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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ativismo gay divulga lista de ódio: Pr. Silas Malafaia está entre os 10


Imagem: Divulgação
Publicação voltada para o público homossexual no Brasil, Lado A, divulga anualmente uma lista com dez nomes de pessoas consideradas “inimigos públicos” do movimento gay no país. Este ano, a mesma é formada em sua maioria por cristãos, entre eles o pastor Silas Malafaia.
A presidente Dilma Rousseff também aparece, por desagradar a diversos setores sociais. Se por um lado, os políticos evangélicos se queixam de seu governo estimular e patrocinar a militância homossexual, pelo outro lado os ativistas gays a veem como inimiga por não autorizar o “kit gay” nas escolas.
Confira a lista:
Presidente Dilma Rousseff (PT): A lista de queixas dos ativistas gays com a presidente é extensa: “Não dirigiu palavra aos homossexuais desde que assumiu seu mandato e parece ignorar o cotidiano de homossexuais no país [...] Ao vetar o projeto Escola sem Homofobia, em 2011, a presidenta deixou claro que seu governo não faria propaganda de opção sexual que fosse. Dilma também não se manifestou com as decisões favoráveis aos gays da Justiça Brasileira, ou contra políticos homofóbicos”.
Pr. Silas Malafaia: a referência ao líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) se estende às suas declarações. Segundo a publicação: “Um dos pastores evangélicos mais ricos do país, Silas Malafaia adora usar o tema da homossexualidade para se projetar. Fã do termo ‘ditadura gay’, psicólogo por formação, é a favor do projeto de cura gay. Aliás, ele mesmo defende que a homossexualidade é um comportamento que pode ser modificado”.
Senador Magno Malta (PR/ES): Tido como “velho conhecido” da lista, o senador capixaba é apontado como alguém que é inimigo do movimento homossexual pois “se manifesta contra o casamento gay e prometeu mover ação de inconstitucionalidade contra o STF e o CNJ por causa do casamento gay”.
Dep. federal João Campos (PSDB/GO): Foi lembrado pelo mais polêmico de seus projetos: “Este tucano é autor do Decreto Legislativo PDC 234/11, que visa suspender artigos de resolução (Resolução 1/99) do Conselho Federal de Psicologia que proíbem psicólogos de propor tratamento da homossexualidade, o chamado ‘cura gay’”.
Pr. e Dep. federal Marco Feliciano (PSC/SP): A publicação diz que o deputado é “dono de sua própria rede de igrejas” e “conhecido por suas declarações racistas e homofóbicas”. Feliciano já esteve em listas anteriores da revista, e afirma que o pastor “galgou a presidência da Comissão de Direitos Humanos na Câmara para pregar sua fé e defender projetos como o da ‘cura gay’ e a derrubada da decisão do Conselho Nacional de Justiça que permitiu o casamento gay em todo o país”. Segundo a Lado A, Marco Feliciano seria o autor de um projeto para a criação do “Dia do Orgulho Hétero”.
Dep. federal Jair Bolsonaro (PP/RJ): é classificado como o “autor de termos como ‘Ditadura Gay’ e ‘Cartilha gay’” e suas frases foram o principal mote de sua indicação, segundo a revista: “Ele quem começou toda esta onda de usar a mídia com declarações homofóbicas para se auto promover. Apesar de discreto nos últimos tempos, ele e seus filhos, um é vereador e outro deputado no Rio, não perdem uma chance de fazer chacota com homossexuais e a posar de macho alpha”, diz o texto.
Dep. federal Anthony Garotinho (PR/RJ): A atuação do ex-governador na questão do chamado “kit gay” foi alvo da ira dos ativistas gays: “Chegou a chantagear o governo federal para a retirada do Kit Escola Sem Homofobia, causando uma crise no governo. O kit foi retirado e até hoje as escolas não possuem um programa de combate a discriminação e ao bullying. O deputado vota contra todo projeto de lei a favor da comunidade gay e articula com a bancada evangélica as ações, mas não coloca mais a cara à frente na maioria das vezes, já que tem ambições políticas grandes”.
Marisa Lobo, psicóloga: integra a lista por defende publicamente a “reversão da homossexualidade”. A publicação diz que a psicóloga “afirmou que não considera a homossexualidade normal”.
Joelma Mendes, da Banda Calypso: A cantora, declaradamente evangélica, foi incluída por suas declarações contrárias ao casamento gay: “Disse que conhece pessoas que deixaram de ser homossexuais, mas que a recuperação era como a de drogados, e que a Bíblia diz que não é correto ser gay”.
Emerson Eduardo Rodrigues Setim, blogueiro: foi condenado por crimes de ódio e preconceito, e foi indicado por ser um dos autores de um blog que, segundo a revista, “defendia a pedofilia, estupro de lésbicas, e outros pensamentos racistas e homofóbicos”.
Deixe o seu comentário.
Fonte: GM via  Verdadegospel

Emerson Fittipaldi diz que acidente o fez se aproximar de Cristo


Em 1996 o piloto sofreu um grave acidente durante o Grande Prêmio de Michigan.
por Leiliane Roberta Lopes

Emerson Fittipaldi diz que acidente o fez se aproximar de CristoEmerson Fittipaldi diz que acidente o fez se aproximar de Cristo
Em entrevista ao programa “Agora é Tarde” o ex-piloto Emerson Fittipaldi comentou sobre o acidente que sofreu durante o Grande Prêmio de Michigan, em 1996, quando seu carro colidiu com outro e foi parar na grade pegando fogo.
Ao relembrar o momento com o apresentador Danilo Gentili, Fittipaldi comentou que foi por conta desse acidente que ele se aproximou de Cristo. “Esse acidente foi uma martelada que eu recebi de Deus para aceitar a Cristo em minha vida”, disse ele que até hoje é evangélico.
A conversão do ex-piloto aconteceu durante este período de enfermidade, um amigo foi lhe visitar e levou uma Bíblia para falar do amor de Deus. “O Alex Dias Ribeiro que também é um ex-piloto de Fórmula 1 e que é pastor foi me visitar com uma Bíblia. Quando ele entrou com a Bíblia eu pergunte: você vai me dar a extrema unção”, relembrou.
Muitos acreditam que foi por conta do acidente que ele resolveu se aposentar, mas durante o programa ele revelou que já estava cogitando deixar o automobilismo algumas corridas antes.
Em 2012 o ex-piloto chegou a gravar um vídeo incentivando as pessoas a abrirem seus corações para Deus. “Quando você abre seu coração e recebe esse amor você começa a ter um relacionamento totalmente diferente com as pessoas em volta”.
Assista:
Fonte:gospelprime

