sexta-feira, 23 de junho de 2017

A Vida de Robert Murray McCheyne, (1813 – 1843)


Era inverno. Sentados próximo ao fogo, dois pedreiros estavam dedicados a sua tarefa. De repente, um desconhecido aproximou-se deles, desceu do cavalo e, imediatamente, passou a conversar sobre o estado espiritual da alma deles. Servindo-se das vivas chamas da fogueira como ilustração, o jovem desconhecido pregou verdades alarmantes. Com profunda surpresa, os pedreiros exclamaram: “Você não é um homem como os demais!” Ao que o desconhecido — que era Robert McCheyne — respondeu: “Eu sou, simplesmente, um homem como os demais”.
Parece que, tanto a leitura dos sermões de McCheyne quanto de sua biografia, fazem brotar do coração do leitor a mesma exclamação dos pedreiros: que, certamente, Robert McCheyne não foi um homem como os demais. Seu ministério, certamente muito breve, tornou-se uma das luzes mais brilhantes do evangelho na Escócia. Pureza doutrinária e fervor evangélico impregnaram por completo a pregação desse grande servo de Deus. Em McCheyne encontramos aquela característica tão sublime — e muito rara, infelizmente — de uma harmoniosa correspondência entre pregação e vida. A vida de McCheyne, que alguém definiu como “um dos mais belos exemplos da obra do Espírito Santo”, foi caracterizada por um alto grau de santidade e consagração.
Robert Murray McCheyne nasceu em Edimburgo em 29 de maio de 1813, numa época em que os primeiros resplendores de um grande ressurgimento espiritual tinham lugar na Escócia. Entre os preparativos secretos com que Deus contava para derramar sobre Seu povo dias de verdadeiro e profundo refrigério espiritual se achava o nascimento do mais jovem dos cinco filhos de Adam McCheyne.
Já desde a infância, Robert deu mostras de possuir uma natureza doce e afável, ao mesmo tempo em que todos podiam apreciar nele uma mente ágil e uma memória prodigiosa. Com a idade de quatro anos, enquanto se recuperava de uma enfermidade, Robert fez do estudo do hebraico e do grego seu passatempo favorito. Com oito anos, ingressou na escola superior para passar, anos mais tarde, para a Universidade de Edimburgo. Em ambos centros de ensino, distinguiu-se como estudante privilegiado, de forma especial nos exercícios poéticos. Ele é descrito como tendo boa estatura, cheio de agilidade e vigor, ambicioso, ao mesmo tempo em que era nobre em sua disposição, evitando qualquer forma de engano em sua conduta. Alguns consideravam que ele possuía, de forma inata, todas as virtudes do caráter cristão; mas, segundo seu próprio testemunho, aquela pura moralidade exterior por ele exibida nascia de um coração farisaico e, exatamente como muitos de seus companheiros, ele se empenhava para encher sua vida de prazeres mundanos.
A morte de seu irmão David causou uma profunda impressão em sua alma. Seu diário contém numerosas alusões a esse fato. Anos mais tarde, escrevendo a um amigo, Robert disse: “Ora por mim, para que eu possa ser mais santo e mais sábio, menos como eu mesmo sou e mais como meu Senhor é (…) Hoje fazem sete anos que perdi meu querido irmão, mas comecei a encontrar o Irmão que não pode morrer”.
A partir desse fato, sua terna consciência despertou para a realidade do pecado e das profundezas de sua corrupção. “Que infame massa de corrupção eu tenho sido! Vivi uma grande parte de minha vida completamente separado de Deus e para o mundo. Entreguei-me completamente ao gozo dos sentidos e às coisas que perecem ao meu redor”.
Ainda que ele nunca tenha sabido a data exata de seu novo nascimento, jamais abrigou qualquer temor de que isso não houvesse ocorrido. A segurança de sua salvação foi algo característico de seu ministério, de modo que sua grande preocupação foi, em todo tempo, obter uma maior santidade de vida.
No inverno de 1831, iniciou seus estudos na Divinity Hall, onde Thomas Chalmers era professor de Teologia, e David Welsh o era de História Eclesiástica. Com outros companheiros — Edward Irving, Horatius e Andrew Bonar (que, mais tarde, escreveu sua biografia) — e fervorosos amigos, Robert McCheyne se reunia para orar e estudar a Bíblia, especialmente nas línguas originais. Quando o Dr. Chalmers foi informado do modo simples e literal como McCheyne esquadrinhava as Sagradas Escrituras, não pode senão dizer: “Eu gosto dessa literalidade!” Verdadeiramente, todos os sermões deste grande servo de Deus são caracterizados por uma profunda fidelidade ao texto bíblico. Já neste período de sua vida, McCheyne dava mostra de um grande amor pelas almas perdidas e, junto com seus estudos, dedicava várias horas por semana à pregação do evangelho, tarefa que realizava quase sempre nos bairros pobres e mais baixos de Edimburgo.
Do mesmo modo que outros grandes servos de Deus, McCheyne tinha uma clara consciência da radical seriedade do pecado. A compreensão clara da condição pecadora do homem era para ele requisito imprescindível para fazer com que o coração sentisse a necessidade de Cristo como único Salvador e também era uma experiência necessária para uma vida de santidade. Seu diário dá testemunho de quão severo era no juízo que fazia de si mesmo. “Senhor, se nenhuma outra coisa pode livrar-me de meus pecados a não ser a dor e as provas, envia-mas, Senhor, para que eu possa ser livrado de meus membros carregados de carnalidade”. Mesmo nas mais gloriosas experiências do crente, McCheyne podia descobrir traços de pecado; por isso, disse em certa ocasião: “Até mesmo nossas lágrimas de arrependimento estão manchadas de pecado.”
Andrew Bonar escreveu sobre seu amigo nos seguintes termos: “Durante os primeiros anos de seus cursos no colégio, o estudo não chegou a absorver toda a sua atenção. Sem dúvida, tão logo começou a mudança em sua alma e isso também se refletiu em seus estudos. Um sentimento muito profundo de sua responsabilidade o levou a dedicar todos os seus talentos ao serviço do Mestre, que Quem os havia recebido. Poucos houve que, com tão completa dedicação, tenham-se consagrado à obra do Senhor como fruto de um claro conhecimento de sua responsabilidade”.
