quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

10 MANEIRAS DE UMA IGREJA "MATAR" SEU PASTOR

Por Renato Vargens


O ministério pastoral é extremamente árduo. Servir a Cristo como pastor ao contrário do que alguns pensam não é nada fácil. Na verdade, não são poucos os líderes que vivem debaixo de uma enorme pressão espiritual. A igreja em alguns casos é implacável exigindo do pastor muito mais do que ele pode dar.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos afirma que cerca de 90% dos pastores estão trabalhando entre 55 a 75 horas por semana. O percentual de esgotamento está no máximo, com somente 50% dos pastores cumprindo seus anos de trabalho como pastor. A pesquisa também afirma que mais de 50% dos graduados nos seminários deixam o ministério depois de 5 anos. Mais de 1200 pastores a cada mês deixam o ministério devido a tensão ou situações relacionadas com a igreja, assuntos familiares ou falha moral.

Pois é, complicado não é mesmo? Para piorar a situação existem igrejas que se tornaram "experts" em maltratar seus pastores. Eu particularmente, conheço inúmeras igrejas que de forma acintosa e perversa arrebentaram com as vidas de seus líderes. 
Lamentavelmente o  "pacote de maldades" de algumas igrejas para com o seu pastor é de deixar qualquer um ruborizado. 
Veja por exemplo algumas atitudes que podem contribuir para a "morte" do pastor:
1-) Trate-o com desdém, minando pelos cantos da igreja sua autoridade espiritual.
2-) Trate mal sua esposa e exija dela mais do que ela pode dar.
3-) Trate mal seu filhos chamando-os de pestinhas ou coisa pior, colocando sobre eles um peso que  não foram chamados a suportar.
4- ) Pague um salário de fome para ele.
5-) Desrespeite-o publicamente.
6-) Semeie duvidas no coração dos irmãos quanto ao caráter dele.
7-) Desvalorize seus ensinos e pregações.
8-) Comporte-se dolosamente falando mal dele para a liderança da igreja. 
9-) Murmure o tempo todo demonstrando sua insatisfação com o trabalho desenvolvido.
10-) Faça-o trabalhar além da conta não concedendo a ele o direito a férias e descanso.
Que Deus tenha misericórdia do seu povo!
Renato Vargens

Ensinando o Breve Catecismo de Westminster para Crianças

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Por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Ensinar crianças é algo maravilhoso. É participar de sua formação. Penso que devemos estudar com elas o Breve Catecismo de Westminster, porque ele foi preparado para crianças, e elas são aptas para aprender o seu conteúdo. Aqui ofereço algumas sugestões bem práticas de como preparar uma simples aula para nossas crianças. Estas sugestões se aplicam para professores que lecionam para a faixa etária de 7 a 9 anos [a turminha do "eu já sei ler"]: 

1. Comece fazendo uma revisão da aula da anterior. Mesmo que quem lecionou seja outra pessoa, isso é necessário, por 2 motivos: 1) as perguntas do Breve Catecismo possuem sequência lógica e deve haver a construção didática na memória das crianças. 2) descubra o que eles aprenderam, e como a sua aula somará no conhecimento adquirido deles, progredindo com novas informações. 

2. Memorização da pergunta/resposta do Breve Catecismo que será o tema de estudo da aula. Eles conseguem e devem ser incentivados a memorizar a pergunta e resposta. Se cada um aluno tiver o seu próprio Breve Catecismo é o ideal, senão, escreva no quadro, ou numa cartolina, ou use de forma dinâmica o data show! 

3. Escolha sempre 1 versículo bíblico que resuma a sua aula. Veja que o próprio Breve Catecismo tem vários versículos chaves em cada pergunta/resposta. É só escolher 1 que melhor se encaixe com a sua aula. 

4. Elucidação da pergunta/resposta do Breve Catecismo. É aqui que entra a lição e explicação da perg/resp do BC. Você pode fazer isto: 

        4.1. Explicando cada parte da resposta do BC; 
        4.2. Contando uma história bíblica ou moral; 
        4.3. Assistindo um breve vídeo ou desenho [no máximo 15 minutos] e                 conversando sobre ele depois; 
        4.4. Fazendo uma atividade lúdica [boneco, recortes, pintura,                               artesanato, etc.] 

5. Aplicação da lição. Aqui algumas perguntas devem ser respondidas: 

        5.1. O que esta perg/resp quer dizer mesmo? Realmente entendi? 
        5.2. Como viverei esta verdade? 
        5.3. Como praticar esta verdade em casa? 
        5.4. Como praticar esta verdade na escola? 
        5.5. Como praticar esta verdade na igreja? 
        5.6. Como praticar esta verdade no esporte? 
        5.7. Como praticar esta verdade com meus amigos? 
        5.8. Como posso ensinar esta verdade pra outras pessoas? 
        5.9. O que não posso fazer que contradiz essa verdade? 
        5.10. O que posso fazer para ser melhor com o que aprendi? 

Espero que estas orientações ajudem a preparar a nossa aula com zelo pela verdade, fidelidade ao Senhor e amor aos nossos pequeninos.

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Fonte: IPB - Site Oficial

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

IGREJA PRESBITERIANA TEM PROGRAMA DE RÁDIO

A Igreja Presbiteriana de Garanhuns voltou esta semana a ter o seu programa diário de rádio. O programa “Cristo é a Resposta” é veiculado na Rádio Sete Colinas FM (100,5 Mhz), de segunda a sexta, das 06h30 às 07h. O responsável pelo programa, e também apresentador, é o Rev. Inaldo Peixoto, pastor da Igreja Presbiteriana Central, que este ano comemora 115 anos de Fundação.

O Programa tem como objetivo levar aos ouvintes a Palavra de Deus, cumprindo o papel de evangelização. A grade de programação se divide entre mensagens bíblicas, momentos de louvor por meio de músicas e entrevistas com Pastores das demais Igrejas Presbiterianas de Garanhuns. A intenção é alcançar a todas as pessoas.

“Nós temos o compromisso de levar a Palavra de Deus a maior quantidade de pessoas que pudermos. E entendemos que o rádio na nossa região, nos dá essa possibilidade, por ser ainda o meio mais utilizado para a informação. É uma ação para a honra e a glória do nome do Senhor”, afirma o Pastor Inaldo Peixoto.

O programa “Cristo é a Resposta” tem o patrocínio de Ferreira Costa e do Colégio Quinze de Novembro.

