terça-feira, 5 de julho de 2016

PRESO E TORTURADO, PASTOR CHINÊS ENVIA MENSAGEM À IGREJA: “DEUS NÃO ERRA”



“É melhor ficar em paz e esperar por Deus”, escreveu o pastor conhecido na China como Yang Hua, em uma carta divulgada pela esposa dele. O líder cristão foi preso há mais de seis meses, juntamente com quatro outros membros da Huoshi, a maior igreja subterrânea da província de Guiyang.

“Deus é onisciente. Acredito que ele nunca comete erros”, disse o pastor na correspondência que a Missão China Aid divulgou na internet como um exemplo de fé. As autoridades prenderam Yang em janeiro, com acusações de “traição”, dentro da campanha constante que vem fazendo contra os cristãos.

Ele tentou acalmar a esposa, afirmando que a forte dor nas costas que vinha sentindo desapareceu. Atribuiu isso a uma cura divina, já que não tem acesso a tratamento médico na penitenciária de Nanming, onde está encarcerado. O material cita Isaías 30:15, que diz: “No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor”.

Além de aconselhar sua esposa no cuidado com seus filhos, também deu a ela algumas dicas financeiras. “Nunca pare de orar”, foi sua mensagem a ela e que devia ser passada à igreja.

Parafraseando Paulo (em 1Ts 5:18), complementou: “Seja grata, porque essa é a vontade de Deus em Jesus Cristo”. A situação do pastor Yang é comparável a do iraniano Saed Abedini, que passou mais de 3 anos preso e ocasionalmente enviava mensagens para a igreja.

O advogado Chen Jiangang relata que conseguiu ter apenas uma conversa com seu cliente. Ele está denunciado que Yang foi torturado, na tentativa de fazê-lo assinar uma confissão de seus “crimes contra o estado”, mas ele se negou.

Entre os procuradores que o questionaram estava um chamado Ke Jun, que fez sérias ameaças ao pastor Hua, acusando-o de espionagem.
“Ninguém aqui gosta de você. Você sabe por que os porcos da fazenda atrás deste edifício estão gordos? Nós podemos transformá-lo em alimento para porcos, que é uma maneira rápida de morrer. A outra maneira é levá-lo para um lugar isolado e ninguém vai descobrir como você morreu. Nós podemos fazê-lo experimentar algo pior do que a morte. Em seguida, desaparecer com o seu corpo…  Posso trazer uns três ou quatro caras aqui para violentá-lo e torturá-lo todas as noites”.

A mulher e os filhos de Yang também foram ameaçados. Mesmo assim, ele avisou que não irá admitir um crime que não cometeu.

A China Aid, missão dirigida por evangélicos que luta pelos direitos humanos e denuncia a perseguição religiosa na China, está acompanhado o caso. Além de orações, pede que as pessoas usem a hashtag #FreeYangHua em suas redes sociais, para chamar atenção ao caso dele.

Também solicita que assinem uma petição online (aqui), que será encaminhada à embaixada da China nos EUA. Mais de 55 mil pessoas já assinaram, sendo que o alvo é 100 mil.

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A CULPA É DOS CRISTÃOS, DIZ JEAN WYLLYS SOBRE ATAQUE TERRORISTA ISLÂMICO


Por Leo Gonçalves


Cerca de 200 pessoas dançavam na boate Pulse, em Orlando, uma das principais boates gays da cidade, quando foram surpreendidas por um homem portando um fuzil AR-15 e uma pistola automática.
Por volta das 2h (hora local), Omar Mateen entrou no lugar abrindo fogo. O ataque deixou 50 mortos e pelo menos 53 pessoas foram feridas. Ele ligou para a polícia e disse que fez aquilo em nome do grupo terrorista Estado Islâmico.

Além das armas e munições, os agentes do FBI encontraram com ele um dispositivo parecido com uma bomba. 

Horas após o ataque, uma agência de notícias ligada ao grupo terrorista Estado Islâmico afirmou que “um combatente da facção executou o atentado”.

No Brasil, simpatizantes da causa LGBT usaram o evento para os hostilizar cristãos, acusando-os de homofobia. Segundo a lógica do grupo, os cristãos são culpados por disseminar o tipo de ódio que acabou culminando na morte dessas 50 pessoas na boate em Orlando. 

JEAN WYLLYS E SUA LÓGICA GAYZISTA


Lamentamos profundamente a morte dessas 50 pessoas. Mas lamentamos também a mentalidade rasa dos grupos ativistas que usam da dor alheia para fazer militância, e contrariam os princípios da lógica sem medo de cair no ridículo. Veja o que disse o deputado Jean Wyllys (PSOL):

“E quando criticamos os discursos de ódio dos "bolsomitos" e "malafaias" e "felicianos" e "euricos" e das "marisas lobos" e "ana paulas valadões" da vida e dos legislativo contra gays, lésbicas e transexuais, estamos pensando justamente no quanto o discurso de ódio proferido por essas pessoas - agora em alta porque aliados dos golpistas que tomaram a presidência da República - pode levar pessoas "de bem" a praticar atos de violência física - assassinatos e agressões físicas - contra membros da comunidade LGBT.”

O que será que leva Wyllys a fazer afirmações tão absurdas? Alguém já viu Ana Paula Valadão maltratando um homossexual? Marco Feliciano espancando um gay na rua? Não, Jean, não foi a psicóloga Marisa Lobo que entrou na boate Pulse empunhando um fuzil e disparou naquelas 50 pessoas. 

As declarações de Jean Wyllys dão mostras de desespero à medida em que ele percebe que o povo brasileiro se identifica com a agenda conservadora, e como indicam as pesquisas, na sua maioria repudia o casamento gay, o aborto, quer a redução da maioridade penal e deseja leis mais severas para combater o crime.

Mas fique tranquilo, senhor deputado. Cristãos não entram em boates gays e matam em nome da sua fé. Jesus, diferente de Maomé, não nos ensinou isso. Cristãos pregam o evangelho e cuidam das pessoas. Você nunca vai encontrar um crente empunhando fuzil na Av. Augusta em SP, ou na Lapa no RJ. Eles vão lá com a sua bíblia, e movidos pelo amor de Deus e pelo amor aos homossexuais, compartilham o evangelho com esperança de aqueles que estão ali disfrutem da mesma alegria e se sintam abraçados pelo mesmo amor que eles um dia conheceram.

Nota: Como sabem os leitores do site, nós não concordamos com algumas doutrinas de Ana Valadão, Marco Feliciano, Silas Malafaia e outros líderes evangélicos. Mas isso não nos impede de reconhecer que eles tem razão muitas vezes, nem nos faz cegos a ponto de não reconhecer suas contribuições.


