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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pastores, líderes ou dominadores?

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Por Pr. Narciso Montoto


Vivemos dias sombrios no que concerne a muitos que se chamam de líderes cristãos. Temos contemplado todos os dias templos cristãos sendo abertos não por direção divina, mas por mero orgulho e ganância dos homens. Meu intuito aqui não é falar sobre a abertura desenfreada de templos e ministérios cristãos, mas alertar a cristandade a respeito de seus líderes, trazendo o verdadeiro conhecimento por meio das Sagradas Escrituras do comportamento de um verdadeiro líder cristão em contraposição dos falsos líderes que tomam por título o nome de pastores com um único intuito: dominar completamente a vida daqueles que estão sob seus cuidados espirituais.

Existe um grande abismo entre muitos que lideram igrejas para com o paradigma de Cristo e dos apóstolos. Pastores que se acham no direito de conduzir a vida das pessoas a seu bel prazer. Homens cheios de carisma e boa oratória que nos seus devaneios se utilizam da Palavra de Deus para justificar suas estrapolações. Os mesmos amam a bajulação de seus membros, amam ser adorados e reverenciados por suas ovelhas. Acham-se no direito de gritar com as pessoas. Fato é que muitos que são membros de Igrejas se olvidaram que existe apenas um que é digno de louvor, adoração e veneração, a saber, Deus. Elas põem uma autoridade demasiada sob a vida de seus líderes, como se eles fossem literalmente vigários (substitutos) de Cristo na terra. Os falsos líderes corrompem a verdadeira pregação do evangelho se adequando ao que o povo quer e não a vontade divina. Os mesmos mentem, são falsos com as pessoas, só pensam neles mesmos, impõem suas vontades não levando em consideração a opinião dos outros e muito menos a apreciação divina retratada na Bíblia.

O mundo está repleto de pastores que dominam suas ovelhas emocional, financeiro e psicologicamente, e quase sempre estas atitudes trazem consequências catastróficas. Tais pastores ao invés de ensinarem a Bíblia e sua visão que está centrada em Jesus Cristo impõe sobre seus liderados a sua própria visão pessoal de mundo. Suas visões na grande maioria das vezes são seguidas cegamente pelos membros de suas igrejas, afinal de contas é o “pastor” que detém os oráculos divinos, portanto acham eles que não podemos questionar suas decisões. Tudo isto se deve a uma má interpretação do versículo bíblico que nos diz para honrarmos nossos pastores, mas está longe de cogitação ter que aceitar tudo o que o líder faz ou fala, pois a Palavra de Deus que se encontra na Bíblia Sagrada deve ser nosso único manual de regra de fé e prática.

O apóstolo Pedro em sua primeira epístola nos diz: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1 Pedro 5.1-4). O apóstolo Pedro nos concede diretrizes importantíssimas que devem conduzir os líderes cristãos no seu tratar com o rebanho de Deus: 1) ter cuidado dele não por força, mas voluntariamente (não devemos ser pastores por obrigação ou necessidade de dinheiro e reconhecimento, mas devemos ser pastores por vocação), 2) não ser ganancioso, 3) não dominar a igreja (os pastores não são os donos da igreja, são apenas servos a serviço de seu verdadeiro dono, a saber, Jesus Cristo) e 4) ser servo tanto de Deus quanto dos homens.

O verdadeiro líder cristão é aquele que serve a Cristo e não a ele mesmo. Ele é humilde e solicito. Ele toma por paradigma a seu Mestre e procura colocar em prática os ensinamentos de Cristo, pois assim diz as Escrituras: “... Aqueles que me servem não são assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lc 22.26 – Ênfase do autor). Nesta Perícope os discípulos arrazoavam qual deles deveria ser o maior ou o mais importante no Reino de Deus, é aí que Jesus quebra com os paradigmas do mundo que jazem no status e jactância dos homens mostrando através de suas palavras que para ser o maior no Reino de Deus deveríamos ser os menores no mesmo, já que Jesus sendo Deus não veio ao mundo para ser servido, mas para servir.

Tomando como paradigma a Jesus, notamos que o verdadeiro líder cristão não tem como metas pessoais ser reconhecido por seu trabalho aos olhos dos homens, não almeja por riquezas e muito menos por status social, ademais não se coloca acima das ovelhas do Senhor como se fosse superior ou mais importante do que elas. Percebemos que o verdadeiro líder é um individuo temente a Deus e que procura acima de tudo colocar em prática o altruísmo sendo o seu desejo não ser servido pelas ovelhas, mas o de servi-las.

O verdadeiro pastor não é aquele que vive expulsando as ovelhas do aprisco quando as mesmas não concordam com sua visão de mundo ou com suas colocações, mas é aquele que deixa noventa e nove ovelhas no aprisco para buscar aquela que fugiu. O verdadeiro líder é aquele que direciona através de palavras que edificam e não aquele que impõe sua vontade. O líder autentico constituído por Deus é aquele que não se faz o cerne da Igreja, mas que delega funções entre suas ovelhas confiando nas mesmas, pois Cristo é o verdadeiro e único Cabeça da Igreja.

Que possamos saber distinguir aqueles que procuram glória para Deus e o fazem Seu guia daqueles que procuram glória para si mesmos. Todos somos ovelhas de Cristo, mas não nos esqueçamos de que existem os verdadeiros e falsos líderes cristãos. Não se deixe engodar por belos discursos e pela falsa espiritualidade, firmem-se nas Sagradas Escrituras, pois apenas ela pode nos direcionar. O verdadeiro líder preocupa-se com suas ovelhas, as ama, as admoesta e procura acima de tudo ensinar-lhes o que Cristo os ensinou. Honrem seus pastores, mas não se olvidem que honrar não significa segui-los cegamente.

Soli Deo Gloria!

