finalmente, se algum dever for requerido, ou algum conforto oferecido em uma promessa, deve-se fazer uso disso para estimular a família a buscar força em Cristo a fim de serem habilitados a cumprir o dever requerido, e a aplicar o conforto oferecido. Tudo deve ser dirigido pelo cabeça da família; e qualquer de seus membros pode propor uma pergunta ou dúvida para ser solucionada.

A Responsabilidade do Marido/Pai

IV. A cabeça da família deve zelar a fim de que nenhum membro da família deixe de participar de qualquer parte do culto familiar; e, visto que a realização ordinária de todas as partes do culto familiar pertence propriamente a cabeça da família, o ministro deve estimular os que forem preguiçosos e instruir os que forem fracos, a fim de que se habilitem para estes exercícios. É possível, porém, que pessoas habilitadas, aprovadas pelo presbitério, realizem esta instrução. Nos casos em que o chefe da família for incapacitado, outra pessoa da família, aprovada pelo ministro e pela sessão (concílio), pode ser empregada nesse serviço, devendo o presbitério ser notificado. E se um ministro, pela providência divina, vier a alguma família, ele não deve reunir apenas uma parte dela para o culto, excluindo os demais, exceto em casos especiais que envolvam estas pessoas em particular e quando (pela prudência cristã) os demais não devam tomar conhecimento.

Líderes de Fora Não Permitidos

V. Não permitam que nenhum desocupado, não vocacionado, ou pessoa sem atividade ou com o pretexto de um chamamento, realizem culto nas famílias; visto que pessoas corrompidas, com erros ou que procuram divisão, podem estar prontos para penetrar sorrateiramente nas casas e cativar pessoas néscias e instáveis.

Os Que São Admitidos no Culto Familiar

VI. Um cuidado especial deve ser tomado a fim de que cada família se reúna sozinha para o culto familiar; não requerendo, convidando nem admitindo membros de outras famílias, a menos que se trate de pessoas hospedadas, ou que participem da mesa da família, ou que se encontrem com eles em alguma ocasião legítima.

VII. Por melhores que tenham sido os efeitos e frutos de encontros de pessoas de famílias diferentes, em tempos de corrupção e dificuldades (em cujas circunstâncias muitas coisas tornam-se recomendáveis, embora sejam intoleráveis em circunstâncias normais), ainda assim, quando Deus nos abençoa com a paz e pureza do evangelho, tais reuniões de pessoas de famílias diversas (exceto nos casos mencionados nestas Instruções) devem ser reprovadas, por tenderem a ser um empecilho ao exercício espiritual de cada família por si mesma, por serem prejudiciais ao ministério público, por afastar as famílias das suas congregações, e com o decorrer do tempo, de toda a igreja. Além disso, muitos erros podem advir dessa prática, os quais endurecem o coração dos homens carnais, e entristecem os piedosos.

A Família no Dia do Senhor

VIII. No dia do Senhor, após cada membro da família à parte, e toda a família reunida haverem buscado o Senhor (em cujas mãos está a preparação do coração do homem), para prepará-los para o culto público e abençoar as ordenanças públicas, o cabeça da família deve zelar a fim de que todos os que estão sob seus cuidados estejam presentes no culto público e se unam aos demais membros da congregação; e, terminado o culto público, após a oração, devem considerar o que ouviram, e gastar o restante do dia livre em estudos e conversas familiares sobre a palavra de Deus; ou então, cada um à parte, deve aplicar-se à leitura, meditação e oração, a fim de que possam confirmar e aumentar sua comunhão com Deus; de modo que os benefícios adquiridos por meio das ordenanças públicas sejam desenvolvidos e promovidos, e eles sejam mais edificados para a vida eterna.