Contra o Estado-Providência

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Por Gary North
“Porque, quando ainda estávamos convosco, isto vos mandamos: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia; a esses tais, porém, ordenamos e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão”. (II Tessalonicenses 3.10-12)

Paulo admoestou que a igreja na Tessalônica estabelecesse a seguinte regra para os membros: se alguém não quer trabalhar, também não coma.

Desde o princípio da igreja, os pobres pediam e recebiam assistência da igreja. O ofício do diácono foi explicitamente criado para cuidar das viúvas que não tinham meios de sustento (At 6.1-4). Mas, desde o princípio também, Paulo estabeleceu regras rigorosas sobre quem tinha permissão para ser sustentado pela igreja local e quem não tinha. Ele disse que nenhuma viúva com menos de 60 anos deveria ser sustentada. Ele também disse que nenhuma viúva que havia sido casada mais de uma vez deveria ser sustentada (I Tm 5.3-4). Ele disse que alguém que não sustenta um membro de sua própria família é pior do que um infiel (I Tm 5.8). Todas essas admoestações reconheciam a verdade de uma lei econômica fundamental: a preço zero, existe maior demanda do que oferta. Se a igreja sustentar qualquer um que pedir, a igreja rapidamente terá empobrecido.

Paulo disse que há limites para a possibilidade de ser economicamente sustentado pela Igreja. Ele diz que quem não trabalha não deve comer à custa da igreja. Não devemos entender com isso que todos que são tetraplégicos e, portanto, não podem trabalhar, devem passar fome. O contexto de suas palavras deixa claro que ele está falando de pessoas fisicamente aptas. Podem não ser capazes de ganhar uma renda de classe média, mas podem ganhar o suficiente para se sustentar. São pessoas fisicamente capazes de ganhar a vida. A obrigação é essa: “trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão”.

Paulo também escreveu que se uma pessoa possui alimento e vestuário, ela tem tudo o que realmente precisa (I Tm 6.7-8). É agradável ter mais, mas não é garantido por qualquer pessoa ou instituição. Deus não garante. Devemos nos contentar com o básico da vida. Se o que temos é suficiente para sustentar nossas vidas, não devemos sair procurando ser sustentado por outros.

A admoestação com respeito a quem é apto para ser financeiramente sustentado pela igreja se opõe a política moderna de governo. Desde a primeira legislação estabelecendo o imposto de renda progressivo nas primeiras décadas do século XX, governos civis têm extraído impostos dos habitantes para transferir aos pobres. É claro que empregados do governo civil de classe média também tem extraído uma enorme porção dessa riqueza para a administração e manuseio. Mas governos civis chegam nas casas dos ricos, em nome dos pobres, para exigir que os ricos renunciem uma parte de sua renda para que o dinheiro possa ser usado para sustentar os pobres.

Não há nada na Lei Mosaica que autorizaria tal transferência de riqueza pela coação do estado. Também não há nada no Novo Testamento que autorize. Esta passagem deixa claro que Paulo era contra um observador do pacto pedir para ser financeiramente sustentado por outro observador do pacto, se o primeiro é capaz de ganhar a vida. Se é errado alguém saudável ser financeiramente sustentado pela igreja quando ele tem condições de trabalhar, então sob que base bíblica possível qualquer pessoa pode defender o uso coercivo do governo civil para extrair riquezas de um grupo de cidadãos e transferir para outro, quando os receptores são capazes de trabalhar? Nenhum.

O estado-providência moderno foi criado em nome dos pobres. Recebeu o apoio dos defensores do Evangelho Social. O Evangelho Social promove políticas de grupos de interesse especiais que usam o poder da urna para forçar mudanças políticas. A mudança política que o Evangelho Social recomenda é que o poder coercivo do estado seja usado para redistribuir renda. É por isso que os defensores do Evangelho Social ficam chocados com o que Paulo escreve nesta passagem. Eles tentam reinterpretar suas palavras. Ou dizem que suas palavras não são mais válidas.

Não há escapatória para as palavras claras desta passagem. Se alguém não trabalha, também não coma, o que significa que não comerá à custa da igreja. Uma pessoa que não trabalha, mas é capaz de trabalhar, não tem direito moral ou legal de ser sustentado pela igreja. Mas se ele não tem direito legal em relação a igreja, uma instituição voluntária, sob que base legal qualquer pessoa pode apelar para a Bíblia para justificar a existência de um direito legal sobre a renda tomada a força por pagadores de imposto? Nenhuma.

Se Deus quisesse que o Estado-Providência intervisse para ajudar aqueles que são capazes de trabalhar, mas se recusam a trabalhar, então porque Ele amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão? Por que ele deliberadamente forçou os homens a trabalharem para comer (Gn 3.17-19)? Se Deus fez isso com Adão, com que legítima base bíblica qualquer pessoa pode sustentar que o Estado-Providência moderno é justificável pela Bíblia? Por que ele impôs a maldição sobre a terra, se Sua verdadeira intenção era criar uma economia em que o governo civil extrairia riquezas dos ricos para dar aos pobres?

A admoestação de Paulo protege a igreja de oportunistas e intrometidos. Líderes da igreja devem aprender a reconhecer vigaristas que aparecem em nome da pobreza para pedir apoio. Eleitores devem fazer o mesmo.