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Via Bereianos
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Batismos no rio Jordão custam R$ 4 mil a fiéis e acontecem fora do lugar onde Jesus foi batizado; Assista e entenda

Batismos no rio Jordão custam R$ 4 mil a fiéis e acontecem fora do lugar onde Jesus foi batizado; Assista e entenda

O batismo nas águas é uma prática simbólica do cristianismo iniciada com Jesus, que foi batizado no Rio Jordão por João Batista. Atualmente, igrejas evangélicas neopentecostais promovem excursões de batismo ao mesmo rio, ao custo de pouco mais de R$ 4 mil.
A reportagem do portal Uol acompanhou uma caravana da Igreja Renascer ao parque turístico criado às margens do rio Jordão, porém a dezenas de quilômetros do local exato onde Jesus foi batizado, para que cristãos de todo o mundo possam visitar.
De acordo com a matéria, o local onde Jesus foi batizado é uma fronteira de Israel com a Jordânia, e tem soldados armados de ambos os países nas margens, além de a água ser barrenta.
No parque turístico usado para batismos, a água tem aparência mais limpa, e os acessórios para participar da cerimônia custam alguns trocados, como o roupão alugado por R$ 20 e vestiário para se trocar ao custo de R$ 2.
A viagem e os apetrechos para o batismo totalizam R$ 4.024,00, sem levar em consideração despesas não inclusas nos pacotes de turismo religioso vendidos pelas igrejas neopentecostais. Assista:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MISSÃO DE APOIO A IGREJA SOFREDORA (MAIS), COMEÇA A RECEBER REFUGIADOS DA SÍRIA

 Gabriel Lordêllo

Geryes Alkhalaf, 33 anos, e a mulher, Abir Deghlawi, 30, grávida de sete meses: alívio em solo capixaba


Geryes Alkhalaf e Abir Deghlawi foram acolhidos pela Organização Não Governamental (ONG) Missão em Apoio à Igreja Sofredora (Mais), coordenada pelo pastor Mário Freitas, da Igreja Missão Praia da Costa, em Vila Velha.

Procura

O pastor explica que cerca de dez famílias, constituídas de pais e filhos, a exemplo do casal que chegou ontem à capital capixaba, já sondaram a Mais sobre a possibilidade de se estabelecer no Brasil.

Por causa da guerra, essas pessoas já estão fora da Síria, em países como Líbano, Jordânia,Turquia e Egito. O casal Gerys e Abir estava há um ano no Líbano.

O pastor Mário Freitas explica que, uma vez viabilizada a vinda dos sírios, eles serão acolhidos pela organização que ele coordena em Vila Velha.

Nessa cidade, serão assistidos por serviços médico, odontológico e psicológico, além de receberem apoio para a obtenção da documentação de refugiados provisórios, que lhes dará o direito de ter acesso a carteira de trabalho e Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Mas os sírios não devem permanecer no Espírito Santo, já que a proposta da Mais é inseri-los em comunidades cristãs instaladas em outros Estados do país.

Acolhida

Segundo o pastor Freitas, famílias ligadas a essas igrejas deverão acolher as famílias sírias, às quais deverão assegurar pagamento de aluguel e emprego, entre outros benefícios que lhes garantam condições de vida no Brasil.

O pastor explica que há maior probabilidade de as famílias sírias virem a ser acolhidas por comunidades cristãs árabes no Brasil, com igrejas em cidades como São Paulo e Foz de Iguaçu, no Paraná. “Vamos hospedá-los, inicialmente, oferecendo ajuda que constitui uma atitude cristã”, diz o pastor.

No Brasil, segundo o Ministério da Justiça, há 286 refugiados sírios. Mas não há nenhum, oficialmente, no Espírito Santo.

“Damasco virou um lugar perigoso”

O comerciante Geryes Alkhalaf, 33 anos, casou-se com a engenheira agrônoma Abir Deghalawi, 30, há um ano e meio, e ela está grávida, no sétimo mês de gestação. Seria uma história comum, de um casal feliz à espera do primogênito, não fosse a realidade que os envolve. Ambos chegaram ontem a Vitória, em busca de refúgio, bem longe da Síria, seu país de origem.

Moradores de Damasco, onde Geryes Alkhalaf era proprietário de duas lojas, eles tiveram que deixar a cidade há um ano. A explicação para essa decisão está intimamente relacionada à situação política vivida pela Síria, onde a resistência ao governo de Bashar al-Assad já resultou em mais de 100 mil pessoas mortas, numa guerra civil que se arrasta desde março de 2011.

Bombas

“Damasco tornou-se um lugar perigoso, por causa das bombas. Todo dia, ao sair para o trabalho, as pessoas despedem-se da família. Simplesmente não sabem se voltarão para casa”, disse, em inglês, Geryes Alkhalaf, que prefere não emite opinião sobre o governo.

Sua mulher, Abir Deghalawi, praticamente não falou ao chegar ao Aeroporto de Vitória, ontem à noite, em companhia do pastor Mario Freitas.

O pastor explica que cristãos que teriam se recusado a lutar contra o regime do presidente Bashar al-Assad sofrem represália. “De maneira geral, são vistos como aliados dos Estados Unidos, por isso mesmo, perseguidos. Nem no Líbano os sírios estão se sentindo seguros.”

Expectativas? Após quase 40 horas de viagem, Geryes Alkhalaf diz que quer ver o filho nascer e, com ele e a mulher, sobreviver em paz.

Maioria dos sírios no Brasil é cristã

Sana/AP
Conflito na Síria teve origem após a Primavera Árabe, em março de 2011
Os sírios que vêm sendo acolhidos em vários países – inclusive os que planejam vir para o Espírito Santo – são, em sua maioria, minorias cristãs de um país em que a maior parte da população é formada por muçulmanos sunitas, adeptos do islamismo que seguem a corrente majoritária da religião em todo mundo.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio a Refugiados no Espírito Santos, Viviane Mozine – que é também professora de Direito Internacional da Universidade de Vila Velha (UVV) –, uma vez acolhido, o refugiado não pode retornar a seu país enquanto perdurar a causa do seu pedido de refúgio.

Ela explica que refugiados são protegidos por uma convenção internacional e que as motivações têm relação com raça, religião, nacionalidade e opinião política. O refúgio é, portanto, uma proteção internacional para resolver problemas de ordem humanitária.

Na Síria, Viviane Mozine lembra que o problema teve origem na Primavera Árabe, que precedeu a guerra civil em 2011, e já causou mais de 100 mil mortes. “Ali há uma ditadura onde os que são contrários ao regime são perseguidos”, comenta.

No Brasil, segundo ela, há mais de 3 milhões de pessoas com ascendência Síria, havendo, portanto, uma grande e receptiva comunidade às pessoas originárias daquele país.

Uma vez reconhecida, oficialmente, no Brasil, como refugiada, a pessoa passa a ter os mesmos direitos dos brasileiros, tendo acesso a documentos que lhes permitem trabalhar, por exemplo. O único direito não assegurado ao refugiado é o político, de votar e ser votado. Desde 2004, o Núcleo de Apoio a Refugiados do Estado registrou 35 atendimentos de pessoas vindas da Palestina, do Iraque, de Cuba, de Angola, Paquistão e Guiné-Bissau.

ONG já atuou no Haiti e nas Filipinas

A organização não governamental Missão em Apoio à Igreja Sofredora (Mais) tem sede no Centro de Vila Velha e atua, de forma interdenominacional, em parceria com igrejas de todo o Brasil.

O pastor Mario Freitas, que coordena a Mais e é ligado à Igreja Missão Praia da Costa, explica que a ONG trabalha desenvolvendo projetos pós-catástrofes, pós-guerras e conflitos, além de áreas onde há registro de perseguição religiosa.

