Leitura bíblica: Marcos 15.21
Introdução:
Entendemos que há uma grande diferença entre os dois(envolvido x comprometidos). Para exemplificar vou contar a estória do porco e da galinha. “Conta-se, que há muito tempo, em uma determinada fazenda, certo dia, os animais resolveram fazer uma festa para o fazendeiro; a discussão durou horas, pois os porcos achavam que deveriam fazer a melhor festa, pois, assim, chegariam ao coração do duro e mau fazendeiro, já as galinhas, achavam que deveriam fazer qualquer coisa ou uma festa qualquer, vez que, por ser duro e mau, era isso que o fazendeiro merecia. Após algumas horas de discussão, resolveram finalmente, que começariam os preparativos da festa pela escolha do cardápio, sendo logo apresentada a sugestão das galinhas de que fosse servido na festa ovos com bacon, o que, sem nenhuma discussão foi de pronto aceito pelos porcos”.
Pensem então, nessa história: quem demonstra estar apenas ENVOLVIDO¿ e que demonstra estar COMPROMETIDO¿.
A próxima vez que vocês forem comer ovos com bacon lembre-se disto: a galinha estava envolvida, mas o porco estava comprometido. Visando sempre a afirmação paulina em Filipenses 1.12: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho”;
No texto de Marcos 15.21 encontramos um homem que raramente é mencionado do púlpito das igrejas: Simão, pai de Alexandre e de Rufo, proveniente de Cirene, norte da África. Pouco, ou quase nada, sabemos a respeito deste homem. Contudo, considerando a história da época e alguns detalhes mencionados no texto, podemos ter uma ideia de quem ele era. Talvez ele fosse um prosélito (um gentio convertido ao judaísmo), ou talvez um judeu africano. Seu nome, Simão, era judeu. Ele certamente viajou a longa distância entre Cirene e a Palestina a pé, com intuito de passar a Páscoa em Jerusalém e oferecer sacrifícios a Deus no templo construído por Herodes. Sabemos mais uma coisa desse Simão: é que ele estava trabalhando. Para financiarem as despesas de viagem e de estadia, era comum ao judeu que peregrinava para Jerusalém arranjar um emprego temporário quando chagava a Israel.
Simão estava trabalhando arduamente no campo. Por volta de uma hora da tarde, quando volta a Jerusalém, encontra-a com um clima diferente. Uma multidão se encontra nas ruas. Simão tenta passar pela multidão se acotovelando e se espremendo no meio do povo, para saber o que estava acontecendo. Finalmente ele consegue avançar e observa uma procissão de soldados. Quando termina esta procissão, começa uma procissão macabra, sinistra: três homens estão carregando mastros de cruz. Do pescoço de cada um deles pende uma plaqueta indicando o crime que cometeram. Naquele instante, um dos soldados, sem aviso, arrasta Simão Cireneu do lugar onde está para o meio da procissão, e ordena que ele carregue o mastro da cruz do terceiro homem até o alto do monte que em Hebraico se chama Gólgota, e que ficou conhecido por Calvário. Ao ser arrastado pelo guarda, é muito provável que tenha subido ao coração de Simão o seguinte questionamento: “Por que eu?” Tanta gente aqui na beira da calçada! Por que justo eu fui escolhido? O que eu tenho a ver com esse criminoso, envergado pelo peso da cruz que carrega? O que eu tenho a ver com ele? Por que devo envolver-me? Passei o dia trabalhando no campo. Estou cansado, as minhas mãos calejadas, meu corpo suado e mal-cheiroso. Por que me envolver? Por que eu?” As razões pelas quais Simão foi escolhido naquele dia podem nos trazer uma luz para que você e eu também respondamos em nosso coração porque devemos nos comprometer mais com a obra de Cristo.
A vida de Simão Cireneu nos lembra de algumas razões pelas quais devemos nos comprometer:
1ª) QUANDO SE TRATA DE CHAMADO E VOCAÇÃO, NÃO EXISTE ACASO, COINCIDÊNCIAS, EXISTE PROPÓSITO.
Simão não foi escolhido por acaso, mas por que havia um propósito de Deus naquilo. Simão não ia simplesmente ajudar um homem a carregar sua cruz. Ele estava fazendo parte de uma engrenagem, de um plano maravilhoso cuja dimensão ele nem podia imaginar. O que podemos ver ali a soberana providência na vida daquele homem. Simão tornava-se ali uma peça importante na obra da salvação da humanidade.
