segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A Vida do Rev. José Manoel da Conceição

Resultado de imagem para data da ordenação do pastor José Manoel da Conceição

Por Alderi Souza de Matos

José Manoel da Conceição nasceu na cidade de São Paulo em 11 de março de 1822, tendo sido batizado treze dias depois. Era filho do português Manoel da Costa Santos e da brasileira Cândida Flora de Oliveira Mascarenhas. Dois anos mais tarde, a família mudou-se para Sorocaba, onde o menino foi criado e educado por seu tio-avô, o padre José Francisco de Mendonça. Desejoso de seguir o sacerdócio, foi para São Paulo, onde freqüentou o curso anexo da Academia Jurídica e estudou teologia (1840- 1842). Conheceu o frei Joaquim do Monte Carmelo, que foi seu amigo e defensor até o final da vida. Em abril de 1842 recebeu as ordens menores da Igreja Católica, inclusive a de subdiácono. Pouco depois, ele e o tio-avô apoiaram a Revolução Liberal, o que retardou a sua ordenação. Passou a exercer as suas atividades religiosas em Ipanema, localidade próxima de Sorocaba, onde foi instalada a primeira fundição de ferro do Brasil.

Desde os dezoito anos travou contato com a Bíblia, descobrindo conflitos entre os seus ensinos e certas práticas e doutrinas católicas. Certa vez, ao repreender o seu professor de desenho, o francês Carlos Leão Baillot, por tê-lo visto andar na igreja com o boné na cabeça, ouviu dele palavras que nunca esqueceu: “Menino, aprende em tua Bíblia a distinguir a alegoria da religião. O fim da Bíblia é ensinar-nos a amar a Deus sobre tudo e depois amarmo-nos uns aos outros como bons irmãos, filhos de um só Pai que está no céu. Ouves, meu menino?” Relacionou-se com protestantes e sentiu-se atraído por eles, levado pelo bom testemunho de suas vidas religiosas. Em Ipanema, visitou a família inglesa Godwin e as casas dos alemães, impressionando-se com a maneira respeitosa como guardavam o domingo e com a prática da leitura da Bíblia e de livros religiosos. Fez amizade com o médico dinamarquês Dr. João Henrique Teodoro Langaard, com quem aprendeu alemão, história e geografia.

Em 1844 e 1845, Conceição foi sucessivamente ordenado diácono e presbítero da Igreja Romana, sendo enviado para Limeira. Começou a pregar mensagens evangélicas e a incentivar o povo a ler a Bíblia, sendo apelidado de “padre protestante”. Preocupado com a situação, o bispo D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade passou a transferi-lo com freqüência de uma paróquia para outra: Piracicaba, Monte-Mór, Limeira outra vez, Taubaté, Ubatuba, Santa Bárbara e por fim Brotas, onde chegou em 1860. Nesses anos, Conceição traduziu para os editores protestantes do Rio de Janeiro, os irmãos Laemmert, algumas obras que também o influenciaram, como a Nova História Sagrada do Antigo e Novo Testamento, traduzida em Ubatuba (1856). Esses editores faziam vir da Europa livros que ele encomendava e lhe ofereciam outros, conhecendo as suas tendências reformistas.

No primeiro semestre de 1863, Conceição escreveu ao novo bispo, D. Sebastião Pinto do Rego, sobre as suas lutas espirituais e foi nomeado vigário da vara, um cargo administrativo sem funções sacerdotais. Comprou um sítio junto ao rio Corumbataí, perto de Rio Claro, para onde se mudou. No final do mesmo ano, recebeu a visita do Rev. Alexander Latimer Blackford, missionário presbiteriano que acabara de mudar-se para São Paulo e ouvira falar do padre que tinha idéias protestantes. Seguiu-se uma correspondência assídua entre os dois, até que, no dia 19 de maio de 1864, Conceição chegou a São Paulo para encontrar-se com Blackford. Conheceu a esposa deste, Elizabeth, que o convidou sem rodeios a se tornar protestante. Depois de várias palestras longas e proveitosas com o missionário, o sacerdote voltou para casa no dia 24 decidido a abraçar a fé evangélica. Na volta, passou por Campinas e levou a irmã Gertrudes do Amaral – Tudica (1849-1923), com apenas quinze anos, que fora educada pela família Bierrenbach. Foram para Rio Claro, onde Gertrudes se casou no início de junho com José Rufino de Cerqueira Leite – Nhô Zé (1844-1907), irmão do futuro pastor Antônio Pedro.

No dia 23 de setembro, Conceição tornou a ir a São Paulo e foi hospedado por Blackford. Dois dias depois, um domingo, participou pela primeira vez de um culto protestante. No dia 28, obteve uma audiência com o bispo e lhe comunicou que estava deixando o sacerdócio e a Igreja Católica Romana. Uma semana mais tarde, em 4 de outubro, partiu com o missionário para o Rio de Janeiro, deixando em mãos de um amigo a carta de renúncia que devia ser entregue a D. Sebastião. Sua chegada à capital do império causou sensação e quando pregou pela primeira vez, no dia 9, a sala ficou repleta. Fez amizade imediata com o Rev. Ashbel Simonton, que ainda sentia a morte da esposa ocorrida há três meses. No dia 23 de outubro de 1864, Conceição fez a sua pública profissão de fé e foi batizado pelo Rev. Blackford. O Rev. Simonton proferiu breves palavras e o ex-padre explicou aos presentes o passo que havia dado. A série de conferências que fez foi o seu primeiro trabalho como evangélico. Sendo culto e eloqüente, a sua conversão causou consternação no clero católico. Passou a colaborar com os missionários na redação do jornal Imprensa Evangélica, cujo primeiro número foi lançado ao público no dia 5 de novembro.