A Mais tem registros de atuação no Haiti, no Sudão, no Burundi (África), na Ásia Central, no Japão (em decorrência do tsunami, em 2011), e, mais recentemente, nas Filipinas, onde um tufão provocou a morte de mais de 4 mil pessoas.

Segundo o pastor Mario Freitas, a Mais dá apoio às famílias por meio das igrejas cristãs. Na Síria, a motivação para a ajuda vem de uma forte perseguição exercida contra os cristãos, que segundo o pastor são vistos como pessoas associadas aos americanos.

A Mais está preparada para receber, em sua sede, em Vila Velha, além do casal Geryes Alkhalaf e Abir Deghlawi, mais famílias. Esses dois admitem que seus familiares podem também deixar a Síria. Um irmão de Geryes quer ir para o Canadá.

A Síria em 7 tópicos

Tamanho
A Síria é um país no Oriente Médio. Com cerca de 185 mil km2 de área, tem 3/4 do tamanho do Estado de São Paulo e 22 milhões de habitantes

Religião
A maioria dos sírios é da etnia árabe e segue o ramo sunita do Islã. O país também tem em suas minorias muçulmanos xiitas e alauítas, além de cristãos

História
Integrou o Império Otomano de 1516 a 1918. Depois do final da I Guerra Mundial, foi dividida em duas partes: uma sob comando da França, que compreendia Síria e o
atual Líbano, e outra, sob comando britânico, composta por Palestina, Transjordânia (atualmente Israel e Jordânia) e Iraque

Independência
Depois de numerosos golpes militares e um conflito com Israel em 1948, em 1964 proclamou-se a República Popular da Síria, sob o comando do Partido Baath, socialista e nacionalista. De 1971 até 2000, o país foi liderado pelo alauíta Hafez al-Assad. Depois de sua morte, a presidência foi transmitida a seu filho e atual ditador, Bashar

Primavera Árabe
A Primavera Árabe de 2011 no Egito e na Tunísia inspirou os sírios a tomarem as ruas, em março de 2011, em protestos contra o regime de Bashar al-Assad. Os protestos não foram bem aceitos pelo governo, que respondeu com medidas extremas. Nisso, forças rebeldes formadas por civis surgiram e começaram a se armar para combater a violência do governo, o que levou a embates que destruíram cidades inteiras

Guerra civil
A tensão crescente entre os dois grupos criou o atual estado de guerra civil e, até o final de agosto, em cerca de dois anos e meio de conflito, 110 mil pessoas morreram, 2 milhões buscaram refúgio fora da Síria e 4 milhões estão deslocadas

Armas químicas
Em 21 de agosto deste ano, um suposto ataque químico com agentes neurotóxicos deixou cerca de 1,3 mil mortos, segundo rebeldes sírios, chocando a comunidade internacional. A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e a ONU têm 60 especialistas no país após o Conselho de Segurança das Nações Unidas determinar em setembro passado uma resolução que ordena a destruição do estoque de armas químicas da Síria.

Fonte: A Gazeta

Fé, emoções e imaginação


C. S. Lewis foi um dos mais influentes pensadores do cristianismo moderno. 50 anos após sua morte, Ricardo Barbosa discorre sobre uma das consequências positivas da obra de Lewis: a valorização da imaginação na vivência da fé cristã. Este artigo foi publicado na atual edição da revista Ultimato, e estava restrito aos assinantes. A partir de agora, está disponível a todos os leitores do portal Ultimato.



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Fé, emoções e imaginação: 50 anos sem C. S. Lewis

Um dos escritores que mais influenciaram o cristianismo no século 20 não foi um teólogo, nem um pastor ou missionário, não ocupou grandes púlpitos, não viajou pelo mundo afora pregando em grandes catedrais. Foi um professor universitário de literatura, tímido e que, até a sua conversão, aos 31 anos, fora um ateu convicto. Clive Staples Lewis (1898–1963), conhecido como C. S. Lewis, tornou-se um dos maiores pensadores do cristianismo moderno.

Uma pesquisa realizada há alguns anos entre os leitores da revista americana “Christianity Today” mostrou que, depois da Bíblia, o livro que mais influenciou suas vidas foi “Cristianismo Puro e Simples”, de C. S. Lewis. Uma das razões para a influência contínua dos seus livros entre os cristãos, na minha opinião, é a forma como ele relaciona a razão com a emoção e a imaginação na experiência da fé.

Para Lewis, se a razão era o meio natural para se compreender a verdade, a “imaginação era o meio que dava o seu significado”. A melhor forma de dar significado a conceitos ou palavras é estabelecer uma imagem clara para nos conectar com a verdade. Ele acreditava que a aceitação das coisas como elas se apresentam ao nosso intelecto revela uma fraqueza e um empobrecimento da compreensão da realidade.

Esse tema é retratado em “Surpreendido pela Alegria”, no qual ele narra sua experiência de conversão e descreve o crescente conflito entre a razão e a imaginação em sua formação: “Assim, tal era o estado da minha vida imaginativa; em contraste com ela, erguia-se a vida do intelecto. Os dois hemisférios da minha mente formavam acutíssimo contraste. De um lado, o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito; de outro, um ‘racionalismo’ volúvel e raso. Praticamente tudo o que eu amava, cria ser imaginário; praticamente tudo o que eu cria ser real, julgava desagradável e inexpressivo…”. De um lado, “o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito”; de outro, “um racionalismo volúvel e raso”. Foi sua impressionante capacidade de reconhecer o valor de ambos que contribuiu para a riqueza de sua obra.

Em seu livro “Cristianismo Puro e Simples”, ao falar sobre a relação entre a fé e as emoções, ele aborda o tema criando o seguinte cenário: “Um homem tem provas concretas de que aquela moça bonita é uma mentirosa, não sabe guardar segredos e, portanto, é alguém em quem não se deve confiar. Entretanto, no momento em que se vê a sós com ela, sua mente perde a fé no conhecimento que possui e ele pensa: ‘Quem sabe desta vez ela seja diferente’, e mais uma vez faz papel de bobo com ela, contando-lhe segredos que deveria guardar para si. Seus sentidos e emoções destruíram-lhe a fé em algo que ele sabia ser verdadeiro”.

O problema da fé não está na razão como meio para se compreender a verdade, mas na forma como respondemos a essa verdade emocionalmente. Para que a fé seja consistente, ela precisa conectar a razão com as emoções, e isso se faz por meio da imaginação. Ele reconhece que “não é a razão que me faz perder a fé: pelo contrário, minha fé é baseada na razão… A batalha se dá entre a fé e a razão, de um lado, e as emoções e a imaginação, de outro”.

