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sábado, 16 de julho de 2016

FIG 2016 - Palco Gospel acontece de 24 a 30 de Julho



Durante o Festival de Inverno de Garanhuns, o ´palco Gospel se consolidou como um espaço de louvor e adoração, além de ser ponto de encontro dos evangélicos de várias denominações e simpatizantes da música gospel.

Mais uma vez o vereador Zaqueu Naum Lins (PRB) organiza o evento, que esta na sua 9ª edição, e novamente acontecerá no Colégio Evangélico XV de Novembro entre os dias 25 e 30 de julho.

“Já estamos entrando em contato com alguns cantores e bandas de renome nacional, e também buscando o apoio de empresários e amigos que possam colaborar com este evento, o que a cada dia estar mais difícil devido a precária situação que vive nosso país. O evento conta com colabores como a Prefeitura Municipal de Garanhuns e Colégio Evangélico XV de Novembro” - ressalta Zaqueu.

Como tradicionalmente acontece todos os anos, o Palco Gospel contará com a participação de cantores e ministérios de louvor das igrejas de nossa cidade e região. Em breve será divulgada a programação completa do evento. 

O palco Gospel também conta com o apoio do Blog do Jakson Fitipaldi.

Em breve maiores informações.






quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sobre os “Cristãos Progressistas”

image from google


Os assim chamados “cristãos progressistas” (alcunha que não é nova, e foi usada, por exemplo, na Polônia, nas décadas de 1950 e 1960 para caracterizar os católicos que apoiaram os comunistas) se notabilizam, hoje, no Brasil, por defender a união civil de pessoas do mesmo sexo, aborto, maioridade penal e todo tipo de estatismo, como bons devotos de uma ordem religiosa, totalmente leais ao Partido e ao santo graal da Ideia.¹ Todos aqueles que não concordam com eles são tratados, simplesmente, como “não-pessoas”. E alguns de seus autores prediletos são Jürgen Moltmann, Hans Küng, Paul Tillich, Rob Bell, Brian McLaren, John Howard Yoder, Rosemary Radford Ruether, Leonardo Boff, Frei Betto, Gustavo Gutiérrez, Severino Croatto, entre outros.

Mas a defesa veemente desses temas são sinais de um mal maior. Até que ponto esses “cristãos progressistas” não têm reinterpretado profundamente a fé cristã, tornando-a em algo amorfo, totalmente distinto daquilo que se pode receber como revelação de Deus nas Escrituras Sagradas?

Parece que há, da parte desses “cristãos progressistas”, uma clara ruptura com “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos [os fiéis]” (Vicente de Lérins); isto é, esses “cristãos progressistas” se caracterizam não só por um afastamento, mas por uma rejeição de todo o ensino consensual entre os cristãos legítimos: a crença no Deus uno e trino, em sua revelação infalível e autoritativa nas Escrituras Sagradas, no pecado original e pessoal, na salvação exclusiva pela livre graça, no nascimento virginal de Cristo Jesus, em seu sacrifício sangrento na cruz, expiatório e substitutivo, em sua ressurreição corporal e em sua segunda vinda, única, visível e pessoal.

Se há, de fato, tal cisão, como reconhecer esses ditos “progressistas” como cristãos? Até que ponto – mais uma vez, se há um afastamento do ensino consensual cristão, como resumido nos antigos credos, aceitos por todos os ramos da fé cristã – não se deve considerá-los como meros “cavalos de Tróia”? Pois estes têm por alvo subverter os alicerces mais básicos da fé e da ética cristã para que a Igreja seja controlada (Gleichschaltung), subordinando-a à agenda do Partido/Estado, inflexível e colossal.

E, me parece, com a derrocada da esquerda na esfera pública, esses “cristãos progressistas” dobraram a aposta, na esfera eclesial, propagandeando com mais virulência, militantemente, suas crenças e valores.

Ao fim, toda noção de cristianismo parece ter sido subvertida pelos “cristãos progressistas”, subordinados que estão a uma Ideia. Se isso é assim, estes não podem ser reconhecidos como cristãos. Pois eles colocam fé na Ideia, não na Revelação. E gnosticismo não é cristianismo.
___________________
Nota:
[1] O termo “cristão progressista” também foi usado no Brasil nas décadas de 1950 e 1960 para caracterizar os adeptos da teologia da libertação, que “pensavam à frente”, contrapondo-se aos “reacionários”, que, por serem conservadores, estariam “amarrando o progresso”. E, na época, era hegemônico equacionar “progresso” com a noção comunista de história. Os “cristãos progressistas” surgiram nesse momento, supondo que a classe que salvaria o mundo seriam os pobres. Com a derrocada do socialismo no leste europeu, seguindo a nova esquerda, os “cristãos progressistas” entendem que a classe que salvará o mundo será a dos “excluídos” e minorias: mulheres, negros, homossexuais, índios, etc. Agora, enquanto o esquerdismo do PT sai de moda no Brasil e no restante da América Latina, alguns, atrasados em seis décadas, defendem e propagam o “cristianismo progressista”, na contramão da história.
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Autor: Franklin Ferreira
Divulgação: Bereianos

MULHER TEM A GARGANTA CORTADA ENQUANTO PREGA O EVANGELHO, NAS RUAS DA NIGÉRIA



A diaconisa Eunice Olawole, de 41 anos, foi decapitada e morta na manhã deste sábado enquanto pregava uma mensagem bíblica (9), em Abuja, capital da Nigéria.

Eunice, que era pastora da igreja Redeemed Christian Church, foi encontrada com a cabeça apoiada sobre a Bíblia que costumava usar nas pregações, pouco antes das seis horas da manhã.


O relatório da polícia também indica que Eunice foi esfaqueada no estômago, no momento do ataque. Seis suspeitos foram detidos e estão sob investigação.

O marido da vítima, Olawale Eliseu, que também é pastor na igreja, disse que a última vez que viu sua esposa foi às 5 da manhã, quando ela saiu de casa para pregar. "Minha esposa sempre saía no início da manhã para a ‘Manhã de Clamor’”, disse ele ao site Vanguard.

"Dois dos meus filhos foram para o campo, jogar futebol. Quando eles voltaram, me disseram que ouviram alguns jogadores dizendo que alguns arruaceiros haviam massacrado uma mulher que estava pregando esta manhã", lembra Olawale.

O marido foi até o local com seus filhos. A família se deparou com o sangue no chão e o corpo de Eunice dentro do carro da polícia. A suspeita de Olawale é que muçulmanos estejam envolvidos no crime.

“Houve um dia em que ela saiu e me disse que havia uma mesquita na parte de trás do local onde pregava, e ouviu alguns comentários sobre sua pregação. Eu adverti ela”, disse ele.

Alguns moradores da área onde Eunice foi morta disseram ter ouvido a mulher pregando na parte da manhã, antes de sua voz desaparecer. "Eu ouvi a voz dela, como de costume na pregação da manhã em um ponto, mas sua voz se desvaneceu”, disse a pessoa que não quis ser identificada.