Texto: Jacqueline Menezes 
Foto/Arte: Ana Paula da Silva 

Fonte: Blog de Roberto Almeida

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Augusto Cury lança bíblia de estudo e diz ser um “cristão sem fronteiras”


O psiquiatra e escritor Augusto Cury, conhecido por seus livros de sucesso, vai lançar uma bíblia de estudo: a Bíblia King James Atualizada “Freemind”, pela Editora Abba Press. O evento de lançamento vai ocorrer no dia 05 de julho, na Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo (SP). 

Além da clássica versão King James, a Bíblia também traz cerca de 200 páginas com a tese de doutorado de Augusto Cury, chamada de “Freemind – Mentes Livres” com 24 princípios básicos, além de reflexões, exercícios e dinâmicas, que podem ser praticadas em grupo ou individualmente. A metodologia traz ferramentas psicossociais que auxiliam os usuários de drogas/álcool a lidar com suas mentes.

Na entrevista a seguir, Augusto Cury admite que já foi “um dos maiores ateus que pisou nesta terra. Mas depois de estudar a personalidade de Jesus sob o crivo da ciência, percebi claramente que ele não cabe no imaginário humano. Tornei-me um cristão sem fronteiras”.

1. Como a psiquiatria pode contribuir para uma leitura mais profunda da Bíblia? E como a Bíblia pode contribuir para um olhar mais maduro da psiquiatria? É possível fazer a relação entre as duas?

A psiquiatria é uma área nobre da medicina que estuda a mente humana e procura tratamentos científicos para os transtornos psicológicos. Importantes descobertas da ciência chegaram à conclusão de que na base de muitas doenças psiquiátricas, há, além de fatores genéticos e predisposições familiares, causas relacionadas à falta de proteção emocional, crise no gerenciamento da mente, traumas, perdas, sofrimento por antecipação, conflitos na relação entre pais e filhos e entre casais.

Mais de três bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial, cedo ou tarde desenvolverão uma doença psíquica. E elas não escolhem cor, raça, religião, cultura. E a minoria vai se tratar. E o tratamento é caro. Por isso desenvolvi o “Freemind” e o estou disponibilizando gratuitamente. Embora as editoras que o publiquem, como a Aba Press, tenham seus custos e necessitem cobrar pelos livros, mas eu não recebo literalmente nada, a não ser o prazer em contribuir com a humanidade. 

Aprender a doar-se sem esperar o retorno, entender que por detrás de uma pessoa que fere há uma pessoa ferida, colocar-se no lugar dos outros, nunca exigir o que os outros não podem dar, aprender a arte de perdoar e de se perdoar, contemplar o belo e conquistar aquilo que o dinheiro não compra, são ferramentas psicológicas fundamentais que constam tanto da psicologia moderna como do pool de ferramentas que Jesus, como o Mestres dos mestres, ensinou e trabalhou amplamente em seus discípulos. O Freemind aborda todas essas técnicas. 

Essas ferramentas também constam do programa EI (escola da inteligência) para prevenir ansiedade e outros transtornos emocionais e desenvolver a inteligência socioemocional das crianças. Eu não apenas renunciei aos direitos autorais do Freemind, mas também aos direitos do programa EI. O Freemind é para os adultos e a EI é para entrar na grade curricular das escolas das crianças e adolescentes. Pais e diretores de escolas deveriam conhecê-lo com urgência. É como uma vacina emocional. 

Como toda vacina nenhuma é 100% segura, mas pode ser extremamente útil. Seu filho sabe proteger a emoção e lidar com a ansiedade? Tem autoestima sólida e sabe se colocar no lugar dos outros? Pense nisso e acesse contato@escoladainteligencia.com.br. Quem quiser acessar o Freemind, além da versão King James, acesse o site do escritor.

2. Muitos relacionam a religião com fanatismo e, consequentemente, com desequilíbrios emocionais e mentais. Que contribuições o Cristianismo poderia dar para nossa saúde mental e emocional?

O fanatismo, o radicalismo, a rigidez, a necessidade neurótica de estar sempre certo, são sintomas de doenças psíquicas. Se as religiões e as ciências humanas tivessem estudados as ferramentas psicológicas que Jesus utilizou na educação da emoção dos seus alunos ou discípulos, a humanidade não seria a mesma. Por exemplo, no exato momento em que Judas o traiu, ele não fechou as janelas do seu cérebro e, portanto, não reagiu por instinto, condenando e excluindo seu traidor. Ao contrário, para espanto da psiquiatria e psicologia, Jesus abriu as janelas da memória e deu uma resposta bombástica que retirou Judas das fronteiras das janelas Killer ou traumática. Como digo no livro “Felicidade Roubada, o Mestre dos mestres” abriu o circuito da memória do seu traidor.

O que ele fez? Conquistou o território da emoção para depois o da razão. Ele exaltou seu traidor, o chamou de amigo e lhe fez uma pergunta (Amigo, para que vieste?). Nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para transformar os pequenos em grandes. Quase Judas reescreve sua história, corrige seus erros e se torna um grande pensador, mas infelizmente entrou numa janela Killer da culpa fatal e se autopuniu. Muitos pais e casais, inclusive cristãos, destroem suas relações, porque fazem o contrário do que Jesus fez. São especialistas em apontar falhas e criticar. Não entendem que ninguém muda ninguém. Temos o poder de piorar os outros e não de mudá-los. Só podemos contribuir com eles se aprendemos a elogiar antes de criticar.

Muitos religiosos fundamentalistas cometeram atrocidades em nome de Cristo, feriram, excluíram, mataram. Enfim, criaram um Cristo a imagem e semelhança da sua vaidade. Se de fato conhecessem o homem que dividiu a história, a humanidade não seria manchada de sangue, violência e hipocrisia ao longo das eras. Jesus foi “o poeta da generosidade” e da inclusão social. Investiu tudo o que tinha nos que pouco tinham. Nunca pressionou ninguém a segui-lo. Não queria mentes adestradas, mas mentes livres que o amasse o seguisse espontaneamente.

Os ensinamentos do maior educador da história é um convite a sabedoria, a tolerância e a saúde emocional.

3. Você é cristão? Qual sua experiência de fé?

Fui um dos maiores ateus que pisou nesta terra. Mas depois de estudar a personalidade de Jesus sob o crivo da ciência, percebi claramente que ele não cabe no imaginário humano. Tornei-me um cristão sem fronteiras. Mas não defendo uma religião, e dentro das minhas limitações procuro como escritor através do Freemind contribuir com a saúde emocional de todos os homens. Escrevo para dezenas de milhões de pessoas, inclusive para acadêmicos e ateus. 