A fé como expressão lógica da razão atrofia a alma num cristianismo árido. Contudo, a fé como expressão de sentimentos e emoções envolve a alma numa espécie de balão, levado por qualquer vento, para qualquer lugar. O uso da imaginação integra a razão com os sentimentos e oferece à fé um significado real, para um mundo real.
Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília (DF). É autor de A Espiritualidade, o Evangelho e a IgrejaJanelas para a Vida O Caminho do Coração.
Fonte:ultimatoonline

Graça e panelas furadas

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Por Rev. Wadislau Martins Gomes


A graça de Deus é que permite conhecer e discernir as dimensões de unicidade e multiplicidade em tudo o que existe. O que eu quero dizer? Isto mesmo que foi dito: o que permite que conheçamos a Deus e as coisas que ele criou, incluindo a nós mesmos, é sua graça. Mas o que é graça? Esta é uma palavra de contato, isto é, que a gente usa sem saber definir o significado. Um dos sentidos do termo graça é muito conhecido e usado: “favor imerecido”. Entretanto, este sentido é descritivo de uma propriedade da graça, não do seu significado.

Deixe-me ilustrar. Era o fim da década dos cinquentas, quando os jovens vestiam calças “rancheiras” (o jeans da época), as moças de sandálias e os moços de botas com salto “carapeta” (do formato de peão). Minha irmã, já falecida, estava naquela idade de ser menina moça, muito graciosa. Um dia, aproximou dela um jovem bem tratado, cabelo volteado na testa, que disse: “Posso saber sua graça”. Ela respondeu: “Eu não fiz graça nenhuma!” Tão logo percebeu a situação incômoda, saiu correndo, sem graça. Parece piada, mas se aplica bem à definição do termo. Graça é identidade, beleza, paz (interação harmônica) e alegria. Graça é a manifestação da identidade de Deus, de sua beleza, de sua paz e de sua alegria.

Por que “favor imerecido”? Vai outra ilustração. Pequeno ainda, na cidade de Jahu, SP, quando a noite caia, eu me punha a olhar as estrelas. O céu parecia uma daquelas panelas pretas da fuligem do fogão a carvão que havia lá em casa. Às vezes, as panelas começavam a chiar no fogo, e minha mãe as levantava contra a luz para ver se estavam furadas. E eu imaginava se as estrelas não seriam furos na negridão do céu, deixando passar réstias fulgentes de uma luz perene. Assim é que, à visão de cada traço de luz do amor de Deus que penetra as trevas do pecado deste mundo, o crente diz: “Eu não mereço!”

Graça é isso: o movimento de Deus na direção do homem a fim de transmitir sua própria natureza. É sobre esse movimento que Pedro escreveu:

"Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo." (2Pd 1.3-4).

Como opera a graça de Deus? Certamente mediante a fé. A Palavra de Deus diz que a fé é uma certeza que pressupõe esperança, não como quem “torce” num jogo ou numa eleição, mas a certeza de algo que se conhece, mas que ainda não se vê (como esperar se não for conhecido? – ver Hebreus 11.1-6). No mesmo lugar, a Escritura diz:

"Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam."

Galardoador, aqui, não tem o sentido de recompensador de obras, mas da fé. Como diz Calvino (Comentário aos Hebreus), a intenção do autor de Hebreus é elevar nossa consciência para ver que nossa aproximação de Deus não será vã, pois ele mesmo nos criou para tal finalidade e propósito.


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Fonte: Todo mundo pensa – você também; Brasília: Monergismo, 2013, pp 52-54.
Via: Coramdeo
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Como o Discipulado deve ser visto pela igreja?


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As Igrejas Deveriam Ver o Discipulado Primariamente como um “Programa” ou como um “Estilo de Vida”?

A igreja não deveria ver o discipulado primariamente como um evento especial ou um programa espalhafatoso. Discipulado não é algo ocasional ou fora do normal, algo que pode ser isolado do resto de nossa vida cristã. Ser um cristão é ser um discípulo de Cristo. E ser um discípulo de Cristo significa
  • (i) procurar ajuda de outros para ser como Cristo (ser um discípulo);
  • (ii) procurar ajudar outros a serem como Cristo (discipular).
Portanto, as igrejas deveriam ver o discipulado como um estilo de vida. O discipulado deveria constituir uma parte normal de ser um cristão e um membro de igreja. É o que um seguidor de Cristo faz.
Isso significa que igrejas podem ou não usar programas para promover o discipulado. Mas elas definitivamente desejam promover uma cultura de discipulado. Deveria ser normal que cristãos mais novos discutissem assuntos espirituais durante refeições com cristãos mais velhos. Deveria ser normal que cristãos mais novos passassem tempo nas casas de cristãos mais velhos para ver como eles aplicam sua fé a cada área da vida, até como eles colocam as suas crianças para dormir. Pela graça de Deus, uma igreja que fomenta uma cultura de discipulado será cheia de membros que parecem mais e mais com o Senhor Jesus (1Co 11.1).

Como Eu Posso, Como Líder de Igreja, Ajudar a Cultivar uma Cultura de Discipulado?

