terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Eu creio nos 5 Solas da Reforma

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Por Rev. Ewerton B. Tokashiki


Somos uma igreja herdeira da Reforma protestante do século XVI. Os 5 pilares da nossa herança são:

               Sola Scriptura: somente a Escritura Sagrada
               Solus Christus: somente em Cristo
               Sola gratia: somente a graça
               Sola fide: somente a fé
               Soli Deo gloria: somente a Deus toda glória


1. Somente a Escritura Sagrada: é a nossa única fonte e regra de fé e prática.

O calvinismo possui o seu sistema doutrinário centrado na Escritura Sagrada. Desde a Reforma do século XVI foi ensinada a doutrina da sola Scriptura – ou seja, que a Escritura é a única fonte e regra de autoridade. Entretanto, a autoridade da Escritura resultado do fato dela ser a Palavra de Deus. John H. Armstrong corretamente observa que “a autoridade é encontrada no próprio Deus soberano. O Deus que ‘soprou’ as palavras por meio dos escritores humanos está por trás de toda afirmação, toda doutrina, toda promessa e toda ordem contidas na Escritura”.[1] Se rejeitarmos a Escritura Sagrada estamos desprezando a vontade preceptiva de Deus.

A Bíblia tem autoridade porque ela é revelação da vontade de Deus. Por isso, “as inspiradas Escrituras, revelando a vontade transcendente de Deus em forma escrita e objetiva, são a regra de fé e conduta através da qual Jesus exerce sua autoridade divina na vida do crente.”[2] Em outras palavras, esta doutrina significa que a base da nossa doutrina, forma de governo de igreja, culto e todas as esferas da vida, não se fundamentam no tradicionalismo, no subjetivismo, no relativismo, no pragmatismo, ou no pluralismo, mas é extraída somente na Escritura Sagrada. Cremos que suficientemente ela é a verdade absoluta, porque somente a Escritura é a Palavra de Deus (2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:19-20).

2. Somente Cristo: o único mediador da nossa salvação.

O nosso Senhor Jesus se fez um de nós para ser o nosso substituto. Ele é o nosso único representante diante de Deus. O Pai firmou o pacto da redenção que estipulava que o Filho viesse ao mundo para cumprir a sua vontade (Jo 4:34; 6:38-40; 10:10). A Confissão de Fé de Westminster declara que

aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.[3]

Não temos outro mediador pelo qual possamos ser reconciliados com Deus, a não ser Jesus Cristo (At 4:11-12; 1 Tm 2:5). A sua obra lhe confere autoridade para declarar justo todos quantos o Pai lhe deu (Jo 6:37,39,65). Toda a obra expiatória de Jesus é suficiente para a nossa salvação (Rm 8:1). Somente através da perfeita obra de Cristo seremos salvos. A nossa culpa e merecida condenação caiu sobre ele (Hb 2:10). A sua obediência ativa cumpriu todas as exigências da Lei, bem como submetendo passivamente à condenação, fez com que pela sua humilhação, obtivesse plena satisfação da justiça de Deus. O Pai retirou o seu consolo e derramou sobre Cristo a sua ira divina, punindo nele o nosso pecado. As nossas iniquidades estavam sobre o Filho, e a justa ira de Deus veio sobre o nosso pecado na cruz (Hb 2:10). Jesus tornou-se amaldiçoado em nosso lugar sobre o madeiro (2 Co 5:21). O Filho de Deus sofreu os tormentos do inferno intensivamente na cruz, o que sofreríamos extensivamente na eternidade. Cremos que a sua morte expiatória na cruz satisfez a justiça de Deus e, eliminou completamente a nossa condenação futura (Rm 3:24-25), redimindo-nos de todos os nossos pecados (Ef 1:7).


3. Somente a graça: a única causa da nossa aceitação.

Cremos que a salvação do homem não é resultado de algum mérito pessoal (Rm 3:20, 24, 28; Ef 2:1-10). Todo ser humano possui uma disposição moral totalmente corrompida, de modo que, ele é incapaz de satisfazer perfeitamente a Lei de Deus (Tg 2:8-10). O empenho de merecer a salvação pelas boas obras somente resulta em condenação. Sem a graça a nossa predisposição natural é somente para o pecado (Rm 7:13-25).

A Escritura nos revela que todo ser humano em seu estado natural é inimigo de Deus (Rm 3:23; 5:10). O teólogo puritano Stephen Charnock observou que “todo pecado é uma espécie de amaldiçoar a Deus no coração. O homem tenta destruir e banir Deus do coração, não realmente, mas virtualmente; não na intenção consciente de cada iniquidade, mas na natureza de cada pecado.”[4] A dureza de coração lhe é normal, porque ele está rígido como uma pedra (Ez 36:26-27).

O livre arbítrio perdeu-se com a Queda.[5] Esta capacidade de agir contrário à própria natureza foi perdida com a escravidão do pecado. No início, Adão criado em santidade, foi capaz de escolher contrário à sua inclinação natural de perfeita santidade e, decidiu pecar. O primeiro homem livremente passou a agir de acordo com a escravidão dos desejos mais fortes da sua alma corrompida pela iniquidade. Ele é livre, mas a sua liberdade é usada tendenciosamente para pecar conforme os impulsos de sua inclinação para o pecado. Se ele for deixado para si mesmo, ele sempre agirá de acordo com a sua disposição interna, ou seja, naturalmente escolherá pecar (Rm 1: 24-32; 3:9-18; 7:7-25; Gl 5:16-21; Ef 2:1-3).

A nossa salvação é resultado da ação da livre e soberana graça do nosso Deus. AConfissão de Fé de Westminster declara que

todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso, dispostos pela sua graça.[6]

Somente a ação soberana e eficaz do Espírito Santo é capaz de regenerar corações implantando uma nova disposição santa. O resultado é a libertação da escravidão do pecado. Esta obra Deus a realiza pela graça somente.


4. Somente a fé: é o único instrumento de posse da nossa salvação.

A fé é o meio normal pelo qual o Espírito Santo aplica o processo da salvação nos eleitos. Entretanto, devemos lembrar que a fé é dom de Deus e não uma virtude humana (Rm 4:5; 10:17; Ef 2:8-9; Fp 1:9). O Breve Catecismo de Westminster define este dom: “fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho.” OCatecismo de Heidelberg esclarece que

a verdadeira fé é a convicção com que aceito como verdade tudo aquilo que Deus nos revelou em sua Palavra. É também a firme certeza de que Deus garantiu – não só aos outros como também a mim – perdão de pecados, justiça eterna, e salvação por pura graça e somente pelos méritos de Cristo. O Espírito Santo realiza essa fé em meu coração por meio do evangelho.[7]

Por isso, a teologia reformada entende que a verdadeira fé é o resultado de um iluminado conhecimento, da plena concordância verdade e da firme confiança na Palavra de Deus.


