quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Dez Motivos pelos quais Pastores Conservadores Costumam ter Igrejas Minúsculas



Sei que há exceções, mas elas não são muitas. A regra é que, aqui no Brasil, pastores e pregadores mais conservadores e reformados pastoreiam igrejas pequenas, entre 80 a 150 membros. Esse fato é notório e não poucas vezes tem sido usado como crítica contra a doutrina reformada. Se ela é bíblica, boa e correta, porque os seus defensores não conseguem convencer as pessoas disso? Por que suas igrejas são pouco freqüentadas, não têm envolvimento missionário, não evangelizam, não crescem e têm poucos jovens?

Como eu disse, há exceções. Conheço igrejas reformadas que são dinâmicas, crescentes, grandes, evangelizadoras e missionárias. Conheço também outras menores, que crescem não pelo aumento do número de membros na sede, mas pela plantação de outras igrejas. Quando eu digo "igrejas minúsculas" refiro-me não somente ao tamanho, mas à visão, ao envolvimento na evangelização e missões e à diferença que fazem. Tenho em mente as igrejas que se arrastam na rotina de seus trabalhos, ensaios e cultos há dezenas de anos, sempre do mesmo tamanho diminuto, sem que gente nova chegue para fazer a diferença.
Consciente de que há igrejas reformadas grandes e crescentes, mas também consciente das muitas pequenas que não crescem faz muito tempo, em nenhum sentido, eu faria os seguintes comentários nesse post, que bem poderia ser intitulado de "Navalha na Carne":
  1. Infelizmente, ao rejeitar a idéia de que em termos de crescimento de igrejas os números não dizem tudo, muitos de nós, reformados, nos esquecemos de que eles, todavia, dizem alguma coisa. Podemos aceitar que está tudo bem e tudo certo com uma igreja local que cresceu apenas 1% nos últimos anos, crescimento em muito inferior ao crescimento da população brasileira e do crescimento de outras igrejas evangélicas? Especialmente em se tratando de uma igreja em um país onde os evangélicos não são perseguidos pelo Estado e as oportunidades estão escancaradas diante de nós?

  2. Igualmente infeliz é a postura de justificar o tamanho minúsculo com o argumento da soberania de Deus. É evidente que, como reformado, creio que é Deus quem dá o crescimento. Creio, também, que antes de colocar a culpa em Deus, nós, pastores reformados, deveríamos fazer algumas perguntas básicas: nossa igreja está bem localizada? O culto é acolhedor e convidativo? A igreja tem desenvolvido esforços consistentes e freqüentes para ganhar novos membros? A pregação tem como objetivo direto converter pecadores? A pregação é inteligível para algum descrente que por acaso esteja ali? Os membros da igreja estão possuídos de espírito evangelístico? Existe oração na igreja em favor da conversão de pecadores e crescimento do número de membros? Creio que muitos pastores reformados colocam cedo demais a responsabilidade do tamanho de suas igrejas em Deus, antes de fazer o dever de casa.

  3. É triste perceber que, em muitos casos, a soberania de Deus é usada como desculpa para não se fazer absolutamente nada em termos de esforço consciente para ganhar pessoas para Cristo. Que motivos Deus teria para querer que as igrejas reformadas fossem pequenas e que os anos se passem sem que novos membros sejam adicionados pelo batismo? Que motivos secretos levariam o Deus que nos mandou pregar o Evangelho a todo o mundo impedir que as igrejas locais reformadas cresçam em um país livre, onde a pregação é feita em todo lugar e onde outras igrejas evangélicas estão crescendo vertiginosamente? Penso que o problema da naniquice não está em Deus, mas em nós. Ai de nós, porque além de não crescermos, ainda culpamos a Deus por isso!

  4. É verdade que muitas igrejas evangélicas crescem usando estratégias e metodologias questionáveis. Especialmente aquelas da teologia da prosperidade, que atraem as pessoas com promessas de bênçãos materiais e curas que não podem cumprir. Todavia, criticar o tamanho dessas igrejas e apontar seus erros teológicos e metodológicos não nos justifica por termos igrejas minúsculas. O que nos impede de termos igrejas grandes usando os métodos certos?

