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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A TRAGÉDIA DA APOSTASIA (2)




Por Eric Davis


6. Nós temos sido lembrados de que lutar pela santificação é essencial para terminar em glorificação

Somente pela graça de Deus um pecador passa de condenação para salvação e, por meio da santificação, para a glorificação. E Deus tem ordenado que a santificação não acontece por inércia e sem esforço. Sua graça fortalece esse combate por nossa salvação.




Mesmo a vida do apóstolo Paulo está repleta dessa linguagem de combate. Sua abordagem para a vida cristã incluía coisas como “Corro” (1 Co 9.26), “subjugo meu corpo” (1 Co 9.27) e “prossigo” (Fp 3.14). O único momento em que ele  pareceu descansar foi quando sua execução era iminente (2 Tm 4.7: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”).

Ele sabia que nenhum de nós estava acima da apostasia. E ele sabia que o meio ordenado por Deus para preservação na fé é combater o combate da fé.

7. Nós temos aprendido que a apostasia torna-se comum em igrejas onde a santificação e comunhão bíblica transparente são enfatizadas

Apóstatas apostatam porque eles não são cristãos (1 João 2.19). Eles são da carne e, portanto, espiritualmente mortos (Rm 8.6-7). Como eles não têm o Espírito Santo, eles não podem experimentar um dos seus mais milagrosos e poderosos milagres: a santificação.

Embora os apóstatas associem-se visivelmente com a comunidade do Espírito, eles não podem fazer isso espiritualmente ao serem conformados à imagem de Cristo. Pode até parecer externamente, mas eles não estão experimentando a santificação porque nunca experimentaram a salvação.

Isso significa que aqueles que não são regenerados eventualmente serão expostos em uma igreja local que corretamente enfatiza o crescimento progressivo à semelhança de Cristo. A carne simplesmente não dura em uma igreja obediente em que a Palavra é exposta, pecado e arrependimento são mencionados, a cruz é valorizada, os “uns aos outros” são praticados, a humildade é enfatizada, e os membros estão necessariamente se envolvendo com a vida dos outros à maneira de Hebreus 3.12-14. Em uma igreja assim, a carne, se não está envolta em salvação, não terá para onde ir, o que significa que os apóstatas serão expostos.

Assim, em um sentido, uma igreja local deveria ficar preocupada se nunca encontra apostasia. A Escritura ensina que vai acontecer. Joio acompanha o trigo. Assim, se nunca há apostasia, a igreja talvez queira examinar se seu ministério está acomodando joio ou não.

8. Nós temos sido lembrados de que Deus nunca perderá seus eleitos

É fácil, especialmente para a liderança, sofrer culpa excessiva quando as pessoas se afastam da fé. As perguntas assombram você: “O que eu ensinei de errado?”, “Eu fui atrás deles e me encontrei com eles o suficiente?”, “Eu não fui gentil o bastante com eles?”.”

Claro, nós devemos nos examinar e lidar com nossos erros. Ao mesmo tempo, os líderes de uma igreja local fiel precisam lembrar-se de que suas imperfeições pastorais comuns não são mais poderosas para arruinar os eleitos do que a graça soberana de Deus é para guardá-los. Isso não é dizer que erros de pastoreios não têm consequências. Mas é dizer que a graça soberana de Deus tem consequências muito maiores.

“E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (João 6.39)

9. Nós temos aprendido que experiências sociais indesejadas não forçam pessoas à apostasia

A apostasia nunca acontece porque um cristão não fez coisas boas o bastante pelo apóstata. Benefício social não é a razão porque seguimos Cristo. Assim, esta não é a razão última pela qual nós desviamos dele. As pessoas apostatam porque não são regeneradas e não amam Cristo.

Cristãos seguem Cristo por causa de Cristo. Por sua graça, nós mantemos lealdade pactual a ele por nenhuma razão além de ele ser o Rei de todos os reis, o majestoso soberano, que nos amou primeiro ao derramar sua vida por rebeldes que mereciam o inferno. Se isso não é o bastante para seguir Cristo, então nada será.

10. Nós temos aprendido que somente Deus pode transformar o apóstata

Existe um debate sobre se o um apóstata pode, um dia, ser salvo. Parece que podemos tirar uma das três conclusões sobre uma situação que parece apostasia. Primeiro, o indivíduo é regenerado em um período de trevas, e Deus o disciplinará em breve (Hb 12.5-11). Segundo, eles não são regenerados e se arrependerão em algum ponto de suas vidas. Terceiro, eles não são regenerados e Deus os julgou com o resultado de que eles jamais se arrependerão (Hb 6.6).
John Owen comenta sobre a passagem de Hebreus 6: “Nem esse texto impede alguém que, tendo caído em qualquer grande pecado ou tendo retornado a caminhos pecaminosos e continuado até então neles, sendo convencido, deseje arrepender-se em toda sinceridade, de ser aceito de volta à comunhão da igreja”.”

Mas, em cada casa, o coração do indivíduo é de pedra. Se você já conversou com um apóstata, você sabe que suas palavras e persuasões se despedaçam quando elas atingem aquele coração pedregoso. Somente o poder de Deus pode rompê-lo. E mais do que isso: o indivíduo precisa de um coração inteiramente novo.

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Traduzido por Josaías Jr no Reforma21

A TRAGÉDIA DA APOSTASIA (1)




Por Eric Davis

Qualquer pessoa que tenha estado em uma igreja local por certo tempo está familiarizada com decepção. Coisas como críticas, fofoca e resultados abaixo do ideal são normais. E, em certo sentido, você se acostuma com isso.

Mas há uma coisa que parece nunca ficar fácil: quando um indivíduo que professou Cristo, esteve envolvido com a igreja e serviu em ministério abandona a fé, mais conhecido como “apostasia”. John Owen definiu apostasia como “rebelião e desobediência contínuas e persistentes a Deus e sua Palavra” ou “renúncia pública, final e total a todos os princípios e doutrinas centrais do cristianismo”.



Como a liderança de nossa igreja teve de lidar com isso recentemente, desejamos compartilhar algumas coisas que aprendemos com a tragédia da apostasia:

1. Nós aprendemos a chorar pelos apóstatas
A ferida é profunda e multidirecional. Há o choro pelo choque de tudo isso. Há o choro pela insensibilidade que os apóstatas mostram ao ministério que eles receberam. Frequentemente, eles evitarão seu cuidado e ministério com uma indiferença incisiva. Eles não conhecem sua dor ao derramar seu coração por eles em orações privadas. Muitas vezes, as pessoas em apostasia não acreditarão em você quando você diz que as ama. E nem se importarão.

