sábado, 19 de julho de 2014

A falácia do livre arbítrio

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Por John G. Reisinger


Há basicamente somente duas religiões no mundo. Uma diz, “Se você fizer assim e assado, Deus graciosamente concederá Suas bençãos sobre você”. As mil e uma variedades desta religião diferem somente no que é o “assim e assado” que você deve estar disposto a fazer. Uma variedade diz que é um rio sagrado, outra te ordena beijar a rocha sagrada na cidade santa, ainda outra diz que seja batizado ou algum rito similar, e em círculos distintamente evangélicos esta religião enfatiza, “se você quiser abrir o seu coração, então Deus... ”

Note cuidadosamente as três palavras chaves: SE VOCÊ QUISER...

(1) O perdão de Deus é possível SE ...
(2) O perdão de Deus é possível se VOCÊ ...
(3) O perdão de Deus é possível se você QUISER ...

O sucesso ou fracasso final desta religião é determinado somente pela vontade do homem. Tudo é dependente de um “se”, de um “você”, e de “sua disposição” para fazer sua parte. A redenção é sempre condicional visto que ela depende da cooperação do homem para o sucesso. A grande obra da salvação não é realmente realizada até que Deus encontre alguém que esteja disposto a “cooperar com Ele”. Nossos antepassados chamaram este sistema do “se você quiser” de “religião das obras”. Ele foi chamado também de “Arminianismo” e “semi-Pelagianismo” visto que estes foram os homens que originalmente causaram divisão na igreja introduzindo este erro do livre-arbítrio. Independentemente do nome atribuído a ele pelos amigos ou inimigos, as marcas distintivas são sempre as mesmas – o SE , o VOCÊ , e SUA VONTADE são os fatores decisivos que fazem o plano da salvação funcionar. Esta religião oferece um maravilhoso plano de salvação que é capaz de fazer coisas poderosas se você somente permitir. O Deus desta religião do livre-arbítrio pode somente desejar e oferecer salvar pecadores. Ele é impotente de assegurar, pelo Seu próprio poder, o que Ele deseja fazer. A finalidade da redenção não pode ser alcançada a menos que o homem, de seu próprio livre-arbítrio, escolha permitir que Deus realize Seus propósitos.


A falsa religião do livre-arbítrio, ou das obras, é baseada sob diversas doutrinas antibíblicas. A mais básica destas é o universal e indiscriminado amor redentor de Deus. Deus é dito amar todos os homens do mesmo modo e grau. Ele amou Judas da mesma forma como amou Pedro, Esaú como Jacó, e os bodes tanto como as ovelhas. Visto que Seu amor é universal então o maior dom do Seu amor, Jesus Cristo Seu Filho, deve ter sido dado para prover uma expiação universal, tendo em vista cada indivíduo sem exceção, em Sua morte. Os objetos da expiação do Filho devem ser iguais aos objetos do amor do Pai, assim ambos devem incluir cada um dos homens. Se o Pai amou todos os homens igualmente, e o Filho redimiu cada homem sem exceção, segue-se que o Espírito Santo deve convencer cada homem ou senão a Trindade não está trabalhando juntamente em direção do mesmo fim na tarefa de redimir os homens perdidos.

A falácia do livre arbítrio

A falácia desta religião é revelada quando nós fazemos uma simples e óbvia pergunta: “Por que todos os homens não são salvos?”. Não é falha do Pai, porque Ele ama todos os homens do mesmo modo. Não é porque Cristo não pagou pelos seus pecados visto que no sistema do livre-arbítrio, Cristo redimiu (mas não salvou?) todos os homens. O Espírito Santo não pode ser culpado visto que Ele convence todos por quem Cristo morreu; isto é, todo homem sem exceção. Alguém pode dizer, “Eu não creio nesta última declaração sobre a obra de convencimento do Espírito Santo”. Se você rejeita isto, então você deve rejeitar os outros dois pontos também. Você não pode crer num amor universal do Pai e numa expiação universal do Filho, e então arruinar tudo isto com uma convicção “limitada” do Espírito. Não, não; isto é tanto universalismo como particularismo. Você não pode tirar proveito das suas maneiras. Como mencionei, aqui está a falácia. Um “plano de salvação” que tem o amor de Deus o Pai atrás dele, a expiação de Deus o Filho como seu fundamento, e o poder de Deus Espírito Santo aplicando-o certamente terá êxito, mas, ah, o plano da redenção é frustrado pelo poder do livre-arbítrio do homem toda a vez que uma alma vai para o inferno! Nós repetimos nossa questão, “Por que ele falha? Por que alguns homens perecem?” A religião do livre-arbítrio responde, “Ele falha porque o homem não está desejoso de fazer sua parte”. Aqueles que perecem assim o fazem somente porque eles não aceitam o que o amor do Pai deseja lhes dar, o que a morte agonizante do Filho comprou para eles, e o que o poder eficaz do Espírito Santo incansavelmente tenta persuadi-lo a aceitar. “Se você fizer somente sua parte” é a mensagem que devemos pregar. Se você apenas fornecer a fé! Se você apenas der o primeiro passo em resposta à oferta de Deus! Se você somente cooperar e der a Deus uma chance para fazer Seu plano funcionar! Se você fizer ...então Deus! Este é o ardente, mas não menos patético, clamor dos pregadores da religião do livre-arbítrio!

Deveria ser amplamente claro que esta religião das obras, ou do livre-arbítrio, baseada num amor universal e numa expiação universal, faz todo o sistema da redenção de Deus depender do homem para o seu sucesso. O amor de Deus prevalecerá se o homem permitir. A expiação de Cristo realmente redimirá se o homem permitir. O Espírito Santo aplicará os benefícios adquiridos na redenção se o homem permiti-LO assim o fazer. Não admira que C.H. Spurgeon, aquele grande ganhador de almas, chamou o livre arbítrio de “uma completa tolice”, e a expiação universal de uma “doutrina monstruosa similar a uma blasfêmia”.

Agora bem, a segunda religião é a mensagem da Bíblia. É o evangelho da LIVRE GRAÇA. Ele não procura em Deus por uma provisão e então se volta para o homem para encontrar o poder, mas ousadamente proclama que a mesma graça soberana que planejou a salvação para pecadores impotentes, também lhes fornece a habilidade para desejá-la e recebê-la. Esta segunda religião não somente começa em um ponto diferente; ela trabalha sobre um princípio diferente e se move em direção a um objetivo diferente. Em resumo, ela é uma religião totalmente diferente. A religião baseada no livre-arbítrio (Arminianismo – Se você quiser...), e aquela baseada na livre graça (Calvinismo – Deus nos faz dispostos...) são religiões tão distintas e opostas que diferem em cada ponto teológico no qual se encontrem. Qualquer indivíduo que piamente diga, “Isto realmente não é importante, é meramente uma questão de ênfase”, ou é deliberadamente desonesto ou completamente ignorante da doutrina da Bíblia na história da igreja. O Sínodo de Dort e o Conselho de Trento clarificaram a vital importância do assunto de uma vez por todas. Eu desafio qualquer homem a ler a introdução do Dr. J.I. Packer à obra A Morte da Morte na Morte de Cristo de John Owen, e então falar sobre ênfase. Packer claramente mostra que o livre-arbítrio e a livre graça são religiões totalmente diferentes, e além disto, que elas são inimigos irreconciliáveis.