A justificação vem pela fé somente na obra de Cristo. Nenhum homem pode ser salvo, a não ser que creia na expiação realizada por Cristo, confiando exclusivamente nele (Rm 1:17; Tt 3:4-7; 1 Jo 5:1). A justiça de Cristo que é imputada sobre nós concede, garante e mantém-nos aceitos na comunhão eterna de Deus.

A verdadeira fé conduz as boas obras que evidenciam a salvação e glorificam a Deus. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca está sozinha. A fé salvadora produz amor prático ao próximo, santidade pessoal em obediência à Palavra de Deus. A Escritura Sagrada declara que “pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10).

5. Somente a Deus toda glória: o único objetivo da nossa salvação.

Cremos no único Deus, que é Senhor da história e do universo, “que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11). É nossa convicção que a finalidade principal da vida não é necessariamente o bem-estar, a saúde física, a prosperidade, a felicidade, ou mesmo a salvação do homem, mas, a glória de Deus e na manifestação de todos os seus atributos. Johannes G. Vos comentando o Catecismo Maior de Westminster observa que “quem pensa em gozar a Deus sem o glorificar corre o risco de supor que Deus existe para o homem, e não o homem para Deus. Enfatizar o gozar a Deus mais do que o glorificar a Deus resultará num tipo de religião falsamente mística ou emocional.”[8] Deus não existe para satisfazer as necessidades do homem, embora ele o faça por amor de si mesmo (Ez 20:14). O homem foi criado para o louvor da glória de Deus (Rm 11:36; Ef 1:6-14).[9]

É verdade que a glória de Deus transcende ao nosso entendimento, mas ela pode ser percebida pela sua manifestação na criação e pela revelada Palavra da Deus. João Calvino no início de suas Institutas escreve que

a soma total da nossa sabedoria, a que merece o nome de sabedoria verdadeira e certa, abrange estas duas partes: o conhecimento que se pode ter de Deus, e o de nós mesmos. Quanto ao primeiro, deve-se mostrar não somente que há um só Deus, a quem é necessário que todos prestem honra e adorem, mas também que Ele é a fonte de toda verdade, sabedoria, bondade, justiça, juízo, misericórdia, poder e santidade, para que dele aprendamos a ouvir e a esperar todas as coisas. Deve-se, pois, reconhecer, com louvor e ação de graças, que tudo dele procede.[10]

Mas, por que a nossa felicidade depende da glória de Deus? Simplesmente porque a nossa dignidade e satisfação dependem de vivermos sem a insensatez, vícios e destruição causados pelo pecado. Somente quando obedecemos à vontade de Deus, segundo as Escrituras, podemos andar aceitáveis em sua presença e desfrutar dos benefícios das suas promessas. Aurélio Agostinho em sua obra Confissões declarou que “Tu o incitas para que sinta prazer em louvar-te; fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti.”[11] Assim, quanto maior for a nossa satisfação em Deus, ele será mais glorificado em nós!


O soberano Senhor não compartilha a sua glória com ninguém! O nosso orgulho é uma ofensa gravíssima ao nosso Deus. Não é em vão que ele denúncia a sua rejeição aos soberbos (Tg 4:6-10). Somente ele é o Altíssimo, enquanto o pecador consegue em suas fúteis pretensões ser apenas uma ilusória altivez. Não podemos esquecer de que somos chamados para ser servos do seu reino, e de que toda a abrangência de nossa vida está ao seu serviço (Rm 11:36).

O profeta Jeremias disse que assim diz o SENHOR: não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. (Jr 9:23-24). Assim, em compromisso, confessamos que “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.” (Rm 11:36).

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NOTAS:
[1] John H. Armstrong, “A autoridade da Escritura” in: Bruce Bickel, ed., Sola Scriptura numa época sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2000), p. 90.
[2] Carl F.H. Henry, “A autoridade da Escritura” in: Philip W. Comfort, ed., A origem da Bíblia (Rio de Janeiro, CPAD, 1998), p. 28.
[3] Confissão de Fé de Westminster VIII.1.
[4] Stephen Charnock, The Existence and the Attributes of God (Grand Rapids, Baker Books, 2000), vol. 1, p. 93.
[5] A tradição agostiniana/calvinista interpreta a doutrina do livre arbítrio da seguinte forme: “o livre arbítrio é dividido em quatro modos, por causa dos quatro estados do homem. No primeiro estado a vontade do homem era livre para o bem e para o mal. No estado caído o homem é livre somente para o mal. O homem nascido de novo, ou o homem em estado de graça, é livre do mal e para o bem, pela graça de Deus somente, mas imperfeitamente. No estado de glória ele será perfeitamente livre do mal para o bem. No estado de inocência o homem era capaz de não pecar [posse non peccare]. No estado de miséria ele é incapaz de não pecar. No estado de graça, o pecado não pode governar o homem. No estado de glória ele se tornará incapaz de pecar.” Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, ed., Reformed Dogmatics (Grand Rapids, Baker Books, 1977), p. 65. Este manual de teologia de Wollebius [1586-1629] influenciou os teólogos que elaboraram os Padrões de Westminster.
[6] Confissão de Fé de Westminster, X.1.
[7] Catecismo de Heidelberg, Domingo 7, perg./resp. 21.
[8] Johannes G. Vos, Catecismo Maior de Westminster Comentado (Editora Os Puritanos), pág. 32.
[9] Breve Catecismo de Westminster, perg./resp. 1.
[10] João Calvino, Institutas, (edição estudo de 1541), vol. I, p. 55.
[11] Santo Agostinho, Confissões (Editora Paulus), vol. 10, p. 19.

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Fonte: Estudantes de Teologia
Via Bereianos

Sexo na universidade

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Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


A universidade, além de ser o local aonde os jovens vão para adquirir uma boa educação e se preparar para o futuro, acaba sendo o ponto de partida para o sexo casual, às vezes com consequências sérias para o resto da vida. Entre estas, podemos mencionar a gravidez indesejada, os abortos e as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Em muitos casos, o sexo fortuito ocorre associado com uso de bebidas alcoólicas e drogas que se inicia nos bares no entorno das universidades.

Do ponto de vista cristão, o sexo é uma dádiva de Deus, que desfrutado da maneira correta, é fonte de alegria, satisfação e realização. O cristianismo limita o relacionamento sexual ao casamento. Mas, não é necessário lançar mão do viés religioso para se perceber que o apelo sexual na universidade acaba abrindo as portas para relacionamentos complicados. Os mesmos podem trazer problemas de ordem emocional, psicológico e até legal (como a curetagem e o aborto clandestinos), que acabam prejudicando não somente a carreira estudantil, acadêmica e profissional do jovem, mas sua vida como um todo.

