quarta-feira, 29 de março de 2023

A ÁGUIA, NOSSA PEDAGOGA

 



A águia é uma ave de rapina. Sua força é descomunal. Suas asas são possantes, suas garras são armas poderosas, seu bico é forte como aço e sua visão é colossal. Essa rainha do espaço faz voos solitários, altaneiros e longínquos; isso porque ela se renova de tempos em tempos. A águia é símbolo de nobreza e força, coragem e determinação. Ela serve para nós como pedagoga. Vejamos:



Em primeiro lugar, a águia nos ensina acerca da necessidade do vigor renovado. “Ele é quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia” (Sl 103.5). A águia faz voos altaneiros e longínquos. Ela, como um projétil, desce das alturas, para apanhar sua presa e assim, dá de comer a seus filhotes, protegidos no pico das montanhas. A águia, ao longo de sua vida, passa por tempos de renovo, quando sua plumagem é trocada e seu vigor é remoçado. O salmista nos diz que, assim como a águia passa por esse processo de renovação, o Senhor também farta de bens a nossa velhice e renova a mocidade como a da águia. Precisamos despojar nossas as velhas plumagens e manter nossas armas de combate e defesa em ordem. Precisamos do vigor que vem do Senhor para que nossa mocidade seja renovada como a da águia. A Escritura diz: “Mas os que esperam no Senhor renovam a suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40.31).



Em segundo lugar, a águia nos ensina acerca da necessidade de colocarmos nossos filhos em lugar seguro, longe dos predadores. “Ou é pelo teu mandado que se remonta a águia e faz alto o seu ninho? Habita nos penhascos onde faz a sua morada, sobre o cimo do penhasco, em lugar seguro” (Jó 39.27,28). A águia faz o ninho de seus filhos no alto dos penhascos, em lugar seguro, longe dos predadores. Oferece aos filhos não apenas sustento, mas, também, segurança. Os predadores estão sempre buscando ninhos desprotegidos para devorar filhotes indefesos. A águia nos ensina a cuidar de nossos filhos. Os predadores estão espalhados por todos os lados com suas redes estendidas. A aproximação deles pode ser sutil ou implacável, mas é sempre perigosa. Manter os nossos filhos em lugar seguro é essencial para que cresçam e sejam bem-sucedidos. O refúgio verdadeiro para os nossos filhos é Jesus. Ele é a rocha que nos protege dos ataques ferozes dos inimigos. Nele encontramos provisão para a vida e plena satisfação para a eternidade.



Em terceiro lugar, a águia nos ensina a ser exemplo para nossos filhos e nunca desistir deles. “Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas” (Dt 32.11). A águia não apenas coloca o ninho dos filhotes em lugar seguro, no topo dos penhascos, mas, também, prepara-os para a vida. Na hora de sair do conforto cálido do ninho, a águia voeja sobre sua ninhada, dando aos filhotes o exemplo de como se voa. Mais do que isso, a águia os arranca do ninho e, tomando-os, os leva sobre suas possantes asas. A águia jamais desiste de seus filhotes. Faz deles seus discípulos. Não os deixa entregues à sua própria sorte. O cuidado da águia com seus filhotes é demonstrado na preparação do ninho, no lugar onde o ninho é colocado, no exemplo e na condução. A águia, como pedagoga, demonstra que o exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de fazê-lo. Nossos filhos precisam mais do que de abrigo e provisão. Eles precisam de exemplo, ensino e liderança. Nossos filhos nos observam mais do que nos escutam. Há momentos que precisaremos carregar nossos filhos como a águia transporta seus filhos sobre as asas. Nossos filhos são preciosos e nenhuma vitória nossa compensa a derrota deles. Nossos filhos são herança de Deus. São filhos da promessa. Nunca podemos desistir deles. Portanto, vamos observar a águia como nossa pedagoga e aprender esses princípios tão importantes para nossa jornada segura rumo à glória!



Rev. Hernandes Dias Lopes

TIROTEIO EM ESCOLA PRESBITERIANA NOS EUA DEIXA 6 MORTOS



 Uma atiradora, de 28 anos, abriu fogo na Covenant Presbyterian School of Nashville. (Foto: Departamento de Polícia Metropolitana de Nashville).


Uma atiradora, de 28 anos, abriu fogo em um colégio filiado à Igreja Presbiteriana, nesta manhã (27), em Nashville.

Uma atiradora abriu fogo em uma escola cristã no Tennessee, Estados Unidos, na manhã desta segunda-feira (27), matando seis pessoas.

Segundo o The Christian Post, uma mulher de 28 anos entrou na Covenant Presbyterian School of Nashville, uma escola particular em Nashville, armada com rifles e uma pistola.

Pelo menos três crianças e três adultos foram mortos no ataque ao colégio filiado à Igreja Presbiteriana dos EUA.

O Departamento de Polícia Metropolitana de Nashville afirmou que recebeu a primeira ligação sobre o ataque às 10h13.

Uma equipe de cinco policiais foram enviados à escola e mataram a atiradora às 10h27.

“Os policiais entraram no primeiro andar da escola, ouviram tiros vindos do segundo andar e imediatamente partiram para o tiroteio”, relatou o porta-voz da polícia, Don Aaron, em coletiva de imprensa.

“Quando os policiais chegaram ao segundo nível, eles viram uma atiradora – uma mulher – que estava atirando. Os policiais a enfrentaram. Ela foi morta a tiros pelos policiais que responderam”.

O governador do Tennessee, Bill Lee, declarou no Twitter que as autoridades estão trabalhando no caso e pediu oração.

“Enquanto continuamos a responder, junte-se a nós em oração pela escola, congregação e comunidade de Nashville”, escreveu Lee.

A identidade da atiradora ainda não foi divulgada. Além da polícia local, o FBI também está investigando o crime.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO THE CHRISTIAN POST

segunda-feira, 27 de março de 2023

Conselho Mundial de Atletismo proíbe atletas trans em esportes femininos

 

Lia Thomas, ex-veterano da Marinha Americana e ex-jogador de basquete masculino. (Foto: Captura de tela/YouTube Fox News)

O conselho disse que antes de pensar na inclusão, vai priorizar a justiça e a integridade da competição feminina.

O presidente do Conselho Mundial de Atletismo (WAC, da sigla em inglês), Lord Sebastian Coe, tomou medidas decisivas para proteger a categoria feminina nos esportes. Agora haverá novas regras para a participação de atletas transexuais. 

De acordo com as mudanças divulgadas na quinta-feira (23), atletas biologicamente do sexo masculino, que se identificam como mulher, não poderão mais competir na categoria feminina em eventos atléticos internacionais.

O WAC disse que vai “priorizar a justiça e a integridade da competição feminina antes da inclusão”. Os atletas transexuais serão excluídos das competições do ranking mundial feminino a partir de 31 de março.

‘Temos que proteger a categoria feminina nos esportes’

“A decisão que o conselho tomou é baseada principalmente em princípios e essa é uma necessidade primordial, temos que proteger a categoria feminina. É para isso que estamos aqui”, disse Coe.

No início, o WAC tentou resolver a questão sobre a participação de homens biológicos nos esportes femininos, exigindo que eles reduzissem os níveis de testosterona, mas houve muita oposição.

“A maioria dos reclamantes afirmaram não querer a participação de atletas transgêneros na categoria feminina, já que não há evidências suficientes de que mulheres trans (homens biológicos) não tenham vantagem sobre as mulheres biológicas”, explicou.