A dificuldade em nossa presente geração é com o assim chamado “Cal-miniano”. Ele pensa que um Calvinista é uma pessoa que crê na eterna segurança, e que Arminiano é uma pessoa que crê que você pode ser salvo e ainda se perder. OCal-miniano é totalmente desapercebido que o assunto na história da igreja, bem como nas Escrituras, envolve a vontade do homem e a aplicação da salvação, e não a vontade de Deus e a duração da salvação. O grande abismo entre Arminianismo (livre-arbítrio) e Calvinismo (livre graça) não é se você pode ser salvo e então se perder. Este é um ponto mais secundário comparado ao assunto como entendido pelos Puritanos e Reformadores. O centro do assunto é, “Quem realmente efetua a redenção?”. Não é apenas uma questão de quem a conclui uma vez que tenha sido iniciada, mas de quem é o poder que aplica o evangelho no início da conversão bem como quem conduz a mesma até o fim. A Bíblia assevera que a necessidade de um pecador é tão grande antes da conversão, que ele é incapaz de obedecer, arrepender ou crer. O Cal-minianodiz, “Não, o pecador tem todo o poder que ele necessita para se tornar um Cristão, mas somente Deus pode guardá-lo após ele ter 'decidido aceitar Cristo' e se tornado um Cristão”. O pecador tem a força de vontade para levantar do túmulo do pecado e vir a Cristo, mas somente Deus pode guardá-lo de cair depois que ele tiver “dado o primeiro passo”.

Quem veste a coroa?

Como você pode ver, o fundamento real da batalha é a natureza do homem, e o prêmio a ser ganho é a Coroa de Crédito para fazer o plano da redenção realmente funcionar. É a livre graça, dada soberanamente pelo Pai, o decisivo fato que faz o eleito crer em primeiro lugar, ou é a vontade do homem, exercida soberanamente pelo indivíduo, o fator decisivo que faz que Deus escolha aqueles que Ele “previu” que estariam dispostos a crer? Quem ganha o direito de vestir a coroa de glória, Deus ou o homem? E por qual poder este direito é ganho – livre-arbítrio ou livre graça?

A diferença básica entre estas duas religiões opostas pode também ser resumida fazendo-se outra pergunta, uma pergunta vitalmente relacionada à primeira. No lugar de perguntar como alguns pessoas perecem, e sermos informados que “o homem não fez a sua parte que era simplesmente crer”, agora perguntamos, “Por que alguns homens são salvos?”. Como a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo é capaz de lograr êxito em alguns casos, mas não em outros? A religião do livre-arbítrio humildemente (?) responde que “o homem faz isto totalmente possível por estar disposto a abrir seu coração e dar a Deus uma chance!” Não importa se estejamos falando daqueles que perecem ou daqueles que são salvos, sempre voltaremos para aquele se você quiser. Realmente, o evangelho baseado no livre-arbítrio nunca poderá ser mais do que um evangelho de mera possibilidade. Ele é um plano de redenção que não pode verdadeiramente redimir por seu próprio poder, mas pode somente efetuar salvação real quando encontra alguém que esteja disposto por si mesmo de fazer a “sua parte”. Esta não é uma questão de se um homem deve se tornar, ou se torna, disposto antes de poder ser salvo – todos nós cremos nisto; mas, a questão é: quem e qual poder faz o pecador disposto? O homem, de si mesmo, escolhe se tornar disposto, ou Deus, por Seu soberano poder, faz Seu eleitos disposto “no dia de Seu poder” (Salmos 110:3)? Parece tanto lógico como judicialmente necessário coroar com glória o indivíduo que faz o plano da salvação realmente funcionar, e o crente no livre-arbítrio não hesita em estender a mão para a coroa e a colocar na cabeça da soberana e livre vontade do homem.

Algumas pessoas podem sentir que estamos trabalhando este ponto ao extremo, mas realmente este é o cerne do assunto. Quem realmente merece toda a glória pela salvação do homem? Não pode ser tanto Deus como o homem, nem pode ser, como muitos implicam, meio a meio. Ou Deus salva pecadores “fazendo-lhes dispostos no dia de Seu poder”, ou eles salvam a si mesmos fazendo a si mesmos dispostos no “dia da decisão do livre-arbítrio”.

Deixe-me demonstrar rapidamente quão agudo e claro o contraste é e quão obviamente Deus ou o homem recebe a glória em cada ponto.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – Deus escolhe aqueles que Ele previu que de seu próprio livre-arbítrio decidir-se-iam a aceitá-LO. 
(B) LIVRE GRAÇA – Deus dá a fé àqueles que Ele soberanamente escolheu.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – O sangue de Cristo redimiu cada homem, mas somente naqueles dispostos a “aceitar” o que Cristo realizou, são salvos. É realmente a nossa fé que nos salva. 
(B) LIVRE GRAÇA – Cristo salva cada pessoa que Ele redimiu com Seu sangue.

(A) LIVRE-ARBÍTRIO – Aqueles que estão dispostos a crer, capacitam o Espírito Santo a lhes regenerar, ou dar-lhes um novo coração. 
(B) LIVRE-GRAÇA – O Espírito Santo regenera o eleito, ou lhe dá um novo coração, e capacita os pecadores a crerem.

Talvez alguém esteja pensando, “Mas tudo isto realmente importa enquanto apenas pregamos o simples evangelho? Não são estes problemas teológicos que não têm implicações práticas e somente causam argumentações e divisões entre Cristãos e, portanto, é melhor deixá-los de lado?” Nosso Senhor e Seus Apóstolos achavam estas coisas de vital importância. Os Puritanos e Reformadores criam que a pregação do livre-arbítrio era um erro fundamental. Em suas mentes pregar o livre-arbítrio era demolir o próprio evangelho. Eles sentiam que era o dever deles a Deus e à Sua igreja, fazer tudo ao seu alcance para refutar a falsa idéia do livre-arbítrio. Deveria ser acrescentado que Roma sentia exatamente o oposto. Ela instruía seus missionários para ir aos países protestantes e “começar a demolir estas doutrinas diabólicas pela reafirmação do livre-arbítrio do homem”. Os Jesuítas diziam que a livre graça era o inimigo real dos seus sistema de obras, ou melhor, do sistema deles do livre-arbítrio. Estes são fatos históricos! Que aqueles que creem que isto é somente uma ênfase, ao mesmo leiam o que homens como Martinho Lutero disse em sua monumental obra O Cativeiro da Vontade. A História tem marcado a palavra “erro” em cima da doutrina do livre-arbítrio, e marcado aqueles que a pregaram como inimigos, mesmo se inconscientemente disso, tanto do evangelho como das almas dos homens.

