sábado, 26 de novembro de 2022

CONTRIBUIÇÕES DA REFORMA AO MUNDO MODERNO

  



CONTRIBUIÇÕES DA REFORMA AO MUNDO MODERNO

Alderi Souza de Matos

A Reforma e a Educação

Vários princípios da Reforma geraram um profundo interesse pela educação. A norma de Sola Scriptura exigia que a Bíblia fosse lida, estudada e ensinada. Para tanto, era preciso que as pessoas fossem alfabetizadas e instruídas, e que os pastores, os ministros da Palavra, recebessem sólida formação intelectual. O preceito do “Sacerdócio universal dos fiéis”, ou seja, a entendimento de que todo cristão é um ministro de Deus, fez com que se eliminasse a distinção entre clero e leigos, levando os crentes a um forte envolvimento com a vida da igreja. Além disso, surgiu um novo conceito de vocação que valorizava todas as atividades humanas como oportunidades de serviço a Deus e ao próximo.

Em consequência, desde o início os reformados se dedicaram à criação de escolas, como a Academia de Genebra, fundada por João Calvino em 1559. À medida que o movimento se difundiu, primeiro na Europa e depois nos outros continentes, os protestantes disseminaram o interesse pela educação e multiplicaram suas instituições de ensino. Surgiram, assim, algumas universidades que hoje se encontram entre as mais prestigiadas do mundo, como Harvard, Yale e Princeton, nos Estados Unidos. Na América Latina, o melhor exemplo é a Universidade Presbiteriana Mackenzie. O bispo e educador morávio Jan Amos Comenius (1592-1670) é considerado um dos pais da educação moderna.

Você sabia?

No final do século 18, praticamente não havia analfabetismo na Nova Inglaterra (Estados Unidos), visto que todas as crianças tinham acesso à escola.

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A Reforma e a Literatura

Sendo o protestantismo um movimento do Livro e dos livros, somente poderia resultar em vasta e significativa produção literária. Em primeiro lugar, isso se manifestou na tradução da Bíblia para o vernáculo de muitas nações. Algumas dessas traduções se revestiram de grande valor literário e tiveram profunda influência sobre os respectivos idiomas, como foi o caso da Bíblia Alemã de Lutero e das muitas edições inglesas da Bíblia publicadas nos séculos 16 e 17 (Tyndale, Bíblia de Genebra, King James e outras).

A chamada erudição bíblica, ou seja, o estudo especializado da Escritura, também foi responsável por grande quantidade de literatura de alto nível. Um exemplo clássico são as Institutas da Religião Cristã e os comentários bíblicos de João Calvino. No âmbito da literatura devocional, merece destaque O Peregrino (1678), de autoria do pastor batista inglês John Bunyan, um dos livros mais lidos de todos os tempos.

Quanto a grandes obras de literatura propriamente ditas, um dos exemplos mais eloquentes é o do poeta inglês John Milton, autor de Paraíso Perdido (1667), grandioso poema épico a respeito da Queda, considerado uma das expressões mais refinadas da literatura inglesa. Muitos também veem nas obras de William Shakespeare passagens que revelam profunda percepção da fé cristã e calorosa simpatia em relação ela.

Você sabia?

Alguns protestantes brasileiros se destacaram no estudo da língua e literatura portuguesa, como Eduardo Carlos Pereira, Otoniel Mota e Isaac Nicolau Salum.

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A Reforma e a Ética Social

Tanto em seus escritos como em suas ações, os reformadores e seus herdeiros foram marcados por forte interesse social. João Calvino atribuiu grande importância ao ofício diaconal como expressão da responsabilidade social da igreja. Em seus comentários, sermões e em sua obra magna, as Institutas, ele destacou os ensinos das Escrituras a esse respeito. Calvino também exortou as autoridades civis a promoveram a justiça social e apoiou duas importantes instituições sociais em Genebra, o Hospital Geral e a Bolsa Francesa para Estrangeiros Pobres.

Movimentos posteriores mantiveram essa preocupação, como o pietismo alemão, o movimento evangélico inglês e os grandes despertamentos norte-americanos. Estudos recentes revelam que as missões protestantes dos séculos 19 e 20 foram fundamentais para a elevação dos padrões educacionais, políticos e sociais de muitas nações ao redor do mundo. Iniciativas como o Exército de Salvação, o evangelho social, o movimento de Lausanne e a missão integral são outras expressões desse duradouro legado da Reforma no âmbito social.

Você sabia?

Um indivíduo cuja fé evangélica causou enorme impacto na história recente foi o pastor batista Martin Luther King Jr., defensor dos direitos civis dos afroamericanos.

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A Reforma e a Política

O movimento do século 16 produziu uma nova concepção acerca da igreja, buscando resgatar algumas ênfases do cristianismo antigo. A igreja passou a ser vista primordialmente, não como uma instituição, mas como a “comunhão dos fiéis”, o conjunto dos seguidores de Cristo. Com isso, as primeiras comunidades protestantes se tornaram ambientes de intensa participação democrática. Os fiéis tinham forte atuação no culto, nas assembleias deliberativas, na eleição dos pastores e outros oficiais. Esse estilo participativo logo se transferiu para a área política, a gestão dos interesses da sociedade mais ampla. Ao mesmo tempo, surgiu uma intensa reflexão sobre as obrigações e limites dos governantes e os deveres e direitos dos cidadãos.

Assim, não é de admirar que nações protestantes como Inglaterra, Holanda e Estados Unidos tenham se tornado o berço das modernas instituições democráticas que tantos benefícios têm trazido ao mundo. A maior parte das confissões de fé protestantes inclui seções sobre o estado, reconhecendo a importância das instituições públicas, mas rejeitando a onipotência estatal. Os protestantes, em especial os calvinistas, tiveram participação decisiva em três grandes revoluções contra a tirania: a independência holandesa, a “Revolução Gloriosa” inglesa e a Revolução Americana. Historicamente, os protestantes têm defendido a tolerância, a liberdade de consciência e a separação entre a igreja e o estado.

Você sabia?

Entre os signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776), estava um ministro religioso, o presbiteriano John Witherspoon.