Fonte: Ethics and Dominion: An Ecomomical Commentary on the Epistles
Tradução: Frank Brito
Via: Monergismo
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pastor pede que Dilma respeite os evangélicos: “Não somos gado”


Geremias do Couto criticou falta de propósito em reunião de cantoras com a presidente
por Jarbas Aragão

Pastor pede que Dilma respeite os evangélicos: “Não somos gado”Pastor pede que Dilma respeite os evangélicos: "Não somos gado"
A polêmica sobre a participação de 16 cantoras e pastoras numa reunião de oração com a presidente continua.  Geremias do Couto também comentou o assunto em seu blog. Num post intitulado “Não somos gado, Dilma Rousseff”. Além de ser pastor pela Assembleia de Deus também é, escritor, jornalista e conferencista. O tom de seu texto é pastoral, sem ignorar as questões politicas envolvidas no culto de oração realizado no Palácio do Planalto.
O pastor lembra que Dilma tem aberto seu gabinete para ouvir diversos grupos numa clara tentativa de minimizar os protestos que tomaram as ruas do país pedindo mais transparência por parte do governo.
O ponto de discórdia, segundo ele, é quando uma pessoa ou grupo de pessoas passa a ser identificado como “representante dos evangélicos”. Afinal “não temos nenhuma voz institucional com procuração para falar em nosso nome. Cada grupo fala, no máximo, representando o próprio grupo. Somos diversificados e as nossas lideranças não são ainda capazes de estar unidas em questões dessa monta”, argumenta.
A expectativa de Geremias, como certamente a da maioria dos lideres evangélicos, é que se aproveitasse a oportunidade para o que chamou de “exercício da voz profética”. Ou seja, segundo as informações da imprensa, o que ocorreu lá foram músicas, orações e palavras de apoio à Dilma. Segundo se sabe, não havia uma agenda, foi meramente uma visita amigável.
Na mesma linha de Silas Malafaia, concordou que se aproveitasse a oportunidade para a oração, mas Geremias parece se identificar mais com Marco Feliciano, pois classificou como “negligência” o fato de as cantoras e pastoras não quiseram “discutir uma pauta definida que contemple os anseios da população e confronte os erros do governante com suas medidas injustas, opressivas e destruidoras dos valores que sustentam a sociedade”.
Por isso, classificou o evento como “uma estratégia eleitoral para engabelar os cristãos”, mas o pastor não acredita que a presidente deve olhar para os evangélicos como “mero curral eleitoral”, mas sim como “voz profética que tem muito a oferecer para a construção de um país mais justo e mais próspero”.
Ele lamentou a oportunidade perdida e lembrou que no passado muitos evangélicos que eram homens públicos fizeram grande diferença na sociedade em seu tempo, como Abraham Kuyper (primeiro-ministro holandês), William Wilberforce (político que conseguiu proibir a escravidão no Reino Unido) e, no Brasil, o caso de Guaracy Silveira.
A frustração do pastor Geremias, exposta em suas palavras, parece ser a mesma de muitos pastores que mostraram sobretudo nas redes sociais que gostariam que algo de concreto tivesse saído dessa reunião e não apenas uma sucessão de afagos mútuos entre lideres políticos e lideres religiosos.
Fonte:gospelprime

WILLIAM HENDRIKSEN: O GIGANTE DO NOVO TESTAMENTO

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Escrito por: William Hendriksen 
William Hendriksen