Oração Familiar

IX. Todos os que podem conceber a oração, devem fazer uso deste dom de Deus. Embora os rudes e mais fracos possam começar com orações fixas, não devem fazê-lo de modo a se tornarem lerdos em estimularem em si mesmos (de acordo com suas necessidades diárias) o espírito de oração, o qual é conferido em alguma medida a todos os filhos de Deus. Para isso, eles devem ser mais fervorosos (sinceros) e freqüentes na oração em secreto a Deus, pedindo que seu coração seja habilitado a conceber, e sua língua a expressar desejos apropriados por sua família. Enquanto isso, para o maior encorajamento dessas pessoas, elas devem meditar e fazer uso dos seguintes assuntos em suas orações:
Confessem a Deus o quão indignos são para virem à Sua presença, e quão despreparados estão para cultuar Sua Majestade; e, conseqüentemente, supliquem diligentemente que Deus lhes confira espírito de oração.
Confessem seus pecados, e os pecados da família, acusando, julgando e condenando a si mesmos por isso, até que suas almas experimentem alguma medida de verdadeira humilhação.
Derramem suas almas diante de Deus, em nome de Cristo, por intermédio do Espírito, suplicando pelo perdão dos pecados, por graça para arrepender-se, para crer e para viver sóbria, reta e piedosamente; e para servir a Deus com alegria e prazer, andando na Sua presença.
Agradeçam a Deus por Suas muitas misericórdias para com o Seu povo, e para com vocês mesmos, especialmente por seu amor em Cristo, e pela luz do evangelho.
Orem pedindo os benefícios particulares, espirituais e temporais, que estejam necessitando no momento, na saúde ou na doença, na prosperidade ou na adversidade.
Intercedam pela Igreja de Cristo em geral, por todas as igrejas reformadas, e por sua igreja em particular, e por todos os que estão sofrendo pelo nome de Cristo; por todas as nossas autoridades superiores, pelo rei, pela rainha e seus filhos; pelos magistrados, ministros, e por todo o corpo da congregação da qual são membros, bem como por seus vizinhos ausentes envolvidos com os seus afazeres legais, bem como por todos os que estejam em casa.

A oração pode ser encerrada com a expressão de um sincero desejo que Deus seja glorificado na vinda do reino do Seu Filho, do cumprimento da Sua vontade, e da convicção de que vocês são aceitos, e de que o que pediram de acordo com a Sua vontade será feito.

A Urgência do Culto Familiar

X. Estes exercícios devem ser realizados com grande sinceridade, sem procrastinação, colocando de lado todas as atividades seculares ou impedimentos, a despeito da zombaria dos homens ateus e profanos, em respeito às grandes misericórdias de Deus para com esta terra, e às severas correções às quais Ele anteriormente fez vir sobre nós. Com vistas ao cumprimento desses exercícios, pessoas eminentes (e todos os presbíteros da igreja), não apenas devem estimular-se a si mesmos e suas famílias a serem diligentes nesse dever, mas também devem agir efetivamente, no sentido de que em todas as outras famílias sob seus cuidados ou influência, estes exercícios sejam conscientemente realizados.

Ocasiões Especiais para o Culto Familiar

XI. Além desses deveres familiares ordinários, mencionados acima, deveres extraordinários, tanto de humilhação como de agradecimento, devem ser cuidadosamente levados a efeito nas famílias, sempre que o Senhor os requeira, por meio de ocasiões extraordinárias privadas ou públicas.

A Necessidade de Edificação Mútua

XII. Visto que a Palavra de Deus requer que nos consideremos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, em todas as épocas, e especialmente nesta, quando a impiedade abunda, e os escarnecedores, andando em suas próprias concupiscências, estranham que outros não concorram com eles ao mesmo excesso de devassidão; cada membro desta igreja deve estimular-se a si mesmo e uns aos outros aos deveres de edificação mútua, pela instrução, admoestação, repreensão, exortando uns aos outros a manifestar a graça de Deus, renegando a impiedade e as paixões mundanas, e vivendo sensata, justa e piedosamente neste presente século, confortando os fracos, e orando uns pelos outros. Estes deveres devem ser levados a efeito especialmente em ocasiões especiais oferecidas pela providência Divina; como, por exemplo, quando ocasiões de calamidade, adversidade ou grandes dificuldades, exigem conselho e conforto; ou quando um ofensor precisa ser admoestado privadamente, e, não sendo isso suficiente, a presença de mais uma ou duas pessoas se faça necessária, de acordo com a regra de Cristo, a fim de que pela boca de duas ou três testemunhas, toda a verdade possa ser estabelecida.

Aconselhamento

XIII. Visto que não é dado a todos falar de modo apropriado a pessoas que necessitam de aconselhamento, conforto ou repreensão, faz-se necessário que tais pessoas, nessa situação, não encontrando paz após terem feito uso de todos os meios ordinários privados e públicos, dirijam-se ao seu pastor, ou a outro crente experiente. Se, contudo, a pessoa com dificuldade de consciência, for de uma condição ou sexo que a discrição, modéstia ou temor de escândalo requeira que um amigo íntimo, sóbrio e sério esteja presente com eles em tal difícil ocasião, é imprescindível que tal amigo se faça presente.