"Esta é uma mulher que prega todas as manhãs. Ela sempre adverte as pessoas a se arrependerem, porque o reino de Deus está próximo”, disse Sam, chefe de segurança da área.

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Com informações Christian Today,via Guiame

ESTUPRO E MORTE DE ESPOSA DE PASTOR GERA PROTESTO NAS RUAS DE SP





Depois de verem a impunidade da Justiça diante do estupro e assassinato de Fátima Viana, esposa do pastor Daniel Viana, amigos e parentes da vítima realizaram um protesto na noite desta quarta-feira (6) na Avenida Paulista, em São Paulo.

Fátima, que era agente de saúde comunitária, foi encontrada morta na noite de 30 de junho na Brasilândia, Zona Norte da cidade. O crime foi cometido pelo vizinho da vítima, Victor Rodrigues Ramos. Ele confessou à polícia que estuprou, matou e depois escondeu o corpo da mulher, de 45 anos.

No entanto, Ramos foi liberado no mesmo dia em que assumiu a autoria dos crimes. Para o delegado Lupercio Dimove, do 23° Distrito Policial, em Perdizes, Victor devia ter ficado preso. Ele estava em liberdade condicional por um crime de receptação, mas teve a prisão preventiva negada pela Justiça. O documento em que a prisão é negada não tem assinatura de nenhum juiz.

Nas ruas, os manifestantes vestiam camisetas estampadas com o rosto da vítima. O objetivo do protesto foi pedir a prisão do agressor.
O pastor Daniel Viana, marido de Fátima, se revoltou com a decisão da Justiça. "Ele violenta minha esposa, ele assassina minha esposa, ele confessa isso dentro de um fórum, vai pra uma delegacia e antes de eu reconhecer o corpo da minha esposa no IML, esse cara tá na rua, como que eu vejo isso? Não sei como que eu vejo isso, não”.

Fátima era agente comunitária de saúde de uma Unidade Básica de Saúde da Brasilândia há 18 anos. Trabalhava visitando os moradores e também morava perto do local.

Procurado pela reportagem do SPTV, o Tribunal de Justiça informou que não localizou o pedido de prisão e, mesmo se tivesse localizado, não daria explicações por que o caso corre em segredo de Justiça.

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CONVENÇÃO BATISTA EXCLUI IGREJA EM MACEIÓ POR BATIZAR HOMOSSEXUAIS




A Igreja Batista do Pinheiro (IBP), em Maceió, foi excluída da Convenção Batista Brasileira (CBB) por realizar, desde fevereiro deste ano, o batismo de membros assumidamente homossexuais. A informação é do presidente da IBP, pastor Wellington Santos.


A reportagem do G1 tentou falar com a CBB por telefone e encaminhou um e-mail sobre o assunto, mas não recebeu resposta. Em seu perfil no Facebook, a convenção se apresenta como o órgão máximo da denominação Batista no Brasil, responsável pelo padrão doutrinário dos batistas no país.

Segundo o pastor Santos, que considera a decisão um “retrocesso”, a exclusão da IBP foi decidida no último sábado (9), durante sessão extraordinária da CBB na cidade de Vitória, no Espírito Santo. Ele afirma que a desfiliação não vai mudar o funcionamento da igreja ou o tratamento aos fiéis.

“O único motivo para essa exclusão é o batismo de homossexuais. Nós sempre fomos uma igreja de vanguarda, ecumênica, assim como deve ser a igreja Batista. Fazemos parte da Convenção desde os anos 70. Sofremos sanção quando decidimos aceitar irmãos homoafetivos. O processo todo de exclusão levou impressionantes 90 dias, quando normalmente seria feito em pelo menos 10 anos”, afirma Santos.

O batismo de homossexuais passou a ser praticado pela IBP após uma assembleia extraordinária realizada em fevereiro, e que contou com a maioria dos votos dos membros. A partir daí, a igreja e seus líderes passaram a receber críticas e ameaças, inclusive de outros líderes religiosos, por telefone e pelas redes sociais.
Uma das críticas à IBP veio da própria CBB no dia 30 de março, por meio de uma declaração oficial assinada por seu presidente, Vanderlei Batista Marins, e o diretor-executivo da instituição, Sócrates Oliveira de Souza.

No documento, publicado no perfil da CBB no Facebook, eles afirmam que a igreja de Maceió fere a constituição da convenção e a palavra de Deus.

“A diretoria da CBB entende que a Igreja Batista do Pinheiro tem seu direito à autonomia (…), mas ao tomar isoladamente esta decisão, desconsiderou o espírito cooperativo e participante entre as igrejas batistas e expôs a denominação diante de uma situação desconfortável perante à mídia como se agora os batistas aceitassem livremente como membros de suas igrejas pessoas homoafetivas”, diz trecho da declaração.

Para o pastor Wellington Santos, a decisão, apesar de legítima e legal, é um retrocesso.

“Essa violência simbólica parece muito com a violência que é cometida contra os homossexuais, de pessoas que insistem em falar que não existe crime homofóbico. Isso é uma espécie de recado, dizendo ao outro que fique calado, que se cure ou tome remédio. É um retrocesso, sem dúvida”, conclui Santos.


Ainda segundo o pastor, apesar da exclusão da Convenção Brasileira, a Igreja Batista do Pinheiro continua a mesma, e nada muda, principalmente para os membros batizados. “Os membros continuam sendo membros. Nós ainda somos membros da Aliança Batista do Brasil (grupo paralelo de igrejas batistas), e sempre tivemos autonomia financeira”, explica.

Sobre manter o batismo de homossexuais, Santos afirma que a prática prosseguirá. “Começamos a aceitar membros gays em 28 de fevereiro. E depois do que houve, não voltaremos atrás”, afirma o pastor.

Em junho, a direção da IBP enviou uma carta à Convenção Batista, onde lista os motivos que a levaram a aceitar membros homossexuais e lamenta a repercussão negativa. Esse documento foi postado na página da igreja nas redes sociais, e gerou diversos comentário de apoio à instituição alagoana.

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terça-feira, 12 de julho de 2016

QUANDO A NOSSA JUSTIÇA SE TORNA IDOLATRIA - O FARISEU E O PUBLICANO



Por  Silas Figueira

Texto base: Lucas 18.9-14

INTRODUÇÃO

Jesus nesta parábola tem a finalidade de nos chamar a atenção para o perigo que corremos de achar que somos melhores do que os outros porque somos religiosos. A religiosidade se torna perigosa quando começamos a nos afastar da humildade que ela deveria nos proporcionar, pois estamos na presença de Deus, e começamos a nos ufanar das nossas “boas” ações. Quando começamos a nos comparar com os demais homens que agem de forma diferente da nossa e achamos que somos melhores que eles. 

Nesta parábola do fariseu e do publicano o Senhor nos apresenta duas pessoas completamente diferentes quando oram. O fariseu nos é apresentado como um homem inchado de orgulho espiritual, enquanto que o publicano é uma pessoa que reconhece o seu estado espiritual defeituoso, ou seja, é um homem de humildade espiritual.