Uma palavra comemorativa sobre William Hendriksen com o objetivo de prestar reconhecimento aos seus prodigiosos escritos e profundo compromisso cristão é uma resposta natural de um editor agradecido. É especialmente apropriado, no entanto, que estes comentários apareceram numa edição de Mais do que Vencedores.
O editor Herman Baker apresentou ao autor a primeira edição de Mais do que Vencedores em julho de 1939. O livro tem estado à venda desde então e encontra-se agora em sua 25ª edição. Sua longa vida faz paralelo à prolífera carreira de escritor de William Hendriksen.
Quarenta e dois anos mais tarde, William Hendriksen, com 81 anos de idade, escrevia ainda tão intensa e produtivamente como sempre — até pouco antes de sua morte em janeiro de 1982. Ele estava progredindo bem com sua próxima obra, um comentário sobre 1 Coríntios, havendo já concluído a introdução e o primeiro capítulo.
A vibração das palavras “Mais do que Vencedores” refletia a firme posse, por parte de William Hendriksen, de uma fé bíblica triunfante. A versão plena da vitória do apóstolo grita em Romanos 8 — “…somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou” — fazendo eco aos esforços tenazes de William Hendriksen para interpretar a Palavra de Deus com clareza, riqueza e compreensibilidade. Por ocasião de sua morte é adequado ver uma edição de Mais do que Vencedores como um ponto central de um tributo floral colocado sobre seu esquife.
A extensa distribuição de Mais do que Vencedores é evidência do alto e consistente respeito prestado a William Hendriksen como eminente e confiável acadêmico do Novo Testamento. O Dr. Hendriksen ganhou a maior parte de sua proeminência em razão de seus comentários. Ele iniciou a série Comentário do Novo Testamento em 1952, com o primeiro volume sobre o Evangelho de João e só bem mais tarde (1981) completou o Livro de Romanos. À medida que cada volume era publicado, os acadêmicos o endossavam com entusiasmo. Algumas declarações típicas feitas em resenhas foram:
Os volumes do C.N.T. (Comentários do Novo Testamento) são empolgantes pelo seu estilo, linguagem e exposição.
…estilo conciso, linguagem clara e exposição conservadora.
…demonstram sua infatigável energia, sua erudição perspicaz e seu ardente desejo pelo entendimento apropriado da revelação bíblica da soberana graça de Deus em Jesus Cristo como entendida pela tradição reformada.
Outra característica notável dos comentários de Hendriksen é que ele tem o cuidado de estudar completamente os diferentes pontos de vista antes de tirar sua conclusão.
…exegese cuidadosa…
…reflete familiaridade com a gramática e a sintaxe…
…consciência da literatura acadêmica…
…comentários exegéticos maduros.
O domínio das línguas que o Dr. Hendriksen possuía era o maior fator de sua incisiva exposição. Era fluente em hebraico assim como em grego (o que é raro entre os estudiosos do Novo Testamento) e podia ler em vinte idiomas. Aprendeu o espanhol depois de aposentar-se do pastorado. Suas próprias traduções do grego aparecem em cada um dos seus comentários, e sua familiaridade com as literaturas teológicas alemã e holandesa adiciona fôlego às suas exposições.
Sua competência lingüística foi o que o levou a envolver-se como consultor e tradutor na preparação da New International Version da Bíblia. Durante as sessões editoriais da NIV, o Dr. Hendriksen se tornou amigo próximo do Dr. Edwin H. Palmer, cuja grande admiração pelo Dr. Hendriksen foi publicada num número de The Banner, em 1976, a revista da Christian Reformed Church, denominação a que o Dr. Hendriksen servia. O Dr. Palmer parece ter por certo que o Dr. William Hendriksen seria um honrado profeta “na sua própria terra”. O tributo intitulado “New Testament Giant” [Gigante do Novo Testamento] começa:
Enquanto o Dr. William Hendriksen está ainda vigoroso e disposto, quero chamar a atenção dos leitores de The Banner para esse gigante do Novo Testamento… A primeira coisa que me vem à mente quando penso no Dr. Hendriksen são os seus comentários do Novo Testamento. Não conheço comentários mais precisos em língua inglesa. São tão excelentes que cada Igreja deveria comprar uma coleção completa para seu pastor, se ele já não tiver uma.
O Dr. Palmer continuou, resumindo as características dos comentários e afirmando que eles:
assumem que a Bíblia é a Palavra inerrante e totalmente autorizada de Deus
pressupõem a fé reformada
têm conteúdo sem ser pedante
são bem-organizados
exibem uma salutar piedade emocional.
Os comentários de versículo por versículo a tal compasso firme, alguns dos quais ocupando mais de mil páginas, revelam a motivação da vontade e a autodisciplina do Dr. Hendriksen.
Essas características emergem em parte da estrutura de sua família de origem. A tendência perfeccionista de William teve como modelo o seu pai, que era carpinteiro por profissão (e um excelente), mas que também apresentava uma natureza criativa como entalhador. William Hendriksen lembrava-se de seu pai produzindo belas gravuras entalhadas: “trabalhava nelas por semanas, mesmo por meses. Quando estavam terminadas, ele as doava a alguém”. Até onde ele sabia, seu pai jamais havia aceitado pagamento por qualquer delas.
A inclinação de William pelo trabalho duro também veio por influência do meio. Descendente de resistentes imigrantes, como 10 anos de idade ele veio com sua família, da Holanda, para se estabelecer em Kalamazoo, Michigan. Os sonhos de prosperidade da família, pelo fresco reinício na América, foi ilusório — a família era grande (William era o mais novo de oito irmãos) e o país foi tomado pela depressão econômica. Esperava-se dos filhos mais velhos que trabalhassem pela sobrevivência econômica da família. O sustento provido pelo pai de William era tão precariamente pequeno que, às vezes, o mestre carpinteiro não tinha outro recurso senão aplicar suas habilidades no conserto de itens como relógios e máquinas de costura.
William teve sua participação para ajudar no sustento da família. Depois de aprovado no oitavo ano escolar, ele freqüentou por breve período uma nova escola de segundo grau, que foi fechada alguns meses depois que as aulas se iniciaram, no verão. William foi trabalhar, encontrando empregos onde fosse possível. Começou como mascate, e, depois, numa companhia de impressão em folhas de ouro, numa loja de consertos de radiadores, numa loja de mantimentos, como gerente, e numa fábrica de artigos de papelaria.
O desejo de se tornar um ministro do evangelho veio cedo para William — mesmo antes de sua família ter emigrado da Holanda. Por toda a vida, o Dr. Hendriksen acreditou que, quando ainda tinha 5 ou 6 anos, havia plantado no seu coração a decisão de se tornar um ministro.
A História do amor de Deus pelos pecadores, e da cruz de Cristo, contada por excelentes professores de escola dominical, e, é claro, por meus pais, impressionaram-me profundamente. Eu queria que todos soubessem disso. Eu amava nosso ministro. Assim, eu era plenamente sincero no desejo de me tornar um pregador.
A intensidade desses sentimentos pelo ministério jamais se apagou do coração de William. Seu pai, entretanto, não encorajou os sonhos de seu filho caçula. Isso é de surpreender, pois ambos, sua mãe (que morreu quando William tinha 16 anos) e seu pai, ensinaram seus filhos a amar o evangelho. Sobretudo, a vida de seus pais era exemplo de amoroso serviço assim como criam numa doutrina cristã correta. O lar era hospitaleiro, e de modo muito pessoal, seus pais freqüentemente ajudavam pessoas em suas necessidades. Quando adolescente, William manteve esta conversa com seu pai:
“Eu ainda planejo estudar para o ministério”. A resposta de seu pai foi curta e incisiva: “Daar kamp toch niks van” [Nada surgirá disso].
Não obstante, William perseguiu seu alvo de preparar-se para o ministério. Trabalhando durante o dia, à noite ele estudava, inscrito num curso por correspondência, o Carnegie College, que cobria os dois primeiros anos do segundo grau. William completou o curso em apenas nove meses. Com 18 anos, ele aceitou uma indicação para ensinar, por um semestre, para alunas do quarto ano de uma escola de Roseland, Chicago. Em janeiro, ele iniciou seu segundo período como professor — uma classe de oitavo ano numa escola próxima a Hospers, Iowa. Continuou sua educação por correspondência (numa escola aprovada pelo estado) a fim de qualificar-se para uma certificação permanente no ensino. Dessa fase da educação do jovem Hendriksen, o Dr. Edwin Palmer relata que William estudava para esses cursos, no inverno,
…vestindo um sobretudo, num quarto alugado e sem aquecimento. Essa autodisciplina continuou até depois que se aposentou, quando mantinha uma agenda regular de trabalho, iniciando o dia às cinco horas da manhã.
Com a idade de 20 anos, William Hendriksen foi aceito pelo Calvin College, onde se deliciou com as áreas de Ciências — especialmente Química — juntamente com os cursos de bacharel em Artes, em Línguas e História. Um professor de Ciências da faculdade procurou seduzir William a aceitar a posição de seu assistente num curso de Química Orgânica, advertindo-o contra a carreira de ministro por causa da sua voz fraca. Ensinar na faculdade era tentador, mas William declinou da oferta e se matriculou no Calvin Seminary. Completado o treinamento no seminário, em 1927, William Hendriksen pastoreou grandes congregações em Michigan pelos dezesseis anos seguintes. Utilizou o tempo, também, para cursar programas de estudos avançados, recebendo o grau de mestre em teologia do Calvin Seminary e o de doutor pelo Princeton Seminary. Em 1943, ele se tornou professor de Novo Testamento no Calvin Theological Seminary, permanecendo nove anos nesse cargo. O Dr. Hendriksen, então, reassumiu o ministério pastoral, em que esteve até a sua aposentadoria, aos 65 anos de idade.
William Hendriksen foi casado por 35 anos com Rena Baker, falecida em 1960. Foram pais de três filhos. Em 1961 ele se casou de novo. Pelo resto de sua vida, ele e sua segunda esposa, Reta, trabalharam juntos no ministério de escrever os comentários.
Reta foi uma esposa amorosa e leal, e sua proficiência como assistente na datilografia e na editoração foi altamente valorizada pelo Dr. Hendriksen:
Pode-se bem imaginar o que essa qualificação significa para mim em meu trabalho como autor. Eu jamais teria completado metade do que fiz sem a constante ajuda de Reta… Capacidade, simpatia, calor humano e sabedoria — tudo isso se achava nela em muito alto grau.
William Hendriksen perseverou em seu caminho ativamente até os meses finais de sua vida, quando uma última cirurgia drenou muito de sua força. A. A. Koning concluiu sua homenagem com estas palavras:
Mesmo quando sua última enfermidade começou a tomar conta, ele recebeu um pedido, vindo da Inglaterra, para fazer palestras. Teve, porém, que recusar o convite, pois queria terminar seus escritos. Agora ele não está mais vendo obscuramente, como em espelho, mas vendo face a face.
Através dos diversos estágios de sua carreira — quer pastoreando, ensinando ou escrevendo —, William Hendriksen permaneceu, num sentido bem profundo, um educador. Parte do gênio de seu trabalho foi sua habilidade singular de revestir sua autoridade acadêmica de simplicidade e de calor tais que aclararam e inspiraram estudantes da Palavra de Deus, tanto avançados quanto iniciantes.
Fonte: William Hendriksen, Mais do que Vencedores. Editora Cultura Cristã. Páginas 07-13.