Enquanto fazia os cursos de Literatura e Filosofia, conseguia encontrar tempo para dedicar sua atenção à Teologia e à História Natural. Nos dias de sua maior prosperidade no ministério da pregação, quando, juntamente com sua alma, sua congregação e rebanho constituíam o centro de seus desvelos, com freqüência lamentava por não ter adquirido, nos anos anteriores, um caudal de conhecimento mais profundo, pois se havia dado conta de que podia usar as jóias do Egito para o serviço do Senhor. De vez em quando, seus estudos anteriores evocariam em sua mente alguma ilustração apropriada para a verdade divina e precisamente no solene instante em que apresentava o evangelho glorioso aos mais ignorantes e depravados.
Suas próprias palavras apresentam melhor sua estima pelo estudo e, ao mesmo tempo, revelam o espírito de oração que, segundo McCheyne, devia sempre acompanhá-lo: “Esforça-te em teus estudos”, escreveu a um jovem estudante em 1840. “Dá-te conta de que estás formando, em grande parte, o caráter de teu futuro ministério. Se adquirires agora hábitos de estudo marcados pelo descuido e a inatividade, nunca tirarás proveito do mesmo. Faz cada coisa a seu tempo. Sê diligente em todas as coisas; aquilo que valha a pena fazê-lo, faze-o com todas as forças. E, sobre todas as coisas, apresenta-te diante do Senhor com muita freqüência. Não tentes nunca ver um rosto humano enquanto não tiveres visto primeiro o rosto Daquele que é nossa luz e nosso tudo. Ora por teus semelhantes. Ora por teus professores e companheiros de estúdio.” A outro jovem escreveu: “Cuidado com a atmosfera dos autores clássicos, pois ela é, na verdade, perniciosa; e tu necessitas muitíssimo, para contestá-la, o vento sul que se respira das Escrituras. É certo que devemos conhecê-los — mas da mesma forma como o químico experimenta as substâncias tóxicas — para descobrir suas qualidades e não para envenenar com eles teu sangue.” E acrescentou: “Ora para que o Espírito Santo faça de ti não somente um jovem crente e santo, mas para que te dê também sabedoria em teus estudos. Às vezes, um raio da luz divina que penetra a alma pode dar suficiente luz para aclarar maravilhosamente um problema de matemática. O sorriso de Deus acalma o espírito e a destra de Jesus levanta a cabeça do descaído, enquanto Seu Santo Espírito aviva os efeitos, de modo que mesmo os estudos naturais vão um milhão de vezes melhor e mais facilmente.”
As férias para McCheyne, assim como para seus amigos íntimos que permaneciam na cidade, não eram consideradas como uma cessação do que se refere aos estudos. Uma vez por semana, costumavam passar uma manhã juntos com o fim de estudar algum ponto da teologia sistemática, assim como para trocar impressões sobre o que haviam lido em particular.
Um jovem assim, com faculdades intelectuais tão incomuns, às quais se unia ainda o amor ao estudo e uma memória extraordinariamente profunda, facilmente teria se destacado no plano da erudição se não houvesse posto em primeiro lugar, e como meta mais importante, a tarefa de salvar as almas. Todos os talentos que possuía ele os submeteu à obra de despertar àqueles que estavam mortos em delitos e pecados. Preparou sua alma para a terrível e solene responsabilidade de pregar a Palavra de Deus, e isso ele fazia com “muita oração e profundo estudo da Palavra de Deus, com disciplina pessoal, com grandes provas e dolorosas tentações, pela experiência da corrupção da morte em seu próprio coração e pela descoberta da plena graça do Salvador.” Por experiência, ele podia dizer: “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1João 5.5).
No dia 1o. de julho de 1835, Robert Murray McCheyne obteve, do presbitério de Annan, licença para pregar. Depois de haver pregado por vários meses em diferentes lugares e ter dado evidência da particular doçura com que a Palavra de Deus fluía de seus lábios, McCheyne tornou-se o ajudante do pastor John Bonar nas congregações unidas de Larbert e Dunipace, nas cercanias de Stirling. Em sua pregação, fazia com que os outros participassem de sua vida interior, como de sua alma, à medida que crescia na graça e no conhecimento do Senhor e Salvador. Começava o dia muito cedo cantando salmos ao Senhor. A isso se seguia a leitura da Palavra para a própria santificação. Nas cartas de Samuel Rutherford [a serem publicadas por esta editora] encontrou uma mina de riquezas espirituais. Entre outros livros que apreciava ler estavam: Chamamento aos Inconversos, de Richard Baxter, e A Vida de David Brainerd, de Jonathan Edwards.
Em novembro de 1836, foi ordenado pastor na igreja de São Pedro, em Dundee. Permaneceu como pastor dessa congregação até o dia de sua morte. A cidade de Dundee, como ele mesmo deixou escrito, “era uma cidade dada à idolatria e de coração duro”. Mas não havia nada em suas mensagens que buscasse o agrado do homem natural, pois não estava em seu coração buscar o beneplácito dos inconversos. “Se o evangelho agradasse ao homem carnal, então, deixaria de ser evangelho”. Estava profundamente persuadido de que a primeira obra do Espírito Santo na salvação do pecador era a de produzir convicção de pecado e de trazer o homem a um estado de desespero diante de Deus. “A menos que o homem seja posto no nível de sua miséria e culpa, toda a nossa pregação será vã. Somente um coração contrito pode receber a um Cristo crucificado”. Sua pregação era caracterizada por um elemento de declarada urgência e alerta. “Que Deus me ajude sempre a falar-vos com clareza. Mesmo a vida daqueles que vivem mais anos é, na verdade, curta. No entanto, essa vida curta que Deus nos deu é suficiente para que busquemos o arrependimento e a conversão, pois logo, muito logo, passará. Cada dia que passa é como um passo a mais em direção ao trono do juízo eterno. Nenhum de vós permanece imutável; talvez estejais dormindo; não importa, pois a maré do tempo que passa vos está levando mais para perto da morte, do juízo e da eternidade”.
Ao seu profundo amor pela almas se somava uma profunda sede de santidade de vida. Escrevendo a um companheiro no ministério, disse: “Acima de todas as coisas, cultiva teu próprio espírito. Tua própria alma deveria ser o principal motivo de todos os teus cuidados e desvelos. Mais que os grande talentos, Deus abençoa àqueles que refletem a semelhança de Jesus em sua vida. Um ministro santo é uma arma terrível nas mãos de Deus”. McCheyne talvez pregasse com mais poder com sua vida do que com suas mensagens, e ele sabia bem, como nos disse seu amigo Andrew Bonar, que “os ministros do Evangelho não só devem pregar fielmente, mas também viver fielmente”.