Tenho amigos íntimos e preciosos no protestantismo, no catolicismo, no budismo em outras religiões. Acho importante que as pessoas através de suas religiões busquem ao Deus Vivo. Mas não podemos esquecer que uma pessoa é verdadeiramente madura quando ama os que pensam diferente e tem um caso de amor com a humanidade, como amplamente fez Jesus, caso contrário irá atirar pedras. A única vez que ele aceitou estar acima dos homens foi quando tremulava sobre um madeiro. Ele desculpou seus torturadores e abraçou o condenado ao seu lado como um príncipe, mesmo sem usar os braços e ainda protegeu sua mãe com a expressão “mulher, eis ai teu filho”. Parece fria a sua resposta, mas foi carregada de afeto. Lembrou-se que Maria era a mulher das mulheres, mas um dia ela o perderia. Pediu que Joao cuidasse dela em seu lugar. Ele foi Freemind, teve uma mente livre, mesmo quando o mundo desabava sobre ele. Quem reagiu como ele na história? Freud, Einstein, Marx, Spinosa, Sartre, Kant, Hegel?

Como digo no livro “Pais inteligentes formam sucessores e não herdeiros”, ele formou pensadores ou sucessores que construíram seu legado e se curvaram em agradecimento a tudo e a todos e não herdeiros irresponsáveis, ingratos, flutuantes e imediatistas e que vivem na sombra dos seus pais e líderes. Ele foi Freemind e produziu inúmeros Freeminds. Quanto ao que sou, minhas interpretações e minha história gritam por mim mais do que minhas palavras.


Fonte:Ultimatoonline

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Homossexuais na igreja: continuem lendo Efésios

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Por Rick Phillips


A ala progressiva do evangelicalismo parece estar escalando em suas demandas de que igrejas baseadas na Bíblia aceitem a homossexualidade como estilo de vida aceitável. Um exemplo disso é um vídeo recente de Nadia Bolz-Weber intitulado “Eu Sou a Igreja”. O vídeo traz uma série de jovens que resumidamente afirmam o porquê de irem à igreja, se identificam com alguma das nomenclaturas LGBT e insistem que devem ser aceitos como cristãos. A mensagem básica é “Eu sou um cristão homossexual e não sou um problema”. Claro, todo o objetivo do vídeo é fazer sua sexualidade o problema e exigir aceitação de cristãos cujas consciências proíbem tal coisa. O destaque vem ao final, quando Bolz-Weber lê Efésios 2.14-15 para concluir: “Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade” (NVI).

Antes de dar razões pelas quais esse tipo de apresentação não é persuasiva aos cristãos que discordam, deixe-me dizer que sou tocado pessoalmente por qualquer profissão sincera de fé na graça de Jesus Cristo. O primeiro rapaz no vídeo fala de receber graça e perdão no evangelho, e eu não olho para ele apenas com mais um “gay”, como ele coloca, mas como um pecador que, como eu, tem um amplo leque de necessidades espirituais que são satisfeitas apenas em Jesus Cristo. Eu louvo o Senhor por isso. Uma mulher chamada Kathleen se alegra ao dizer que “eu não tenho nada que me faz merecedora ou digna”. Pecadores de todos os tipos se alegram nessa mesma misericórdia ao nos chegarmos a Deus e Cristo. Por mais que saiba que esses homens e mulheres estejam sendo destacados para advogarem por uma única questão, eu sei que são pessoas cujas identidades transcendem em muito sua sexualidade e que Jesus realmente é o Salvador de todos que vão a ele em fé.

Entretanto, há preocupações vitais que não posso deixar de lado, dada a obrigação, como cristão, de ser fiel a Cristo e, como pastor, de afirmar a Palavra de Deus. Deixe-me responder, então, a esse vídeo com três críticas, a saber: 1) nem todas as divisões são a mesma coisa; 2) o evangelho inclui transformação de vida em direção à santidade; e 3) ser parte do Corpo de Cristo envolve obrigações morais.

1. Nem todas as divisões são a mesma coisa. Quando Paulo falou de “barreiras” na passagem de Efésios citada por Bolz-Weber, ele estava se referindo à divisão entre judeus e gentios. Cristo derrubou uma divisão étnica/cultural, deixando claro que povos hostis são feitos um só ao serem trazidos para Deus por meio do sangue de Cristo (Efésios 2.13-16). Embora o homossexualismo claramente envolva uma subcultura, também é definido pela Bíblia em termos morais. A questão, então, não é se cristãos bíblicos podem aceitar pessoas de uma subcultura sociológica diferente – nós podemos, e devemos, fazê-lo – mas se nós podemos aceitar um comportamento moral que é especificamente condenado na Bíblia. É por isso que eu peço que Nadia Bolz-Weber continue lendo Efésios. Em Efésios 5.5 ela vai encontrar Paulo escrevendo: “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”. A comparação com outras passagens como 1 Coríntios 6.9 remove qualquer dúvida que Paulo está incluindo o homossexualismo e os desvios sexuais relacionados. Assim, por mais que possamos concordar honestamente que etnias e raças são abraçadas pela unidade do corpo de Cristo, não podemos admitir que comportamento sexual deva ser tratado da mesma forma. Essa é a questão que não vai ser deixada de lado pelos cristãos bíblicos, não importa quanta pressão seja aplicada sobre nós: a Bíblia proíbe que cristãos sejam homossexuais. Assim, não podemos concordar com a categoria do Cristão Homossexual.

2. O evangelho inclui transformação de vida rumo à santidade. Uma asserção feita no vídeo é que ser cristão significa que não precisamos mudar. Isso é simplesmente uma negação do evangelho, que inclui não apenas perdão, mas também santificação. A boa nova é tanto o perdão dos pecados por parte de Cristo quanto sua vitória sobre o pecado na vida do crente. Com isso em mente, vemos que a demanda para aceitar homossexuais como cristãos está aliada às tendências antinomistas crescentes no evangelicalismo atual. Uma mulher no vídeo fala que “sugerir que eu preciso mudar é dizer que eu sei melhor do que Deus o que Deus planejou para a minha vida”. Ela não percebe que a Bíblia diz a ela o que Deus planejou para as nossas vidas, inclusive nossa transformação moral, especialmente. Foi com a pureza sexual especificamente em mente que Paulo escreveu “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição”. Dizer que meu Cristianismo não impõe demandas à minha sexualidade é simplesmente negar o senhorio de Jesus Cristo sobre uma das partes mais integrais da vida. Qualquer que seja a questão, seja sexualidade, uso do dinheiro ou a forma com que tratamos as pessoas no trabalho, Cristo é Senhor e Ele insiste, de fato, que mudemos, mesmo quando nos cobre com sua justiça e nos reveste do poder do Espírito Santo. Aqui, novamente, a questão central é nossa submissão às Escrituras como Palavra de Deus. Nós podemos afirmar que mudar a sexualidade significa dizer que “eu sei melhor que Deus”, mas quando a Bíblia fala claramente sobre determinado assunto, então a fé nos obriga a buscar a mudança, pela graça que Deus dá.

