segunda-feira, 7 de abril de 2014

SERÁ QUE A PORTA DA FRENTE ESTÁ ABERTA DEMAIS? REFLETINDO SOBRE A ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS NA IGREJA LOCAL


Por Renato Vargens

Ontem em Campinas, o Rev. Hernandes Dias Lopes me contou um história extremamente interessante.

Hernandes me disse que um amigo lhe relatou uma experiência ocorrida com um jovem, filho de  um proeminente mulçumano. 

O moço, contrariando os costumes do Islã teve uma forte experiência com Cristo passando assim a frequentar uma Igreja na cidade do Cairo. Tudo caminhava bem e o rapaz cada vez mais encantado com evangelho resolveu passar pelas águas do batismo. 

Pois bem, ao aproximar-se  do tempo em que deveria fazer a sua profissão de fé, o moço foi inquirido pelo pastor se este considerava-se  apto a morrer por Cristo. O menino, entendendo a seriedade da resposta e ainda com dúvidas, respondeu ao líder da Igreja dizendo que acreditava que não. O pastor então com sabedoria e cuidado lhe disse: "Tudo bem! Não há problema, nós não o batizaremos. Continue frequentando os cultos e daqui a seis meses conversaremos sobre isso novamente." 

Seis meses se passaram e o pastor  perguntou ao moço se ele estava pronto para morrer por Cristo. Desta vez sem titubeios o menino respondeu: Sim! Estou. 

Diante da convicção do rapaz o pastor decidiu batizá-lo. Entretanto, o garoto, incomodado pelo Espírito Santo resolveu contar ao pai sobre a sua decisão de passar pelas águas batismais. 

Aproximando-se do pai ele disse: "Pai, preciso lhe contar uma coisa." O pai lhe respondeu dizendo: "Diga meu filho." "Eu estou frequentando uma igreja e resolvi passar pelas aguas do batismo e gostaria de lhe comunicar isso." O pai, prontamente replicou: "Eu sei disso. Sempre soube e tentei lhe matar algumas vezes por isso colocando veneno na sua comida, mas o seu Deus o livrou. Fique tranquilo! Pode se batizar, o seu Deus é muito  forte."

Caro leitor, a história em questão me fez pensar na "porta de entrada" das nossas igrejas.  Na verdade, não sei se você já se deu conta, mais boa parte das Igrejas evangélicas não possuem nenhum critério para receber como membro de suas comunidades locais aqueles que se achegam aos seus templos.  Isto posto, ouso afirmar que no desejo de que as igrejas estejam lotadas, muitos pastores tem negociado o inegociável batizando os frequentadores de seus cultos sem que estes tenham sido regenerados pelo Espírito Santo. Nessa perspectiva é possível encontrarmos em nossos bancos um número incontável de pessoas que tornaram-se membros sem contudo terem tido uma genuína experiência de conversão.  Ora, bem sei que o critério usado pelo pastor Egipcio não deve ser o mesmo nosso, até porque, o contexto em que eles vivem é absolutamente diferente do contexto brasileiro. Entretanto, apesar disso, creio que a Igreja brasileira precisa estabelecer critérios quanto a quem pode e deve ser um membro de uma igreja local. 

Para nossa tristeza e vergonha eu conheço gente que passou pelas águas batismais desconhecendo a divindade de Cristo. Sei de outras tantas, que tornam-se membros de uma Igreja local, passando portanto, a participarem da mesa do Senhor, sem que acreditassem na morte vigária do Senhor bem como na sua ressurreição. 

Em 19 de junho de 1969, em sermão pregado no Madison Square Garden, em Nova York, o famoso pastor norte-americano Billy Grahan declarou: “O que precisamos nos Estados unidos é nos desfazermos de muita gente que temos na igreja. Creio que poderíamos fazer muito melhor trabalho se fôssemos discípulos dedicados e disciplinados como havia na igreja primitiva. É preciso ter disciplina para levantar uma hora mais cedo para estudar a bíblia. É preciso ter disciplina para desligar a televisão à noite uma hora mais cedo para gastá-la em oração. Julgo ser uma boa coisa o fato de os cristãos se tornarem minoria. Foi assim que a Igreja primitiva virou o mundo de cabeça para baixo. Creio que temos sido numerosos demais. Temos nos estorvado uns aos outros e não temos tido disciplina e dedicação. O que precisamos é de uma minoria dedicada para transformar este país e o mundo.”

Ao fazer esta declaração Billy Grahan o faz num contexto onde a maioria da população norte-americana considerava-se protestante. Isto porque, nos cultos dominicais os templos estavam cheios e repletos de pessoas, as quais religiosamente “prestavam seu culto a Deus.” Hoje no Brasil, a maioria não é evangélica, no entanto, percebe-se a olhos vistos que o número daqueles que se consideram evangélicos é a cada dia mais elevado. Entretanto, sou obrigado a confessar que boa parte destes que freqüentam os nossos cultos não tiveram uma genuína experiência de conversão. Na verdade, tais pessoas, movidas por  uma fé fundamentada no hedonismo, procuram em Deus as bênçãos que tanto necessitam. 

Há pouco soube de uma "artista" que se "converteu", batizando-se numa famosa Igreja no Rio de Janeiro, sem contudo abandonar a vida pregressa. A moça, "agora" crente em Jesus, continuava trabalhando com a divulgação de produtos eróticos e segundo ela não havia nada demais naquilo que fazia.