O sexo não é apenas um momento fisiológico de prazer. Por causa da natureza humana, a sexualidade está entretecida com nossa dimensão emocional, psicológica, moral, social e religiosa. As relações sexuais, mesmo as fortuitas e casuais, acarretam apegos e paixões, por um lado, culpa, raiva e nojo, por outro – emoções poderosas que conturbam a paz interior das pessoas, especialmente de adolescentes recém-chegados à universidade.

Jovens com a vida emocional conturbada por relacionamentos sexuais complicados podem acabar levando para a sala de aula estas perturbações, que roubam a paz de espírito e a tranquilidade necessárias para ler, aprender, estudar, pesquisar e escrever. As estatísticas mostram que o maior índice de óbitos decorrentes de curetagem ilegal se dá entre jovens na faixa de 20 a 29 anos, faixa etária onde se insere a maior parte dos universitários. Uma pesquisa de 1993 da ocorrência de aborto entre jovens de uma universidade brasileira mostrou que mais de 50% das que engravidaram fizeram curetagem, com maior incidência das mais jovens. Todavia, não creio que precisemos de pesquisas estatísticas para afirmar que jovens viciados em sexo e afundados em problemas de relacionamento frequentemente acabam se dando mal academicamente.

É triste assistir ao desperdício voluntário de talentos por parte de jovens que cedem aos engodos da cultura pós-moderna na área de sexualidade, a qual reduz o sexo a uma mera função biológica orientada para o prazer momentâneo e inconsequente.

A fé cristã reformada valoriza a família, o sexo no casamento, sem reduzi-lo a mera função procriadora. Valoriza o trabalho, o bom desempenho acadêmico e o exercício eficaz da profissão como parte da cidadania e da vocação cristã. Na Bíblia encontramos a história de um jovem líder do povo judeu chamado Sansão, com potencial para ser um dos maiores juízes do seu povo. Todavia, os repetidos envolvimentos sexuais de Sansão, e as consequências que os mesmos trouxeram, acabaram por arruinar sua carreira (veja Juízes 14.1-2; 16.1; 16.4; 16.19; 16.28-30). A Bíblia também registra o encontro de Jesus com uma mulher sedenta de sentido e propósito na vida, mesmo após ter tido cinco maridos e estar vivendo com um amante. Em Jesus ela encontrou a plena satisfação para seu coração vazio (João 4.7-29).

Os pais e professores deveriam aconselhar os jovens a não trocarem um futuro promissor por prazeres inconsequentes e passageiros. No Evangelho de Jesus Cristo encontrarão perdão para erros cometidos e a força necessária para resistir aos apelos que não levam em conta as consequências e os efeitos de atos impensados.

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Fonte: Perfil do autor no Facebook

sábado, 3 de janeiro de 2015

Membresia de igreja é bíblico?

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Por Matt Chandler


“A esposa de Cristo não pode ser adúltera; ela é imaculada e pura. Ela conhece apenas um lar; ela protege com casta modéstia a santidade de um único leito. Ela nos guarda para Deus. Ela aponta para o reino os filhos que gerou. Qualquer um que se separe da Igreja e se junte a uma adúltera está separado das promessas da Igreja; tampouco aquele que abandona a Igreja de Cristo pode alcançar as recompensas de Cristo. Ele é um estranho; é um profano; é um inimigo. Ele não pode ter Deus por seu Pai, eis que não tem a Igreja por sua mãe.” - Cipriano, Tratado sobre a Unidade da Igreja, 6.

Eu tinha 28 anos quando me tornei pastor da Highland Village First Baptist Church(agora conhecida como The Village Church). Eu havia tido uma situação difícil no início da minha experiência com a igreja e, naquele período, eu ainda não havia saído completamente da minha fase de “desencantamento com a igreja local”.

Com toda a honestidade, eu não estava certo, naquele período, de que membresia de igreja era algo bíblico. Apesar disso, o Espírito havia tornado claro demais que eu haveria de pastorear essa pequena igreja nos arredores de Dallas. Essa foi uma das muitas ironias da minha vida naqueles dias.

Highland Village First Baptist Church era uma igreja “sensível ao visitante”, nos moldes da Willow Creek Community Church [N.T.: megaigreja norte-americana fundada pelo pastor Bill Hybels, considerado junto com Rick Warren o pai do movimento “sensível ao visitante” (seeker-sensitive)], e sem qualquer processo formal de membresia, embora ela estivesse ativamente elaborando um e desejasse a participação do novo pastor. Eu possuía um entendimento robusto acerca da igreja universal, mas não era muito versado - e, como disse, um tanto cético - no tocante à igreja local. Nós começamos a crescer rapidamente com jovens de 20 e poucos anos e frequentemente insatisfeitos, os quais geralmente não possuíam nenhuma experiência anterior de igreja, ou possuíam experiências ruins. Eles gostavam da The Village porque nós éramos “diferentes”. Isso sempre me chocava porque nós não estávamos fazendo nada exceto pregar e cantar.

Em conversas com esses homens e mulheres, eu comecei a ouvir coisas como: “A igreja é corrompida; é tudo sobre dinheiro e o ego do pastor” ou: “Eu amo Jesus; o meu problema é com a igreja”. A minha favorita era: “Quando você organiza a igreja, ela perde o seu poder”. Embora alguma coisa às vezes ressoasse em mim com tais comentários (eu, juntamente com a maior parte da minha geração, tinha problemas com autoridade e compromisso), eu os considerava confusos uma vez que eles estavam sendo feitos a mim por pessoas que estavam frequentando a igreja da qual eu era o pastor.

Duas questões de Hebreus 13.17

Em meio à efervescência de conflitos sobre outras doutrinas que eu considerava muito mais centrais, eu me questionava se nós deveríamos deixar essa coisa de membresia de igreja de lado e voltar a ela depois. Naquele tempo, eu estava me preparando para pregar ao longo do livro de Hebreus e “aconteceu” de eu estar no capítulo 13 quando o versículo 17 saltou da página: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”.

Duas questões me ocorreram. Primeiro, se não há qualquer exigência bíblica de pertencer a uma igreja local, então a quais líderes deveria um cristão individual obedecer e se submeter? Segundo, e mais pessoalmente, por quem eu, como pastor, haveria de prestar contas?

Essas duas questões despertaram minha busca por um entendimento bíblico da igreja local, e elas começaram em torno das ideias de autoridade e submissão.

No tocante à primeira questão, as Escrituras claramente ordenam que os cristãos se submetam e honrem um corpo de presbíteros (Hb 13.17; 1Tm 5.17). Se não há qualquer entendimento acerca da membresia da igreja local, então a quem devemos nos submeter e obedecer? Será que devemos fazê-lo a qualquer um com o título de “presbítero” de qualquer igreja? Deveria você, como cristão, obedecer àqueles loucos da Westboro Baptist [igreja norte-americana amplamente descrita como um grupo de ódio]? Para obedecer a Escritura, você deve fazer piquetes em funerais de soldados, como o pastor de Westboro parece sugerir?