3. Ser parte do Corpo de Cristo envolve obrigações morais. Isso, provavelmente, foi a questão que mais me chamou a atenção ao assistir o vídeo. Um homem chamado Jim declara “eu sou a igreja, independente da minha sexualidade”. Entretanto, de acordo com a Bíblia, é especificamente porque cristãos são o corpo de Cristo que devemos ser santos. Falando especificamente sobre indecência sexual, e escrevendo a crentes imersos em uma cultura sexualmente perversa, Paulo fez o apelo urgente de que ser parte do corpo de Cristo requer que sejamos puros: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?” (1 Coríntios 6.15); “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Coríntios 6.19-20). A questão aqui era sobre adultério com uma prostituta, mas toda a pureza sexual está implícita, incluindo a proibição bíblica da homossexualidade.

Sinto muito que, nesse vídeo, esses homens e mulheres sejam transformados no próprio “problema” que eles afirmam ressentir. De fato, eles não são “um problema” para mim, mas pessoas de valor inestimável cujo relacionamento com Cristo tem implicações eternas. Entretanto, o cuidado para com eles como pessoas e a preocupação com seu senso de bem estar em nossas igrejas não pode se sobrepor ao nosso compromisso com o ensinamento claro de Deus em sua Palavra. Não importa quantos testemunhos sejam apresentados exigindo que abramos mão, devemos sempre abraçar o ensinamento da Bíblia. Com isso em mente, deixe-me concluir com dois comentários dirigidos especificamente a qualquer um dos homens e mulheres do vídeo que possam estar lendo isso, ou outros leitores que compartilham das mesmas orientações sexuais.

Primeiro, crer em Jesus significa crer em toda a sua Palavra, que fala clara e inescapavelmente sobre a pecaminosidade do homossexualismo. Eu sei que há estudiosos que afirmam que ela não o faz, mas igrejas fiéis à Bíblia, em geral, não são persuadidas por eles. Essa é a questão. Ao invés de exigir que desistamos do que estamos convencidos ser uma questão de fé e obediência a Cristo, te pedimos encarecidamente que considere as razões pelas quais aceitamos os ensinamentos da Bíblia sobre esse assunto. Há boas discussões sobre a questão de qual é o ensinamento da Bíblia sobre homossexualidade, e é nisso que o foco deve estar.

Segundo, há uma grande diferença entre o desespero quebrantado por conta do pecado e uma exigência desafiadora para que o pecado seja aceito. Cristãos são todos pecadores indignos do amor de Deus, mas que encontram perdão em sua graça, junto com o poder para mudar. Se você diz “eu realmente estou quebrantado, confuso e sofrendo. Eu recebo tudo que Jesus oferece e demanda, incluindo a mudança moral que eu não posso alcançar por mim mesmo. Eu preciso de seu amor, suas orações e sua ajuda”, você vai encontrar o acolhimento compassivo de seus amigos cristãos. Mas se você diz “eu exijo que vocês aceitem meu comprometimento com o que a Bíblia declara que é pecado”, então nossa negação em concordar não é uma questão de ódio contra você, mas uma demonstração de amor por Cristo e Sua Palavra. E também é, creio, uma forma de demonstrar amor a você, já que Paulo disse que àqueles que continuam lendo Efésios:

Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” (Efésios 4.15)

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Fonte: Reformation21
Tradução: Filipe Schulz
Via: Reforma21
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série: Homens de Deus - Parte II

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John Stott
Por Renato Vargens


Um dos ministérios cristãos mais profícuos do século XX é o do Teólogo anglicano John Stott. Particularmente seus escritos, textos e livros em muito me influciaram, despertando no inicio da minha caminhada cristã um enorme desejo de servir ao Senhor no seu reino.

John Stott nasceu na Inglaterra em 27 de abril de 1921. Foi um agnóstico até 1939, quando ouviu uma mensagem do reverendo Eric Nash e se converteu ao cristianismo evangélico. Estudou Línguas Modernas na Faculdade Trinity, de Cambridge. Foi ordenado pela Igreja Anglicana em 1945, e iniciou suas atividades como sacerdote na Igreja All Souls, em Langham Place. Lá continuou até se tornar pastor emérito, em 1975. Foi capelão da coroa britânica de 1959 a 1991.
Stott tornou-se ainda mais conhecido depois do Congresso de Lausanne, em 1974, quando se destacou na defesa do conceito de Evangelho Integral - uma abordagem cristã mais ampla, abrangendo a promoção do Reino de Deus não apenas na dimensão espiritual, mas também na transformação da sociedade a partir da ética e dos valores cristãos.

Em 1982, fundou o London Institute for Contemporary Christianity, do qual hoje é presidente honorário. Escreveu cerca de 40 livros, entre os quais Ouça o Espírito, ouça o mundo (ABU), A Cruz de Cristo (Vida) e Por que sou cristão (Ultimato).

John Sttot é também considerado uma das mais expressivas vozes da Igreja Evangélica contemporânea. A sua obra mais conhecida Cristianismo Básico, vendeu mais de 2 milhões de cópias e já foi traduzido para mais de 60 línguas. Billy Graham chamou John Stott de "o mais respeitável clérigo no mundo hoje".

Isto posto sou tomando pela convicção de que os defensores da teologia da prosperidade tivessem lido os livros deste nobre senhor, a Igreja de Cristo neste Tupiniquim país tivesse tido um rumo diferente.
Renato Vargens 
Fonte: [ Blog do autor ]

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quando matar não é crime, nem pecado

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Por Fabio Correia


Ao contrário do que muitos pensam, o 6º mandamento - "Não matarás" - não é uma tácita e absoluta proibição de matar, independentemente da situação. Ou seja, em determinados casos não é pecado matar. Em determinadas situações é até necessário e recomendável matar.

Pode parecer paradoxal, mas o principal objetivo do 6º mandamento é proteger a vida. Sem essa Lei de Deus escrita e gravada no coração do homem não sobraria ninguém pra "contar a história". Ou seja, os homens se matariam uns aos outros. A proibição é para que o cidadão, individualmente, não tire a vida do outro de forma banal, isto é, para que ele não cometa assassinato, não faça justiça com as próprias mãos e sem um julgamento justo e competente.