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O post de Jean Wyllys pode ser lido na integra aqui

O Cristão e a Maconha: 6 Considerações

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O consumo ordinário da maconha já não é mais considerado uma prática vergonhosa ou marginalizada na sociedade contemporânea, mas apenas uma preferência comum como o tabaco, o café ou o álcool. Essa mudança traz inúmeras consequências e preocupações, especialmente para pais, pastores, conselheiros bíblicos e líderes de igrejas em geral. De certa maneira, representantes desses grupos aguardam um “posicionamento cristão” sobre esse assunto. Porém, o assunto é demasiadamente complexo e controverso para se apresentar uma análise que atenda todas as implicações desse fenômeno. Por isso, o que se apresenta aqui são apenas ponderações iniciais de um assunto que necessita maior discussão.

Na controvérsia sobre a maconha, há alguns que a interpretam como uma droga como qualquer outro medicamento e, portanto, o seu uso não deveria ser discriminado. No entanto, é preciso lembrar que os medicamentos são drogas administradas com o objetivo de reparar ou restaurar as funções normais do corpo humano. Mas a maconha ou outras drogas psicoativas têm o objetivo de ampliar a experiência e sensação e gratificação humana. Além do mais, qualquer droga (legal ou ilegal) auto administrada apresenta um perigo para a saúde do seu consumidor.

Por anos a resposta cristã sobre a maconha foi que o seu uso era pecaminoso por se tratar de uma droga ilegal e que ofende o corpo, o templo do Espírito. Nos últimos anos, porém, essa posição tem sido contestada até em alguns círculos cristãos. Quanto à sua ilegalidade, as manifestações pró-canabis procuram, a todo custo, alterar esse status e muitos argumentam que a legalização traria mais benefício social do que prejuízo. No que diz respeito aos supostos efeitos maléficos no corpo, a erva tem sido apresentada como contendo propriedades medicinais, especialmente útil para tratamentos de casos de dores crônicas. Dessa maneira, a aceitação geral do uso da maconha é mais um fenômeno social a desafiar o cristão a rever ou reafirmar o seu posicionamento sobre o assunto.

O uso e os efeitos da maconha não são estranhos às famílias evangélicas, pois muitos pais se preocupam e se entristecem pelo interesse de seus filhos pela droga. Mães se espantam ao perceber alguns efeitos estranhos da droga, a ponto de, aparentemente mudar a personalidade de seus filhos: vitimizações, explosões de ira, ânsia por doces, indiferença a tudo e a todos, etc. Alguns líderes de igrejas não sabem como proceder ao descobrirem que seus jovens não veem qualquer contradição entre confessar a fé cristã e fumar maconha habitualmente. Porém, não se pode dizer que a juventude seja o único grupo interessado nesse consumo. Há muitos cristãos adultos que também se dizem incertos quanto à proibição do uso da maconha e até outros que fazem uso ocasional da erva. Assim, não é mais possível afirmar que o “perigo mora ao lado”, pois ele já é uma realidade dentro da casa de alguns cristãos.

Apenas para complicar um pouco mais, há até a tentativa de se defender teologicamente o uso da maconha. Nesse sentido, alguns usam certos textos bíblicos que supostamente validariam o seu consumo. Um desses textos é Gênesis 1.29: “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento”. O argumento frequentemente empregado nesse sentido é: desde que a maconha é uma erva que produz semente, segue-se que o seu consumo é sancionado desde a criação. Todavia, o que é omitido nesse argumento é que na criação o Senhor se referia a ervas comestíveis, enquanto que o meio mais usado para o consumo da maconha é fumando-a. Ainda que alguns misturem essa erva a comidas, como biscoitos e petiscos, etc., o propósito nesses casos não é alimentício, mas a obtenção dos efeitos sensoriais resultantes de seu ingrediente psicoativo (THC). Além do mais, qualquer interpretação correta dos textos bíblicos deve considerar o que foi ordenado antes da queda e o que foi pervertido após a mesma, pois a entrada do pecado no universo alterou a realidade tanto da fauna quanto da flora, micro-organismos e DNAs. De fato, nada é mais como antes!

Alguns defensores do consumo da maconha ainda apelam para a analogia entre a erva e o álcool. De fato, a história bíblica testifica de muitos heróis da fé que ingeriram álcool sem qualquer problema de consciência. Até mesmo o Redentor não se privou de beber o vinho, ordenando, inclusive, que a sua morte fosse relembrada por meio dessa bebida (cf. Mt 11.19 e 1Co 11.24-25). Nesse caso, porém, há que se considerar que uma pessoa pode consumir pequenas quantidades de álcool sem qualquer intenção de se intoxicar, mas ninguém pode fumar maconha sem esse objetivo. Em quase todos os casos do uso recreativo da maconha, a motivação básica é a intoxicação para se obter os efeitos proporcionados por essa erva! No caso do álcool, a pessoa pode ingeri-lo sem a intenção de entorpecimento. De qualquer forma, o cerne da questão será a motivação da pessoa ao usar um ou outro!

Finalmente, ainda que exista muita controvérsia sobre o uso da maconha, é possível estabelecer um consenso sensato a respeito de alguns assuntos relacionados ao uso dessa erva. De fato, há alguns tópicos que são claramente reconhecidos e sustentados por todos e antes de qualquer aprofundamento sobre o assunto eles devem ser lembrados. O consenso em relação a esses itens se fundamenta tanto sobre o senso comum quanto o conhecimento factual sobre a canabis.

1) Em última instância, qualquer pessoa que recorre ao uso de uma substância psicoativa o faz na tentativa de fugir da realidade e criar uma situação mais aceitável aos seus desejos. Não importa se de início isso assuma o formato de busca por aceitação, modismo, curiosidade ou revolta. O fato é que ninguém recorre a qualquer subterfúgio se o seu mundo interior estiver “resolvido” e em “ordem”. Por essa razão, o consumo da maconha ou qualquer outra droga é, de fato, uma rendição aos desejos desordenados do indivíduo e uma busca por uma solução imediata que ao final poderá resultar em maiores sofrimentos.

2) A maconha consumida nos dias atuais é muito diferente daquela que as pessoas fumavam nos anos 60 e 70. A potência presente no produto atual torna a experiência dos seus usuários mais intensa. Além do mais, a crescente competição entre os fornecedores incentiva ao desenvolvimento de um produto mais “forte”, com reações mais rápidas e efeitos colaterais mais nocivos. Hoje, por exemplo, existe a maconha sintética (canabioide sintético), produzida em laboratório, mais barata, mais potente e mais perigosa. (fonte: http://bbc.in/299fbBo)

3) Não há nenhuma droga que altera o humor e o estado mental de uma pessoa que seja inofensiva. Certamente é possível dizer que algumas drogas são menos maléficas do que as outras, mas nenhuma delas é inconsequente. No caso da maconha, ela pode até ser menos nociva do que muitas outras drogas, mas ao final, todas podem se tornar viciantes ou “abrir as portas” para o consumo de outras substâncias mais danosas.