No tocante à segunda questão, as Escrituras claramente ordenam que um corpo de presbíteros cuide de um povo específico (1Pe 5.1-5; também At 20.29-30). Acaso eu, como pastor, serei considerado responsável por todos os cristãos na região metropolitana de Dallas? Há muitas igrejas em Dallas com as quais possuo fortes discordâncias teológicas e filosóficas. Acaso eu prestarei contas pelo que elas ensinam em seus grupos pequenos, por como elas gastam seu dinheiro, e pelo que elas fazem em relação a missões internacionais?

O que dizer da disciplina eclesiástica?

Após considerar questões de autoridade e submissão, o segundo problema que surgiu no meu estudo da igreja local foi o ensinamento bíblico acerca da disciplina eclesiástica.

Você a vê em diversos lugares, mas em nenhum tão claramente quanto em 1Coríntios 5.1-12. Nesse texto, Paulo confronta a igreja em Corinto por aprovar um homem que andava em imoralidade sexual escancarada e impenitente. Os coríntios estão celebrando isso como a graça de Deus, mas Paulo os alerta que esse tipo de impiedade não deveria deixá-los orgulhosos, e sim fazê-los lamentar. Ele os chama de arrogantes e os diz que removam esse homem para a destruição da sua carne e, esperançosamente, para a salvação da sua alma. No versículos 11-12, ele não usa meias palavras: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?”.

A minha triste experiência mostra que pouquíssimas igrejas ainda praticam a disciplina eclesiástica, mas esse é um outro artigo para um outro dia. A questão que emerge dessa passagem é simples: como você pode colocar alguém “para fora” se não existe um “dentro”? Se não existe qualquer comprometimento local com uma comunidade pactual de fé, então como você remove alguém dessa comunidade de fé? A disciplina de igreja não funciona se a membresia da igreja local não existe.

Muitas Outras Evidências em Favor da Membresia

Há outras evidências nas Escrituras que dão suporte à membresia da igreja local.

Nós vemos em Atos 2.37-47 que havia um registro numérico daqueles que professavam Cristo e eram cheios do Espírito Santo (v. 41), bem como um reconhecimento de que a igreja estava crescendo (v. 47).

Em Atos 6.1-6, nós vemos eleições serem realizadas a fim de lidar com um problema e uma acusação específicos.

Em Romanos 16.1-16, nós vemos o que parece ser uma consciência de quem é membro da igreja.

Em 1Timóteo 5.3-16, nós vemos um claro ensino acerca de como lidar com as viúvas na igreja e, nos versículos 9-13, nós lemos isto:
Não seja inscrita senão viúva que conte ao menos sessenta anos de idade, tenha sido esposa de um só marido, seja recomendada pelo testemunho de boas obras, tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra. Mas rejeita viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se, tornando-se condenáveis por anularem o seu primeiro compromisso. Além do mais, aprendem também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem.

Nesse texto, nós vemos critérios para quem seria e quem não seria qualificado para o programa de cuidado com as viúvas de Éfeso. A igreja local em Éfeso é organizada, e eles estão executando um plano.

Nós podemos seguir mais e mais aqui, fazendo perguntas sobre como podemos ser obedientes aos mandamentos de Deus em 1Coríntios 12 ou Romanos 12 se não estivermos conectados a uma comunidade local e pactual de fé. Mas expor todos os textos possíveis iria requerer mais tempo do que eu disponho para este artigo.

O plano de Deus é que pertençamos a igrejas locais

Quando você começa a olhar para esses textos, torna-se claro que o plano de Deus para a sua igreja é que nós pertençamos a uma comunidade local e pactual de fé. Isso é para a nossa própria proteção e amadurecimento, e para o bem dos outros.

Se você enxerga a igreja como uma espécie de buffet eclesiológico, então você severamente limita as possibilidades do seu crescimento em maturidade. Crescer em piedade pode machucar. Por exemplo, à medida que eu interajo com outros em meu próprio corpo local, minha indolência no zelo é exposta, assim como minha falta de paciência, minha falta de oração e minha hesitação em associar-me aos mais fracos (Rm 12.11-16). Contudo, essa interação também me dá a oportunidade de ser amorosamente confrontado por irmãos e irmãs que estão nas trincheiras comigo, assim como me fornece um lugar seguro para a confissão e o arrependimento. Mas, quando a igreja é apenas um local que você frequenta sem de fato ligar-se a ela, como um buffeteclesiológico, seria preciso apenas considerar por que você está sempre mudando a cada vez que o seu coração começa a se expor ao Espírito e a verdadeira obra está começando a acontecer.

Qual é o cerne de tudo isso? Membresia de igreja local é uma questão de obediência bíblica, não de preferência pessoal.

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Fonte: Ministério Fiel

Via Bereianos

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Qual a Magia da Virada de Ano?



Como eu gosto de escrever com base em textos bíblicos estou meio que sem inspiração para escrever sobre o ano novo. Onde nas Escrituras eu poderia encontrar uma passagem, uma narrativa, um salmo ou qualquer outra referência que me desse o apoio para escrever que a passagem de um ano para o outro representa um novo começo, uma vida nova, a hora de tomar resoluções, uma espécie de momento mágico de virada onde as coisas que deram errado em 2014 ficaram para trás e tudo se faz novo em 2015?

Eu sei que não preciso de um versículo explícito sobre um assunto para poder falar dele biblicamente, se tão somente eu puder derivar de vários textos o conceito em foco. Mas mesmo assim continuo com problemas. Não encontro no Antigo Testamento nenhuma referência de que a mudança de um ano para o outro tivesse qualquer significado meio que miraculoso. Ao que parece, os judeus marcavam a passagem de um ano para o outro (que acontecia no primeiro dia do sétimo mês, aparentemente) com uma convocação ao som de trombetas para uma reunião solene, onde eram oferecidos sacrifícios ao Senhor (cf. Lev 23:23-25; Num 29:1-6). 

Existe muita polêmica entre os estudiosos sobre o Ano Novo judaico, quanto à data e à maneira como era celebrado. A razão principal é a falta de maiores informações sobre o evento, diante da enorme quantidade de informações sobre as festas religiosas como Páscoa e Pentecostes, o que mostra que a festa de Ano Novo não era tão importante assim. De qualquer forma, o Ano Novo era celebrado em Israel como um memorial ao Senhor, com direito a sacrifícios e convocação com trombetas. Não encontro nada que diga que os israelitas prometiam que naquela convocação fariam no novo ano aquilo que não fizeram no ano findo. Na verdade, o que encontro é que os israelitas tinham que amar a Deus e fazer a vontade dele o ano todo, cada ano de suas vidas. A celebração era provavelmente de gratidão a Deus.