William Hendriksen
William Hendriksen (1900-1982), Th.D. (Princeton Theological Seminary), por dez anos foi professor de Novo Testamento no Calvin Seminary. Iniciou a sua série de comentários em 1953. Desde a sua morte, em 1982, seu trabalho foi continuado pelo Dr. Simon Kistmaker, professor do Novo Testamento no Reformed Theological Seminary.
 Fonte:Monergismo

O cálice sem mistura da ira de Deus – D. A. Carson [O Deus Presente 13/14]

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Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. (Ap 14.9-10)
O que significa beber o vinha da cólera de Deus, preparado sem mistura? Don Carson comenta a passagem e nos lembra de quão terrível será o sofrimento no inferno.

Transcrição

A ira de Deus derramada em força total?
A figura é retirada das práticas de beber vinho no mundo antigo. Quando você produz vinho, ele vem em cerca de 16 graus GL, isto é, cerca de 15% de álcool. Pode variar um pouco. Mas não é um produto destilado, onde você pode controlar o teor alcoólico, é um processo de fermentação, então depende do açúcar, da temperatura, do tipo de barril, etc., mas é cerca de 16 graus GL. 15 % de álcool.
Mas no mundo antigo, era muito comum diluir o vinho na água mais ou menos uma parte para dez; uma parte de vinho para dez de água; e três para uma. Então a maioria dos vinhos de mesa que as pessoas bebiam no mundo antigo eram diluídos.
Essa figura está dizendo: “Este agora é o vinho da ira de Deus derramado em força total” Toda manifestação da ira de Deus que você já viu até agora… o exílio, por exemplo, pragas no Antigo Testamento, doenças, guerras, todas essas coisas que você viu como horríveis manifestações da ira de Deus, preste atenção, diz o autor, essa era a forma diluída. Agora sim a ira de Deus é derramada com força total.
Diferentes figuras são usadas: Fogo, enxofre… “Na presença dos anjos e do Cordeiro” não significa que os anjos e o Cordeiro estão sentados lá rindo e dizendo: “Eu te falei!”. Significa que há consciência suficiente nestas pessoas dos anjos e do Cordeiro aos quais elas nunca mais poderão ter acesso, e isso é parte do tormento; não há saída. E a fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos.
Por Don Carson. Copyright The Gospel Coalition, Inc. Original: The God Who is There: Part 13.  The God Who Is Very Angry
Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. Ministério Fiel © Todos os direitos reservados. Original: O cálice sem mistura da ira de Deus – D. A. Carson [O Deus Presente 13/14]

Quem decide o estilo de música da sua igreja? Jovens ou Idosos?