Ora, estou consciente de que muitos têm perdido seu gosto para a confirmação histórica da mensagem que eles declaram, mas isto é somente porque eles não gostam da companhia que eles são forçados a sustentar à medida que voltam no tempo. Os homens hoje gostam de sentir que eles estão na tradição de Knox, Lutero, Whitefield, Spurgeon, etc., mas quando a história, os credos e as confissões, e os Reformadores e Puritanos são vistos como unidos em sua franca condenação do livre-arbítrio, então os homens exclamam, “Nós cremos na Bíblia e não nos Credos. Nós cremos no que Deus diz, e não no que os homens dizem”. Na realidade, este clamor defensivo significa isto, “Nós cremos nos nossos próprios credos em oposição àqueles formulados na história. Nós aceitamos o que nossos líderes dizem hoje e rejeitamos o que os homens disseram ontem”. J.C. Ryle, em sua introdução ao seu livro Santidade, respondeu a esta atitude melhor do que eu possa fazer. Ryle não está discutindo o mesmo ponto de doutrina que nós estamos (ele está discutindo sobre Romanos 7), mas ele está examinando o mesmo tipo de pessoa mencionada acima. Ele mostra que a atitude piedosa que não olha para a história e para os credos sobre o pretexto de exaltação da Bíblia como nossa única regra é frequentemente na realidade somente uma evasão para se esquivar de encarar os assuntos.
Os comentadores que não assumiram essa posição... são os Romanistas, os Socínios e os Arminianos. Contra eles lançamos o juízo de quase todos os Reformadores, de quase todos os Puritanos... Naturalmente, replicar-me-ão que ninguém é infalível, que os Reformadores, os Puritanos... podem ter estado inteiramente equivocados, e que os Romanistas, Socínios e Arminianos podem estar inteiramente com a razão! Sem dúvida, nosso Senhor ensinou que a ninguém chamemos mestre. Porém, se não peço que alguém chame de “mestres” aos Reformadores e aos “Puritanos”, pelo que as pessoas leiam o que eles disseram sobre o assunto e que respondam aos argumentos deles, se puderem. Isso até hoje não foi feito! Dizer, como alguns dizem, que eles não querem “dogmas” e “doutrinas” de origem humana não serve de réplica. A questão inteira em jogo é esta: “Qual é o sentido das Escrituras? Qual é o verdadeiro sentido de suas palavras?” Seja como for, lembremo-nos de que há um fato importantíssimo que não podemos negligenciar. De um lado avultam as opiniões e interpretações dos Reformadores e Puritanos, e do outro as opiniões e interpretações dos Romanistas, Socínios e Armininanos. Que isso seja claramente compreendido pelos leitores. (Santidade , por J.C. Ryle, página xiii)

Nós adicionamos às palavras de Ryle: creia e pregue o livre-arbítrio se você tiver coragem, mas seja honesto ao menos para admitir que você não é nem mesmo um primo de décimo grau dos Reformadores. Diga às pessoas que você teria sido forçado a opor-se contra Knox, Spurgeon, Edwards e Whitefield sobre as Doutrinas da Graça se tivesse vivido em seus dias.

Antes de concluir, apontarei alguns problemas atuais que devem seu nascimento, nutrição e presente crescimento à doutrina Arminiana do livre-arbítrio. Eu não estou insinuando que todo aquele que crê no livre-arbítrio é culpado destas práticas específicas. Estou dizendo que cada uma dessas práticas é um resultado direto e lógico da crença e pregação do livre-arbítrio num período de tempo.

Primeiro: coloca a pessoa errada em julgamento

Cristo é descrito como estando em julgamento diante do homem. O grande amor de Deus foi entregar Seu filho em nossas mãos e nós devemos “fazer algo com Jesus”. Ora, isto contradiz dois importantes fatos Bíblicos sobre os quais o verdadeiro evangelho está edificado. Primeiro, todos os homens já fizeram algo com Jesus, e este foi o maior de todos os crimes que já cometemos. Segundo, Deus já fez algo com Jesus, e o que Deus fez é nossa única esperança de salvação.

É verdade que Deus colocou Seu Filho dentro do alcance das mãos humanas, mas quando Ele o fez, todos nós mostramos o ódio de nossos corações e gritamos, “Fora com este! Crucifica-O!” E além do mais, Romanos 8:7,8 nos ensina que se a oportunidade fosse dada a nós novamente, ainda O desprezaríamos e declararíamos “Não queremos que este homem reine sobre nós”. Lucas 19:17 registra o que decidimos fazer com Jesus.

Ora, Deus o Pai também fez algo com Seu Filho. Ele O ressuscitou dos mortos e Lhe deu todo poder, ou autoridade, sobre toda carne. Este “todo poder” (Mateus 28:18; Romanos 1:4) é a autoridade total sobre cada indivíduo em particular. Somente Cristo tem a autoridade para julgar todos os homens (Atos 17:31). Ele também recebeu poder para salvar alguns homens (João 17:2). Neste exato momento Jesus Cristo é o Senhor de cada homem. A despeito da cor ou credo, todos os homens, sem uma única exceção, estão em Suas mãos para serem condenados ou salvos. Somente Cristo tem o poder para salvar ou condenar alguém, e Ele deve fazer um ou outro com cada indivíduo em particular. A questão não é o que você fará com Jesus, mas antes, o que Jesus, que foi declarado ser o Senhor, fará com você? Leia Atos 2:32-36 e responda para si mesmo o que os “portantos” significam. Pedro está declarando que a maravilhosa exibição de poder em Pentecostes não foi devido a influência de vinho, mas foi uma demonstração do poder do Cristo exaltado sobre toda a carne. Pedro não está tentando fazer com que os pecadores façam algo com Jesus “decidindo-se por Ele”, ele estava relembrando-lhes do que eles já tinham feito – crucificado o Senhor da Glória e Príncipe da Vida. O Apóstolo mais adiante declara o que Deus fez – colocou Jesus sobre um trono eterno com as chaves da vida e da morte e Lhe deu a autoridade exclusiva para usar aquelas chaves para abrir e fechar a porta dos céus para “quem Ele quiser”. Foi este poder, e não o poder do assim chamado livre-arbítrio, que fez os homens clamarem, “Que faremos, homens e irmãos?”