Pois é, em alguns lugares deste imenso país ser crente virou moda.  Isto posto, pergunto: Será que no Brasil não estamos com “crentes demais”? Será que os escândalos que tem tomado por assalto os nossos arraiais continuariam a acontecer caso as portas dos nossos templos não estivessem tão escancaradas? Será que não chegou o momento de sermos mais criteriosos em receber as pessoas como membros de nossas igrejas? Ora, antes que alguém me interprete de forma equivocada, é preciso afirmar de que não estou defendendo uma Igreja que promova acepção de pessoas. Longe de mim isso! Mesmo porque, bem sei que o evangelho de Cristo não  faz distinção de pessoas. O que na verdade estou defendendo é que a Igreja de Jesus seja mais CRITERIOSA em receber como membros locais pessoas sem que antes tenham sido salvas por Cristo. 

Prezado amigo, tenho a singela impressão que agindo desta forma  alguns problemas poderiam ser evitados, como por exemplo:

  1. A manutenção de uma vida recheada de pecados e escândalos por parte do membro da igreja.
  2. O sincritismo religioso inerente aos nossos dias bem como àqueles que se dizem cristãos.
  3. O cristianismo "mundanizado e secularizado" onde o foco seja exclusivamente a satisfação humana.
Enfim, termino esse artigo reflexivo, pensando num caminho saudável de proteção pra igreja bem como numa forma desprovida de legalismo onde o que importa no final de tudo é a glória de Deus.

Renato Vargens

China quer que igrejas retirem cruzes de templos

Notícias
Medida causou protestos da comunidade cristã chinesa
por Jarbas Aragão

China quer que igrejas retirem cruzes de templosChina quer que igrejas retirem cruzes de templos
Na China existem dois tipos de igrejas cristãs, as “oficiais” que possuem templos e são controladas pelo governo e as “ilegais”, que se reúnem nas casas e sofrem forte perseguição.
Contudo, uma nova decisão afeta diretamente os templos cristãos na província costeira de Zhejiang. “Quando o secretário do Partido Comunista, Xia Baolong visitou a área, ele disse que a cruz no topo da igreja estava muito visível. Ordenou então que ela fosse demolida”, conta Zheng Leguo, um jovem líder de Igreja em Sanijang.
Em várias igrejas evangélicas as cruzes foram arrancadas, mas os fiéis de Sanijang recusaram-se a permitir. Como retaliação, o governo mandou demolir o templo todo.
A missão China Aid relata que houve um conflito quando os funcionários chegaram para a demolição forçada. Traziam consigo dinamite, mas o fiéis os impediram, conta Yang Xingquan, um advogado para acompanhar o caso.
Num movimento raro de oposição das igrejas oficiais, os cristãos reuniram um grande grupo que se reveza na frente do templo dia e noite. Eles sabem que, caso seja derrubado, o templo não poderá ser reconstruído, mesmo que não coloquem uma cruz no topo.
Para lidar com a crescente multidão, as autoridades locais enviaram equipes da polícia de choque.  Zheng conta que já foram mobilizados cerca de 5000 cristãos da região de Wenzhou, incluindo muitos membros das igrejas ilegais da região de Sanjiang.
Os policiais chegaram a fazer uma tentativa de invadir a igreja na madrugada de quarta-feira passada, mas como estavam em minoria, recuaram.
Cristãos protestos
Cristãos impedem que cruz de templo seja demolida.
Na quinta-feira, o governo mudou de estratégia, emitindo uma nota afirmando que a igreja está condenada. “A estrutura apresenta problemas graves de segurança, vimos por este meio exigir, para a segurança das pessoas e de acordo com as leis e regulamentos da República da China, alertar que as instalações da Igreja Cristã Sanjiang sejam evacuadas”.
Cerca de 1.000 funcionários foram enviados ao local após a notificação emitida para começar a demolição.
Até o momento o impasse não foi resolvido e existem muitos crentes dormindo dentro do templo. O governo afirma que está trabalhando para resolver o impasse pacificamente.
Embora a Constituição da China reconheça a liberdade de religião, o governo cerceia a prática religiosa de várias maneiras, não raro agredindo e prendendo pastores e líderes. Com informações The Blaze.
Fonte:gospelprime