Portanto, temos o desafio de discernir em cada uma dessas situações a atuação de Deus e encará-las como oportunidades, certos de que Deus é soberano Ele sabe o porque e o para que de tudo que nos acontece. Por isso não podemos ficar nos questionando, pois na nossa caminhada nada acontece por acaso ou sorte, mas em tudo existe um propósito “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”(Romanos 8.28).
2ª) O CHAMADO PARA CARREGAR A CRUZ É “HORA EXTRA”.
Simão estava trabalhando arduamente no campo. Por volta de uma hora da tarde, quando volta a Jerusalém, encontra-a com um clima diferente. Uma multidão se encontra nas ruas. Simão tenta passar pela multidão se acotovelando e se espremendo no meio do povo, para saber o que estava acontecendo. Finalmente ele consegue avançar e observa uma procissão de soldados. Quando termina esta procissão, começa uma procissão macabra, sinistra: três homens estão carregando mastros de cruz. Do pescoço de cada um deles pende uma plaqueta indicando o crime que cometeram. Naquele instante, um dos soldados, sem aviso, arrasta Simão Cireneu do lugar onde está para o meio da procissão, e ordena que ele carregue o mastro da cruz do terceiro homem até o alto do monte que em Hebraico se chama Gólgota, e que ficou conhecido por Calvário.
Simão era um dos milhares de judeus de outros países que se dirigiam a Jerusalém para celebrar as festas (At 2:5-11). Havia percorrido mais de 1.200 quilômetros desde a África para comemorar a Páscoa, e agora estava sendo humilhado no dia mais santo de todos! O que diria a sua família quando voltasse para casa?
Aquilo que pareceu uma tragédia para Simão, na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa de aproximar-se de Jesus Cristo. (A propósito, onde estaria o outro Simão- Simão Pedro – que havia prometido a Jesus que o seguiria à prisão e até à morte?) Temos bons motivos para crer que esse encontro com Jesus levou Simão a se converter.
Numa das cartas sempre simpáticas que enviava para sua mãe, Harry Truman escreveu: “Fui à Casa Branca para ver o presidente e descobri que eu era o presidente”. Simão foi a Jerusalém celebrar a Páscoa (At 2:10; 6:9) e acabou se encontrando com o Cordeiro Pascal! Temos bons motivos para concluir que Simão creu no Salvador e, ao voltar para casa, levou seus dois filhos ao Senhor. Sem dúvida, vários dos leitores romanos do Evangelho de Marcos conheciam Alexandre e Rufo (Rm 16:13), e talvez até conhecessem Simão.
A maneira de Marcos referir-se a Simão dá a entender que os leitores deste Evangelho sabiam quem ele era: “pai de Alexandre e de Rufo” (Mc 15:21). Ao que parece, esses dois filhos eram membros bem conhecidos da igreja. É possível que essa experiência humilhante tenha resultado na conversão de Simão, bem como de sua família. Simão foi a Jerusalém para sacrificar seu cordeiro pascal e acabou se encontrando com o Cordeiro de Deus, sacrificado por ele.(Wiersbe)
O texto em tela nos diz que Simão vinha do campo. Que, ao buscar um homem ou uma mulher para realizar a sua obra, Deus possa contar com você, mesmo após o expediente.
A demanda do mercado de trabalho tem afastado os pais e mães de suas famílias e resta às pessoas cada vez menos tempo para as suas famílias, para si mesmas e para Deus. Gastamos quase a totalidade da nossa energia e do nosso potencial para pagar contas.
Quando as pessoas cansadas, esgotadas, ouvem o Senhor pedir que carreguem a cruz, não encontram forças nem tempo para fazê-lo. “Ah, Senhor, escolhe outro, por favor. Não tenho tempo. Sinto-me exausto”. Simão Cireneu foi chamado para carregar a cruz depois do expediente, quando ele voltava do campo.
Antes de seu encontro com Jesus, Simão possuía religiosidade e devoção, mas depois de encontrar-se com Cristo, recebeu comunhão real e salvação. Naquele dia, sua vida sofreu uma reviravolta física e espiritual e foi inteiramente transformada. Deus ainda pode usar situações difíceis, até mesmo humilhantes, para conduzir as pessoas ao Salvador.
3ª) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS APENAS POR NÓS MESMOS, MAS TAMBÉM PELA GERAÇÃO QUE NOS SUCEDERÁ.