Ele ainda disse que se a ciência não consegue comprovar a eliminação de testosterona em atletas transgêneros, então o mais correto é que o conselho seja guiado por seu princípio mais abrangente, que é proteger a categoria feminina.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN TODAY

UMA VISÃO DO CRESCIMENTO DA IGREJA



O texto de 2 Reis 6.1-7 ensina alguns princípios importantes sobre o crescimento da obra de Deus. O contexto está ligado com a escola de profetas nos dias do profeta Eliseu, discípulo de Elias. O professor era um homem comprometido com a Palavra e com a oração. Nesse tempo, os milagres de Deus eram operados, confirmando a palavra dos profetas. Em virtude desse exemplo, havia muitos jovens sendo vocacionados para o profetismo em Israel. Quando os professores andam com Deus, eles motivam outros a também conhecerem a intimidade de Deus. O seminário estava pequeno para o crescimento da demanda vocacional. Uma espécie de reavivamento estava acontecendo na casa de profetas. Não era tempo de estagnar o ímpeto vocacional nem dispensar novos estudantes. Era tempo de alargar as fronteiras, ampliar a tenda, criar mais vagas e ver o crescimento da obra. O texto em tela enseja-nos alguns princípios sobre o crescimento da igreja. Vejamos:

Em primeiro lugar, é preciso ter uma visão de empreendedorismo e crescimento. Em vez de dispensar os novos candidatos que estavam sendo despertados para a vocação profética, os seminaristas resolveram ampliar as dependências do seminário. Eles foram empreendedores e resolveram trabalhar para ampliar a casa de profetas. O crescimento da igreja começa com a visão de líderes que desejam vê-la crescer e que trabalham para isso. Precisamos de líderes que estão gratos pelo que já alcançaram, mas não conformados com o que já obtiveram. A igreja tem o tamanho da visão de seus líderes. Se Deus amou o mundo, nossa visão não pode ser menor do que o mundo. Se Jesus morreu para comprar com o seu sangue os que procedem de todos os povos, línguas e nações, precisamos ampliar nossa visão de crescimento. Não podemos nos acomodar. Precisamos subir nos ombros dos gigantes e ter a visão do farol alto. Precisamos empreender e alargar as estacas da nossa tenda. A igreja pode crescer, deve crescer e precisa crescer.

Em segundo lugar, precisamos nos unir com pessoas que têm a mesma visão de crescimento. Os alunos da escola de profetas compartilharam a visão com Eliseu e o convidaram a participar com eles do projeto de expansão. Precisamos nos unir com pessoas que amam ao Senhor e desejam ver o crescimento da obra. Precisamos de parcerias inspiradoras. Ninguém realiza grandes projetos sozinho. Somos um corpo, uma equipe. Precisamos da cooperação de todos. O projeto de crescimento da igreja não é adição, mas multiplicação. Se todos colocarem a mão no arado; se todos se envolverem; se todos estivem motivados e trabalhando com o mesmo propósito e com a mesma motivação, a igreja avançará e alargará sua tenda.

Em terceiro lugar, precisamos de ferramentas adequadas para fazer a obra. Os estudantes empunharam machados afiados. Cada um tinha um machado nas mãos. Eles foram cortar árvores para ampliar a casa de profetas e precisavam de ferramentas adequadas. O machado tem o poder do corte. O machado é o instrumento. O machado é um símbolo do poder do Espírito. Sem essa ferramenta não conseguimos atingir nosso objetivo de expandir a casa de Deus. Não fazemos a obra de Deus com a força do braço da carne. Não é por força nem por poder, mas pelo Espírito de Deus que realizamos a obra de Deus.

Em quarto lugar, precisamos compreender que enquanto trabalhamos na obra acidentes de percurso podem acontecer. Enquanto um moço de Eliseu derrubava um tronco o machado caiu na água e foi parar no fundo do rio Jordão. O jovem profeta se desesperou e disse: “Ai! Meu Senhor! Porque era emprestado”. No trabalho também enfrentamos perdas, dores, baixas e acidentes. Nem sempre lidamos com situações favoráveis. Perdas, prejuízos, doenças, fragilidades nos assaltam, mesmo quando estamos na lida. As crises podem nos pegar de surpresa, porém, não deixam nosso Deus em apuros. Elas são pedagógicas. Nossas crises são oportunidades para Deus nos demonstrar sua providência milagrosa.

Em quinto lugar, precisamos recorrer ao extraordinário de Deus quando chegamos ao fim dos nossos recursos. O moço recorreu a Eliseu e Eliseu cortou um pau e lançou-o no rio e fez flutuar o machado. Então, o moço estendeu a mão e o apanhou. Enquanto fazemos a obra, Deus opera suas maravilhas. Quando chegamos ao fim dos nossos recursos Deus opera o extraordinário. A igreja nunca pode perder a expectativa do extraordinário de Deus no ordinário da vida.
É tempo de avançarmos! É tempo de alargar nossas fronteiras! É tempo de crescimento!


Rev. Hernandes Dias Lopes

Jogadores se recusam a usar camiseta LGBT: “Vai contra nossas crenças cristãs”


Os irmãos Eric e Marc Staal não aceitaram usar uma camisa em apoio ao orgulho LGBT. (Foto: Wikimedia Commons/r Bobinas All-Pro/Wikimedia Commons/Benjamim Reed)

Os irmãos Eric e Marc Staal, da NHL, não aceitaram usar uma camisa de aquecimento pré-jogo, em apoio ao orgulho LGBT.

Dois jogadores irmãos da NHL (Liga Nacional de Hóquei) se recusaram a usar uma camiseta LGTB, durante o aquecimento antes do jogo contra o Toronto Maple Leafs, na quinta-feira (23), na Flórida.

Eric e Marc Staal, do Florida Panthers, declaram que vestir as camisetas, que fazem parte de uma ação em apoio ao orgulho gay, feriria sua fé.

“Não fazemos julgamento sobre como as pessoas escolhem viver suas vidas e acreditamos que todas as pessoas devem ser bem-vindas em todos os aspectos do jogo de hóquei. Dito isso, sentimos que vestir uma camisa do Orgulho vai contra nossas crenças cristãs”, afirmaram os jogadores, em um comunicado.

O técnico da Florida Panthers, Paul Maurice, lembrou que os irmãos Staal têm o direito de se posicionarem de acordo com sua fé.

“Estes são homens adultos que viveram em sua fé por toda a vida. Isso não é novidade para eles. Eles têm o direito de assumir essa posição. O restante dos jogadores vestiu esse suéter com orgulho e espero que tenhamos transmitido essa mensagem de ‘Bem-vindos ao nosso prédio, bem-vindo à nossa franquia e bem-vindo ao grande jogo de hóquei’”, declarou Paul.

No sábado passado (18), outro jogador da NHL não aceitou usar uma camisa de aquecimento pré-jogo em apoio à comunidade LGBTQIA+.

James Reimer, goleiro do time do San Jose Sharks, declarou que escolheu honrar sua fé em Jesus. 

“Durante todos os 13 anos da minha carreira na NHL, tenho sido cristão. Não apenas no título, mas em como escolho viver minha vida diariamente”, disse James.

E acrescentou: “Neste caso específico, estou optando por não endossar algo que seja contrário às minhas convicções pessoais baseadas na Bíblia, a maior autoridade em minha vida”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE FOX NEWS

quarta-feira, 1 de março de 2023

Avivamento espiritual na Universidade de Asbury

 


O avivamento na Universidade de Asbury já dura mais de 150 horas. (Foto: Instagram/Nick Hall).

Destaco aqui 5 características desse avivamento espiritual.

“… vivifica-nos, e invocaremos o teu nome” (Sl 80.18b).