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A Reforma e a Economia

No início do século 20, Max Weber publicou seu influente livro A ética protestante e o espírito do capitalismo. O sociólogo alemão defendeu a tese de que a teologia e a ética calvinistas foram fatores importantes no desenvolvimento do capitalismo moderno. Embora alguns de seus argumentos sejam questionáveis, é inegável que os valores de disciplina, frugalidade e apego ao trabalho apregoados pela Reforma contribuíram para a prosperidade das nações protestantes. Ao mesmo tempo, a ética protestante se voltou contra as mazelas do chamado “capitalismo selvagem”, como a obsessão pelo lucro e o desprezo pelos direitos dos trabalhadores.

Refletindo sobre os ensinos da Bíblia acerca de temas como dinheiro, riqueza e pobreza, os reformadores também deram ênfase aos deveres de compaixão e solidariedade para com os menos afortunados, de busca incessante de uma sociedade mais justa e fraterna. São exemplos disso as constantes gestões de Calvino junto aos órgãos dirigentes de Genebra no sentido de que fossem coibidas práticas econômicas lesivas aos pobres, como a cobrança de juros extorsivos e a retenção dos estoques de alimentos para forçar a elevação artificial dos preços.

Você sabia?

Muitos anabatistas e menonitas optaram por viver em comunidades agrícolas, compartilhando igualmente todos os seus recursos.

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A Reforma e a Ciência

O cristianismo contribuiu para o desenvolvimento da ciência ao postular um mundo criado por Deus e dotado de leis fixas e universais. Porém, no início do período moderno, a condenação de Galileu pela Inquisição, em 1633, pelo fato de ter defendido o heliocentrismo, parecia indicar que a fé cristã se colocava contra a ciência. Desde os seus primórdios, o movimento protestante deu grande importância ao labor científico, como fica evidenciado em seu interesse pela educação e pela criação de universidades.

Sir Isaac Newton (1642-1717), um dos pais da ciência moderna, era um anglicano impelido por profundas motivações religiosas. Esse cientista, físico e matemático considerava a ciência um “jardim” que lhe fora dado para cultivar e cria que cada descoberta que fazia lhe havia sido comunicada pelo próprio Deus. Entre suas contribuições estão a descoberta da lei da gravidade, o cálculo infinitesimal, o espectro de cores da luz branca e o estudo dos chamados anéis de Newton.

Você sabia?

Por vários séculos, a maioria dos cientistas foram cristãos, muitos deles ligados a igrejas protestantes.

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A Reforma e a Música

É incalculável a contribuição que a Reforma Protestante deu ao campo da música. Em primeiro lugar, os reformadores restauraram o canto congregacional ao lugar de proeminência que havia ocupado na igreja antiga. Alguns deles, a começar de Lutero, foram grandes compositores sacros. Quem já não ouviu ou cantou seu vigoroso hino “Castelo forte”? No ramo calvinista ou reformado, uma preocupação significativa foi a criação de saltérios, ou seja, hinários constituídos de salmos metrificados e musicados. Nessa tarefa, destacaram-se os compositores franceses Louis Bourgeois e Claude Goudimel.

No que diz respeito à música instrumental e erudita, vale lembrar a figura extraordinária do compositor e organista alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750). Um luterano convicto durante toda a vida, ele produziu centenas de composições que até hoje impressionam e encantam as audiências, como o coral “Jesus alegria dos homens”. Seu contemporâneo e compatriota Georg Friedrich Händel, que recebeu influências do movimento pietista em Halle, é conhecido pelo belíssimo e comovente oratório “Messias”.

Você sabia?

O reformador suíço Ulrico Zuínglio, embora fosse talentoso organista, achava que não devia haver música instrumental no culto, só vocal.

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A Reforma e as Artes

A arte foi definida como uma atividade voltada para a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, bem como a capacidade criadora de transmitir tais sensações e sentimentos. Sendo numerosas tais atividades, convencionou-se subdividi-las em artes plásticas ou visuais, artes cênicas ou dramáticas, artes musicais, etc. As mais salientes são a música, o teatro, a pintura, a escultura e a arquitetura.

Nos seus primeiros tempos, a Reforma Protestante se mostrou bastante reticente em relação à pintura e à escultura, por considerar que elas haviam sido utilizadas de modo inadequado pela igreja medieval. A grande ênfase dos reformadores na Palavra como meio de comunicação da mensagem cristã fez com que as artes visuais fossem relativizadas ou até mesmo esquecidas.

Posteriormente, surgiram expressões artísticas de grande beleza influenciadas pela cosmovisão protestante, em especial no campo da pintura. Alguns nomes conhecidos são os alemães Albrecht Dürer, Lucas Cranach e Hans Holbein e os holandeses Jan Vermeer e Rembrandt van Rijn. Durante sua vida cheia de provações, Rembrandt (1606-1669) foi acima de tudo um pintor da Bíblia, tendo deixado cerca de 850 pinturas, gravuras e desenhos sobre temas bíblicos. Ele é considerado o grande artista do discipulado cristão diário, como se pode ver em seu impressionante “Cristo em Emaús”.

Você sabia?

O príncipe protestante Maurício de Nassau trouxe para o Brasil pintores talentosos como Frans Post e Albert Eckhout, que produziram telas de grande beleza e sensibilidade.

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A Reforma e a Arquitetura

O movimento protestante foi herdeiro de uma grandiosa e milenar tradição arquitetônica cristã. Em diversos países, como Suíça, Alemanha, Inglaterra e Escócia, templos católicos romanos passaram a abrigar congregações reformadas. De um modo geral, a parte externa desses edifícios foi mantida inalterada, porém o interior sofreu modificações substanciais em razão das convicções teológicas do novo movimento.

Além da remoção das imagens, o altar da missa cedeu espaço para o púlpito, por causa da centralidade da pregação da Palavra. Todavia, muitos templos retiveram seus belos vitrais com cenas bíblicas e outros elementos decorativos que não pareciam violar os preceitos bíblicos contrários à idolatria. Agora tais elementos não eram mais tidos como “a Bíblia dos ignorantes”, mas como expressões simbólicas da beleza da criação e da majestade do Criador.