Você vê que a religião do livre-arbítrio faz da fé e do arrependimento uma mostra do poder de escolha do homem, mas as Escrituras fazem deles uma mostra do poder do Cristo exaltado de fazer homens mortos viverem. Para o livre-arbítrio Arminiano, fé e arrependimento são a contribuição do pecador para o plano de salvação. Ele apresenta estes como dons a Deus para mostrar que ele “decidiu aceitar a Cristo”, ou melhor, ele decidiu “dar uma chance a Cristo”. Contudo, a Bíblia deixa claro que a fé e o arrependimento são os dons do Senhor exaltado que Ele adquiriu para Suas ovelhas. Regeneração não é a resposta do Espírito à nossa fé, mas é o chamado eficaz do Pastor que capacita Suas ovelhas a ouvir Sua voz, voltar de seu caminho errante, e abraçar salvificamente a promessa de perdão do evangelho.

Segundo: A pessoa errada recebe o crédito

Quando alguém “aceita” Jesus, esta pessoa é congratulada por sua coragem e determinação em “dar um passo para Cristo”, o evangelista é exaltado por sua pregação poderosa, e as pessoas que deram dinheiro e oraram pela campanha são elogiadas por fazer tudo isto possível. A glória da eleição e a graça da chamada eficaz não são somente não mencionadas; elas são deliberadamente negadas. Os relatórios no próximo dia são: “Nós tivemos vinte e uma decisões noite passada”. Leia as biografias de Bonar, McCheyne, Edwards, Whitfield, Spurgeon, ou qualquer outro gigante do passado e você nunca ouvirá uma linguagem tão desonrante a Deus e exaltadora do homem como esta. Eu desafio você a ler David Brainerd e tentar imaginar este homem piedoso dizendo, “Tive seis decisões noite passada”. A própria ideia é um insulto à memória deste homem piedoso.

Por que todos estes homens de Deus, homens que como mencionei, tiveram uma verdadeira experiência de reavivamento do Espírito Santo sob a pregação deles como nossa geração jamais viu, relatam os relacionamentos de Deus com suas próprias almas e com as almas influenciadas sob o seu ministério de uma maneira totalmente diferente da dos homens de hoje? Eles sabiam que cada conversão era uma amostra da eleição de Deus, da expiação específica do Filho e do chamado eficaz do Espírito Santo. Era apenas natural para eles atribuir a glória e o louvor à origem que causava o efeito. Eles louvavam o Deus Triuno porque Ele era o responsável pelo poder que eles viam manifestado toda vez que uma alma era nascida de novo. Visto que nossa geração é Arminiana, isto é, crê no livre-arbítrio, é naturalmente dado o crédito àqueles que sentem serem os responsáveis pela realização da obra. O pecador, cuja “decisão” mostra tanto seu bom julgamento como o poder de sua vontade para alcançá-lo, deve ser congratulado. Seria tanto cruel como injusto excluir do louvor o evangelista que “ganhou” a pessoa para Cristo por sua persuasão para que ele fizesse a escolha certa, e devemos também mencionar todas as pessoas que “fazem tudo isto possível” com dinheiro e orações.

Terceiro: A verdadeira natureza do pecado e da culpa é negada

Os pecadores são informados que eles são culpados da incredulidade, mas esta incredulidade é descrita como meramente um trágico engano que o homem está fazendo. Este engano consiste na indisposição do pecador para “aceitar” os muitos benefícios maravilhosos que Deus deseja lhe dar. Sua incredulidade é realmente não mais do que um engano tolo que lhe priva de algumas bênçãos. Os homens são tratados como “neutros” com respeito ao caráter de Deus e Seus direitos como nosso Criador nunca são mencionados. Nossa tarefa como testemunhas é meramente persuadir os pecadores à cuidadosamente considerar tudo o que eles estão perdendo por recusar a “aceitar a oferta de Cristo”. Os Apóstolos não viram o pecado em geral, nem o pecado da incredulidade em geral, em tal luz. Aqueles pregadores inspirados consideravam a incredulidade um crime vil contra Deus, Sua lei e Seu reino. Os homens não são inquiridos a modelarem suas mentes e se decidirem por Jesus; eles são ordenados em termos não incertos à mudar suas mentes e cessar com sua rebelião – ou algo parecido! Certamente os Apóstolos falaram da piedade para os pecadores, mas eles também demandavam arrependimento e evidência de que esta era genuína. Novamente eu encorajo você a ler a introdução de Packer ao livro A Morte da Morte para um claro contraste entre a mensagem do “antigo evangelho” como pregada pelos Apóstolos, Reformadores e Puritanos e o “novo evangelho” como pregado pela maioria dos evangélicos e fundamentalistas hoje.

Quarto: Ela diz ao pecador para olhar na direção errada

O erro mais drástico na religião do livre-arbítrio reside no próprio cerne de sua mensagem. No ponto onde o impotente pecador mais necessita da ajuda e do poder de Deus, o pecador é deliberadamente e dogmaticamente apontado para longe de Deus e informado que deve olhar para si mesmo. O Arminianismo fala para os homens que Deus quer, todavia, não pode, fazer algo mais do que Ele já fez. Lei o artigo de C.H. Spurgeon, “Deveríamos Pregar a Depravação Total?”, na página 7, e veja como ele enfatiza a necessidade de “lançar ao pó os pecadores em total desamparo”. O livre-arbítrio informa o pecador que ele não é impotente no início da conversão; de fato este erro ousadamente declara que é somente o poder do pecador que pode fazer esta tarefa neste ponto. Deus espera para que o homem forneça o poder – a força de vontade . O pobre pecador é informado, “Deus fez tudo que Ele poderia fazer, agora é tudo com você”. No lugar de arremessar os pecadores ao pó, isto lhes exalta. No lugar de forçá-los a olhar para Deus em total desamparo para encontrar graça e força, o livre-arbítrio coloca Deus em desamparo e exala o homem como sendo o único com a habilidade para alcançar a vitória!

Agradeça a Deus por Sua salvação não ser uma mera possibilidade baseada sobre um se você quiser... então Deus pode ..., mas ela é baseada sobre uma certeza. Ela é uma certeza absoluta porque Deus ...!

O pecador deve estar disposto para vir a Cristo antes dele poder ser salvo? Certamente ele deve, mas esta não é a questão. É o homem capaz de por si mesmo se dispor para vir? Absolutamente não. O esquema inteiro da graça de Deus falhará por causa da inabilidade e insubordinação do homem? Não, meu amigo, a Bíblia nos assegura que o Deus da graça é também o Deus de poder. “O Teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do Teu poder...” (Salmos 110:3) é uma promessa segura! Aqueles que creram no evangelho em Atos 13:48 estavam dispostos para serem salvos? Lídia em Atos 16:14 voluntariamente abriu seu coração para Cristo à medida que Paulo pregava para ela? Os homens em Atos capítulo dois queriam buscar misericórdia? A resposta é óbvia, certamente eles estavam dispostos – em todos três casos. A questão real é esta: Quem e o que lhes fez dispostos? Leia cada caso e veja se foi o poder do livre-arbítrio ou o poder da graça soberana. A questão real é esta: “Como pode um pecador morte como uma mente carnal ativamente oposta à Deus e à justiça ser assim mudado para estar disposta e sinceramente desejoso de ser salvo para santidade? Exatamente como Deus realiza este grande e glorioso “mistério” (João 3:8) está além do meu alcance, mas eu sei que Ele assim o faz, e eu também sei que TUDO é obra Sua .

Eu não sei como esta fé salvadora,
À mim Ele impartiu, Nem como crendo em Sua Palavra,
Paz foi forjada dentro do meu coração,
Eu não sei como o Espírito se move,
Convencendo os homens do pecado,
Revelando Jesus através da Palavra,
Criando fé nEle.
Mas eu sei em QUEM eu tenho crido!

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Fonte: The Highway e/ou Grace Gospel
Tradução: Josemar Bessa

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A soberania de Deus e a responsabilidade humana na evangelização

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Neste vídeo o Rev. Augustus Nicodemus explica sobre a soberania de Deus e a responsabilidade humana na evangelização, tomando como base o texto de Romanos 9.1-29. Realizado na 27ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes em 2011. Assista:


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Fonte: Ministério Fiel
Via: Vem Ver

A eficácia do controle exercido por Deus

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Por John Frame


Dizer que o poder controlador de Deus é eficaz é simplesmente dizer que esse poder sempre realiza o seu propósito. Deus nunca deixa de cumprir o que se dispõe a fazer. É certo que as criaturas podem opor-se a ele, mas não podem prevalecer. Por seus próprios motivos, ele decidiu adiar o cumprimento das suas intenções para o fim da História, e conduzir essas intenções através de uma complicada sequência histórica de acontecimentos. Nessa sequência, às vezes os seus propósitos parecem sofrer derrota, e às vezes obtêm vitória. Mas, como veremos posteriormente na nossa discussão sobre o problema do mal, cada aparente derrota torna de fato a sua vitória final supremamente gloriosa. É evidente que a cruz de Jesus é o principal exemplo desse princípio. 

Nada é difícil demais para Deus (Jr 32.27); nada lhe parece maravilhosos demais (Zc 8.6); nada lhe é impossível (Gn 18.14; Mt 19.26; Lc 1.37). Desse modo, os seus propósitos sempre prevalecerão. Contra a Assíria, ele diz:

"Jurou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte de Israel, e a sua carga se desvie dos ombros dele. Este é o desígnio que se formou concernente a toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; que pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?" (Is 14.24-27; cf. Jó 42.2; Jr 23.20).

Quando Deus expressa com palavras os seus propósitos eternos, por intermédio dos seus profetas, essas profecias certamente acontecerão (Dt 18.21-22; Is 31.2).[1] Às vezes Deus apresenta a sua palavra como o seu agente ativo que inevitavelmente cumpre a sua determinação:

"...[assim como descem a chuva e a neve dos céus] assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo que designei" (is 55.11; cf. Zc 1.6). 

E o sábio mestre nos lembra:

"Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENHOR" (Pv 21.30; cf. 16.9; 19.21)

A Escritura fala muitas vezes sobre o propósito de Deus em termos "do que lhe agrada" ou do que "o que é da vontade". O que agrada a Deus certamente será realizado:

"... que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.10)

"Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4.35)

"Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, SENHOR do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Mt 11.25-26). 

"... (e em amor) nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.5; cf. 1.9).[2]

Para ilustrar a eficácia dos propósitos de Deus na nossa vida, a Escritura faz uso da figura do oleiro e do barro (Is 29.16; 45.9; 64.8; Jr 18.1-10; Rm 9.19-24). Com a mesma facilidade com que o oleiro molda seu barro, fazendo um vaso para um propósito e outro vaso para outro propósito, assim Deus age nas pessoas. Seu propósito prevalecerá, e o barro não tem nenhum direito de queixar-se com o oleiro a respeito disso.

A eficácia geral do propósito de Deus forma o pano de fundo para a doutrina reformada da graça irresistível. Como mencionamos anteriormente, os pecadores de fato resistem aos propósitos de Deus; esse é, na verdade, um tema significativo da Escritura (Is 65.12; Mt 23.37-39; Lc 7.30; At 7.51; Ef 4.30; 1Ts 5.19; Hb 4.2;12.25). Mas o ponto visado pela doutrina é que a resistência deles não prevalece contra o SENHOR. Quando Deus tenciona levar alguém para a fé em Cristo, ele não pode deixar de fazer isso, embora, pelos seus próprios motivos, ele decida lutar com a pessoa por longo tempo antes de atingir esse propósito.[3] Mais adiante, nesse precede a nossa resposta de fé, e é sempre origem desta. Também veremos que Deus chama eficazmente pecadores para entrarem em comunhão com ele. Teremos que discutir amplamente a natureza da resistência humana na nossa consideração posterior da responsabilidade e liberdade características da criatura.

Mas a Escritura ensina normalmente que, quando Deus elege, chama e regenera alguém em cristo, mediante o Espírito, essa obra realiza o seu propósito salvífico. Quando Deus dá àqueles que são seus um novo coração, é certo e seguro que eles "andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem" (Ez 11.20; cf. 36.26-27). Quando Deus nos dá nova vida (Jo 5.21), não podemos devolvê-la a ele. Disse Jesus: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim" (Jo 6.37). Se Deus pré-conhece alguém (isto é, se é seu amigo, como veremos abaixo), ele certamente o predestinará para conformar-se à semelhança de Cristo, para ser chamado, justificado e glorificado no céu (Rm 8.29-30). "[Deus] tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" (Rm 9.18; cf. Êx 33.19). Os crentes podem dizer: Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts 5.9). O salmista acrescenta:

"Bem aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficamos satisfeitos com a bondade de sua casa - o teu santo templo" (Sl 65.4)

Portanto, como acontece com a sua palavra, a graça de Deus nunca voltará vazia a ele.

Podemos resumir o ensino bíblico acerca da eficácia do governo de Deus com as seguintes passagens, que falam por si mesmas:

"O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações" (Sl 33.11)

"No céu está o nosso deus e tudo faz como lhe agrada" (Sl 115.3)

"Tudo quanto aprouve o SENHOR, ele o faz, nos céus e na terra, no maus e em todos os abismos" (Sl 135.6)

"... nenhum já que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, que o impedirá?" (Is 43.13)

"Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará. e que fecha, e ninguém abrirá" (Ap 3.7)

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Notas:
[1] Nas Escritura, nem toda profecia é expressão do propósito eterno de Deus. Algumas profecias indicam o que Deus fará em várias situações possíveis. Portanto, às vezes ele anuncia juízo, mas "se arrepende" quando as pessoas se arrependem: ver Jr 18.5-10. [...] Ver também Richard Pratt, "Prophecy and historical contingence", em www.thirmill.org.
[2] Certo é que há também na Escritura muitos exemplos de criaturas que desagradam a Deus por desobedecerem aos seus mandamentos, desse modo deixando de estar à altura dose seus padrões. Aqui é importante a distinção reformada tradicional entre a vontade decretiva e a vontade preceptiva (ou, nesse caso, o que agrada a Deus). Deus sempre realiza o que ele ordena que aconteça, mas nem sempre ordena que seus preceitos, seus padrões, sejam seguidos. Em outras palavras, às vezes lhe apraz ordenar seu próprio desprazer, como quando ele ordena as ações pecaminosas dos seres humanos.
[3] Há também situações nas quais pessoas que parecem eleitas abandonam Deus e, com isso, provam que não pertencem aos seu povo. Também há casos em que Deus escolhe alguém sem a intenção de lhe dar os benefícios completos da salvação. Judas é um exemplo (Jo 6.70), como também o é Israel, que, por sua incredulidade, perdeu sua posição especial como nação eleita de Deus.
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Fonte: FRAME, John. A Doutrina de Deus; São Paulo: Cultura Cristã, 2013. 53-55
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pastor questiona construção de réplica do Templo de Salomão

Ele lembra que o interesse dos cristãos por tal obra tem que ser apenas histórico
por Leiliane Roberta Lopes



Pastor questiona construção de réplica do Templo de SalomãoPastor questiona construção do Templo de Salomão
  • O reverendo Augustus Nicodemus Lopes questionou em uma pregação a construção do Templo de Salomão, o megatemplo que será inaugurado no dia 31 de julho em São Paulo pela Igreja Universal do Reino de Deus.
O pastor da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro afirmou que não entende o motivo que faz um cristão querer construir uma réplica do templo bíblico. “O único interesse que um cristão deve ter no templo é arqueológico e histórico, nunca religioso”, disse.
“Era no templo que se fazia todas as coisas que Jesus já fez por nós”, continuou o reverendo Augustus Nicodemus citando o ritual de purificação e os sacrifícios de animais.
Ele também explicou a diferença do templo do Antigo Testamento com os dos dias atuais, lembrando que o espaço de culto como conhecemos hoje não são a morada de Deus, mas sim o coração de cada ser humano.
“Isso aqui [a igreja] é uma construção para conter apropriadamente o verdadeiro templo que somos nós. Deus habita em nós, nós é que somos o templo do Espírito Santo.”
O trecho da mensagem intitulada de “Jesus e Lei” foi publicado no canal do Youtube da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde também é possível acompanhar toda a pregação na íntegra.
Assista:

Fonte:gospelprime

SETE COISAS QUE APRENDI COM A DERROTA DO BRASIL



Por Samuel Torralbo

Partindo dos 7x1 sofridos pelo Brasil contra a seleção da Alemanha na semifinal da copa do mundo de 2014, quero pontuar sete coisas que aprendi com essa derrota humilhante e vexatória que entrará para a história.

1 – Uma história vitoriosa não garante vitória no presente – A história do futebol brasileiro é incomparável, com 5 títulos mundiais, tendo jogadores históricos encontramos Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Ronaldo, etc. Mas isso não é garantia de sucesso no presente. De modo que, a história é importante, porém imprescindível é como lidamos com o presente.

2 – O jeitinho brasileiro é uma maldição – Nota-se que mais uma vez o futebol foi cercado pela mística do jeitinho brasileiro (o Brasil não jogou bem a copa inteira, e pensávamos que passaríamos a Alemanha como das outras vezes). Infelizmente, no inconsciente coletivo da nação brasileira o jeitinho é uma marca maldita, que funciona como um viciado em jogos de azar, que ganha uma vez, e perde dez, mas fica sempre contando sobre a única vez que ganhou, sem perceber que já perdeu tudo. É verdade que o jeitinho as vezes funciona, porém se comparado com as vezes que não funciona, notar-se-á que é um grande sistema de engano e atraso.

3 – Renovação é imprescindível na vida – O que se percebeu ontem é o que muitos já vinham falando – uma seleção ultrapassada e desatualizada. Um dos motivos que leva a desatualização e logo ao insucesso é o orgulho de achar que não precisa se atualizar, o que implica em buscar novas ajudas, conhecer novos caminhos, escutar e aprender com os outros, porém o orgulhoso não tem humildade para isso, ele fica polindo troféus antigos enquanto que o mundo segue caminhando.

4 – Talento depende de planejamento – Foi-se o tempo em que um craque ganhava sozinho um campeonato (ele pode ganhar um jogo, mas o campeonato é impossível), no mundo pós moderno os novos termos definem o novo cenário – “rede”, “global”, “parceria”, e para a viabilização deste novo modelo de relacionamento o planejamento é algo singular no processo. Infelizmente, o brasileiro tem muito talento, mas precisa aprender muito sobre planejamento.

5 – Nem só de emoção se constroem resultados – O brasileiro é conhecido como um povo do coração e menos da razão. Isto tem seus benefícios como também seus prejuízos. Certamente, o melhor caminho é o da moderação, não basta emoção, paixão, vontade, é necessário também o preparo, o equilíbrio, as ponderações e sobretudo a humildade.

6 – Meu mundo nem sempre é tão perfeito assim – Quando ouvíamos os técnicos e os jogadores falarem sobre a seleção brasileira a sensação que tínhamos é que o mundo deles estava perfeitamente seguro, porém o que se percebeu com o resultado diante da Alemanha é que nem sempre a impressão pessoal sobre si mesmo, reflete o que de fato é, necessitando outra vez de humildade para um auto conhecimento que poderá então produzir resultados com sucesso.

7 – Aprendendo com os fracassos – A derrota de fato pode produzir um novo caminho de aprendizado e restauração. Porém sempre será um caminho de muito trabalho, disciplina e humildade. Ninguém aprende nada com a derrota apenas filosofando, ou criando enciclopédias sobre a tragédia. Aprende-se, com as tragédias quando a alma de fato se desperta, existindo um novo posicionamento de conduta e caráter. Daqui a quatro anos de fato veremos se a seleção como também todos nós (no caminho da vida) aprendemos com essa derrota histórica no futebol, ou se ficamos apenas no blábláblá..

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Samuel é pastor, teólogo e escritor. É um dos nossos colaboradores.
Fonte:Púlpito Cristão

Israel é o relógio de Deus no mundo?

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Por Thiago Oliveira


Essa expressão “relógio de Deus no mundo” é usada por muitos cristãos que vivem antenados no que acontece com o Estado Israelense. Para essas pessoas, o reaparecimento de Israel como nação e os constantes conflitos que ocorrem por aquelas bandas ganham ares escatológicos e são vistos como o cumprimento das profecias bíblicas acerca do fim dos tempos e o retorno de Cristo.

Devido as recentes notícias de conflitos entre palestinos e israelenses, choveu no Facebook campanhas de oração por Israel. Devemos apenas lembrar que do lado da Palestina estão morrendo pessoas, terroristas e não-terroristas, sendo assim, nossas orações devem se estender aos não-israelenses que também estão sendo vitimados. O direito à autodefesa é inegável, não entrarei nesse mérito. Quero apenas alertar a Igreja do Senhor, que o verdadeiro Israel de Deus deixou de ser uma nação há muito tempo. Mais precisamente há dois milênios, quando a Igreja de Cristo foi estabelecida na terra.

Não estou querendo com isso dizer que os fatos históricos são alheios a ação soberana de Deus. Obviamente acredito que a Trindade é quem faz a história, e não há nada desde a criação até o retorno de Cristo que não seja direcionado pela Divindade. Todavia questiono a clareza de algumas interpretações escatológicas. Sinceramente não acredito que certas profecias atribuídas ao futuro de Israel sejam para o Estado formado em 1948 pela ONU e com total apoio estadunidense. 

Vejam como existem algumas coisas bem forçadas; li num site os supostos cumprimentos das profecias bíblicas:

PROFECIA: “Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto. Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o senhor teu Deus.” (Amós 9.13-14).
CUMPRIMENTO: Israel é o 3º maior produtor de flores, está entre as nações com o maior IDH do planeta e supera até os EUA no Índice de Esperança de Vida (alguém sabe que índice é esse?).
PROFECIA: “E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra.” (Ezequiel 36.24).
CUMPRIMENTO: Após 19 séculos, com a criação do moderno Estado de Israel, milhares de judeus dispersos pelo mundo, saíram de 120 nações para formar o seu país e assim cumprir o que está escrito na Bíblia. 

Ambos os profetas falam de coisas que na época eram futurísticas, todavia para nós são acontecimentos presentes nos anais da História. Amós profetizou antes do Cativeiro Babilônico, quando Nabucodonozor destruiu Jerusalém, profanou e saqueou o Templo e levou cativo milhares de milhares de judeus. Ezequiel foi profeta contemporâneo ao exílio. O cativeiro mencionado é o da Babilônia, e o regresso do cativeiro foi cumprido pela geração de Esdras e Neemias. Deus usou os Persas - principalmente Ciro - para punir os babilônicos e remir os israelitas. 

Ler estes autores com as lentes da escatologia moderna é cair num erro primário de quem desconhece a história daqueles que outrora foram chamados para serem luzeiros entre as nações, o povo que foi o receptor da Revelação Específica que culminou no ministério de Jesus Cristo. Por isso muito cuidado ao afirmarmos determinadas coisas, pois, estaremos dizendo aquilo que o Senhor nunca disse, acrescentando algo a Palavra. Deslize gravíssimo!

As questões belicosas entre Israel e a Faixa de Gaza envolvem interesses políticos e econômicos que estão aquém das promessas bíblicas. Mas daí você pergunta: Deus prometeu que aquela terra seria dos israelitas ou não prometeu? Sim, prometeu. Contudo não devemos esquecer que a promessa está inserida num contexto aliancista (Ex 19:5). Israel descumpriu a sua parte e por isso não tem que reclamar coisa alguma. Cristo, em certa ocasião, afirmou:

Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos”. Mateus 21:43

E esta nação não é daqui. É a nação de forasteiros composta por cidadãos do Céu. As bênçãos que eram de Israel agora estão em posse da Igreja. E porquê? Porque os israelenses negaram o Messias. Essa negação fez com que pessoas de outros povos se juntassem a mesa com Abraão, Isaque e Jacó (Mt 8:11-12). Somos seus descendentes não por consanguinidade, mas sim mediante a Fé. Não basta descender de Abraão, tem que produzir frutos de arrependimento (Lc 3:8), e estes frutos foram produzidos por todos aqueles que receberam a Cristo como seu Senhor e Salvador, mediante a atuação do Espírito Santo, que é o que convence o homem de seus pecados (Jo 16:8).

Aconselho que diante de tudo o que esteja acontecendo no Oriente Médio, possamos ler os fatos com o olhar de misericórdia do Senhor. No momento em que escrevia esse texto, havia 120 mortes do lado da Palestina e 0 mortes do lado de Israel. E o mais triste nisso é que muitas crianças inocentes estão sendo assassinadas. O relógio de Deus no mundo é a Igreja, e esta ao cumprir o Ide coopera para a volta de Jesus (Mt 24:14). Há “filhos de Abraão” também entre os árabes. É necessário pregar para que o Espírito desperte os eleitos. Atentemos mais para a nossa missão e continuemos a orar por Israel, pela Palestina e pelo mundo inteiro. E que Deus tenha piedade do seu povo (a Igreja). 

Soli Deo Gloria.

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Divulgação: Bereianos
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O Calvinismo e a Piedade Cristã

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Por Thomas Magnum


É comum ouvirmos algumas indagações acerca do calvinismo, acusações descabidas e sem fundamentação Bíblica ou histórica. Uma delas é que o calvinismo promove em sua defesa da predestinação esfriamento espiritual, ou seja, o cristão não precisa cultivar uma vida piedosa. Veremos aqui, que tal acusação é infundada e desonesta com a história da Reforma Protestante. 

A contribuição da teologia reformada em várias camadas da sociedade são provas claras da piedade do pensamento de João Calvino. É notório que Calvino defendeu e ensinou a doutrina da predestinação com evidente ardor e temor, sua base foi as Escrituras, é evidente também que não foi Calvino quem inventou a doutrina. Ao lermos as Epístolas de Paulo, vemos claramente o ensino do Apóstolo sobre a eleição, as doutrinas da graça estão presentes nas Escrituras de Gênesis ao Apocalipse, qualquer cristão que se propor a realizar um estudo sério das Escrituras Sagradas, não negará essas doutrinas. No entanto elas não nos levam a uma indiferença ou esfriamento espiritual, mas, o contrário o povo remido e chamado por Deus vive como disse Paulo:

Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”. Tito 2.12

Abordaremos o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã, depois os cinco pontos do calvinismo e suas implicações práticas para vida do crente. Com isso demonstraremos que a teologia da vida cristã no calvinismo está embasada nas Escrituras e não na justiça dos homens. 

Calvino e a Vida Cristã

Comumente ouvimos falar de Calvino como um homem implacável e carrancudo que não tinha sensibilidade com o próximo e que reduziu o homem a nada. Isto não era verdade! João Calvino foi criado por sua mãe de forma piedosa, sua genitora o conduzia pela mão nos caminhos e no temor do Senhor. 