4) Geralmente o consumo de uma droga considerada ilegal aumenta rapidamente após a sua liberação no mercado, mas pode até diminuir com o passar do tempo. Todavia, os problemas domésticos e sociais advindos do seu consumo não acompanham o mesmo processo de interesse, ou seja, eles não diminuem com o passar do tempo. Um exemplo claro disso é o que se vê com o cigarro e o álcool. Além do mais, qualquer tentativa de fugir da realidade ou dos problemas por meio do uso de alguma substância química, acaba se revelando mais problemática, pois após o efeito da mesma, a realidade ainda terá que ser encarada e ela poderá até ter se agravado.

5) Assim como acontece com o álcool, é possível que alguns usuários casuais de maconha não apresentem efeitos prejudiciais imediatos. Todavia, utilizando a mesma analogia do álcool, é possível identificar pessoas que tiveram suas vidas negativamente alteradas pelo uso dessas drogas psicoativas e já não conseguem mais retornar à normalidade passada. Além do mais, ainda que os efeitos físicos não se apresentem imediatamente, as consequências espirituais e relacionais podem ser devastadoras.

6) Com todas as tensões da vida em um mundo caído, é compreensível que as pessoas procurem por uma forma de alívio imediato. No caso da maconha, porém, a proposta do alívio pode se tornar um pesadelo, tanto para a família como para o usuário. A razão para isso é que não existe uma paz que seja gerada por um produto químico e nem tranquilidade duradoura que seja resultante de uma substância externa. A verdadeira paz e tranquilidade são frutos do relacionamento com o Deus da paz, e isso não acontece por uma ingestão, mas conversão e mudança de dentro para fora (Rm 5.1-2). O esforço por se obter alívio na maconha ou qualquer outra coisa que não na comunhão com o verdadeiro Deus, revela uma distorção na adoração, onde se busca na criação aquilo que só o Criador pode conceder.

Concluindo, a popularidade do consumo da maconha é um convite à reflexão e discussão pelas igrejas e pequenos grupos. Nesse sentido, a pior resposta cristã a esse desafio será manter as pessoas na ignorância do mesmo, pois a curiosidade se alimenta da falta de conhecimento. Há que se considerar ainda as maneiras mais eficientes e coerentes com o Evangelho de se oferecer ajuda àqueles que lutam contra a inclinação de se voltarem para essa ou outras drogas.

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Sobre o autor: Rev. Valdeci da Silva Santos é bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul – Extensão de Goiânia (B.Th., 1988), mestre em Teologia Sistemática (Th.M, 1997) e doutorado em Estudos Interculturais pelo Reformed Theological Seminary (Ph.D., 2001). Em 2011 concluiu seus estudos pós doutorais em Aconselhamento Bíblico pela Christian Counseling Educational Foundation – CCEF. Atualmente é Secretário Geral de Apoio Pastoral da IPB e Vice-diretor do CPAJ. 
Fonte: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper - Página Facebook

sexta-feira, 1 de julho de 2016

DEUS ESTEVE EM UM ÚTERO: POR QUE O ABORTO É TÃO PERVERSO





Por Mark Jones

Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará? (Salmo 6.5)

Jesus, o Senhor da glória (Tiago 2.1), o belo e glorioso (Is 4.2), o resplendor da glória de Deus (Hebreus 1.3), cheio de graça e verdade (João 1.14) é a pessoa por quem Deus faz todas as coisas. Tudo foi criado por Cristo (Colossenses 1.16).


Essa verdade deve ser onde começamos e terminamos qualquer discussão biblicamente fundamentada sobre questões morais.

Em uma recente viagem ao Chile, eu pude almoçar com um candidato à presidência, um senador considerado conservador, sobre a questão do aborto. Nós tivemos uma chance de compartilhar nossas perspectivas sobre aborto, e ele iniciou uma eloquente defesa da posição pró-vida. Agora, era minha vez – o que eu deveria diz que ele já não tivesse ouvido e lido?

O MAIS PRECIOSO PARA DEUS

Eu perguntei ao senador: “Qual é a coisa mais preciosa para Deus no universo?”. Em vez de me responder, ele esperou que eu continuasse.

Eu disse: “O Filho de Deus, Jesus, é a coisa mais preciosa para Deus em todo o universo. E onde Deus colocou seu bem mais precioso? Em um útero”.

Deus não enviou seu Filho à terra na forma de um adulto para viver e morrer por nossos pecados. Em vez disso, Deus começou com a concepção no ventre da virgem Maria. O lugar mais seguro do mundo para Jesus era o útero da sua mãe. Deus valoriza tanto o útero que ele colocou seu Filho amado ali.

Talvez, nós falhemos em perceber o quanto essa verdade é incrível. Deus esteve em um útero. É tão chocante quanto o fato de que Deus esteve em uma sepultura (nos dois lugares ele recebeu vida física e espiritual). Matar crianças no útero, portanto, é equivalente a entrar numa zona de segurança criada por Deus e saquear as coisas que ele mais ama.

ROUBANDO O GLÓRIA DE DEUS


Deus ama o útero da mulher. Ele criou o útero para que seu Filho habitasse ali no estágio mais vulnerável de sua vida terrena. Por extensão, Deus fez o mesmo para cada um de nós. O útero é o lugar designado por Deus para se ter segurança, mas, agora, tragicamente tornou-se o lugar mais perigoso da terra.

Deus também criou o útero como o lugar a partir do qual ele traria pessoas ao mundo para seu Filho (Colossenses 1.16). Quando um nascituro é morto, não é apenas um pecado contra Deus, mas também um pecado contra a glória de Cristo. Por quê? Porque aquela alma eterna jamais terá a oportunidade de glorificar a Cristo neste mundo.

Cada aborto priva Cristo de um adorador vivo e corpóreo – o tipo que Deus procura para glorificar a si e a seu Filho. Aborto é algo tão errado porque priva Deus de sua prerrogativa maior neste mundo: uma criatura feita à imagem de Cristo que adora Deus pelo Espírito.

Se há algo que deveria nos fazer entristecer sobre o aborto – e há muitas coisas – é que Cristo tem sua glória roubada.