No Novo Testamento não encontramos absolutamente nenhum sinal de que os cristãos celebravam a passagem de ano. Mas, tem uma reclamação de Paulo de que os crentes da Galácia, seguindo costumes judaicos, estavam guardando “dias, e meses, e tempos, e anos” (Gal 4:10).

Posso entender os cultos e festividades do Ano Novo como expressões culturais dos cristãos que aproveitam a oportunidade para fazer um balanço espiritual de suas vidas e igrejas no ano findo e propósitos e alvos para o ano que chega. Mas sempre fica a pergunta: se eu não estou andando com Deus em 2014, devo esperar a virada do ano para prometer fazer em 2015 aquilo que não fiz o ano todo? O que a Bíblia me diz é que “hoje” é o dia da salvação e que “agora” é o tempo de arrependimento e retorno a Deus, e que devo buscar ao Senhor “enquanto” eu posso achá-lo (Isa 55:6; 2Cor 6:2; Heb 3:13). 

Uma das primeiras das 95 teses de Lutero foi que o arrependimento (penitência) é um estado de espírito constante no cristão e não uma mortificação pontual feita no confessionário ou na hora da missa – ou na virada do ano, se posso acrescentar uma palhinha...

Apesar de tudo, podemos aproveitar o momento cultural de maneira positiva, para render graças a Deus pelas bênçãos derramadas no ano findo. E pedir que Ele nos abençoe no ano que se inicia. Aqui vai minha sugestão de uma oração a ser feita na virada do ano: 

Senhor, te dou graças por todas as bênçãos recebidas em 2014. Peço perdão de todo coração por todas as coisas erradas que fiz e pelas certas que deixei de fazer neste ano que finda [talvez aqui fosse bom fazer uma lista para deixar claro que não é só conversa]. Suplico a tua graça e misericórdia para que eu possa andar nos teus caminhos em 2015, para que eu possa me arrepender e me corrigir imediatamente após meus erros, e para que eu não fique achando desculpas e adiando aquilo que eu sei que devo fazer, de maneira que na virada para 2016 eu não tenha que vir fazer esta oração de novo. Em nome de Jesus, amém”.

Um abençoado 2015 a todos.

Fonte: O Tempora, O Mores


Quem poderá nos defender dos excessos de pastores egocêntricos?

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Por Thiago Oliveira


Lamentavelmente escrevo esse texto sabendo que muitos vão aqui comentar coisas do tipo: “Ele faz isso, mas ganha muitas almas para Jesus, e você o que faz além de julgar?” ou “Ele fez o que de errado? Ora, deixem ele falar do Evangelho.” Daí você se pergunta, quem é ele e o que ele faz/fez. Ok, vou explicar.

O Pr. Lucinho Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha pregou no último Sábado (06/12) um sermão intitulado “E agora, quem poderá me defender?” Até aí tudo bem... Sobre a pregação, a intenção era falar sobre depender de Deus. Ótimo! Só que o Lucinho chega no púlpito vestido de Chapolin Colorado (veja aqui) e é ovacionado por isso. Diante dos aplausos ele arremata o bordão do famoso personagem do recém falecido Roberto Bolaños: “Não contavam com minha astúcia!”

No púlpito, o Lucinho conta diversas piadinhas e até faz referência a uma música da funkeira Anita (Pre-pa-ra). Ele grita, se ajoelha, acena, assobia, gargalha... enfim, um típico showman. Seria muito bom para uma empresa tê-lo como palestrante motivacional. Talvez algum programa televisivo fizesse sucesso com um apresentador tão eletrizante quanto ele. Mas para ser um mensageiro bíblico, o Lucinho com a sua personalidade narcisista, está distante do que Deus requer para o ofício de ser porta-voz da Palavra revelada.

Em seu excelente livro, Supremacia de Deus na Pregação, o Pr. John Piper fala que o alvo da pregação deve ser a glória de Deus. Ou é isso, ou de nada vale pregar. A partir do momento que um pastor ou mensageiro da Palavra começa a desfocar desse alvo, deixando de manter a sobriedade, este deixou de glorificar ao seu Senhor e até passa a querer ser o centro das atenções. E muitos em nosso meio costumam associar sobriedade com frieza. Se um pastor conduzir os ouvintes a quietude, muitos acharão que a mensagem foi enfadonha, morosa, lúgubre, etc. Segundo Piper (pág 49), muitos pastores têm se deixado levar por tal pensamento e o resultado disso é:
“...uma atmosfera de pregação e um estilo de pregação contaminados com trivialidades, leviandade, negligência, irreverência e uma sensação generalizada de que nada de proporções eternas e infinitas está sendo feita ou dita aos domingos”.

Obviamente que o pregador não precisa ser engessado ou robótico. Ele deve ser vibrante, entusiasmado, afinal, é do Evangelho que ele fala. E não há nada mais vibrante do que o Evangelho, não é mesmo? Charles Spurgeon, um dos maiores evangelistas da história da Igreja tinha um humor peculiar. O pastor presbiteriano Augustus Nicodemus é, atualmente, um bom exemplo de alguém que faz o bom uso do humor e conta suas anedotas vez ou outra. No entanto, leviandade é diferente de bom humor. Lógico que uma risada é sadia e que a alegria é marca de todo o cristão satisfeito em Cristo Jesus. Mas para tudo existe limite. Transformar um sermão num roteiro de stand-up comedy não é uma ideia sensata. A pregação é a forma que Deus estabeleceu para falar aos pecadores e auxiliar na perseverança dos santos. Se as pregações virarem palhaçada, como alguém dará crédito a esta mensagem?


O próprio Lucinho é exemplo disso. Ele inventou de “cheirar a Bíblia” para dizer que os jovens precisam ser loucos por Jesus. Sua iniciativa, com perdão do termo, abobada, virou matéria de um programa de TV e o apresentador não aguentou e mandou que a matéria deixasse de ser exibida, ao vivo (veja aqui). Um incrédulo censurou o Lucinho, que para a repórter que o entrevistava, disse que fazia essas coisas para atrair os adolescentes, pois estes acham os assuntos sobre Deus (ou religião) muito chatos.

É justamente nesse afã de querer incrementar o Evangelho que as bizarrices começam a se proliferar. Como disse anteriormente, alegria é inerente do cristão e o apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses fala muito sobre alegria (Fl 4.4). Porém, na mesma carta, Paulo chora por causa dos inimigos da cruz de Cristo (Fl 3.18). Ou seja: nem tudo são flores! Se o alvo da mensagem é a glória de Deus, e Ele é glorificado quando chamamos pecadores ao arrependimento, esta mensagem não pode ser trivial. Se vestir de Chapolin é algo tão despojado que fere o caráter sóbrio da pregação que diz “arrependei-vos e convertei-vos”. Não só a sobriedade como também a seriedade desta mensagem, pois a resposta a ela resultará em vida eterna ou morte eterna.