A Universidade de Asbury prima por excelência acadêmica e vitalidade espiritual. Está situada na pequena cidade de Wilmore, no estado de Kentucky, nos Estados Unidos da América. No dia 08 de fevereiro de 2023, num dos cultos da capela, o pregador fez uma exposição de Romanos 12.9-21, trazendo uma mensagem prática sobre o verdadeiro amor. Encerrado o momento devocional, os alunos voltaram para a sala de aula, porém, alguns continuaram na capela e começaram a orar ao Senhor. O Espírito de Deus trouxe sobre eles profundo quebrantamento. Houve choro de arrependimento e confissão de pecados. Percebendo a ausência desses alunos em sala de aula, constataram que eles continuavam na capela. Então, outros estudantes, professores, diretores e funcionários vieram para a capela e um mover de Deus aconteceu naquele lugar, a ponto dessa reunião de oração, intercalada de louvores a Deus, pregações e testemunhos durar duas semanas ininterruptas. O impacto da presença de Deus na capela, que comporta cerca de mil e quinhentas pessoas foi tamanho, que a cidade toda foi impactada. Pessoas de diversos outros Estados e de outros países começaram também a chegar. Filas quilométricas, sob o frio severo de temperaturas abaixo de zero, se formaram para entrar na capela. A grande mídia noticiou o acontecimento extraordinário. As redes sociais espalham para o mundo inteiro o que Deus está fazendo naquele lugar.

Destaco algumas características desse avivamento espiritual:

Em primeiro lugar, o avivamento é espontâneo. Era um dos cultos semanais realizados na capela da Universidade. Nenhum agendamento pré-estabelecido. Nenhum pregador convidado. Nenhum cantor gospel de renome. Nenhum apelo para as pessoas irem à frente depois do sermão. Terminado o culto, os estudantes retornaram para as salas de aula. Porém, um jovem tomado de convicção de pecado começou a confessar seus pecados e outros jovens o abraçaram, o amaram e choraram com ele. Outros vieram. Muitos chegaram. Um mover de Deus se fez perceber no lugar. E essa reunião de oração e louvor, com pregação e testemunhos já passam de trezentas horas ininterruptas.

Em segundo lugar, o avivamento é centrado em Cristo. O que se tem notado é que não há espaço para estrelismo. Todas as canções entoadas são escolhidas criteriosamente e todas exaltam a Cristo. O que se promove é a glória de Deus. Não há marketing. Não há propaganda. Não se dá a palavra a nenhum pregador reconhecido que ali vai visitar. Nenhum cantor de renome é convidado subir à plataforma. As coisas ocorrem com muita reverência, decência e ordem.

Em terceiro lugar, o avivamento é encharcado por um senso de temor a Deus e arrependimento. Crianças, jovens e velhos se prostram para confessar seus pecados e adorar a Deus com fervor. Há um senso de sublimidade no ar. Um pastor presente na capela me disse que o sentimento que tinha é que Deus podia ser apalpado, tamanho o senso da presença manifesta de Deus no lugar. O temor a Deus e a alegria de Deus são as marcas desse mover do Espírito. Mesmo nas longas filas para entrar na capela, debaixo de frio severo, as pessoas cantam, oram e exultam em Deus.

Em quarto lugar, o avivamento é marcado pelo amor profundo. O sermão pregado na capela foi sobre amor. O amor de Deus tem sido derramado sobre os corações. Ali não se viu soberba, mas serviço. Não se exaltou o homem, mas glorificou a Cristo. Não tinha qualquer postura de soberba espiritual, mas arrependimento sincero. O desejo de servir uns aos outros foi notório. Até mesmo nas filas, pessoas se empenhavam em servir água e alimento para os que aguardavam paciente e alegremente a oportunidade de entrar na capela.

Em quinto lugar, o avivamento é marcado pela unidade cristã. A Universidade de Asbury é Metodista, mas para ali fluíram pessoas de outras vertentes teológicas. O que está em destaque não é placa denominacional, mas a centralidade de Cristo, a glória de Deus e a obra do Espírito Santo. O que se vê é a unidade cristã, a edificação do corpo de Cristo, composto de todos aqueles que são lavados no sangue do Cordeiro.

Minha ardente oração é que o vento do avivamento sopre sobre nós também e o nome de Cristo seja glorificado em nós e através de nós!

Hernandes Dias Lopes é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

FONTE: GUIAME, HERNANDES DIAS LOPES

“Avivamento”: Centenas de pessoas são batizadas em praia nas Filipinas

 


Uma multidão fez filas para se batizar em Davao, nas Filipinas. (Foto: Facebook/Christ the Healer International Missions Movement).

Uma multidão de pessoas fez filas na beira do mar, para dar testemunho de sua fé em Cristo, em Davao.

Centenas de pessoas foram batizadas em uma praia nas Filipinas, em uma grande colheita de almas.

No dia 18 de fevereiro, uma multidão de pessoas fez filas na beira do mar, para dar testemunho de sua fé em Cristo Jesus, no Resort Praia de Vales, na cidade de Davao.

“Quando o mundo está passando por más notícias e perdas, glorificamos a Deus porque ainda tem coisas grandes acontecendo e estamos testemunhando isso aqui na nossa própria cidade”, afirmou a igreja Christ the Healer International Missions Movement (CTHIMM), em sua página no Facebook.

Para a denominação, o batismo faz parte de um avivamento que a igreja filipina está vivendo há mais de uma década.



Uma multidão fez filas para se batizar em Davao, nas Filipinas. (Foto: Facebook/Christ the Healer International Missions Movement).

“O avivamento não é quando uma grande multidão de pessoas se reúne e depois se dispersa quando o programa termina. É quando uma obra incrível de Deus se torna um estilo de vida e acontece não apenas uma vez, mas muitas vezes”, disse a Christ the Healer, em uma publicação no Facebook, com um vídeo do batismo.

“Avivamento é um estilo de vida. Este batismo maciço em Davao está acontecendo a cada três meses por 14 anos! Este é o verdadeiro avivamento!”.

A CTHIMM destacou que a salvação em massa não é obra humana, mas é resultado do poder de Deus.

“Deus é o Senhor da Seara e, portanto, essas milhares de pessoas que se submetem ao batismo nas águas a cada três meses não são obra do homem. Esta grande colheita de almas é o avivamento de Deus! A CTHIMM nunca vai parar de ganhar almas até que Davao e o resto das Filipinas se curvem ao Senhorio e Reinado de Deus!”, declarou.

Profecia de Cindy Jobs

Uma multidão fez filas para se batizar em Davao, nas Filipinas. (Foto: Facebook/Christ the Healer International Missions Movement).

Em outra publicação no Facebook, a denominação lembrou de uma profecia de Cindy Jacobs em 2001, dada às Filipinas: “Estou a me preparar para lidar com a força policial.

Eu vou tirar a vergonha que Satanás tentou colocar sobre esta nação”.

E a igreja testemunhou: “Agora podemos ver o cumprimento com majores da polícia, capitães e oficiais se rendendo a Deus e se submetendo ao batismo na água! O avivamento está aqui”.

A Christ the Healer International Missions Movement é uma igreja local com sede em Davao e diversos templos pelas Filipinas.


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FONTE: GUIAME

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A Incapacidade Humana

 


Por Charles Spurgeon

Pregado na Manhã de Sábado, 7 de Março de 1858 por Charles Spurgeon No Royal Surrey Gardens-Londres.