Como pastor em Dundee, McCheyne introduziu importantes inovações na congregação. Naquela época, as reuniões de oração, se não eram desconhecidas, eram muito raras. McCheyne ensinou aos membros a necessidade de congregar-se cada quinta-feira à noite a fim de unirem o coração em oração ao Senhor e estudar Sua Palavra. Também destinava outro dia durante a semana para os jovens. Seu ministério entre as crianças constitui a nota mais brilhante de seu ministério.
Ao seu zelo por santidade de vida uniu-se seu afã por pureza de testemunho entre os membros de sua congregação. McCheyne era consciente de que a igreja — como parte do Corpo místico de Cristo — devia manifestar a pureza e santidade Daquele que havia morrido para oferecer uma Igreja santa e sem mancha ao Pai. Por isso, seu zelo pela observância de disciplina na congregação: “Ao começar meu ministério entre vós, eu era em extremo ignorante da grande importância que na Igreja de Cristo tem a disciplina eclesiástica. Pensava que meu único e grande objetivo nesta congregação era o de orar e pregar. Vossa alma me parecia tão preciosa e o tempo se me apresentava tão curto que eu decidi dedicar-me exclusivamente com todas as minhas forças e com todo o meu tempo ao labor de evangelização e doutrina. Sempre que, diante de mim e dos presbíteros desta igreja, se nos apresentaram casos de disciplina, eu os considerava como dignos de aborrecimento. Constituíam uma obrigação diante da qual eu me encolhia. Mas agradou ao Senhor, que ensina a Seus servos de maneira muito diferente daquela usada pelos homens, abençoar — inclusive com a conversão — alguns dos casos de disciplina a nosso cuidado. Desde então uma nova luz se acendeu em minha mente: dei-me conta de que não somente a pregação era uma ordenança de Cristo, mas também o exercício da disciplina eclesiástica.”
Enquanto o vigor e a força espiritual de sua alma alcançavam uma grandeza gigantesca, a saúde física de McCheyne se via minada e debilitada conforme transcorriam os dias. Ao final de 1838, uma violenta palpitação do coração, ocasionada por seus árduos labores ministeriais, obrigaram o jovem pastor a retirar-se para um descanso. E como sua convalescença se processava em ritmo muito lento, um grupo de pastores, reunido em Edimburgo na primavera de 1839, decidiu convidar McCheyne a se unir a uma comissão de pastores que planejava ir a Palestina para estudar as possibilidades missionárias da Terra Santa. Todos criam que tanto o clima como a viagem redundariam em benefício para a saúde do pastor. Do ponto de vista espiritual, sua passagem pela Palestina se constituiu uma verdadeira bênção para a sua alma. Visitar os lugares que haviam sido cenário da vida e obra do bendito Mestre e pisar a mesma terra que um dia pisara o Varão de dores foi uma experiência indescritível para o jovem pastor. No entanto, fisicamente, o estado de McCheyne não melhorou; antes, pelo contrário, parecia que seu tabernáculo terrestre ameaça sofrer um desmoronamento total. E, assim, nos últimos dias de julho de 1839, encontrando-se a delegação missionária próxima de Esmirna, e já para regressar, McCheyne caiu gravemente enfermo. Quando tudo fazia pensar em uma rápida morte, o Senhor estendeu Sua mão curadora e o grande servo do evangelho pôde, por fim, regressar a sua amada Escócia e ao seu querido rebanho em Dundee.
Durante sua ausência, o Espírito Santo começou a operar um maravilhoso avivamento na Escócia. Este avivamento começou em Kilsyth sob a pregação do jovem pastor W. C. Burns, que havia substituído McCheyne enquanto durava sua convalescença. Num curto espaço de tempo, a força do Espírito Santo, que impulsionava o avivamento, se deixou sentir em muitos lugares. Em Dundee, onde os cultos se prolongavam até tarde da noite todos os dias da semana, as conversões foram muito numerosas. Era como se toda a cidade houvesse sido sacudida pelo poder do Espírito.
Em novembro do mesmo ano, McCheyne, recuperado de sua enfermidade, regressou a sua congregação. Os membros da igreja de São Pedro transbordaram de alegria ao ver de novo o rosto amado de seu pastor. A igreja estava absolutamente lotada e, enquanto todos esperavam que McCheyne ocupasse o púlpito, um silêncio absoluto reinada entre os que estavam ali congregados. Muitos membros derramaram lágrimas de gratidão ao rever o rosto de seu pastor. Mas, ao finalizar o culto e movidos pelo poder de sua pregação, muitos foram os pecadores que derramaram lágrimas de arrependimento.
O regresso de McCheyne a Dundee marcou um novo episódio em seu ministério e também na igreja escocesa. Era como se a partir daquele momento, o Senhor se houvesse disposto a responder às orações que o jovem pastor elevara no princípio de seu ministério, suplicando por um avivamento. Ali, onde McCheyne pregara, o Espírito acrescentava novas almas à Igreja.
Na primavera de 1843, quando McCheyne regressara de uma série de reuniões especiais em Aberdeenshire, caiu repentinamente enfermo. Lá ele havia visitado a vários enfermos de febre infecciosa, e a constituição enfermiça e débil de McCheyne sucumbiu ao contágio da mesma. No dia 25 de março de 1843 partiu para estar com o Senhor.
“Em todas as partes onde chegava a notícia de sua morte”, escreveu Bonar, “o semblante dos crentes se enchia de tristeza. Talvez não tenha havido outra morte que impressionasse tanto aos santos de Deus na Escócia como a deste grande servo de Deus que consagrou toda a sua vida à pregação do evangelho eterno. Com freqüência, ele costumava dizer: ‘Vivei de modo que, um dia, sintam de vós saudades’, e ninguém que houvesse visto as lágrimas que se verteram por ocasião de sua morte teria dúvidas em afirmar que sua vida havia sido o que ele havia recomendado a outros. Não tinha mais do que 29 anos quando o Senhor o levou.
“No dia do enterro, foram suspensas todas as atividades em Dundee. Do lugar do velório até o cemitério, todas as ruas e janelas estavam abarrotadas de uma grande multidão. Muitas almas se deram conta naquele dia de que um príncipe de Israel havia caído, enquanto muitos corações indiferentes experimentaram uma terrível angústia ao contemplar o solene espetáculo.