Inauguração do Novo Templo da Assembléia de Deus Vitória em Cristo

Fotos e vídeo: Pr. Silas Malafaia inaugura novo templo da ADVEC

O novo templo sede está localizado na Rua Montevidéu, 900 , Penha, Rio de Janeiro
O novo templo sede está localizado na Rua Montevidéu, 900, Penha, Rio de Janeiro
Pr. Silas, líder da ADVEC, foi o preletor do culto de inauguração do novo templo
Pr. Silas Malafaia, pastor presidente da ADVEC, foi o preletor do culto de inauguração do novo templo
No último sábado (5), o pastor Silas Malafaia inaugurou o novo templo da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, com capacidade para 6.000 pessoas. Com a lotação máxima preenchida, cerca de 2.000 pessoas, que não puderam entrar, acompanharam o culto de inauguração por um telão instalado na frente da igreja. Na ocasião, diversas autoridades estiveram presentes.
A programação contou com a oração de abertura feita pelo pastor José Matias, um dos pastores mais antigos da igreja. Em seguida o ministério de louvor e as cantoras Jozyanne e Eyshila celebraram a Deus com canções de louvor e adoração. O pastor Silas Malafaia, junto com os pastores Otoniel e Oséias Santos, fizeram o descerramento das placas de inauguração em homenagem ao pastor José Santos e sua esposa Maria Leal, ao pastor Silas Malafaia e a pastora Elizete Malafaia, e a todos os membros que participaram diretamente das obras.
Muitos líderes cristãos compareceram ao evento. Ao pastor Marcos Gregório, do Ministério Apascentar de Nova Iguaçu, coube falar em nome de todos os pastores presentes a inauguração. “Com base no texto bíblico de João 14.12, eu me alegro com essa igreja por esse novo tempo; e tenho certeza que muitas e muitas outras conquistas virão”, disse o pastor.
Entre as autoridades que prestigiaram o evento estavam: vereador Alexandre Isquierdo, deputado estadual Samuel Malafaia, ambos membros da ADVEC; deputados federais Eduardo Cunha, Arolde de Oliveira, Felipe Pereira, Jair Bolsonaro; senador Lindbergh Farias;  prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; e governador do estado do Rio Luiz Fernando Pezão.
Fez parte da programação o descerramento das placas de inauguração e de homenagem
Fez parte da programação o descerramento das placas de inauguração e de homenagens
Na ocasião, pastor Silas Malafaia orou junto com a igreja pelo governador que estava no seu primeiro dia de mandato. “Me sinto honrado e feliz em estar aqui nesse lugar e ver o avanço dessa igreja. O deputado Samuel Malafaia é meu amigo e sempre me leva a lugares bons onde a minha vida é marcada”, disse o governador.
O prefeito Eduardo Paes deu em primeira mão uma notícia que honrou a história da igreja e o legado deixado pelo pastor José Santos. “A Assembleia de Deus da Penha, hoje Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi uma igreja que sempre colaborou com o progresso dessa comunidade e semeou paz diante da força do mal do poder paralelo. Como reconhecimento desse trabalho social e de transformação na vida das pessoas, a prefeitura do Rio de Janeiro vai inaugurar a estação de ônibus BRT do bairro da Penha com o nome ‘Pastor José Santos’, em homenagem a esse homem que fez história nessa cidade”, divulgou o prefeito.
O pastor Silas foi o preletor da noite. O tema de sua mensagem foi ‘Por que chegamos até aqui e porque Deus vai nos levar a conquistas maiores?’, com base no texto de Salmos 118.23,24.
O encerramento do culto contou com a consagração de novos pastores ao ministério. O pastor Abner Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, foi quem orou pelos novos líderes. Uma queima de fogos fechou a noite de celebração.
Um vídeo com a história da igreja também foi apresentado. A ADVEC tem mais de 100 filiais no Brasil e aproximadamente 40.000 membros, espalhados pelos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Futuramente São Paulo será o próximo estado a receber uma filial da ADVEC.
Histórico
Fundada em 20 de maio de 1959, a Igreja Assembleia de Deus da Penha é uma das mais históricas da cidade do Rio de Janeiro. O pastor José Santos assumiu a igreja no final de 1963. Em 1996, foi inaugurado o templo na Rua Montevidéu, 1.191, com capacidade para 1.500 pessoas.
No dia 3 de fevereiro de 2010 o pastor José Santos partiu para a eternidade. Até o seu falecimento desempenhou um ministério eficiente. Ao assumir a presidência da igreja em 1964, existiam sete templos: Taborari, Proletária (Rua Doze), Morro da Fé, Morro do Sereno, Vila da Penha, Marcílio Dias e Rua Coimbra. Em 2010, a Assembleia de Deus na Penha, atual Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chegou a ter 15.000, reunidos em 89 filiais distribuídas pelos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco.
No dia 2 de março de 2010, o pastor Silas Lima Malafaia foi indicado de forma unânime pelo ministério pastoral da igreja para assumir a liderança da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Confira algumas imagens do culto de inauguração e, mais abaixo, assista a um documentário sobre a história da igreja.
Imagem: Divulgação
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Fonte: Assessoria ADVEC



Fonte:Verdade Gospel

16 argumentos que mostram que Cristo não morreu pela salvação de todos os homens

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Por John Owen


1. Dois argumentos baseados na natureza do novo concerto

Argumento 1 - Em Mateus 26:28 o Senhor Jesus Cristo fala de "o meu sangue, o sangue do Novo Testamento". Este novo "testamento", ou "concerto" é um novo acordo, ou contrato, que Deus fez para salvar os homens. O sangue de Cristo derramado em Sua morte, é o preço desse acordo, e diz respeito somente àqueles a quem o acordo se aplica.

Este novo acordo, ou aliança, é diferente do velho acordo que Deus fez com os homens. Pelo velho acordo (ou concerto) Deus prometeu salvar todos os que guardassem as Suas leis: "o homem que fizer estas coisas viverá por elas". (Romanos 10:5; Levítico 18:5). Mas, em razão dos homens serem pecadores, eles não podem guardar as leis de Deus. Portanto, o velho acordo ficou sem efeito.