Matar alguém significa sempre e necessariamente ter cometido um assassinato? Evidentemente que não. Isso parece já ter ficado claro. A palavra assassinato está diretamente relacionada a crime. Matar alguém em legítima defesa, por exemplo, não é um crime, logo, não é um assassinato. Mas há outras situações em que matar não se constitui nem crime nem pecado. Numa guerra justa, por exemplo, matar o inimigo também não constitui um erro, um crime, um pecado.

Para ilustrar o título dessa postagem, utilizaremos o desfecho trágico de uma tentativa de assalto a uma farmácia, na cidade de Garanhus, no agreste Pernambucano, no dia 14/03/11. Veja no dramático vídeo abaixo [atenção, imagens fortes]:


O policial que salvou a vítima e MATOU o marginal com um tiro certeiro na cabeça cometeu um assassinato? Incorreu no pecado contra o 6º mandamento, que ordena "não matar"? Evidentemente que não. Ninguém o acusará disso, antes, pelo contrário, o policial, provavelmente, será condecorado. Ele era um legítimo representante do Estado naquele momento. Essa morte não deve ser creditada na sua conta pessoal e sim na do Estado que nada mais estava fazendo que o seu papel de "proteger" a vida de seus cidadãos.

O policial puxou o gatilho da arma, mas não cometeu nenhum crime. Nem mesmo incorreu em desobediência ao 6º mandamento. Erraria se fosse omisso e se essa omissão culminasse com o marginal tirando a vida da vítima. Isso deixa claro que nem sempre "matar é um crime ou pecado". Matar para proteger a própria vida, de uma vítima indefesa e de toda a coletividade é, inclusive, louvável.

Nesse sentido, chamamos a atenção para a legitimidade e responsabilidade do Estado em eliminar assassinos cruéis, frios e calculistas, após justo julgamento, prestigiando e protegendo a vida da coletividade. O filósofo Tomaz de Aquino costumava dizer que "assim como é justo amputar um membro do corpo que foi acometido por um câncer para salvar todo o resto, também justo é eliminar certos elementos para proteger e preservar toda a sociedade".

Por tudo isso e por entender que existe farta prova escriturística que ensina acerca da necessidade e da responsabilidade do Estado em proteger as pessoas, inclusive utilizando, se necessário, o "poder de espada", é que sou A FAVOR da implantação da PENA CAPITAL no Brasil, sem desconhecer, evidentemente, que mudanças precisariam ser feitas e, talvez, até mesmo outra constituição. Penso que é o único meio lícito de se promover e satisfazer o desejo de justiça nos casos de assassinatos com requintes de banalidade e crueldade. Matar e ficar "apenas preso", ainda que perpetuamente, definitivamente não é justiça na mesma proporção do crime praticado.

Se quiser conhecer mais o que a Bíblia ensina sobre a pena de morte, clique aqui!

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Fonte: Filosofia Calvinista
Via Bereianos

sábado, 17 de janeiro de 2015

Ah! Mas o meu casamento não foi Deus que uniu!


Neste vídeo o Rev. Augustus Nicodemus Lopes refuta o argumento de que o casamento de duas pessoas de forma precipitada é incompatível e serve como um suposto motivo para o divórcio. Assista:


Assista a aula completa aqui! (altamente recomendável!)

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Fonte: PIPG - Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia

sábado, 10 de janeiro de 2015

A morte de Thomas Bilney

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Por JH Merle d'Aubigné


Thomas Bilney [1495-1531], cuja conversão havia começado na Reforma na Inglaterra, foi nas mãos de Deus o instrumento de conversão de Hugh Latimer. A história de sua vida de força e fraqueza, levado ao seu martírio em 1531, é eloquentemente registrado em A Reforma da Inglaterra (The Reformation in England), volumes 1 e 2 por JH Merle d'Aubigné. Estes volumes traçam a história da reforma de suas origens mais remotas até o fim do reinado de Henrique VIII. Escrito em um espírito evangélico animado, ambos são instrutivas e comoventes. O relato a seguir vem a partir do volume 2:

Alguns dos amigos de Bilney foram para Norwich para despedir-se dele: entre eles estava Matthew Parker, mais tarde arcebispo de Canterbury. Já era noite, e Bilney estava tomando sua última refeição. Em cima da mesa estavam alguns pratos frugais [cerveja fermentada], e em seu rosto irradiou a alegria que encheu sua alma. Estou surpreso, disse um de seus amigos, “que você possa comer tão alegremente”. - Eu só sigo o exemplo dos lavradores do país, respondeu Bilney, “que tem uma casa nas ruínas para morar, embora custem tanto, desde que eles possam mantê-la e assim faço agora com esta casa em ruínas do meu corpo”. Com estas palavras, ele se levantou da mesa e sentou-se perto de seus amigos, um dos quais lhe disse: “Amanhã o fogo vai fazer você sentir a sua fúria devoradora, mas o conforto do Espírito Santo de Deus irá resfriá-lo para o seu revigorar eterno”.

Bilney, parecendo refletir sobre o que havia sido dito, estendeu a mão para a lâmpada que ardia sobre a mesa e colocou o dedo na chama. “O que você está fazendo? exclamaram - “Nada”, ele respondeu: “Eu só estou testando minha carne; pois amanhã Deus deve queimar meu corpo inteiro no fogo. E ainda mantendo o dedo na chama, como se ele estivesse fazendo um experimento curioso”, ele continuou: “Eu sinto que o fogo pela ordem de Deus é naturalmente quente, mas ainda estou persuadido, pela Santa Palavra de Deus e na experiência dos mártires, que, quando as chamas me consumirem, eu não as sentirei”. Seja como for este restolho do meu corpo deve ser consumido por ela, uma dor por algum tempo que será seguida por alegria indizível. Ele, então, retirou seu dedo, a primeira articulação do que foi queimado. Ele acrescentou: “Quando tu andas pelo fogo, não serás queimado.” [em alusão a Isaías 43.2]. Estas palavras permaneceram impressas nos corações de alguns que ouviram, até o dia de sua morte, diz um cronista.

Além do portão da cidade - conhecido como o portão do Bispo - havia um vale, chamado de Pit 'Lollards (Poço dos Lolardos): ele foi cercado de terra no solo, formando uma espécie de anfiteatro. No sábado, dia 19 de agosto de 1531, um grupo de lanceiros veio buscar Bilney, que se encontrava no portão da prisão. A um de seus amigos aproximando-se e exortando-o a ser firme, Bilney respondeu: “Quando o marinheiro vai a bordo de seu navio e lança-se ao mar tempestuoso, ele é jogado para lá e para cá pelas ondas, mas a esperança de chegar a um refúgio de paz o faz suportar o perigo. Minha viagem está começando, mas seja qual forem às tempestades que irei enfrentar, sinto que meu navio, em breve chegará ao porto”.