  • Estruture a sua própria agenda semanal para incluir tempo com cristãos mais jovens (cafés da manhã, almoços, visitas rápidas, conversas regulares sobre o sermão, etc.).
  • Se você lidera uma congregação instruída, peça a igreja uma verba pastoral para dar livros de presente. Tenha uma pilha de livros em seu gabinete, prontos para presentes espontâneos. Encoraje as pessoas a lê-los e então agende um horário para discutir o livro.
  • Busque maneiras de encorajar os cristãos maduros de sua congregação a se encontrarem com outros (“Ei, Joe, com quem você vai almoçar hoje?”). E busque maneiras de entrosar os membros da igreja uns com os outros (“Ei, Joe, você já pensou em passar algum tempo com o John?”).
  • Aplique a sua pregação não apenas a indivíduos, mas à igreja como um todo (p.ex. “O que essa passagem significa para nós como igreja? Ela significa que nós deveríamos estar prontos a encorajar e corrigir uns aos outros.”). Busque maneiras de encorajar o discipulado e o cuidado mútuo por meio das aplicações de seu sermão.
  • Pregue e aplique o evangelho. A correta pregação do evangelho deveria produzir cristãos que reconhecem a sua obrigação mútua de aconselhar e discipular uns aos outros baseado na identidade familiar compartilhada em Cristo. Tanto quanto possível, ajude a congregação a ligar os pontos entre a sua profissão de fé e o chamado para amar ativamente uns aos outros.
  • Ofereça classes de formação de adultos sobre discipulado e aconselhamento.
  • Ofereça classes de Escola Dominical sobre assuntos mais específicos, como “O temor do homem” ou “A vontade e a direção de Deus”.
  • Use as classes de novos membros da igreja para estabelecer uma expectativa de envolvimento regular na vida uns dos outros.
  • Use a entrevista com novos membros para perguntar ao candidato se ele ou ela deseja estar envolvido em um relacionamento de discipulado um-a-um.
  • Abasteça a loja de livros e a biblioteca de sua igreja com bons recursos sobre discipulado.
  • Considere ter um expositor de livretos da CCEF [N.T.: sigla em inglês da Fundação para o Aconselhamento e a Educação Cristãos, instituição fundada por Jay Adams] na sua igreja, para colocar à disposição esses brevíssimos e acessíveis recursos sobre um vasto número de assuntos específicos. Se possível, ofereça esses livretos de graça.
  • Promova e distribua esses mesmos livros do púlpito.
  • Como pastor, seja um modelo de humildade e de como receber correções! 
  • Considere prover os pequenos grupos da igreja com recursos recomendados de acordo com o tipo de pequeno grupo, tais como grupos de jovens casais ou grupos de solteiros. 
  • Se os recursos permitirem, contrate um pastor em tempo integral para devotar-se ao aconselhamento. 
  • Se os recursos permitirem, contrate uma mulher para devotar-se ao aconselhamento e a promover discipulado entre as mulheres na congregação. 
  • Encoraje os membros da igreja a participarem das conferências da CCEF e a fazerem uso de seus cursos de treinamento online. 
  • Ofereça uma classe de treinamento em aconselhamento para os membros e/ou os líderes de pequenos grupos da sua igreja. A CCEF oferece dois currículos excelentes – How People Change [Como as Pessoas Mudam] e Helping Others Change [Ajudando os Outros a Mudarem]. Esse material acessível aos líderes e leitores facilita aos pastores, líderes leigos e membros ensinarem uns aos outros sobre como aconselhar a Palavra e como cuidar melhor uns dos outros. (www.ccef.org)
  • Leia o livro de Paul David Tripp, Instruments in the Redeemer’s Hands  [Instrumentos nas Mãos do Redentor].
  • Encoraje os indivíduos que você está discipulando para o ministério pastoral em tempo integral a lerem o livro When People Are Big and God Is Small, de Ed Welch [Quando as Pessoas São Grandes e Deus é Pequenopublicado no Brasil pela Editora Batista Regular].
  • Ore. Peça a Deus para levantar presbíteros, mulheres piedosas e discipuladores maduros na sua congregação, para ajudarem no cuidado do rebanho.
(Esta lista sintetiza o conteúdo do artigo Twenty Ways to Cultivate a Culture of Counseling, de Jonathan Leeman e Deepak Reju.)

Tradução: Vinícius Silva Pimentel – Ministério Fiel © Todos os direitos reservados. Website:www.MinisterioFiel.com.br / www.VoltemosAoEvangelho.com. Original:  Como o Discipulado deve ser visto pela igreja?

Milagre? Maná ainda cai do céu na África


Testemunho de pastor aposentado gera debate sobre milagres modernos
por Jarbas Aragão

Milagre? Maná ainda cai do céu na ÁfricaMilagre? Maná ainda cai do céu na África
O pastor adventista Gérson Pires de Araújo teve uma experiência curiosa em Angola algum tempo atrás. Enquanto trabalhava como voluntário durante um ano ensinando teologia no país de língua portuguesa, ele visitou uma comunidade com cerca de 100 adventistas em Uambo. Localizada na região central de Angola, no local é possível colher do chão o que os moradores chamam de “maná”.
Trata-se de “flocos brancos” que servem de alimento e fazem parte da rotina daquela comunidade desde 1939. Ao voltar para o Brasil, o pastor trouxe uma amostra e submeteu-os a uma análise da Universidade de Campinas (veja o relatório aqui). O laboratório comprova que os flocos são basicamente frutose, glicose, sais minerais e aminoácidos. Ou seja, não é algo conhecido, mas apropriado para a alimentação humana.
No vídeo postado esta semana pelo site Terceiro Anjo, Gérson conta que lera sobre o fenômeno numa edição da Revista Adventista de novembro de 1948. Contudo, não tinha ideia de que continuava acontecendo. Segundo a história contada pelos angolanos da missão Namamba, após a Segunda Guerra Mundial, a comunidade passou por um período de fome por causa da escassez de alimentos e estiagem na região.
Os evangélicos moradores do local que fica no alto das montanhas, oraram pedindo a Deus não os deixasse passar fome. Ao terminar a reunião de oração, a filha de cinco anos do casal de missionários que liderava a comunidade chegou no local comendo os flocos brancos e afirmando ser maná. Perguntada como ela sabia que aquilo era maná, a menina disse que ouviu de dois “homens de branco” que Deus havia ouvido a oração deles. Acredita-se que eram anjos.
O maná caiu em grande quantidade até que voltou o período de chuva. Desde então continuou caindo em pouca quantidade, apenas duas vezes por semana. E somente em um local específico: atrás do local onde ficava a igreja. O pastor Gérson conta que parecem pequenas pipocas e o gosto é adocicado, como relata a Bíblia que ocorreu em Êxodo, cerca de 3500 anos atrás.
Sua experiência foi postada na rede social Facebook e na última semana gerou uma grande discussão entre evangélicos e incrédulos sobre a existência (ou não) de milagres modernos.
Assista o testemunho:
Fonte:gospelprime
Fo

domingo, 24 de novembro de 2013

Não, você não é a Igreja!



por Frank Brito


E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar”. (Atos 2.46-47)

“Contudo, uma vez que agora nosso propósito é discorrer acerca da Igreja visível, aprendamos, mesmo do mero título mãe, quão útil, ainda mais, quão necessário nos é seu conhecimento, quando não outro nos é o ingresso à vida, a não ser que ela nos conceba no ventre, a não ser que nos dê à luz, a não ser que nos nutra em seus seios, enfim, sob sua guarda e governo nos retenha, até que, despojados da carne mortal, haveremos de ser semelhantes aos anjos (Mt 22.30). Porque nossa habilidade não permite que sejamos despedidos da escola até que tenhamos passado toda nossa vida como discípulos. Anotemos também que fora de seu grêmio não há de esperar-se nenhuma remissão de pecados, nem qualquer salvação”. (João Calvino, Institutas da Religião Cristã, 4:1:5)

Um movimento que cresce cada vez mais em nosso país é o dos “cristãos desigrejados”. São pessoas que professam o Cristianismo, mas que, por diversos motivos, abandonaram a Igreja. Muitos são os argumentos utilizados para justificar o abandono. O objetivo deste artigo é analisar uma destas justificativas: a ideia de que a Igreja de Jesus Cristo não é visível e institucional, mas que cada cristão faz parte da Igreja, ainda que ele se recuse a frequentar qualquer culto ou se submeter a qualquer autoridade eclesiástica.