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Tenho uma pergunta para você: Quem decide o estilo de música da sua igreja? Os jovens ou os mais velhos?
Tenho visto em muitas igrejas que quem decide isso normalmente é o “grupo de louvor”, normalmente composto por ─ sim, você adivinhou ─ jovens. E, boa parte das vezes, eles decidem o estilo de música sem considerar que a igreja possui pessoas mais velhas, que ainda gostam dos hinos que são tão preciosos a fé deles. O problema pode ser tão agudo, que pode acabar dividindo a igreja. É o que Nathan Finn relata, por experiência própria, em seu artigo “Respeitando Nossos Anciãos“:
Eu fui membro de uma igreja que estava pensando sobre uma transição em seu estilo de louvor. Enquanto aquela discussão estava acontecendo, uma banda de louvor visitante liderou a nossa adoração coletiva em um domingo. O vocalista, que tinha seus vinte e poucos anos disse a todos os “velhos” que Deus não queria mais os hinos porque já estavam fora de moda. Ao menos uma família saiu do culto ofendida pela arrogância desse jovem. Quando a igreja considerou as mudanças musicais propostas nas semanas seguintes, a votação foi 150 a 150. Os comentários desrespeitosos do líder visitante foram o fator decisivo para dividir a igreja ao meio.
Isso tem a ver com a “cultura fascinada pela juventude” que falamos no artigo anterior. Como se tudo o que fosse novo, fosse melhor. Daí, segue que a música moderna é melhor que a antiga. Isso não é necessariamente sempre verdade, principalmente quando olhamos para as letras dos hinos em comparação com as músicas de hoje, aquela que chamam erroneamente de “gospel” (que na verdade é um estilo musical da chamada “igreja negra” dos EUA – algo mais ou menos assim). Voltando, o problema do “mais novo, melhor” é que o contrário é: “mais velho, pior”, o que logo vira “mais velho, desprezível”; e assim vemos tantos jovens desprezando os anciãos. Contudo, a Bíblia ordena o inverso:
O respeito aos mais velhos começa pelos pais. No quinto mandamento, o Senhor ordenou ao seu povo: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”. (Êxodo 20:12). Esse tema é enfatizado em todo o Antigo Testamento. Provérbios 23:22 ecoa o quinto mandamento: “Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer”. Duras consequências foram reservadas para os filhos que não respeitam seus pais. O Pentateuco dizia que os filhos que desonravam intencionalmente seus pais deviam ser apedrejados (Levítico 20:9; Deuteronômio 21:18-21). Os Provérbios concordam que os filhos desrespeitosos são merecedores de morte (Provérbios 20:20; 30:17). [...] Os cristãos reformados reconhecem que consequências boas e necessárias sempre surgem de determinados mandamentos bíblicos. O mandamento de honrar pai e mãe, quando aplicado de uma forma mais ampla, significa que também devemos respeitar todos os indivíduos que exercem uma autoridade ordenada por Deus sobre nós.
Quero convidá-lo a pensar como você tem tratado os mais idosos em sua igreja (e eu não estou falando em só cumprimentá-los no culto de domingo) e ler o artigo de Nathan Finn:
2013_TBT_03_March_200x1000Dr. Nathan A. Finn é professor associado de teologia histórica e estudos batistas no Southeastern Baptist Theological Seminary em Wake Forest, N.C. Ele escreve regularmente em seu site www.nathanfinn.com
Por Nathan A. Finn. Extraído do site www.ligonier.org. © 2013 Ligonier Ministries. Original: Respecting Our Elders.
Este artigo faz parte da edição de Março de 2013 da revista Tabletalk sobre “Uma Cultura Fascinada pela Juventude”.
Tradução: Isabela Siqueira. Revisão: Renata Espírito Santo – © Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: www.MinisterioFiel.com.br. Original: Quem decide o estilo de música da sua igreja? Jovens ou Idosos? e Respeitando Nossos Anciãos

A Igreja segue caminhando

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Por: Ronaldo Lidório

Há, sem dúvida, abundantes motivos de preocupação com a Igreja em nossos dias. Em solo brasileiro, o mercantilismo da fé invadiu púlpitos, livros e corações. A prosperidade material, em lugar da santidade e serviço cristão, se tornou o sonho de vida vendido nas prédicas diárias. Os títulos hierárquicos da fé são criados na busca por autoridade e destaque de egos enquanto -- talvez seja o pior -- a Palavra é manipulada para fins pessoais e, não raramente, ilícitos.

Não discordo das vozes de preocupação ou das lágrimas de angústia por uma Igreja que tem se encantado com as luzes deste mundo, perdeu a simplicidade cristã e, em muitos casos, se conformou com o presente século, aplaudindo-o de pé.

Porém, vejo que, apesar de vivermos dias maus, há motivos de tremenda alegria e regozijo no Senhor, pois sua Igreja segue caminhando. E observar o cuidado do Senhor ao preservar o caminhar da Igreja -- mesmo ao transitar por ruas esburacadas e esquinas escuras -- é terapêutico para a alma e estimulante para a fé.

Nos últimos tempos, encantei-me com várias destas pessoas que fazem parte da Igreja “caminhante”. Lembro-me daquele pastor assembleiano que encontrei no Rio de Janeiro que, encarecidamente, pedia ajuda para subir o morro do Alemão, visto que andava de muleta por ter levado um tiro na última vez que o fez. Desejava subir novamente o morro para pregar a Palavra de Deus. Recordo-me com cores vivas também daquele mecânico de Brasília, tomado pela alegria da conversão após trinta anos de sofrimento nas drogas, e que agora não conseguia completar uma frase sequer sem falar de Jesus. Também o Sr. João, leigo e semianalfabeto, que se embrenhou nas matas amazônicas para pregar a Palavra e evangelizar -- sozinho -- seis aldeias indígenas, sem preparo, sustento ou reconhecimento, mas por amor ao Cristo vivo. Não poderia me esquecer de nossos teólogos que andam na contramão das tendências da época e, mesmo debaixo de críticas e risos, não deixam de nos apontar o caminho da Palavra e da fé. E o que mais poderíamos falar dos pastores e líderes com cabeças já embranquecidas que, após uma vida inteira de fidelidade ao Senhor e à sua Igreja, nos inspiram a seguir o mesmo caminho? E aqueles que gastam a vida, economias e forças para dar voz e uma mão amiga aos caídos à beira do caminho? É também formidável perceber que, a cada semana, em solo brasileiro, milhões se apinham em templos das mais variadas espécies para praticar a comunhão e, com sede de Deus, buscá-lo enquanto se pode achar.

Dentre as maravilhas de Deus em manter a sua Igreja viva em meio a um mundo cujas cores são fortes e atraentes, penso em três fatos que, apesar de simples, são para mim emblemáticos.