“O túmulo de Robert McCheyne ainda pode ser visto na parte nordeste do cemitério que circunda a igreja de São Pedro. Ele se foi para as montanhas de mirra e para as colinas de incenso, até que desponte o dia e fujam as sombras. Terminou sua obra. Seu Pai celestial não tinha para ele nenhuma outra planta para regar nem outra vide para cuidar, e o Salvador, que tanto o amou em vida, agora o esperava com Suas palavras de boas-vindas: ‘Bem está, servo bom e fiel. (…) Entra no gozo do teu senhor’ (Mateus 25.21)”
O ministério de Robert McCheyne não terminou com sua morte. Suas mensagens e cartas, com sua biografia escrita por seu amigo Andrew Bonar, são ricos instrumentos de bênção para muitas almas.

(Traduzido por Francisco Nunes de Mensajes Bíblicos, de Robert Murray McCheyne, publicado por The Banner of Truth Trust. (c) 1961 The Banner of Truth Trust, para Editora dos Clássicos.)
De: 11/01/2012
Por: Fonte: camposdeboaz

Será que São João comemoraria nossas festas juninas?

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No dia 24 de junho muitos países celebram o dia de São João. Ainda mais colorido e celebrado na região Nordeste do Brasil, muita música, dança, comida típica, fogos e fogueiras caracterizam essa festividade.
Mas alguma vez você já se perguntou o que toda essa festa tem a ver com o dia de São João?
O que São João, chamado na Bíblia de João Batista, pensaria das nossas celebrações? Vamos juntos pensar nisso por meio das Sagradas Escrituras.
1. São João insiste que Cristo é muito mais importante do que ele (João 1.19-28).
Quando alguns líderes judeus interrogaram São João sobre a sua identidade, ele insistiu que não era o Cristo. De fato, ele disse que Cristo era alguém que ele, ainda que profeta de Deus, nem era digno de desamarrar as correias das suas sandálias.
2. São João identifica quem deve ter toda a nossa atenção: Jesus Cristo (João 1.29-34).
Quando, noutro dia, São João viu Jesus se aproximando, disse: Vejam! Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! São João era um profeta de Deus e o que ele queria era exatamente cumprir com sua função de mostrar ao povo quem deve ter toda a nossa atenção, a saber, Jesus Cristo, pois só ele pode nos perdoar de todos os pecados.
3. São João ensina que somente quem crê em Jesus tem a vida eterna (João 3.22-36).
Quando questionado por um judeu sobre Jesus estar batizando outras pessoas, São João demonstrou alegria, pois foi exatamente para servir ao Senhor Jesus que ele vivia. Ele, inclusive, disse: É necessário que ele [Jesus] cresça e que eu diminua. No fim da sua resposta a este judeu, São João explicou como alguém pode ter a vida eterna: Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
Então, se seguirmos o exemplo de São João, o que devemos celebrar no dia 24 de junho?
São João foi decapitado a pedido de uma aniversariante em sua festa (Mateus 14.1-12). Uma festa cujo foco não era o mesmo da vida de João Batista, viver e honrar a Cristo, o cordeiro que tira o pecado do mundo e aquele por meio de quem podemos viver eternamente.
Será que São João comemoraria as nossas festas do dia de São João? E agora, como é
que você vai celebrar o dia de São João?
Por Thiago Zambelli
Imagem: Reprodução

Aos 89 anos, Cid Moreira se torna Youtuber e cria “Canal da Bíblia”


Lançado no final de 2016, o canal já teve mais de 75 milhões de acessos.

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Conhecido por sua voz marcante e pelos muitos anos de trabalho como jornalista e locutor da rede Globo (Jornal Nacional, Fantástico, entre outros), Cid Moreira não pensa em se aposentar.
Desde dezembro do ano passado, o jornalista está editando um canal no Youtube, dedicado exclusivamente à leitura da Bíblia, buscando incentivar o internauta a se aprofundarem no estudo das Escrituras.
“A Bíblia é o testemunho de acontecimentos históricos de tal magnitude que mudaram o mundo em que vivemos. Revela quem é Deus e quem é Jesus: o homem que dividiu o tempo em antes e depois dEle”, destaca Cid Moreira em um vídeo.
O canal também apresentará perguntas bíblicas, bem como estudos que ajudarão os internautas a se guiarem na leitura bíblica.
“Ao final [do estudo da Bíblia], você terá crescido na fé e na consciência, que são os principais para uma vida mais plena, mais consciente e mais fraterna”, disse.
O Canal conta com o apoio da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).

Redação Consciência Cristã NewsImagem: Reprodução Youtube

Cantor que adorava demônios se entrega a Jesus, depois de ser evangelizado pela família



Shane Lynch contou como encontrou Jesus após um período sombrio em sua vida, quando ele mergulhou no ocultismo.


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Ele foi muito popular na Europa por ser um dos membros da Boyzone, banda que fez grande sucesso na década de 90. Recentemente, Shane Lynch abriu o jogo sobre o fim da banda, que se deu no ano 2000 e revelou certas práticas que surpreenderam os fãs do grupo.
Não é por acaso que a Europa é classificada como um celeiro de grandes artistas, como a banda Take That (Back for Good), o cantor Robbie Willians (Angels) e até o falecido George Michael (Freedom! ’90). A Boyzone também teve seu momento de sucesso, até a separação do grupo. Na época eram considerados uma das bandas de maior sucesso na Irlanda (terra de Bono Vox, vocalista do U2) e no Reino Unido.
Durante uma entrevista, Shane Lynch revelou que realizava práticas de adoração a seres ocultos e também ao diabo. Isso antes de se converter a Cristo. “Eu mergulhei no ocultismo e estava dançando com o diabo, fazendo todo tipo de coisas negativas. Neste tempo da minha vida eu estava procurando fugir de mim mesmo”, lembra o cantor pop.
Lugar sombrio
A banda encerrou suas atividades em 2000, e Lynch acabou se encontrando em um lugar mais escuro e sombrio. “Eu costumava fazer coisas perigosas. Dirigia carros loucos em altas velocidades e falava palavrões. Já cheguei a dirigir um a quase 200 km/h. Era uma explosão mental”, relatou.
O cantor ainda revelou que fazia uso de tabuleiros de Ouija para consultar espíritos e contou que o tempo gasto com esse material fez com que ele se sentisse atraído para Deus. “Eu me tornei recluso porque não sabia quem eu era. Desde os meus 18 anos, eu era totalmente controlado pela gravadora e, de repente tudo tinha acabado”, disse.
“Eu estava em um mundo de fantasia. Eu tinha uma casa muito cara, um Porsche e tudo o que o dinheiro poderia comprar. Mas havia um vazio dentro de mim. Por um tempo, eu tentei preenchê-lo com todo o tipo de sexo, drogas e coisas que deveriam ser legais”, ele lembra. “Minha conduta de vida foi transformada por Deus. Minha família foi uma grande incentivadora para que eu encontrasse Cristo”, pontuou.
Veja o vídeo do depoimento (em inglês):