Nós queremos que as crianças tenham vida. Mas, mais que isso, queremos que as crianças tenham vida em Cristo – a vida que ele veio oferecer ao adentrar neste mundo no útero de uma virgem.

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Traduzido por Josaías Jr no Reforma21

O Caráter Único dos Pais Cristãos

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Há algo maravilhosamente único acerca dos pais Cristãos. Pais Cristãos buscam manter uma tendência contracultural, até mesmo enquanto procuramos preparar nossos filhos para serem inseridos na cultura, como adultos plenamente funcionais. Eles buscam preparar seus filhos para a vida na terra, ao mesmo tempo em que procuram prepará-los para a vida no céu. Pais Cristãos enxergam seus filhos como dádivas concedidas, e também compreendem a sua responsabilidade como cuidadores (“mordomos”). Eles são “nossos filhos”, contudo, também reconhecemos que eles pertencem a outro – o seu Pai Celestial. Ser um pai ou uma mãe Cristãos é uma empreitada ímpar e singular, sendo eles um tipo raro. Aqui estão algumas das coisas que tornam os pais Cristãos algo único, neste mundo caído:

1. Pais Cristãos procuram amar seus filhos, mas não adorá-los ou venerá-los.

Eles têm os nossos corações, mas eles não podem dominar as nossas almas. Nós vivemos para Deus, e não para os nossos filhos.

2. Pais Cristãos procuram inculcar princípios morais, e não apenas moralidade aparente ou externa.

Conformidade aparente não é o nosso objetivo. Nós desejamos ver os seus corações mudados e renovados no Senhor.

3. Pais Cristãos procuram encorajar um padrão, e não buscar a perfeição.

Até mesmo quando nós lhes apontamos para a Lei de Deus, nós sabemos que eles irão falhar várias vezes. A graça de Deus transbordou sobre nós, e nós devemos transbordar graça sobre eles.

4. Pais Cristãos almejam ver seus filhos sendo bem sucedidos, mas não de acordo com os padrões estabelecidos pelo mundo.

O sucesso, aos nossos olhos, difere do sucesso aos olhos do mundo. O sucesso que preenche as nossas almas com deleite é espiritual, acima de todos os outros.

5. Pais Cristãos olham para o futuro dos seus filhos, mas não para aquele que é meramente aqui, nesta terra.

Conforme criamos nossos filhos, nós os estamos treinando para a eternidade. Nós temos nossos olhos na eternidade, e estamos buscando ajustar os olhos deles na eternidade.

6. Pais Cristãos desejam que seus filhos sejam felizes, mas não às custas da santidade.

Que bênção é assistir os nossos filhos desfrutarem da vida, mas nós desejamos uma alegria que decorre da santidade e da vida piedosa.

7. Pais Cristãos querem que a vida dos seus filhos seja aliviada, mas não desprovida de provações.

Os cuidados e preocupações do mundo são pesados, e nós gostaríamos, à medida do possível, que os ombros dos nossos filhos fossem aliviados deles, mas não às custas do seu crescimento em Cristo. Nós sabemos que as provações moldam o caráter e estamos dispostos a sofrer, conforme observamos os nossos filhos sofrerem, para que um fim maior seja realizado na nossa vida e na deles.

8. Pais Cristãos esperam que seus filhos se adaptem ao seu mundo, mas que não se sintam confortáveis nele.

Os nossos filhos vivem neste mundo, mas esperamos que apenas como peregrinos e forasteiros. Pela graça de Deus, nós esperamos que eles estejam desconfortáveis aqui, pois eles estão em seu percurso para a cidade celestial.

9. Pais Cristãos encorajam os seus filhos a perseguirem a humildade, até mais do que a autoconfiança.

A autoconfiança é boa, mas não se ela triunfa sobre a humildade. A humildade é boa, até mesmo quando ela triunfa sobre a autoconfiança.

10. Pais Cristãos ensinam os seus filhos a buscarem a resposta fora de si mesmos, ou seja, em Cristo, ao invés de olharem para dentro de si mesmos.

Buscar a Deus, em Cristo, é a sua única esperança.

11. Pais Cristãos encorajam os seus filhos à independência, mas apenas conforme eles crescem na dependência do Senhor.

Nenhum de nós é verdadeiramente independente, e precisamos ensinar esta verdade para os nossos filhos. Conforme eles crescem em independência, em relação aos seus pais, a nossa espectativa é que eles estejam crescendo em uma ardende dependência no Senhor.

12. Pais Cristãos valorizam a vontade de servir mais do que o seu anseio de liderar.

A liderança Cristã revira tudo de cabeça para baixo. Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.

13. Pais Cristãos valorizam o caráter mais do que as conquistas.

O valor do caráter prevalece sobre o das conquistas na “economia” de Deus, e portanto também em nossa missão como pais Cristãos.

14. Pais Cristãos aprovam que os seus filhos olhem para o seu Pai no céu mais do que para o seu pai e mãe na terra.

Nós prontamente apontamos para fora de nós mesmos. Eles têm um Pai Celestial mais seguro e fiel do que nós.

15. Pais Cristãos buscam treinar os seus filhos para colocar os outros antes de si mesmos.

Amor sacrificial domina a nossa fé, e nós desejamos que isto também os domine.

16. Pais Cristãos oram por seus filhos.

Ser um pai ou uma mãe Cristãos não é um empreendimento solitário. Se fosse, nós falharíamos. Ao invés disso, nós temos um Pai Celestial que cuida de nós, ouve as nossas orações, e ama conceder boas dádivas aos Seus filhos. Nós erguemos nossos filhos, em oração, na esperança deles serem os Seus filhos, e na espectativa de que Ele irá cuidar deles, assim como Ele cuida de nós.

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Autor: Jason Helopoulos
Fonte: The Christward Collective
Tradução: Os Puritanos

terça-feira, 21 de junho de 2016

MAIS DE 70 LÍDERES CRISTÃOS CONTINUAM PRESOS NO IRÃ



O 9º país da atual Classificação da Perseguição Religiosa parece não ter retrocedido em sua política severa e antiocidental. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, quer manter um Parlamento sempre disposto a fazer frente aos Estados Unidos. Ele acredita que após o acordo nuclear, os EUA tramaram para se “infiltrar” no país persa, conforme suas últimas declarações à imprensa. Dezenas de artistas, jornalistas e empresários, incluindo iranianos com dupla cidadania norte-americana ou britânica, foram presos como parte da repressão à “infiltração ocidental”.