No novo acordo, Deus promete colocar Suas leis em nossas mentes e escrevê-las em nossos corações (Hebreus 8:10). É claro, então, que esse acordo diz respeito somente àqueles em cujos corações e mentes Deus realmente faz isso. Desde que Deus, obviamente, não faz isso para todos os homens, todos os homens não podem estar incluídos no acordo pelo qual Cristo morreu.

Alguns têm sugerido que Deus iria escrever Sua lei em nossas mentes se apenas crêssemos. Mas, fé é a mesma coisa que ter a lei de Deus escrita em nossos corações!

Então, falar como alguns, significa dizer: "se a lei está em nossos corações (isto é, como ela é, em todos os crentes), Deus promete que Ele irá escrever Sua lei em nossos corações" - o que é uma tolice! A natureza do novo concerto deixa claro que a morte de Cristo não foi por todos os homens.

Argumento 2 - O evangelho - em outras palavras, as novas sobre o novo concerto - tem estado no mundo desde os tempos de Cristo. Contudo, nações inteiras têm vivido sem qualquer conhecimento dele. Se o objetivo da morte de Cristo era salvar todos os homens, sob a condição de que eles cressem, então o evangelho devia ter sido anunciado a todos os homens.

Se Deus não providenciou para que todos os homens ouvissem o evangelho, então, ou deveria ser possível que todos os homens fossem salvos sem fé e sem conhecimento do evangelho, ou o propósito de salvar todos os homens falhou, uma vez que nem todos os homens ouviram o evangelho. A primeira afirmativa não pode ser verdadeira, pois a fé é uma parte da salvação (ver Parte Dois, capítulo cinco). A última afirmativa também não pode ser verdadeira; seria próprio da sabedoria de Deus enviar Cristo para morrer a fim de que todos os homens fossem salvos, sem, contudo, certificar-Se de que todos os homens ouvissem o evangelho? Seria a benignidade de Deus demonstrada através de tal comportamento?

Isso seria como se um médico dissesse que tem um remédio que curaria a doença de todos. E, no entanto, escondesse, deliberadamente, tal conhecimento de muitas pessoas. Poderíamos realmente argumentar, nesse caso, que o médico pretendia, genuinamente, curar a doença de todos?

Há muitos versículos bíblicos que deixam claro que milhões jamais ouviram uma palavra sobre Cristo. E não podemos apresentar outra razão para isso, senão a razão que o próprio Jesus deu: "Sim, ó Pai, porque assim te aprouve". (Mateus 11:26). Tais versículos como Salmo 147: 19-20; Atos 14: 16; Atos 16: 6-7; confirmam os fatos de nossa experiência comum de que o Senhor não tomou qualquer providência para assegurar que todos ouvissem o evangelho. Precisamos concluir que não é propósito de Deus salvar todos os homens.

2. Três argumentos baseados nas descrições bíblicas da salvação

Argumento 3 - As Escrituras descrevem o que Jesus Cristo obteve com Sua morte como "redenção eterna" (isto é, nossa libertação do pecado, da morte e do inferno, para sempre). Ora, se esta bênção foi comprada para todos os homens, então todos os homens têm esta redenção eterna automaticamente; ou ela está à disposição de todos os homens na dependência do cumprimento de certas condições.

De acordo com nossa experiência, não é verdade, de maneira alguma, que todos os homens têm redenção eterna. Portanto, seria a redenção eterna disponível sob certas condições?

Pergunto, Cristo satisfez essas condições por nós, ou apenas nos tornamos merecedores do cumprimento dessas condições se outras condições forem cumpridas por nós? A primeira dessas afirmativas - que Cristo realmente cumpriu todas as condições necessárias quanto ao dom da redenção eterna - significa que todos os homens têm realmente essa redenção; o que, como já temos visto, não concorda com nossa experiência a respeito dos homens! Temos que dizer, portanto, que se Cristo não cumpriu as condições para que todos os homens obtivessem a redenção, Ele deveria ter cumprido essas condições apenas por aqueles que cumpririam outras condições. Estamos agora andando em círculos, fazendo com que aquelas condições que foram cumpridas dependam de que outras condições sejam cumpridas! Estes argumentos demonstram quão irracional é supor que Cristo morreu a fim de obter a salvação eterna para todos os homens.

Se insiste ainda que a redenção eterna é obtida sob o cumprimento de certas condições, então, todos os homens deveriam ser notificados. Mas, esse conhecimento lhes tem sido sonegado, como vimos na Terceira Parte, capítulo um.

Além disso, se a obtenção da redenção eterna depende do homem cumprir condições, então ou eles têm ou não têm o poder para fazer isso. Se são capazes por si mesmos de cumprir as condições necessárias, então temos que dizer que todos os homens podem, por si mesmos, crer no evangelho. Mas isto é bastante contrário às Escrituras, as quais mostram que os homens estão mortos em pecado e, portanto, não podem cumprir quaisquer condições.

Se concordamos que os homens não podem, por si mesmos, cumprir as condições para a obtenção da salvação eterna, então, ou Deus intenta dar-lhes esta habilidade, ou não. Se Ele realmente intenta isto, então, por que não o faz? Assim, todos os homens seriam salvos.