Casos excepcionais

XIV. Quando pessoas de famílias diferentes forem reunidas pela providência Divina, seja devido à vocação comum, ou por qualquer outra circunstância necessária, visto que devem ter sempre a presença do Senhor deles consigo aonde quer que forem, tais pessoas devem falar com Deus, e não negligenciar o dever da oração e da ação de graças. Devem, contudo, ter prudência para que a oração seja feita por aquele que, dentre o grupo, for julgado capacitado para tal. Devem, de modo semelhante, ter prudência para que conversas corrompidas não lhes saiam da boca, mas apenas o que for bom para a edificação, e para ministrar graça aos ouvintes.

As Principais Razões destas Instruções

O propósito e escopo destas Instruções não é outro senão, por um lado, nutrir e promover o poder e a prática da piedade entre ministros e membros desta igreja, de conformidade com suas diversas posições e vocações; e reprimir toda impiedade e fingimento dos exercícios religiosos. E, por outro lado, impedir que, sob o nome e pretexto de exercícios religiosos, seja permitida qualquer reunião ou prática que possa degenerar em erro, escândalo, divisão, desacato ou desconsideração para com as ordenanças públicas e ministros, ou negligência dos deveres dos chamados particulares, ou quaisquer outros males, os quais são obras não do Espírito, mas da carne, e são contrárias à verdade e à paz.

***
Fonte: The Directory for Family Worship (Greenville, South Carolina: Greenville Presbiterian Theological Seminary, 1994).
Tradução: Rev. Paulo R. B. Anglada

Fatores que evidenciam uma Crise Pastoral

.



Em dias de crise econômica e escassez ética, nada melhor que refletir sobre as motivações que podem gerar uma situação igual a que estamos vivendo no contexto político de nossa pátria. Refletir sobre o tema específico é proveitoso. É justamente isso que iremos fazer neste conteúdo. Porém, não direcionaremos nossa reflexão à crise político-econômica de nossos dias. Pois, ao abordar esse tema, necessariamente, outros temas viriam à baila. E se fizermos uma busca pelo ponto cerne de tudo, sem sombra de dúvidas, chegaríamos ao pecado como causa. Mas, a crise a ser abordada aqui, bem como suas causas, é na realidade outra, e que tem se instaurado em outro ambiente, a saber, no ministério pastoral. 

Há anos que temos instaurado no cenário religioso tupiniquim uma verdadeira “crise pastoral”. Em primeiro lugar, precisamos definir termos; Poimen, este que é o termo utilizado para pastor em grego e que significa supervisionar o rebanho – cuidado contínuo, zelo, preocupação com bem-estar e saúde das ovelhas. Observando o significado do termo em si, logo nos vem algumas dúvidas, a saber: Por que tantas pessoas que se aventuram no ministério pastoral não possuem essas características? Por que tantos que se aventuram neste ofício realizam a lógica contrária, a saber, obter vantagens próprias por meio das “ovelhas” ao invés de ampará-las? Na realidade, vivemos uma grande “Crise Pastoral” sem precedentes. Neste texto, tentarei destacar alguns dos principais motivos de tal crise.

O primeiro e mais grave motivo pelo qual vivemos em dias atuais, uma verdadeira “Crise Pastoral” é a falta de conhecimento bíblico que norteia o cenário religioso cristão da atualidade. O profeta Oseias já alertava no seu tempo (Oseias 4:6). Na atualidade há uma baixa cultura literária em nossa nação, e dentro deste índice, A Bíblia figura. O problema aumenta quando entendemos que todo e qualquer cristão deva ter o mínimo de conhecimento dos idiomas originais da Bíblia, isso porque vivemos uma época onde cada vez mais pessoas combatem os pressupostos cristãos se utilizando da própria Bíblia e de recursos exegéticos (na grande maioria das vezes fazem “eixegese” ao invés de exegese) – um bom exemplo é a Teologia Inclusiva que tenta usar argumentos bíblicos para legitimar-se. Quando se figura num cenário, cristãos que leem e conhecem pouco o livro que regulamente suas regras de fé e prática – A Bíblia – e pessoas que a estudam com intenções tendenciosas e ideológicas, sempre com intuito de refutá-la, temos um ambiente favorável para o surgimento de várias aberrações da fé. Este é o pano de fundo da “Crise Pastoral” que anunciamos aqui. Vejamos as palavras do profeta Oseias:
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. (Oseias 4:6)