Relatórios da Portas Abertas já contabilizaram mais de 70 líderes cristãos que também estão presos no país. Não há expectativas de mudanças nas leis que impõem o islã e abafam a liberdade religiosa. Se Khamenei abandonar o cargo por conta de seus atuais problemas de saúde, o conselho pode decidir que Ahmad Jannati, de 90 anos, ocupe o seu lugar. A decisão contraria os políticos mais moderados da República Islâmica, já que Jannati é um líder ainda mais conservador e severo que o atual.

Para os cristãos iranianos, se houver alguma mudança, provavelmente será para restringir ainda mais as atividades da igreja. O simples fato de difundir o evangelho no país pode acabar em prisão ou morte. De acordo com a matéria Cristãos são condenados por divulgar o evangelho, quatro pessoas foram presas e condenadas por “agir contra a segurança nacional” enquanto participavam de um piquenique entre cristãos. Mas as orações da igreja e dos parceiros da Portas Abertas estão sendo respondidas. Só no mês de junho, cinco cristãos foram libertados e Maryan Zargaran conseguiu licença médica para ser tratada fora da prisão. Continue intercedendo por eles.

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A Coerência da Ordo Salutis Reformada

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Ordo salutis
 ("ordem de salvação") é o nome latino que se dá àquela organização lógica e mais ou menos cronológica das diversas ações divinas, agenciadas pela Terceira Pessoa, ligadas à economia da salvação para o indivíduo. E essa representação esquematizada posiciona-se como um ponto de cisão entre as diversas tradições legítimas do cristianismo [1]: católicos a concebem de uma maneira, luteranos de outra, arminianos de outra. A ordo salutis reformada, entretanto, apresenta-se como a que mais precisamente faz jus ao ensino bíblico acerca da salvação, considerando esta doutrina pelo prisma do tota scriptura, valendo-se de uma lógica pressuposicionalista e empregando de forma adequada os assentos da depravação total do ser humano e da perfeita liberdade e soberania de Deus. 


ordo salutis reformada

Em seu esqueleto mais conciso, a ordem de salvação dos reformados é organizada como se segue:

        (I) eleição;
        (II) regeneração;
        (III) chamado;
        (IV) conversão;
        (V) santificação;
        (VI) glorificação.
Portanto, a concatenação lógica destes mistérios do Espírito deve ser, para que se materialize segundo a Escritura, exatamente como foi expressa. Ela deve postular essas operações na ordem em que a Bíblia nô-las apresenta e a qual os reformados honram com sua teologia. 

Argumentação bíblica em favor da ordo reformada 

Embora a eleição não seja uma aplicação dos méritos de Cristo ao pecador individual - conforme normalmente propõe a definição de ordo salutis - , é prudente considerarmos esta doutrina no approach em questão pelo simples fato de que, em última instância, tudo o que ocorre com o pecador na ordem de redimí-lo é decorrência de uma vontade soberana de Deus. Assim, em primeiro lugar, a eleição é o ponto de partida para tudo pois ela é nada menos do que a dimensão soteriológica da doutrina dos decretos de Deus. 

A Escritura afirma:
"[...] anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; [...] O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade." (Isa 46:10)

Tudo o que acontece é resultado direto de um decreto eterno de Deus. Deus decretou todas as coisas (todas!), desde a eternidade. A salvação, desse modo, está incluída nos decretos de Deus. 


Em segundo lugar, Deus implanta nos seus escolhidos o princípio da nova vida, batizando-os no Santo Espírito. Desde que os outros "momentos" da salvação de um pecador pressupõem o seu estado de vida (uma pessoa não pode ter fé nem santificar-se se está morta em pecados - Ef 2.1,2), e desde que o homem morto em seus pecados não pode fazer absolutamente nada nem por si, nem por outros, é lógico que, antes sequer que ele possa dar-se conta de sua salvação, ele precisa estar "salvo", ele precisa estar REGENERADO. 

Diz o apóstolo João:
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." (João 1:12-13)

Este verso, fazendo eco ao ensino geral das Escrituras, mostra que os filhos de Deus são os que crêem Nele, e diz que estes mesmos que crêem nasceram da vontade única de Deus! A lição é clara: se uma pessoa crê em Deus é porque ela já foi nascida de Deus, já foi regenerada. Do contrário, como diz Paulo, 
"a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser." (Rom 8:7)

Em terceiro, os que Deus regenerou são chamados para a vida com Deus e só podem obedecer ao chamado porque foram regenerados. E este chamado divino, que não pode ser resistido visto que parte de um decreto eterno (eis o motivo pelo qual a eleição deve ser lembrada na análise da ordo salutis), dá-se por instrumentalidade da palavra de Deus:
"Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada." (1Pe 1:23-25)

A palavra de Deus, tornada eficaz pela poderosa ação do Espírito, opera como meio instrumental de conversão. E, novamente, há uma lógica aqui. Se a conversão pode ser resumida como arrependimento e fé, se arrependimento e fé só podem ser articulados em função de um conteúdo objetivo de informações, e se este conteúdo consta exclusivamente na palavra de Deus, então é evidente que apenas pela palavra de Deus uma pessoa regenerada pode ser chamada à conversão. 


Em quarto, portanto, o pecador que já recebeu a semente da vida incorruptível e que foi chamado pela "palavra que permanece para sempre", é convertido mediante ação do mesmo Espírito. Neste ponto, há uma observação a ser fixada: pode haver um hiato de tempo entre a regeneração e a conversão. Louis Berkhof acentua:
"[Regeneração] é uma mudança que ocorre na vida subconsciente. É uma secreta e inescrutável obra de Deus que o homem nunca percebe diretamente. A mudança pode ter lugar sem que o homem esteja cônscio dela momentaneamente, se bem que não é o que se dá quando a regeneração e a conversão coincidem". [2]

Dessa forma, a conversão caracteriza-se precisamente pela necessidade de consciência da parte do pecador. Ele precisa saber a quem está sendo convertido:

"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (João 17:3)

Em quinto lugar, os que foram convertidos são iniciados, agora, em sua santificação. Conquanto um não-regenerado não possa obedecer a Deus, o que qualifica um pecador convertido é precisamente aquela sua vontade de servir a Deus, amá-lo e obedecê-lo. 


Diz Paulo aos romanos:
"Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. … Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. … E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados." (Rom 8:5,14,17)

Outrossim, com o mesmo poder onipotente com que Deus constrange seus eleitos à conversão, eles são santificados de forma irresistível. Se Deus decretou a salvação dos que escolheu, e se a glorificação deles depende também de seu engajamento na santificação, é mister que Deus os garantirá nesta etapa da 
ordo. Os salvos, como atesta a Escritura, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrer assim no desagrado de Deus, entristecer o seu Santo Espírito e de algum modo vir a ser privados das suas graças e confortos; e ter os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicando e escandalizado os outros e atraindo sobre si juízos temporais [3]. Contudo, Deus os restaurará à obediência no caminho santo. 