Se, entretanto, Deus não pretende dar a todos os homens a capacidade de crer, e, contudo, Cristo morreu para que todos os homens tenham a salvação eterna, então, Deus está requerendo dos homens que tenham habilidades as quais Ele recusa dar-lhes. Isto não seria uma loucura? É como se Deus prometesse dar a um homem morto o poder de vivificar-se a si mesmo, mas ao mesmo tempo não tenha a intenção de lhe dar o poder prometido!

Argumento 4 - A Bíblia descreve cuidadosamente aqueles pelos quais Cristo morreu. Lemos que toda a raça humana pode ser dividida em dois grupos, e que Cristo morreu apenas por um desses grupos.

Os versículos bíblicos que mostram que Deus dividiu os homens em dois grupos são:

Mat. 25:12 e 32 Jo. 10:14,26
Jo. 17:9, 1Ts. 5:9
Rom. 9:11-23

Daí aprendemos que há aqueles a quem Deus ama, e aqueles a quem Ele odeia; aqueles a quem Ele conhece, e aqueles a quem Ele não conhece.

Outros versículos deixam claro que Cristo morreu apenas por um destes dois grupos. É-nos dito que Ele morreu por:

Seu povo - Mt. 1:21
Suas ovelhas - Jo. 10:11,14
Sua igreja - At. 20:28
Seus eleitos - Rom. 8:32-34
Seus filhos - Heb. 2:13

Acaso não deveríamos concluir, de tudo isso, que Cristo nã morreu por aqueles que não são Seu povo, ou Suas ovelhas, ou Sua Igreja? Ele não pode, portanto, ter morrido por todos os homens.

Argumento 5 - Não devemos descrever a salvação de nenhuma maneira diferente daquela que a Bíblia a descreve. E a Bíblia não diz, em lugar algum, que Cristo morreu "por todos os homens", ou por cada homem em particular. Ela diz que Cristo deu Sua vida "em resgate de todos"; entretanto, isso não pode provar que signifique mais que "todas as Suas ovelhas" ou "todos os Seus eleitos". Se estudarmos cuidadosamente qualquer versículo que emprega a palavra "todos" e o examinarmos em seu contexto, logo estaremos convencidos de que, em lugar algum, as Escrituras dizem que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção de nenhum.

(Na Quarta Parte, capítulos três e quatro, vamos considerar, detalhadamente, muitos versículos bíblicos nos quais as palavras "mundo" e "todos" são usadas em conexão com a morte de Cristo.)

3. Dois argumentos baseados na natureza da obra de Cristo

Argumento 6 - Há muitos versículos bíblicos que falam do Senhor Jesus Cristo tornando-Se responsável por outros na Sua morte; por exemplo:

Ele morreu por nós - Rom. 5:8
Foi feito maldição por nós - Gál. 3:13
Foi feito pecado por nós - 2Co. 5:21

Tais expressões deixam claro que qualidade de substituto de outro.

Ora, se Ele morreu em lugar de outros, segue-se que todos aqueles cujo lugar Ele tomou devem estar agora livres da ira e do julgamento de Deus. (Deus não pode punir justamente Cristo e aqueles a quem Ele substituiu!) Contudo, está claro que nem todos os homens estão livres da ira de Deus (ver João 3:36). Portanto, Cristo não pode ter sido o substituto de todos os homens.

Se insiste ainda que Cristo realmente morreu como um substituto de todos os
homens, então devemos concluir que Sua morte não foi um sacrifício bastante suficiente, pois nem todos os homens são salvos do pecado e do julgamento!

De fato, se Cristo realmente morreu em lugar de todos os homens, então, ou Ele Se ofereceu a Si mesmo como um sacrifício por todos os pecados deles (neste caso, todos os homens são salvos), ou foi um sacrifício por alguns dos pecados deles apenas (neste caso, ninguém é salvo, pois alguns pecados permanecem). Nem uma nem outra dessas declarações pode ser verdadeira, como nós já temos visto neste livro (Primeira Parte, capítulo três). Deve ser evidente que não podemos dizer, de maneira alguma, que Cristo morreu por todos os homens.

Argumento 7 - As Escrituras descrevem a natureza da obra que Cristo realizou, como a obra de um mediador e de um sacerdote:

Ele "é Mediador dum novo Testamento" (Hebreus 9:15). Ele age como um mediador sendo o sacerdote daqueles que Ele leva a Deus. Que Jesus Cristo não é o sacerdote de todos é óbvio, tanto pela experiência como pelas Escrituras; nós já discutimos isso na Segunda Parte, capítulo dois.

4. Três argumentos baseados na natureza da santidade e da fé

Argumento 8 - Se a morte de Cristo é o meio pelo qual aqueles por quem Ele morreu são purificados do pecado e são santificados, então Ele deve ter morrido somente por aqueles que realmente estão limpos de pecados e santificados. É óbvio que nem todos os homens são santificados. Portanto, Cristo não morreu por todos os homens.

Talvez eu deva provar que a morte de Cristo é, de fato, o meio para obter a purificação e a santidade. Vou fazer isso de duas maneiras:

Primeira, o padrão de adoração do Velho Testamento destinava-se a ensinar verdades a respeito da morte de Cristo. O sangue dos sacrifícios do Velho Testamento fez com que aqueles por quem era derramado se tornassem adoradores aceitáveis a Deus. Se foi assim, quanto mais o sangue de Cristo deve realmente purificar do pecado aqueles por quem Ele morreu? (Hebreus 9: 13-14).