Bilney passou pelas ruas de Norwich, no meio de uma densa multidão: seu comportamento era solene, suas feições calmas. Sua cabeça tinha sido raspada, e usava uma vestimenta de leigo. Dr. Warner, um de seus amigos, acompanhou-o, outro distribuía esmolas ao longo de todo o caminho. A procissão desceu ao poço dos Lolardos, enquanto os espectadores cobriam as encostas circundantes.

Ao chegar ao local de punição, Bilney caiu de joelhos e orou: e, em seguida, levantando-se, abraçou calorosamente a estaca e beijou-a. Voltando os olhos para o céu, em seguida repetiu o Credo dos Apóstolos, e quando ele confessou a encarnação e crucificação do Salvador, sua emoção foi tanta que até mesmo os espectadores ficaram comovidos. Recuperando-se, ele tirou sua vestimenta, e subiu ao monte, recitando o salmo cento e quarenta e três. Três vezes ele repetiu o segundo verso: “Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente”. E depois acrescentou: “Eu estendo as minhas mãos a ti, a minha alma tem sede de ti.” Voltando para os policiais, ele disse: “Vocês estão prontos”? - “Sim”, foi à resposta. Bilney colocou-se contra o poste, e segurou a corrente em que ele estava amarrado. Seu amigo Warner, com os olhos cheios de lágrimas, deu uma última despedida. Bilney sorriu gentilmente para ele e disse: “Doutor, pasce gregem tuum”. [Doutor, alimente o seu rebanho], que quando o Senhor vier, Ele poderá achar você o servindo. Vários monges que tinham dado provas contra ele, percebendo a emoção dos espectadores, começaram a tremer, e sussurraram ao mártir: “Essas pessoas vão acreditar que somos a causa de sua morte, e vão reter as suas esmolas”. Ao que Bilney disse-lhes: “Boas pessoas, não fiquem com raiva destes homens, por minha causa, como se eles fossem os autores de minha morte, eles não são”. Ele sabia que a sua morte fazia parte da vontade de Deus. A tocha foi aplicada à pilha: o fogo ardeu por alguns minutos, e então de repente queimando ferozmente, o mártir foi ouvido pronunciando o nome de Jesus várias vezes, e às vezes a palavra 'Credo' ['Eu acredito']. Um vento forte que soprou as chamas de um lado para o outro prolongou sua agonia; três vezes elas pareciam se afastar dele, e três vezes elas voltaram, até que finalmente toda a pilha acendeu, e ele expirou. 


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Fonte: Puritans Sermons
Tradução: César Augusto Vargas Américo
Divulgação: Bereianos


Sobre Thomas Bilney:

Thomas Bilney nasceu perto de Norwich em 1495. Ele era muito estudioso e, em Oxford, obteve o grau de doutor em leis em 1519 e foi ordenado sacerdote. Mas nem o estudo e nem sua ordenação lhe trouxe paz alguma. Ele estava tentando abençoar o descanso de sua alma através das boas obras, ir à missa, comungar, negando seus apetites e religião morta; porém nada funcionava.

Então, um dia ele abriu um exemplar do recém-traduzido Novo Testamento em grego, uma tradução proibida pela Igreja Católica. Se trancou em seu quarto e o primeiro versículo que lhe chamou atenção foi no primeiro capítulo da Primeira Carta do Apóstolo Paulo à Timóteo, onde escreve: "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." (v. 15)

Thomas Bilney percebeu que, se Jesus Cristo pode salvar alguém como Paulo que, antes era um bravo, violento, inimigo, assassino arrogante do evangelho, mesmo assim havia esperança para ele. A respeito desse momento assim escrito: "Esta sentença, através da instrução de Deus e trabalhando no meu interior... Fez animar o meu coração, sendo antes ferido com a culpa de meus pecados, e sendo quase em desespero; que mesmo imediatamente me pareceu até interiormente para sentir um conforto maravilhoso e com tranquilidade; de modo que meus ossos machucados saltaram de alegria!"

Bilney era um homem quieto, mas ele começou a orar para que outros possam vir a Cristo. Deus o usou para levar alguns dos professores de Oxford a Cristo, e muitos outros que seriam os grandes líderes da Reforma Inglesa - uma revolução que trouxe a tão necessária liberdade religiosa; quando ele compartilhou o evangelho que contou sua história pessoal e, muitas vezes apontou-lhes a 1a Timóteo 1.15, o versículo que mudou sua vida.

Ele foi preso por pregar o evangelho da salvação pela fé em Cristo, e seria queimado na fogueira por seu compromisso com Jesus, mas por esta altura já era tarde demais. Muitos tinham sido mudados e inspirados por seu testemunho. "As rodas da Reforma Inglesa estava rolando".

O testemunho de Paulo mudou a vida de Bilney. O testemunho de Bilney mudou a vida de muitos outros. Qual é o seu testemunho? Uma das melhores maneiras de compartilhar o evangelho é através da partilha de seu testemunho pessoal. Ela vai encorajar outros e dirão: "Se Deus pode mudar ele ou ela, sei que Ele pode me mudar também". Assim, humilhar-se. Seja transparente. Peça a Deus para ajudá-lo a ver a sí mesmo como um pecador, salvo e perdoado pela graça e de graça. Em seguida, abra a boca e comece a contar de como sua vida foi mudada e veja o que Deus fará.

Enquanto pregava em Ipswich em 28 de Maio de 1527, foi preso. E o mês de novembro seguinte foi levado perante Bispos do Tribunal de Westminster. Para Bilney foi dada uma escolha: a abjurar o que ele havia pregado ou morrer na fogueira. Curthbert Tunstall, bispo de Londres, que tinha o controle do processo, foi mais relutante para encontrar Bilney culpado, e tentou convencê-lo a se retratar. Durante dois dias, sob intensa pressão de Tunstall e amigos bem-intencionados, Bilney estava resoluto em suas convicções. Então, finalmente, em um estado confuso e cansado de espírito, ele se retratou, acreditando que seus amigos tem o melhor juízo. Ele argumentou que, se ele abjurou e salvou sua vida, ele ainda pode servir a Deus. Em 07 de Dezembro, foi Bilney desfilar na humilhação perante o Conselho de Bispos e levado de volta para a prisão a cumprir sua penitência.