Por fim, em sexto e último lugar, os mesmos que foram eleitos na eternidade serão glorificados no final. Não há opção quanto a isso e não há evento contingente que se interponha como barreira à ação e aos decretos de Deus. 

A Bíblia diz:
"Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. … Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." (Rom 8:22-23,29-30)

A glorificação dos santos é certa primeiramente porque ela é um componente sine qua non do decreto salvífico de Deus: o Senhor não apenas predestinou "os que conheceu de antemão", mas os predestinou para serem conformes a imagem de Jesus Cristo. A existência de um final pressupõe o sucesso e a concreção dos meios. Ademais, aos que Deus predestinou, ele também chamou e, por fim, glorificou. Ou seja, os mesmos que foram chamados serão glorificados. Os mesmos! E, mais do que isso, sua glorificação é tão certa que a Escritura a posiciona como um evento passado, ao lado do chamado e da justificação. Para Deus, tudo está tão certo que essas obras são consideradas fatos consumados.  


Estes, concluindo, são os diversos elos da corrente de eventos soteriológicos. E a coerência na disposição dessas operações, tanto mais se aproxima da ordo salutisreformada mais reflete a lógica da Escritura. 


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Notas: 
[1] Esse ponto não fraciona a igreja universal de tal maneira que sua identidade cristã seja anulada ou que sua unidade seja perdida. A igreja, na ordem de manter-se como tal, deve concentrar seu senso de comunhão na doutrina mais central do cristianismo, resumida com perfeição no Credo Apostólico. 
[2] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática: São Paulo: Cultura Cristã, 2007.
[3] CFW XVII.III.

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Autor: Paulo Ribeiro
Fonte: Teologia Expressa

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Sendo um jovem cristão em uma universidade anticristã

image from google


Há alguns anos atrás assisti uma palestra do Rev. Augustus Nicodemus na qual ele citou um dado alarmante vindo de uma pesquisa feita nos EUA. Segundo ele, somente 3 de cada 10 jovens cristãos americanos continuavam firmes na fé após a sua saída da faculdade. Isso me chamou muita atenção e fiquei imaginando se no Brasil a situação não seria semelhante ou até mesmo pior.

Desconheço a existência de uma pesquisa como essa feita em solo brasileiro, mas, ainda assim, acredito que nossa situação não seja muito diferente. Baseando-me em minha própria vivência em uma universidade pública e observando relatos de amigos a respeito de suas experiências, percebi que nossos jovens, em sua maioria, não estão preparados para lidar com o ambiente acadêmico principalmente de universidades públicas, que é muito hostil ao jovem cristão.

Por conta disso, decidi escrever esse texto com algumas orientações pessoais aos jovens cristãos que irão ingressar ou já ingressaram em uma universidade. Meu propósito é tão somente ajuda-los a manterem sua fé durante o seu tempo de graduação.

1) Busque a Deus, pois é Ele quem te sustenta e guarda do mal.

Em primeiro lugar, gostaria de te lembrar que quem te protege do mal é o Espírito Santo de Deus. Na sua famosa oração sacerdotal, Cristo nos diz que enquanto esteve aqui Ele mesmo havia protegido seus discípulos do mal, mas agora Ele iria para junto do Pai e, por isso, clamava para que Deus continuasse a os guardar (Jo 17.12-15). Pelo sentido do texto fica bem claro que a preocupação de Cristo não é com o mal físico, como uma enfermidade, por exemplo. Cristo se preocupava com a corrupção moral, com o pecado:
Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição...” Jo 17.12

Um pouco antes, nos capítulos 14 e 16, Cristo havia prometido enviar outro “consolador” (parakletos) aos seus discípulos. Nas palavras de Cristo, “...o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26). Assim, “a obra do Espírito Santo é glorificar a Jesus Cristo, mostrando aos seus discípulos quem é Jesus e o que Jesus significa para eles. O Espírito ilumina, regenera, santifica e transforma. Ele dá ao povo de Deus aquilo de que o povo precisa para servir ao Senhor”.[1]

Entendemos que quando Cristo incluiu todos os “que vierem a crer” Nele por meio do ministério dos discípulos (Jo 17.20), nós também fomos alcançados por essa oração maravilhosa de nosso Senhor e, portanto, somos também protegidos do mal pelo Santo Espírito de Deus. 

Tudo isso significa, jovem, que por mais que eu vá apresentar aqui uma lista de coisas a serem feitas, somente o Espírito de Deus pode te guardar do mal e te manter firme na fé. Você, por si só, não tem condições de fazer isso. Portanto, é fundamental que você mantenha uma vida sincera de oração e leitura bíblica regulares, reconhecendo que não há força em você para se manter no estreito caminho e que você precisa diariamente da ajuda do Espírito. Ter uma vida devocional assim é uma evidência de que você reconhece sua fraqueza e incapacidade e se submete inteiramente a Deus. 

2) Busque um grupo cristão em sua universidade, pois você poderá partilhar suas dificuldades e desafios com outros cristãos que vivem situações semelhantes.

Tem se tornado comum a presença de grupos cristãos interdenominacionais nas universidades brasileiras. Em geral, o propósito do grupo é tão somente se reunir para orar, ler a Bíblia, louvar a Deus e conversar sobre a vida acadêmica. Essa é, em minha opinião, uma alternativa excelente para ajuda-lo na caminhada cristã dentro da faculdade, pois você terá a oportunidade de compartilhar suas experiências e desafios com quem enfrenta algo semelhante.

Todavia, tome cuidado com as ideologias por trás do grupo e procure se informar a respeito disso antes de ingressar. Convivemos diariamente com “coisas estranhas” no meio cristão tais como feminismo evangélico e crentes socialistas e, por isso, é importante observar e analisar bem o grupo antes de se envolver.

Portanto, seja cauteloso, mas busque um grupo cristão em sua universidade e procure fazer boas amizades nele. 

3) Converse com cristãos mais velhos, que sejam referências na sua vida, sobre os problemas que você tem enfrentado.

Talvez um dos grandes problemas da igreja hoje seja a excessiva divisão por meio de faixas etárias. Jovens só interagem com jovens. Senhoras só interagem no grupo de senhoras. E assim sucessivamente.

Esse tipo de divisão, se feita em demasia, pode evitar uma importante troca de experiências, que deveria ocorrer na igreja. É fundamental que você, jovem cristão, tenha algumas amizades verdadeiras com pessoas mais velhas. Meninas cristãs busquem as senhoras da igreja que sejam modelos de mulher cristã e aprendam com elas. Da mesma forma, meninos busquem verdadeiros homens de Deus e aprendam com eles.