Pouco depois, sem avisar, Conceição partiu repentinamente, regressando a Brotas, onde viviam a irmã Gertrudes e seu esposo José Rufino. Debatia-se com uma grave crise de consciência por causa da sua vida anterior. Depois de algumas viagens com os missionários e de muitos esforços pacientes dos mesmos no sentido de tranqüilizá-lo, superou o sentimento de culpa que o atormentava. Foi então, em meados de 1865, que escreveu a sua bela e inspiradora Profissão de Fé Evangélica. No dia 13 de novembro daquele ano, graças ao seu trabalho evangelístico e à colaboração dos missionários, foi organizada a Igreja Presbiteriana de Brotas, a primeira do interior do Brasil. Blackford recebeu por profissão de fé onze pessoas da família Gouvêa e batizou dez crianças. Conceição apresentou a mensagem e fez uma tocante oração de encerramento.

Nos meses seguintes foram recebidos na igreja vários familiares seus, inclusive Gertrudes e José Rufino, bem como outros membros da família Cerqueira Leite. Desde fins de 1863, Conceição vinha distribuindo folhetos e Bíblias em Brotas e expondo suas dúvidas e novas convicções às famílias Gouvêa e Cerqueira Leite. Em abril e maio de 1865 acompanhara o Rev. George Chamberlain em Brotas e em outubro e novembro, o Rev. Blackford, pregando e ensinando na vila e nos sítios. Outro irmão do ex-padre que veio a se converter foi Venceslau da Costa Santos (Nhô Lau), nascido em 28 de setembro de 1846, que foi presbítero, residiu em Boa Vista do Jacaré e outros locais, e faleceu na Fazenda Olivete, em Torrinha, em junho de 1941. Era casado com Adelaide, filha de Remígio de Cerqueira Leite, um dos irmãos de Antônio Pedro.

No dia 16 dezembro de 1865, os Revs. Simonton, Blackford e Francis Schneider organizaram na cidade de São Paulo o Presbitério do Rio de Janeiro, composto das Igrejas do Rio, São Paulo e Brotas. José Manoel da Conceição foi examinado acerca das suas convicções e considerado apto. No dia seguinte, um domingo, pregou pela manhã o sermão de prova sobre Lucas 4.18-19 e à tarde foi ordenado ministro do evangelho. Blackford fez as perguntas de praxe e Simonton discursou com base em 2 Coríntios 5.20, saudando e exortando o novo pastor. Pouco depois da sua ordenação, Conceição deu início às suas famosas viagens evangelísticas, que eventualmente o levaram até Itapeva (sul de São Paulo), Brotas (oeste), Campanha (sul de Minas) e Barra do Piraí (Vale do Paraíba). Visitou as cidades e vilas onde havia sido pároco e muitas outras, plantando as sementes de futuras igrejas. O Rev. George Landes, em um folheto sobre a evangelização do Paraná, diz que certa vez Conceição visitou a vila de Castro, onde uma de suas irmãs era professora, e pregou em Ponta Grossa.

Em 28 de fevereiro de 1866, dois meses e meio após a ordenação, Conceição partiu de São Paulo pela estrada do sul, passando por Cotia, Una, Piedade, São Roque e Sorocaba, e retornou à capital. A seguir, foi novamente a Sorocaba, onde pregou por muitos dias a auditórios sempre crescentes, e distribuiu Bíblias, folhetos e muitos exemplares daImprensa Evangélica. O primeiro culto foi realizado na casa da família Bertoldo. A seguir, Conceição foi a Porto Feliz, Rio Claro e Brotas, onde pregou na companhia de Schneider e Chamberlain. Após recuperar-se de um problema de saúde, foi para Rio Claro, onde muitas pessoas o ouviram, inclusive o vigário local. Esteve em Limeira, Campinas, Belém de Jundiaí (Itatiba) e Bragança, onde Blackford foi encontrá-lo em 25 de maio. Pregaram a auditórios de cem a duzentas pessoas, sem incidentes. Voltando a São Paulo, tomou a estrada do Rio de Janeiro no início de junho, passando pela Penha, São Miguel, Jacareí e São José dos Campos. Pregou a muitas pessoas no Hotel Figueira, sendo essa possivelmente a primeira vez que a fé evangélica foi anunciada naquela cidade. A seguir passou por Caçapava, Taubaté (onde fora vigário), Pindamonhangaba, Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Queluz, Resende, Barra Mansa e Piraí, onde tomou o trem, chegando ao Rio em 29 de junho para a reunião do presbitério, ao qual prestou relatório. Todo esse enorme trabalho foi realizado em apenas quatro meses, sendo a maior parte do trajeto percorrida a pé.

No ano presbiterial de 1866-1867, após retornar a São Paulo, pregou nas cidades onde já estivera e em muitas outras. Escrevendo em 30 de agosto, o aspirante ao ministério Antônio Pedro afirmou: “O nome do padre José Manoel está espalhado pelo universo; não há lugar onde se passe que não falem em seu nome”. Passou dois meses em Brotas, que também recebeu a visita de Blackford, Emanuel Pires e Schneider. Em janeiro e fevereiro de 1867, visitou vários pontos do Vale do Paraíba na companhia de Blackford. Em março, seguiu para Minas Gerais na companhia de Miguel Torres, visitando Ouro Fino, Borda da Mata, Pouso Alegre e Santana do Sapucaí. Em Borda da Mata, pregou três vezes no sítio de Antônio Joaquim de Gouvêa, parente dos crentes de Brotas. As sete reuniões realizadas em Pouso Alegre foram muito concorridas. Em 23 de abril de 1867 o jornal Correio Paulistano publicou a “Sentença de Excomunhão e Exautoração” contra o ex-padre. No mês seguinte, os jornais publicaram a resposta do Rev. Conceição, um verdadeiro manifesto evangélico. Em junho ele publicou a sentença e a respectiva resposta em um livreto que teve grande divulgação. Seguiu então novamente para o Rio de Janeiro. Tendo chegado pouco antes da reunião do presbitério (11 a 16 de julho), pregou em Copacabana, São Cristóvão, Cascadura, Maxambomba, Macacos e Serra, estações da estrada de ferro. Na reunião presbiterial, leu um texto intitulado “O Brasil necessita da pregação do evangelho?”