Segunda, há versículos bíblicos que declaram com clareza que a morte de Cristo faz realmente as coisas que ela intencionava fazer; o corpo do pecado é destruído, para que não mais sirvamos ao pecado (Romanos 6:6); temos redenção através do Seu sangue (Colossenses 1: 14); Ele Se deu a Si mesmo para nos remir e nos purificar (Tito 2: 14). Estes versículos, e muitos outros, enfatizam que a santidade é o resultado certo nas vidas daqueles por quem Cristo morreu. Visto que todos os homens não são santos, Cristo não morreu por todos os homens.

Alguns sugerem - inutilmente! - que a morte de Cristo não é a única causa dessa santidade. Dizem que ela somente se torna verdadeira ou real quando o Espírito Santo a traz, ou quando é recebida por fé. Mas a obra do Espírito Santo, e o dom da fé, são também o resultado ou o fruto da morte de Cristo! Assim sendo, essa sugestão não altera o fato que a verdadeira santidade é o resultado certo somente nas vidas daqueles por quem Cristo morreu. O fato do juiz dar permissão ao carcereiro para destrancar a porta da prisão, não é a causa do prisioneiro ser posto em liberdade; a causa é que alguém pagou seus débitos por ele.

Argumento 9 - A fé é essencial à salvação. Isso é claro nas Escrituras (Hebreus 11:6) e a maioria das pessoas aceita o fato. Mas, como já temos visto, tudo que é necessário para a salvação foi obtido para nós por Cristo.

Ora, se esta fé essencial é obtida para todos os homens por Cristo, então é nossa com ou sem certas condições. Se é sem condições, então todos os homens a têm. Mas isso é contrário à experiência, e também às Escrituras (2 Tessalonicenses 3:2). Se a fé é dada somente sob certas condições, então eu pergunto: sob que condições?

Alguns dizem que a fé é dada sob a condição de que nós não resistamos à graça de Deus. Contudo, não resistir significa, realmente, obedecer. Obedecer significa crer. Portanto, o que estes amigos realmente estão dizendo é: "a fé é concedida somente àqueles que crêem" (isto é, àqueles que têm fé!). Isso é completamente absurdo.

Por outro lado, alguns argumentam que a fé não é obtida para nós pela morte de Cristo. Então, seria a fé um ato de nossa própria vontade? Mas isso é bastante contrário àquilo que muitos versículos bíblicos ensinam, e ignora o fato de que os incrédulos estão mortos em pecados, incapazes de realizar qualquer ato espiritual (I Coríntios 2:14). Portanto, volto à posição de que a fé é obtida por Cristo. 

A fé é uma parte essencial da santidade. No Argumento 8, mostrei que a santidade é obtida para nós pela morte de Cristo. Portanto, Ele também obteve a fé para nós. Negar isso é dizer que Ele obteve apenas uma santidade parcial, isto é, uma fé deficiente. Ninguém sugere isso seriamente. Mais ainda, Deus escolheu Seu povo, como nos é dito, a fim de que ele fosse santo; Deus "nos elegeu ... para que fôssemos santos" (Efésios 1 :4). Repetindo, a fé é uma parte essencial da santidade. Ao eleger Seu povo para ser santo, necessariamente Deus decidiu que ele teria fé.

Era parte do pacto entre Deus, o Pai, e Deus, o Filho, que todos aqueles por quem Cristo morreu tivessem as bênçãos que o Pai tencionava dar-lhes. A fé é uma das bênçãos que o Pai dá (Hebreus 8:10,11).

As Escrituras afirmam claramente que a fé é obtida para nós por Jesus Cristo, que é "o autor e consumador da fé" (Hebreus 12:2). Declarações como esta e as declarações dos três parágrafos acima, que acabamos de ler, confirmam, todas elas, que a morte de Cristo obtém fé para Seu povo. Visto que não são todos os homens que a têm, Cristo não pode ter morri do por todos os homens.

Argumento 10 - O povo de Israel era, de muitas maneiras, uma espécie de ilustração da Igreja de Deus do Novo Testamento (I Coríntios 10:11). Seus sacerdotes e sacrifícios eram exemplos daquilo que Jesus viria fazer pela Igreja de Deus. Jerusalém, a cidade deles, é usada como uma figura do céu do crente (Hebreus 12:22).

Um verdadeiro israelita é um crente (João 1:47) e um verdadeiro crente é um israelita (Gálatas 3:29). Portanto, eu argumento da seguinte maneira:

Se a nação dos judeus foi escolhida por Deus, entre todas as nações do mundo, para ilustrar Suas relações com a Igreja, segue-se, então, que a morte de Cristo foi somente pela Igreja e não pelo. mundo todo. A maneira como Deus tratou o Seu povo escolhido no Velho Testamento é uma ilustração de que a salvação obtida por Cristo não é para todos os homens, mas é apenas para o Seu povo escolhido.

5. Um argumento baseado no significado da palavra "redenção"

Argumento 11 - A maneira como a Bíblia descreve uma doutrina deve nos ajudar a entender a doutrina. Uma palavra bíblica que é usada para descrever a salvação obtida por Cristo é a palavra redenção. Exemplo: " ...temos a redenção pelo seu sangue" (Colossenses 1:14). Essa palavra significa "libertar uma pessoa do cativeiro através do pagamento de um preço". A pessoa não está redimida a não ser que seja libertada. Por isso, a própria palavra nos ensina que Cristo não pode ter obtido a redenção para aqueles que não estão livres. A redenção universal (assim chamada!) que finalmente deixa alguns ainda no cativeiro é uma contradição de termos.