John Crotts, em seu livro “Homens sábios”, o qual eu recomendo fortemente a todo jovem cristão, diz que “não apenas você deve evitar as más companhias como se fossem uma doença, mas a fim de tornar-se sábio, você também deve gastar tempo com aqueles mais sábios que você” [2].  E como Salomão nos lembra:
Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau”. Pv 13.20

É bem verdade que idade nem sempre significa sabedoria e, por isso, eu friso que você deve procurar homens e mulheres que sejam boas referências na igreja e cristãos sinceros para serem seus conselheiros.

4) Não se isole, mas não se misture demais.

Seguindo ainda o conselho de Crotts e o versículo citado acima, é preciso dizer que você deve evitar as más companhias na faculdade, e elas são abundantes ali, porque podem ter uma influência negativa na sua vida. Me permita ser mais claro: fuja de quem é dado aos vícios (bebida, drogas, lascívia), de quem é imoral, de quem é abertamente um odioso de Deus e de quem não respeita a sua fé. 

Posso, ainda, ampliar esse princípio sugerindo que você evite também ambientes corruptíveis, i.e., lugares como chopadas que foram feitos para satisfazer os prazeres carnais.  E não me venha com essa história de que você vai “ser luz ali, pois a luz só faz diferença no meio das trevas”. Nós dois sabemos que você pode ser “luz” em várias outras situações muito mais propícias ao testemunho e pregação do evangelho. 

Por outro lado, não seja o estranho isolado que não interage com ninguém. Você pode e deve interagir na faculdade. Você pode e deve conversar com seus colegas de classe, fazer parte da equipe de determinado esporte, da equipe de pesquisa, do diretório acadêmico e etc. Eu, por exemplo, fiz grandes amigos na faculdade. Oro sempre por eles e mantemos contato frequente.

Permita-me lembrar que o cristão tem um mandato cultural por entendemos que em todas as esferas da sociedade, Cristo é soberano. Portanto, você deve buscar glorificar a Deus em todas as suas atividades acadêmicas. Lembre-se do que disse Abraham Kuyper:

“Na extensão total da vida humana não há nenhum centímetro quadrado acerca do qual Cristo, que é o único soberano, não declare: Isto é meu!”. [3]

Eu sei que essa missão pode ser um pouco difícil. Mas com a ajuda do Espírito, ela é possível. Portanto, não se isole, mas não se misture demais.


5) Dê o seu melhor na faculdade e, assim, glorifique a Deus.

Seguindo ainda essa linha de raciocínio, gostaria de te aconselhar a ser o melhor universitário que você puder ser. Se empenhe em tirar boas notas e mantenha atividades extracurriculares que seja de seu interesse. Faz parte da cosmovisão cristã se empenhar ao máximo para fazer tudo a que nos propomos, fazer tudo, de fato, para a glória de Deus.

Leland Ryken, em outro livro que recomendo fortemente aos jovens cristãos, “Santos no mundo”, se propõe a explicar como agiam e pensavam os puritanos. Antes de falarmos especificamente sobre educação, leia o resumo que Ryken faz dos puritanos e veja como eles encaravam a vida com seriedade:
“No todo, o puritano típico nos teria impressionado por trabalhar arduamente, ser econômico, sério, moderado, prático em sua perspectiva, doutrinário em assuntos religiosos e políticos, bem informado a respeito dos últimos acontecimentos políticos e eclesiásticos, argumentativo, bem-educado, e inteiramente familiarizado com o conteúdo da Bíblia. Para alcançar isto, os puritanos tinham de ser autodisciplinados. Para qualquer um propenso à negligência nestes assuntos, estar perto de um puritano decerto o faria sentir-se desconfortável...”. [4]

Se quisermos nos aprofundar um pouco mais, podemos observar uma famosa resolução de Jonathan Edwards, que nos ajuda a perceber como esses homens de Deus viviam a vida ao máximo e com grande seriedade:


“Resolvi viver de tal forma como se estivesse sempre vivendo o meu último suspiro.” [5]

No capítulo sobre educação, Leland traz algumas citações interessantes como esta do reformador Martinho Lutero:

“Se tivesse filhos e pudesse dar conta disso, eu os poria a estudar não apenas línguas e História, mas também canto e música, juntos à matemática... Os gregos antigos treinaram seus filhos nestas disciplinas; eles cresciam para serem pessoas de habilidades extraordinárias, subsequentemente aptas para tudo”. [6]

Podemos ver, portanto, que o cristão deve encarar a vida com seriedade e isso inclui, o dedicar-se aos estudos para ser um bom profissional no futuro e ao trabalho para servir bem a sociedade. E, assim, em ambos os casos, glorificar a Deus.


Há, contudo, algo mais para ser dito aqui. Esse tipo de pensamento tem por base o pressuposto de que toda verdade é verdade de Deus. Isso significa que as ciências estão sujeitas a Deus e devemos nos empenhar nelas a fim de glorificar nosso Senhor e conhecer mais a respeito dele. É consenso na tradição reformada admitir que há um conhecimento natural de Deus, percebido na criação, e um conhecimento sobrenatural de Deus, que é o mais importante, uma vez que é o único que conduz à salvação, conhecido através da Bíblia. Apesar de o conhecimento sobrenatural ser o mais importante, o conhecimento natural não deve ser desprezado.

Ryken nos lembra que “o objetivo dos puritanos na sala de aula era medir todo o conhecimento humano pelo padrão da verdade bíblica” [4] e cita Thomas Hall: “devemos... trazer o conhecimento humano para casa para ser podado e aparado com sabedoria espiritual”.[7] A verdade é que os ateus dominaram o terreno no campo das ciências e eles a separaram radicalmente da religião. É como se a ela fosse impossível dialogar com a fé cristã; é como se fosse a não existência de Deus fosse tão óbvia para a ciência que o assunto nem precisasse ser discutido. Embora não tenha espaço para tratar desse assunto com maior profundidade, sabemos que esse pressuposto não é verdadeiro e me impressiona a inércia de boa parte dos cristãos em tal discussão.

Talvez nossa demora combater essa filosofia seja pela ausência de uma “teologia mais relevante para o nosso contexto”, como destacam Ferreira e Myatt em sua obra.[8] Porém, independente da razão, os cristãos precisam voltar a atuar com coragem e sabedoria nessas áreas para que tragam novamente a luz de Deus para as ciências.

6) Defenda a sua fé, mas seja sábio. Esteja sempre aprofundando seu conhecimento sobre a fé cristã.