Em primeiro lugar, após ter voltado da África para o Brasil, e por estar aqui desde 2001, percebo por onde passo a presença de verdadeiras testemunhas do Senhor Jesus. Homens, mulheres, crianças e idosos que não param de falar de Cristo, distribuir panfletos com mensagens bíblicas, realizar encontros nas praças e seguir de casa em casa; pessoas que são impulsionadas a falar de Jesus a partir do que têm experimentado em suas próprias vidas -- sincera transformação. Não há um lugar que passo que não tenha uma marca -- mesmo que simples, ou às vezes até fora de contexto -- da determinação de se falar daquele que fez algo novo e maravilhoso em nossa vida. Jesus está no coração da Igreja e, frequentemente, também em seus lábios.

Em segundo lugar, recebi um pacote de cartinhas de crianças da escola dominical de uma igreja no interior de Minas. Várias delas afirmavam estar orando por nós -- missionários -- para que não nos desviássemos do nosso chamado. Naquela manhã pensei: fazemos parte de um Corpo que possui crianças que oram, escrevem suas orações e, ainda, nos exortam a não nos esquecermos do sentido da nossa vida!

Por fim, o amor à Palavra. Muitos crentes a buscam, separam tempo para estudá-la, ouvi-la e comunicá-la. Em muitos cultos o momento mais sublime é o momento da Palavra. Olhos se concentram, pessoas se ajeitam nos bancos. A Bíblia é segurada com interesse enquanto canetas anotam explicações e aplicações em caderninhos ou papéis improvisados. Há algo diferente quando “ela” é aberta.

Sim, a franca evangelização, crianças que oram e o amor à Palavra não minimizam o quadro agonizante de uma Igreja que precisa de urgente e franca reforma de vida. Mas são alguns, dentre muitos outros, sinais de que esta Igreja segue caminhando, e o fará até o dia final quando seremos chamados -- os que dormem e aqueles que vivem -- para ouvirmos a doce voz do Senhor: “servo bom e fiel”...

O reverendo Francisco Leonardo Schalkwijk, ao impetrar a bênção ao fim de cada culto, sutilmente adiciona uma frase que nos lembra a diferença entre aqueles que se chamam Igreja e aqueles que o são: “Que a graça do nosso Senhor e Salvador seja com toda a Igreja “que sinceramente ama o Senhor Jesus”, agora e para todo o sempre, amém”. Para ele há na igreja aqueles que são de fato Igreja -- amam sinceramente a Cristo -- e aqueles que frequentam cultos, reuniões e púlpitos. Escutei a mesma verdade da boca de um indígena crente em Cristo, da etnia Ixkariana do Amazonas quando afirmou que “ser cristão é conhecer a Jesus, amá-lo, viver como ele e falar dele”.

Como muitos outros, fui criado em um lar evangélico e nasci ouvindo hinos cristãos clássicos. Um deles dizia: “Nas lutas e nas provas a Igreja segue caminhando...” e, após as estrofes que falam da luta contra o pecado, o diabo e o mundo, o hino encerra como atestando o inimaginável: “a Igreja sempre caminhando”.

Nos encontros evangélicos internacionais o Brasil é sempre citado, e quase sempre de forma emblemática e entre frases estereotipadas. Alguns afirmam o grande avivamento que por aqui ocorre, a semelhança de outros poucos países do mundo onde o número de evangélicos cresce tão rapidamente. Outros denunciam as teologias oportunistas e exploratórias que são usadas em nosso meio para falsificar a presença e a atuação de Cristo. Não raramente alguém me pergunta, como brasileiro, o que acho. A resposta sai quase de forma automática: somos tudo isso e muito mais. Em meio a este emaranhado de iniciativas, das mais sinceras às mais questionáveis, cria-se um ambiente fluido e confuso para nós. Porém, devemos lembrar que o Senhor não vê como vê o homem. Aquele que separa o joio do trigo conhece a sua Igreja, a ama e a sustenta.

Proponho um exercício espiritual enquanto caminhamos.

- Preocupar-nos um pouco menos com as loucuras feitas em nome de Cristo e um pouco mais com o nosso próprio coração, para que não venhamos a ser desqualificados.

- Olharmos mais para os desejos do Senhor sabendo que, para isto, precisaremos quase sempre estar na contramão do mundo.

- Observarmos a beleza da presença transformadora de Cristo em sua Igreja e tantos motivos de alegria, em tantas vidas verdadeiramente transformadas, e não somente os fartos motivos de agonia e indignação.

- Para cada palavra de crítica à Igreja -- autocrítica, se assim quiser -- termos uma palavra ou duas de encorajamento, para nosso irmão ao lado e para nosso próprio coração.

- Ouvirmos com zelo e temor os profetas que nos denunciam o erro, bem como os pastores que nos encorajam a caminhar.

- Não perdermos de vista Jesus Cristo, Cordeiro de Deus e vivo entre nós, para que a tristeza advinda da Igreja não nos impeça de experimentar a alegria do Senhor.

Louvado seja o Senhor Jesus Cristo por ser ele, com sua autoridade e amor, e não nós, em nossa fraqueza e desamor, que faz com que a Igreja -- que a ele pertence -- siga caminhando.


• Ronaldo Lidório é missionário presbiteriano ligado à APMT e à Missão AMEM, entre os indígenas da Amazônia.
Fonte: [ Ultimato ]

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O pecado socialmente aceitável

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Por Jason Todd


Muitos cristãos hoje gostam de dizer que todos os pecados são “iguais” aos olhos de Deus, que não há uma escala de pecados menores ou piores, que uma mentirinha ou um homicídios são ambos o suficiente para que Cristo precisasse morrer na cruz. Todos dizemos isso na teoria, mas na prática, sabemos que uma mentirinha branca não vai te tirar da liderança da igreja. E um homicídio provavelmente vai.

Na prática, há alguns pecados que são socialmente aceitáveis, mesmo na igreja. Há um pecado em particular que tem permeado nossa sociedade e nossas igrejas tão silenciosamente que nós raramente prestamos atenção, que é a busca constante por mais, por além do que é suficiente. Ou, usando uma palavra mais feia, o que nós chamamos de glutonaria.