Em 2 Timóteo 4.3 lemos o seguinte Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos. Isso é um retrato do que estamos vivendo. Incomodados com a agressão que é a Palavra de Deus (ou você acha que uma espada que penetra na divisão das juntas e medulas não causa dor?), os homens de nosso tempo forjam um pseudo-evangelho que massageia o ego e diz tudo aquilo que queríamos ouvir, e não o que devemos ouvir. Spurgeon, certa feita disse que chegaria um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haveria palhaços entretendo os bodes. Ele estava muito certo.

O egocentrismo de pastores feito Lucinho e outros que para serem notados e ganharem fama nas redes sociais vestem coisas bizarras (veja aqui) e falam palavrões, são um câncer que vem destruindo a Igreja progressivamente. Aonde estão os homens que pregam a cruz? Aonde estão os pastores que não querem o aplauso dos homens? Aonde estão as pregações que falam que Deus lançará no inferno os pecadores resolutos?

Não desanime, ainda existem homens comprometidos com o Evangelho ao ponto de negarem o aplauso dos seus ouvintes. Duvida? Então, se não conhece, recomendo a você a assistir ao vídeo dessa pregação aqui do Paul Washer. E para terminar, contarei uma anedota que não me lembro onde li ou ouvi, sobre o já citado Charles Spurgeon. Mas ela diz que numa certa conferência na Inglaterra vitoriana, alguns jovens ao verem o pastor do primeiro dia pregar ficaram maravilhados e diziam entre si: “Você viu aquele pregador? Nossa como ele prega bem. Que oratória. Que sermão!”. No segundo dia, Spurgeon foi o preletor e após a conclusão da sua mensagem os jovens, novamente admirados, falavam uns com os outros: “Você viu como Jesus é perfeito? Como Jesus é bom! Como Jesus é admirável! Quão lindo é Jesus”.

Que Deus nos presenteie com pastores segundo o Seu coração! Soli Deo Gloria!

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Fonte: Electus
Divulgação: Bereianos
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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Consciência Cristã promoverá Encontro Internacional de Cientistas


O evento contará com um total de 111 preleções, realizadas durante os 16 eventos paralelos e 10 plenárias.
por Gospel Prime

Consciência Cristã promoverá Encontro Internacional de Cientistas

O 17º Encontro para uma Consciência Cristã será marcado pela estreia de novos eventos paralelos, e um deles é 1º Encontro Internacional de Cientistas Cristãos. Este evento paralelo acontecerá entre os dias 14 e 17 de fevereiro, todas as tardes, na Igreja Presbiteriana Central de Campina Grande (PB). Para esse evento, já foi confirmada a presença de Josh McDowell, apologista norte-americano, além de Marcos Eberlin, Adauto Lourenço e Ricardo Marques.
Josh McDowell é um apologista, evangelista e escritor cristão evangélico norte-americano. Com mais de 70 livros publicados, algumas das suas obras mais conhecidas são Mais que um Carpinteiro, Evidência que Exige um Veredito e A Testemunha. Bem conhecido como um orador articulado, Josh já ministrou para mais de 25 milhões de pessoas, dando mais de 26 mil palestras em 125 países.
Fora Josh McDowell, outros três palestrantes estão confirmados para o evento, a exemplo de Adauto Lourenço. Ele que é autor de vários livros, entre eles “Gênesis 1 e 2″ e “Como tudo começou” da Editora Fiel, Adauto Lourenço é formado em Física pela Bob Jones University, nos Estados Unidos, e possui Mestrado pela Clemson University, USA. É conferencista internacional, está envolvido ativamente com o Criacionismo Científico, e faz palestras em Igrejas, Conferências, Escolas e Universidades no Brasil, Portugal, Estados Unidos e África.
Marcos Eberlin também palestrará durante 1º Encontro Internacional de Cientistas Cristãos . Ele é Doutor em Química pela UNICAMP. Ele fez seu pós-doutorado no Laboratório Aston de Espectrometria de Massas da Universidade de Purdue, USA. Atualmente, é professor titular da UNICAMP, onde coordena o Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas. Eberlin também é membro da Academia Brasileira de Ciências e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico. Ganhador de vários prêmios importantes, como Zeferino Vaz de Reconhecimento Acadêmico e Scopus – Capes de excelência em publicações e formação de pessoal, o químico preside a Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas, além de ser editor associado do periódico Advances da Royal Society of Chemistry.
Marcos Eberlin já publicou cerca de 450 artigos científicos com mais de 6000 citações em áreas diversas da Química e Bioquímica, e Ciências dos Alimentos, Farmacêutica e dos Materiais.
Por último, Ricardo Marques, biólogo, mestre em Ciência pela UFC. Paleontólogo, cadastrado no Directory of Palaeontologists of the World. Zoólogo, astrobiólogo pela University of Edinburg, biólogo forense, membro da International Crime Scene Investigators Association. Perito ambiental, consultor Classe 5.0 (registro técnico-federal/IBAMA). Psicanalista clínico e neuropsicólogo, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) e da International Mind, Brain and Education Society (IMBES). Educador, pesquisador, professor universitário e conferencista.
Autor de várias publicações, inclusive artigos e livros científicos e materiais didáticos e paradidáticos. Analista de inteligência, membro da Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (ABRAIC). Um dos fundadores e coordenador do Núcleo Cristão de Informação – NCI.
As palestras discutirão temas controversos da ciência, dentro de uma perspectiva acadêmica e cristã. O objetivo é demonstrar que a ciência não é fonte de conhecimentos absolutos, já que ela muda a todo momento, mas que, se ela for abordada de forma honesta, não entrará em contradição com o que é ensinado nas Escrituras.
Para assistir a todas as palestras da Consciência Cristã, que acontecerá no Complexo do Parque do Povo, em Campina Grande, o participante deverá fazer gratuitamente a sua inscrição. Esta inscrição pode ser realizada online no site do evento (www.conscienciacrista.org.br).


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O Natal é de Jesus

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Por Rev. Ericson Martins


A cada ano, ao aproximar-nos das festividades do Natal, nos deparamos com diversas polêmicas, das mais variadas, quanto ao seu real significado.  