Eles não só eram diferentes na oração, mas também eram duas classes contrárias entre si. Os fariseus eram religiosos, tinham um vasto conhecimento do AT e frequentavam as sinagogas e o templo. Eram conhecidos por seus jejuns e orações públicas e diárias. Já os publicanos – coletores de impostos – eram pessoas mal vistas na sociedade judaica, pois eram judeus que trabalhavam para Roma recolhendo impostos de forma injusta.

Jesus mostra através dessa parábola o fariseu como um religioso hipócrita e o publicano como um religioso autêntico. 
  
Observando esse texto nós percebemos que a justiça própria anda de mãos dadas com a soberba e isso não passa de idolatria, pois a pessoa deixa de estar debaixo da justificação que o Senhor nos dá através de Cristo, e passa a se autojustificar.

Quais as lições que podemos tirar desse texto?

A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE A NOSSA JUSTIÇA PODE SE TORNAR IDOLATRIA.

A linha divisória entre ser fiel a Deus através do nosso testemunho e a justiça própria é muito tênue. Por isso devemos tomar muito cuidado, pois como nos diz Ec 7.16:

“Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?”

Por isso devemos tomar todo cuidado, pois a nossa justiça pode se tornar idolatria:

1º Quando pensamos que pela nossa própria justiça iremos para o céu (Lc 18.9). O apóstolo Paulo nos diz assim em Efésios 2.8,9:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.

A salvação não está atrelada a méritos humanos, mas ao sacrifício de Jesus na cruz. Eu não sou aceito por Deus por ser bom, mas porque Jesus pagou um alto preço em resgate de nossas vidas. Por isso que há um perigo muito grande na religiosidade, e esse perigo se chama orgulho.

O orgulho religioso mata nossa vida com Deus; ela não nos leva a Deus, mas nos afasta dEle. Ter uma religiosidade acentuada não significa que agradamos a Deus. Essa parábola mostra claramente que a religiosidade que ostentamos em nossa vida não significa nada para Deus se não brotar de um coração sincero e se não for de acordo com a vontade Dele. Observe que o fariseu e o publicano tiveram atitudes de religiosos, pois estavam buscando a Deus em oração, porém, o fariseu, o mais religioso dos dois, é reprovado, pois sua religiosidade e oração eram vazias. O publicano não era considerado um religioso, mas tinha um coração que agradava a Deus.

Confiar em si mesmo é idolatria, pois despreza o que o Senhor realizou por nós quando enviou Seu Filho para nos resgatar; é como se disséssemos para Deus que somos bons demais, que somos excelentes e que se Ele não nos salvar será muita injustiça da parte dEle. E no céu não entra idólatra (Ap 22.15).

Veja o que o Senhor nos fala através de Isaías:

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6).

A nossa justiça diante de Deus não vale de nada, só iremos para o céu através da Justiça de Jesus e não por causa da nossa.

A nossa justiça pode se tornar idolatria:

2º Quando nos vemos melhores que os outros (Lc 18.9,11). Veja que o texto nos diz que há pessoas que desprezam as outras por se verem justas. Tanto que a palavra “desprezam”, neste caso, significa literalmente “reputavam como nada”. Quantas pessoas hoje têm se desviado das outras por causa do orgulho religioso.

É bom destacar que nem todos os fariseus eram orgulhosos assim. Havia alguns que eram humildes e não arrogantes. No entanto, a maioria era assim, tanto que Jesus teve dificuldade em Seu ministério o tempo todo com eles. R. N. Champlin nos conta acerca da oração de um fariseu por volta do ano 70 d.C. Na sua oração o fariseu dizia assim:

“Agradeço-te, ó Senhor, meu Deus, que me tenhas proporcionado um lugar entre aqueles que se assentam na Casa de Estudos, e não entre aqueles que se assentam nas esquinas das ruas; porquanto eu me levanto cedo, como eles se levantam cedo, porém, levanto-me cedo para estudar as palavras da lei, e eles levantam cedo para se ocuparem de coisas inúteis. Eu trabalho, e eles também trabalham, porém, trabalho e recebo uma recompensa, e eles trabalham e não recebem recompensa alguma. Eu vivo e eles vivem também, porém, eu vivo para a vida do mundo vindouro, e eles vivem para o abismo da destruição” [1].

Esse tipo de oração não passa de autojustificação cheia de preconceito e julgamento. Por que digo isso, porque em momento algum há uma interseção por essas pessoas que viviam longe de Deus, segundo o fariseu. Ele se vangloriava do que tinha, mas em momento algum se lamentou da vida daquelas pobres almas.

Na verdade, esse fariseu usava a oração para obter reconhecimento público, não como exercício espiritual para glorificar a Deus [2]. Veja o que o Senhor nos fala em Mt 6.5 e 23.14:

“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!”

O Pastor Marcos de Souza Borges diz que “o preconceito, não só limita os relacionamentos e valores de outros, como os do próprio Evangelho. Impõe-se um padrão de santidade baseado em estereótipos, ritos e práticas externas que são apenas símbolos”. E ele ainda deixa claro que esse tipo de religiosidade é carnal e diabólica. Ele nos diz que “Espiritualidade demais é carnalidade, pois Deus é santo e o diabo é religioso” [3].

A nossa justiça pode se tornar idolatria:

3º Quando tomamos o lugar de Deus (Lc 18.11).  O fariseu orava de si para si... Ele orava para si e não para Deus, em outras palavras, ele falava consigo mesmo, ele não orava. Ele descreveu a si mesmo diante de Deus, e mostrou para si mesmo o quão reto era de acordo com todos os testes que havia imaginado.

Esse tipo de oração, infelizmente, temos ouvido em muitas igrejas. Aliás, nós temos alguns tipos de “orações” bem variadas em nossas igrejas.

Temos a oração testemunho – quando a pessoa aproveita para se exaltar diante das pessoas por algo que recebeu da parte de Deus.

Oração fofoca – quando a pessoa conta na oração um problema que alguém está passando, geralmente algo escandaloso.

Oração anúncio – quando se ora anunciando algum evento da igreja.

Parece brincadeira, mas o que mais temos visto por aí são esses tipos de oração, menos oração. Sempre há alguém orando dessa forma em nossas igrejas e sempre haverá.

A nossa justiça pode se tornar idolatria:

4º Quando nos ufanamos diante das nossas boas ações (Lc 18.11,12). O fariseu mostrou o quanto estava distante de Deus quando exaltou suas próprias obras como sendo, na visão dele, o motivo de Deus o “aceitar” em Sua presença. Porém, ele apenas mostrou o quanto adorava a si mesmo e não a Deus. 

Leon L. Morris diz que “aquilo que o fariseu dizia acerca de si mesmo era verdadeiro. Seu problema não era que não tinha progredido suficientemente ao longo da estrada, era que estava na estrada totalmente errada [...] e que o espírito da sua oração era totalmente errado” [4].