“Ninguém pode a vir mim, se o Pai que me enviou não o trouxer.” (João 6:44)

“Vir a Cristo” é uma frase muito comum na Sagrada Escritura. Ela é usada para expressar aquelas ações da alma em que, deixando imediatamente nossa própria justiça e nossos pecados, corremos para o Nosso Senhor Jesus Cristo, e recebemos Sua justiça para ser nossa coberta, e Seu sangue para ser nossa expiação. Vir a Cristo, então, inclui arrependimento, auto negação, e fé no Senhor Jesus Cristo, e agrega dentro de si todas aquelas coisas que são o necessário acompanhamento destas grandes condições do coração, tais como a crença na verdade, diligência na oração a Deus, e submissão da alma aos preceitos do evangelho de Deus, e todas aquelas coisas que acompanham a aurora da salvação da alma. Vir a Cristo é exatamente a única coisa essencial para a salvação do pecador. Aquele que não vir a Cristo, faça o que faça, ou pense o que pense, está ainda “em fel de amargura e laço de iniquidade”.

Vir a Cristo é o primeiro efeito da regeneração. Tão pronto como a alma é vivificada, descobre sua condição perdida, se horroriza ante seu estado, busca refúgio, e crendo encontrá-lo em Cristo, corre para Ele e repousa nEle. Aonde não há esse vir a Cristo, certamente tampouco tem havido vivificação; e onde não há vivificação, a alma está morta em delitos e pecados, e sendo morta não pode entrar no reino dos céus. Temos diante de nós uma declaração muito surpreendente; alguns dizem muito ofensiva. Vir a Cristo, apesar de ser descrita por muitas pessoas como sendo a coisa mais fácil em todo o mundo, é em nosso texto declarado como sendo uma coisa absolutamente e completamente impossível para qualquer homem, a menos que o Pai o traga para Cristo. Será nossa ocupação, então, estendermos sobre esta declaração. Não duvidamos que sempre será ofensiva para a natureza carnal, porém, apesar disso, a ofensa à natureza humana é às vezes o primeiro passo para traze-la humilhada diante de Deus. E se este será o efeito de um doloroso processo, pode-mos esquecer a dor e regozijar nas gloriosas conseqüências.

Me esforçarei nesta manhã para, em primeiro lugar, noticiar a incapacidade humana, e em que ela consiste. Em segundo lugar, as atrações do Pai – o que elas são, e como elas são exercidas sobre a alma. E então concluirei considerando um doce consolo que pode ser derivado deste aparentemente árido e terrível texto.

I.Primeiramente, então, a INABILIDADE DO HOMEM. O texto diz, “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer.” Onde situa-se esta incapacidade ?

Primeiro, ela não reside em qualquer defeito físico. Se para vir a Cristo, mover o corpo ou andar como nossos pés fosse de qualquer auxílio, certamente o homem teria todo poder físico para vir a Cristo nesse sentido. Recordo haver ouvido um néscio Antinomiano declarar, que ele não cria que qualquer homem tivesse poder para ir à casa de Deus, a menos que o Pai o trouxesse. Ora, o homem foi simplesmente tolo, porque ele deveria ter entendido que enquanto o homem estiver vivo e tiver pernas, é tão fácil para ele ir à casa de Deus como para a casa de Satanás. Se o vir a Cristo compreende a articulação de uma oração, o homem não tem nenhum defeito físico nesse respeito; se ele não é mudo, pode dizer uma oração tão facilmente como pode expressar uma blasfêmia. É tão fácil para um homem cantar um dos hinos de Sião como cantar uma profana e lasciva canção. Não há falta de poder físico para vir a Cristo. Tudo quanto pode ser necessário em relação a força corpórea, o homem, certamente o tem; e se qualquer parte da salvação consiste nisto, estaria totalmente e completamente ao seu alcance sem qualquer assistência do Espírito de Deus. Nem tampouco, esta incapacidade reside em alguma deficiência mental. Eu posso crer que a Bíblia é a verdade tão facilmente como posso crer que qualquer outro livro o seja.

Considerando o crer em Cristo como um mero ato da mente, estou apto para crer em Cristo como em qual-quer outro. Admitindo que sua declaração seja verdade, é infundado que se me diga que não posso crer. Posso crer nas declarações que Cristo fez, assim como nas declarações de quaisquer outras pessoas. Não há deficiência de faculdade na mente: o homem é capaz de apreciar como um mero ato intelectual a culpa do pecado tanto como a responsabilidade de um assassinato. Da mesma forma que é possível para mim exercitar a idéia mental de buscar a Deus, posso exercitar o pensamento de ambição. Tenho todo o poder e força mental que possa talvez ser necessário, se o poder mental fosse necessário na salvação de um modo absoluto. Pelo contrário, não há nenhum homem tão ignorante que possa alegar a falta de inteligência como uma escusa para rejeitar o evangelho. Logo, o defeito não reside no corpo, ou, no que chamamos, teologicamente falando, na mente. Não há qualquer deficiência ou insuficiência nela, embora que a depravação da mente, a corrupção ou ruína dela, é, depois de tudo, a própria essência da incapacidade humana.

Permita-me mostrar-lhes onde reside realmente esta incapacidade do homem. Ela reside no profundo de sua natureza. Através da queda, e pelo nosso próprio pecado, a natureza do homem tem se tornada tão rebaixada, depravada e corrompida, que é impossível para ele vir a Cristo sem a assistência de Deus o Espírito Santo. Agora, na tentativa de demonstrar como a natureza do homem tem de tal modo o tornado incapaz de vir a Cristo, permitam-me neste momento tomar esta figura. Contemplai uma ovelha; quão voluntariamente ela se alimenta sob a pastagem ! Nunca souberam de uma ovelha suspirar por cadáver; não poderia se alimentar do que come o leão. Agora trazei-me um lobo; e me perguntem se um lobo não pode comer grama, ou se ele não pode ser tão dócil e domesticado da mesma forma como uma ovelha.
Respondo: NÃO !!; porque sua natureza é contrário a isso. Você diz: “Bem, ele tem orelhas e patas; não poderia ouvir a voz do pastor, e segui-lo onde quer que o levasse ?” Eu respondo: certamente; não há causa física pela qual não possa fazê-lo, porém sua natureza o impede, e portanto digo: ele não pode fazê-lo. Não poderia ser domado ? não poderia sua ferocidade ser removida ? Provavelmente poderia ser subjugado, e deste modo tornar-se aparentemente domesticado; mas sempre existirá uma marcada distinção entre ele e a ovelha, porque há uma distinção na natureza.

Assim pois, a razão pela qual o homem não pode vir a Cristo, não é porque haja incapacidade em sua mente ou corpo, porém porque sua natureza está tão corrompida que não tem nem o querer nem o poder para vir a Cristo, a mesmo que seja trazido pelo Espírito. Porém, deixe-me dar-lhes uma ilustração melhor. Você vê uma mulher com seu bebê em seus braços. Coloque uma faca em suas mãos, e ordene-a que apunhale esse bebê no coração. Ela replica, e mui verdadeiramente: “Eu não posso”. Agora, no que se refere ao seu poder corporal, ela possui, se quisesse; há uma faca, e há uma criança. A criança não pode resistir, e ela possui suficiente força em sua mão para imediatamente cravar a faca em seu coração. Porém, ela está completamente correta quando diz que não pode fazê-lo. Ela pode pensar em matar em seu filho como um mero ato da mente, e ainda assim diz que lhe é impossível pensar semelhante coisa; e não fala falsamente
quando assim diz, porque sua natureza de mãe não lhe permite fazer algo ante o qual toda a sua alma se revolta.

Simplesmente porque ela é mãe daquele menino, sente que não pode mata-lo. E assim ocorre com o pecador. O vir a Cristo é tão odioso para a natureza humana que, ainda que no que diz respeito às forças mentais e físicas (e estas não tem senão uma mui pequena ação na salvação), os homens poderiam vir se quisessem: é estritamente correto dizer que não podem nem querem, a menos que o Pai que enviou a Cristo lhes traga. Deixe-nos entrar um pouco mais profundamente na questão, e tentar mostrar no que consiste esta inabilidade do homem, em suas mais minuciosas particularidades.

1. Primeiramente, ela reside na obstinação da vontade humana. “Oh”, diz o Arminiano, “os homens podem ser salvos se quiserem.” Nós replicamos: “Meu querido senhor, todos nós cremos nisto; mas é precisamente no se eles quiserem onde está a dificuldade. Afirmamos que ninguém quer vir a Cristo, a menos que ele seja trazido; pelo contrário, nós não afirmamos isto, mas o próprio Cristo o declara: “Mas não quereis vir a mim para terdes vida”; e enquanto este “não quereis” permanecer registrado na Santa Escritura, não seremos inclinados a crer em qualquer doutrina da liberdade da vontade humana. É estranho como as pessoas, quando falam sobre o livre-arbítrio, discutem de coisas que eles não tem nenhum entendimento. “Ora”, diz alguém, “eu creio que os homens podem serem salvos se eles quiserem.” Meu querido senhor, de modo algum é esta a questão. A questão é: os homens alguma vez são encontra-dos naturalmente dispostos a submeterem-se aos termos humilhantes do evangelho de Cristo ? Declaramos, sob a autoridade das Escrituras, que o homem está tão desesperadamente em ruína, tão depravado, e tão inclinado a tudo o que é mal, e tão oposto a tudo o que é bom, que sem a poderosa, sobrenatural e irresistível influência do Espírito Santo, nenhum ser humano quererá jamais ser constrangido para Cristo.

Você replica, que os homens algumas vezes estão desejosos, sem a ajuda do Espírito Santo. Eu respondo: Você encontrou alguma vez alguma pessoa que estivesse ? De dezenas e centenas, pelo contrário, de milhares de Cristãos de diferentes opiniões com os quais tenho conversado, jovens e velhos, jamais tive a sorte de encontrar-me com um que pudesse afirmar que veio a Cristo por si mesmo, sem ser trazido. A confissão universal de todos verdadeiros crentes é estas: “Eu sei que se Jesus Cristo não me houvesse buscado quando eu era um errante peregrino do redil de Deus, agora estaria longe, muito longe dEle, e amando cada vez mais esta distância.” Em consentimento mútuo, todos crentes afirmam a verdade que, os homens não viriam a Cristo até que o Pai que O enviou lhes trouxesse.

2. Novamente, não somente é a vontade obstinada, mas o entendimento está entenebrecido. Disto temos abundante provas nas Escrituras. Não estou fazendo meras afirmações, mas declarando doutrinas autoritariamente ensinadas nas Sagradas Escrituras, e gravadas na consciência de cada Cristão – que o entendimento do homem está estão entenebrecido, que não pode por quaisquer meios entender as coisas de Deus até que seu entendimento seja aberto. O homem é cego por natureza. A cruz de Cristo, tão carregada de glórias e de esplêndidos atrativos, nunca atrai o pecador, porque é cego e não pode ver suas belezas. Fale-lhe das maravilhas da criação, mostre-lhe o arco multicolor que cruza os céus, deixe-lhe contemplar as glórias de uma paisagem, e ele será capaz de ver todas estas coisas; mas fale-lhe das maravilhas do concerto da graça, da segurança do crente em Cristo, das belezas da pessoa do Redentor, e será completamente surdo para todas suas descrições; na verdade, tu serias como um que tocara uma bela melodia; porém ele não prestaria atenção, ele é surdo, não pode compreender. Ou, para retornar ao verso que tão especialmente marcamos em nossa leitura: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhes parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”; e na medida em que ele é um homem natural, não está em seu poder o discernir as coisas de Deus. “Bem”, diz alguém, “eu acredito que tenho chegado a um discernimento bastante tolerável nos assuntos de teologia. Creio que entendo quase todos os pontos.” Certo, podes haver chegado, porém somente na letra; porque no espírito dela, na verdadeira recepção para a alma, à uma compreensão real dela, é impossível que você tenha chegado, a mesmo que você tenha sido trazido pelo Espírito.

Enquanto as Escrituras permanecerem verdadeiras, a mente carnal não poderá receber as coisas espirituais, será verdade que você não pode recebê-las, a menos que tenhas sido regenerado e feito um homem espiritual em Cristo Jesus. A vontade, então, e o entendimento são duas grandes portas, ambas bloqueadas e impedindo o nosso vir a Cristo, e até que elas sejam abertas pelas doces influências do Divino Espírito, elas deverão permanecer para sempre fechadas para qualquer coisa semelhante ao vir a Cristo.

3. Consideraremos agora esta incapacidade nas afeições, que constituem uma grande parte do indivíduo e que estão também depravadas. O homem, tal como ele é antes de receber a graça de Deus, ama qualquer e todas coisas mais do que as coisas espirituais. Se querem evidências disto, olhem ao redor de vocês. Não é necessário nenhum monumento para a depravação das afeições humanas. Lancem os seus olhos em qualquer lugar – não há uma rua, nem uma casa, mais ainda, nenhum coração, que não possa demonstrar a triste evidência desta terrível verdade. Por que os homens não são universalmente encontrados no Dia do Senhor reunidos na casa de Deus ? Por que não somos mais constantemente achados lendo nossas Bíblias ? Por que a oração é um dever quase universalmente negligenciado ?

Por que Cristo Jesus é tão pouco amado ? Porque até seus seguidores professos são tão frios nas suas afeições para com Ele ? De onde originam-se estas coisas ? Certamente, queridos irmãos, não podemos atribui-las a nenhuma outra fonte que não seja esta: a corrupção e perversão das afeições. Amamos o que deveríamos odiar, e odiamos o que deveríamos amar. É devido a natureza humana, a natureza humana caída, que os homens amam esta presente vida mais do que a vida vindoura. Não é senão pelo efeito da queda, que o homem ama mais o pecado do que a justiça, e os caminhos deste mundo do que os caminhos de Deus. E novamente repetimos, até que estas afeições sejam renovadas, e transformadas em um fresco canal pela misericórdia do Pai, não é possível para qualquer homem amar o Senhor Jesus Cristo.

4. Uma vez mais – a consciência, também tem sido subjugada pela queda. Eu creio que não há maior e mais rude erro feito pelos teólogos, do que quando ensinam as pessoas que a consciência é o representante de Deus na alma, e que é um daqueles poderes que conservam sua primitiva dignidade, levantando-os no meio da queda de seus companheiros. Meus irmãos, quando o homem caiu no jardim, a caiu completa e inteiramente; não há um só pilar no templo da humanidade que permanecer de pé. É verdade que a consciência não foi destruída. O pilar não foi estilhaçado; ele caiu, caiu inteiro, e ali permaneceu como o mais poderoso vestígio do que foi a obra perfeita de Deus no homem. Porém que consciência caiu, estou seguro. Contemplai os homens. Quem dentre eles é possuidor de uma “boa consciência para com Deus”, senão o homem regenerado ? Imaginas que, se as consciências dos homens sempre falassem em alta voz e claramente para eles, poderiam viver em diária concessão de atos, que são tão opostas à justiça como as trevas à luz ? Não, amados; a consciência pode me dizer que sou um pecador, porém a consciência não pode me fazer sentir que sou. A consciência pode dizer-me que tal e tal coisa é errada, porém quão errada ela é, a consciência por si só não pode saber. Tem a consciência do homem, sem a iluminação do Espírito, alguma vez lhe advertido que seus pecados merecem a condenação ? Ou se o tem feito, levou qualquer homem a sentir um aborrecimento do pecado como pecado ?

De fato, tem a consciência jamais trazido um homem à renúncia de si mesmo, de forma que ele se auto-abominasse totalmente e a todas as suas obras, e vindo a Cristo ? Não, a consciência, embora não morta, está arruinada, seu poder está debilitado, já não tem aquela pureza de olhos e aquela força de mão, nem aquele trovão de voz, que teve antes da queda; porém tem cessado em grande grau de exercer sua supremacia na cidade da Alma Humana. Assim pois, amados, se torna necessário por esta mesma razão – porque a consciência está depravada – que o Espírito Santo intervenha, para nos mostrar a nossa necessidade de um Salvador, e levar-nos ao Senhor Jesus Cristo.

“Então”, dirá alguém, “pelo que você tem dito até agora, me parece que você considera que a razão porque os homens não vem a Cristo é a de não querer em vez de a de não poder”. Certo, mais do que certo. Eu creio que a grande razão da incapacidade humana é a obstinação de sua vontade. Uma vez superado isto, creio que está revolvida a grande pedra do sepulcro, e a parte mais difícil da batalha já está ganha. Porém, permitam-me que vá um pouco mais longe. Meu texto não diz: “Ninguém quer vir”, mas diz, “Ninguém pode vir”. Agora bem, muitos intérpretes crêem que o pode aqui, é senão uma forte expressão transmitindo não mais do que o significado da palavra querer. Estou firmemente seguro que esta interpretação não é correta. Há no homem, não somente indisposição para ser salvo, mas também uma impotência espiritual para vir a Cristo; e isto provarei ao menos para cada Cristão. Amados, falo a vós que já haveis sido vivificados pela graça divina; não vos ensina vossa experiência que há tempos que quereis servir a Deus, e todavia não tens o poder para fazê-lo ?

Não tem havido ocasiões nas quais vocês tem sido obrigados a dizer que quiseram crer, porém tive-ram que orar: “Senhor, ajuda minha incredulidade?”. Porque, embora desejosos de receber testemunho de Deus, vossa natureza carnal foi forte demais para vocês, e sentiram a necessidade de ajuda sobrenatural. Vocês são capazes de entrar em vosso quarto a qualquer hora que quiserem, e cair sobre seus joelhos e dizer: “Agora, é a minha vontade que serei extremamente fervoroso na oração, e que me aproximarei de Deus ?” Eu pergunto: encontrareis vosso poder semelhante ao vosso querer ? Podereis dizer, até mesmo diante do tribunal de Deus, que sois sinceros em vossa boa vontade; estão desejosos de serem envoltos na devoção, e é vosso desejo que vossa alma não se aparte de uma pura contemplação do Senhor Jesus
Cristo, porém vejam que, até quando vocês estão dispostos, não podereis fazê-lo sem a ajuda do Espírito. Agora bem, se os filhos vivificados de Deus encontram uma incapacidade espiritual, quão muito mais o pecador que está morto em delitos e pecados ? Se até o Cristão maduro, depois de trinta ou quarenta anos, se encontra às vezes disposto e todavia sem poder – se tal é sua experiência – não parecerá mais do que lógico que o pobre pecador que ainda não creu, necessite o poder tanto como o querer da vontade ?

Porém ainda há outro argumento. Se o pecador tem poder para vir a Cristo, gostaria de saber como vamos interpretar as contínuas descrições que se nos fazem na santa Palavra de Deus sobre a situação do pecador ? Ora, o pecador é dito como estando morto em delitos e pecados. Afirmarei que a morte implica nada mais do que a ausência de vontade ? Certa-mente um cadáver é totalmente incapaz como indisposto. Ou novamente, não vê todos os homens que há distinção entre querer e poder ? Não poderia ser vivificado este cadáver o suficiente para ter um desejo, e apesar disso seguir tão impotente que não levantaria nem sequer um pé ou uma mão ? Não temos visto casos nos quais pessoas tem sido o suficiente reanimadas para dar evidência de vida, e todavia tem estado tão perto da morte que não podem realizar o mais leve movimento ? Não existe uma clara diferença entre a presença da vontade e a presença do poder ? De qualquer forma, é totalmente certo que onde a vontade está presente, o poder seguirá. Fazei a um homem desejoso, e ele será feito poderoso; porque quando Deus dá a vontade, não atormenta a pessoa fazendo-a desejar algo que não pode dar; no entanto Ele faz tal divisão entre a vontade e o poder, que será percebido que ambas as coisas são completamente dons distintos do Senhor Deus.

Portanto, tenho que fazer outra pergunta: se tudo quanto o homem necessita que lhe seja dado é o querer, não despreza de imediato o Espírito Santo ? Não estamos habituados a dar toda a glória da salvação operada em nós ao Espírito de Deus ? Porém agora, se tudo que Deus o Espírito faz por mim é me dar o desejo para fazer todas estas coisas por mim mesmo, não estamos em uma grande medida participando com o Espírito Santo na glória ? e poderíamos ousadamente nos levantar e dizer: “É certo que o Espírito me deu a vontade para fazer estas coisas, porém apesar disso foi eu quem fiz por mim mesmo, e portanto posso me gloriar; e se tenho feito estas coisas por mim mesmo sem a ajuda do alto, não arremessarei minha coroa aos Seus pés; é a minha própria coroa, eu a consegui, e eu a guardarei.” Na medida em que o Espírito Santo é sempre na Sagrada Escritura apresentado como a pessoa que opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade, sustentaremos com legítima inferência que sua obra consiste em algo mais que outorgar-nos o mero querer; e que portanto, há outra necessidade além do querer na vontade de um pecador – há absoluta e real necessidade de poder.

Agora, antes de abordar esta consideração, permitam-me que me dirija a vós um momento. Freqüentemente me acusam de pregar doutrinas que podem fazer muito dano. Pois bem, não vou negar tal acusação, porque não me preocupa muito o responde-la. Aqui presentes, estão minhas testemunhas que provarão que, efetivamente, quando tenho pregado tenho feito grande dano, porém não à moralidade ou à igreja de Deus, porém a Satanás e sua causa. Não há um ou dois, mas centenas, que esta manhã regozijam que eles tem sido trazidos para perto de Deus; eles haviam sido profanadores e quebrantadores do dia do Senhor, bêbados ou pessoas mundanas, mas agora tem sido trazidos a conhecer a amar ao Senhor Jesus Cristo; e se isto é fazer dano, queira Deus em sua infinita misericórdia maltratar-nos desta maneira milhares e milhares de vezes mais. Porém há mais ainda: Que verdade não ferirá ao que faça mal uso dela ? Os que pregam a redenção universal, gostam de proclamar a grande verdade da misericórdia de Deus até o último momento da vida. Porém, como ousais pregar isso ?

Muitas pessoas causam dano ao adiar o dia da graça, e pensando que a última hora pode ser tão boa como a primeira. Porque, se nunca pregamos qualquer coisa que o homem possa fazer mal uso, e abusar, deveríamos segurar nossas línguas para sempre. Também há quem diz: “Assim pois, se eu não posso salvar-me por mim mesmo, se eu não posso ir a Cristo, não me preocuparei em absoluto, nem intentarei fazer nada.” Os que assim falam com pleno conhecimento, estão firmando sua sentença. Muitas vezes temos dito com toda claridade que há muitas coisas que vós podeis fazer. O vir à casa de Deus está em vossa mão; o estudar sua Palavra com diligência está a vosso alcance; o renunciar a vossa carnalidade, e abandonar os vícios aos quais vos entregais, o viver uma vida honrada, sóbria e virtuosa, está em vosso poder. Para isso não necessitais nenhuma ajuda do Espírito Santo, pois tudo isto o podeis fazer por vós mesmos; porém o vir a Cristo, certamente, não está em vossa capacidade se antes não haveis sido renovados pelo Espírito Santo. E não esqueçais que vossa falta de poder não vos escusa, dado que não quereis vir e que viveis em contínua e voluntária rebelião contra Deus. Vossa falta de poder radica principalmente na obstinação da natureza.