Como a sua saúde inspirava cuidados, os missionários o incentivaram a ir aos Estados Unidos, o que ele fez no início de agosto, lá permanecendo quase um ano. Partiu em 3 de agosto no navio Eclipse e chegou a Nova York em 12 de setembro. Apresentou ao Dr. David Irving, secretário da Junta de Missões, uma carta de recomendação de Simonton, e passou alguns dias com Chamberlain, que angariava donativos para a construção do templo do Rio. Este o levou para conhecer as igrejas portuguesas de Springfield e Jacksonville, no Illinois, nas quais Conceição trabalhou durante oito meses e onde aplicou os seus conhecimentos de medicina. Iria corresponder-se com essas igrejas até pouco antes do seu falecimento. As mesmas haviam enviado ao Brasil o Rev. Emanuel Pires e logo enviaram os Revs. Robert Lenigton e João Fernandes Dagama. Nessa estadia nos Estados Unidos, Conceição fez a revisão de uma tradução do Novo Testamento para a Sociedade Bíblica Americana e traduziu artigos e folhetos para a Sociedade Americana de Tratados. De regresso a Nova York, Irving e Chamberlain o acompanharam ao vapor Mississippi, no qual embarcou no dia 23 de junho de 1868, chegando ao Rio de Janeiro em 20 de julho. No dia 1° de agosto, embarcou com Blackford e Schneider para Santos, a fim de participar da reunião do presbitério em São Paulo (5 a 8 de agosto).

Após a reunião presbiterial, Conceição tomou o caminho do sul, passando por Cotia, São Roque, Sorocaba, Campo Largo, Alambari e Itapetininga. No início de outubro retornou a São Paulo e foi para o Rio de Janeiro. Acompanhou Chamberlain no vapor Parati ao litoral fluminense, visitando Angra dos Reis e Parati. Dali subiram a serra, passando por Cunha e Lorena, onde houve perseguição. Seguiu então para São Paulo, visitando as principais cidades e vilas do Vale do Paraíba. Na capital paulista, foi hospedado pelos Revs. Pires e McKee. No dia 15 de janeiro de 1869 partiu para Atibaia, Bragança, Amparo e Socorro. Esteve também em São José dos Campos e outros locais. Em julho voltou a São Paulo para a 5ª reunião do Presbitério do Rio de Janeiro (12-18 de agosto), a última a que compareceu. O trabalho havia mudado durante a sua ausência no exterior. A ênfase era outra: não mais o febril desbravamento, mas a consolidação em torno de alguns centros. Seu relatório foi considerado demasiado longo e recebido com certo desinteresse.

A partir de agosto de 1869, Conceição voltou a ser um solitário. Não se sentia atraído pelas estruturas e formalidades eclesiásticas. Preferia continuar viajando e pregando, apesar da saúde cada vez mais precária. Nunca mais teve companheiros de estrada; nunca mais compareceu ao presbitério nem lhe prestou relatório. Tornou-se um estranho para os próprios amigos, que raramente sabiam onde ele se achava. Era afligido periodicamente por sérias crises de depressão, que foram, no dizer de um autor, o seu “espinho na carne”. Em 21 de setembro de 1869, escreveu de São Paulo à irmã e ao cunhado dizendo-se doente “com umas feridas grandes e dolorosas” e impossibilitado de viajar. Em 6 de março de 1870 ministrou a Ceia na Igreja de São Paulo em companhia do Rev. McKee e no dia 14 oficiou no sepultamento do Rev. William D. Pitt. Em julho de 1872 esteve no Rio de Janeiro; em agosto e setembro foi visto em Queluz e depois em Caldas, Campanha e outros pontos de Minas; de outubro a dezembro andou por Areias e Mambucaba, no litoral de São Paulo. No primeiro semestre de 1873, esteve em Queluz, São Paulo, Rio de Janeiro, Piraí, Campo Belo e Caraguatatuba, entre outros locais. Tornou-se uma figura lendária nas estradas. Em muitos lugares, enfrentou tremendas perseguições e injúrias. Em Pindamonhangaba, um homem foi ouvi-lo para o insultar, mas a prédica versou sobre o Filho Pródigo e ele chorava a ausência de um filho querido. Numa fazenda, o dono o interrompeu, perseguiu-o pela estrada com um chicote e açulou os cães contra ele, deixando-o gravemente ferido. Em 1872, na cidade de Campanha, foi apedrejado por uma turba e deixado como morto na estrada.

O Rev. Conceição exerceu o seu ministério de maneira sacrificial e abnegada. Seu método era ir de vila em vila e de casa em casa, pregando, lendo e expondo a Bíblia. Vivia como um nômade, pregando em toda parte e experimentando toda sorte de privações, que lhe prejudicaram a saúde. Passava a noite em qualquer lugar que lhe oferecessem e, em sinal de reconhecimento, servia de enfermeiro a algum doente ou prestava pequenos serviços, como varrer e lavar. Alimentava-se de maneira frugal e o seu único vestuário era o que lhe cobria o corpo. Nas longas peregrinações, ocupava as horas vagas escrevendo a lápis sermões, traduzindo artigos e fazendo anotações curiosas sobre tudo o que observava. Quando se demorava por algum tempo em algum local onde podia dispor de comodidade, passava a limpo os seus sermões, hinos, notas e traduções, empregando em tudo muito método, clareza e uma bela caligrafia. Todos esses papéis ele levava consigo embrulhados em um pano, até poder dar-lhes o destino apropriado, enviando uns aos amigos e outros à redação da Imprensa Evangélica. Tinha uma presença nobre e atraente, voz harmoniosa, grande eloqüência e pureza de vida. O pouco que possuía, dava aos pobres.