O interessante é ver nisso tudo que o próprio Deus rejeita aqueles que rejeitam o conhecimento, Deus os rejeitou como sacerdotes. O conhecimento pode ser entendido aqui como a lei de Deus, e quem a rejeita, Deus os rejeita. Podemos perceber que há uma grande possibilidade de haver no cenário religioso atual uma quantidade elevada de pessoas que rejeitam e negligenciam à Bíblia, e, por isso, são rejeitados por Deus. Mas, estas pessoas, se intitulam pastores aptos a conduzir o rebanho. Estas pessoas estão lançadas às suas próprias sortes. Deus os rejeitou como sacerdotes, líderes e pastores, por negligência da Palavra de Deus. Imagine agora como será um ambiente onde o líder fora desprezado por Deus, mas ele se julga apto a liderar o rebanho? É justamente nesses ambientes onde vemos as maiores aberrações da fé. Assim como Israel caminhou em direção da destruição por ter negligenciado a Lei de Deus, muitos caminham em direção de um precipício e de olhos vendados, sendo guiados por um líder que também não enxerga nada. Falsos pastores conduzindo falsas ovelhas, pois as verdadeiras ovelhas reconhecem a voz de seu verdadeiro pastor (João 10). 

Outro motivo que poderia figurar na lista das causas da “Crise Pastoral” que vislumbramos em nossos dias, seria cometido por aquelas pessoas que escolhem ser pastor. Certo dia ouvi uma pessoa dizer que desde pequeno sonhava em ser pastor. Ela não queria realizar outra coisa em sua vida. Ao ouvirmos isso, aparentemente, soa como algo lindo. Porém, precisamos refletir biblicamente sobre esta alegação. Moisés foi um dos homens chamados por Deus que relutou contra isso (Êxodo 4:1-17), ele não se sentia preparado para executar tamanha tarefa, nem muito menos queria ser líder desde pequeno. O próprio Jeremias relutou quando Deus o chamou (Jeremias 1:6) como se não se avaliasse preparado. Inclusive, é o próprio profeta quem escreve em seu livro que os pastores serão dados exclusivamente por Deus (Jeremias 3:15). Jeremias também não sonhava em exercer uma liderança desde criança. Nestes dois casos, nenhum dos personagens bíblicos escolhe ser líder do povo, mas Deus os chama mesmo assim. Numa outra passagem das Escrituras Sagradas, outro dado interessante é quando o Profeta Samuel vai até a casa de Jessé escolher o novo rei de Israel em sucessão de Saul (I Samuel 16), Deus dá uma ordem ao profeta:

Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (I Samuel 16:7)

Aqui vemos uma concatenação entre  os dois textos mencionados, a saber, o de I Samuel 16:7 e o de Jeremias 3:15. Mas, mais que isso, estas palavras foram ditas por Deus quando Samuel tinha olhado para um dos filhos de Jessé (Eliabe) e o havia avaliado como sendo o futuro rei de Israel. Mas Deus alerta Samuel para não se iludir com a aparência. Hoje sabemos que as aparências enganam. Deve ser por isso que só Deus pode conceder pastores, porque só Ele pode sondar os corações. E como o próprio homem não conhece de fato seu próprio coração e nem o coração alheio, é melhor que Deus confirme e escolha aqueles que devem conduzir o rebanho. 

Podemos mencionar também o apóstolo Paulo como sendo importante expoente dentro desta lista e tema, pois o mesmo fora chamado por Deus de uma forma bem específica. Sua conversão, sobrenatural, na estrada de Damasco, aponta para um homem que não escolhe Deus, mas que Deus o escolhe. Ao avaliarmos o processo que Deus executa em chamar aqueles que Ele mesmo escolhe para a realização de sua obra, não vemos nenhum homem que escolhe, desde pequeno, servir a Deus. Vemos homens que foram chamados, em determinados momentos de suas respectivas vidas, alguns ainda com pouca idade (o rei Josias que foi levantado por Deus aos oito anos de idade), outros já de idade adulta, mas independente disso, homens que nem se quer pensavam em desenvolver uma função dada por Deus. Com isso, devemos atentar para algo, a saber, precisa-se ter muito cuidado quando alguém abre a boca e diz que desde pequeno sonhava e queria ser pastor. Essas palavras podem ser verdadeiras, mas a Bíblia não dá ênfase a tal regra, muito pelo contrário, a grande maioria dos chamados de Deus em direção ao homem se dá quando este mesmo homem já possui uma idade adulta e nem se quer fazia planos para seguir a Deus. Talvez este seja um dos principais motivos cujo qual sofremos uma grande “Crise Pastoral” na atualidade – pessoas que escolhem ser pastor, e todo bom pastor não escolhe ser, mas Deus o escolhe. 