Suponha que um mentiroso diga que não está em seu poder falar a verdade, que ele tem sido um mentiroso por tanto tempo, que ele não pode de o ser; isto é um escusa para ele ? Suponha que um homem, que tenha durante muito tempo se entregado à lascívia, vos dissesse que se sente aprisionado por elas como por uma grande rede de ferro, e que não pode desfazer-se de seus desejos; aceitarias esta razão como uma escusa ? Sinceramente não há justificação alguma. Se um bêbado tem se tornado tão abominavelmente um beberrão, que lhe fosse impossível passar diante de uma taberna sem entrar nela, lhe escusaria, então ? Não, porque sua incapacidade para reformar-se reside em sua natureza, que não sente o desejo de refrear ou superar. O efeito e a causa, sendo ambos procedentes da raiz do pecado, são dois maus que não podem escusar-se um ao outro. Qual é a causa de que o etíope não pode mu-dar sua pele, nem o leopardo suas manchas ?

É pelo fato de haver aprendido a fazer o mal, pelo que agora não podeis fazer o bem; e por-tanto, em lugar de permitir que você se assente para escusar a si mesmo, permita-me colocar um raio debaixo do assento de sua indolência, para que você possa ser atemorizado por ele e despertado. Recordai, que o permanecer sem fazer nada é estar condenado para toda a eternidade. Oh ! que Deus o Espírito Santo possa fazer uso desta verdade em um sentido muito diferente ! Confio que antes de terminar, serei capacitado para mostrar-vos como esta verdade, que aparentemente condena aos homens e lhes fecham a porta, é, depois de tudo, a grande verdade que tem sido abençoada para a conversão dos homens.

II. Nosso segundo ponto é AS ATRAÇÕES DO PAI. “Ninguém pode vir mim, se o Pai que me enviou não o trouxer.” Como, pois, traz o Pai aos homens ? Os teólogos arminianos geralmente dizem que Deus traz os homens por meio da pregação do evangelho. Mui certo; a pregação do evangelho é o instrumento para trazer aos homens, porém deve haver algo mais do que isto. Deixe-me perguntar: a quem Cristo dirigiu essas palavras ? Ao povo de Cafarnaum, onde Ele havia pregado com freqüência, onde havia anunciado com tristeza e dor as maldições da Lei e os convites do evangelho. Naquela cidade havia feito muitos grandes sinais e obrado muitos milagres. De fato, por causa de tais ensinamentos e semelhantes milagres atestados a eles, que Ele declarou que Tiro e Sidon teriam se arrependido a muito tempo atrás em panos de saco e cinzas, se eles tivessem sido abençoados com tais privilégios. Assim pois, se a pregação do próprio Cristo não bastou para trazer aqueles homens a Ele, é impossível crer que o Pai intentará trazer-lhes simples e totalmente por meio da pregação.

Não, irmãos; deveis notar que Ele não disse que ninguém pode vir se o ministro não lhe trouxer, porém se o Pai não lhe trouxer. Desde logo, existe tal coisa como ser trazido pelo Evangelho e ser trazido pelo ministro, sem haver sido trazido por Deus. Porém, certamente é uma atração divina a que se quer indicar com isto; se trazido pelo Altíssimo Deus – a Primeira Pessoa da Santíssima Trindade enviando a Terceira, o Espírito Santo, para induzir aos homens a vir a Cristo. Há outros que mudam de postura e dizem com desprezo: “Então, crês ti que Cristo arrasta aos homens para Ele apesar de que não queiram ?” Recordo haver-me encontrado uma vez com um que me disse: “Senhor, você prega que Cristo pega
as pessoas pelos cabelos da cabeça e as traz para Ele”. Eu perguntei-lhe se ele poderia referir a data do sermão onde preguei tão extraordinária doutrina, porque se ele pudesse, eu ficaria muito agradecido. Contudo, ele não pode. Porém eu lhe disse: Cristo não traz as pessoas para Si pelos cabelos de suas cabeças, eu creio que, Ele as traz totalmente pelo coração tão poderosamente como sua caricatura sugeriu. Notai que no trazer do Pai não há compulsão alguma; Cristo nunca compeliu qual-quer homem a vir para Ele contra sua vontade.

Se um homem estiver indisposto para ser salvo, Cristo não o salva contra sua vontade. Como, então, o Espírito Santo lhe traz ? Fazendo-lhe disposto. É verdade que Ele não usa a “persuasão moral”; Ele conhece um método íntimo de alcançar o coração. Ele vai na secreta origem do coração, e Ele sabe como, por algumas misteriosas operações, volver a vontade em uma direção contrária, de maneira que, como Ralph Erskine paradoxalmente colocou isto, o homem seja salvo “com pleno consentimento contra sua vontade”; isto é, seja salvo contra sua velha vontade. Mas ele é salvo com pleno consentimento, porque ele tem sido feito desejoso no dia do poder de Deus. Não imaginem que qualquer homem vá ao céu chutando e esforçando-se durante todo o caminho contra a mão que o leva. Não concebam a idéia de que qualquer homem será mergulhado em banho no sangue do Salvador, enquanto ele esteja aspirando apartar-se do Salvador. Oh, não.

É completamente certo que, no princípio, todo homem se recusa a ser salvo. Quando o Espírito Santo coloca sua influência no coração, se cumpre a Escritura: “Leva-me tu; correremos após ti” (Cantares de Salomão 1:4). Segui-mo-LO enquanto Ele nos leva, contentes de obedecer a voz que uma vez desprezamos. Porém, a essência da questão repousa na mudança da vontade. Como ocorre isto, nenhuma carne o sabe; é um daqueles mistérios que são claramente percebidos como um fato, mas cuja causa nenhuma língua pode contar, e nenhum coração adivinhar. De qualquer forma, a forma aparente na qual o Espírito Santo opera, podemos lhe contar. A primeira coisa que o Espírito Santo faz quando entrar no coração do homem é esta: Ele o encontra com uma muito boa opinião de si mesmo: e não há nada que impeça tanto ao homem vir a Cristo como o ter uma boa opinião de si mesmo. Porque, diz o homem: “Eu não quero ir a Cristo. Tenho uma justiça tão boa como qualquer um poderia desejar. Sinto que posso entrar no céu por meus próprios méritos”.

O Espírito Santo desnuda o seu coração, permite-lhe ver o repugnante câncer que está corroendo sua vida, lhe descobre toda a negridão e corrupção daquela fonte do inferno – o coração humano -, e então o homem permanece perplexo. “Jamais pensei que eu fosse assim. Oh ! aqueles peca-dos que considerava como pequenos, tem crescido em imensa estatura. O que eu tinha por um montículo de terra, tem se tornado uma montanha; o que era antes o hissopo na parede,
tem agora se tornado o cedro do Líbano”.

“Oh”, diz o homem dentro de si, “tentarei me reformar; farei tantas boas obras que lavarei aquelas negras ações. Então vem o Espírito Santo e mostra-lhe que ele não pode fazer isto; tira todo seu fantasioso poder e força de tal forma que o homem cai sobre seus joelhos em agonia, e clama: “Oh ! uma vez pensei que poderia salvar a mim mesmo por minhas boas obras, porém agora percebo que: “Poderia minha lágrimas eternamente derramar, Poderia meu zelo não conhecer descanso Tudo isto meu pecado não poderia expiar Tu, deves me salvar, e somente Tu.” Então o coração se desfaz e o homem se encontra pronto ao desespero. E diz: “Eu nunca poderei ser salvo. Nada pode me salvar.” Então,
vem o Espírito Santo e mostra ao pecador a cruz de Cristo, e ungindo seus olhos com colírio celestial Lhe diz: “Olhai para aquela cruz; aquele Homem morreu para salvar pecadores; você senti que tu és um pecador; Ele morreu por te salvar.” E Ele capacita o coração a crer, e para vir a Cristo.