Mais ainda: há o choro pela deslealdade a Jesus Cristo. Choro pela traição ao corpo de Cristo, pela traição às pessoas amadas envolvidas, pela dureza de coração, pelo testemunho destruído, os incrédulos que eles farão se perder e os crentes que eles desviarão. E o choro pelo castigo eterno que eles enfrentarão se não se arrependerem.

Se você chora pelos apóstatas, isso é algo bom. Pela graça de Deus, você ainda se importa e tem batalhado contra o constante avanço da insensibilidade.

2. Nós aprendemos que apostasia é muito comum
Recentemente, fui lembrado de que a apostasia é tão antiga quanto o universo. Satanás, que provavelmente estava entre o coro angelical que louvava a Deus por sua obra na criação (Jó 38.7), só usou suas palavras para destruição depois (Gn 3.1).

Então, há o Antigo Testamento, que é, em grande parte, a história da graça e juízo de Deus sobre uma nação apóstata.

Incrivelmente, depois de três anos gastos com o Senhor da glória, um dos doze de Cristo apostatou. E, além do doze, o desvio era algo comum: “E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (João 6.65-66).

O “muitos” no v. 66 sempre chama minha atenção. Não poucos, mas muitos, passaram a ser indiferentes à Sua Majestade. Incrível. Mas, também, normal.

É claro, na palavra do joio e do trigo, Cristo nos deixa saber que sempre haverá joio que se parece com trigo na igreja.

Os apóstolos também passaram por isso. Demas pareceu começar bem, sendo citado nas fileiras dos “cooperadores” de Paulo (Cl 4.14, Fm 23), somente para ser sufocado, mais tarde, pelos cuidados do mundo (2 Tm 4.10).

Se isso aconteceu com Cristo e os apóstolos, o que o povo de Deus deveria esperar hoje? “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé” (1 Tm 4.1).

3. Nós temos sido lembrados de que o povo de Deus tem um inimigo perverso
Quanto mais tempo passamos no ministério em igreja local, mais acreditamos em Satanás e demônios. Ataques à igreja locais saudáveis estão longe de ser uma coincidência neutra. É difícil não notar o dano sistemático e implacável que eles tentam provocar. E eles parecem nunca parar.

“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8).

Mas, por outro lado, seja encorajado se você enfrentar o ataque de Satanás. Como o Cristão de O Peregrino, o ataque de Apoliom significava que ele estava indo na direção certa.

4. Nós temos sido lembrados de que, porque a apostasia é comum, a liderança precisa dizer coisas duras
Quando eu penso na recente situação de apostasia, eu me arrependo de não ter dito algumas coisas mais duras para as pessoas. Isso teria evitado a apostasia? Esta teria sido a coisa fiel, embora desconfortável, a se fazer. “Leais são as feridas feitas pelo amigo” (Pv 27.6).

5. Nós temos sido lembrados de que todo cristão é chamado para ajudar a evitar a apostasia dos outros
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim” (Hb 3.12-14).

De acordo com essa passagem, a exortação mútua é um dos meios divinos de evitar a apostasia. E o escritor de Hebreus não está falando com cristãos de elite, mas com todos os cristãos. Ele os chama de “irmãos”. Uma das responsabilidades de tornar-se cristão é manter uns aos outros longe do abismo da apostasia.

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Traduzido por Josaías Jr no Reforma21

Os perigos que devemos evitar no Natal

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O dia 25 de dezembro em quase todo o mundo é uma data muito especial, a qual se comemora popularmente o nascimento de Jesus. Mas, por onde passamos vemos casas e estabelecimentos comercias com árvores enfeitadas, luzes e um Papai Noel que parece transmitir certa alegria. E não é somente isso que o Natal, supostamente, nos proporciona. Ele também faz com que as pessoas tenham um “espirito natalino” que dura, em média, 48 horas.
 

Mas esses não são os únicos perigos que o Natal pode nos levar. Uma volta em qualquer shopping center da cidade, veremos um local extremamente enfeitado, com o velhinho de roupa vermelha e barba branca, rodeado de criancinhas querendo tirar foto com ele. E, se já não bastasse isso, muitos entram no embalo e ensinam os seus filhos que este velhinho de barba branca mora no Polo Norte, que têm ajudantes (elfos ou duendes) e que no dia 25 de dezembro ele sairá por todo o mundo presenteando as boas criancinhas.

No entanto, a enganação não para por aí. Pois, além de propagar essas mentiras, tais pessoas fazem com que o foco do Natal seja mudado – de Cristo para Noel – ensinando que: 

• O Papai Noel é onipresente: Porque quando der a meia-noite do dia 24 para o dia 25, este bom velhinho estará em todo mundo presenteando cada criança; 

• O Papai Noel é onisciente: Pois tais criancinhas que receberão os presentes são aquelas que se comportaram bem, obedecendo ao papai e a mamãe, e que fizeram a lição de casa. E o Papai Noel sabe quem são cada uma; 

• O Papai Noel é especial (único): Este bom velhinho tem um trenó com renas que voam e um saco que contém presentes para todas as boas criancinhas. Mas não é somente isso. O Papai Noel recebe cartinhas (como se fosse orações) de pedidos para serem atendidos. 

Não, isso não é uma teoria da conspiração! O que eu quero mostrar é que até aquilo que pode fazer uma ligação com uma verdade bíblica, se for usada para substituir Jesus, é pecaminoso. Pois estaremos trocando a realidade de Cristo por um folclore. 

Não obstante, devemos ensinar às nossas crianças que o verdadeiro sentido do Natal não é somente dizer que Cristo nasceu, mas que o Seu nascimento teve um propósito, para que fôssemos salvos da escravidão do pecado. Ele sofreu na cruz a nossa morte - o Inferno que era para nós - para que tivéssemos vida e vida com abundância diante de Deus. 

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Autor: Denis Monteiro
Fonte: Bereianos
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sábado, 19 de dezembro de 2015

A idolatria nossa de cada dia

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Introdução

Todos nós somos seres religiosos. Quando Calvino disse que na humanidade há “certo senso de divindade” foi para justificar de que o homem não está imune da existência de Deus. Ou seja, todos os seres humanos creem em algum tipo de divindade. Uns creem no Deus verdadeiro outros não, até mesmo os ateus creem em algo como um ser absoluto. Essa distorção da Divindade ocorre pelo fato de que toda a humanidade se encontra debaixo do pecado, e sendo assim, com a imagem de Deus manchada, o homem busca em diversas formas adorar algo, tendo esse senso de divindade em nós, e agora já libertos do pecado pela obra vicária de Cristo na cruz, podemos dizer que ainda somos idólatras? 

Certa ocasião Lutero disse:
“As pessoas que confiam e se apoiam na sua grande habilidade, na sua inteligência, no seu poder, no seu trabalho, na sua misericórdia, nas suas amizades, na sua honra também tem deuses, mas tal deus não é o único Deus verdadeiro.” [1]

Alguns dizem que quando Lutero disse essa frase ele se dirigia aos protestantes, mostrando que a idolatria praticada por eles eram iguais a dos católicos romanos com suas imagens. Será que essa atitude condenada por Lutero não permeia a nossa vida diariamente? 


Neste artigo faremos uma análise básica daquilo que a Bíblia chama de idolatria e veremos em cada detalhe apresentado, se somos ou não idólatras.

O que é a idolatria?

Para alguns de nós idolatria é alguém se prostrar diante de alguma imagem prestando culto, atitude que quebra os dois primeiros mandamentos. No entanto, idolatria conforme a Bíblia nos mostra, não se reduz ao fato de alguém adorar uma imagem, mas como diz Wright, idolatria é:
“A tentativa de limitar, reduzir e controlar a Deus, recusando sua autoridade, constrangendo ou manipulando seu poder de agir e querendo que ele esteja disponível para servir aos nossos interesses.” [2] 

As nossas desobediências ativas aos mandamentos de Deus, aquilo que nos seduzem, confiamos, ou necessitamos e até mesmo algumas maneiras que tentamos alcançar o favor de Deus é idolatria, como mostra Waltke:

“Sempre que um crente adota um padrão de comportamento no qual desempenha certas atividades para alcançar o favor de Deus, e depois espera uma palavra divina por meio de algum sinal obscuro, creio que está nadando em águas perigosas. Cristãos que utilizam a Bíblia como um livro de magia, abrindo-a ao acaso e apontando um versículo com o dedo, chegam perigosamente perto da idolatria. Aqueles que usam 'caixinhas de promessas', com vários versículos escritos em cartões que são retirados ao acaso para atender uma certa necessidade do momento, comportam-se como os adoradores de terafins [ídolo]. [3]

Sendo assim, idolatria é tudo aquilo que toma o lugar de Deus. É aquilo que fazemos, mesmo crendo em Deus, como se nós fossemos o deus de nossa vida, nos portamos como um ser supremo fazendo do Deus Todo Poderoso algo manipulável a nossa vontade. 


1) A origem da idolatria

Será que a origem da idolatria, ou melhor, o primeiro ato idólatra que a Bíblia relata é em Gn 11.27, 28 que, segundo Josué, era ali onde Abraão servia a outros deuses (cf. Js 24.2)? Não! Como nós vimos anteriormente, o fato de alguém ser um idólatra não quer dizer que, necessariamente, tenha que se prostrar diante de uma imagem, mas, simplesmente, desobedecer a Deus e obedecer alguma outra coisa. Portanto, na história bíblica o primeiro ato de idolatria – mesmo sem o texto mencionar – foi o ato de rebeldia de Adão e Eva. 

Adão e Eva foram criados por Deus para refletirem à Sua imagem, e essa imagem deveria ser mostrada pela obediência a Deus de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, de guardar e cultivar o jardim e de ser uma família – esses três aspectos é o que chamamos de Mandato Espiritual, Mandato Cultural e Mandato Social – (Gn 2.15-25). 

Após o relato da criação do primeiro casal, a Bíblia nos mostra que Adão não cumpriu com o que fora ordenado por Deus (Gn 2.16,17), mas passou de guardião da criação para escravo da criação e de servo de Deus para ser fiel ao Diabo.

Aquilo que o Diabo oferece ao casal – de ser igual a Deus – parecia ser uma proposta tentadora, pois, ser igual a Deus, na menor das hipóteses, é tomar as nossas próprias decisões baseadas em nós mesmos, como se fôssemos senhores de nós mesmos e foi isso que Adão fez, pois Deus dissera que se ele comesse do fruto ele morreria, já o Diabo disse que se ele comesse do fruto seria como Deus. A proposta do Diabo foi verdadeira, pois o próprio Deus confirma (Gn 3.22). No entanto, Satanás não disse toda a verdade mostrando que tal conhecimento que eles (Adão e Eva) teriam seria benéfico, mas fora afastando o primeiro casal (e posteriormente toda a criação) de Deus.

Mas será que tal explicação não é forçar demais o texto e dizer que Adão e Eva foram idólatras? Um texto que pode nos ajudar a entender a queda de Adão é Ezequiel 28, que relata o juízo de Deus sobre o Rei de Tiro, de forma poética (ou prosa):
“Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus (cf. Gn 3.5). Estiveste no Éden, jardim de Deus (cf. Gn 2.15); de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados (cf. Gn 2.10-12). Tu eras o querubim, ungido para cobrir (Gn 2.15), e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti (cf. Gn 3.6). Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus (cf. Gn 3.23), e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas (Ez 28.2,13-16 – itálico acrescentado) [4]

Sendo assim, o mesmo pecado que este rei cometera é o mesmo que Adão praticara: egolatria. O ego do ser humano é a causa da nossa desobediência a Deus e obediência a nós ou a outro, a qual, segundo as suas ofertas, se encaixa perfeitamente naquilo que nos satisfaz, pois se olharmos para Adão e este rei, Deus os colocara em lugar de destaque, mas eles não ficaram felizes com o que Deus dera, e tentaram ser igual a Deus, como mostra Beale:

“[Trocando a] sua fidelidade a Deus pela fidelidade a ele próprio e talvez também a Satanás.” [5]

Pois, o ego ou orgulho, como mostra Agostinho:

“É o começo de todo pecado.”

E também, Pondé, quando diz:

“Fora os ídolos esculpidos, qual é o erro da idolatria? É adorar sua própria capacidade, esquecendo que somos seres insuficientes.” [6]

Essa ideia de “seres insuficientes” pode ser visto em Sartre, segundo o Profº Franklin Leopoldo [7], de que a liberdade pregada por Sartre faz do homem um deus constituindo um drama, pois tal autonomia deixa o homem entre aquilo que ele já foi e aquilo que ele deseja ser e ainda não, e neste meio termo resta uma coisa a ser analisada, que somos um “nada”.

Portanto, quando agimos de maneira autônoma estamos mostrando a nossa ingratidão a Deus e ao mesmo tempo sendo infiel a Ele. Não obstante, a nossa autonomia é contraditória, pois faz com que nos apeguemos a algo sendo dependente dela para ser autônomo. 


2) Idolatria no Antigo Testamento
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Êx 20.3-5)

Todas as vezes que falamos de idolatria os dois primeiros mandamentos são os mais lembrados por nós quando tratamos do assunto. Esses mandamentos, resumidamente, significam que todo ato de adoração, pertencida a Deus, dada a alguma imagem ou outra coisa é idolatria. E foi justamente isso que os israelitas fizeram:

Fizeram um bezerro em Horebe e adoraram a imagem fundida. E converteram a sua glória na figura de um boi que come erva. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera grandezas no Egito.” (Sl 106.19-21)

A segunda passagem em evidência é quando nos lembramos do tema do Salmo 115.4-8:

Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.

Este Salmo, assim como o Salmo 135-15-18, mostra que os ídolos são mudos, cegos e surdos e todo aquele que os adora se torna semelhante a eles.


E este é um ponto importante para prestarmos atenção, pois como parte do juízo de Deus sobre o idólatra, Deus faz que idólatras se tornem semelhantes aos seus ídolos (cf. Sl 115.8). E essa condenação foi justamente a que Deus anunciara ao profeta Isaias sobre uma nação idólatra (cf. Is 1.29-31; 2.8,18,19):
“Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado.” (Is 6.9,10 – itálicos acrescentados). 

Portanto, a idolatria mostra que tal pessoa está morta espiritualmente, pois, não ouvem e nem enxergam. Logo, se adorarmos algo que não seja Deus, Ele nos entrega às mesmas condições que esses ídolos como forma de juízo.  Em contraste aos ídolos mudos que nada são, o Deus Soberano possui vida porque Ele é o doador da vida:

“Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Aquele que argui os gentios não castigará? E o que ensina ao homem o conhecimento, não saberá? O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.” (Sl 94.9-11).

3) A idolatria no Novo Testamento


Até aqui vimos alguns pontos do que a Bíblia, no Antigo Testamento, ensina sobre idolatria. Será que o tema idolatria se relaciona com o Novo Testamento e com a comunidade da Nova Aliança? Pois, se nós, nos dias de hoje, olharmos para algumas sociedades a idolatria ainda permeia a cultura delas. 

As pessoas que confiam em horóscopos se assemelham muito ao pecado de Israel cometido contra Deus (2Rs 21.3-6). Será que os judeus da época de Jesus, por exemplo, não eram idólatras como os seus antepassados? Sim, eles eram idólatras, mas a sua idolatria manifestavam de maneira diferente, como veremos adiante. 

3.1. A tradição
“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.” (Mt 13.10-15) 

Perceba que o juízo que Jesus pronuncia sobre o povo de sua época é o mesmo do profeta Isaías. Sendo assim, sobre que idolatria Jesus condenara? O Evangelista Marcos responde:

“E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; Em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homensPorque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.” (7.6-9  itálicos acrescentados). 

Quando Jesus cita Isaías 29, sabia que o mandato profético de Isaías 6 se cumprira em Isaías 29.9-14 e 63.17,[8] assim podemos entender o que o profeta Isaías tinha predito sobre sua nação que prefiguravam aquilo que ocorreria no Novo Testamento. Sendo assim, podemos ver que o pecado de idolatria cometido pelos judeus da época de Jesus era invalidar a Palavra de Deus em nome de suas tradições, ou daquilo que chamamos de “boa intenção”. No entanto, a “boa intenção” da tradição, quando nos leva a desobedecer a Deus é pecado. Veja, por exemplo, o caso do Rei Saul que recebera a ordem de Deus para destruir todos os amalequitas e seus animais (1Sm 15.3,8). Não obstante, Saul poupou “tudo o que era bom” (1Sm 15.9) para “oferecer ao Senhor” (v.19). A “boa intenção” de Saul não agradou a Deus, pois Deus o respondera: “Não cumpriu as minhas palavras” (v.11), que é a mesma coisa de invalidar “o mandamento de Deus” (Mc 7.9). Mas alguém poderia dizer: “sacrificar animais não era mandamento de Deus?”. Sim. No entanto, a ordem de Deus era eliminar tudo e Saul não obedecera e, ainda mais, criou para si um estilo próprio e regra de adoração não obedecendo a Deus. 


Portanto, invalidar ou desobedecer a Palavra de Deus é pecado de idolatria, assim como Saul o fez (cf. 1Sm 15.23) os judeus da época de Jesus também o fizeram. 

3.2. A glória dos homens

Outra passagem a qual também cita Isaías 6 é João 12.37-43:
“E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele. Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”

A passagem acima faz duas referências a Isaías. Uma (Is 53.1) para indicar o cumprimento de que Israel não creria no servo, e a menção de Isaías 6 indica o cumprimento de juízo sobre aqueles que não creram. E, sendo assim, a preferência pela glória dos homens do que à glória de Deus é uma prova de idolatria. Pois, eles rejeitaram o Filho de Deus e Seus sinais, se assemelhando mais aos homens do que a Deus, preferindo a glória dos homens à glória de Deus.


J.C. Ryle comenta:
“O temor dos homens os impede de abandonar seu caminho. Têm receio de serem zombados, escarnecidos e desprezados pelo mundo. Odeiam perder a boa reputação da sociedade e o julgamento favorável de homens e mulheres semelhantes a eles.” [9]

4) Como identificar os nossos ídolos?


Será que possuímos ídolos que precisam ser identificados ou nenhuma das explicações anteriores se encaixa no nosso dia a dia? Às vezes nós temos a tendência de que detalhes não são importantes, pois são “meros detalhes”, e sempre nos atentamos para coisas maiores. Mas não é assim! Toda e qualquer forma de idolatria parte do coração humano, como nós podemos ver desde o primeiro pecado que a Bíblia relata. E assim, quando olhamos para o Novo Testamento estranhamos que não haja nenhuma menção direta ao tipo de idolatria como praticada no Antigo Testamento. Não obstante, a forma que o Novo Testamento trabalha com a idolatria é mais profunda, o qual pode ser caracterizada também por palavras: desejo, concupiscência ou cobiça. E assim, nos mostra que toda idolatria praticada na Antiga Aliança, provera de um coração idólatra. 

Por isso que Jesus mostra que a quebra dos mandamentos, como por exemplo, o sétimo, vem de um coração cobiçoso (Mt 5.28). E aí nós podemos entender o que Calvino quis dizer: o coração do homem é um fábrica de ídolos. Portanto, podemos pontuar algumas coisas que, provavelmente, são formadas em nossos corações os quais nos afastam de Deus e não prestamos à atenção.

Como mostra David Powlison:
“Os ídolos do coração conduzem-nos a abandonar a Deus de muitas maneiras. Manifestam-se e expressam-se em qualquer lugar, nos mínimos detalhes na vida interior e exterior.” [10]

4.1 
As coisas que nos seduzem 

Quem de nós não deseja ser reconhecido por aquilo que faz? E na verdade o problema não está em ser reconhecido por aquilo que faz, mas como alcançamos este reconhecimento e qual o motivo que nos leva a ser reconhecido.

No ramo do trabalho algumas pessoas, mesmo sem saber, estão aderindo aoWorkaholic, que é uma pessoa viciada em trabalho, que faz isso não só para aumentar a sua renda, mas para alcançar um cargo maior do que ela possui. Além de ser um vício - e bem sabemos que todos os vícios são prejudiciais não só para a própria saúde, como para aqueles que estão ao nosso redor, e uma pessoa assim, para subir de posição, não mede esforços para fazer qualquer coisa para ser reconhecido, sendo possível até mesmo pisar em alguém, se esquecendo de que devemos amar uns aos outros.

Esse tipo de comportamento não se aplica somente ao trabalho, mas em qualquer área em que a pessoa seja seduzida ou tentada a obter, sendo levada pela ganância em busca de poder, glória e majestade. 

Até mesmo os discípulos de Jesus discutiram sobre quem estaria à direita e a esquerda na glória de Cristo, no entanto, a resposta de Cristo foi enfática:
“Jesus os chamou e disse: Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10.42-45).

Poder, glória e majestade pertencem a Deus (Sl 96.6). Nós fomos chamados para cumprir aquilo que Ele nos ordenou e que devemos fazer para a glória d’Ele e nunca para a nossa glória. E o primeiro passo que alguém deve dar, ao querer alcançar uma posição maior do que possui, é ser servo de todos. Portanto, que não venhamos ser seduzidos pelo poder que não pertence a nós, mas que aquilo que nos fora dado, seja feito de modo que glorifique a Deus. 


4.2 As coisas que confiamos

Toda criança, quando pequena, entende que o seu pai é o melhor, é o seu Super-Herói e isso faz a criança ter confiança quando está perto do seu pai. Quando essa criança vai crescendo, o pai vai ficando velho, dificilmente ela terá o pai como referência de confiança diante de alguma situação que possa a constranger. Sendo assim, ela passa a confiar em outra coisa, mas nunca desprezando o seu pai, e boa parte daquilo que o pai fala já não é tão verdade como antes, e isso vai se estendendo por muitos anos. Nós sempre colocamos confiança em algo temporal e, até mesmo, em algo mais fraco do que nós ou corrupto.

Alguns colocam a sua confiança no dinheiro, em seus aparelhos tecnológicos de última geração ou em si mesmo. No entanto, de uns tempos pra cá, uma antiga idolatria está se reerguendo aos poucos em nosso país: Estado Messiânico ou culto ao Estado.

Joseph Ratzinger, diz:
“Quando a política pretende ser redentora, promete demais. Quando pretende fazer a obra de Deus, não se torna divina, mas demoníaca”. [11]

Se hoje você digitar em algum site de pesquisa a palavra esquerda, direita, liberalismoe/ou comunismo acharemos vários periódicos, vídeos, livros e sites que defendam suas posições. Resumidamente, por definição, podemos dizer que a Esquerda põe o seu foco na comunidade e que a direita e/ ou liberalismo é focado no indivíduo.[12] 
A primeira ideologia, de longa data, coloca o Estado como totalitário sendo aquele que decide o que terá e o que vai ser de várias áreas de nossa vida pública e até privada; escola, criação de filhos, religião, trabalho e etc. A segunda, entende que o indivíduo é livre para escolher e agir dentro dessas áreas; isto é, sem a intervenção do Estado, mas sendo a função do Estado de proteger e garantir a propriedade privada e a liberdade. 

No entanto, qual o problema da idolatria quando se envolve a política? Primeiro, todo sistema político é formado por homens e mulheres pecadores. Segundo, se é formado  por pecadores, logo, possuem falhas. E, terceiro, teorias políticas não são Deus e o Estado não é messiânico. Se nós colocarmos a nossa esperança, com um fim supremo, num seguimento político, nós estaremos trocando a glória de Deus pela glória do Estado ou da ideologia, crendo que quem poderá nos libertar deste mal que nos cerca é alguma coisa que não é o Deus verdadeiro:
“Nenhum rei se salva pelo tamanho do seu exército; nenhum guerreiro escapa por sua grande força. O cavalo é vã esperança de vitória; apesar da sua grande força, é incapaz de salvar.” (Sl 33.16.17)

Mas aqueles que confiam no Senhor, mesmo em meio a questões que nos cercam, sabe que Deus é o nosso auxilio supremo:

“Nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se alegra o nosso coração, pois confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor, Senhor, como está em ti a nossa esperança.” (Sl 33.20-22)

4.3 As coisas que necessitamos


O que você faz para ser feliz?” é um trecho do refrão e título da música de Clarice Falcão. A música não dá uma resposta definitiva, mas mostra que a felicidade pode estar voando num balão, dentro de você ou até mesmo debaixo do nariz.

Desde a queda a humanidade vem buscando meios para ser feliz. Alguns vão à procura de sexo, outros de amor, outros usam drogas, enfim, meios terreais e passageiros para tentar buscar sentido para a vida ou a sua felicidade. 

Isto não quer dizer que ninguém deva ser feliz, mas que a felicidade, por se tornar um ídolo, quando os meios para buscá-la, ou ela própria não fazem parte da vontade de Deus, ou seja, quando a nossa felicidade não se encontra em Deus, mas em outra coisa que nos faz mais feliz do que Deus, isso é idolatria.

No entanto, quais são os meios que buscamos felicidade? 

Além do dinheiro, um dos mais cogitados e cantados atualmente é o “amor”. Se pesquisarmos a palavra “amor” como forma de música acharemos o tema em quase todos os ritmos. Não obstante, esse amor que é tão procurado, é em forma de uma paixão não correspondida, ou em busca de sexo, ou segundo o movimento LGBT, love wins (o amor vence). Uma “legalização” de algo pecaminoso sendo propagado como algo natural. Todas essas formas da busca desenfreada pela felicidade baseada num amor, ou melhor, para ter “sucesso no amor”, é uma forma de idolatria confundindo o amor com Deus. [13]

Outras coisas que necessitamos, além do amor, é o comer, beber e vestir, os quais envolvem dinheiro. E é verdade, nós como criaturas necessitamos dessas coisas para viver. Mas a grande questão que nós não paramos para pensar é como buscamos essas coisas necessárias e o que essa busca desenfreada pela sobrevivência pode causar. Jesus, certa vez, advertiu os discípulos sobre a forma como eles buscavam essas coisas:
“Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Não andeis, pois, ansiosos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas.” (Mt 6.25,31,32)

Creio que muitos de nós nunca paramos para pensar, mas ansiedade é pecado de idolatria. Quando nos desesperamos, nós buscamos meios não convencionais para conseguirmos aquilo que, aqui neste mundo, são de extrema necessidade. É por isso que Jesus, em Mateus 6.19-32, nos mostra o que a ansiedade pode causar.


a) Não confiança na eternidade celestial (Mateus 6.19-24)

A Bíblia não condena a propriedade privada, ou seja, ter bens materiais. O grande problema é o apego do nosso coração a este bem (v21). E o que isso pode gerar? Esquecimento da promessa celestial (v19); tornando-nos cobiçosos (ou para um linguajar mais regional: olho gordo) (v22,23) e Idólatras (v24). 

b) Falta de confiança na providência de Deus (Mateus 6.25-34)

Como consequência lógica, aquele que não crê na eternidade celestial dificilmente crerá na providência Divina, e seus valores serão invertidos (v.25) entendendo que os bens que estão em nossas vidas sejam mais importantes que a própria vida. 

E por que ansiedade é um pecado de idolatria? Quando o nosso coração se apega fortemente naquilo que não é o Deus verdadeiro, em alguma coisa esse coração se apega. E essa entrega total do coração nos leva a trocar Deus por algo, e como diz a passagem bíblica “não podemos servir a dois senhores”, pois um sentirá ciúme do outro. Portanto, nós devemos amar a Deus sobre todas as coisas, acumular bens no céu e buscar em primeiro lugar o Reino de Deus, pois “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, e como nos mostra esses textos:
“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós (1Pedro 5.7); o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4.19  itálicos acrescentados).

5) Conclusão


Vimos que idolatria não é, somente, nos prostrar diante de uma imagem, mas trocar a glória de Deus por algo, mesmo que isso venha dEle. E o que nós devemos fazer? João nos dá a resposta:
Filhinhos,  guardai-vos dos ídolos. Amém. (1João 5.21)

Simples, perceberam? É só se guardar dos ídolos. Mas como eu faço isso? Parece que o apóstolo está advertindo sobre a idolatria dos templos pagãos daquela época com suas festas religiosas, as quais Paulo enfrentou (1Co 8:10) e que, mais tarde, João ao escrever Apocalipse, enfrentou em algumas igrejas na Ásia, como Pérgamo (Ap 2.14) e Tiatira (Ap 2.20). Não obstante, todo ato idólatra acontece por não conhecer o Deus verdadeiro, e é justamente isso que João diz:

“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 João 5.20).

Um exemplo que nós podemos dar de quando alguém não conhece ao Senhor é o caso de Juízes 2.10 o qual nos diz que a geração que não conheceu ao Senhor e nem aos Seus feitos adorou outros deuses. Por isso que João, em toda sua primeira carta, o vemos mostrando quem é o verdadeiro Cristo, o verdadeiro Deus e como devemos agir. Se não compreendermos realmente quem é Cristo e o nosso dever por causa de Sua obra em nossa vida, nós nos apegaremos aos ídolos e se entregaremos a eles colocando toda a nossa confiança.


No entanto, se entendermos que Cristo é o nosso advogado diante de Deus (1 Jo 2.1,2), santo (3.1-6), amor (4.8), o Espirito Santo (5.7) e Jesus (5.20), nós nos guardaremos dos ídolos confiando em Deus e em Sua Palavra. Amém.

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Notas:
[1] MARTINHO, Lutero. In: PEIXOTO, Leandro B. Deus somente Deus. Disponível em: <http://ibcentral.org.br/mensagem/i-deus-somente-deus/>
[2] WRIGHT, Christopher J.H. A missão de Deus: desvendando a grande narrativa da Bíblia. - São Paulo: Vida Nova, 2014, p.169.
[3] WALTKE, Bruce; MACGREGOR, Jerry. Conhecendo a vontade de Deus para as decisões da vida. – São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p.37.
[4] Para uma melhor explicação dessa passagem, leia: BLOCK, Daniel I. Comentário do Antigo Testamento – Ezequiel, Vol II. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p.99-125 (cf. BEALE, G.K. Você se torna aquilo que adora: Uma teologia bíblia da idolatria. – São Paulo: Vida nova, 2014, p.135-40).
[5] BEALE, G.K. Você se torna aquilo que adora: Uma teologia bíblia da idolatria. – São Paulo: Vida nova, 2014, p.132.
[6] PONDÉ, Luiz Felipe. Os dez mandamentos (+ um): aforismos teológicos de um homem sem fé. – São Paulo. Três Estrelas, 2015.
[7] Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Dz7HO8Cu3KE>. Acesso 24 Outubro 2015.
[8] BEALE. Você se torna aquilo que adora, p. 164.
[9]  RYLE, J.C. Meditações no Evangelho de João. São José dos Campos – SP. Ed. Fiel, 2011, p. 166.
[10] POWLISON, David, Ídolos do coração & Feira das vaidades: Vida cristã, motivação individual e condicionamento sociológico. Ed. Refugio, p.5.
[11] RATZINGER, Joseph. Fé, verdade, tolerância. 2015. In: FERREIRA, Franklin. “Estadolatria”: Sobre a idolatria da esquerda ao Estado 1. Disponível em:
http://bereianos.blogspot.com.br/2015/07/estadolatria-sobre-idolatria-da.html>
[12] Alguns liberais vão dizer que o sistema Liberal não é nem de esquerda e nem de direita.
[13] KELLER, Timothy J. Deuses falsos: eles prometem sexo, poder e dinheiro, mas é disso que você precisa? – Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2001, p.40.
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Autor: Denis Monteiro
Estudo ministrado aos jovens da IP Conservadora do Riacho Grande e da IECP.
Fonte: Bereianos
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O DIDAQUÉ – CONHECENDO A DOUTRINA DOS VERDADEIROS APÓSTOLOS



“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” – Atos 2:42

O Didaqué é um manuscrito datado por volta de 150 d.C., onde constam os ensinos e a doutrina dos Apóstolos na Igreja Primitiva. Por sua evidente importância, é difícil entender o porquê de não constar da Bíblia. Porém, após uma leitura, tudo fica claro. 


Afinal, entre outras coisas, os Apóstolos, segundo a Didaquê, chamavam a quem pedia dinheiro em nome de Deus de falso profeta. O que diriam, então, de muitos líderes dos dias atuais, que até fazem congressos e cursos ditos espirituais com o fim de angariar dinheiro? Porém, era totalmente lícito pedir dinheiro para os necessitados, ou mesmo dar ofertas voluntárias aos apóstolos (ofertas voluntárias são as dadas sem exigir nada em troca, diferente das “ofertas voluntárias” dos nossos dias, que são dadas para se conseguir bênçãos específicas).


Por ora, apenas transcreveremos a Didaquê, logo abaixo. Leiamos e reflitamos, à luz das Escrituras.

Didaqué: a Instrução dos Doze Apóstolos
(Ano 145-150 DC)


O CAMINHO DA VIDA E O CAMINHO DA MORTE

CAPÍTULO I

1Existem dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Há uma grande diferença entre os dois. 2Este é o caminho da vida: primeiro, ame a Deus que o criou; segundo, ame a seu próximo como a si mesmo. Não faça ao outro aquilo que você não quer que façam a você.

3Este é o ensinamento derivado dessas palavras: bendiga aqueles que o amaldiçoam, reze por seus inimigos e jejue por aqueles que o perseguem. Ora, se você ama aqueles que o amam, que graça você merece? Os pagãos também não fazem o mesmo? Quanto a você, ame aqueles que o odeiam e assim você não terá nenhum inimigo.

4Não se deixe levar pelo instinto. Se alguém lhe bofeteia na face direita, ofereça-lhe também a outra face e assim você será perfeito. Se alguém o obriga a acompanhá-lo por um quilometro, acompanhe-o por dois. Se alguém lhe tira o manto, ofereça-lhe também a túnica. Se alguém toma alguma coisa que lhe pertence, não a peça de volta porque não é direito.

5Dê a quem lhe pede e não peças de volta pois o Pai quer que os seus bens sejam dados a todos. Bem-aventurado aquele que dá conforme o mandamento pois será considerado inocente. Ai daquele que recebe: se pede por estar necessitado, será considerado inocente; mas se recebeu sem necessidade, prestará contas do motivo e da finalidade. Será posto na prisão e será interrogado sobre o que fez… e daí não sairá até que devolva o último centavo.
6Sobre isso também foi dito: que a sua esmola fique suando nas suas mãos até que você saiba para quem a está dando.


CAPÍTULO II

1O segundo mandamento da instrução é:

2Não mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não fornique, não roube, não pratique a magia nem a feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe e nem depois que ela tenha nascido.

3Não cobice os bens alheios, não cometa falso juramento, nem preste falso testemunho, não seja maldoso, nem vingativo.

4Não tenha duplo pensamento ou linguajar pois o duplo sentido é armadilha fatal.

5A sua palavra não deve ser em vão, mas comprovada na prática.

6Não seja avarento, nem ladrão, nem fingido, nem malicioso, nem soberbo. Não planeje o mal contra o seu próximo.

7Não odeie a ninguém, mas corrija alguns, reze por outros e ame ainda aos outros, mais até do que a si mesmo.


CAPÍTULO III

1Filho, procure evitar tudo aquilo que é mau e tudo que se parece com o mal.

2Não seja colérico porque a ira conduz à morte. Não seja ciumento também, nem briguento ou violento, pois o homicídio nasce de todas essas coisas.

3Filho, não cobice as mulheres pois a cobiça leva à fornicação. Evite falar palavras obscenas e olhar maliciosamente já que os adultérios surgem dessas coisas.

4Filho, não se aproxime da adivinhação porque ela leva à idolatria. Não pratique encantamentos, astrologia ou purificações, nem queira ver ou ouvir sobre isso, pois disso tudo nasce a idolatria.

5Filho, não seja mentiroso pois a mentira leva ao roubo. Não persiga o dinheiro nem cobice a fama porque os roubos nascem dessas coisas.

6Filho, não fale demais pois falar muito leva à blasfêmia. Não seja insolente, nem tenha mente perversa porque as blasfêmias nascem dessas coisas.

7Seja manso pois os mansos herdarão a terra.

8Seja paciente, misericordioso, sem maldade, tranquilo e bondoso. Respeite sempre as palavras que você escutou.

9Não louve a si mesmo, nem se entrege à insolência. Não se junte com os poderosos, mas aproxima dos justos e pobres.

10Aceite tudo o que acontece contigo como coisa boa e saiba que nada acontece sem a permissão de Deus.


CAPÍTULO IV

1Filho, lembre-se dia e noite daquele que prega a Palavra de Deus para você. Honre-o como se fosse o próprio Senhor, pois Ele está presente o­nde a soberania do Senhor é anunciada.

2Procure estar todos os dias na companhia dos fiéis para encontrar forças em suas palavras.

3Não provoque divisão. Ao contrário, reconcilia aqueles que brigam entre si. Julgue de forma justa e corrija as culpas sem distinguir as pessoas.

4Não hesite sobre o que vai acontecer.

5Não te pareças com aqueles que dão a mão quando precisam e a retiram quando devem dar.

6Se o trabalho de suas mãos te rendem algo, as ofereça como reparação pelos seus pecados.

7Não hesite em dar, nem dê reclamando porque, na verdade, você sabe quem realmente pagou sua recompensa. reverência, como à própria imagem de Deus.

12Deteste toda a hipocrisia e tudo aquilo que não agrada o Senhor.

13Não viole os mandamentos dos Senhor. Guarde tudo aquilo que você recebeu: não acrescente ou retire nada.

14Confesse seus pecados na reunião dos fiéis e não comece a orar estando com má consciência. Este é o caminho da vida.


CAPÍTULO V

1Este é o caminho da morte: primeiro, é mau e cheio de maldições – homicídios, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatria, magias, feitiçarias, rapinas, falsos testemunhos, hipocrisias, coração com duplo sentido, fraudes, orgulho, maldades, arrogância, avareza, palavras obscenas, ciúmes, insolência, altivez, ostentação e falta de temor de Deus.

2Nesse caminho trilham os perseguidores dos justos, os inimigos da verdade, os amantes da mentira, os ignorantes da justiça, os que não desejam o bem nem o justo julgamento, os que não praticam o bem mas o mal. A calma e a paciência estão longe deles. Estes amam as coisas vãs, são ávidos por recompensas, não se compadecem com os pobres, não se importam com os perseguidos, não reconhecem o Criador. São também assassinos de crianças, corruptores da imagem de Deus, desprezam os necessitados, oprimem os aflitos, defendem os ricos, julgam injustamente os pobres e, finalmente, são pecadores consumados. Filho, afaste-se disso tudo.


CAPÍTULO VI

1Fique atento para que ninguém o afaste do caminho da instrução, pois quem faz isso ensina coisas que não pertencem a Deus.

2Você será perfeito se conseguir carregar todo o jugo do Senhor. Se isso não for possível, faça o que puder.

3A respeito da comida, observe o que puder. Não coma nada do que é sacrificado aos ídolos pois esse culto é destinado a deuses mortos.


A CELEBRAÇÃO LITÚRGICA
CAPÍTULO VII

1Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

2Se você não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder batizar com água fria, faça com água quente.

3Na falta de uma ou outra, derrame água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

4Antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um ou dois dias.


CAPÍTULO VIII

1Os seus jejuns não devem coincidir com os dos hipócritas. Eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana. Porém, você deve jejuar no quarto dia e no dia da preparação.

2Não reze como os hipócritas, mas como o Senhor ordenou em seu Evangelho. Reze assim: “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai nossa dívida, assim como também perdoamos os nossos devedores e não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal porque teu é o poder e a glória para sempre”.

3Rezem assim três vezes ao dia.


CAPÍTULO IX

1Celebre a Eucaristia assim:

2Diga primeiro sobre o cálice: “Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre”.

3Depois diga sobre o pão partido: “Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.

4Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre”.

5Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor pois sobre isso o Senhor disse: “Não dêem as coisas santas aos cães”.


CAPÍTULO X

1Após ser saciado, agradeça assim:

2″Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.

3Tu, Senhor o­nipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, orém, deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu servo.

4Antes de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre.

5Lembra-te, Senhor, da tua Igrreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre.

6Que a tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se quem é infiel. Maranatha. Amém.”

7Deixe os profetas agradecerem à vontade.

A VIDA EM COMUNIDADE
CAPÍTULO XI

1Se vier alguém até você e ensinar tudo o que foi dito anteriormente, deve ser acolhido.

2Mas se aquele que ensina é perverso e ensinar outra doutrina para te destruir, não lhe dê atenção. No entanto, se ele ensina para estabelecer a justiça e conhecimento do Senhor, você deve acolhê-lo como se fosse o Senhor.

3Já quanto aos apóstolos e profetas, faça conforme o princípio do Evangelho.

4Todo apóstolo que vem até você deve ser recebido como o próprio Senhor.

5Ele não deve ficar mais que um dia ou, se necessário, mais outro. Se ficar três dias é um falso profeta.

6Ao partir, o apóstolo não deve levar nada a não ser o pão necessário para chegar ao lugar o­nde deve parar. Se pedir dinheiro é um falso profeta.

7Não ponha à prova nem julgue um profeta que fala tudo sob inspiração, pois todo pecado será perdoado, mas esse não será perdoado.

8Nem todo aquele que fala inspirado é profeta, a não ser que viva como o Senhor. É desse modo que você reconhece o falso e o verdadeiro profeta.

9Todo profeta que, sob inspiração, manda preparar a mesa não deve comer dela. Caso contrário, é um falso profeta.

10Todo profeta que ensina a verdade mas não pratica o que ensina é um falso profeta.

11Todo profeta comprovado e verdadeiro, que age pelo mistério terreno da Igreja, mas que não ensina a fazer como ele faz não deverá ser julgado por você; ele será julgado por Deus. Assim fizeram também os antigos profetas.

12Se alguém disser sob inspiração: “Dê-me dinheiro” ou qualquer outra coisa, não o escutem. Porém, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue.


CAPÍTULO XII

1Acolha toda aquele que vier em nome do Senhor. Depois, examine para conhecê-lo, pois você tem discernimento para distinguir a esquerda da direita.

2Se o hóspede estiver de passagem, dê-lhe ajuda no que puder. Entretanto, ele não deve permanecer com você mais que dois ou três dias, se necessário.

3Se quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se sustentar.

4Porém, se ele não tiver profissão, proceda de acordo com a prudência, para que um cristão não viva ociosamente em seu meio.

5Se ele não aceitar isso, trata-se de um comerciante de Cristo. Tenha cuidado com essa gente!


CAPÍTULO XIII

1Todo verdadeiro profeta que queira estabelecer-se em seu meio é digno do alimento.

2Assim também o verdadeiro mestre é digno do seu alimento, como qualquer operário.

3Assim, tome os primeiros frutos de todos os produtos da vinha e da eira, dos bois e das ovelhas, e os dê aos profetas, pois são eles os seus sumos-sacerdotes.

4Porém, se você não tiver profetas, dê aos pobres.

5Se você fizer pão, tome os primeiros e os dê conforme o preceito.

6Da mesma maneira, ao abrir um recipiente de vinho ou óleo, tome a primeira parte e a dê aos profetas.

7Tome uma parte de seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, conforme lhe parecer oportuno, e os dê de acordo com o preceito.


CAPÍTULO XIV

1Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.

2Aquele que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar, para que o sacrifício oferecido não seja profanado.
3Esse é o sacrifício do qual o Senhor disse: “Em todo lugar e em todo tempo, seja oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei – diz o Senhor – e o meu nome é admirável entre as nações”.


CAPÍTULO XV

1Escolha bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados pois também exercem para vocês o ministério dos profetas e dos mestres.

2Não os despreze porque eles têm a mesma dignidade que os profetas e os mestres.

3Corrija uns aos outros, não com ódio, mas com paz, como você tem no

Evangelho. E ninguém fale com uma pessoa que tenha ofendido o próximo; que essa pessoa não escute uma só palavra sua até que tenha se arrependido.
4Faça suas orações, esmolas e ações da forma que você tem no Evangelho de nosso Senhor.


O FIM DOS TEMPOS
CAPÍTULO XVI

1Vigie sobre a vida uns dos outros. Não deixe que sua lâmpada se apague, nem afrouxe o cinto dos rins. Fique preparado porque você não sabe a que horas nosso Senhor chegará.

2Reúna-se com freqüência para que, juntos, procurem o que convém a vocês; porque de nada lhe servirá todo o tempo que viveu a fé se no último instante não estiver perfeito.

3De fato, nos últimos dias se multiplicarão os falsos profetas e os corruptores, as ovelhas se transformarão em lobos e o amor se converterá em ódio.

4Aumentando a injustiça, os homens se odiarão, se perseguirão e se trairão mutuamente. Então o sedutor do mundo aparecerá, como se fosse o Filho de Deus, e fará sinais e prodígios. A terra será entregue em suas mãos e cometerá crimes como jamais foram cometidos desde o começo do mundo.

5Então toda criatura humana passará pela prova de fogo e muitos, escandalizados, perecerão. No entanto, aqueles que permanecerem firmes na fé serão salvos por aquele que os outros amaldiçoam.

6Então aparecerão os sinais da verdade: primeiro, o sinal da abertura no céu; depois, o sinal do toque da trombeta; e, em terceiro, a ressurreição dos mortos. 7Sim, a ressurreição, mas não de todos, conforme foi dito: “O Senhor virá e todos os santos estarão com ele”. 8Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu.

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