Outro motivo recairia na omissão e falta de coragem por parte de muitos homens em realizar tanto sua função pastoral, como também seu próprio papel de homem. Entendemos que antes de tudo, um bom pastor precisa ser “Homem” – com H maiúsculo. Vivemos uma “Crise Pastoral” porque muitos homens se esquecem disso. Quando me refiro ser homem, não me refiro aos aspectos masculinos, mas sim à personalidade e caráter. Refiro-me ao que de fato é masculinidade. E dentro deste conceito sabemos que existem dois tipos de masculinidade; a verdadeira e a falsificada. Nas palavras de Douglas Wilson, seria desta forma:
“A masculinidade falsificada se destaca por criar desculpas; porque essa ‘masculinidade’ é uma questão de orgulho, e não a humilde aceitação da responsabilidade. Assim, qualquer coisa que ameace esse orgulho deve ser rejeitada. Uma das coisas que sempre ameaçam o orgulho é qualquer tipo de falha, e a maneira como homens inseguros lidam com isso é dando desculpas. A verdadeira masculinidade assume a responsabilidade, e ponto final. Já a falsa masculinidade irá querer aceitar a responsabilidade apenas por aquilo que deu certo.” (WILSON, 2012, p. 24)

Um dos principais motivos por vivermos na atualidade uma “Crise Pastoral” é nada mais nada menos que ausência de uma masculinidade verdadeira e a presença de uma masculinidade falsificada nos homens envolvidos com a obra de Deus. Homens de masculinidade falsa, que não assumem suas responsabilidades pastorais. Assumir responsabilidades é a maior característica presente no caráter de um “Homem”, e é justamente esta característica que evidencia os homens de masculinidade verdadeira, àqueles com H maiúsculo. Como este tipo de homem está em extinção no cenário religioso do Brasil, figurando mais os homens de masculinidade falsificada, este segundo grupo de “homens” dão margem para surgir várias aberrações nos púlpitos. Infelizmente, muitas mulheres assumem a postura que devia ser vista nos homens. O surgimento do fenômeno da ordenação feminina no seio da liturgia cristã contemporânea, não se dá apenas por falta de conhecimento bíblico-exegético – mesmo entendendo que este é o principal motivo deste fenômeno –, mas também por termos na atualidade uma geração de homens de masculinidade falsificada que não assumem suas respectivas responsabilidades pastorais. Sempre que uma mulher é ordenada pastora, há por trás disso um homem de masculinidade falsificada. Sua masculinidade é tão falsificada que uma mulher assume seu lugar. É como se ela estivesse dizendo em alto e bom tom: “Aqui tem homem!”, e infelizmente, o papel do homem é realizado por ela mesma. Este é mais um dos principais motivos por estarmos vivendo na atualidade uma “Crise Pastoral”.

Por fim, entendemos que todo o processo do chamado de Deus em direção aos verdadeiros pastores e líderes atende uma ordem monérgica. Ou seja, é o próprio Deus quem a executa de forma plena e autônoma. Quando o homem se julga preparado para exercer tamanha função, já é um mau sinal. Pois, como o Próprio Deus é quem chama, Ele mesmo preparará o indivíduo gradativamente. E uma das características dos homens chamados e levantados por Deus é justamente nunca se sentir preparado. O preparo além de ser gradativo, não possui um estágio final, e é contínuo. É por nunca se sentir preparado que aqueles que Deus realmente levantou como pastores acreditam ser de tamanha responsabilidade este título – pastor. Por outro lado, há aqueles que se avaliam como sendo totalmente aptos e preparados a exercer as funções pastorais. Eles se avaliam como sendo tão aptos e preparados que não aceitam, nem sequer, serem chamados mais de pastores, pois este título rebaixa suas condições elevadas de homens preparados. O título de pastor provoca comichão e incômodo na alma, provoca inquietação e insatisfação – “paipóstolo”, “mãepóstola”, “apóstolo” etc., conforta mais uma alma megalomaníaca e sedenta por uma subida incessante na escadaria do poder. 

Daqui uns dias o título de demiurgo estará sendo utilizado por alguns destes homens. Deve ser justamente estes a quem Oseias nos alerta. Estes que rejeitaram o Senhor e que foram rejeitados e esquecidos de forma recíproca. Estes que caminham por caminhos que não conhecem e levam consigo uma grande multidão que juntos estabelecem em nossos dias uma profunda, funesta e amarga “Crise Pastoral”. 

Falsos pastores se estabelecem por si próprio, mas o verdadeiro pastor é Deus quem levanta, e as verdadeiras ovelhas, não as falsas, conhecem a sua voz.

***
Autor: Thiago Azevedo
Via: Electus
.

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *