Nova pesquisa mostra "pluralidade de experiências" das mulheres nas igrejas
por Jarbas Aragão
Infográfico: Estudo mostra que 75% das mulheres são felizes na igreja
As mulheres são a espinha dorsal de um número crescente de igrejas evangélicas. Elas são mais propensas que os homens a serem vistas nos bancos, servindo como voluntárias e professoras de diferentes grupos, incluindo na escola dominical. No entanto, o que elas pensam sobre ocupar esses papéis na igreja? Será que elas se sentem valorizadas? Elas estão satisfeitas com seu nível de envolvimento e oportunidades para liderar?
O fato é que as mulheres evangélicas de hoje em dia podem fazer nas suas igrejas quase tudo o que os “líderes” homens fazem. A pesquisa recém-divulgada do Grupo Barna, especializado em coletar dados junto aos cristãos evangélicos, tenta responder algumas das perguntas propostas acima.
O Instituto Barna de Pesquisas aponta em um novo estudo que apenas 24% das entrevistadas dizem que sua igreja não permite mulheres na equipe pastoral, enquanto 62% dizem que todas as funções pastorais estão disponíveis para as mulheres.
Quatro em cada cinco mulheres entrevistadas concordam que a sua igreja “valoriza a liderança de mulheres, tanto quanto a dos homens”. Mais de 70% disseram que estão “realizando um ministério significativo” em sua igreja, e 55% “espera que sua influência aumente”.
No entanto, mais de 30% das mulheres sentem-se “conformadas” com suas baixas expectativas em relação à igreja e 20% se sentem “subutilizadas”.
O dado mais intrigante é que quase 75% das mulheres entrevistadas acreditam que “podem e devem fazer mais para servir a Deus”.
O presidente do Grupo Barna, David Kinnaman, diz que este estudo ajuda a gerar um debate mais profundo sobre o papel das mulheres nas igrejas. Enquanto muitas mulheres estão satisfeitas com suas igrejas, um número crescente evita a igreja, disse ele.
“A pesquisa mostra que há uma enorme pluralidade de experiências para as mulheres nas igrejas de hoje, desde as que estão muito satisfeitas até as que acreditam que a igreja é um dos lugares menos agradáveis para elas estarem”, disse Kinnaman.
O estudo constituiu de uma série de perguntas feitas por telefone, com mulheres acima dos 18 anos que se identificaram como evangélicas e assistiram a pelo menos um culto em igreja cristã nos últimos meses. A margem de erro é estimada em +/- 4,1 pontos percentuais.
O portal Gospel Prime produziu um infográfico com os resultados da pesquisa. Também disponibilizamos um código para você copiar o infográfico em seu site ou blog.
Infográfico
Coloque esse infográfico em seu blog ou site, copie o código abaixo:
<p><ahref="http://noticias.gospelprime.com.br/infografico-estudo-mulheres-felizes-igrejas-evangelicas/"title="Infográfico sobre mulheres cristãs"/><imgsrc="http://noticias.gospelprime.com.br/files/2012/08/infografico-gospelprime-mulheres-felizes.jpg"width="640"height="2625"alt="Infográfico sobre mulheres cristãs"title="Infográfico sobre mulheres cristãs"/></a><br/> <span>Infográfico produzido por <ahref="http://www.gospelprime.com.br/"title="Gospel Prime">Gospel Prime</a></span> </p>
Você já reparou como as igrejas estão cheias de falsos convertidos? Qual a raiz deste problema? Mark Dever, em uma pregação chamada “Falsos Convertidos: O Suicídio da Igreja” (que iremos lançar completa em breve) analisa o caso. No vídeo anterior, vimos que falsos convertidos são frutos de um evangelho deturpado. Neste trecho, ele mostra como a falta de ortopraxia (a prática correta) pode gerar falsos convertidos. Dever afirma que é um erro apresentar uma igreja sem (1) santidade, (2) sofrimento e (3) amor. Uma igreja que é apresentada sem tais pontos é um lugar fácil para se ter falsos cristãos. Como Dever fiz:
[...] se você quer reunir muitos cristãos falsos em sua igreja, apenas diga a eles que há um dom gratuito que não requer nenhum sacrifício próprio, e que a dificuldade de carregar a cruz é apenas para aqueles super-santos que escolhem “extra-grande” quando pedem suas “refeições espirituais”. A verdade, contudo, é: sem cruz, sem coroa. Sem cruz, sem coroa. Jesus nos ensinou que neste mundo teríamos aflições. Ele disse àqueles que estavam considerando segui-lo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga.”
Conversão é uma das nove marcas ressaltadas por Mark Dever como importantes para a saúde da igreja. Se você quer estudar mais o assunto, recomendamos o livro de Mike McKinley, integrante do ministério 9Marks, sobre o assunto.
Eu Sou Mesmo Um Cristão? (Mike McKinley)
Você é realmente um cristão?
Você pode pensar que é um cristão, mas talvez não seja. O próprio Senhor Jesus disse que algumas pessoas fariam algumas coisas aparentemente “cristãs” em nome dEle, mas não o conheceriam verdadeiramente. Ou talvez voce saiba que não é um cristão e se pergunte o que significa realmente ser um cristão.
Certamente, há clareza na perspectiva de Deus. Ele não se confunde quanto a quem o conhece ou a quem não o conhece. Embora a nossa autoconsciência seja limitada, temos critérios bíblicos para ajudar-nos a avaliar se somos realmente seguidores de Cristo.
Transcrição
Observe sua vida e sua doutrina com cautela. Porque, amigos, se nossas igrejas são caracterizadas por um viver errado, isso pode ser tão condenável quanto ensino errado. Aqueles que ouvem o Evangelho também observam como vivemos.
Deixe-me compartilhar três erros comuns. De novo, conforme eu olho para o Novo Testamento, eu vi algo que ameaça a saúde espiritual congregação que atormentou a igreja primitiva, e penso que nos atormenta hoje também.
Número 1: É um erro apresentar uma igreja sem santidade.
Apresentar uma igreja sem santidade. A falta de santidade pode florescer em algumas igrejas conforme os pastores ignorantemente evitam ensinar sobre o pecado, temendo que isso enfraqueça a graça. Estou ansioso pela mensagem que Kevin DeYoung trará nesta conferência. A falta de santidade pode florescer numa igreja sem prestação de conta. Igrejas que são edificadas na base de uma cultura de individualismo e comprometimento para com a privacidade. Mas no Novo Testamento, está claro que a vida cristã é apresentada como sendo motivada por um amor a Deus que é contrário ao amor a este mundo.
Novamente, pregue em 1 João sobre este ponto. É muito útil. Ou Hebreus 12:14: Sem santidade, ninguém verá o Senhor. Amigos, quão tentador é para nós fazer outra coisa. Mas foi por isso que o Senhor nos deixou coisas como em Gálatas 5, as obras da carne e o fruto do Espírito, para tomar estas coisas e examinar nossas próprias vidas, e considerar ensinar a nossos membros o que significa viver como um cristão. Isso é, em última instância, o motivo de termos uma igreja local; para nos acordar do autoengano, quando seríamos confundidos. Se fôssemos deixados à nossa preguiça espiritual seríamos vencidos para sempre. Quão tentador é apresentar a igreja como apoiadora e tolerante com todos os pecados, mesmo aqueles que as pessoas não se arrependem a respeito. Mas a verdade é que há uma maravilhosa, bela e saudável liberdade na santidade. Conforme Deus nos dá o novo nascimento, seu Espírito nos ajuda a viver vidas que fomos, literalmente, feitos para viver.
Tivemos 5 testemunhos aqui somente hoje sobre como o Espírito Santo entrou e salvou tantas pessoas. E em cada uma dessas vidas, começando a refazê-los como eles foram criados para ser. Imagine não apenas um indivíduo, mas uma comunidade inteira na qual começamos a refletir o caráter de Deus cada vez mais, e nossa mudança cada vez mais profunda à sua semelhança. Você vê quão poderoso é este testemunho? Quão poderoso é o encorajamento em nossas próprias vidas. Então é um erro apresentar uma igreja sem santidade. Admitir o mundanismo.
Número 2: Também é um erro apresentar uma igreja sem sofrimento.
Uma igreja sem sofrimento. Esta é uma tentação para todos nós. Se dependesse de nós, todos evitaríamos a pobreza e a doença. E alguns dizem que evitar pobreza e doença são bons objetivos para nossas vidas e nossos trabalhos, mas não como objetivos finais. Tais objetivos são pequenos demais para o cristianismo bíblico. E se admitimos que estes são os nossos objetivos, e se é isso que ensinamos e pastoreamos praticamente em nossas EBDs, e nossas igrejas, então induziremos outros ao erro sobre aquilo do que Cristo nos salvou. Ele nos salva de falência e morte finais, isso é verdade. Mas não necessariamente do sofrimento neste mundo, de fato, o cristianismo verdadeiro nos chamará para o sofrimento.
C.J. estava falando disso mais cedo em 2 Coríntios 4, sobre alguns pregadores que estão morrendo. Você percebe que pregadores de saúde e prosperidade são falsos mestres? Precisamos ser claros nisso em nossa pregação! Também precisamos perguntar a nós mesmos: “Nós fazemos versões mais amenas da mesma coisa?” Na maneira pela qual apresentamos as coisas. Você pensa que uma igreja saudável é uma espécie de triunfalismo consciente em tudo, desde nossos sorrisos até nossa música? Tudo isso deve preencher a atmosfera de nossa reunião. Como Carl Trueman, em seu excelente artigo, há alguns anos trás, “O que cristãos tristes cantam?” E se eu chegar na igreja no domingo e acabo de ter uma briga terrível com minha esposa? Ou acabo de perder o emprego? Vejo que muitos dos salmos são lamentações. Não é que eu não tenha fé, não é que eu não creia em Deus, mas e se eu estou ferido?
Se os cultos que temos na igreja tivessem qualquer espaço para reflexão silenciosa e séria, aqueles de nós que comparecem todos os domingos que estão feridos, como podemos guiá-los à esperança? Ou os pressionamos dizendo que eles têm de ter felicidade imediata para ambientar-se quando entram pela porta?
Você tem pregado em 1 Pedro ultimamente? Eu amo esse livrinho. O capítulo 2 nos diz que Cristo sofreu deixando-lhe um exemplo e você deveria seguir seus passos. O capítulo 3 nos diz que é melhor sofrermos por fazer o bem do que o mal. Capítulo 4: Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas louve a Deus por carregar este nome. Os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.
Amigos, nós tivemos o privilégio de termos muitos não-cristãos em nossos cultos ao longo dos anos. Pude falar com muitos deles antes de partirem. Uma coisa que ouço às vezes é a apreciação deles por nossa igreja parecer abordar tópicos de maneira séria. Que nós queremos engajar com eles. E muito frequentemente eles sentem, e só estou contando coisas que eles me disseram, que em igrejas evangélicas é necessário fazer parte de um “clube feliz” para se aproximar. Ninguém os ouve seriamente e de maneira empática para saber o que estão sentindo. Penso que nossa igreja deve ter muito espaço para a alegria. Temos esperança em Jesus Cristo. Temos isso no contexto de ouvir onde as pessoas estão, e entendê-las e ministrar-lhes o Evangelho.
Então, será a vontade de Deus que todos nós soframos? Bem, se você quer reunir muitos cristãos falsos em sua igreja, apenas diga a eles que há um dom gratuito que não requer nenhum sacrifício próprio, e que a dificuldade de carregar a cruz é apenas para aqueles super-santos que escolhem “extra-grande” quando pedem suas “refeições espirituais”. A verdade, contudo, é: sem cruz, sem coroa. Sem cruz, sem coroa. Jesus nos ensinou que neste mundo teríamos aflições. Ele disse àqueles que estavam considerando segui-lo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga.”
Amigos, que maravilhosa realidade pode ser encontrada em nossas igrejas, que verdade e que bondade, quando francamente e realisticamente reconhecemos a queda e as trevas de nossos próprios corações, não apenas do mundo lá fora, mas de nossos próprios corações, e do mundo em que vivemos, e nos opomos a essas trevas com a força de Deus e em confiança.
Também temos de dizer que há um erro número 3:Apresentar uma igreja sem amor.
Uma igreja sem amor. Sabe o que quero dizer? Vamos dizer que você está buscando santidade. Você quer se comportar diferentemente do mundo de uma maneira piedosa. E você está tranquilo com o negócio do sofrimento. Você tranquilamente derrubou a ideia do determinismo. Você é são doutrinariamente, você é ortodoxo. Você tem uma disposição para sofrer. Mas, amigo, se amor não marca a igreja, então ela pode até atrair “espirituais por esporte”, pode atrair pessoas que gostam de teologia, que gostam de brincar com ideias religiosas, mas não se incomodam em amar a outros.
Frequentemente digo isso em nossa classe de novos membros, que visto que eu prego sermões de aproximadamente 1 hora em nossa igreja, e espero que seja curto assim hoje à noite, temos o tipo de igreja onde muitas vêm pessoas que leem livros dos puritanos, e pesados livros de teologia, leem John Piper, esse tipo de coisa o tempo todo. E tive a oportunidade, muitas vezes, de dizer a jovens homens que leem esses livros que se você não está disposto a acordar uma hora mais cedo no domingo para dar uma carona para a igreja a um homem de 90 anos de idade, eu não sei se você conhece a Jesus. Não sei se você é sequer cristão.
Eu entendo que você gosta de conhecimento teológico, mas até demônios creem e tremem. Demônios ganham nota máxima em qualquer prova de seminário. Certo? Claro que ganham. Eles ganhariam uma nota melhor do que qualquer um de nós no seminário. Mas se não há uma fé viva, isso tipifica o não-regenerado. Não há o amor que é a marca daquele que verdadeiramente se reconhece como objetos da amável misericórdia de Deus.
1 João ensina que se andarmos na luz, temos comunhão uns com os outros. É por isso que ele escreve que qualquer um que diz estar na luz, mas odeia seu irmão, ainda está em trevas. Em 1 João 3 encontramos a marca daqueles que são verdadeiramente convertidos: “Sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”
Amigos, se vocês experimentaram a vida em uma congregação cristã que é cheia de amor, onde se toma a iniciativa de cuidar do outro, e tristezas têm empatia, e as refeições são cozinhadas, e caronas são dadas, e ofensas são esquecidas, e afeições apropriadas são expressadas, ajuda é oferecida, perdão é estendido e alegria é compartilhada livremente… Amigos, oro para que esta seja a experiência de cada um de nós aqui. Imperfeitamente, sim, mas real em nossa igreja local. Uma das mais graves necessidades que nosso mundo tem são de igrejas cheias de cristãos verdadeiros que são de fato comprometidos uns com os outros, e com os de fora, em amor. O mundo celebra imitações baratas e rendições parciais desse amor. Experimentar o amor real, com autoridade, bondade e habilidade de corrigir, auto-sacrifício, sabedoria, experimentar esse tipo de amor é estimulante. Até chocante. Sim, muitos são repelidos, mas também é verdade que, pela graça de Deus, muitos serão atraídos por esta mensagem do dedicado amor de Deus em Cristo.
De quem é a responsabilidade de cuidar dos filhos? Parece que a resposta é óbvia: os pais! Mas, na prática, isto é o que menos tem ocorrido. Os pais estão muito ocupados para cuidar de seus próprios filhos, tanto as mães quanto os pais têm outras prioridades em seu dia a dia. Os filhos não têm espaço em suas lotadas agendas de compromissos fora de casa. O número de creches e “escolinhas” tem crescido consideravelmente. E muitas oferecem atrativos para cuidar do seu filho – um plano pedagógico apropriado à idade, playground, alimentação equilibrada, etc. Mas, nenhuma delas tem o principal para um filho: a mãe!
Quando minha filha estava para completar sete meses de vida, voltei ao trabalho após a licença maternidade. Na empresa onde trabalhava havia uma creche para os filhos de funcionários. Excelente estrutura, com atividades o dia inteiro e pessoas dedicadas a cuidar das crianças. Sentia-me bem apoiada nos cuidados com minha filha enquanto eu trabalhava.
O meu esposo e eu já tínhamos planos que eu pararia de trabalhar quando viesse o segundo filho. Enquanto nossa primeira filha era muito pequena, eu continuaria a trabalhar e, pensava eu, que ela pouco sentiria a minha ausência e outras influências. Mas, após uma palestra que foi realizada na igreja em que congrego, aconteceu uma reviravolta na minha mente, no meu coração e na minha casa. O impacto maior para mim foi quando a preletora citou exemplos como de Timóteo que desde a mais tenra idade e, Moisés e Samuel que apenas nos seus primeiros anos de vida foram cuidados por suas próprias mães. E como resultado, tiveram grande influência na fé no Deus verdadeiro. Suas mães souberam reproduzir sua fé neste curto, e tão desprezado, período de suas vidas.
A partir de então, quando entregava minha filha nas mãos de terceiros, naquela sala bonita, com algumas outras crianças, todas sem suas mães, eu tinha a impressão de estar entregando meu bem precioso num depósito de crianças, enquanto eu tinha que cuidar de outros assuntos que nada tinham a ver com minha família, meu lar, meu Deus. Eu sabia que estava sendo negligente com a herança do Senhor (Sl. 127:3).
Muitos imaginam que a responsabilidade educacional de seus filhos cabe à escola e à igreja. Isentam-se de ensiná-los desde as pequenas coisas (bons modos, por exemplo) até as grandes, como o de lapidar o caráter de acordo com a Lei do Senhor (Dt. 6:1-7). O padrão estabelecido para o povo de Deus deve ser completamente diferente de qualquer padrão mundano, por “melhor” que ele possa parecer.
Num texto do Pr. Alfredo de Souza, ele faz a seguinte citação: “Eu sei que ‘isso’ está na contramão da sociedade em que vivemos. Mas acredito que o futuro dos filhos dirá quem está com a razão. Não tenho medo de errar ao afirmar que vale muito mais um filho equilibrado e crente diante das dificuldades financeiras do que uma vida abastada com o filho desequilibrado e longe do Senhor. É por isso que a pergunta continua no ar: de quem é a responsabilidade?”.
E finalmente, devo citar a linda passagem de 1Timóteo 2: 11-15 que mostra que é a sublime vocação da maternidade que livra a mulher da opressão e da miséria deste mundo. O que liberta a mulher não é o que a ideologia feminista diz, mas sim o lugar designado por Deus a nós – dedicar-se à maternidade!
3. Nossa Esfera de Atuação
Chegou a um ponto que para mim estava sendo um grande pesar continuar trabalhando fora, mas muitos ídolos brigavam pelo senhorio do meu coração: status, independência financeira, a dedicação de anos nos estudos, medo de baixar o padrão financeiro familiar, medo de como seria minha nova rotina e tantos outros temores. Como cita em Mateus 6.24, não há como ter dois (ou mais) senhores porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Eu precisava escolher a quais senhores iria aborrecer, desprezar, abrir mão.
Pensar em ser dona de casa nunca foi algo atraente para mim, não fui criada preparando-me para um dia cuidar de um lar. Mas como é Deus quem tem poder de mudar corações, Ele foi mudando o meu e, isso já não era mais tão assustador para mim.
Conforme aponta Martha Peace, no livro Esposa Excelente, em ”1 Timóteo 5.14, embora a recomendação seja às jovens viúvas, o princípio aplicado é geral. Toda mulher cristã deve saber administrar o lar, conduzindo-o ordeiramente. O conceito bíblico de dona de casa não é popular nos dias atuais, mas Deus designou às mulheres que permaneçam em casa, cuidem bem de seus lares e de suas famílias. Uma esposa que se envolve em muitas atividades ou muito trabalho fora de casa não tem tempo nem energia para manter seu lar como deve.” E eu percebia isso nitidamente no período em que trabalhei fora, casada, tendo filho pequeno e uma casa para cuidar… Foi a fase mais estressante que já vivi! Há quem se gabe de viver dois turnos todos os dias – trabalho e casa. De fato, não há do que se orgulhar.
Talvez algumas mulheres consigam conciliar um trabalho fora de casa em meio período, mas isso depende de muitas circunstâncias favoráveis, por exemplo, no horário em que os filhos estejam na escola, tendo uma profissão que permita horários flexíveis, caso você tenha alguém para te auxiliar nas atividades domésticas. Mas, nunca se esquecendo de priorizar o que Deus nos pede maior atenção.
Ser dona de casa não é fácil. Mas, ter responsabilidades completamente diferentes, em ambientes distintos, com trânsito no meio do caminho, não tem como darmos conta de tudo. E adivinha qual parte sofre mais? Não pode ser o trabalho fora, porque lá tem chefe, tem salário (e descontos), tem demissão. Em casa, por mais que o caos se instaure, sempre esperamos mais compreensão e tolerância. E assim, vamos nos enganando até as primeiras consequências mais graves aparecerem.
E para quem vê a figura de dona de casa com bobes na cabeça, roupas desleixadas, mau hálito e de pouca capacidade intelectual, deve fazer uma minuciosa leitura da mulher virtuosa descrita em Provérbios 31 a partir do verso 10. Uma mulher extremamente ativa, ocupada, que sabia negociar, empreendedora, dedicada não apenas para as coisas do lar como Marta, mas que soube escolher a boa parte. Não buscava seus próprios interesses, concentrando seus esforços, metas e energia na realização pessoal. Antes seu prazer está na lei do Senhor, no que Deus ordenou em sua Palavra.
Atender ao chamado divino
Nesta fase de muita reflexão, olhei para minha vida até ali e, como diz o apóstolo Paulo em Filipenses 3.8, considerei tudo refugo. O que eu valorizei por tanto tempo, agora não tinha mais importância. As prioridades em meu coração estavam mudando e, este processo não foi fácil, doeu. Era Deus expurgando impurezas, lapidando o caráter conforme sua vontade sempre boa, perfeita e agradável, numa pecadora encharcada de mundo, mas redimida pelo Seu amor e Sua graça. Isso é cuidado de pai, Pai Celestial.
Revesti-me de coragem – coragem para obedecer a Deus, coragem de ser diferente das minhas colegas “bem-sucedidas” profissionalmente, coragem de fazer o melhor primeiramente para minha família, e… Pedi demissão!
Não estou dizendo que todo estudo foi em vão e que a mulher cristã não deva estudar e ter uma profissão. Devemos nos esmerar em tudo o que fizermos, mas com a motivação correta. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens (Cl. 3:23). Além disso, os conhecimentos adquiridos podem ser usados na educação de filhos e aproveitados de alguma forma no ministério.
Agradeço a Deus pelas experiências que tive, pelo cuidado contínuo dEle que sempre esteve presente e atuante e, agora manifestou-se tirando-me das armadilhas do meu próprio coração e da sedução do mundo business.
Não podemos brincar de ser crentes e obedecer apenas quando nos for conveniente. O que aprendemos na Palavra de Deus não pode ser algo bom apenas dominicalmente, tem que ser colocado em prática todos os dias. Nossa família é reflexo de nossa teologia!
O meu esposo e eu não escolhemos o caminho mais fácil ou com mais glamour, pelo contrário. Mas como digo à minha filha: obedecer sempre dói menos! Precisamos confiar de verdade de que a providência vem do Senhor e que obedecer sua Palavra é o mais abençoador, por mais difícil que seja.
Algumas mulheres não-cristãs também fazem a escolha de parar de trabalhar fora, ao menos, por um período. Porém, o que difere a serva de Deus é sua motivação de obedecer e glorificar a Deus em todos seus atos!
Não hesite em obedecer, responda prontamente como fez Maria: Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme tua palavra. (Lc. 1:38)
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Ana Carolina Oliveira é casada há seis anos com Eduardo R. Oliveira, Presbítero da Igreja Presbiteriana de Poá. Mãe da Sara, 1 ano e 7 meses. Formou-se em Comunicação Social. Na igreja em que congrega, participa do Ministério de Discipulado e Aconselhamento, atua na SAF e ministra palestras para mulheres -Fonte: Mulheres Piedosas
Sabe aqueles momentos na vida em que você precisa rever todos os seus conceitos? Quando parece que todos os seus esforços até ali foram em vão e você precisa mudar radicalmente o rumo? Não estou me referindo ao momento da conversão, mas já como uma cristã, você descobre pela Palavra de Deus que o curso de uma área específica precisa ser alterado e isto afetará sua vida por completo.
Eu passei por um momento desses há meses atrás e, gostaria de compartilhar alguns aspectos importantes sobre esta decisão, pois acredito que possa existir outras mulheres com o mesmo dilema. Espero auxiliar outras irmãs e famílias por meio deste texto.
Afinal, a mulher cristã pode trabalhar fora? Pode se dedicar à uma carreira profissional?
Eis meu dilema de outrora…
Lar Edificado x Carreira Bem Sucedida
Quando pensamos no que venha a ser um lar edificado, muitas coisas podem vir às nossas mentes. Como cristãos, sabemos que um lar feliz só pode ser aquele que está edificado sobre a rocha que é Cristo. Direcionando a mulher, lembremos de Provérbios 14.1: A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba. Quem é esta mulher sábia que vive neste lar, no qual ela tem influência direta em sua edificação?
Uma irmã chamada Rosana Greco forneceu uma descrição interessante do que seria o lar edificado com epor uma mulher sábia: “Um lar edificado se dá quando a esposa reconhece em Deus seu papel e, com alegria e temor decide submeter-se, amando e respeitando seu marido, exercendo sua função de mãe com dedicação integral aos seus filhos, visando a correção e a transformação dos corações, e com grande empenho e zelo, administra as tarefas de seu lar.”
Mas, muitas mulheres não estão preocupadas em edificar seus lares e no bem-estar primeiramente de seus familiares. Estão focadas em sua autorealização com suas formações acadêmicas e carreiras profissionais.
Eis quem eu era…
Cresci em um lar não cristão e, desde que me lembro, sempre almejei trabalhar em uma grande empresa. Todos os meus esforços foram motivados por isto: dedicação nos estudos, cursos de idiomas desde a pré-adolescência, colegial técnico para adiantar o ingresso ao mercado de trabalho, faculdade, pós-graduação. E neste ínterim, trabalhei em duas multinacionais, passando na última, 10 anos exercendo uma atividade que me trazia satisfação e um ótimo salário, o qual nunca imaginei que um dia receberia.
Fui convertida a Cristo antes de me casar, já trabalhando na segunda empresa. O meu esposo e eu esperamos por cerca de quatro anos para ter nossa primeira filha, afinal eu estava focada em continuar trabalhando muito e aproveitar a vida a dois. Mas, chegou o dia em que engravidei!
Quem somos?
Costumeiramente, quando alguém nos pergunta “O que você é?”, respondemos concernente à nossa formação acadêmica e/ou profissão: sou médico, sou professor, sou pastor, etc. Mas, em 1 Pedro 2.9 diz algo bem diferente: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.
Podemos ser cristãos formados e exercendo as mais diversas profissões, mas sempre seremos primeiro filhos e servos do Deus Altíssimo, somos primeiramente dEle! O crente deve viver de maneira a expressar isso. O propósito maior de nossas vidas é glorificar a Deus e fazer que Jesus seja conhecido. E por consequência, seremos bênção para todos que nos rodeiam (Gn. 12.2), tendo uma vida não meramente por necessidade, mas sim por expressão de louvor a Deus.
Prestes a me tornar mãe, cristã há anos, chegou um dia em que me perguntei: Quem sou eu? Uma profissional em uma grande empresa… Isso define quem eu sou? Boa parte dos meus esforços e investimentos até então foi para chegar até ali… Mas, qual é a vontade de Deus para a mulher cristã? Como saber?
Os Três grandes chamados
Dentro do casamento, Deus estabeleceu pelo menos três papéis a serem desenvolvidos pela mulher. A mulher sábia edifica seu lar quando os desenvolve de maneira agradável a Deus. Para isso, vamos ter por base dois textos iniciais:
Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência. 1 Timóteo 5.14 (grifo meu)
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada. Tito 2. 3 – 5 (grifo meu)
Já tinha lido algumas vezes esses versículos, mas lembro-me quando me deparei seriamente com eles. Minha filha já estava com meses de vida e, então percebi que não estava vivendo plenamente a vontade de Deus, não estava atendendo com integridade aos três grandes chamados da mulher cristã.
1. Unir-se ao seu Marido
A mulher foi criada para o homem, não o contrário (1Co. 11:7-9). Como princípio criacional, a mulher passou a existir para ser auxílio ao homem. Deus criou todas as coisas as quais eram boas, porém havia uma coisa que não era boa – como está em Gênesis 2.18, não era bom que o homem estivesse só, ou seja, sem a companhia de alguém igual a ele, mas que ao mesmo tempo lhe completasse. Por isso, Deus criou uma auxiliadora que lhe fosse idônea.
O propósito principal de toda a humanidade é glorificar a Deus. No contexto do casamento, não seria diferente: marido e mulher unem-se (Gn. 2.24 e 1Pe. 3.5-6) com o único propósito de juntos honrar e glorificar a Deus por meio deste relacionamento.
E a maneira como um cônjuge se relaciona com o outro também deve espelhar o padrão estabelecido por Deus em sua Palavra. As esposas devem ser submissas em amor aos seus próprios maridos como ao Senhor, conforme é belamente exposto em Efésios 5. 21 – 24.
Em um mundo onde o feminismo dita que as mulheres têm que ser iguais em tudo ao homem, submissão soa como xingamento. E temos de encarar o fato de que infelizmente, a igreja recebe massiva e continuamente influências da maneira de agir e pensar do mundo, além da nossa natureza caída que concorda facilmente com os enganos do presente século. Por isso, apesar de ter a instrução bíblica correta, sempre estive consciente de que a caminhada de parecer-se com Cristo é árdua, mas possível no poder do Espírito.
Na continuação, veremos os outros dois chamados da mulher cristã.
Continua…
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Ana Carolina Oliveira é casada há seis anos com Eduardo R. Oliveira, Presbítero da Igreja Presbiteriana de Poá. Mãe da Sara, 1 ano e 7 meses. Formou-se em Comunicação Social. Na igreja em que congrega, participa do Ministério de Discipulado e Aconselhamento, atua na SAF e ministra palestras para mulheres.
O pecado penetra no mais íntimo do nosso ser, o pecado está no âmago da alma humana. "Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem" (Mt 15.19, 20). "O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, eo mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração" (Lc 6.45).
No entanto, o pecado não é uma fraqueza ou um vício pelo qual não somos responsáveis. É um antagonismo ativo e intencional contra Deus. Os pecadores livre e prazerosamente optam pelo pecado. Está na natureza humana amar o pecado e odiar a Deus. "O pendor da carne é inimizade contra Deus" (Rm 8.7).
Em outras palavras, o pecado é rebeldia contra Deus. Os pecadores raciocinam no próprio coração: "Com a língua prevaleceremos, os lábios são nossos; quem é o Senhor sobre nós?" (SI 12.4, ênfase acrescentada). Isaías 57.4 caracteriza os pecadores como crianças rebeldes que abrem sua enorme boca e mostram a língua para Deus. O pecado destronaria Deus, o destruiria e colocaria o ego no seu lugar de direito. Todo pecado é, em último caso, um ato de orgulho, que diz: "Dê o lugar, Deus, eu estou no comando". Por isso é que todo pecado, no seu âmago, é uma blasfêmia.
Para começar, amamos nosso pecado; temos prazer nele, buscamos oportunidades para praticá-lo. No entanto, por sabermos instintivamente que somos culpados diante de Deus, inevitavelmente tentamos camuflar ou negar nossa própria pecaminosidade. Há muitas maneiras de fazer isso, como observamos nos capítulos anteriores. Elas podem ser resumidas, grosso modo, a três categorias: encobri-lo, justificar-nos e ignorá-lo.
Primeiro, tentamos encobrir o pecado: Adão e Eva fizeram isso no Jardim, depois de ter pecado: "Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si" (Gn 3.7) — então se esconderam da presença do Senhor (v. 8). O rei Davi tentou em vão encobrir sua culpa quando pecou contra Urias. Ele tinha adulterado com a esposa de Urias, Bate-Seba. Quando ela ficou grávida, primeiro Davi tramou um plano tentando fazer parecer que Urias era o pai da criança (2Sm 11.5-13). Quando o plano não funcionou, ele conspirou para que Urias fosse morto (vs. 14-17). Isso somente agravou o seu pecado. Durante todos os meses da gravidez de Bate-Seba, Davi continuou encobrindo o seu pecado (2Sm 11.27). Mais tarde, quando Davi foi confrontado com seu pecado, ele se arrependeu e confessou: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio" (SI 32.3, 4).
Segundo, tentamos nos justificar. O pecado é sempre culpa de alguém. Adão culpou Eva, e a descreveu como "a mulher que me deste" (Gn 3.12; ênfase acrescentada). Isso mostra que ele também culpava a Deus. Ele não sabia o que era uma mulher até acordar casado com uma! Deus, raciocinou ele, era o responsável pela mulher que o vitimizou. Da mesma maneira, nós nos desculpamos pelos nossos erros porque pensamos que a culpa é de outra pessoa. Ou argumentamos ter um bom motivo. Convencemos a nós mesmos que é correto retribuir o mal com o mal. (cf. Pv 24.29; lTs 5.15; IPe 3.9). Ou então pensamos que se os motivos finais são bons, o mal pode ser justificado — raciocínio errado de que os fins justificam os meios (Rm 3.8). Chamamos o pecado de desequilíbrio, rotulamos a nós mesmos de vítimas ou negamos que os nossos atos sejam pecaminosos. A mente humana é de uma criatividade sem-fim quando se trata de encontrar mecanismos para justificar o mal.
Terceiro, ignoramos nosso próprio pecado. Sempre pecamos por ignorância ou presunção. Por isso Davi orou: "Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão". (SI 19.12, 13). Jesus nos advertiu sobre a loucura de tolerar uma trave nos nossos olhos e nos preocuparmos com um argueiro no olho do outro (Mt 7.3). Pelo fato de o pecado ser tão difuso, nós naturalmente tendemos a nos tornar insensíveis ao nosso próprio pecado, do mesmo modo que o gambá não é incomodado pelo seu próprio mau cheiro. Até mesmo uma consciência supersensível pode não saber todas as coisas (cf. ICo 4.4).
O pecado não se expressa necessariamente por atos. Atitudes pecaminosas, disposições pecaminosas, desejos pecaminosos e um estado pecaminoso de coração são tão repreensíveis quanto as ações que ele produz. Jesus disse que a ira é tão pecaminosa quanto o homicídio, e a concupiscência tanto quanto o adultério (Mt 5.21-28).
O pecado é de tal maneira enganoso que torna o pecador insensível contra sua própria perversidade (Hb 13.3). E natural desejarmos minimizar nosso pecado, como se ele não fosse de fato uma grande coisa. Afinal de contas, dizemos a nós mesmos, Deus é misericordioso e amoroso, não é? Ele compreende nosso pecado e não pode ser tão duro conosco, não é mesmo? Mas raciocinar dessa maneira é deixar-se ludibriar pela astúcia do pecado.
O pecado, de acordo com as Escrituras, é "a transgressão da lei" (1 Jo 3.4). Em outras palavras, "aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei". Pecado, portanto, é qualquer falta de conformidade com o perfeito padrão moral de Deus. A exigência central da lei de Deus é que o amemos: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento" (Lc 10.27). Sendo assim, a falta de amor a Deus é a epítome de todo pecado.
Mas "o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar" (Rm 8.7). Nossa aversão natural à lei é tal que mesmo sabendo o que a lei requer, ela suscita em nós uma ânsia pela desobediência. Paulo escreveu: "as paixões pecaminosas postas em realce pela lei... eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás" (Rm 7.5-7). A inclinação do pecador pelo pecado é tal que este o controla. Ele é escravo do pecado, porém o busca com uma fome insaciável e com toda paixão do seu coração.
Um artigo recente no The Telegraph destaca os sintomas trágicos de uma doença que está afetando nossa cultura em todo o mundo. O artigo foca principalmente nos adolescentes e na disfunção que se tornou normativa em seus estilos de vida como resultado do consumo de pornografia.
À luz disso, como os pais podem criar filhos numa cultura “pornificada”? Aqui estão oito sugestões para esse problema cada vez maior.
1. Busquem dar aos nossos filhos uma visão grandiosa do Deus que é gloriosamente prazeroso.
Não podemos simplesmente dizer aos nossos filhos que parem de ter certos comportamentos; devemos também ensiná-los a se deleitar no que Deus fez. Tenho buscado uma disciplina de destacar tudo que há de bom na criação de Deus. Há algumas semanas, foi uma benção ver meus dois filhos mais velhos passarem horas catando as framboesas que crescem no enorme quintal dos seus avós. Eles precisam ser lembrados da bondade de Deus em nos dar essas maravilhosas bençãos criadas, como framboesas. Se não formos cuidadosos, podemos virar gnósticos funcionais (carne e matéria são ruins; somente o que é “espiritual” tem valor) na nossa comunicação sobre ética sexual com nossos filhos. Um versículo útil para eles memorizarem é 1 Timóteo 4.4: “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”.
Em resumo, quero que meus filhos saibam que perversão sexual é o auge da idolatria (Rm 1), assim como que a integridade sexual é o auge da beleza. Isso exige que falemos sobre isso, provavelmente mais do que estamos confortáveis ou que experimentamos quando éramos crianças. Mas esse é um mundo novo, e um mundo novo exige nova comunicação para treinar nossas crianças.
2. Ensine-os o evangelho. Nossos filhos são legalistas naturais.
Eles tem que nos ver como exemplos do verdadeiro evangelho através de arrependimento e perdão ativos. Eles precisam saber que a aceitação deles perante Deus não é baseada em seu desempenho, mas no de Cristo. Eles precisam saber que a posição deles como um membro da família não depende da obediência deles, embora a posição deles implica sim em um certo tipo de vida.
Por exemplo, quando estamos disciplinando nossos filhos geralmente dizemos: “Pelo fato de você ser um membro dessa família e porque eu te amo muito, você não vai fazer isso”. Considere a diferença de dizer: “Se você quer que eu te ame e se você quer continuar vivendo nessa casa, é melhor você parar de fazer isso”. Os indicativos da nossa fé devem preceder e informar os imperativos. Não inverta a ordem.
3. Ensine-os que limites trazem liberdade e que a obediência é uma benção.
Quando era uma criança, pensava que se eu estragasse tudo, Deus ia me bater com um vara grande. Ninguém nunca me ensinou isso, mas era o que eu sentia. Obediência não era motivada por amor, mas pela punição. Isso não me levou muito longe.
Quando meus filhos tiverem uma idade apropriada, pretendo ensinar que o pecado sexual nunca vai prover a liberdade que desejamos. Eles podem optar por colher as consequências danosas da desobediência, mas vou alertá-los através da Bíblia e da experiência que eles não querem começar esse caminho. Obediência leva a bênção.
4. Fale com eles mais cedo do que tarde sobre sexo e pornografia na internet.
Quando tinha 8 anos, lembro de ir ao lado da garagem do nosso vizinho. Como toda criança curiosa, gostava de bisbilhotar um pouco. Logo descobri que ele tinha caixas cheias de revistas pornográficas. Algumas vezes, um amigo e eu esgueirávamos por lá, pegávamos umas, e sentávamos nos arbustos para para ver as mulheres peladas. Na época, esse esforço arriscado enchia meu estômago com borboletas de medo de ser pego pelos meus pais ou pelo vizinho. Mas tudo o que você precisa hoje é uma porta fechada e uma conexão à internet. A mais vil perversão imaginável está somente a dois cliques de distância.
Precisamos comunicar, em termos gerais, o que está disponível e porque é tão destrutivo. Alguns iriam alegar que essa discussão vai apenas incitar sua curiosidade, mas qual é a alternativa? Prefiro que eles sejam advertidos por mim para que eu possa oferecer razões e meios para lutar do que tê-los inocentemente tropeçando em pornografia algum dia na internet.
5. Comece a treinar seus filhos sobre como interagir com o sexo oposto.
Nós já começamos a “ter encontros” com nossos filhos. Sentimos que é fundamental para eles, em uma idade precoce, começarem a experimentar como é ser bem tratado por alguém do sexo oposto. Especialmente para as meninas, uma falta de atenção masculina saudável por parte do pai geralmente vai estimulá-las a buscar isso; porém, de maneiras não saudáveis, com rapazes mais do que felizes em fornecer atenção. Meus filhos precisam aprender que mulheres não são objetos a serem consumidos, mas são imagem e semelhança de Deus, criadas para serem amadas.
6. Cuidado com quem seus filhos passam tempo.
Visto que a exposição sexual é muito mais acessível hoje do que 25 anos atrás, somos muito mais atentos com quem nossos filhos passam tempo. Vai haver uma época (mais cedo do que eu gostaria de pensar) quando não vamos ser capazes de guardá-los com tanta força, mas, esperançosamente, os pontos anteriores estarão tão enraizados em suas vidas que eles estarão equipados para tomar decisões sábias.
Tome cuidado, porém, para não levar isso muito longe e transmitir um medo problemático de incrédulos. Quanto mais velhos nossos filhos se tornarem, mais teremos que deixá-los ir e orar para que nosso treinamento tenha criado raízes. Realmente, não há outra escolha. Devemos treinar nossos filhos, assim eles estarão protegidos o suficiente para estarem seguros em uma idade apropriada, porém informados o suficiente para tomar decisões sábias por conta própria. Simplesmente não esconda seus filhos atrás da fortaleza de sua supervisão até que tenham 18.
Isso exige grande sabedoria. Não há manual. Devemos ser pais de oração.
7. Cuidado com o computador e desligue a televisão.
Temos o Covenant Eyes (N. T.: site especializado em monitorar como a Internet é usada e assim enviar um relatório dos sites entrados para os pais, além de filtrar e bloquear certos sites) em todos os nossos computadores, via AppleOS. Nossos filhos podem apenas acessar sites que aprovamos. Certamente, isso vai mudar quando eles ficarem mais velhos, mas, esperançosamente, eles vão ter internalizado o evangelho e provado as bençãos da obediência.
Vitória sobre a pornografia é, no fim das contas, uma questão do coração, mas isso não significa que devemos abrir mão de estruturas preventivas. Você nunca deve dizer, “Quero saber se minha obediência é motivada por mais do que apenas seguir as regras certas, então vou mergulhar em situações imprudentes para ver se sou forte o suficiente para suportar o pecado!”. Isso é absurdo (1 Cor 10.12-13). Precisamos de corações corretos para não sermos legalistas, mas limites corretos podem nos ajudar a provar a bênção da obediência.
A TV vai mostrar aos seus filhos pornografia leve e funcional o tempo todo. Existem incontáveis coisas melhores para fazer com seus filhos do que assistir TV. Leia com eles, pratique esportes com eles, desfrute da criação com eles, conte a eles uma história, ou apenas os sirva em uma atividade à escolha deles. A frase-chave aqui é com eles. Se eles gastam mais tempo com a TV do que com você, todos vocês estão em apuros.
8. Busque cultivar uma relação com seus filhos de forma que eles sintam que podem se abrir com você sobre qualquer coisa.
Como um pai jovem, não estou totalmente certo sobre como fazer isso acontecer, mas sei que acontecerá se eu servir de modelo de franqueza. Tento atrair seus corações e mostrar que, se eles forem honestos comigo, eu serei justo, amoroso e compassivo. Se eles me veem como cauteloso e reservado, por que esperaria que eles fossem diferentes?
Por último, você já se arrependeu na frente dos seus filhos? Se eles nunca te viram se arrepender, o que te faz pensar que eles virão a você para pedir ajuda depois de ver pornografia na internet pela primeira vez? Servir de modelo de arrependimento para nossos filhos é provavelmente a maneira mais rápida de mostrar que acreditamos no evangelho e que somos um refúgio seguro em meio ao pecado deles.