Muitos vão fazer isso, não na oração, mas, diante do Tribunal de Deus, como nos diz Jesus em Mt 7.21-23:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

Queridos, diante de Deus nós somos injustificáveis, no entanto esse fariseu se via em pé de igualdade com Deus.

Nem Jó escapou desse engano doloroso que é a justiça própria. Quando toda aquela provação lhe sobreveio, sua atitude central foi de defender, irredutivelmente, a sua reputação. Apesar de Jó ter um testemunho inquestionável, as obras esmeradas e uma conduta aparentemente irrepreensível, havia algo errado que precisava ser mudado.

A grande mensagem do livro de Jó é que o homem mais justo da face da terra (Jó 1.8) era injusto, devido à sua justiça própria. Não pense você que foi fácil Jó conseguir enxergar isso. Tanto que ele passa o tempo todo se defendendo.
Jô se considerava justo demais e tão perfeito, que se resentiu ao ponto de culpar a Deus pela sua trágica situação. Então, é quando Deus revela a condição da sua justiça própria:

“Acaso, anularás tu, de fato, o meu juízo? Ou me condenarás, para te justificares?” (Jó 40.8 – ARA).
“Você vai pôr em dúvida a minha justiça? Vai condenar-me para justificar-se?” (Jó 40.8 – NVI).
“Será que você está querendo provar que sou injusto, que eu sou culpado, e você é inocente?” (Jó 40.8 – NTLH).

“Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares?” (Jó 40.8 – ARCF).

Quanta cegueira havia em Jó! Ele foi uma das pessoas que Deus precisou tratar mais duramente na Bíblia. Uma terrível crise que atingiu sua família, bens, saúde e, principalmente, sua reputação. Antes de Deus revelar sua justiça a Jó, ele precisava quebrar toda aquela casca de justiça própria com a qual sutilmente ele se gloriava.

Só uma provação tão forte como essa poderia levar alguém, que se achava tão infalivelmente justo, a discernir seu próprio orgulho e enxergar a injustiça própria. A Palavra de Deus diz que toda perfeição tem seu limite (Sl 119.96).

Mas depois de ser confrontado pelo Senhor, Jó finalmente entendeu o seu estado e pode se enxergar como na verdade ele era aos olhos de Deus:

“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5,6).

Só depois disso que Jó pode orar e abençoar a vida de seus amigos. 

A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É SÓ PODEMOS SER JUSTIFICADOS PELO SENHOR QUANDO RECONHECEMOS E NOS ARREPENDEMOS DOS NOSSOS PECADOS (Lc 18.13,14).

Justificação é o ato (instantâneo, completo e definitivo) JUDICIAL de Deus ao declarar que o pecador (que se arrependeu e creu em Cristo, e à conta da penalidade sobre Este como seu substituto): 1) não mais será punido; 2) será considerado como sendo JUSTO; e 3) está restaurado ao Seu favor.
Somos justificados pelo Senhor:

1º Quando nos apresentamos diante de Deus com humildade.Enquanto a religiosidade do fariseu o afastou de Deus, a humildade do publicano o levou a receber a justificação do Senhor. O publicano sequer tinha coragem de olhar para o céu, mas batia no peito, pois reconhecia o seu pecado. Os adoradores, entre os judeus, usualmente elevavam os olhos, mas aquele publicano sentia vergonha de ser tão ousado na presença de Deus.

Recentemente ouvi uma frase que dizia assim: “Tem gente que é tão humilde que tem orgulho de ser humilde”, não era o caso deste publicano.

Somos justificados pelo Senhor:

2º Quando reconhecemos o nosso pecado. Davi no Salmo 32 nos fala da bem-aventurança de quem recebe o perdão. Foi isso que ocorreu com este publicano.

O publicano agia totalmente contrário do fariseu. Ele depreciava a si mesmo, por avaliar corretamente a sua condição de pecador. Ele não olhou para o fariseu e o acusou de ser também um pecador e muito menos o chamou de santo; ele olhou para dentro de si somente.

Diante de Deus nós só contemplamos os nossos pecados e não os pecados alheios. Veja por exemplo o que ocorreu com Isaías 6.1-5:

“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”

Diante de Deus eu só posso ver as minhas falhas e não os meus acertos. Diante de Deus temo e tremo. veja por exemplo o que ocorreu com Daniel depois que teve a visão no rio Tigre (Dn 10.4-8). Outro exemplo é a do apóstolo João na ilha de Patmos (Ap 1.12-17).

Diante de Deus somos reputados por nada, mas tem gente que se acha.

Somos justificados pelo Senhor:

3º Quando buscamos a misericórdia de Deus para nossa vida. “Ó Deus sê propício a mim, pecador!”. O publicano batia no peito, num ato de tristeza extrema, que demonstrava a sua sinceridade na oração. Ele quando busca o perdão é porque reconhece o que merece, e ele merecia a condena

Como nos fala o Salmo 51.17:

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. 

Quem busca o perdão de Deus com sinceridade de coração encontra o Senhor pronto a perdoar. Enquanto o publicano sabia da enormidade dos seus pecados, o fariseu não fazia ideia do que havia dentro do seu coração. Warren W. Wiersbe diz que esta é outra versão da história do filho pródigo e de seu irmão mais velho [5].

CONCLUSÃO

O Senhor conclui a sua parábola dizendo: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14).

A petição dele foi aceita. O publicano voltou para casa justificado, ou seja, alcançou o perdão que havia pedido a Deus, pois este se humilhou debaixo da potente mão do Senhor. No entanto, o fariseu nada alcançou, pois não se via como pecador.

O princípio por trás de tudo isto é o que se exalta, será humilhado. Ninguém tem coisa alguma da qual se pode jactar diante de Deus. Por contraste, o que se humilha, será exaltado. O pecador arrependido que humildemente procura a misericórdia de Deus, a achará [6].

Um jovem, recém-formado em seu curso de Teologia, chegou ao púlpito, impecavelmente vestido e mostrando-se muito confiante em si mesmo. Ele começou a pregar o seu primeiro sermão naquela que era a sua primeira igreja e as palavras simplesmente não saíam. Sentindo-se envergonhado e derramando lágrimas, ele deixou a plataforma onde estava pregando. Duas senhoras, já idosas, que estavam sentadas na primeira fila da igreja, comentaram entre si: "Se ele entrasse como ele saiu, ele sairia como ele entrou." Muitas vezes perdemos grandes bênçãos exatamente por nos julgarmos autossuficientes e por acharmos que não dependemos de Deus para nada.

Como você tem se chegado a Deus, como o fariseu ou como o publicano? De acordo com a sua resposta você saberá como retornará para sua casa.
Pense nisso!