Um erro frequente entre cristãos modernos é o menosprezo e ignorância em relação ao que a Bíblia ensina sobre a Igreja visível e institucional. É uma heresia que se manifesta de muitas maneiras, mas, basicamente, se resume a ideia de que não temos a obrigação de frequentar e ser membro de uma igreja, pois, supostamente, cada cristão já “é igreja” onde quer que estejam e qualquer aglomeração de cristãos também “é igreja” e, consequentemente, basta se encontrar ocasionalmente com outros “desigrejados” para bater um papo sobre Deus que as obrigações bíblicas relacionadas à “comunhão dos santos” já terão sido cumpridas.

Na segunda vez em que a palavra “igreja” aparece no Novo Testamento, já podemos constatar o absurdo de dizer que cada cristão individualmente “é igreja” ou que qualquer aglomeração de cristãos seja uma igreja:

Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutara igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”. (Mateus 18.15-18)

Aqui Nosso Senhor explicou como deve ser o procedimento por parte daqueles que foram seriamente ofendidos por alguém que, presume-se, é cristão. Inicialmente, o ofendido não deve expor o ofensor. Deve procurar resolver o problema a sós com o ofensor. O segundo passo, caso o ofensor não se arrependa do que fez, é chamar duas ou três testemunhas para buscar resolver o problema. Novamente, o ofensor não foi exposto publicamente. A diferença é que agora há a presença de duas ou três outras pessoas. É somente depois destes dois passos que o problema é finalmente levado a Igreja.

É aqui que devemos notar algo crucial. Todo o processo descrito por Jesus incluiria somente cristãos. A parte ofendida e as duas ou três testemunhas são cristãs e, segundo Jesus, deve-se presumir que o ofensor também seja até que todas as tentativas de conduzi-lo ao arrependimento tenham se esgotado. Mas, ainda assim, é somente no terceiro passo que Jesus falou na igreja. Ainda que Jesus tenha falado de cristãos o tempo inteiro, ele não reconheceu cada um desses cristãos como sendo igreja. A parte ofendida era um cristão. Mas, ele não era a igreja. As duas ou três testemunhas também eram cristãs. Todavia, eles também não eram a igreja. Jesus diz que eles deveriam falar a igreja. Isso demonstra que é a falsa a ideia de que cada cristão individualmente seja igreja ou que qualquer aglomeração de cristãos seja igreja. Se cada cristão individualmente fosse a igreja, então o problema já estaria sendo tratado pela igreja desde o momento em que o indivíduo que foi conversar com seu ofensor. Se qualquer aglomeração de cristãos fosse uma igreja, então o problema já estaria sendo tratado pela igreja desde o momento em que as duas ou três testemunhas foram acompanhar o indivíduo que foi ofendido. O indivíduo ofendido junto de duas ou três testemunhas somam três ou quatro cristãos. Eles eram uma igreja? Não. Pois, caso o ofensor não os escutasse, só então é que o problema seria levado à igreja. Isso mostra que a Igreja não é simplesmente as pessoas. A Igreja inclui as pessoas, mas não é simplesmente isso. A Igreja é maior do que as pessoas. A Igreja é uma instituição.

Para perceber como a visão dos desigrejados sobre a “igreja” é falsa, basta se fazer a seguinte pergunta: “Como um desigrejado poderia obedecer a Mateus 18? Como seria possível cumprir o terceiro passo da ordem de Jesus?”

O Governo Eclesiástico

A Igreja de Cristo não é uma anarquia. Ela tem um governo. Acima de tudo, há o governo de Cristo, pois Deus “sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da Igreja” (Ef 1.22). E, abaixo de Cristo, Deus instituiu também um governo humano para Sua Igreja:

E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, [Paulo e Barnabé] voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes feito eleger presbíteros em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”. (Atos 14.21-23)

Aqui nós aprendemos que os apóstolos, neste caso Paulo e Barnabé (At 14.14), depois de estabelecerem novas igrejas em novos lugares, promoviam uma eleição em cada igreja para que homens fossem ordenados a presbíteros. Antes da eleição, eles eram membros comuns das igrejas. Depois da eleição, recebiam a autoridade para governar a Igreja. A palavra presbítero é πρεσβύτερος (presbuteros) no grego bíblico. A palavra também pode ser traduzida como ancião. Em outros textos, aprendemos também que o ofício do presbítero (πρεσβύτερος – presbuteros) era equivalente ao ofício do bispo (ἐπίσκοπος – episkopos) e ao de pastor (ποιμήν – poimēn). As três palavras eram usadas como sinônimas:

E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os presbíteros (πρεσβύτερος – presbuteros) da igreja… Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho (ποίμνιον – poimnion) sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos (ἐπίσκοπος – episkopos), para apascentardes (ποιμαίνω – poimainōa) a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”. (Atos 20.17,28-30)

Aqui o Apóstolo Paulo falou às autoridades eclesiásticas de Efésios sobre como os presbíteros/bispos/pastores foram instituídos por Deus para governar Sua Igreja, o que inclui a necessidade de protegê-la de falsos mestres. Ele escreveu essencialmente o mesmo nas cartas a Tito e Timóteo:

Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros (πρεσβύτερος – presbuteros), como já te mandei: Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo (ἐπίσκοπος – episkopos) seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”. (Tito 1.5-9)

Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado (ἐπισκοπή – episkopē), excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo (ἐπίσκοπος – episkopos) seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo”. (I Timóteo 3.1-7)

Aqui nós vemos o Apóstolo Paulo estabelecendo os critérios para que alguém fosse presbítero/bispo/pastor. Primeiro, ele menciona características morais. O presbítero/bispo/pastor deve ser um cristão moralmente “irrepreensível” (Tt 1.7; I Tm 3.2). Caso o candidato seja demasiadamente dominado por fraquezas, ele não é não é apto para se tornar “despenseiro da casa de Deus” (Tt 1.7). Além disso, Paulo compara a função que o presbítero/bispo/pastor exerce na igreja com a função que o pai de família exerce em casa: “que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito. pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?”. (I Tm 3.4-5) Assim como o pai tem a responsabilidade de governar sua esposa (Ef 5.24; I Co 11.3) e filhos (Ef 6.1; Cl 3.20), o presbítero/bispo/pastor tem a responsabilidade de governar a igreja de Deus.