Com informações Guiame
Imagem: reprodução

Deputado detona Ideologia de Gênero na Câmara: “Lixo moral”

Embora a questão religiosa não esteja relacionada diretamente com o centro do tema, Wyllys insistiu que “Escola não é lugar de proselitismo religioso"
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O deputado federal Ezequiel Teixeira (Podemos/RJ) discursou contra a doutrinação que tem sido praticada em nome da “ideologia de gênero” no Brasil e pediu que essa agenda degradante tão defendida pelos grupos “progressistas” fosse “banida da nossa sociedade urgentemente”.
Para o deputado, a “ideologia de gênero” nada mais é do que uma imposição feita por uma minoria, sob pretexto de “luta contra o preconceito”.  Ele ainda classificou como “acinte” o fato de que muitas escolas brasileiras ensinam sobre ideologia de gênero e orientação sexual a crianças que ainda não possuem sequer condições de entender do que se trata.
Segundo Teixeira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “prepara uma ofensiva” contra quem tenta impedir esse tipo de instrução nas escolas públicas, e declarou que essa interferência sobre os conteúdos ensinados é um tipo “autoritarismo” que não deve ser tolerado.
“(Janot) segue a cartilha da extrema-esquerda para impor às nossas crianças essa bizarra e imoral ideologia de gênero”, declarou.
Logo após seu discurso, Teixeira foi atacado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), que defendeu o que chama de “agenda de equidade de gênero e combate ao bullying homofóbico”.
Embora a questão religiosa não esteja relacionada diretamente com o centro do tema, Wyllys insistiu que “escola não é lugar de proselitismo religioso (…) Os deputados [evangélicos] podem dizer o que for, que Janot vai garantir o direito a uma educação livre de violência homofóbica”. Teixeira revidou, dizendo que o discurso do PSOL é a defesa do “lixo moral que querem importar para o Brasil”.
Apesar de todo barulho causado pela militância LGBT, o fato é que o Brasil ainda é um país onde a grande maioria se declara cristã. De fato, o próprio político é evangélico, e deixou claro em seu discurso que a educação sexual das nossas crianças é “dever e direito dos pais e responsáveis” e que “o Estado não pode interferir nesse poder familiar”.
Assista:

Com informações do JM Notícias e Gospel Prime

Imagem: Reprodução

Magno Malta desmente áudio sobre navios com muçulmanos; assista


O áudio contém informações falsas sobre o envio de "13 navios com 1,8 milhão de muçulmanos para o Brasil" e foi compartilhado como sendo a voz de Magno Malta.




Nos últimos dias acabou "viralizando" um áudio nas redes sociais (whatsapp, Facebook e até mesmo Youtube), com uma voz - que foi apontada como sendo do senador Magno Malta - que comentava uma suposta notícia sobre a ONU estar enviando 13 navios com 3 milhões de refugiados muçulmanos, que seriam "terroristas infiltrados" e destaca o perigo da Lei de Imigração.

A informação chegou a ser compartilhada como verdadeira e ganhou força na internet, porém foi desmentida pela assessoria do Senador e depois comentada por ele, pessoalmente, em um vídeo.

"Não é verdade a informação de que começarão a chegar em julho 13 navios vindos da Europa com 1,8 milhão de refugiados muçulmanos e que uma cidade está sendo construída para abrigá-los", informou a nota oficial, já compartilhada na página oficial do Facebook de Magno Malta.

O comunicado também destacou que a própria "Agência da ONU para refugiados, Ministério das Relações Exteriores e governo de Goiás garantiram que a informação é falsa".

Segundo a nota, Malta "já está tomando providências para apurar a responsabilidade da falsa produção e postagem de mensagem descabida da realidade".

No vídeo publicado em suas redes sociais, o senador também destacou que se alguém tentou se passar por ele no áudio, "fez muito mal".

"Quem gravou esse áudio, tentando imitar a minha voz fez muito mal, porque ele é absolutamente mentiroso", destacou.

Fonte: Guiame

Pastor de Jovens alerta sobre pornografia: "O diabo quer você sozinho nessa luta"



O pastor Douglas Gonçalves destacou a importância da confissão de pecados - a Deus e a amigos de confiança - é parte essencial da luta contra a pornografia.





"Imagine um pai ver seus filhos sendo tratados como objetos". A sugestão um tanto impactante foi feita pelo pastor Douglas Gonçalves - líder do movimento Jesuscopy - em um vídeo recentemente publicado em seu canal do Youtube, no qual ele alerta sobre sobre os efeitos da pornografia e também dá conselhos práticos para vencer este mal, que tem atingido e destruído as vidas de pessoas em todo o mundo, sobretudo de cristãos.

No vídeo - que também traz a confissão pessoal de Douglas sobre ele ter enfrentado seu próprio vício em pornografia - o pastor de jovens destacou o efeito devastador que que este tipo de conteúdo gera na mente humana.

"Um dos principais problemas de você que está consumindo pornografia, é que você começa a enxergar a criação de Deus, os filhos de Deus como objetos. Para você entender o peso que isso tem para Deus... você está olhando para um filho Dele, para uma filha Dele e tratando como um objeto que foi criado para o seu prazer. Imagina um pai vendo seus filhos serem tratados como objetos", alertou.

Douglas também lembrou que o efeito da pornografia sobre as pessoas que desenvolvem este vício é muito semelhante a qualquer outro tipo de droga.

"Segundo problema que eu apontaria para você, assim como nas drogas, a pessoa começa começa fumando maconha, depois cheira cocaína, depois vai para o crack e chega a morrer com aquilo, assim também acontece com a pornografia. Chega uma hora que aqueles videozinhos, aquelas fotos já não são mais suficientes. Então a pessoa quer sair do online e partir para o offline. É que começa a se afundar nessa vida de promiscuidade, prostituição", afirmou.


Mentiras

Douglas alertou que muitas vezes, a pessoa viciada em pornografia diz que "consegue parar", mas está acreditando em uma grande mentira, quando afirma isso.