Jovem, como já disse, a universidade é um ambiente claramente anti-cristão. Alguns de seus professores provavelmente farão ataques diretos à fé cristã. Outros serão um pouco mais sutis. Porém, você vai precisar aprender a se portar com sabedoria nesse ambiente hostil. 

Não ache, por favor, que você é o protagonista de um filme, no qual, com todo o seu conhecimento adquirido após a leitura de um punhado de livros, irá confrontar e derrotar facilmente um professor em debate aberto. Veja bem, não estou dizendo que você deva negar direta ou indiretamente a fé. Nunca faça isso! Estou apenas te exortando a agir com sabedoria e a não ser prepotente ao ponto de achar que você irá vencer um debate como esse com facilidade. Na verdade, se você for humilde e reconhecer que sabe muito pouco para um debate de tal nível, pode ser que você consiga fazer um bom papel caso haja necessidade.

O caminho que considero natural e bom é esse: o ambiente hostil presente na universidade deve te levar a procurar aprofundar o seu conhecimento acerca da doutrina cristã. Leia filosofia cristã, teologia sistemática, doutrina e apologética e, principalmente, como também já disse, leia a Palavra de Deus. Mas não leia como alguém que está ávido para falar e confrontar, ávido para chamar atenção para si, ávido para vencer um debate e ficar famoso. Leia para sua instrução e para poder auxiliar outros que eventualmente necessitem de ajuda nessas áreas. Leia para a glória de Deus! E, se você for levado a uma situação como um debate com um professor ou até mesmo um colega de classe, seja firme, humilde, respeitoso e confie em Deus.

7) Gaste seu tempo com sabedoria. Não fique demais na internet.

Isso tudo nos leva ao próximo ponto. Administre melhor o seu tempo, o utilizando, o máximo possível, para a glória de Deus. Há diversas coisas que podem nos fazer perder tempo na vida e, levando em consideração o público que me lê, devo salientar que a internet é, sim, uma delas. O problema não é a internet em si, mas o uso que fazemos dela.

A internet pode ser uma ótima ferramenta para o aprendizado secular e cristão, uma ótima ferramenta para fazer e manter amizades cristãs, uma ótima ferramenta para se manter bem informado. Porém, ela também tem o potencial de te ajudar exponencialmente em sua procrastinação. 

Portanto, eu diria para você se preocupar mais em estudar/aprender, trabalhar, ajudar nos afazeres domésticos e ajudar a sua igreja local do que com posts e debates no Facebook, por exemplo. Se preocupe mais em orar e estudar a Bíblia do que em postar que ora e lê a Bíblia. Se preocupe mais em estudar os grandes debates da história da fé cristã com as “tretas” de Facebook que diariamente pululam à sua frente.

Acredito que esse ponto seja, na verdade, derivado do primeiro. Em resumo, quanto mais tempo você se dedicar a conhecer a Deus, mais preparado você estará para enfrentar as dificuldades da universidade e as que surgirão durante toda a sua vida.

Conclusão

Eu espero sinceramente que esse texto possa te auxiliar a encarar o desafio que você tem pela frente. Lembre-se, porém, que, dentre tudo o que foi escrito, o primeiro ponto é o mais importante. Submeta inteiramente a sua vida a Deus e peça que Ele te auxilie a enfrentar o desafio de ser um jovem cristão na universidade. 

____________________
Referências:
[1] Bíblia de Estudo de Genebra, editora Cultura Cristã.
[2] Homens sábios, John Crotts, editora Fiel.
[3] Abraham Kuyper, apud Ferreira, Contra a idolatria do Estado, editora Vida Nova.
[4] Santos no Mundo, Leland Ryken, editora Fiel.
[5] Jonathan Edwards, apud Nichols, Conheça Jonathan Edwards, disponível em:
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/conheca-jonathan-edwards/.

[6] Martinho Lutero, apud Ryken, Santos no mundo, editora Fiel.
[7] Thomas Hall, apud Ryken, Santos no mundo, editora Fiel.
[8] Teologia sistemática, Ferreira & Myatt, editora Vida Nova.

***
Autor: Pedro Franco
Divulgação: Bereianos

Campanha para reconstrução do novo templo da IP de Jordão Alto - Recife - PE

O Conselho de Ação Social esteve visitando no dia 02 deste mês a Igreja Presbiteriana de Jordão Alto em Recife - PE, que devido a forte chuva teve seu templo condenado pela Defesa Civil e o mesmo terá que ser demolido. Abaixo palavra do Rev. Eraldo Gueiros - Pastor da Igreja. O CAS conta com o apoio de todos os presbiteriano do Brasil nesta campanha de reconstrução
"Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança." Tiago 1:2,3"
Confesso aos irmãos que é fácil prestar solidariedade, difícil é vivenciar a aflição. Contudo, temos aprendido, do outro lado, a ver a importância da solidariedade quando se recebe!
Tem sido as orações dos irmãos, juntamente com as palavras de incentivo que tem transformado a nossa tristeza em esperança!
Somos gratos a Deus por inúmeros fatores da sua benevolência. Não houve vitimas da igreja nem prejudicamos ninguém da comunidade. Louvado seja Deus!
Prejuízos sim, muitos.... mas tudo dentro do controle soberano de Deus. E Ele nos dará a capacidade de recomeçarmos de novo!
Louvo a Deus por essa comunidade maravilhosa (IPJA), minhas ovelhas, meu povo, meus irmãos e amigos, que tem demonstrado um sentimento de unidade e comunhão que nos surpreende. Nossa liderança não se sente sozinha!
Não olhamos para os nossos recursos como suficientes para fazermos nada. Mas a nossa suficiência virá do nosso Deus!
Comecei esse dia louvando ao Senhor por ter contrariado as estimativas de mais chuvas... Hoje Deus nos deu o sol mais lindo que eu já vi!
Esse Sol que nos trouxe as condições de retomarmos as atividades de contenção e demolição. Hoje as 13h, estaremos destelhando e demolindo todas as paredes que estão na eminência de caírem e provocarem um dano duplamente pior do que aconteceu ontem. Toda ajuda será muito bem vinda!!!
Nossas programações e ministérios não vão parar. Elas sofrerão ajustes e serão transferidas para outro local provisório.
Mas em tudo isso vemos a provisão de Deus!
Mais uma vez, eu só tenho a agradecer em nome de todos que fazem a Igreja Presbiteriana do Jordão Alto em Recife, pelas orações, palavras de apoio e ajuda financeira.
Apesar das atividades serem intensas, em breve compartilharemos mais informações!
Rev. Eraldo Gueiros

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