Os novos templos protestantes construídos na Europa, Estados Unidos e outros países, mantiveram muitas características arquitetônicas antigas, porém com maior sobriedade. Christopher Wren (1632-1723), filho de um ministro anglicano, projetou notáveis edifícios para a Igreja da Inglaterra. Nos Estados Unidos, destaca-se a Trinity Church, um belíssimo templo episcopal em Boston.

Você sabia?

Nos países do terceiro mundo em que atuaram as missões protestantes, as restrições legais resultaram em uma arquitetura eclesiástica pobre, como é o caso do Brasil.

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A Reforma e o Direito

A grande reflexão produzida pela Reforma Protestante a respeito do estado só poderia resultar em importantes considerações jurídicas. Afinal, o estado é o responsável pela construção e manutenção do ordenamento jurídico da sociedade. Assim, direta ou indiretamente, o novo movimento contribuiu para o aperfeiçoamento do direito em suas diferentes manifestações (civil, público, constitucional, internacional).

Foi decisiva a contribuição da Reforma para conquistas como o governo representativo, a separação dos poderes e a ampliação dos direitos e liberdades civis. Aquilo que se denomina “estado de direito”, recebeu grande incentivo das convicções reformadas. Um nome de grande expressão é o do jurista e estadista holandês Hugo Grotius (1583-1645), considerado o pai do direito internacional.

Um personagem destacado na Inglaterra foi o parlamentar William Wilberforce (1759-1833), um dos principais responsáveis pela abolição do tráfico internacional de escravos. Ele e outros integrantes do movimento evangélico do século 18 também contribuíram para a aprovação de leis humanitárias voltadas para a reforma das prisões, a supressão do trabalho infantil e outras causas valiosas.

Você sabia?

A luta dos primeiros protestantes pela liberdade religiosa no Brasil contribuiu para uma legislação liberal e tolerante nessa área.

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A Reforma e o Mundo Moderno

Não é fácil avaliar com precisão o impacto da Reforma Protestante no mundo moderno e contemporâneo, nem se deve ter uma postura ufanista que só vê aspectos positivos e elogiosos nesse grande e complexo movimento que completa 500 anos. Todavia, é forçoso reconhecer que as contribuições da Reforma foram numerosas e significativas. A vida de incontáveis indivíduos, comunidades e mesmo de sociedade inteiras se tornou melhor graças às ênfases dos reformadores e seus sucessores.

Hoje, em razão do secularismo avassalador, muitas nações protestantes estão progressivamente abandonando a sua herança espiritual. No entanto, mesmo deixando de lado o componente religioso, continuam inconscientemente se beneficiando dos valores, das instituições, das conquistas e da história construída pela Reforma ao longo dos séculos. Apesar dos percalços da caminhada, espera-se que os herdeiros dos reformadores continuem encontrando inspiração na vida e no trabalho dos pioneiros para revitalizar o seu movimento e dar novas contribuições ao mundo em que vivem.

Você sabia?

As igrejas protestantes reconheceram sua necessidade de uma contínua reforma ao cunharem o moto “Ecclesia reformata semper reformanda” (Igreja reformada, sempre se reformando).

Fonte: Site da IPB https://www.ipb.org.br/conteudos_detalhe?conteudo=760

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Mais de 700 italianos aceitam Jesus em evento evangelístico histórico

Mais de 700 pessoas aceitaram a Jesus em evento evangeslítico na Itália. (Foto: Billy Graham Evangelistic Association).

Mais de 13 mil pessoas lotaram a arena Fórum Mediolanum, em Milão, para ouvir o Evangelho no Festival Noi.

Mais de 13 mil pessoas lotaram a arena Fórum Mediolanum, em Milão, na Itália, para ouvir a Palavra de Deus durante o Festival Noi, no sábado (29).

O evento evangelístico, organizado por igrejas locais em parceria com a Billy Graham Evangelistic Association, reuniu o maior público que a arena, usada para shows e jogos da Euroliga de basquete, já recebeu em seus 32 anos de história.

O evangelista Franklin Graham pregou a mensagem do Evangelho, baseado em João 3:16.

“Estou aqui para lhe dizer que religião não é suficiente. Jesus disse ao [líder religioso] Nicodemos: ‘Você precisa nascer de novo’”, ministrou Graham.

E ressaltou: “Conheci muitas pessoas que são religiosas, mas não têm um relacionamento com Deus. Religião não é suficiente. Você não pode trabalhar pela sua salvação. Você não pode comprar sua salvação”.

Após a ministração, o evangelista fez o apelo para entregar sua vida a Cristo e mais de 700 italianos responderam ao convite e foram à frente para serem ministrados.


Mais de 700 pessoas aceitaram a Jesus em evento evangeslítico na Itália. (Foto: Billy Graham Evangelistic Association).

Entre a multidão de recém convertidos, estava Rosa*, de 50 anos, que aceitou Jesus em lágrimas. Simona, uma conselheira da equipe evangelística, explicou a ela sobre a decisão que havia acabado de tomar.

“Ela se apresentou com seu tio e disse que podia sentir a presença de Deus logo atrás dela”, testemunhou Simona.

Marco*, de 44 anos, que foi ao Festival incentivado pela esposa cristã, também se rendeu a Cristo. 

“Hoje, ele aceitou Jesus como seu Salvador. Ele estava tão feliz. Ele disse que nunca havia sentido essas emoções antes. Ele sentiu a presença do Senhor pela primeira vez esta noite”, contou Francesco, o conselheiro que o ministrou.

Para os líderes cristãos que trabalharam no Festival Noi, a cruzada iniciou um novo marco na união de igrejas e no evangelismo na Itália.

“Nunca tivemos algo assim – mais de 13.000 pessoas em um evento cristão”, declarou Gerry Testori, membro do comitê do Festival.

“Os pastores da parte norte de Milão estão orando com os pastores do sul. Esta é uma bênção para a nossa nação”.