Embora definhando na prisão, a mente de Bilney foi preenchido com remorso sobre a sua ação. Seu coração se afundou na escuridão e no desespero, como o escritor do Salmos 51, ele experimentou uma profunda prisão da alma. Por dois anos, Bilney habitou nas masmorras de St Paul's Cross, mais um prisioneiro de sua própria consciência do que da igreja. Foi só uma noite em 1531, quase um ano após o retorno à prisão de Cambridge que, em palavras de Latimer, ele tornou-se como uma ressurreição dos mortos. Bilney resolveu resgatar os anos perdidos e, como seu Mestre, disse aos seus amigos que ele iria "subir a Jerusalém e deve vê-los mais". Chegando em Norfolk, ele pregou com grande unção proclamando: "Essa doutrina, que uma vez eu falei é a verdade. Que meu exemplo sirva de lição a todos que me escutam". Sem medo, ele pregou o evangelho distribuindo Novos Testamentos e colocando expostos os erros de Roma.

Não demorou muito para Bilney ser preso, julgado em Norwich, e enviado a Londres para execução.


Extraído de: Protestantismo.com.br

Leia também outra biografia, disponível aqui! (em Inglês).
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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Eu creio nos 5 Solas da Reforma

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Por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Somos uma igreja herdeira da Reforma protestante do século XVI. Os 5 pilares da nossa herança são:

               Sola Scriptura: somente a Escritura Sagrada
               Solus Christus: somente em Cristo
               Sola gratia: somente a graça
               Sola fide: somente a fé
               Soli Deo gloria: somente a Deus toda glória


1. Somente a Escritura Sagrada: é a nossa única fonte e regra de fé e prática.

O calvinismo possui o seu sistema doutrinário centrado na Escritura Sagrada. Desde a Reforma do século XVI foi ensinada a doutrina da sola Scriptura – ou seja, que a Escritura é a única fonte e regra de autoridade. Entretanto, a autoridade da Escritura resultado do fato dela ser a Palavra de Deus. John H. Armstrong corretamente observa que “a autoridade é encontrada no próprio Deus soberano. O Deus que ‘soprou’ as palavras por meio dos escritores humanos está por trás de toda afirmação, toda doutrina, toda promessa e toda ordem contidas na Escritura”.[1] Se rejeitarmos a Escritura Sagrada estamos desprezando a vontade preceptiva de Deus.

A Bíblia tem autoridade porque ela é revelação da vontade de Deus. Por isso, “as inspiradas Escrituras, revelando a vontade transcendente de Deus em forma escrita e objetiva, são a regra de fé e conduta através da qual Jesus exerce sua autoridade divina na vida do crente.”[2] Em outras palavras, esta doutrina significa que a base da nossa doutrina, forma de governo de igreja, culto e todas as esferas da vida, não se fundamentam no tradicionalismo, no subjetivismo, no relativismo, no pragmatismo, ou no pluralismo, mas é extraída somente na Escritura Sagrada. Cremos que suficientemente ela é a verdade absoluta, porque somente a Escritura é a Palavra de Deus (2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:19-20).

2. Somente Cristo: o único mediador da nossa salvação.

O nosso Senhor Jesus se fez um de nós para ser o nosso substituto. Ele é o nosso único representante diante de Deus. O Pai firmou o pacto da redenção que estipulava que o Filho viesse ao mundo para cumprir a sua vontade (Jo 4:34; 6:38-40; 10:10). A Confissão de Fé de Westminster declara que

aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.[3]

Não temos outro mediador pelo qual possamos ser reconciliados com Deus, a não ser Jesus Cristo (At 4:11-12; 1 Tm 2:5). A sua obra lhe confere autoridade para declarar justo todos quantos o Pai lhe deu (Jo 6:37,39,65). Toda a obra expiatória de Jesus é suficiente para a nossa salvação (Rm 8:1). Somente através da perfeita obra de Cristo seremos salvos. A nossa culpa e merecida condenação caiu sobre ele (Hb 2:10). A sua obediência ativa cumpriu todas as exigências da Lei, bem como submetendo passivamente à condenação, fez com que pela sua humilhação, obtivesse plena satisfação da justiça de Deus. O Pai retirou o seu consolo e derramou sobre Cristo a sua ira divina, punindo nele o nosso pecado. As nossas iniquidades estavam sobre o Filho, e a justa ira de Deus veio sobre o nosso pecado na cruz (Hb 2:10). Jesus tornou-se amaldiçoado em nosso lugar sobre o madeiro (2 Co 5:21). O Filho de Deus sofreu os tormentos do inferno intensivamente na cruz, o que sofreríamos extensivamente na eternidade. Cremos que a sua morte expiatória na cruz satisfez a justiça de Deus e, eliminou completamente a nossa condenação futura (Rm 3:24-25), redimindo-nos de todos os nossos pecados (Ef 1:7).


3. Somente a graça: a única causa da nossa aceitação.

Cremos que a salvação do homem não é resultado de algum mérito pessoal (Rm 3:20, 24, 28; Ef 2:1-10). Todo ser humano possui uma disposição moral totalmente corrompida, de modo que, ele é incapaz de satisfazer perfeitamente a Lei de Deus (Tg 2:8-10). O empenho de merecer a salvação pelas boas obras somente resulta em condenação. Sem a graça a nossa predisposição natural é somente para o pecado (Rm 7:13-25).

A Escritura nos revela que todo ser humano em seu estado natural é inimigo de Deus (Rm 3:23; 5:10). O teólogo puritano Stephen Charnock observou que “todo pecado é uma espécie de amaldiçoar a Deus no coração. O homem tenta destruir e banir Deus do coração, não realmente, mas virtualmente; não na intenção consciente de cada iniquidade, mas na natureza de cada pecado.”[4] A dureza de coração lhe é normal, porque ele está rígido como uma pedra (Ez 36:26-27).

O livre arbítrio perdeu-se com a Queda.[5] Esta capacidade de agir contrário à própria natureza foi perdida com a escravidão do pecado. No início, Adão criado em santidade, foi capaz de escolher contrário à sua inclinação natural de perfeita santidade e, decidiu pecar. O primeiro homem livremente passou a agir de acordo com a escravidão dos desejos mais fortes da sua alma corrompida pela iniquidade. Ele é livre, mas a sua liberdade é usada tendenciosamente para pecar conforme os impulsos de sua inclinação para o pecado. Se ele for deixado para si mesmo, ele sempre agirá de acordo com a sua disposição interna, ou seja, naturalmente escolherá pecar (Rm 1: 24-32; 3:9-18; 7:7-25; Gl 5:16-21; Ef 2:1-3).

A nossa salvação é resultado da ação da livre e soberana graça do nosso Deus. AConfissão de Fé de Westminster declara que

todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso, dispostos pela sua graça.[6]

Somente a ação soberana e eficaz do Espírito Santo é capaz de regenerar corações implantando uma nova disposição santa. O resultado é a libertação da escravidão do pecado. Esta obra Deus a realiza pela graça somente.