Na reunião do presbitério em agosto de 1873, decidiu-se que Conceição devia fixar residência no Rio de Janeiro para cuidar da saúde. Em dezembro, ele finalmente dirigiu-se só e a pé para aquela cidade, onde o Rev. Blackford alugara uma casa aprazível em Santa Teresa para ele descansar. Perto de Piraí, indo à estação da via férrea, anoiteceu e ele buscou abrigo numa casa à beira da estrada. Um policial, vendo-o descalço e mal-vestido, o levou preso como indigente. Nos três dias que passou na prisão, gastou os seus últimos recursos, tendo de seguir a pé para a capital. Ao aproximar-se da cidade, às quatro horas da tarde do dia 24, caiu desfalecido à beira do caminho, na estrada da Pavuna. Foi levado para a enfermaria militar do Campinho, onde recebeu carinhosa assistência. Mudaram-lhe as roupas e lhe deram um caldo; só respondia com monossílabos e movimentos da cabeça. Pediu para “ficar só com Deus”. Naquela madrugada, 25 de dezembro de 1873, o Rev. Conceição morreu enquanto dormia. O major Augusto Fausto de Souza, diretor da enfermaria militar, e o subdelegado Honório Gurgel do Amaral coordenaram os preparativos para o enterro. Ia ser sepultado como indigente quando chegou o futuro candidato ao ministério Cândido Joaquim de Mesquita, enviado pelo Rev. Blackford em busca de notícias. No mesmo dia, o Rev. Conceição foi sepultado condignamente no cemitério da matriz de Irajá.

O bispo D. Pedro Maria de Lacerda soube do ocorrido e repreendeu com veemência os sacerdotes responsáveis pelo sepultamento, que alegaram não saber que se tratava do excomungado José Manoel da Conceição. Três anos mais tarde, antes de vencido o prazo legal de cinco anos, seus ossos foram exumados e transferidos para São Paulo, sendo sepultados ao lado do túmulo de Simonton, no Cemitério dos Protestantes. Sua lápide tem dois versículos que bem descrevem o seu ministério: “Não me envergonho do Evangelho de Cristo” (Rm 1.16) e “Me alegro nos sofrimentos por seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). O diretor da enfermaria militar, major Fausto de Souza, anos depois veio a converter-se e escreveu uma biografia desse herói da fé, publicada na Imprensa Evangélica de janeiro e fevereiro de 1884, na forma de suplemento, sob o título “Ex-padre José Manoel da Conceição”.

Conceição deixou muitos filhos espirituais, cujos descendentes atuam até hoje na Igreja Presbiteriana do Brasil. Dois exemplos entre tantos, além dos Gouvêa e dos Cerqueira Leite, são as famílias Barbosa Martins (Rev. Wadislau Martins Gomes) e Campos (D. Aurora de Campos Kerr, Rev. Heber Carlos de Campos). Colaborou na Imprensa Evangélica com artigos e sermões, alguns dos quais foram reproduzidos em um suplemento do Brasil Presbiteriano em 1972, no sesquicentenário do seu nascimento (“A devoção doméstica”, “A ilustração”, “O evangelho”, “O endurecimento do coração” e “A última ceia do Senhor”). Deixou também alguns hinos, dentre os quais “Amar-te, Jesus, e crer-te”, “Oh! Se me fora possível”, “Dou de mão à vaidade” e “Escreve tu com própria mão”, o escrito “As exéquias de Abraão Lincoln, presidente dos Estados Unidos” (1865) e algumas cartas. Era versado em matemáticas e ciências físicas e naturais; conhecia francês, inglês, latim e alemão.

Em sua homenagem, a instituição fundada em 1928 pelo Rev. William A. Waddell em Jandira, nos arredores de São Paulo, recebeu o nome de Instituto José Manoel da Conceição, nome esse preservado atualmente no seminário presbiteriano situado no bairro do Campo Belo, na capital paulista. Em Votorantim, cidade próxima de Sorocaba, a igreja presbiteriana está em uma avenida que leva o seu nome, na qual também se encontra o seu busto. Como bem apontou o seu biógrafo, Rev. Boanerges Ribeiro, a maior contribuição do ex-sacerdote foi a proposta de um modelo brasileiro para a reforma da vida religiosa do seu país. Outro estudioso, Paul E. Pierson, um ex-missionário no Brasil, também destacou as características de Conceição que o qualificavam para fazer uma síntese entre o cristianismo evangélico e a cultura brasileira, em contraste com os seus colegas estrangeiros e mesmo brasileiros. Fonte: http://www.mackenzie.com.br/10177.htm

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Calvinismo: destruidor ou motivador do ministério?