*Nomes alterados para privacidade.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE BILLY GRAHAM EVANGELISTIC ASSOCIATION

“América Latina vive uma onda de abusos à liberdade religiosa”, alerta organização dos EUA

 


Dom Rolando Álvarez antes de ser preso por autoridades na Nicarágua. (Foto: Reprodução/Aleteia)

“O que estamos vendo é indicativo de um desrespeito alarmante por esse direito humano fundamental”, disse o diretor da ADF.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos realizou sua primeira audiência sobre liberdade religiosa na América Latina. 

Especialistas em direitos humanos chamam a atenção para a crise de liberdade religiosa que está “varrendo a região”, conforme notícias da ADF International. 

“A América Latina está atualmente experimentando uma onda de abusos de direitos humanos na área de liberdade religiosa. O que estamos vendo é indicativo de um desrespeito alarmante por esse direito humano fundamental”, disse Tomás Henriquez, diretor da ADF International para a América Latina, dirigindo-se à Comissão. 

“Haverá graves consequências não apenas para as pessoas de fé, mas também para o futuro da democracia na região como um todo”, continuou Henriquez que exigiu da Comissão medidas contra as violações flagrantes da liberdade religiosa na Nicarágua, México e Argentina, entre outros países latino-americanos. 

Situação na Nicarágua

No início deste ano, o governo de Ortega expulsou do país as “Missionárias da Caridade de Santa Teresa de Calcutá” e as “Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus” do país, sem o devido processo.

O regime assediou e forçou o exílio de mais de uma dúzia de padres católicos. Muitos outros foram detidos, incluindo o Bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez (em prisão domiciliar) e os padres Oscar Benavidez, Ramiro Tijerino, José Luis Díaz, Sadiel Eugarrios e Raúl González.

Também foram detidos os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, junto com o cinegrafista Sergio Cárdenas.

Henriquez, que é especialista em questões relacionadas a violações de direitos humanos na América Latina, se manifestou contra a repressão política sistemática e a perseguição religiosa aberta contra o povo da Nicarágua. 

Dirigindo-se à audiência de liberdade religiosa, Henriquez disse: “Comissários, estamos diante da infeliz coincidência de que esta audiência esteja ocorrendo ao mesmo tempo em que a região está testemunhando com impotência uma das piores perseguições religiosas da memória viva desde que o sistema entrou em vigor”. 

“Refiro-me, é claro, à situação muito grave e urgente que vive o povo nicaraguense, incluindo em particular a Igreja Católica e seus bispos, sacerdotes, seminaristas, leigos e irmãos e irmãs religiosos”, continuou.

Ele citou ainda a responsabilidade do governo no fechamento de escolas cristãs, serviços sociais das igrejas e o fechamento forçado da Universidade Católica Agropecuária del Trópico Seco.

Henriquez pediu à Comissão que tome medidas urgentes contra a perseguição à Igreja Católica na Nicarágua e pediu a libertação imediata de todos os clérigos detidos pelo regime de Ortega para a proteção de suas vidas, integridade física e psicológica. 

Perseguição religiosa no México

Abusos flagrantes da liberdade religiosa também estão ocorrendo no México, onde é ilegal para o clero falar sobre questões políticas por causa de regulamentos que datam de 1917. 

No início de 2022, quatro padres — Juan Sandoval, Mario Angel Flores, Carlos Aguiar e Angel Espinosa de los Monteros — foram considerados culpados de violar o artigo 130 da Constituição mexicana, por emitir declarações contendo suas opiniões sobre eventos sócio-políticos em seu país e instando os fiéis a votar de acordo com suas convicções. 

Os padres foram denunciados pelo partido político no poder, julgados por um tribunal eleitoral e considerados culpados pelo “crime” de discurso politicamente orientado. 

Sobre a situação no México, Henriquez afirmou que o silenciamento de líderes religiosos “não apenas viola a liberdade de religião e expressão, mas também é discriminatório, pois afeta uma categoria definida de pessoas por causa de sua fé”.

Observando que o problema não se limita ao México, Henriquez afirmou que “a Comissão deve tomar medidas concretas para exigir a revogação das leis que prejudicam a livre expressão dos ministros da religião nas constituições do México, Honduras, El Salvador e Costa Rica”. 

Tanto Henriquez quanto a ADF International afirmam que vão continuar a intervir e a monitorar as violações das liberdades religiosas que ocorrem na América Latina. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE ADF INTERNATIONAL

Reino Unido teve mais de 10 milhões de abortos em 55 anos, diz grupo pró-vida

 

Marcha pela Vida. (Foto: Reprodução/Christian Concern)

“Estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”, disse Andrea Williams que participou da Marcha pela Vida.

No dia 27 de outubro, a Lei do Aborto de 1967 do Reino Unido completou 55 anos. Na ocasião, um grande grupo pró-vida se reuniu para lamentar as 10 milhões de vidas perdidas durante esse período.

O grupo ocupou todo o perímetro da Praça do Parlamento em silêncio, na presença de políticos e jornalistas que se envolveram no ato para fazer perguntas. Apesar da solenidade da ocasião, foi uma visão encorajadora.

Andrea Williams, executiva-chefe do Christian Concern — uma organização cristã — também esteve presente e comentou: “Estou aqui porque sou apaixonadamente pró-vida. Aqui estamos nós, de pé na Praça do Parlamento, e estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”. 

‘10 milhões é demais’

Andrea refletiu sobre as “10 milhões de pessoas que não puderam viver” desde a aprovação da Lei de Aborto. “É muito mais gente do que posso ver nesta praça hoje; 10 milhões é quase toda a população da Grande Londres e duas vezes a população da Escócia”, observou. 

“Não sei se podemos sequer começar a imaginar sobre o que significa esse número. 10 milhões é demais”, lamentou.

“Queremos ver o fim dessa matança intencional de nossos filhos ainda não nascidos. Isso é o que nossa humanidade comum exige, é o que Deus exige. Porque Deus diz que você e eu, e todos que vejo, são preciosos aos seus olhos e dignos de sua proteção. Vamos trabalhar para isso”, ela encorajou. 

Marcha pela Vida

A “Marcha pela Vida” que organizou o “dia da lembrança” é um evento que ocorre na Inglaterra desde 2012, com o objetivo de acabar com o aborto e proteger as mulheres que enfrentam momentos de crise na gravidez. 