Notas:

1 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado – versículo por versículo – Lucas. Editora Candeia, São Paulo, SP. 10ª reimpressão, 1998, p. 175.
2 – Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo – Novo Testamento 1. Geográfica, Santo André, SP, 1ª Edição, 2012, p. 323. 
3 – Borges, Marcos de Souza. Cura e edificação do líder, Editora Jocum, Paraná, PR, sexta edição 2013, p. 68.
4 – Morris. L. Leon. Lucas, introdução e comentário. Ed. Mundo Cristão, Edições Vida Nova, Cidade Dutra, SP. 1986, p. 248, 9.
5 – Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo – Novo Testamento 1. Geográfica, Santo André, SP, 1ª Edição, 2012, p. 323.
6 – Morris. L. Leon. Lucas, introdução e comentário. Ed. Mundo Cristão, Edições Vida Nova, Cidade Dutra, SP. 1986, p. 249.  

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segunda-feira, 11 de julho de 2016

05 COISAS NÃO PODE FALTAR NO LOUVOR DA SUA IGREJA



Por Renato Vargens

Boa parte dos louvores que entoamos em nossas Igrejas encontram-se desprovidos de qualidade musical e teológica. Confesso que estou cansado de ouvir determinadas canções. Não aquento escutar em meio ao louvor com música, “restitui eu quero de volta o que é meu”, ou ainda “onde colocar as minhas mãos prosperará”. Não suporto mais ver os crentes andando para a direita, ou para esquerda, cantando que por todo lado que é abençoado, ou até mesmo propagando a teologia da vingaça cujo sabor é de mel.

Pois é, boa parte das músicas evangélicas tem pecado pela propagação de heresias e mensagens totalmente contrárias aos ensinamentos bíblicos. Infelizmente muitos hinos e cânticos populares têm ensinado aos cristãos valores e conceitos absolutamente antagônicos as Sagradas Escrituras. Na verdade, nosso cancioneiro está cheio de aberrações teológicas onde mantras repetitivos são entoados em cultos de louvor. Para piorar a situação, algumas destas canções fazem apologia a teologia da prosperidade ou confissão positiva dizendo ao crente que ele vai prosperar. Além disso, inúmeros louvores pedem chuva, fogo, poder , cujo propósito final é não é a glória de Deus e sim satisfação do freguês.

Diante do exposto, visando ajudar os ministros música a não tocarem bobagens em seus cultos, bem como escolherem canções que possam glorificar ao Senhor, resolvi elencar cinco coisas que não podem faltar em um louvor congregacional.

1-) O louvor congregacional deve ser caracterizado por canções cristocêntricas

Um louvor saudável é caracterizado pela centralidade de Cristo, Nessa perspectiva, não há espaços para canções humanistas, de teologia duvidosa, estribada em conceitos de autoajuda ou psicologia.

2-) O Louvor Congregacional deve possuir boa teologia

Esse é um grave problema. Boa parte dos pastores não possuem condições de avaliar se as canções entoadas em suas comunidade locais possuem boa teologia. Nessa perspectiva, por ignorarem as verdades contidas nas escrituras, permitem que aberrações teológicas sejam entoadas em seus pulpitos, proporcionando com isso o adoecimento da igreja que pastoreiam. Uma Igreja saudável pensa no que canta e canta o que pensa, portanto, ela precisa além de conhecer as doutrinas fundamentais das Escrituras, ela precisa fundamentar que canta aquilo numa saudável teologia.

3-) O louvor congregacional deve focar as doutrinas fundamentais das Escrituras

Infelizmente não vemos em boa parte dos louvores modernos ênfases em doutrinas como salvação pela graça mediante a fe, imputação de pecados em Cristo, santificação. exaltação a trindade, volta de Jesus, e outras mais. Na verdade, as canções modernas, falam somente de bênçãos, vitórias, conquistas, milagres e prosperidade o que tem contribuido para o surgimento de um evangelho humanista. Uma igreja que possui um louvor saudável canta as verdades contidas nas Escrituras, não abrindo espaço, nem tampouco permitindo que os louvores centrado dos homens ocupem um espaço que pertence exclusivamente a Deus,

4-) O louvor congregacional deve ser entoado exclusivamente para a gloria de Deus

Tudo na vida deve ser feito para a glória de Deus inclusive, é claro, os louvores entoados em nossos ajuntamentos. O problema é que 90% das canções compostas pelos nossos cantores e compositores estão focadas na satisfação do cliente e não na glória de Deus. Veja por exemplo, quantos hinos são entoados na primeira pessoal do singular ou plural? Muitos não é verdade? Pois é, ao contrário destes, as Escrituras nos ensinam que louvores saudáveis jamais deverão estar centrados em homens e sim na pessoa de Deus.

5-) O louvor congregacional deve ser desprovido de arrogância, proepotência e vanglória

No louvor congregacional não há espaço para glória pessoal. Tudo feito pra Ele, por Ele, por Intermédio dele e para glória dele, o que significa que na adoração não existe a menor possibilidade de que homens sejam glorificados, roubando assim, a glória que somente Ele é digno de receber.

Pense nisso!

Renato Vargens

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Fonte: Blog do Renato Vargens.

PÃO E CIRCO - UM ENSAIO SOBRE A IDOLATRIA



Por Monique Tavares 

Tenho observado o comportamento das pessoas nas redes sociais, principalmente facebook e blogs. Sendo um pouco mais específica, tenho observado o comportamento dos cristãos nas redes sociais. Escondidos por trás de seus avatares virtuais, tudo pode. Todos passam a ser escritores, comentaristas, comediantes e o que mais quiserem. É errado isso? Claro que não. É direito democrático nosso falar do que pensamos, desde que respeitemos o direito do outro de também se expressar. Contudo, respeitar o outro não é calar suas opiniões para não “ferir” a opinião alheia, mas falá-las de forma ética e sem depreciar ao que está lendo as postagens do outro lado.


Infelizmente, o que mais vemos neste diálogo virtual é a falta de ética. Palavrões, maldição até a décima geração, gestos obscenos, imagens obscenas, depreciação pessoal são pequenos exemplos do que ocorre nesta selva de possibilidades virtuais. Sim, os cristãos têm se comportado desta forma nas redes sociais.

Observando bem não são todas as postagens que recebem este nível de atenção. Temos aquelas que falam sobre missões, as quais não são tão apreciadas nem recebem tamanha repercussão. Poucas curtidas. Também temos aquelas que divulgam um belo trabalho feito pela igreja, as que nos dão notícias do mundo correlacionadas com as posturas cristãs e que também não repercutem tanto assim. Temos ainda as postagens que bombam. Comentários, réplicas, tréplicas e tanto quanto der para se desenvolver até que se esgote todas as possibilidades de fala, critica e depreciação.

Um dos casos em que esse movimento de respostas enlouquecidas e desenfreadas acontece é quando alguém se arrisca a criticar e opinar sobre os famosos do mundo gospel. Não se pode tecer comentários sobre letras de músicas ou sobre sermões, nem tão pouco sobre o comportamento descabido dos ídolos gospels. Para a grande maioria dos cristãos virtuais isto é considerado depreciação pessoal ou desqualificação ministerial.

Vemos surgir as mais variadas respostas ensandecidas. Algumas, por seu conteúdo absolutamente carnal e de baixo calão, não merecem atenção ou destaque. Vejamos, contudo, as mais famosas respostas que surgem em oposição aos textos acerca do mundo gospel:

• “Ele é um homem de Deus” - Como se os que escrevem críticas equilibradas e biblicamente fundamentadas não o fossem.