4. Somente a fé: é o único instrumento de posse da nossa salvação.

A fé é o meio normal pelo qual o Espírito Santo aplica o processo da salvação nos eleitos. Entretanto, devemos lembrar que a fé é dom de Deus e não uma virtude humana (Rm 4:5; 10:17; Ef 2:8-9; Fp 1:9). O Breve Catecismo de Westminster define este dom: “fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho.” OCatecismo de Heidelberg esclarece que

a verdadeira fé é a convicção com que aceito como verdade tudo aquilo que Deus nos revelou em sua Palavra. É também a firme certeza de que Deus garantiu – não só aos outros como também a mim – perdão de pecados, justiça eterna, e salvação por pura graça e somente pelos méritos de Cristo. O Espírito Santo realiza essa fé em meu coração por meio do evangelho.[7]

Por isso, a teologia reformada entende que a verdadeira fé é o resultado de um iluminado conhecimento, da plena concordância verdade e da firme confiança na Palavra de Deus.


A justificação vem pela fé somente na obra de Cristo. Nenhum homem pode ser salvo, a não ser que creia na expiação realizada por Cristo, confiando exclusivamente nele (Rm 1:17; Tt 3:4-7; 1 Jo 5:1). A justiça de Cristo que é imputada sobre nós concede, garante e mantém-nos aceitos na comunhão eterna de Deus.

A verdadeira fé conduz as boas obras que evidenciam a salvação e glorificam a Deus. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca está sozinha. A fé salvadora produz amor prático ao próximo, santidade pessoal em obediência à Palavra de Deus. A Escritura Sagrada declara que “pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10).

5. Somente a Deus toda glória: o único objetivo da nossa salvação.

Cremos no único Deus, que é Senhor da história e do universo, “que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11). É nossa convicção que a finalidade principal da vida não é necessariamente o bem-estar, a saúde física, a prosperidade, a felicidade, ou mesmo a salvação do homem, mas, a glória de Deus e na manifestação de todos os seus atributos. Johannes G. Vos comentando o Catecismo Maior de Westminster observa que “quem pensa em gozar a Deus sem o glorificar corre o risco de supor que Deus existe para o homem, e não o homem para Deus. Enfatizar o gozar a Deus mais do que o glorificar a Deus resultará num tipo de religião falsamente mística ou emocional.”[8] Deus não existe para satisfazer as necessidades do homem, embora ele o faça por amor de si mesmo (Ez 20:14). O homem foi criado para o louvor da glória de Deus (Rm 11:36; Ef 1:6-14).[9]

É verdade que a glória de Deus transcende ao nosso entendimento, mas ela pode ser percebida pela sua manifestação na criação e pela revelada Palavra da Deus. João Calvino no início de suas Institutas escreve que

a soma total da nossa sabedoria, a que merece o nome de sabedoria verdadeira e certa, abrange estas duas partes: o conhecimento que se pode ter de Deus, e o de nós mesmos. Quanto ao primeiro, deve-se mostrar não somente que há um só Deus, a quem é necessário que todos prestem honra e adorem, mas também que Ele é a fonte de toda verdade, sabedoria, bondade, justiça, juízo, misericórdia, poder e santidade, para que dele aprendamos a ouvir e a esperar todas as coisas. Deve-se, pois, reconhecer, com louvor e ação de graças, que tudo dele procede.[10]

Mas, por que a nossa felicidade depende da glória de Deus? Simplesmente porque a nossa dignidade e satisfação dependem de vivermos sem a insensatez, vícios e destruição causados pelo pecado. Somente quando obedecemos à vontade de Deus, segundo as Escrituras, podemos andar aceitáveis em sua presença e desfrutar dos benefícios das suas promessas. Aurélio Agostinho em sua obra Confissões declarou que “Tu o incitas para que sinta prazer em louvar-te; fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti.”[11] Assim, quanto maior for a nossa satisfação em Deus, ele será mais glorificado em nós!


O soberano Senhor não compartilha a sua glória com ninguém! O nosso orgulho é uma ofensa gravíssima ao nosso Deus. Não é em vão que ele denúncia a sua rejeição aos soberbos (Tg 4:6-10). Somente ele é o Altíssimo, enquanto o pecador consegue em suas fúteis pretensões ser apenas uma ilusória altivez. Não podemos esquecer de que somos chamados para ser servos do seu reino, e de que toda a abrangência de nossa vida está ao seu serviço (Rm 11:36).

O profeta Jeremias disse que assim diz o SENHOR: não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. (Jr 9:23-24). Assim, em compromisso, confessamos que “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.” (Rm 11:36).

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NOTAS:
[1] John H. Armstrong, “A autoridade da Escritura” in: Bruce Bickel, ed., Sola Scriptura numa época sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2000), p. 90.
[2] Carl F.H. Henry, “A autoridade da Escritura” in: Philip W. Comfort, ed., A origem da Bíblia (Rio de Janeiro, CPAD, 1998), p. 28.
[3] Confissão de Fé de Westminster VIII.1.
[4] Stephen Charnock, The Existence and the Attributes of God (Grand Rapids, Baker Books, 2000), vol. 1, p. 93.
[5] A tradição agostiniana/calvinista interpreta a doutrina do livre arbítrio da seguinte forme: “o livre arbítrio é dividido em quatro modos, por causa dos quatro estados do homem. No primeiro estado a vontade do homem era livre para o bem e para o mal. No estado caído o homem é livre somente para o mal. O homem nascido de novo, ou o homem em estado de graça, é livre do mal e para o bem, pela graça de Deus somente, mas imperfeitamente. No estado de glória ele será perfeitamente livre do mal para o bem. No estado de inocência o homem era capaz de não pecar [posse non peccare]. No estado de miséria ele é incapaz de não pecar. No estado de graça, o pecado não pode governar o homem. No estado de glória ele se tornará incapaz de pecar.” Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, ed., Reformed Dogmatics (Grand Rapids, Baker Books, 1977), p. 65. Este manual de teologia de Wollebius [1586-1629] influenciou os teólogos que elaboraram os Padrões de Westminster.
[6] Confissão de Fé de Westminster, X.1.
[7] Catecismo de Heidelberg, Domingo 7, perg./resp. 21.
[8] Johannes G. Vos, Catecismo Maior de Westminster Comentado (Editora Os Puritanos), pág. 32.
[9] Breve Catecismo de Westminster, perg./resp. 1.
[10] João Calvino, Institutas, (edição estudo de 1541), vol. I, p. 55.
[11] Santo Agostinho, Confissões (Editora Paulus), vol. 10, p. 19.

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Fonte: Estudantes de Teologia
Via Bereianos

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