Isabel Vaughan-Spruce, co-diretora do movimento Marcha pela Vida, disse que várias pessoas testemunham todos os anos sobre as consequências do aborto.

“As mulheres que ficaram feridas, os homens que perderam seus filhos para o aborto, os avós e a família em geral. Estamos aqui para garantir que esta ocasião não passe despercebida. Esses 10 milhões merecem ser lembrados”, disse Isabel. 

Além disso, ela enfatizou sobre as mulheres que ainda não tiveram voz para contar o que aconteceu com elas: “Merecem ser notadas e estamos aqui hoje para ser uma voz para elas também”. 

“O aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres”

No Reino Unido, nos últimos 55 anos, a taxa de aborto tem aumentado e o procedimento tem sido facilitado.

“No ano passado, 88% dos abortos foram medicamentosos. E sabemos que 1 em cada 17 dá errado e as mulheres acabam indo para o hospital com complicações”, apontou Isabel. 

“No entanto, o aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres. Mas, fica claro que não há nenhuma preocupação com a saúde da mulher, nem física e nem emocional”, continuou.

Ela também lembra que agora as mulheres podem fazer abortos em sua própria casa. “Isso mostra ainda mais o descaso com a saúde da mulher. Elas estão fazendo abortos sem ter feito um exame, sem sequer ter uma consulta presencial”, disse.

Isabel também mencionou que essas mulheres que fazem o aborto em casa são obrigadas a se desfazer do próprio filho depois: “É até difícil colocar isso em palavras”. 

‘Aborto não é assistência à saúde’

Calvin Robinson, jornalista da GB News, falou sobre como o assunto sobre o aborto precisa ser abordado nacionalmente: “Nada importa mais do que a santidade da vida”. 

Ele explica que as pessoas pró-aborto lutaram para legalizar o procedimento, alegando casos de estupro, incesto e proteção à vida da mãe. “Mas o aborto não é feito só nessas circunstâncias extremas”, protestou. 

Ele aponta para o aumento do número de abortos depois da aprovação da lei. “São 200 mil todos os anos. As pessoas estão recorrendo ao aborto e chamando isso de ‘assistência à saúde’, como se fosse um contraceptivo, quando na verdade é um crime moral absoluto matar um feto por conveniência”, continuou. 

O jornalista lembrou também do impacto que isso tem nas mulheres, deixando traumas para o resto de suas vidas.

‘Seu corpo, sua escolha?’

Sobre o lema tão reforçado pelos defensores do aborto: “Meu corpo, minha escolha”, Calvin retrucou: “Mas não é o seu corpo, é o corpo que você está protegendo, é o corpo dentro de você. É o corpo pelo qual todos devemos falar, porque esse corpo não tem voz própria”. 

“Mesmo que fosse apenas um, importaria. 10 milhões é um número difícil de conceber. São 10 milhões de vidas que não estão aqui porque as pessoas fizeram escolhas que não precisavam fazer. E acho que se o aborto é a resposta, estamos fazendo as perguntas erradas”, refletiu. 

‘Emocionalmente é muito difícil’

“Temos que ser honestos sobre o que realmente está acontecendo aqui e não usar linguagem floreada. É um horror. Precisamos parar isso e aqueles no parlamento parecem não estar fazendo nada sobre isso, na verdade, eles estão piorando”, disse David Kurten, ex-membro da Assembleia de Londres.

Natalia, que agora trabalha com o grupo pró-vida Abortion Resistance, falou de suas próprias experiências: “Estou aqui em nome do meu próprio filho que morreu em decorrência do aborto que fiz em 2020”. 

“O aborto é muito difícil, emocionalmente é muito difícil. Eu acho que muitas pessoas simplesmente se fecham emocionalmente, e então isso começa a afetá-las mais tarde na vida. Felizmente, no meu caso, consegui lidar com isso ao iniciar essa jornada de cura”, ela concluiu. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN CONCERN

sábado, 29 de outubro de 2022

Reeleição de Xi Jinping terá “consequências catastróficas”, alertam líderes cristãos

 


Presidente ditador da China, Xi Jinping. (Foto: Flickr/Foreign, Commonwealth & Development Office)

Um dos exemplos mais notáveis é dos uigures que são enviados para os campos de doutrinação: “Ou nos tornamos chineses ou morremos”, disse um ativista.

Defensores da liberdade religiosa estão fazendo alertas depois que o Partido Comunista Chinês reelegeu Xi Jinping como líder da República Popular da China (PCC): “Haverá consequências catastróficas”, disseram eles. 

O ditador garantiu um terceiro mandato como presidente da China e secretário-geral do PCC, na semana passada — menos de cinco anos depois que o Congresso Nacional do PCC aboliu o limite de dois mandatos para presidentes que estavam no cargo há mais de três décadas.

A reeleição de Xi ocorre quando a China enfrenta o escrutínio internacional sobre seu tratamento a minorias religiosas e dissidentes políticos, bem como seu papel na causa da pandemia de coronavírus que causou milhões de mortes em todo o mundo, conforme o Christian Post. 

‘Um retrocesso aos dias sombrios’

Embora a China tenha operado como um estado de partido único completamente controlado pelo PCC por décadas, o país expressou abertura para implementar reformas de mercado na última parte do século 20, o que levou à sua entrada na Organização Mundial do Comércio.

O endosso do PCC à continuação do reinado de Xi causou preocupação entre os defensores da liberdade religiosa nos EUA, que estão convencidos de que isso significa um retrocesso aos dias sombrios da Revolução Cultural, liderada pelo presidente Mao Zedong e um sinal de crescente perseguição contra minorias religiosas e étnicas. 

Protestos contra o ditador

Vários protestos em frente à sede do Departamento de Estado dos EUA foram feitos para que o país americano tome medidas mais fortes para proteger os uigures — um grupo étnico predominantemente muçulmano que constitui uma parcela considerável da população do Turquistão Oriental.