"Uma delas é 'eu não consigo parar'. Deixa eu te falar uma coisa: isso é uma mentira. Imagina que você está sentado na sala da sua casa e eu coloco uma arma apontada para a sua cabeça e falo assim: 'se você ver pornografia, eu vou atirar na sua cabeça, vou te matar'. Você ia conseguir se segurar e não ver? Veja que o problema não é que você não consegue se controlar. O problema é que você não acredita na consequência destruidora do ato que você está fazendo", destacou.


Sete passos

Buscando não somente apresentar o problema, mas também apontar soluções práticas, o pastor apontou sete passos que podem ser bem eficazes no combate pessoal à pornografia.

Alguns deles, por exemplo, são reconhecer o pecado e pedir perdão a Deus, pois estes já os primeiros passos de uma longa caminhada em direção à libertação.

"A Bíblia diz que quando você confessa o seu pecado, Deus te perdoa. Ele vai te perdoar, Ele é misericordioso. Jesus levou o seu pecado para a cruz do calvário", lembrou.

Douglas também destacou a importância de confessar o pecado para alguém de confiança. Ele afirmou que teve que tomar coragem para dar este passo na sua luta pessoal contra este vício.

"O maior problema não foi simplesmente a pornografia, mas também o meu orgulho, de tentar sustentar uma imagem de santidade", explicou. "O que o diabo mais quer é que você fique nessa luta sozinho e não fale para ninguém".

Fonte: Guiame

Hernandes Dias Lopes: "O deserto não é um acidente de percurso e sim a escola de Deus"


O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes destacou que os cristãos devem ver o tempo de provações como uma oportunidade de crescimento espiritual.


Hernandes Dias Lopes. (Foto: MC Apologético)
Geralmente os períodos de dificuldades - comumente chamados por cristãos como "deserto" - podem ser acompanhados de questionamentos e até mesmo muitas reclamações a Deus. Porém o pastor Hernandes Dias Lopes lembrou em uma breve publicação recente de sua página do Facebook, que este período deve ser enxergado como um precioso tempo de crescimento.
Em sua breve reflexão, o pastor destacou que o deserto é uma verdadeira escola, na qual grandes líderes da Bíblia foram formados e até mesmo o próprio Jesus passou por momentos marcantes no local tão difamado por muitos.
"Deus treina seus líderes mais importantes na escola do deserto. Moisés, Elias e Paulo foram treinados por Deus no deserto. O próprio Jesus antes de iniciar o seu ministério passou quarenta dias no deserto", destacou.
Rev. Hernandes lembrou que o deserto não deve ser visto como o resultado de um desvio na caminhada cristã, mas sim algo que já estava nos planos de Deus para cada um.
"O deserto não é um acidente de percurso, mas uma agenda de Deus, a escola de Deus. No deserto, Deus trabalha em nós antes de trabalhar através de nós, provando que ele está mais interessado em nossa vida do que em nosso trabalho. Nossa maior prioridade não é fazer a obra de Deus, mas ter intimidade com o Deus da obra", lembrou.
O teólogo também explicou que o tempo que vem após o difícil período do deserto é recompensador e gratificante na vida do cristão.
"Quando Deus nos leva para o deserto é para nos equipar e depois nos usar com graça e poder em sua obra. Ele os treina na escola do deserto e depois os usa com grande poder na sua obra", escreveu.
"Não precisamos ter medo do deserto, se aquele que nos leva para essa escola está no comando desse treinamento. O programa do deserto é intenso. O curso é muito puxado. Mas, aqueles que se graduam nessa escola são instrumentalizados e grandemente usados por Deus!", finalizou.
Fonte: Guiame

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Sobre Festas Juninas


Por  Augustus Nicodemus Lopes    


A festa celebra o nascimento de João Batista, que virou um dos santos católicos. É realizada no dia 24 de junho com base no fato que João Batista havia nascido seis meses antes de Jesus (Lc 1:26,36). Se o nascimento de Jesus (Natal) é celebrado em 25 de dezembro, então o de João Batista é celebrado seis meses antes, em 24 de junho. É claro que estas datas são convenções, apenas, pois não sabemos ao certo a data do nascimento do Senhor.

A origem das fogueiras nas celebrações deste dia é obscura. Parece que vem do costume pagão de adorar seus deuses com fogueiras. Os druidas britânicos, segundo consta, adoravam Baal com fogos de artifício. Depois a Igreja Católica inventou a história que Isabel acendeu uma fogueira para avisar Maria que João tinha nascido. Outra lenda é que na comemoração deste dia, fogueiras espontâneas surgiram no alto dos montes.

Já a quadrilha tem origem francesa, sendo uma dança da elite daquele país, que só prosperou no Brasil rural. Daí a ligação com as roupas caipiras. Por motivos obscuros acabou fazendo parte das festividades de São João.

Fazem parte ainda das celebrações no Brasil (é bom lembrar que estas festas também são celebradas em alguns países da Europa) as comidas de milho – provavelmente associadas com a quadrilha que vem do interior – as famosas balas de “Cosme e Damião.” São realizadas missas e procissões, muitas rezas e pedidos feitos a São João. As comidas são oferecidas a ele.

Se estas festividades tivessem somente um caráter religioso e fossem celebradas dentro das igrejas como se fossem parte das atividades dos católicos, não haveria qualquer dúvida quanto à pergunta, “pode um evangélico participar?” Acontece que as festas juninas foram absorvidas em grande parte pela cultura brasileira de maneira que em muitos lugares já perdeu o caráter de festa religiosa. Para muitos, é apenas uma festa onde acendem-se fogueiras, come-se milho preparado de diferentes maneiras e soltam-se fogos de artifício, sem menção do santo, e sem orações ou rezas feitas a ele.