Steve Lawson diz:
Conhecido como um dos grandes homens de todos os tempos, ele era uma força motriz tão expressiva que influenciou a formação da igreja e da e da cultura ocidental de modo como nenhum outro teólogo ou pastor conseguiu fazer. Sua exposição habilidosa das Escrituras possuía características doutrinárias da Reforma Protestante, tornando-o, indiscutivelmente, o principal arquiteto da causa protestante. Sua impetuosa abordagem da teologia definiu e articulou as verdades essenciais daquele movimento que alterou a história da Europa no Século dezesseis. [1]

A Piedade Cristã nos Escritos de Calvino

Quando lemos Calvino, descobriremos logo a primeira vista um homem santo que tinha por base de sua teologia as Escrituras Sagradas, a teologia de Calvino era radicalmente bíblica. Ao lermos principalmente seus comentários bíblicos notaremos seu fervor e paixão pelas coisas divinas, a espiritualidade ensinada pelo reformador como uma vida dedicada a Deus e seu reino é um ensino claro em seus escritos. Quando lemos Calvino falando das disciplinas espirituais podemos perceber como isso era importante em sua teologia e em seus comentários bíblicos (e ele comentou quase toda a Bíblia), são suasInstitutas aplicadas de forma prática na vida da igreja.

Para Calvino a piedade cristã está alicerçada no conhecimento de Deus:
“A piedade está sempre fundamentada no conhecimento do verdadeiro Deus; e isso requer ensino”. [2]

Para Calvino a base para uma correta vida piedosa era o correto conhecimento da verdade bíblica. Como lemos em Tito 1.1: Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade”.

A nossa salvação se materializa em nosso conhecimento intensivo e qualitativamente completo da verdade. Contudo, este conhecimento da verdade, longe de ser arrogante e autossuficiente, está relacionado com a piedade: “segundo a piedade”. O verdadeiro conhecimento de Deus é cheio de piedade. Piedade caracteriza a atitude correta para com Deus, englobando temor, reverência, adoração e obediência. Ela é a palavra para a verdadeira religião. [3]

Calvino entendia que o conhecimento do verdadeiro Deus traria uma vida piedosa e santificada.
...deve observar-se que somos convidados ao conhecimento de Deus, não àquele que, contente com vã especulação, simplesmente voluteia no cérebro, mas àquele que, se é de nós retamente percebido e finca pé no coração, haverá de ser sólido e frutuoso.[4]
...Jamais o poderá alguém conhecer devidamente que não apreenda ao mesmo tempo a santificação do Espírito. (...) A fé consiste no conhecimento de Cristo. E Cristo não pode ser conhecido senão em conjunção com a santificação do seu Espírito. Segue-se, consequentemente, que de modo nenhum a fé se deve separar do afeto piedoso. [5]

Ainda em seu comentário da epístola de Tito 1.1, Calvino nos diz:
A frase, que é segundo a piedade, qualifica a verdade de uma forma especifica, da qual ele esteve falando, e ao seu tempo recomenda sua doutrina a partir de seu fruto e propósito, visto que seu alvo único é promover o culto divino correto, e manter a religião genuína entre os homens. E assim ele livra sua doutrina de toda e qualquer suspeita de vã curiosidade, como ele fez diante de Félix (Atos 24.10) e igualmente diante de Agripa (Atos 26.1). Visto que todos os questionamentos supérfluos que não se inclinam para edificação devem ser com toda razão suspeitos e mesmo detestados pelos cristãos piedosos, a única recomendação legitima da doutrina é que ela nos instrui na reverência e no temor de Deus. E assim aprendemos que o homem que mais progride na piedade é também o melhor discípulo de Cristo, e o único homem que deve ser tido na conta de genuíno teólogo é aquele que pode edificar a consciência humana no temor de Deus. [6]

As Implicações Práticas dos Cinco Pontos do Calvinismo

Ao tratarmos da resposta reformada aos remonstrantes nos cânones de Dort, não temos apenas cinco pontos de teologia engessada teoricamente. Os cinco pontos do calvinismo nos levarão através da Escritura a uma compreensão Bíblica de mundo, ética, espiritualidade, sociedade, igreja e as demais instituições que envolvem a igreja de Deus.

Ao observarmos o desenvolvimento e involução de nossa geração, percebemos claramente que a única explicação biblicamente coerente é a depravação total: Assassinatos, violência, corrupção, destruição dos valores familiares, abandono das verdades Bíblicas, culto a personalidade, a descentralização do culto, o antropocentrismo. A Palavra de Deus nos diz a respeito da condição do homem caído:
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Romanos 1.28-32

A Bíblia nos mostra que o homem está completamente distanciado de Deus, está destituído da glória, o homem não entende as coisas divinas e não busca a Deus.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Romanos 3.11-18

Essa condição pecaminosa é a explicação para a depravação que envolve a sociedade, os horrendos pecados que contemplamos todos os dias por meios massivos, a libertinagem e a violação aos mandamentos de Deus sobre a vida, casamento, sexo, finanças, cultura e artes. 

No entanto Deus tem um povo que Ele escolheu, para serem conforme a imagem de seu Filho, que são o sal da terra e a luz do mundo. Esse povo faz toda a diferença, um povo que glorifica a Deus e que vive e prega sua Palavra. O princípio ético da Escritura é trazer conforto e equilíbrio a vida social. Uma política onde os princípios éticos da palavra de Deus são violados será a ruína de uma nação, um sistema educacional em que o homem é entronizado e a Bíblia não é citada como fonte de ética salutar, levará uma sociedade também a ruína moral e espiritual. A perseverança dos santos é outra doutrina que podemos mencionar como extremamente importante para o povo de Deus e para aqueles que são beneficiados de forma colateral pelo Evangelho de Cristo. A vida regrada dos santos levará a um modelo de trabalho, santidade, vida comum, familiar e espiritual. Aqueles que foram eleitos incondicionalmente por Deus, perseverarão na busca da justiça, da vida devota e piedosa, isso são implicações éticas marcantes pela presença da igreja. A expiação limitada nos levará em particular a compreensão do amor de Deus por seu povo, de sua providência e cuidado para com os seus, isso é confortante por sabermos que estamos sempre aos cuidados do nosso Deus.

Conclusão

Estudar o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã revelará a importância que o reformador dava a vida prática do cristianismo Bíblico, afirmações de que o calvinismo não valoriza a prática da piedade cristã está fundamentada em desconhecimento do que o calvinismo ensina, um estudo mais apurado sobre a reforma e suas extensões irá mostrar o quanto à doutrina reformada é comprometida com a sã doutrina e a vida santa, diante de um Deus que é santo.

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Notas:
[1] A Arte Expositiva de João Calvino, Steve Lawson. Ed. Fiel
[2] Comentário de Daniel, João Calvino. Ed. Fiel
[3] A Piedade Obediente de Calvino, Hermisten Maia Costa 
[4] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - I 5.9.
[5] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - III. 2.8.
[6] As Pastorais, João Calvino, Comentário da epístola de Tito.

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Fonte: Bereianos

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