Desigrejados que negam que a Igreja tenha um governo humano e autoridades humanas terão negar também a autoridade do pai de família, algo que foi explicitamente ordenado no quinto mandamento – “Honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20.12). Paulo deixou claro que a autoridade do presbítero/bispo/pastor sobre a igreja não é edificada sobre qualquer preferência ou consenso humano, mas é expressamente ordenada por Deus. Ele explicitamente comparou a autoridade do presbítero/bispo/pastor sobre a igreja com a autoridade do pai sobre sua própria família de maneira que não é possível negar uma coisa sem negar outra. Os membros da igreja não têm a mesma autoridade. “Os presbíteros… governam” (I Tm 5.7). Os outros membros da igreja não governam, mas são governados. É assim que Jesus Cristo estabeleceu Sua Igreja para ser. Como está escrito:

Os presbíteros que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino”. (I Timóteo 5.17)

Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras”. (I Tessalonicenses 5.12-13)

Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”. (Hebreus 13.17)

Não Preciso de Ti!

Se Deus estabeleceu alguns na Igreja para governarem e outros para serem governados, segue-se que se alguém não governa um rebanho, ele necessariamente tem que estar submetido à autoridade daqueles que governam. Se alguém não governa, isto é, se não é presbítero/pastor/bispo, mas também, por consentimento próprio, não é governado, tal pessoa está excluída da Igreja de Deus, do corpo de Cristo e, consequentemente, deve ser, a priori, reconhecida como “gentio e publicano” (Mt 18.17). Não há alternativa lógica. A Igreja de Cristo não é uma anarquia onde “cada um [faz] o que [parece] bem aos seus olhos”. (Jz 17.6) Cristo estabeleceu Sua Igreja com um governo. Aqueles que não se submetem ao governo, não fazem parte da Igreja. Este é um dos grandes pecados dos desigrejados. Eles não se submetem as autoridades constituídas por Deus. Eles acreditam que não precisam das autoridades.

Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito… E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós”. (I Coríntios 12.13, 21)

Aqui o Apóstolo Paulo deixou claro que aqueles que se tornam cristãos são batizados pelo Espírito no corpo. Isto é, são incluídos na Igreja. Não existe Cristianismo sem Igreja. O cristão, quando se torna cristão, é incluído na Igreja de maneira que se ele se aparta da Igreja, ele está se rebelando contra a obra do Espírito. Com base nisso, o Apóstolo explica que os cristãos, como membros da Igreja, têm dons e vocações diferentes. Mas, ainda que sejam dons e vocações diferentes, o Deus que chama é o mesmo e a Igreja é a mesma. O fato de um cristão ser chamado a exercer um dom para uma coisa não significa que ele possa desprezar aqueles que não foram chamados com a mesma vocação. “E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?” (I Co 12.19) Dentre os diversos dons que o Apóstolo cita, ele menciona os “governos” (I Co 12.28). Aqueles que foram chamados para governar são parte do corpo. “E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti”. Aqueles que são governados não podem dizer aos que governam: Não preciso de ti! Deus estabeleceu alguns na Igreja para governarem e outros para serem governados. Aqueles que não se submetem aos que governam – presbíteros/bispos/pastores – pecam severamente contra Deus em sua “independência”. Deus não estabeleceu a Igreja para que cada cristão fosse independente. Ele estabeleceu a Igreja para ser governada por presbíteros/bispos/pastores. A Igreja não é cada cristão individualmente em sua própria casa onde “cada um [faz] o que [parece] bem aos seus olhos” (Jz 17.6). A Igreja é uma instituição com um governo legitimamente instituído por Deus. O Apóstolo Pedro não mediu palavras contra aqueles que se recusam a se submeter às autoridades:

O Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados; especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas concupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades”. (II Pedro 2.9-10)

A carta de Judas chega ao ponto de chamar aqueles que ensinam a rejeitar as autoridades de falsos mestres:

Contudo, semelhantemente também estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades”. (Judas 1:8)

O Culto Público

As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”. (I Coríntios 14.34-35)

Aqui, novamente, podemos constatar o absurdo de dizer que cada cristão individualmente é a igreja em qualquer lugar ou que qualquer aglomeração de cristãos seja uma igreja. Se cada cristão individualmente fosse igreja ou se qualquer aglomeração de cristãos fosse uma igreja, segue-se que, neste verso, Paulo estaria proibindo as mulheres de falarem em qualquer circunstancia e em qualquer lugar. Evidentemente, não é sobre isso que Paulo estava falando. A palavra igreja nestes versos, evidentemente, se refere especificamente à reunião publica especial. O que Paulo disse é que as mulheres não podem ensinar e pregar no culto público. Elas podem falar em qualquer outro lugar e situação, como, por exemplo, em suas casas, simplesmente porque neste caso elas não estão na reunião pública da igreja.

Desigrejados e outros hereges anarquistas têm dificuldades de entender isso porque eles não aceitam qualquer diferença entre o que acontece na igreja e o que acontece fora da igreja. Eles acreditam na mentira de que cada um de nós “é igreja em todo lugar” e, portanto, que não acreditam que há um momento especial para uma reunião pública especial com regras especiais que não vigoram em outros momentos. Diferente deles, o Apóstolo Paulo cria que em situações normais, as mulheres poderiam falar, mas que o culto público é uma ocasião especial com regras especiais, dentre as quais existe a seguinte regra: “as vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas”. Com isso, Paulo claramente demonstra que as igrejas devem promover cultos públicos, que os cristãos tem a obrigação de frequentá-los, que essas reuniões são distintas de situações comuns do dia a dia (já que nelas vigoram regras diferentes de situações normais) e que estas reuniões devem ser reguladas pela vontade revelada de Deus e não pelo desejo do homem (I Co 14.36). Com isso, vemos claramente que não é possível “sermos igreja” cada um em sua própria casa. Deus estabeleceu sua Igreja de forma que cada cristão tem a obrigação de frequentar reuniões públicas especiais promovidas pelas autoridades da Igreja com o propósito de cultuar ao Senhor. Na carta aos Coríntios lemos que um dos propósitos destas reuniões era o de celebrar o sacramento da Ceia do Senhor:

“Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão… Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Mas, se alguém tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação”. (I Co 10.16-17; 11.23-34)

Aqui o Apóstolo Paulo escreveu sobre o rito da Ceia do Senhor. Ele diferenciou as refeições comuns, que comemos em casa, da Ceia do Senhor. Assim como a reunião da igreja não é uma reunião comum, mas é uma reunião especial na qual vigoram regras especiais, a Ceia do Senhor não é uma refeição comum, mas é uma refeição especial e, portanto, vigoram regras especiais. O cálice, diz ele, é o “cálice da benção”, “a comunhão do sangue de Cristo” e o pão é “a comunhão do corpo de Cristo”. Diferente de nossas refeições comuns, o propósito da Ceia do Senhor não é matar nossa fome. “Se alguém tiver fome, coma em casa” (I Co 11.34). O propósito da Ceia do Senhor é se alimentar espiritualmente.