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Se você quer começar uma luta em uma igreja, comece um debate sobre a doutrina da eleição divina. Se você não tem certeza do que isso significa, então leia como a Confissão Belga a resume:
“Cremos que Deus, quando o pecado do primeiro homem lançou Adão e toda a sua descendência na perdição, mostrou-se como Ele é, a saber: misericordioso e justo. Misericordioso, porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele, em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem levar em consideração obra alguma deles. Justo, porque Ele deixa os demais na queda e perdição, em que eles mesmos se lançaram”.
Essa tem sido uma doutrina igualmente odiada e amada por muitos ao longo dos séculos. Atualmente, os cristãos jovens e evangélicos têm maior probabilidade de ter lido “A Cabana” do que qualquer boa obra histórica e doutrinária. Tristemente, hoje, os termos “doutrina” e “eleição” são desdenhados, sem ao menos 5 minutos de reflexão, porque não “parece” ser verdade. Ainda mais chocante que isso é a visão amplamente sustentada de que a crença em uma doutrina de eleição realmente leva a uma diminuição na evangelização e no esforço missionário.
Como um cristão recém-convertido, lembro-me de dar o meu testemunho em uma igreja e falar depois com um líder. Ele estava fazendo o habitual discurso de “troféu de graça” e, em seguida, ele disse algo que sempre me marcou. “O problema com esses calvinistas é que eles matam a evangelização e as missões”. Ora, eu não era cristão há muito tempo e não tinha certeza do que era um calvinista, mas eles pareciam ser um bando de imbecis. Quando voltei à minha igreja e perguntei ao pastor o que era um calvinista, ele me deu um sorriso irônico e me entregou um livro. O título era “Uma Jornada na Graça” (Editora Fiel) e esse foi o primeiro (e penso, o único) romance doutrinário que li. O livro narra a história de um jovem que passa por uma faculdade bíblica tentando descobrir se as doutrinas da graça (ou os 5 pontos) são verdadeiras e bíblicas, e ao longo do caminho ele encontra muitos adversários e companheiros de investigação enquanto examina o que a Bíblia realmente ensina. Eu o tenho dado a muitas pessoas ao longo dos anos com o conselho de que se elas se oporão a algo, então é melhor que primeiro o entendam completamente. Alguns leram o livro e foram convencidos, alguns nem tanto, mas têm sido notavelmente menos antagônicos para comigo, e alguns rejeitaram-no pura e simplesmente. Isso faz parte do meu trabalho.
Agora, há um evangelista no Reino Unido que gosta de um gracejo ruim (antigo/fraco/sem graça — desconsidere o que não for aplicável) quando vai aos centros da cidade distribuir folhetos. Quanto mais o dia passa e mais cansado ele se sente, “mais calvinista eu fico”, é a sua (hilariante) frase. Imagine a cena. Ele já escreveu vários artigos sobre por que o calvinismo destrói a evangelização. O problema com essa atitude é que ela oculta uma grande ignorância sobre a história da igreja e um mal-entendido profundo (se não uma deturpação) do que a Bíblia ensina sobre a própria doutrina. É correto, é claro, questionar como Deus chama os seus eleitos. Nós apenas nos sentamos e deixamos que Deus continue o trabalho (como implícito por esse evangelista)? É assim que funciona? A abordagem evangelística “Se eles são chamados, então eles virão”? Pois eu não conheço uma única pessoa com uma profunda convicção da doutrina da eleição que a compreende assim. Nenhuma. Na verdade, essa é uma caricatura vergonhosa dessa doutrina. Então, como Deus chama os seus eleitos? Bem simples. Principalmente, através da pregação do evangelho e através da operação do Espírito Santo nos corações e mentes dos seres humanos. Em outras palavras, onde a doutrina da eleição é apropriadamente afirmada e recebida, o evangelho deve ser pregado! Não podemos deixar de anunciar as boas novas de Jesus Cristo em antecipação orante que Deus, por seu Espírito Santo, fará a sua obra e trará os seus eleitos à salvação. Depois nós entramos na questão do discipulado. Alguém por favor me diga como isso é um golpe mortal para a evangelização e as missões? Se for alguma coisa, é uma grande motivação.
Quando fui entrevistado pela primeira vez sobre minha posição aqui em Niddrie, um membro da congregação na época me perguntou se eu era “um daqueles calvinistas”.
— “Um dos calvinistas de que tipo?”, perguntei.
— “Você sabe. Chapéus, órgãos e tudo mais”.
— “Ah, não. Eu não sou um daqueles calvinistas. Mas eu sou um desses cristãos”.
Então, abri em Efésios 1 e li os versículos 3 a 5 para ele. Ele havia confundido as doutrinas da graça com as misérias dos moralistas farisaicos que muitas vezes se escondem atrás do rótulo de “calvinistas”.
Em Yorkshire, quando eu estava crescendo, meus amigos e eu tínhamos um nome para as pessoas que tentavam se vestir na moda com marcas como “Lacoste” ou “Nike”. Eles não podiam pagar pelo original, então compravam falsificações evidentes para tentar enganar as pessoas. Nós os chamávamos de “plásticos” (não sei o motivo). A questão é que as únicas pessoas que eram enganadas pelos “plásticos” eram aquelas que não sabiam como eram as verdadeiras marcas. É assim que os “calvinistas plásticos” agem, com suas visões distorcidas sobre a Escritura e as suas enraizadas tradições de igreja. Eles pensam que eles são “reformados” porque eles uma vez pesquisaram o nome “John Flavel” ou já usaram uma citação de John Bunyan como seu status no Facebook (desconsidere isso, Facebook é “antibíblico e do diabo”), mas eles de fato não são. Eles enganam muitas pessoas que pensam que eles são verdadeiros porque as nossas igrejas estão cheias de analfabetos doutrinários e bíblicos, que não conheceriam uma posição doutrinária corretamente declarada se estivesse diante deles em um culto de domingo. “Plásticos” ranzinzas, moralistas, reprimidos e sem alegria têm dominado o nosso povo por muito tempo. Essa é uma razão (dentre muitas) pela qual tantos jovens se afastam das doutrinas da graça sem ao menos uma reflexão.
Uma crença verdadeira, real, bíblica e bem ponderada nas doutrinas da graça (da qual a eleição é apenas uma), por outro lado, promove as boas novas, a evangelização e a alegria feliz na grande graça, misericórdia, justiça e amor do nosso Deus todo-poderoso. É por isso que eu posso pregar a Palavra, plantar igrejas e sustentar a doutrina da soberana eleição divina sem qualquer preocupação.
Aqui está a citação de um homem morto para resumir tudo:
“Nós sinceramente subscrevemos a Confissão de Westminster. Cremos que Cristo redime a igreja escolhida por ele; cremos na eficácia do seu sangue e na perfeição da sua justiça. Cremos na incapacidade humana, na escravidão da vontade humana, na inimizade do coração humano para com Deus. Cremos na soberania de Jeová e em seu propósito eterno. Cremos na absoluta necessidade da obra do Espírito Santo, tanto antes como depois da conversão. Ao mesmo tempo, pregamos um evangelho gratuito e universal; proclamamos um convite livre e universal aos pecadores; apresentamos a todos os pecadores uma graciosa vinda a Cristo, sem qualquer qualificação prévia. Não pedimos a ninguém que espere até que tenha investigado a sua própria eleição, ou possa produzir evidência de regeneração, ou arrependimento suficiente, ou convicção profunda. Nós dizemos a cada homem, como ele está, que vá ao Salvador neste momento, com a certeza de que ele não será expulso ou lançado fora” (Horatius Bonar).
Por: Mez McConnell. © 20schemes. Website: 20schemes.com. Traduzido com permissão. Fonte: Calvinism: Ministry Killer Or Ministry Motivator?
Original: Calvinismo: destruidor ou motivador do ministério? © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva.