O Turquistão Oriental é uma área reconhecida pela comunidade internacional e pelo governo chinês como a “província de Xinjiang”. Por lá, o novo “Regulamento sobre a Construção de Segurança Pública” entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2022.

De acordo com o Bitter Winter — que enfatiza as causas sobre liberdade religiosa e direitos humanos — a vigilância aumentou muito através do sistema de rede do PCC e isso indica “dias piores para os uigures”.

Uigures. (Foto: Wikimedia Commons)

‘O genocídio e o sofrimento vão se intensificar’

Os uigures se viram sujeitos a campos de “doutrinação” ou de concentração que, segundo os críticos, são projetados para retirar as minorias étnicas “de sua cultura, língua e religião, e doutriná-las na cultura chinesa dominante”. 

À medida que os relatos de abuso nos campos chegam às manchetes internacionais, os uigures também se tornaram vítimas de trabalho forçado que beneficia direta ou indiretamente as empresas americanas. 

Em entrevista ao Christian Post, Salih Hudayar que é fundador do Movimento Despertar Nacional do Turquistão Oriental e que luta pelos direitos humanos, compartilhou suas preocupações com a continuação de Xi como líder chinês.

“Para os uigures e o povo do Turquistão Oriental, isso significa que o genocídio e o sofrimento do nosso povo vão se intensificar”, enfatizou. 

Ele explica que parte do legado desejado de Xi envolve o “Rejuvenescimento Nacional Chinês” e isso terá “consequências catastróficas para pessoas não chinesas como uigures, tibetanos, mongóis, entre outros”.

“Embora o governo chinês sempre tenha perseguido os uigures desde a ocupação do Turquistão, no final de outubro de 1949, o tratamento que receberam piorou consideravelmente sob Xi”, explicou Hudayar.

‘Ou nos tornamos chineses ou morremos’

Segundo o ativista de direitos humanos, a China quer que os uigures se transformem em chineses: “Depois de 2014, ou nos tornamos chineses ou somos enviados para os campos. Somos doutrinados, torturados, esterilizados e estuprados. Ou nos tornamos chineses ou morremos”, afirmou.

“Xi Jinping é um monstro genocida. Ele é o agressor mais ambicioso da história. O Partido Comunista acaba de lhe dar um poder quase ilimitado. Ele não vai parar até que seja parado”, alertou Gordon Chang,  do Gatestone Institute — organização focada em informar o público sobre ameaças militares e diplomáticas. 

“Sim, devemos nos preocupar. Xi Jinping acredita que o PCC deve ter controle absoluto sobre a sociedade e sobre o Partido. Ele não vai parar até atingir estes dois objetivos”, alertou.


Partido Comunista coordena todos os demais poderes da China. (Foto: Portas Abertas)

‘Ele está levando a China a um futuro muito sombrio’

De acordo com Chang: “Xi Jinping não está apenas implementando o desenvolvimento militar mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial, ele também está mobilizando civis chineses para a batalha. Não sabemos o que ele pretende fazer, mas ele está levando a China ao conflito e a um futuro muito sombrio”. 

“O terceiro mandato de Xi, que quebrou precedentes, faz com que seu apelido seja ‘Presidente Mao Jr’. A China entra oficialmente na era ditatorial maoísta 2.0 de décadas de autoritarismo”, acrescentou Bob Fu, presidente e fundador da China Aid, uma organização cristã internacional de direitos humanos.

“O estilo de governo implacável de ‘Grande Luta’ de Xi com seu ambicioso domínio global substitui a agenda pós-Mao do PCC. A comunidade internacional terá que se preparar para a aceleração contínua do registro cada vez pior de abusos de direitos humanos e perseguição religiosa sob a nova Revolução Cultural de Xi”, destacou ainda. 

‘A China é uma ameaça real’

O ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reagiu à reeleição do ditador no Twitter, declarando que “Xi Jinping tomar o poder total não é surpresa, ele é um ditador comunista total”, escreveu ao apontar a China como “uma ameaça real” na qual os militares precisam se concentrar. 

As preocupações com o tratamento da China às minorias religiosas também se estendem aos cristãos, que viram seus locais de culto invadidos ou demolidos ao se recusarem a cumprir as exigências do governo chinês. 

No fim de semana, o Vaticano anunciou que renovou um acordo que dá ao governo chinês o direito a se envolver na nomeação de bispos de dioceses católicas romanas na China. O acordo ocorreu meses após a prisão do cardeal chinês Joseph Zen por participar de um protesto pró-democracia em Hong Kong.

Este acordo entre a Igreja Católica Romana e o Partido Comunista Chinês provocou críticas de Sam Brownback, o ex-embaixador dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional. 

Observando o acordo entre o Vaticano e Pequim, Brownback caracterizou o desenvolvimento como uma “grande decepção”.

“O PCC está em guerra com todas as religiões, buscando erradicá-las. Este acordo renovado acontece enquanto o Cardeal Zen está sendo julgado por acusações forjadas. Enfrente o PCC”, disparou.

Xi Jinping permanecerá no poder até pelo menos outubro de 2027, quando o 21º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês está programado para se reunir. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN POST

PEDRO POTI – O PRIMEIRO BRASILEIRO A MORRER POR NÃO NEGAR SUA FÉ EM CRISTO

 



“Sou Cristão e melhor do que vós: creio só em Cristo, sem macular a religião com idolatria, como fazeis com a vossa. Aprendi a religião cristã e a pratico diariamente, e se vós a tivésseis aprendido, não serviriam aos inimigos portugueses”, Pedro Poti.

Por volta de 1501, algumas jovens do povo Potiguar acenaram para a embarcação de Gonçalo Coelho e, então, eles enviaram quatro dos seus marinheiros para barganhar com aquelas moças bonitas. Enquanto os quatro estavam naquela Baía, seus companheiros assistiram, de lá da embarcação, a terrível cena deles sendo apunhalados pelas costas a pauladas na praia. Os quatro portugueses foram “assados e devorados”, escreveu Américo Vespúcio em sua carta a Manuel I, Rei de Portugal. Américo Vespúcio chamou Akaîutebiró de “Baía da Traição”. O que Gonçalo Coelho não sabia era que os Potiguar já faziam parte de uma aliança franco-indígena contra os portugueses invasores.