Quando eu penso sobre glutonaria, eu penso em meu desejo de devorar uma dúzia de rosquinhas, ajudando a descer com um copo de achocolatado. Ou talvez minha tendência de alimentar meu estômago com salgadinhos quando já nem estou mais com fome. Muitos de nós podem olhar para o pecado da glutonaria e pensar “não é bem com isso que eu luto” ou “que mal há nisso?”. Afinal, a maioria das congregações possuem pessoas que comem demais, e elas não são consideradas “menos espirituais” ou “relapsas” por isso.

Mas a glutonaria não é meramente um vício por comida. E se olharmos em sua definição e contexto originais, a glutonaria se torna muito mais próxima das nossas vidas do que gostaríamos de admitir.

Em sua forma mais básica, glutonaria é o vício da alma no excesso. Ela ocorre quando o gosto domina sobre a fome, quando o querer domina sobre o precisar. E em nossa sociedade, onde “crescer na vida” é o mais comum dos ideais, muitas vezes é difícil distinguir uma conquista merecida de um excesso indulgente. Nesse sentido, mesmo os mais atléticos e musculosos entre nós podem ser glutões. Qualquer um de nós pode ser.

Todo desejo por excesso provém de uma falta de satisfação. Eu não estou satisfeito com a minha porção – seja a porção no meu prato, no leito matrimonial ou na minha conta bancária. Por não estar satisfeito com minha porção, eu busco uma porção maior. Mas porque cada porção é uma parte finita de um todo finito, estou constantemente buscando um excesso que nunca poderá satisfazer.

Essa é a história de Gênesis 3. Qual foi o pecado do Jardim do Éden, se não um desejo por excesso? Adão e Eva receberam um paraíso para os olhos e para o paladar, em total ausência de qualquer vergonha, mas o que fazia do jardim um paraíso não era nada disso. Ali era um paraíso porque Deus andava na viração do dia com eles. Apesar disso, a queda de Adão e Eva ocorreu porque eles consideraram que mesmo isso não era suficiente. Eles não estavam contentes com sua porção no paraíso, e então foram em busca – com consequências desastrosas – de mais.

E como eles, somos seres vorazes. Incorporamos desejos sem fundo sempre à procura da próxima coisa atrativa. Nossos apetites são tão fortes quanto a morte, nos diz Provérbios 27.20. Estamos sempre indo em busca da próxima coisa que poderá satisfazer e aplacar nossa sede infinda. Essa inclinação sem fim é o que move a glutonaria. É o que propulsiona nossas almas sempre em direção ao excesso.

E mesmo assim, o desejo por “mais” não é inerentemente mau, mas é quase sempre mal direcionado. O que nós precisamos é de um apetite incansável pelo divino. Precisamos de uma santa voracidade. Nossas carentes almas podem se voltar e serem capturadas por uma bondade encontrada na presença do Deus todo glorioso. Há apenas uma fonte infinita de satisfação que pode satisfazer nossos desejos sem fim.

Uma pequena prova de Sua graça suprema é o suficiente para atrair um apetite há muito prisioneiro de porções menores. Se água roubada é doce, graça abundante é ainda mais doce.

E há um efeito colateral estranho: quanto mais bebemos do amor sem fim do Deus infinito, mais nossos gostos serão transformados. A essência da graça vai permear cada vez mais fundo as almas incansáveis dos mais carentes.

Na busca por porções menores, nosso paladar foi anestesiado. Nos tornamos dormentes para nossa fome real, nos enchendo com efemeridades. Mas quando voltamos à fonte, nossos sentidos são renovados.

O Salmo 34.8 nos desafia a enxergar a diferença: “Provai e vede que o SENHOR é bom”. Eu entendo que Paulo entendeu esse verso quando disse ao povo de Listra que Deus dá fartura e alegria para que nossos corações se convertam de coisas vãs e se voltem para a satisfação suprema em quem Deus é (Atos 14.15.17).

Consequentemente, se Deus ordenou que sua bondade seja vista e provada (e, implicitamente, ouvida, cheirada e tocada), isso tem, pelo menos, duas implicações diretas. Primeiro, isso significa que cada prazer e satisfação finitos tem o objetivo de nos apontar para o prazer e a satisfação infinitos em Deus. Minha admiração por um pôr-do-Sol não precisa, assim, parar no horizonte, mas deve continuar e subir em adoração e gratidão. Em segundo lugar, isso significa que se nosso desejo por “mais” for mal-direcionado, então certamente ele pode ser redirecionado na direção certa.

O desejo pelo excesso é pecaminoso? Depende de se a alma está buscando um excesso finito ou um excesso infinito. Será que nós sequer pensamos vorazmente em Deus? Nos regozijamos nas chances de gastar alguns minutos a mais em oração, afastados do mundo apenas para provar mais uma vez do divino? Quando foi a última vez que ficamos compenetrados por muito tempo nas páginas de uma Bíblia aberta por não conseguirmos parar de admirar o sabor doce como o mel das verdades antigas? Se a Bíblia é a história do único bem infinito, por que gastamos tanto de nossas vidas em banquetes tão menores que ela?

Nós cristãos domamos nosso deleite em Deus de tal forma que sequer imaginamos como seria viver sempre em busca dEle. Se satisfazer em Deus é algo tão distante para a maioria de nós quanto um estômago vazio. Por que não focamos nossas almas na única bondade que pode lidar com nossos desejos? Por que corremos atrás dos efêmeros sabores do dinheiro, da comida e do sexo?

Como disse George MacDonald, “certas vezes eu acordo e, eis, já esqueci”. Dormir é como um botão de reinício e minha fome muitas vezes é mal direcionada. Penso ter fome do que é finito, mas minha necessidade real é Deus. Para nos lembrarmos disso, precisamos provar profunda, constante e diariamente a bondade de Deus. Então voltemo-nos e regozijemo-nos corretamente.

Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com | Original aqui

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