O sangue de Cristo é realmente chamado de preço, e de resgate, em alguns versículos bíblicos (vide Mateus 20:28). Ora, o propósito de um resgate é obter a libertação daqueles pelos quais o preço é pago. É inconcebível que um resgate seja pago e a pessoa ainda continue prisioneira. Por conseguinte, como pode ser argumentado que Cristo morreu por todos os homens, quando nem todos os homens são salvos? Somente os que estão realmente livres do pecado podem ser aqueles por quem Cristo morreu. "Redenção" não pode ser "universal", como "romano" não pode ser "católico"! A redenção tem que ser particular, visto que somente alguns são redimidos.

6. Um argumento baseado no significado da palavra “reconciliação

Argumento 12 - Uma outra palavra que a Bíblia usa para descrever aquilo que
Cristo obteve mediante Sua morte, é a palavra reconciliação: "...inimigos... vos reconciliou." (Colossenses 1:21). Reconciliação quer dizer restaurar as relações de amizade entre duas partes que anteriormente eram inimigas. Na salvação, da qual a Bíblia nos fala, Deus é reconciliado conosco e nós somos reconciliados com Deus. 

Estas duas coisas têm que ser verdadeiras; a reconciliação de uma parte e da outra são dois atos separados, mas ambos são necessários para tornar uma reconciliação completa. É uma tolice sugerir que Deus, por intermédio da morte de Cristo, agora está reconciliado com todos os homens, mas que somente alguns homens estão reconciliados com Ele. Espero que ninguém sugira que Deus e todos os homens estão reconciliados desta maneira. Isso seria uma reconciliação capenga! Não há verdadeira reconciliação a menos que ambas as partes estejam reconciliadas uma com a outra.

O efeito da morte de Cristo foi a reconciliação tanto de Deus com os homens como os homens com Deus; "fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho" (Romanos 5:10) e "nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação." (Romanos 5:11). Ambas as reconciliações são, também, mencionadas em II Coríntios 5:19-20 - "Deus ... reconciliando consigo", e "vos reconcilieis com Deus"

Ora, como esta dupla reconciliação pode ser "reconciliada" com a noção de que
a morte de Cristo é para todos os homens, eu não posso entender! Porque, se todos os homens são, pela morte de Cristo, assim duplamente reconciliados, como pode acontecer que a ira de Deus esteja sobre alguns? (João 3:36). Sem dúvida alguma, Cristo somente pode ter morri do por aqueles que estão realmente reconciliados.

7. Um argumento baseado no significado da palavra " satisfação"

Argumento 13 - E verdade que a palavra satisfação não é usada na versão inglesa da Bíblia, com referência à morte de Cristo. Mas, aquilo que a palavra significa, isto é, "um pagamento total daquilo que é devido a um credor por um devedor" é um pensamento frequentemente usado no Novo Testamento, quando se refere à morte de Cristo.

Em nosso caso, os homens são devedores a Deus, pois falharam em obedecer aos Seus mandamentos. A satisfação requerida para pagar nosso pecado é a morte - "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). As leis de Deus nos acusam, expressando a justiça e a verdade de Deus. Perante elas estamos convictos de que somos seus transgressores, merecendo, portanto, morrer. A salvação só é possível se Cristo pagar nosso débito e, assim, satisfazer a justiça de Deus. Sua morte é chamada de uma "oferta" (Efésios 5:2) e de"propiciação" (l João 2:2). A palavra oferta significa um sacrifício de expiação ou um sacrifício para fazer reparação devido o pecado.

Propiciação significa uma oferta para satisfazer a justiça ofendida. Dessa forma, podemos usar corretamente a palavra satisfação para abranger todo o ensino bíblico quanto ao significado da morte de Cristo.

Ora, se Cristo pela Sua morte realmente fez uma satisfação por alguns, então Deus precisa agora estar completamente satisfeito com eles. Deus não pode requerer licitamente um segundo pagamento de qualquer espécie. Então, como pode ser que Cristo tenha morrido por todos os homens e ainda muitos vivam e morram como pecadores sob a condenação da lei de Deus? Reconciliem essas coisas aqueles que podem! Afirmo que somente os que estão realmente livres do débito nesta vida podem ser aqueles pelos quais Cristo pagou a satisfação.

8. Dois argumentos baseados no valor da morte de Cristo

Argumento 14 - O Novo Testamento fala, frequentemente, do valor da morte de Cristo, com a qual Ele pôde comprar e obter certas coisas. Exemplo: é dito que a redenção eterna é obtida "por seu próprio sangue" (Hebreus 9:12); é dito que a Igreja de Deus foi resgatada "com seu próprio sangue." (Atos 20:28); e os cristãos são chamados "povo adquirido" (I Pedro 2:9).

Cristo por Sua morte, então, comprou para todos aqueles por quem Ele morreu, todas aquelas coisas que a Bíblia salienta como resultados de Sua morte. O valor da Sua morte comprou a libertação do poder do pecado e da ira de Deus, da morte e do poder do diabo, da maldição da lei e da culpa do pecado. O valor da Sua morte obteve a reconciliação com Deus, paz e redenção eterna. Estas coisas são agora dons gratuitos de Deus, porque Cristo as comprou. Se Cristo morreu por todos os homens, por que então todos os homens não têm essas coisas? Será que o valor da Sua morte não é suficiente?