  5. O problema com muitos de nós, pastores conservadores e reformados, é que não estamos abertos para mudanças e adaptações, nos cultos, nas atitudes e posturas, por menores que sejam, que poderiam dar uma cara mais simpática à igreja. Ser simpático, acolhedor, convidativo, atraente, interessante não é pecado e nem vai contra as confissões reformadas e a tradição puritana. Igrejas sisudas com cultos enfadonhos nunca foram o ideal reformado de igreja. Pastores reformados deveriam estar pensando em como fazer sua igreja crescer, em vez de se resignarem e racionalizarem em suas mentes que ter uma igreja pequena é OK.

  6. Os crentes fiéis que estão nas igrejas já por muitos e muitos anos também precisam de alimento e pastoreio. Que Deus me livre de desprezá-los. Sei que Deus pode chamar alguém para o ministério de consolar e confortar crentes antigos durante anos a fio, igreja pequena após igreja pequena. Mas vejo essa vocação como apenas uma pequena parte do ministério pastoral, quase uma exceção. O que me assusta é ver que essa exceção tem se tornado praticamente a regra no arraial conservador e reformado. Será que Deus predestinou as igrejas conservadoras e reformadas para serem doutrinariamente corretas mas minúsculas, e as outras para crescerem apesar da teologia e metodologia erradas? Será que ele não tem vocacionado os conservadores para serem ganhadores de almas, evangelistas, plantadores de igrejas e expansores do Reino? Será que a vocação padrão do pastor conservador é de ministrar a igrejas minúsculas ano após ano, sem nunca conhecer períodos de refrigério e grande crescimento no número de membros? Será que quando um pastor, que era um evangelista ardente, se torna reformado, sempre vai virar teólogo e professor?

  7. O que mais me assusta é que tem pastores reformados que se orgulham de ter igrejas nanicas! "Muitos são chamados e poucos escolhidos", recitam com satisfação. Orgulham-se de serem do movimento do "esvaziamento bíblico", em vez do "avivamento bíblico"! Dizem: "os verdadeiros crentes são poucos. Prefiro uma igreja pequena de qualidade do que uma enorme cheia de gente interesseira e superficial". Bom, se eu tivesse que escolher entre as duas coisas talvez preferisse a pequena mesmo. Mas, por que tem que ser uma escolha? Não podemos ter igrejas reformadas cheias de gente que está ali pelos motivos certos? Eu sei que a qualidade sempre diminui a quantidade, mas será que tanto assim?

  8. Nós, pastores reformados em geral, temos a tendência de considerar a sã doutrina o foco mais importante da vida da Igreja. Portanto, muitos de nós passam seu ministério inteiro doutrinando e redoutrinando seu povo nos pontos fundamentais da doutrina cristã reformada. Pouca atenção dão para outros pontos igualmente importantes: espiritualidade bíblica, vida de oração, evangelismo consciente e determinado e planejado. Acho que uma coisa não exclui a outra. Aliás, creio que a doutrinação bíblica sempre será evangelística, e que o evangelismo bíblico é sempre doutrinário. "Pregação", disse Spurgeon, "é teologia saindo de lábios quentes".