• “Ele abençoa tantas pessoas com as pregações dele” - A “benção” sobre as pessoas aparece como sinal da aprovação de Deus sobre ele. Sabemos, contudo, que Deus usa quem ele quer para abençoar a quem deseja. Somos apenas um meio. Se fosse depender da nossa santificação e merecimento para Deus abençoar alguém, esse dia nunca chegaria.

• “Pelo menos ele está fazendo a obra de Deus e você que não está fazendo nada para o reino?” - Sempre me divirto com essa afirmação. Como ele sabe que o autor do texto não tem feito nada para o reino? Se por “fazer a obra de Deus” compreende-se “ser famoso e popular”, estamos, a grande parte dos cristãos, perdidos já que nosso trabalho para Deus não está em evidencia nem possui grande destaque público. Graças a Deus que tudo vê. Precisamos entender que se Deus evidencia alguém não é por mérito desta pessoa, mas por sua vontade soberana. Vale lembrar também que seremos cobrados por Deus de acordo com o que nos é dado e com a posição que ocupamos diante da igreja.

• “Quantas pessoas foram tiradas do reino das trevas através dele” - Essa é uma afirmação perigosa. Não dá para ter certeza que só porque alguém chorou ou levantou a mão ou porque foi “curada” está salva. Conversemos com Paul Washer sobre o tema e leiamos João capitulo 6 para ver como as pessoas que receberam de Deus responderam a sua dura pregação. Se, por acaso, forem salvas o mérito é de Cristo, não do artista gospel. O trabalho de convencer é do Espírito Santo não nosso.

• “Você está falando isso porque tem inveja, você queria ter a unção dele”- Pois é. Isso existe mesmo. Se você emitir qualquer opinião sobre um ídolo gospel, sua música, teologia ou comportamento público, você é invejoso. Como lidar com isso?

• “Vocês só querem ser donos da verdade” – A bíblia é a dona da verdade. Eu preciso crer no que está escrito nela. Portanto, qualquer argumentação que se utilize das verdades bíblicas tem espaço. Sempre se está disposto a dialogar biblicamente, mas o problema é que, na falta de argumentos bíblicos, sobra chamar o outro de “dono da verdade”.

• “Como as pessoas perdem tempo para falar contra a obra de Deus?”- A obra de Deus é de Deus. Deve ser realizada, portanto, da maneira que Deus prescreve (com riqueza surpreendente de detalhes) em sua palavra. É possível que escrever sobre o que outros estão fazendo, cantando ou falando dentro da “obra de Deus” seja, na verdade, a obra de Deus. Já pensou por este ângulo? O mais importante é o tesouro que levamos não o vaso de barro que o leva.

• “Não julguem os ungidos de Deus”- Essa é famosa. O que não se observa, contudo, é a fragilidade deste argumento. Quer dizer que o autor do texto está julgando o artista gospel, ou será que você está julgando o autor do texto? Lembrem-se, toda a igreja do Senhor são os ungidos de Deus!

• “Eu fui tão abençoada por essa música (artista, pregação), Deus curou a minha alma”. Ou seja, o que importa é a minha experiência pessoal e satisfação. A régua não é mais a bíblia, agora é minha alma.
No final das contas quando esprememos essas opiniões percebemos que a defesa para tal é porque se gosta da música ou do artista ou da pregação e principalmente por receber uma cura, uma benção espiritual ou benção material o que se constitui em simples satisfação pessoal e não satisfação em Deus. Sim, no final das contas mais importa me satisfazer do que satisfazer ao Deus a quem devo tudo. Como somos tolos! Às vezes pensamos que Deus é nosso amiguinho que tratamos como queremos. Lembremo-nos: Ele zela por sua palavra.

A palavra “satisfação” me lembra de alguns textos da Bíblia. Por incrível que pareça ela me lembra “comida” que me lembra “idolatria”. Quando olhamos para as Escrituras isso faz muito sentido. Em I Coríntios capítulos 8 a 11 vemos que satisfação pessoal, comida e idolatria estão intimamente ligados.

A comida é um símbolo que está bastante associado à idolatria. É, por exemplo, o que se oferece em consagração ao ídolo, no caso dos pagãos, para se receber alguma graça e “aplacar a ira divina” revelada em alguma doença ou peste que acometa determinada pessoa ou família, principalmente por alguma benção alcançada ou que se deseja alcançar. Interessante observar que, ao mesmo tempo em que se oferece a comida ao ídolo se come dela também. A relação dos pagãos com o ídolo é de extrema necessidade e está sempre baseada na satisfação pessoal. Quer no que se refere ao seu próprio ventre, quer seja por satisfações sexuais ou para obtenção de coisas que promovam a comodidade e o luxo. Ou seja, o foco “sou eu”. Adora-se um ídolo para receber algo de suas mãos. Parece-me que o alvo da idolatria é a pessoa mesmo que está adorando, por sua sobrevivência e alimentação da concupiscência dos olhos e a soberba da vida.

Essa relação da comida com adoração se faz tanto no caso dos ídolos como na adoração ao Deus vivo. No velho testamento temos esse exemplo bem claro. O próprio texto em I Coríntios capítulo 10: 3- 8 relata um exemplo da história de Israel.
“Todos comeram do mesmo alimento espiritual e beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha era Cristo. Contudo, Deus não se agradou da maioria deles; por isso seus corpos ficaram espalhados no deserto. Essas coisas ocorreram como exemplo para nós, para que não cobicemos coisas más, como eles fizeram. Não sejam idólatras, como alguns deles foram, como está escrito: O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregara à farra. Não pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram – e num só dia morreram vinte e três mil.
Vemos Israel caindo por vezes no pecado de idolatria. Nessa passagem fica clara a relação da idolatria com a satisfação pessoal. Eles estavam entregues aos seus desejos e vontades pecaminosas comendo, bebendo e farreando a deriva. Não queriam mais fazer como Deus havia ordenado através de Moisés. Queriam fazer conforme seus próprios instintos. Isso, segundo a opinião deles, era bom e suficientemente satisfatório. Israel comeu e bebeu da comida certa (espiritual que era Cristo) como está escrito nos versos 3 e 4, mas a consciência da maioria era suja, voltada para sua própria cobiça.

Sobre isso pensamos: o que há de errado em comer e beber? Não é algo que fazemos costumeiramente? O próprio Cristo se assentava na mesa com frequência e comia até mesmo com pecadores. Essa resposta temos em capítulos anteriores ao capítulo 10 de I Coríntios. No capítulo 8, vemos Paulo exortando aos irmãos a comerem de tudo no mercado, mesmo que seja sacrificado aos ídolos, pois os mesmos, a comida e o ídolo, não são coisa alguma.
“Contudo, nem todos tem esse conhecimento. Alguns, ainda habituados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, fica contaminada. A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos.”
A consciência é o segredo para compreendermos essa questão. Se a consciência estiver pura não há pecado em comer e beber as coisas sacrificadas ao ídolo. No entanto, se um irmão tem a fé fraca e come pensando que está sacrificando ao ídolo, não deve comer, pois a fé do mesmo será abalada. E por isso, “quer comais e quer bebais deve-se fazer tudo para glória do Senhor”.