Paulo enfrentou um caso semelhante na igreja de Corinto. Havia festivais pagãos oferecidos aos deuses nos templos da cidade. Eram os crentes livres para participar e comer carne que havia sido oferecida aos ídolos? A resposta de Paulo foi tríplice:
  • O crente não deveria ir ao templo pagão para estas festas e ali comer carne, pois isto configuraria culto e portanto, idolatria (1Cor 10:19-23). Na mesma linha, eu creio que os crentes não devem ir às igrejas católicas ou a qualquer outro lugar onde haverá oração, rezas, missas e invocação do São João, pois isto implicaria em culto idólatra e falso.
  • Paulo disse ainda que o crente poderia aceitar o convite de um amigo pagão e comer carne na casa dele, mesmo com o risco de que esta carne tivesse sido oferecida aos ídolos. Se, todavia, houvesse alguém presente ali que se escandalizasse, o crente não deveria comer (1Cor 10:27-31). Fazendo uma aplicação para nosso caso, se convidado para ir a casa de um amigo católico neste dia para comer milho, etc., ele poderia ir, desde que não houvesse atos religiosos e desde que ninguém ali ficasse escandalizado.
  • E por fim, Paulo diz que o crente pode comer de tudo que se vende no mercado sem perguntar nada. A exceção é causar escândalo (1Cor 10:25-26). Aplicando para nosso caso, não vejo problema em o crente comer milho, pamonha, mungunzá, etc. neste dia e estar presente em festas juninas onde não há qualquer vínculo religioso, desde que não vá provocar escândalos e controvérsias. Se Paulo permitiu que os crentes comessem carne que possivelmente vieram dos templos pagãos para os açougues, desde que não fosse em ambiente de culto, creio que podemos fazer o mesmo, ressalvado o amor que nos levaria à abstinência em favor dos que se escandalizariam.
Segue abaixo parte de um livro meu onde abordo com mais detalhes o que Paulo ensinou aos coríntios em casos envolvendo a liberdade cristã.

O CULTO ESPIRITUAL, Augustus Nicodemus Lopes. Cultura Cristã, 2012.

“A situação de Corinto era diferente. O problema lá não era o mesmo tratado no concílio de Jerusalém. O problema não era os escrúpulos de judeus cristãos ofendidos pela atitude liberal de crentes gentios quanto à comida oferecida aos ídolos. Portanto, a solução de Jerusalém não servia para Corinto. É provavelmente por esse motivo que o apóstolo não invoca o decreto de Jerusalém.[1] Antes, procura responder às questões que preocupavam os coríntios de acordo com o princípio fundamental de que só há um Deus vivo e verdadeiro, o qual fez todas as coisas; que o ídolo nada é nesse mundo; e que fora do ambiente do culto pagão, somos livres para comer até mesmo coisas que ali foram sacrificadas.

1. A primeira pergunta dos coríntios havia sido: era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e ali comer a carne dos animais sacrificados aos deuses? Não, responde Paulo. Isso significaria participar diretamente no culto aos demônios onde o animal foi sacrificado (1 Co 10.16-24). Paulo havia dito que os deuses dos pagãos eram imaginários (1 Co 10.19). Por outro lado, ele afirma que aquilo que é sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios e não a Deus (10.20). Paulo não está dizendo que os gentios conscientemente ofereciam seus sacrifícios aos demônios. Obviamente, eles pensavam que estavam servindo aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto, ao fim das contas, seu culto era culto aos demônios. [2] Paulo está aqui refletindo o ensino bíblico do Antigo Testamento quanto ao culto dos gentios:
 Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus... (Dt 32.17)
...pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios (Sl 106.37).
 O princípio fundamental é que o homem não regenerado, ao quebrar as leis de Deus, mesmo não tendo a intenção de servir a Satanás, acaba obedecendo ao adversário de Deus e fazendo sua vontade. Satanás é o príncipe desse mundo. Portanto, cada pecado é um tributo em sua honra. Ao recusar-se a adorar ao único Deus verdadeiro (cf. Rm 1.18-25), o homem acaba por curvar-se diante de Satanás e de seus anjos.[3] Para Paulo, participar nos festivais pagãos acabava por ser um culto aos demônios. Por esse motivo, responde que um cristão não deveria comer carne no templo do ídolo. Isso eqüivaleria a participar da mesa dos demônios, o que provocaria ciúmes e zelo da parte de Deus (1 Co 10.21-22). Paulo deseja deixar claro para os coríntios “fortes”, que não tinham qualquer intenção de manter comunhão com os demônios, que era a atitude deles em participar nos festivais do templo que contava ao final. Era a força do ato em si que acabaria por estabelecer comunhão com os demônios.[4]

2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? Sim, responde Paulo. Compre e coma, sem nada perguntar (1 Co 10.25). A carne já não está no ambiente de culto pagão. Não mantém nenhuma relação especial com os demônios, depois que saiu de lá. Está “limpa” e pode ser consumida.

3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Sim e não, responde Paulo. Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente “fraco” que alerte sobre a procedência da carne (1 Co 10.27). Não, quando isso ocorrer (1 Co 10.28-30).

O ponto que desejo destacar é que para o apóstolo Paulo a carne que havia sido sacrificada aos demônios no templo pagão perdia a “contaminação espiritual” depois que saia do ambiente de culto. Era carne, como qualquer outra. É verdade que ele condenou a atitude dos “fortes” que estavam comendo, no próprio templo, a carne sacrificada aos demônios. Mas isso foi porque comer a carne ali era parte do culto prestado aos demônios, assim como comer o pão e beber o vinho na Ceia é parte de nosso culto a Deus. Uma vez encerrado o culto, o pão é pão e o vinho é vinho. Aliás, continuaram a ser pão e vinho, antes, durante e depois. A mesma coisa ocorre com as carnes de animais oferecidas aos ídolos. E o que é verdade acerca da carne, é também verdade acerca de fetiches, roupas, amuletos, estátuas e objetos consagrados aos deuses pagãos. Como disse Calvino,
Alguma dúvida pode surgir se as criaturas de Deus se tornam impuras ao serem usadas pelos incrédulos em sacrifícios. Paulo nega tal conceito, porque o senhorio e possessão de toda terra permanecem nas mãos de Deus. Mas, pelo seu poder, o Senhor sustenta as coisas que tem em suas mãos, e, por causa disto, ele as santifica. Por isso, tudo que os filhos de Deus usam é limpo, visto que o tomam das mãos de Deus, e de nenhuma outra fonte.[5]


[1] Note que Paulo não teve qualquer problema em anunciar o decreto em Antioquia, o que produziu muito conforto entre os irmãos (At 15.30-31).
[2] Não somente Paulo, mas os cristãos em geral tinham esse conceito. João escreveu: “Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar” (Ap 9.20).
[3] Cf. Charles Hodge, A Commentary on 1 & 2 Corinthians (Carlisle, PA: Banner of Truth, 1857; reimpressão 1978) 193.
[4] Hodge (1 & 2 Corinthians, 194) chama a nossa atenção para o fato de que o mesmo princípio se aplica hoje aos missionários que, por força da “contextualização”, acabam por participar nos festivais pagãos dos povos. Semelhantemente, os protestantes que participam da Missa católica, mesmo não tendo intenção de adorar a hóstia, acabam cometendo esse pecado, ao se curvar diante dela.
[5] João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, em Comentário à Sagrada Escritura, trad. Valter G. Martins (São Paulo: Paracletos, 1996) 320. 
Augustus Nicodemus Lopes

Postado por Augustus Nicodemus Lopes.