Será que Deus é injusto por não dar a todos aquilo que Cristo comprou? Tem que ser óbvio que Cristo não pode ter morrido para adquirir essas coisas para todos os homens, e sim somente para aqueles que realmente desfrutam delas.

Argumento 15 - Há frases que são frequentemente empregadas para se fazer referência à morte de Cristo, tais como: morrendo por nós; suportandonossos pecados; sendo nossa segurança. O significado evidente de tais frases é que Cristo, em Sua morte, foi um substituto de outros para que eles pudessem ser livres.

Se, em Sua morte, Cristo foi um substituto de outros. como podem eles mesmos morrerem também, carregando ainda seus próprios pecados? Assim sendo, Cristo não pode ter sido um substituto a favor deles. Daí, fica claro que Ele não pode ter morrido por todos os homens.

De fato, dizer que Cristo morreu por todos os homens é a maneira mais rápida de provar que Ele não morreu por ninguém. Porque se Ele morreu em lugar de todos, e, contudo, nem todos são salvos, então Ele falhou em Seu propósito.

9. Um argumento geral baseado em versículos específicos das Escrituras 

Argumento 16 - Há um grande número de versículos bíblicos que eu poderia usar para argumentar que Cristo não morreu pelos pecados de todos os homens. Vou selecionar apenas nove, e, com eles, encerrar nossos argumentos nesta parte.

1. Gênesis 3: 15. Este é o primeiro versículo bíblico no qual Deus indica que há uma diferença entre o povo de Deus e seus inimigos. "...sua semente"(da mulher) significa Jesus Cristo e, portanto, também todos os crentes em Cristo. (Isto é claro a partir do fato de que a profecia sobre a semente da mulher é cumprida em Cristo e em Seu povo). "...tua semente" (da serpente) significa todos os homens incrédulos do mundo (Vide João 8:44). Desde que Deus prometeu somente inimizade entre a semente da serpente e a semente da mulher, é óbvio que Cristo, a semente da mulher, não morreu pela semente da serpente!

2. Mateus 7:23. Cristo aqui declara que há pessoas que Ele jamais conheceu. Contudo, em outro lugar (João 10:14 a 17) Ele diz que conhece todo o Seu povo. Será que Ele não conhece todos aqueles por quem morreu? Se há alguns que Ele não conhece, então Ele não pode ter morrido por eles.

3. Mateus 11:25-27. Conforme estas palavras, é claro que há alguns dos quais Deus esconde o evangelho. Se é a vontade do Pai que o evangelho não seja revelado a eles, Cristo não pode ter morrido por eles. E nós devemos notar que Cristo, aqui, agradece ao Pai por fazer esta diferença entre homens - uma diferença que somente alguns homens ainda se recusam a acreditar!

4. João 10:11, 15-16, 27-28. Destes versículos fica bastante claro que:

I. Nem todos os homens são ovelhas de Cristo.
II. A diferença entre os homens um dia será óbvia.
III. As ovelhas de Cristo são identificadas como "aquelas que ouvem a voz de Cristo"; outros não a ouvem.
IV. Alguns que ainda não são identificados como ovelhas já estão escolhidos e se tornarão conhecidos ("outras ovelhas").
V. Cristo morreu, não por todos, mas especificamente por Suas ovelhas.
VI. Aqueles por quem Cristo morreu são os que Lhe foram dados pelo Pai. Ele não pode, então, ter morrido por aqueles que não Lhe foram dados.

5. Romanos 8:32-34. Destes versículos entendemos com clareza que a morte de Cristo pertence somente ao povo eleito de Deus e, também, que a intercessão de Cristo é somente em favor desse mesmo povo.

6. Efésios 1: 7. A partir deste versículo, podemos dizer que se o sangue de Cristo foi derramado por todos, então todos devem ter esta redenção e este perdão. Mas, certamente, nem todas as pessoas os possuem.

7. II Coríntios 5:21. Portanto, em Sua morte Cristo foi feito pecado por todos aqueles que nEle foram feitos justiça de Deus. Se Ele foi feito pecado por todos, então, por que todos não são feitos justiça?

8. João 17:9. A intercessão de Cristo não é por todos os homens, e, portanto, nem a Sua morte o foi. (Ver Segunda Parte, capítulos quatro e cinco).

9. Efésios 5:25. Cristo ama a Igreja e isto é um exemplo de como um homem deve amar a sua esposa. Mas se Cristo amou outros tanto quanto a Sua Igreja, até ao ponto de morrer por eles, então os homens podem certamente amar outras mulheres além de suas esposas!

Pensei que poderia acrescentar outros argumentos - mas, considerando aquilo que já disse, estou certo de que o que já foi argumentado é bastante para satisfazer os que se satisfarão com argumentos; no entanto, aqueles que são obstinados não se satisfarão ainda que eu inclua outros argumentos. Portanto, encerro meus argumentos aqui

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Fonte: John Owen, Por quem Cristo morreu, págs. 49-70. Editora PES - 1986.

Via Bereianos.

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