Dessa forma, o pecado está em ter uma consciência corrompida, não no objeto de adoração em si. Essa complexidade nos esclarece que nós cristãos podemos nos encontrar por diversas vezes no pecado de idolatria, mesmo não tendo imagens, amuletos ou coisas físicas que demostrem a idolatria. Idolatrar é um estado de consciência confirmada ou não com uma prática pagã. Por isso, em I Co 10: 14, Paulo nos diz: “Por isso filhos amados fujam da idolatria”. Em outras palavras, fujam de alimentar os seus próprios desejos e vontades cobiçosos, ansiosos por saciedade sem se preocupar qual seja a santa vontade de Deus.

Como falei anteriormente essa relação da comida com adoração se faz tanto na adoração aos ídolos como na adoração ao Deus vivo. Em contraponto com a mesa da idolatria, a mesa do Senhor dá um banho de água fria na busca enlouquecida pela satisfação pessoal.

Em I Co 11: 20,21 ele faz uma severa crítica aos coríntios pelo modo indevido como estão praticando a ceia. Ele diz:
Quando vocês se reúnem não é para comer a ceia do Senhor, porque cada um come a sua própria ceia sem esperar pelo outro. Assim, enquanto um fica com fome outro se embriaga”.
Paulo faz uma severa crítica aos irmãos pelo fato de cearem a mesa do Senhor sem esperar pelos outros irmãos. De modo que alguns comiam e se fartavam e outros ficavam com fome. Esses versículos nos trazem uma informação central para a compreensão dessa passagem da ceia. Muitos interpretam o versículo: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, e então como do pão e beba do cálice” erroneamente. Pensam que o impedimento a participar da ceia seria estar em pecado. Mas pensemos bem, estamos em pecado todos os dias. Se o pecado for uma prerrogativa para não cear, nem o próprio Paulo escaparia. O pecado nessa circunstância está em não pensar e não esperar o outro para a ceia. O pecado era pensar em si próprio e na sua própria fome. Esquecer o que os outros necessitavam. Esquecer-se de juntos lembrar-se de Cristo que perdeu tudo para morrer em favor de outros. Queriam mesmo era receber e não dar.

Eis aí a diferença: os pagãos adoram a um deus para receberem o que buscam para si, já os cristãos devem adorar a Deus por quem Ele é e por aquilo que já receberam mesmo sem merecer. A adoração consiste em doar aos outros da mesma forma que receberam tudo de Deus. Os olhos não devem estar abertos a sua própria necessidade, mas ao que Cristo fez por sua misericórdia. Ele nos convida a comer e a beber não com a consciência corrompida pela cobiça, mas a comer e beber dividindo tudo o que se tem.

Gostaria bastante que os cristãos parassem um pouco e pensassem porque tantas vezes preferem proteger um cantor gospel ou pregador do que proteger a própria palavra de Deus. O que mais importa quando o trabalho de um cristão é criticado? Defender aquele que tem lhe proporcionado satisfação pessoal em suas canções ou parar com honestidade para averiguar se, independente de quem seja este artista gospel e do tamanho de sua influência, a palavra santa de Deus está sendo solapada? O que estou dizendo afinal, é que quando Deus desperta seus homens anônimos em defesa de seu próprio evangelho, denunciando equívocos do meio gospel, o povão prefere defender o rico e famoso que está proporcionando pão e circo para a diversão e satisfação do povão embebedado em suas cobiças, do que perguntar-se: “Será que o evangelho está sendo honrado? A palavra de Deus está sendo anunciada com fidelidade e humildade?”.

Enquanto algumas poucas pessoas do Brasil todo se levantavam para criticar posturas anti-cristãs de um certo cantor acima da média que usava a bíblia de maneira equivocada o tempo todo, chegando a dizer que falas de Davi foram ditas por Paulo, demonstrando completa falta de intimidade com os textos mais triviais das sagradas escrituras (isso apesar de ser pastor ungido), o povão, a grande maioria esmagadora dos avatares virtuais, o defendia veementemente. Quando este cantor decide tocar nos ídolos do povo, foi a gota d´Água. Quando ele falou dos demais artistas gospel e os diminuiu e os desprezou aí sim o povão não o aceitou e se postularam absolutamente contra este artista. Ou seja, enquanto ele estava tratando a bíblia com irresponsabilidade, tudo bem. Enquanto ele estava falando sobre Deus com arrogância, tudo bem. Enquanto ele estava se promovendo de todas as formas possíveis, tudo bem. Enquanto ele estava tocando nos elementos espirituais de qualquer forma, tudo bem. Mas, quando ele tocou nos ídolos do povo a casa caiu. De modo que, a conclusão é somente uma: Amamos nossos ídolos que nos divertem e nos “enchem o bucho”. E não respeitamos a palavra de Deus e seu Santo Evangelho.

O que é mais importante afinal? O fato de que é maravilhoso estar envolvido por musicas, e pregações mais engraçadas do que evangelísticas, que oferecem o que se quer ouvir e receber? Ou que, na verdade, cada vez mais o evangelho verdadeiro e compatível com a Bíblia seja pregado não importando que por vezes devamos perder, ouvir e refazer uma obra em prol de se estar satisfeito em Deus e andar em conformidade com sua palavra? A satisfação não deve ser a nossa. Não importa o que achamos ou opinamos. Isso tudo perde o sentido quando ouvimos Cristo dizer:

“Isso é o meu corpo que é dado em favor de vocês; façam isso em memória de mim”

Queridos irmãos repensemos se temos idolatrado a esses artistas a quem admiramos tanto. Vejamos se temos achado o vaso mais importante do que o tesouro que ele leva. Pensemos se temos idolatrado a nós mesmos ansiando por satisfação pessoal em detrimento ao amor pela Palavra e a proclamação genuína do Evangelho de Cristo.

“Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que esse poder que a tudo excede, provem de Deus, e não de nós.”

***

Monique é professora de Libras, esposa de Marco Telles, mãe de João Telles e Theófilo. Membro da Igreja Presbiteriana do Bairro dos Estado, em João Pessoa (PB).

Romanos 14:5 e o Shabbath Semanal

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A questão é se o Shabbath (descanso)[1] semanal enquadra-se no escopo da distinção atinente a dias, que o apóstolo aborda em Romanos 14:5. Caso isto seja verdade, precisamos levar em conta as seguintes implicações: 

(1) Isto significaria que o mandamento relativo ao Shabbath, no Decálogo, não continua a impor qualquer obrigação de obediência aos crentes, na economia do Novo Testamento. A observância de um dia em cada sete, reputando-o santo e investido da santidade enunciada no Quarto Mandamento, teria sido ab-rogada e encontrar-se-ia na mesma categoria da observância dos ritos cerimoniais da instituição mosaica. Com base nesta suposição, a insistência sobre a santidade permanente de cada sétimo dia seria algo tão judaizante quanto a existência de que se perpetuem as festas levíticas.