Fonte: Voltemos ao Evangelho

Igrejas com teologia conservadora têm melhores taxas de crescimento

 Estudo mostra que 71% dos líderes das igrejas em crescimento leem a Bíblia diariamente

Um estudo feito ao longo de cinco anos revelou que as igrejas que ensinam uma teologia mais “conservadora” possuem taxas de crescimento maiores. Segundo o Christian Today, o levantamento feito no Canadá entrevistou 2.225 fiéis e 29 pastores.

Com o crescimento galopante do liberalismo teológico, além da aceitação do casamento gay e aborto nas duas últimas décadas, a América do Norte experimentou um declínio no número de “cristãos praticantes”, aqueles que possuem laços com uma igreja local.

 O diretor da pesquisa, David Haskell, observou que o estudo aponta como as igrejas que estão crescendo “se mantém firmes nas crenças tradicionais do cristianismo e são mais envolvidas em práticas como oração e leitura da Bíblia”.

O ensino de doutrinas centrais, consideradas verdades inalteráveis “faz com que os visitantes ganhem confiança. Essa confiança, aliada a uma mensagem edificante, reconfortante ou claramente positiva é uma combinação atraente”.

Por exemplo, 71% dos líderes das igrejas em crescimento liam a Bíblia diariamente, enquanto apenas 19% dos pastores das igrejas que perdem membros têm esse hábito.

Além disso, 100% dos pastores responsáveis pelas igrejas em ascensão dizem ser “muito importante encorajar os não cristãos a se tornarem cristãos”, em comparação com os 50% do clero das igrejas com declínio da membresia.

Outro aspecto da investigação foi como o louvor influenciava o crescimento. As congregações que optam por um estilo de adoração contemporâneo, com instrumentos musicais e cânticos, em média crescem mais que as igrejas que optam apenas pelo um estilo “tradicional”, com  órgão e um coral.

O estudo, chamado “Teologia importa: Comparando os traços de crescimento e declínio em Igrejas Protestantes”, pode ser lido na íntegra aqui, em inglês. Com informações CBN

Por Jarbas Aragão
Fonte: Gospel Prime

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Como um pastor alcançou uma aldeia para Cristo

Através de milagres de cura e libertação, vilarejo budista se rende a Jesus

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Pastor Dano* é um soldado reformado do exército na casa dos 60 anos. Depois de receber uma visão, entendeu que deveria se envolver no serviço a Deus. Então ele falou diretamente com o chefe da aldeia que gostaria de dar aulas para as crianças gratuitamente. Os líderes aceitaram a proposta, mas o advertiram a não pregar o evangelho. Ele teve que assinar um acordo para isso. Mesmo assim, começou a ensinar versículos bíblicos e canções cristãs para as crianças.

Dano criou o hábito de orar diariamente pelo vilarejo através de caminhadas de oração de madrugada. Ele conta com o apoio de sua família, que ora e jejua com ele. Seus filhos são sempre ameaçados na escola por professores e alunos, e pressionados a fazer orações budistas. Muitas vezes o chefe e vice-chefe da aldeia o procuraram para matá-lo, mas ele sempre escapou de forma miraculosa.

Um dia, o filho do vice-chefe ficou possuído por demônios. O monge budista não conseguiu ajudá-lo. E quando todas as esperanças haviam-se esgotado, ele foi procurar o pastor Dano, pois se lembrou de que quando ele orava pelos enfermos, eles eram curados. “A família do vice-chefe pensou que eu estaria bravo com eles e me recusaria a ajudar, mas eu vi isso como uma oportunidade de alcançá-los”, compartilha o irmão.

Milagres

Depois de orar e jejuar por três dias, Dano foi à casa do jovem. Quando o rapaz o viu, saiu correndo, e disse: “Esse homem vai me pegar”. Após queimar o santuário que havia na casa, ele clamou o nome de Jesus e, finalmente, o demônio saiu do rapaz. Não somente esse demônio foi expulso, mas todos os espíritos da aldeia foram embora. Alguns líderes religiosos fizeram sacrifícios para os demônios voltassem, mas nada aconteceu. Eles imploraram ao pastor que trouxesse os espíritos de volta. Ele, então, foi orar em cada local de santuário do vilarejo.

No dia seguinte, todos os santuários apareceram queimados. Ninguém sabe como isso aconteceu, foi um milagre. Diante disso, a família do vice-chefe e outras quatro famílias aceitaram a Jesus. Aos poucos, outros moradores da aldeia também vieram a Cristo. Muitos que se opunham ao cristão, passaram a ouvi-lo e acatar suas orientações. Agora todo a aldeia adora a Jesus. O pastor Dano pastoreia uma igreja lá e pretende alcançar mais dois vilarejos budistas. O pastor participou do curso da Portas Abertas sobre aconselhamento para casais. “Muitas das experiências pelas quais passei teriam sido mais fáceis de suportar se eu tivesse tido aconselhamento”, conclui.