1. Há aqueles que duvidam da legitimidade dessas festividades porque, possivelmente, o mês do nascimento de Jesus não poderia ser considerando o mês de Dezembro em nosso calendário. Duvidam, inclusive, da necessidade de comemorar essa data para a fé cristã;

2. Outros rejeitam veementemente o Natal representado por um simbolismo que, em geral, combina a figura da criança divina com as conhecidas “árvores de Natal”, presentes, velas, guirlandas, neves, ursos polares, sinos, e até com a figura do “Papai Noel”;

3. Também, há aqueles que são simplesmente indiferentes por assumirem que essas festividades fazem parte de um grande esquema comercial alimentado pelo consumismo e pela ignorância quanto ao significado do natal de Jesus, o qual independe de festas e compras;

4. Pelo fato do Natal ser uma data comemorativa essencialmente cristã, muitos simplesmente a ignora por pertencerem à outras religiões, por serem ateus ou mesmo agnósticos; 

5. Mas há ainda um grupo de pessoas que encara o Natal apenas como uma grande oportunidade para reunir a família e se fartar de alimentos preparados especialmente para a ocasião. Nesse sentido, pensa ser necessária a exigência meramente ocasional de cobrir as mágoas familiares, as infidelidades conjugais, a omissão da responsabilidade na educação dos filhos, etc, para que o Natal encontre o seu significado em tal reunião. Embora o encontro da família seja altamente positivo, definitivamente ele não dá significado bíblico ao Natal.

O Natal diz respeito à Jesus Cristo, o Filho de Deus, o qual veio como Homem resgatar o seu povo da eterna condenação do pecado, reconciliando-o definitivamente com Deus, visto que o seu nascimento pressupôs a sua missão. Aliás, as festividades do Natal só encontram a sua verdadeira e mais significativa razão nos resultados da missão de Jesus, iniciadas por seu nascimento virginal, sofrimento, sacrifício, ressurreição ao terceiro dia, ascensão aos céus e pelo seu testemunho transformador em todo o mundo, chamando pessoas ao arrependimento para viverem nova vida, pelo Espírito, diante de Deus. 

Celebrar o Natal sem a experiência de gratidão por tamanho plano de salvação que Deus bondosamente executou por seu Filho Jesus, é apenas uma atividade social, vazia da adoração àquele que é unicamente digno de atenção: JESUS CRISTO.

O Natal é de Jesus, portanto, comemore-o pelo o que ele é e pela salvação que ele oferece, mesmo que não tenha familiares em sua volta, mesmo que não tenha presentes para compartilhar, mesmo que não esteja cercando uma mesa farta de alimentos,... porque Deus está com você se você está com Jesus!
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Fonte: PIPG - Boletim Semanal, Ano XXIII - Nº 103

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Vinacc lança programação final da 17ª Consciência Cristã

A Paraíba Impactando o Brasil!

O evento contará com um total de 111 preleções, realizadas durante os 16 eventos paralelos e 10 plenárias.
por Gospel Prime



Vinacc lança programação final da 17ª Consciência Cristã
A menos de 60 dias para a Consciência Cristã 2015, a programação completa – com seus respectivos preletores, temas e participações musicais – foi finalizada. Muitas novidades estão presentes em nossa programação, como a participação do apologista norte-americano Josh McDowell, que palestrará sobre as evidências históricas da veracidade da Bíblia, e do pastor americano Justin Peters, conhecido por seu trabalho de refutação do “Evangelho” da prosperidade.
Já no âmbito nacional, participarão pela primeira vez do evento o pastor Paulo Junior, conhecido por seu trabalho no site Defesa do Evangelho; Elias Medeiros, Chefe do Departamento de Estudos Interculturais do Reformed Theological Seminary em Jackson, Mississippi, Estados Unidos; e Simone Quaresma, colunista do portal Mulheres Piedosas. Além destes, nomes já conhecidos do evento, como Hernandes Dias Lopes, Adauto Lourenço, Renato Vargens e outros também ministrarão durante o encontro.
Outro que teve sua presença confirmada, e somou ao nosso rol de preletores em 2015, foi Marcelo Gualberto. Ele que é graduado em Teologia e Letras, pós-graduado em Recursos Humanos e Gestão Gastronômica e Hoteleira. É pastor da Comunidade Presbiteriana Central em Belo Horizonte. Trabalha há mais de 30 anos com a MPC (Mocidade Para Cristo do Brasil), sendo o atual Diretor Executivo Nacional. Escreveu “Amigo da Tchurma” e “Era outra vez Madalena”. É casado com Vânia, pai de três filhas (Carolina, Miriã e Clarice) e avô da Marcela.
Também tivemos a adição de Tiago Santos (Fiel/SP) e Leonardo Gonçalves (Púlpito Cristão/SP) que palestrarão durante a 5ª Consciência Cristã Teen.
Todos esses palestrantes ministrarão ao longo dos 16 eventos paralelos da Consciência Cristã. Entre estes, teremos duas grandes novidades: O 1º Encontro Internacional de Cientistas Cristãos e o 1º Encontro sobre Liderança numa Visão Cristocêntrica. O Encontro de Cientistas será um marco na história da CC, visto que grandes nomes, como Josh McDowell, Marcos Eberlin, Ricardo Marques e Adauto Lourenço foram escolhidos para dar início a este evento. O objetivo do encontro é esclarecer alguns mitos criados pela ciência moderna e pós-moderna, e estudar os pressupostos do que seja a boa ciência – tudo isso dentro de uma perspectiva cristã.
Já o 1º Encontro sobre Liderança numa Visão Cristocêntrica é o evento paralelo que os Pastores e Líderes de igrejas não podem perder. Nomes como Paulo Junior, Messias Anacleto, Aurivan Marinho, Jorge Noda, Elias Medeiros foram confirmados para este evento.
Acontecerá também a 2ª edição do Encontro Apologético Internacional da Paraíba. A primeira edição teve a presença do apologista norte-americano Norman Geisler e, no próximo ano, terá como destaque os apologistas Josh McDowell e Justin Peters. Outra novidade está no 2º Seminário de Surdos numa Visão Cristocêntrica, que terá como preletor o Pr. Fábio Veodato, do Paraná. No Brasil existem mais de três milhões de surdos que devem ser alcançados pela graça de Deus e, atualmente, existem nove pastores surdos de diversas denominações. O Pr. Fábio é o segundo pastor surdo ordenado do Brasil, sendo o primeiro da Igreja Presbiteriana Independente de Londrina, no Paraná.
Além desses, outros eventos com públicos específicos continuarão no próximo ano, como o 4º Encontro de Mulheres para uma Consciência Cristã, o 5º Consciência Cristã Teen (com foco nos adolescentes), o 15º Encontro para a Juventude, além de outros nas áreas da sexualidade; Louvor e adoração; Missões; Dependência Química; Teologia e Filosofia etc. Todos os eventos paralelos já estão com seus temas definidos e podem ser acessados aqui (link).
No que diz respeito às participações musicais, teremos uma programação rica com a presença do Grupo Logos (SP), Embaixadores de Sião (PE), Tenda do Encontro (PB), Ministério Visão Cristocêntrica (PB), Orquestra Átrios de Louvor (PB), Coral Sarah Kalley (PB), Coral Robert Kalley (PB), Coral da Primeira Igreja Batista de C. Grande (PB), Coral Renascer (PB), Coral Silvino Sylvestre (PB), Socorro Teles (PB), Cristiano Borges e AD Souto (PB).
Teremos também a 3ª FELICC, Feira do Livro da Consciência Cristã, que terá a participação das principais editoras cristãs do país, além da Visão Cristocêntrica Publicações, a VCP, selo editorial do evento. No stand da VCP, os participantes poderão adquirir materiais e pregações dos preletores que fazem parte da Consciência Cristã. A feira contará com grandes títulos e ótimos descontos. Fora o Restaurante Maná, que pelo segundo ano consecutivo servirá refeições e lanches durante o evento. Desta vez, o local estará ainda mais bem estruturado e pronto para atender os pedidos de todos os participantes.
Marque na sua agenda os dias 12 a 17 de fevereiro, se programe, faça sua inscrição (saiba mais aqui), monte sua caravana (saiba mais aqui) e venha participar conosco da 17ª Consciência Cristã. O Evento acontece em Campina Grande – Paraíba e a sua participação é gratuita.