E quando ele vem para Cristo, por esta doce atração do Espírito, encontra “uma paz com Deus, que excede todo o entendimento, o qual guardará seu coração e pensamentos em Cristo nosso Senhor.” Agora, podeis claramente perceber que tudo isto pode ocorrer sem qualquer compulsão. O homem é trazido tão voluntariamente que parece que não foi trazido; e ele vem para Cristo com pleno consentimento, com tão pleno consentimento como se nenhuma influência secreta jamais houvesse sido exercida em seu coração. Porém, esta influência deve ser exercida, ou se não, nunca teria existido nem jamais existiria qualquer homem que pudesse ou tampouco quisesse vir ao Senhor Jesus Cristo.

III. E agora, quando estamos próximos de terminar, concluiremos nosso sermão fazendo uma aplicação prática da doutrina, e confiamos que sirva para consolo. “Bem”, dirá alguém, “se o que este homem prega é verdade, que farei com minha religião ? porque você sabe que tenho me esforçado durante muito anos, e não gosto de ouvir-lhe dizer que um homem não pode salvar a si mesmo. Eu creio que ele pode, e intento persistir; mas se eu crer no que você diz, devo abandonar tudo e começar de novo”. Meus queridos amigos, seria algo muito maravilhoso se assim o fizésseis. Não pensem que me alarmaria se assim fizessem. Lembrem-se, que o que estais fazendo é construir vossa casa sobre a
areia, e isto é apenas um ato de caridade se posso sacudi-la um pouco para vocês. Permitam-me lhes assegurar, em nome de Deus, que se vossa religião não tem bases mais firmes que vossa própria força, não resistireis o juízo de Deus. Nada permanecerá por toda a eternidade, exceto Aquele que procede da eternidade. A menos que o eterno Deus tenha feito uma boa obra em vossos corações, tudo o que vocês tenham feito deverá ser desfeito no último dia de acerto.

É em vão que sejam assíduos visitantes de igrejas ou capelas, guardadores do dia do Senhor, observadores de vossas orações; será em vão que passeis por pessoas honestas ante vossos vizinhos e respeitáveis em vossas conversações; é em vão que confieis nestas coisas, se são toda vossa esperança de salvação. Continuem; sejam tão honestos como quiserem, guardem perpetuamente o dia do Senhor, vivei tão santamente como podeis. Eu não vos dissuadirei dessas coisas. Deus não o permita; crescei nelas, mas Oh, não confiai nelas, porque se vocês contarem com essas coi-sas, descobrireis que quando mais as necessitar, não vos serviram para nada. E se há algo mais para o que vos achais capazes de fazer sem o auxílio da graça divina, quanto antes vos desembaraceis da esperança que tem sido engendrada por isto, tanto melhor para vós; por-que é vã ilusão o confiar nas obras da carne. Um céu espiritual deve ser habitado por homens espirituais, e a preparação para entrar nele deve ser operada pelo Espírito de Deus. “Porém”, diz algum outro, “eu tenho seguido as doutrinas de uma religião na que, por boca de seus ministros, se me tem ensinado que podia arrepender-me e crer quando quisesse; e eis aqui que eu tenho demorado dia após dia. Cri que poderia fazê-lo em qualquer momento quem
só teria que dizer: Senhor, tem misericórdia de mim, e crer, e assim seria salvo. Você me tem despojado de toda minha esperança, e sinto o horror e o espanto se apoderar de mim.”

A ti te digo também, meu querido amigo: Me alegro disso. Este era o efeito que eu esperava alcançar. E oro para que este sentimento te seja multiplicado. Quando desesperas de salvar-te a ti mesmo, confio em que Deus tem começado já a fazê-lo. Me regozijarei quando te ouvir dizer: “não posso ir a Cristo. Senhor, lava-me, ajuda-me”; porque se alguém sente e desejo, ainda que não tenha o poder, é sinal de que a graça tem começado a obrar em seu coração, e Deus não o deixará até que sua obra seja consumada. Porém não esqueça, descuidado pecador, que tua salvação depende da mão de Deus. Oh! recorda que está completamente em Suas mãos. Tu tens pecado contra Ele e, se quiser te condenar, conde-nado tu estás. Não podes resistir a Sua vontade nem frustrar Seu propósito. Tens merecido Sua ira, e se Ele quiser derramar sobre tua cabeça toda a abundância de Sua cólera, tu não podes fazer nada para evitá-lo.

Porém se por outra parte decide salvar-te, Ele é poderoso para fazê-lo até o fim. Tu és em Suas mãos o que uma indefesa traça de verão seria entre teus dedos. Ele é o Deus a quem tu tem ofendido todos os dias. Não te faz estremecer o pensamento de que teu destino eterno está nas mãos dAquele a quem tens enojado e irado ? não tremem teus joelhos e teu sangue coagula ? Se assim é me regozijo nisto, porque isto pode ser o primeiro efeito da ação do Espírito em tua alma. Oh! trema ao pensar que o Deus a quem tu tens encolerizado é o Deus de quem depende completamente tua salvação ou condenação. Trema e “beijai o Filho, para que se não ire e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar sua ira”.

E eis aqui o pensamento que servirá de consolo: muito de vós sois consciente de estar acercando-vos a Cristo esta manhã. Não haveis começado a derramar lágrima de arrependimento ? Não vos trancais a sós em vossa habitação antes de vir, orando em devota preparação para ouvir a Palavra de Deus ? E durante o culto desta manhã, não tem clamado vosso coração desde o mais profundo: “Senhor, salva-me ou pereço, porque eu não posso salvar-me a mim mesmo” ?
E não podeis agora levantar de vossos assentos e cantar:
“Oh, soberana graça meu coração dominou;
Serei conduzido em triunfo, também,
Um desejoso cativo de meu Senhor
A cantar o triunfo de sua Palavra”?

Eu não tenho ouvido eu mesmo que haveis dito em vosso coração: “Jesus, Jesus, toda minha confiança está em ti. Eu sei que nenhuma de minhas justiças e virtudes podem salvar-me; somente Tu, Oh Cristo, podes fazê-lo; passe o que passar me entrego completamente a ti” ?Oh, irmão !; está sendo trazido pelo Pai, porque não poderias vir se Ele não te trouxesse. Doce pensamento ! E se tens sido trazido, sabes qual a maravilhosa conclusão ? Deixa-me dizer-lhes com palavras da Escritura, e oxalá te sirvam de consolo: “o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí”.

Sim irmão meu que choras, posto que vens a Cristo, Deus te tem trazido; e posto que Ele te tem trazido, isso é a prova de que te amou desde antes da fundação do mundo. És um dos seus, deixa que teu coração salte dentro de ti. Teu nome foi escrito nas mãos do Salvador quando foram crava-das no maldito madeiro. Teu nome brilhas hoje no peitoral do Sumo Sacerdote; sim, ali estava antes que a estrela da alva conhece seu lugar, ou os planetas iniciarem seu ciclo.

Goza-te no Senhor, tu que tens vindo a Cristo, e dai saltos de alegria todos os que haveis sido trazidos pelo Pai. Porque esta é vossa prova, vosso solene testemunho, de que haveis sido escolhidos dentre todos os homens em eterna eleição, e que sereis guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para alcançar a salvação que está preparada para ser manifesta.

Fonte: Biblioteca Charles Spurgeon

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