O povo Potiguar se espalhava desde Pernambuco até o Maranhão. Povo guerreiro, com uma população de 100.000 pessoas, era tido como o mais poderoso povo indígena do litoral do Nordeste. Por meio de alianças, primeiramente, com os franceses, depois, com os holandeses, o povo Potiguar também fez forte oposição às invasões portuguesas. E é no contexto do Brasil Holandês que surge a história do valente Pedro Poti, Governador dos índios da Paraíba.

Pedro Poti, cujo nome indígena era Itaque, viu seu povo ser massacrado pelos portugueses, que não aceitaram a hospitalidade Potiguara oferecida aos holandeses, quando esses chegaram à Baía da Traição, em 1625. Muitos Potiguaras fugiram para o interior para não serem mortos, outros se refugiaram no Rio Grande do Norte, contudo, Pedro Poti fez parte de um grupo que partiu com os holandeses para a Europa, onde aprendeu a ler e escrever o neerlandês e se converteu à Fé Reformada, vivendo lá por 5 anos. Ao retornar, assumiu a liderança do seu povo contra os portugueses, fazendo oposição ao seu parente, Felipe Camarão.

Pedro Poti era um diplomata, militar, líder político e religioso, que defendeu a liberdade oferecida pelos holandeses aos povos indígenas do Brasil contra o sistema colonialista português. Ao retornar ao Brasil, ele trabalhou como mediador dos holandeses junto aos povos indígenas. A importância de Pedro Poti para o estabelecimento do Brasil Holandês é atestada por vários estudiosos e historiadores. Poti atuou de forma impressionante como um mediador intercultural entre holandeses e os diversos povos indígenas de culturas e línguas tão diferentes, conseguindo uni-los em uma aliança contra os portugueses.

Participou não apenas do primeiro culto realizado na Paraíba, como também da Primeira Ceia protestante em sua aldeia, Massurepe, em 1640. Durante a Insurreição Pernambucana, Poti liderou os Potiguaras contra os portugueses. Mas foi graças a uma única carta de sua autoria que chegou até nós, datada de 31 de outubro de 1645, dia da Reforma Protestante, que podemos conhecer o profundo ardor de Poti pela fé cristã.

Não foram poucas as tentativas de fazer com que Pedro Poti mudasse de lado, mas ele permaneceu firme, mesmo diante das investidas de seu primo Felipe Camarão, aliado dos portugueses. Da carta citada no parágrafo anterior, resposta a esse seu primo, eu retiro o trecho a seguir: “Fica sabendo que serei um soldado fiel aos meus chefes até morrer. Estou bem aqui e nada me falta; vivemos mais livremente do que qualquer de vós, que vos mantendes sob uma nação que nunca tratou de outra coisa senão nos escravizar”.

Pedro Poti foi aprisionado em 1649, durante a segunda batalha dos Guararapes. Durante meses, ele foi acorrentado numa masmorra a pão e água. De vez em quando, os padres jesuítas o tiravam de lá para obrigá-lo a renegar sua fé calvinista, mas o guerreiro potiguar permaneceu inabalável até que, em 1652, foi levado numa embarcação a Portugal, para lá ser julgado. Contudo, Poti nunca chegou lá. A história indica que o jogaram no mar. Pedro Poti morreu como herói da liberdade e o primeiro mártir brasileiro pela causa do Evangelho. A vida de Pedro Poti se confunde com os primórdios da chegada do protestantismo ao Brasil.

Rev. Fábio Ribas

Fonte: APMT

REFORMA E AVIVAMENTO HOJE

 

 REFORMA E AVIVAMENTO O DESPERTAR DA IGREJA

Neemias 8-10

Quando o avivamento veio a Florença, na Itália, em 1496-1498, o instrumento humano de Deus foi o italiano Savonarola. Ele estava chocado com o vício e a imoralidade do mundo a seu redor na Itália e pela corrupção da Igreja Católica Romana. Quando jovem, ele andava à margem do rio Pó, cantando a Deus e chorando pelos pecados, pelas injustiças e pela pobreza do povo a seu redor. Ele chorava e lamentava a impudicícia, o luxo e a crueldade de muitos líderes na igreja. Ficava deitado, prostrado, durante horas a fio, sobre os degraus do altar na igreja, chorando e orando pelos pecados de sua época e os pecados da igreja. 

Deus enviou um despertamento espiritual. Esse avivamento trouxe imensas transformações. O mundo parou de ler livros vis e mundanos. Os mercadores restituíram às pessoas os lucros excessivos que tinham extorquido. Criminosos e moleques de rua pararam de cantar cantigas pecaminosas e começaram a cantar hinos nas ruas. Foram proibidos e abandonados os carnavais. Foram feitas gigantescas fogueiras em que livros mundanos, máscaras, perucas e ilustrações obscenas foram queimados. 

Israel ao retornar do cativeiro estava vivendo em uma situação triste não só por que as muralhas de Jerusalém estavam derribadas, mas por que o povo estava vivendo distante de Deus, praticando coisas abomináveis aos olhos do Senhor. Na primeira parte do livro podemos ver o empenho de Neemias pela reconstrução das muralhas de Jerusalém e na segunda parte podemos ver a dedicação de Neemias pela restauração da nação. Neste momento eu lhe convido para aprendermos algumas lições com a restauração espiritual de Israel. O despertamento acontece quando:

1- TEMOS FOME DA PALAVRA DE DEUS ( 8.3-9) – Na verdade, Neemias veio a Jerusalém para reconstruir o muro, e obteve sucesso em fazê-lo. Mas descobrimos agora que a reconstrução estava longe de ser tudo que ele objetivava. Neemias queria reconstruir o muro, mas além desse objetivo, ele desejava algo muito mais significativo: reconstruir a nação.