*Nome alterado por motivos de segurança. 

Pedidos de oração

  • Louve a Deus pela coragem do pastor Dano e peça por proteção e força para ele e sua família.

  • Agradeça a Deus pelas famílias que aceitaram Jesus e peça que recebam bom discipulado e cresçam na fé.

  • Ore pelos outros dois vilarejos que o pastor deseja alcançar. Que os corações sejam terra fértil para a semente da palavra de Deus.

  • Fonte: Portas Abertas


Pena de morte: sem arrependimento nem perdão

MAURITÂNIA

Governo anuncia que pena de morte por blasfêmia não será revogada mesmo se vítima se arrepender

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Na última sexta-feira, 17, a Mauritânia anunciou que o arrependimento não alterará a pena de morte por blasfêmia ou apostasia. O ministro da justiça, Brahim Ould Daddah, disse: “Todo muçulmano, seja homem ou mulher, que zombe ou insulte Maomé e seu anjos, livros etc, é passível de pena de morte, sem ser ordenado a se arrepender. Estarão sujeitos à pena de morte mesmo que se arrependam”. 
O governo do país da África Ocidental disse em um comunicado que apresentaria um novo projeto de lei para “endurecer as penas para blasfemos”, segundo o site de notícias News24. A Constituição da Mauritânia afirma que o islamismo é a religião do povo e do estado, e quase toda a população é de muçulmanos sunitas. O pequeno número de não-muçulmanos é formado, em sua maioria, por cristãos estrangeiros. Muçulmanos que se convertem ao cristianismo enfrentam pressão da família por serem vistos como alguém que envergonha a tribo ou grupo étnico. 
O anúncio do ministro da justiça seguiu-se a protestos populares de conservadores na semana passada. Eles protestavam contra a libertação, no dia 9 de novembro, de um blogueiro que havia recebido pena de morte por suposta blasfêmia. Cheikh Ould Mohamed Ould Mkheitir estava preso desde janeiro de 2014, quando uma apelação judicial reduziu a pena de morte para dois anos de prisão. Ele foi acusado por um artigo em que criticou “a justificativa religiosa para a discriminação na sociedade mauritana”. 
Mkheitir escreveu, entre outras coisas, contra o mau tratamento da população negra, “resultando numa ordem social iníqua, com uma subclasse marginalizada e discriminada desde o nascimento”, como informa o News24. O país, onde a escravidão foi abolida em 1981, tem um grande contingente de ex-escravos, sendo que Mkheitir é um deles. No entanto, a escravidão ainda é praticada. Embora a Constituição garanta liberdade de expressão e pensamento, na prática isso não é uma garantia.
Fonte: Portas Abertas

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

NÃO SE METAM COM NOSSAS CRIANÇAS! – IDEOLOGIA DE GÊNERO DERROTADA PELA 2ª VEZ NA CÂMARA DE GARANHUNS



Presença da Sociedade Civil Organizada, Direita Garanhuns e Religiosos em defesa da Família.

Mais uma vitória histórica em Garanhuns!

Assim foi definida a Audiência sobre “Ideologia de Gênero” nesta terça-feira (21) na Câmara pelos Vereadores, ao verem os principais representantes das Igrejas Evangélicas, Católica e da Sociedade Civil Organizada na plenária repudiando tal prática tão danosa às nossas crianças e famílias.
Em junho de 2015, o legislativo garanhuense baniu do Plano Municipal de Educação, por 13 votos a 0, qualquer referência aos termos “diversidade” e “gênero” nas atividades pedagógicas da rede municipal de ensino, excluindo na época da meta do PME a questão da identidade de gênero CLIQUE AQUI E RELEMBRE. Agora, o assunto voltou à Casa através do Projeto de Lei 086/2107 de autoria do vereador Audálio Filho. O documento não só ratifica o que foi decidido em 2015 com relação ao Plano Municipal de Educação, como estende a proibição da ideologia de gênero às escolas privadas. “Fica terminantemente proibido na grade curricular de ensino da rede municipal de ensino, a disciplina denominada ideologia de gênero, bem como toda e qualquer disciplina que tente orientar a sexualidade dos alunos ou que tente extinguir o gênero feminino e masculino como gênero humano”, diz o Artigo 1º do projeto.

“A questão da ideologia de gênero tem causado transtorno às famílias de países que já a implantaram, como Suécia e Alemanha. Há um consenso entre pedagogos e psicólogos de que a ideologia de gênero causa um grande prejuízo para as crianças nos países onde ela já foi implantada. Se Deus quiser, no Brasil ela não será implantada. Até porque os planos nacional, estadual e municipal de educação excluíram qualquer referência à ideologia de gênero. Então esse projeto é uma ratificação do que foi decidido em 2015, deixando bem claro que as atividades pedagógicas e complementares não podem ter referência a isso. Quem cuida da sexualidade da criança é a família, não a escola. A escola cuida do saber e do ensino, qualquer inclusão diferente disso é prejudicial às crianças e contra a própria Constituição que garante que é a família o núcleo fundamental do Estado, salientou Audálio Filho.
Ainda segundo o Vereador, a proibição do tema nas escolas não é exclusividade de Garanhuns e dezenas de cidades estão produzindo legislação semelhante para proteger a família. Ele reiterou que a questão da ideologia de gênero não tem nada a ver com a sexualidade nem liberdade de opção sexual, mas sim com uma intromissão errada do Estado na formação familiar.
Especialistas no assunto foram convidados para desmiuçar a polêmica, no plenário e nas comissões. “Precisamos dar um freio nessa terrível ideologia de gênero que tenta despersonalizar o ser humano desde o nascimento. A sexualidade não é uma questão social, mas sim biológica,” disse o parlamentar.