Sobre os autores:
Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.
O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

São João 1:29 começa nesta quinta-feira


Voluntários evangelizarão durante a maior festa junina do Brasil

Voluntários evangelizarão durante a maior festa junina do Brasil
A festa de São João é uma das maiores celebrações populares em todo Nordeste e, mais especificamente, no sertão nordestino. Durante essa festa, que se tornou bastante secular, a Igreja sente que deve se esconder. A VINACC e AMME evangelizar, por sua vez, entendem a situação de forma diferente, pois onde há mais perversão é preciso mais da Graça do Senhor para que as pessoas conheçam a Cristo e sejam libertas da destruição causada pelo pecado.
É por isso que, pelo terceiro ano consecutivo, as duas organizações vão realizar  o projeto de evangelização durante o período de festividades na cidade de Campina Grande – PB. O trabalho será realizado entre os dias 22 e 25 de junho e contará com a participação de voluntários de diversas denominações das Igrejas Evangélicas da região e de outros estados do Brasil.
O projeto é denominado São João 1.29, porque apresenta Jesus Cristo como o Cordeiro que tira o pecado do mundo, de acordo com a afirmação de João Batista escrita no capítulo 1 versículo 29 do Evangelho de João. O objetivo principal é mostrar aos participantes da festa que somente Jesus pode salvá-las da morte.
Para o pastor José Bernardo, fundador e presidente da AMME evangelizar, esse é o período em que a Igreja deve se mobilizar para alcançar aqueles que ainda não conhecem o Evangelho. “É nesse período junino que aumenta a prática do pecado e a Igreja não pode se esconder. Vamos aos principais corredores de Campina Grande levando a Palavra de Deus a tantas pessoas que precisam de salvação”, declarou.
Sob a coordenação de José Bernardo, a equipe de voluntários vai às ruas de Campina Grande para falar sobre o amor redentor de Jesus Cristo. Até domingo (25) serão distribuídos milhares de panfletos evangelísticos no formato de cordel pela cidade, sobretudo nas imediações do Parque do Povo, terminais rodoviários, shoppings e vias centrais.
De acordo com o diretor executivo da VINACC, Euder Ferreira, há necessidade da Igreja levar uma mensagem bíblica que aponte para Cristo. “O alvo principal do Projeto São João 1.29 (que este ano está na sua quinta edição), são as milhares de pessoas que participam das festas juninas pelo nordeste, especialmente em Campina Grande, que se notabilizou por realizar a maior dessas celebrações”.

Por Gomes Silva

Redação Consciência Cristã News
Foto: Portal TV Cariri

Sou evangélico. Posso participar do São João?

Pode um cristão participar das festas juninas, ou existe algo na celebração que entre em conflito com o ensino das Escrituras?

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Uma verdadeira multidão de pessoas celebram neste período as chamadas festas juninas, ou festas de São João.
Curiosamente, muita gente ignora a razão de ser da festa, bem como o personagem central da festa. Afinal de contas, quem é o João que é celebrado neste dia? É o apóstolo João ou o João “batizador”, primo de Jesus?
Cristãos evangélicos também possuem algumas dúvidas sobre este assunto. Não são poucos os que se perguntam se é possível participar destas celebrações e ao mesmo tempo agradar ao Senhor Jesus.
Numa abordagem lúcida e muito bíblica, o pastor Calvino Rocha aborda o tema das festas juninas, respondendo estes e também outros questionamentos.
Assista:

Redação VINACC
Vídeo publicado com autorização

MENINAS CRISTÃS SÃO FORÇADAS A SE TORNAREM PROSTITUTAS EM TEMPLOS HINDUS, NA ÍNDIA

As meninas estão sendo pressionadas a servir como “prostitutas do templo”, satisfazendo as necessidades sexuais dos homens de sua comunidade

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Meninas cristãs estão sendo pressionadas por seus pais a cumprirem uma tradição religiosa hindu, praticada na Índia há mais de 5 mil anos, que as tornam prostitutas pelo resto de suas vidas.
Conhecidas como “devadasis” ou “servas da deusa”, as jovens consagram suas vidas à deusa Yellamma e servem como “prostitutas do templo”, satisfazendo as necessidades sexuais dos homens de sua comunidade.
A prática foi proibida pelo governo indiano em 1988, mas as famílias pobres que vivem na Índia e no Nepal continuam oferecendo suas filhas para fazer uma oferta aos seus deuses.
Sumani, de 16 anos, é uma das jovens que têm sido pressionadas por sua mãe para se tornar uma devadasi. Ela tem encontrado apoio de missionários da organização Mission India, onde tem participado de estudos bíblicos.
Erik Morsehead, da Mission India, observou que há muitas outras meninas em situações semelhantes a de Sumani. “Há uma estimativa de 50 mil devadasis apenas no sul da Índia”, ele apontou ao site Mission Network News.
“Essas meninas, muitas vezes, vêm das castas mais baixas e seus pais as entregam aos templos como oferendas, a fim de apaziguar os deuses. Essas meninas são colocadas em um estilo de vida muito trágico”, Morsehead acrescentou.
A jovem Sarita também cresceu como um devadasi, mas conheceu a Cristo através dos estudos bíblicos promovidos pela Mission India. “Através do amor e da graça de Jesus, ela deixou de ser uma devadasi, mesmo que isso dê muito dinheiro”, disse Morsehead.
“Por causa da atitude de Sarita, suas pequenas filhas também não irão se prostituir. Ela quebrou esse laço em sua família. Agora, suas duas meninas estão indo para a escola e crescendo em um lar cristão amoroso”, contou Morsehead.
Além de problemas sociais como este, os cristãos têm enfrentado muitos desafios na Índia, onde representam uma minoria da população.
“Em toda a Índia, militantes hindus têm ameaçado e assassinado os membros das igrejas”, disse Paul Robinson, da organização Release International. “Os extremistas tentaram forçar os cristãos a renunciarem à sua fé e se converterem ao hinduísmo. Eles têm bombardeado, incendiado, vandalizado e demolido igrejas”.

Com Informações do Guiame e The Christian Post
Imagem: National Museums Liverpool

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