Além disso, devemos notar que se a Ceia do Senhor é “a comunhão do corpo de Cristo”, segue-se que este rito somente pode ser celebrado sob a autoridade da Igreja. Não é uma celebração do mundo, mas daqueles que “sendo muitos, [são] um só pão e um só corpo” (I Co 10.17). Isso, por si só, explica porque desigrejados não podem celebrar a Ceia do Senhor. Eles não fazem parte do corpo porque se recusam a se submeter às autoridades do corpo e, portanto, não podem comer do pão e beber do vinho. “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão”. Aqueles que não fazem parte do corpo, por não se submeterem às suas autoridades, não podem se alimentar do corpo e do sangue do Senhor.

Quanto aos que participam da Ceia do Senhor, o Apóstolo Paulo ameaçou “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor” (I Co 11.29). Em seguida, ele explica que muitos daqueles que Deus pune com doenças e até mesmo com morte alguns dos que participam indignamente: “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (I Co 11.30-31). Se a questão é tão séria assim para aqueles que de fato participam de algo que foi ordenado por Deus, o que se dirá então daqueles que se dizem cristãos, mas pensam ser autossuficientes e por isso não frequentam os cultos da igreja, não se submete as autoridades e não tomam a Ceia do Senhor? Como Deus vê a arrogância daqueles que pensam que podem ser independentes das ordenanças que Deus estabeleceu para Sua Igreja?

O Mito da Igreja Primitiva

Muitos desigrejados se defendem argumentando que o problema é que a igreja hoje, diferente da igreja primitiva, é muito corrompida; que eles não teriam problema em fazer parte das igrejas do Novo Testamento, mas que os tempos agora são outros. É o mito da Igreja Primitiva. O fato é que o Novo Testamento não esconde a quantidade de problemas que assolava a Igreja Primitiva. Na Igreja Primitiva havia quem matinha relações sexuais com a própria madrasta (I Co 5), quem promovia bebedeiras na Ceia do Senhor (I Co 11.23), cultos desorganizados (I Co 14) incluindo mulheres que queriam pregar e exercer autoridade na Igreja (I Co 14.34-35), quem não cria na ressurreição dos mortos (I Co 15), quem defendia a idolatria e a participação em cultos pagãos (I Co 10, Ap 2.14, 2.20-21), quem queria reinstituir a necessidade das cerimonias judaicas (Cl 2), quem defendia que a circuncisão era um critério para a salvação (At 15, Gálatas), quem defendia a justificação com base nos méritos de cumprir a Lei (Gálatas), quem defendia o racismo (Gl 2.11-12) quem pregava com segundas intenções e interesses desonestos (Fp 1.15, II Ti 6.5), quem prestava culto a anjos (Cl 2.18), quem queria favorecer os ricos e desprezar os pobres na igreja (Tg 2.1-5), quem se apresentava como cristão mas na verdade era um anticristo (I João 2.18-19) e muitas outras coisas.

O fato é que, mesmo em meio a todos esses problemas, os apóstolos nunca justificaram os desigrejados. O Novo Testamento nem sequer cogita a possibilidade de um cristão genuíno ser um desigrejado. Nas páginas do Novo Testamento, ser cristão inclui ser membro da Igreja e não ser membro da Igreja significa ser pagão. O Novo Testamento desconhece a noção de Cristianismo sem Igreja e invariavelmente trata aqueles que não fazem parte da Igreja ou que abandonam a Igreja como rebeldes contra o Senhor. E isso em nenhum momento se baseia em um conceito utópico de Igreja. A Igreja era o corpo de Cristo. Mas, ao mesmo tempo, havia igrejas em diversos níveis espirituais diferentes. Havia igrejas maravilhosas, mas havia também igrejas afundadas no pecado. A Igreja era a congregação dos santos, mas era também um lugar em que havia facções, brigas e falsos mestres. O mesmo é verdade hoje. Há igrejas maravilhosas e há igrejas extremamente problemáticas. A reação dos apóstolos diante das problemáticas nunca foi a de abandonar tudo o que foi a de anular a verdade que a Igreja visível e institucional foi estabelecida por Jesus Cristo. A reação dos apóstolos era a de lutar pela purificação e santificação da Igreja, por meio da oração, do jejum e do ensino da Palavra. É exatamente isso o que os desigrejados não querem. Preferem acreditar que isso não fazia parte do Cristianismo Primitivo e, portanto, que estão muito acima de tudo isso. Isso é quando sequer dão justificativas. Na maioria dos casos nem se importam em se justificar.

Resumo

I – A Igreja visível e institucional foi estabelecida por Deus.

II – Ela é governada por autoridades humanas.

III – Ela promove reuniões públicas para cultuar a Deus, pregar Sua Palavra e celebrar os sacramentos.

IV – Todo cristão tem a obrigação de fazer parte da Igreja, se submetendo às suas autoridades e participando das reuniões publicas.

V – O Novo Testamento não reconhece a validade de um Cristianismo fora da Igreja visível e institucional.

Confissão Belga, um dos mais importantes documentos do protestantismo, resumiu bem a questão no Artigo 28, “O Dever de Juntar-se à Igreja”

Cremos, então, que ninguém, qualquer que seja a posição ou qualidade, deve viver afastado dela e contentar-se com sua própria pessoa. Mas cada um deve se juntar e se reunir a ela, mantendo a unidade da Igreja, submetendo-se a sua instrução e disciplina, curvando-se diante do jugo de Jesus Cristo e servindo para a edificação dos irmãos, conforme os dons que Deus concedeu a todos, como membros do mesmo corpo… todos os que se separam desta Igreja ou não se juntam a ela, contrariam a ordem de Deus”.

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Cristãos reúnem mais de 26 mil pessoas em evento evangelístico no Egito


Cristãos reúnem mais de 26 mil pessoas em evento evangelístico no Egito

No último fim de semana um grupo de cristãos realizou um evento evangelístico no Egito que reuniu cerca de 26 mil pessoas. Com início no último dia 14, o evento reuniu milhares de pessoas nas proximidades do Cairo.
De acordo com o ministério Portas Abertas, o evento aconteceu em um centro de conferência da igreja Evangélica egípcia localizado a 110 quilômetros ao norte do Cairo e teve seus ingressos esgotados com cerca de uma semana de antecedência.
A conferência contou com a participação de mais de 1.000 trabalhadores, voluntários, artistas e líderes de louvor e pregadores.
Em 2012 um evento similar aconteceu no país e reuniu cerca de 50 mil pessoas, além de um festival da juventude no deserto que atraiu 10.000 jovens de todo o Egito.
- Não há dúvida de que Deus está se movendo o Egito e mostrando-se de forma poderosa para muitos de seus filhos, e para muitos que estão buscando conhecê-Lo – afirmou um contato do Mission Network News no país durante um evento no ano passado.
Por Dan Martins, para o Gospel+

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