No capítulo 8 de Neemias vê-se o ponto de partida para a verdadeira renovação nacional. A Palavra de Deus. versículos 2-12 mencionam uma grande assembleia pública em que Esdras, o sacerdote, lê a lei de Deus para o povo e como todos são afetados por isso. O povo veio para a cidade da zona rural vizinha, reuniu-se na grande praça pública ante a Porta das Águas, no lado leste de Jerusalém, e ouviu Esdras. Ele montou uma grande plataforma de madeira que havia sido erguida para a ocasião e ali, rodeado por 13 dos mais importantes levitas, leu o livro da lei (o Pentateuco ou “os cinco primeiros livros”) do início da manhã até meio-dia — cerca de seis horas.

O povo demonstrou reverência extraordinária pela lei, pois se levantou em silêncio respeitoso quando Esdras abriu o pergaminho. Quando orou, eles responderam: “Amém! Amém!”, e adoraram a Deus. À medida que a narrativa se desenrola, descobre-se que a leitura da lei divina levou ao avivamento nacional.

2-BUSCAMOS A DEUS EM ORAÇÃO  (8.6; Ne 9.1; Es 9.1-15) – A restauração das muralhas de Jerusalém, haviam sido concluídas, mas Neemias sabia que a nação precisava de restauração espiritual. O povo de Deus estava contaminado pelo pecado(Esdras 9.1).

Esdras ao tomar conhecimento de tal situação rasgou as suas vestes, arrancou os cabelos da barba, e se assentou atônito. Mas ele não fez apenas isto, ele buscou a Deus em oração em favor da nação (9.5-10.1).Esdras começou pela oração (v. 6). Essa é a primeira aparição de Esdras em Neemias (cf. v. 1), e sua oração antes da leitura da lei, mesmo sem registro, pode ser considerada apenas uma invocação formal. No entanto, seria errado pensar assim. A aparição de Esdras é significativa, e a oração era mais que uma formalidade, como comprova a resposta do povo.

Todos os avivamentos tiveram início em um movimento de oração motivado, dirigido e coordenado pelo Espírito Santo. A oração prolongada e prevalecente continua em muitos corações, invisível aos olhos humanos, mas presente nas correntes do preparo do caminho do Senhor feito pelo Espírito. Não conhecemos todos os caminhos do Espírito Santo que prepararam a América e a Grã-Bretanha para o avivamento de 1857-1858, mas reconhecemos muitos dos eventos e pessoas que Deus usou para tanto.

3- ACONTECE MUDANÇA DE VIDA- COMPROMISSO COM DEUS (9.38-10.39)-A primeira reforma realizada por Neemias foi estrutural. Jerusalém passara por uma grande reforma física, econômica e social. Os muros foram reconstruídos e as portas levantadas. Os ricos devolveram as terras e casas que haviam tomado dos pobres e os sacerdotes voltaram a cuidar da Casa de Deus.  segunda reforma foi espiritual. Tudo começou com a fome pela Palavra de Deus. Estudo da Bíblia e oração produziram confissão, choro pelo pecado, alegria da obediência e acerto de vida com Deus.

Os grandes avivamentos surgiram quando o povo entrou em aliança com Deus para O buscar, O conhecer e O obedecer. Vivemos hoje uma espiritualidade centrada no homem e no que podemos receber de Deus. Não é mais o homem quem está a serviço de Deus, mas Deus é quem está a serviço do homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra como no céu, mas a vontade do homem que deve ser imperativa no céu. Precisamos voltarmos para Deus por causa de Deus e não apenas por causa de Suas bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos, o doador é mais importante do que a dádiva.

Precisamos olhar para o passado e ver as lições da História, pois o mesmo Deus fez, faz e fará maravilhas na vida do Seu povo. Hoje precisamos nos voltar para Deus. E o nosso compromisso com ele não deve ser apenas gerais, mas também, e sobretudo, em áreas específicas como santificação, casamento, dia do Senhor, contribuição e adoração. Que o Senhor venha avivar a sua igreja hoje!.

 Pr. Eli Vieira

sábado, 22 de outubro de 2022

Mais de 8 mil cristãos vão às ruas orar pela ‘restituição’ da Venezuela

 


Milhares de venezuelanos na Marcha para Jesus. (Foto: Cominela/Facebook)

Milhares lotaram as ruas na Marcha para Jesus em Barquisimeto, no estado venezuelano de Lara.

Cerca de oito mil pessoas lotaram as ruas de Barquisimeto, na Venezuela, para a tradicional “Marcha para Jesus“, que foi retomada após um hiato de dois anos devido a pandemia.

Com o lema “Venezuela, chegou a hora da sua restituição”, a Marcha para Jesus contou com um trajeto da praça Los Ilustres até o estádio Antonio Herrera de Barquisimeto, onde todos se reuniram para momentos de louvor e celebração, apesar dos desafios do país.

“Foi uma benção, uma vitória muito grande. Muitas pessoas vieram para a marcha com a única intenção de louvar a Jesus Cristo. Dizer um número específico de quantas pessoas compareceram é especular, mas mais de oito mil pessoas se juntaram”, disse Ramón Ferrer, presidente da Comunhão dos Ministros Evangélicos de Lara (Cominela).

De acordo com os organizadores, o lema “Venezuela, chegou a hora da sua restituição” foi baseado em Jeremias 1:12, que diz: “Disse-me o Senhor : Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.”

Falando ao Diario La Prensa de Lara, Ferrer disse que todas as igrejas do estado de Lara apoiaram o evento.

O pastor da igreja Las Buenas Nuevas, Álvaro Rea, ficou feliz por ver tantas pessoas se unirem à mesma causa, que é orar pela Venezuela e toda a sociedade.

“Temos orado principalmente pela família, porque sabemos que muitos dos problemas que vivemos na sociedade começam na família. Essas orações são para continuar fortalecendo relacionamentos, casamentos, continuar ajudando os filhos, perdoar pais que se afastaram”, disse Rea.



Milhares de venezuelanos na Marcha para Jesus. (Foto: Cominela/Facebook)

A marcha foi realizada no dia 12 de outubro não apenas em Barquisimeto, mas em diversas partes da Venezuela.

Nas redes sociais, foi possível ver como a multidão de cristãos saindo às ruas com orações, cantos e danças, em adoração a Jesus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO DIARIO LA PRENSA DE LARA

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