(2) O primeiro dia da semana não teria nenhuma significação religiosa. Não seria distinguido de qualquer outro dia como memorial da ressurreição de Cristo; tampouco poderia ser devidamente considerado como dia do Senhor, em distinção ao modo que cada dia tem de ser vivido em devoção e serviço ao Senhor Jesus Cristo. Nem poderia qualquer outro dia, semana ou período ser considerado com essa significação religiosa.

(3) A observância de um Shabbath semanal ou de um dia que comemora a ressurreição de nosso Senhor seria característica de uma pessoa fraca na fé; e, neste caso, ela estaria nesta situação por não haver atingido aquele entendimento de que, na instituição cristã, todos os dias possuem o mesmo caráter. Assim como um crente fraco deixa de reconhecer que todos os tipos de alimentos são puros, assim também outro crente, ou talvez o mesmo, não reputaria todos os dias como iguais.

Estas implicações da tese que estamos abordando são inevitáveis.

Podemos agora examiná-las à luz das considerações que todas as Escrituras nos fornecem.

(1) A instituição do Shabbath é uma ordenança vinda desde a criação. Não começou a vigorar no Sinai, quando os Dez Mandamentos foram dados a Moisés (cf. Gn. 2:2-3; Ex. 16:21-23). No entanto, o Shabbath foi incorporado à lei promulgada no Sinai, e isto deveríamos esperar, em face de sua significação e propósito, enunciados em Gênesis 2:2-3. E o Shabbath está tão embebido nesta lei da aliança, que considerá-lo dotado de caráter diferente do seu contexto, no tocante à sua relevância de caráter diferente do seu contexto, no tocante à sua relevância permanente, milita contra a unidade e a significação básica do que foi inscrito nas tábuas da lei. Nosso Senhor falou-nos do propósito deste mandamento e reivindicou-o para o seu senhorio como Messias (Mc. 2:28).

A tese que estamos considerando teria de admitir que o padrão fornecido por Deus mesmo (Gn. 2:2-3), em sua obra de criação (cf. também Ex. 20:11; 31:17), não tem mais qualquer relevância para regulamentar a vida do homem na terra; precisaria reconhecer que somente nove dentre os Dez Mandamentos possuem autoridade para os cristãos; haveria de aceitar que o desígnio beneficente contemplado na instituição original (Mc. 2:28) não tem aplicação sob a economia do evangelho e que o senhorio de Cristo, exercido sobre o sábado,[2] teve o propósito de aboli-lo como uma instituição a ser observada. Estas são as conclusões que necessariamente extraímos da tese em questão. Não há nenhuma evidência inspirando qualquer destas conclusões; e, quando combinamos e avaliamos francamente a força cumulativa destas conclusões, verificamos que esta tese põe em contradição toda a analogia das Escrituras.

(2) O primeiro dia da semana, visto ter sido o dia em que o Senhor Jesus ressurgiu dentre os mortos (cf. Mt. 28:1; Mc. 16:2, 9; Lc. 24:1; Jo. 21:1, 19), foi reconhecido no Novo Testamento como o dia que possui uma significação especial derivada do fato da ressurreição de Jesus (cf. At. 20:7; 1Co. 16:2); esta é a razão pela qual João o chamou “dia do Senhor” (Ap. 1:10). 

Este é o dia da semana ao qual pertence esse distintivo significado espiritual. E, posto que ele ocorre a cada sete dias, trata-se de um memorial de repetição perpétua, com intuito e caráter religioso proporcional ao lugar ocupado pela ressurreição de Jesus na obra da redenção. Os dois acontecimentos centrais nesta obra são a morte e a ressurreição de Cristo; e as duas ordenanças memoriais instituídas no Novo Testamento são a Ceia e o dia do Senhor; a primeira comemora a morte de Jesus e, a outra, a sua ressurreição. Se Paulo, em Romanos 14:5, deixou subentendido que todas as distinções entre dias haviam sido canceladas, não existe lugar para a distintiva significação do primeiro dia da semana como dia do Senhor. As evidências em apoio ao caráter memorial do primeiro dia da semana não devem ser controvertidas; e, em conseqüência disso, também não podemos entreter a tese de que todas as distinções religiosas entre dias foram totalmente ab-rogadas na economia cristã.

(3) Em harmonia com a analogia das Escrituras, e, particularmente, com o ensino de Paulo, Romanos 14:5 pode ser devidamente considerado como alusivo aos dias santos e cerimoniais da instituição levítica. O dever de observar esses dias é claramente revogado no Novo Testamento. Não possuem mais relevância nem sanção, e a circunstância descrita em Romanos 14:5 concorda perfeitamente com o que Paulo diria a respeito dos escrúpulos religiosos ou da ausência de tais escrúpulos acerca desses dias. Paulo não se mostrou insistente sobre o fato de que não mais há necessidade de serem observados os ritos das ordenanças levíticas, visto que tais observâncias eram apenas um costume religioso e não comprometeriam o evangelho (cf. At. 18:18, 21; 21:20-27). Ele mesmo ordenou que Timóteo fosse circuncidado, devido a considerações de expediência. No entanto, em uma situação diferente, ele pôde escrever: “Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” (Gl. 5:2).

Os dias de festas cerimoniais se enquadram na categoria a respeito da qual o apóstolo disse: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias”. Muitos judeus ainda não haviam compreendido todas as implicações do evangelho e ainda possuíam escrúpulos no tocante a essas ordenanças mosaicas. Sabemos que Paulo se mostrou completamente tolerante com tais escrúpulos; e estes se adaptam aos termos exatos do texto em questão. Não há necessidade de admitirmos coisa alguma que vá além dessas observâncias. Colocar o dia do Senhor (o Shabbath, ou descanso semanal) em uma mesma categoria não somente ultrapassa os requisitos exegéticos, como também nos põe em conflito com os princípios inseridos em todo o testemunho das Escrituras. Uma interpretação que envolve tal contradição jamais poderá ser adotada. Por conseguinte, não podemos afirmar que Romanos 14:5, de qualquer maneira, anula a santidade permanente de cada sétimo dia, como memorial do descanso de Deus, na Criação, e memorial da exaltação de Cristo, em sua ressurreição. 

_____________________
Notas do tradutor:

[1] Shabbath (hebraico) significa “descanso do labor”. Essa é a palavra que é traduzida como sábado em no Antigo Testamento (por exemplo, Ex. 16:23, 25, 26, 29; Ex. 20:8, 10, 11; Ex. 31:14-16, etc.). 
[2] Em Mateus 12:8, onde Cristo diz, “Porque o Filho do Homem é senhor do sábado”, o termo grego para sábado ésabbaton, de origem hebraica (shabbath).
***
Autor: John Murray
Fonte: Romanos, John Murray, Editora Fiel, p. 671-3 

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