Simão era um dos milhares de judeus de outros países que se dirigiam a Jerusalém para celebrar as festas (At 2:5-11). Havia percorrido mais de 1.200 quilômetros desde a África para comemorar a Páscoa, e agora estava sendo humilhado no dia mais santo de todos! O que diria a sua família quando voltasse para casa?
Aquilo que pareceu uma tragédia para Simão, na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa de aproximar-se de Jesus Cristo. (A propósito, onde estaria o outro Simão- Simão Pedro – que havia prometido a Jesus que o seguiria à prisão e até à morte?) Temos bons motivos para crer que esse encontro com Jesus levou Simão a se converter.
O texto das Escrituras diz que esse Simão era pai de Alexandre e de Rufo, e há uma clara inferência de que esses irmãos se tornaram pessoas importantes na igreja primitiva. A Bíblia identifica Simão como sendo o pai de Alexandre e Rufo muito provavelmente porque eram bem conhecidos no mundo cristão primitivo.
Gosto de imaginar Simão voltando para Cirene e contando a Alexandre e a Rufo o que acontecera com ele. Leia Romanos 16.13
Há uma nova geração olhando para você. O que estamos ensinando aos nossos filhos e aos rapazes e moças, sentados nos bancos das nossas igrejas? Sabe o que eu quero ensinar a esses jovens? Que a nossa vida não vale pelos bens que possuímos, mas pelo esforço com que nos dedicamos à causa de Cristo.
4ª) O QUE APRENDEMOS E LUCRAMOS NO CUMPRIMENTO DA NOSSA MISSÃO É MUITO MAIS VALIOSO DO QUE O PREÇO QUE ESTAMOS PAGANDO PARA CUMPRI-LA.
Lucas foi meticuloso quando relatou esse episódio: “Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus” (Lucas 23.26). Lucas deixa claro que Jesus seguia na frente. E o que Simão aprendeu, naquela estrada estreita e sinuosa, chamada Via Dolorosa, foi de um significado muito mais rico do que o preço que ele pagou para carregar aquela cruz. Quando chegou no alto do monte do Calvário, deve ter pensado: “Valeu a pena, porque o que eu aprendi com esse homem nunca ninguém vai poder apagar do meu coração”.
Servir a Deus vale à pena, porque andar três ou quatro passos olhando o que Jesus faz é mais glorioso do que caminhar milhares de quilômetros sem ele. Prefiro andar pelo vale da sombra da morte junto com Jesus, como Simão andou, do que andar em verdes pastos, junto a águas tranquilas, sem ter Jesus como companheiro.
Entendemos que compromisso é provavelmente o comportamento mais importante para o verdadeiro cristão. No entanto, compromisso, infelizmente, não é uma palavra popular nos dias de hoje. Pois, vivemos numa sociedade descartável. Se não queremos o bebê, abortamos; se não queremos o cônjuge, nos divorciamos; e se não queremos o vovô, praticamos a eutanásia. E na atualidade com muita tristeza verificamos que muitos cristãos querem ter esta alternativa. Se não querem mais carregar a cruz de Cristo, colocam-na de lado. E assim, se contentam em praticar um falso evangelho. De forma, implícita ou explicita estão contra a obra do Senhor. Pois, dizem que creem em Deus, mas vivem como se ele não existisse.
Uma religiosidade sem compromisso, sem vida, sem testemunho cristão. Porque não falar sem Deus. Olha só o que Deus faz com aqueles que são cristãos nominais: “Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3.16). Comumente notamos no meio evangélico atual, que muitos querem estar envolvidos, mas poucos querem estar comprometidos.
Antes de seu encontro com Jesus, Simão possuía religiosidade e devoção, mas depois de encontrar-se com Cristo, recebeu comunhão real e salvação. Naquele dia, sua vida sofreu uma reviravolta física e espiritual e foi inteiramente transformada. Deus ainda pode usar situações difíceis, até mesmo humilhantes, para conduzir as pessoas ao Salvador.
Para Refletir: Assim, creio que essas razões de Simeão devem estar claras e vivas em nosso caminhar cristão. Pois, as mesmas trazem inspiração e capacitação para que você e eu também respondamos em nosso coração porque devemos nos comprometer mais com a obra de Cristo. Por conseguinte, seja ousado e responda: Você está pronto para carregar a cruz? Você está disposto a ser um cristão comprometido com o Senhor Jesus¿ Se você já teve verdadeiramente um encontro com Cristo, não basta apenas se envolver é preciso ser comprometido com o Senhor e sua obra.
Pr. Carlos Roberto(Bob) e Pr. Eli Vieira