Depois de mais de quatro horas a Audiência foi encerrada com a aprovação de todos os Vereadores presentes, os quais se manifestaram e adiantaram seus votos contra a ideologia de gênero e a favor da Família e das crianças.
A votação oficial ocorrerá na próxima semana.
Cabe às famílias orientar seus filhos em questões morais e sexuais

Fonte: Agreste Violento
http://www.agresteviolento.com.br/nao-se-metam-com-nossas-criancas-ideologia-de-genero-negada-pela-2a-vez-na-camara/

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Zimbábue: Como a oração derrotou a ditadura mais longa do mundo

Maior opositor do presidente Robert Mugabe, no poder há 37 anos, é um pastor.


Como a oração derrotou a ditadura mais longa do mundo
Quando iniciou a campanha #thisflag [esta bandeira], o pastor batista Evan Mawarire, 40 anos, não podia imaginar o alcance de suas palavras. Passando por problemas financeiros e família para sustentar, como a maior parte da população do Zimbábue, ele resolveu fazer um desabafo na internet. Enrolou a bandeira do país no pescoço e gravou um vídeo onde reclamava da corrupção que destruía seu país. Na igreja, passou a pedir que os cristãos se unissem em oração, mas também fossem para as ruas protestar.
Com a visível aceitação, começou a gravar outros vídeos. Em pouco tempo Mawarire se tornou uma espécie de “líder da resistência”. Por causa da influência dos vídeos do pastor, que inspiram milhares de pessoas, o próprio presidente passou a chamar seus opositores de “mawarires” em discursos na TV.
De fato, para vários analistas, Evan Mawarire se tornou o líder deste novo movimento cívico contra o governo do Zimbábue. Por iniciativa do pastor, e convocado pelas redes sociais, greves nacionais pararam o país em 2016.
Embora sempre falasse sobre a necessidade de oração e insistisse que seu objetivo não era político, Mawarire acabou sendo preso várias vezes nos últimos dois anos e proibido de falar contra o presidente. Condenado a 20 anos de cadeia por “subversão”, ele passou um total de 22 dias preso, mas recorreu e atualmente está livre. Ao total, ele enfrentou 5 prisões, 19 aparições no tribunal e o confisco de seu passaporte.
No início de 2017, o presidente Mugabe chegou a ameaçar a vida do pastor e de seus seguidores. Ele o acusa de ser um “falso profeta”, patrocinado por governos estrangeiros. Nenhuma outra igreja ou líder religioso fazia oposição direta ao regime corrupto do país até Mawarire iniciar o #thisflag.
Nos últimos dias, a resposta de suas orações parece ter chegado. Robert Mugabe era considerado o ditador mais longevo do mundo. Estava no poder desde 1980, ano em que a independência do Reino Unido foi reconhecida e o país passou oficialmente a ser chamado de Zimbábue. Foram 37 anos de uma ditadura marcada pela corrupção e pelo empobrecimento da nação, onde a maioria dos habitantes está desempregada.
Seu governo chegou ao fim hoje (19), quando foi destituído do cargo de presidente de seu próprio partido, o governista Zanu-PF. O partido deu ainda a Mugabe até o meio-dia desta segunda (20) para renunciar ao cargo de presidente ou enfrentar um impeachment.
Aos 93 anos, ele preparava terreno para que sua esposa Grace, 52, assumisse o controle da nação. O país que já foi uma das grandes potências petrolíferas da África, tem inflação galopante e não se mostrava favorável a continuação do sistema que arrasou sua economia. Porém, todas as manifestações de oposição vinham sendo reprimidas com violência, uma vez que Mugabe controlava o exército. Não por acaso, foi apelidado de “carniceiro”, pela forma implacável como sempre tratou os adversários.
Tudo mudou na semana passada, quando o vice-presidente Emmerson Mnangagwa, que tem estreitas ligações com os militares, colocou Mugabe e sua família em prisão domiciliar. Durante dias o presidente negociou sua saída do poder. O Zimbábue será governado interinamente por Mnangagwa. Ainda não há datas para a realização de eleições, mas promessa é que ocorram nos próximos meses.
Mas esse não foi somente mais um golpe militar, tão comum no continente africano. Nos últimos dias, os moradores do país voltaram a encher as ruas, pedindo o fim da ditadura sem medo de repressão. Milhões de cidadãos desfilaram com faixas, cartazes, bandeiras do país e uma das principais vozes na mídia nacional continua sendo a de Evan Mawarire.
Pela internet, o pastor convoca os cristãos a continuarem orando pelo país e iram para as ruas pedir a saída do presidente. Em meio aos protestos, a imagem de cristãos ajoelhando, em oração, com a bandeira em volta do pescoço tornou-se relativamente comum. Nas manifestações, o povo comemora.  “É como o Natal”, disse Fred Mubay, um cidadão que acredita que o sofrimento dos zimbabuanos está chegando ao fim.
“Posso dizer que este é o nosso segundo dia da independência, algo que esperamos por muito tempo”, comemora Nyikayaramba, 32 anos. “Nós sofremos, e eu louvo a Deus que isso finalmente aconteceu. É um ótimo momento para ser zimbabuano”.
Num acontecimento inédito, a Zimbabwe Broadcasting Corporation, emissora oficial do governo, decidiu transmitir ao vivo o comício improvisado que reuniu milhares na capital Harare nesta sábado (18). Um dos principais oradores foi o pastor Evan Mawarire, que segurava sua bandeira e dava graças a Deus pela intervenção. Na mídia ocidental, sua figura continua sendo apontada como a de um dos principais líderes no clamor nacional pela saída do presidente.
E tudo começou com uma oração.
 POR JARBAS ARAGÃO
 https://noticias.gospelprime.com.br/fim-de-ditadura-zimbabue-pastor-robert-mugabe-oracao/

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