Fonte:gospelprime

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Na batalha espiritual a ética sai perdendo

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Por Thiago Oliveira


No movimento conhecido por Batalha Espiritual, encontramos os mais variados “espíritos”: da embriaguez, da prostituição, do homossexualismo, do adultério e até o da solteirice eu já ouvi falar. Tais entidades malignas, segundo os adeptos dessa teologia, se apossam dos homens de maneira que estes cometem os pecados mencionados. Para exorcizar estes “espíritos” segue-se uma série de rituais, atualmente são os mais variados possíveis. Uns ensinam que é preciso queimar os seus pecados (anotados em um pedaço de papel) numa fogueira, outros acham que é necessário enterrá-los. Uns fazem jejuns, benzedeiras, orações repetitivas, lavagem para purificação e etc... Ah! Quase ia esquecendo, também é necessário dizimar e ofertar para repreender o “espírito de miséria”. 

Pois bem, nessa teologia espúria que é a Batalha Espiritual, quem sai mesmo perdendo é a ética. Em nenhum local da Bíblia se encontra respaldo para afirmar que os pecados são um produto de entes diabólicos. Embora Satanás tenha a sua influência perversa no sistema de governo humano, toda prática pecaminosa é proveniente da nossa natureza caída. Pecamos por que somos herdeiros de Adão. Isto é o que os teólogos reformados chamam de “Depravação Total do Homem”. Jesus nos ensina isso: 

Mateus 15:19 – “Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias”.

Paulo nos diz que adultério, prostituição, embriaguez e afins são obras da nossa natureza carnal:

Gálatas 5:19-21 – “Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.

Antes de listar as obras carnais, o apóstolo Paulo havia dito que nós desejamos tudo aquilo que é contrário ao Espírito, e nesse conflito vivemos (Gl 5:17). Já o apóstolo Tiago, em sua epístola, fala com todas as letras que é a nossa cobiça que nos leva a pecar (Tg 1:14-15). Mas então, o que tem ocorrido? Simplesmente deixamos nossa culpa de lado e usamos as hostes do mal para culparmos. Engraçado é que no relato da queda (Gn 3) ocorre o mesmo: Quando Deus interroga Adão por ter desobedecido e comido o fruto da árvore do bem e do mal, Adão culpa Eva, e esta por sua vez, coloca a culpa na Serpente. Ninguém assume seu erro, apenas transfere para outrem.

Quando falo que a ética sai perdendo, me refiro a norma correta de agirmos. Diante do pecado, a primeira coisa a fazer quando tomamos consciência dele é arrepender-se e confessar. A confissão, hoje cada vez mais escassa no seio da Igreja, é o primeiro passo para o tratamento que visa o abandono da prática pecaminosa confessada. Transferir a culpa para o “espírito disso ou daquilo” é não assumir os seus próprios atos, e isso é muito grave quando estivermos diante do tribunal de Deus.

O interessante é que observamos isso também no âmbito da política. Muitos candidatos evangélicos fizeram campanhas em cultos e cruzadas, e grande parte deles levaram a corrupção para o campo místico. Realizaram então os já mencionados “atos proféticos” para que o “espírito da corrupção” saísse da câmara, do senado, do governo e por aí vai. Só que os mesmos candidatos, ao serem eleitos, no exercício de seus mandatos, envolveram-se em escândalos e são investigados por corrupção. Existe um dado do portal Transparência Brasil que indica que todos os políticos que encabeçam a dita bancada evangélica, estão sob investigação parlamentar ou jurídica. Lamentável, todavia, o antídoto para isso é reconhecer a nossa degeneração e buscar o auxílio do Espírito para andarmos segundos os retos princípios da Escritura Sagrada, pois ela é proveitosa para instruir os homens em justiça, para toda boa obra (2Tm 3:16).

Agostinho, em uma fala de suas Confissões declara que desde a mais tenra infância trazia consigo a herança adâmica:

“Escuta-me, ó meu Deus! Ai dos pecados dos homens! E quem isto te diz é um homem, e tu te compadeces dele porque o criaste, e não foste autor do pecado que nele existe.
Quem me poderá lembrar o pecado da infância, já que ninguém está diante de ti limpo de pecado, nem mesmo a criança cuja vida conta um só dia sobre a terra? Quem mo recordará? Acaso alguma criança pequena de hoje, em quem vejo a imagem do que não recordo de mim? E em que eu poderia pecar nesse tempo? Acaso por desejar o peito da nutriz, chorando? Se agora eu suspirasse com a mesma avidez, não pelo seio materno, mas pelo alimento próprio da minha idade, seria justamente escarnecido e censurado. Logo, era então digno de repreensão o meu proceder; mas como não podia entender a censura, nem o costume nem a razão permitiam que eu fosse repreendido. Prova está que, ao crescermos, extirpamos e afastamos de nós essa sofreguidão; e jamais vi homem sensato que, para limpar uma coisa viciosa, prive-a do que tem de bom”.

Que nós, cristãos, possamos reconhecer nossas faltas perante o Senhor e perante os demais homens, e não nos esconder atrás de uma teologia da patifaria. É com arrependimento que o pecado é deixado, e não com a promoção de rituais e “atos proféticos” que não passam de teatro e que causam um efeito placebo de que a “coisa” foi resolvida, quando na verdade nunca foi. Finalizo com a seguinte passagem bíblica:

Tiago 4:7-11 – “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará”.

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Divulgação: Bereianos

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