  9. Alguns pastores reformados ficam tão presos pela doutrina da depravação total que não sabem mais como convidar pecadores a crerem em Jesus Cristo. Temos medo de parecer arminianos se ao final da mensagem convidarmos os pecadores a receberem a Cristo pela fé, ou mesmo se, durante a pregação, pressionarmos as pessoas a tomarem uma decisão. O fantasma de Finney, o presbiteriano criador do sistema de apelos, assombra e atormenta os pregadores reformados, que chegam ao final da mensagem e não sabem como aplicá-la aos pecadores presentes sem parecer que estão fazendo apelação. Ficam com receio de parecerem pentecostais se durante a pregação falarem de forma mais coloquial, falar de forma direta às pessoas, se emocionarem ou ficarem fervorosos, ou mesmo se gesticularem demais e andarem no púlpito. Acho que se os pregadores reformados parecessem mais humanos e naturais, mais à vontade nos púlpitos, despertariam maior interesse das pessoas.
  10. Creio, por fim, que ao reagirem contra os excessos do pentecostalismo quanto ao Espírito Santo, muitos reformados ficaram com receio de orar demais, se emocionar demais, jejuar, fazer noites de vigília, pregar nas praças e ruas e de pedirem a Deus que conceda um grande avivamento espiritual em suas igrejas. Só tem uma coisa da qual os reformados têm mais medo do que parecer arminianos, que é parecer pentecostais. Aí, jogamos fora não somente a água suja da banheira, mas menino e tudo! Acho que se houvesse mais oração e clamor a Deus por um legítimo despertamento espiritual, veríamos a diferença.
Pedi a alguns amigos meus, reformados, que criticassem esse post, antes de publicá-lo. Um deles me escreveu:
"Gostei mesmo. Me irrita o espírito de 'seita sitiada' tão comum em nosso meio [reformado]; a idéia de que a vocação da igreja é defender uma fortaleza. Somos rápidos para criticar, mas tão tardos em propor alternativas".
Acho que ele resumiu muito bem o ponto.
Não tenho respostas prontas nem soluções elaboradas para o nanismo eclesiástico. Todavia, creio que passa por um genuíno quebrantamento espiritual entre os pastores, que nos humilhe diante de Deus, nos leve a sondar nossa vida e ministério, a renovar nossos compromissos pastorais, a buscar a plenitude do Espírito Santo e a buscar a Sua glória acima de tudo.


Fonte: O tempora O Mores

sábado, 22 de outubro de 2016

70% DOS ESTUDANTES DEIXAM A IGREJA DURANTE A UNIVERSIDADE, DIZ PESQUISA


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A maioria dos jovens deixam de frequentar a igreja durante os anos de faculdade, de acordo com um estudo feito pela LifeWay Research. Cerca de 70% dos estudantes abandonam suas denominações, mas acabam retornando mais tarde.


Segundo a pesquisa, 70% dos jovens frequentavam a igreja durante o ensino médio, mas a abandonaram. Dos que saíram, quase dois terços retornaram mais e atualmente frequentam a igreja.

A frequência à igreja entre jovens e adolescentes é um fator de importância, segundo o estudo. Entre 16 e 17 anos, a queda na frequência é de 10%; entre 17 e 18 é de 14% e entre 18 e 19, a queda é de 13%.

Na maioria dos casos, as pesquisas mostram que os jovens não têm a intenção de deixar a igreja. Cerca de 80% dos jovens que abandonaram suas denominações durante a faculdade não tinham a pretensão. Muitos a deixaram por suas discordâncias com a educação teológica e encarar a igreja com menos importância em sua vida.

Estatisticamente, os pesquisadores encontraram quatro fatores determinam a permanência dos jovens na igreja:

- A igreja me ajuda a tomar algumas decisões no dia a dia (antes dos 18 anos).

- Meus pais são casados ​​e frequentam a igreja (antes dos 18 anos).

- As pregações do pastor são relevantes para a minha vida (antes dos 18 anos).

- Um adulto da igreja investe em mim pessoalmente e espiritualmente (entre 15 e 18 anos).

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Guiame

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

EX-MEMBRO DA YAKUZA SE TORNA PASTOR E EVANGELIZA MAFIOSOS: "RECOMEÇO"

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Foto: Tokyo Repórter


É uma manhã chuvosa de domingo em Kawaguchi, uma cidade de cerca de meio milhão de pessoas na periferia de Tóquio. Homens e mulheres seguram seus guarda-chuvas de plástico transparente - onipresentes do Japão - à entrada de um bar em uma das esquinas da cidade.

Na placa acima da porta se lê 'Noive de Junho'. Durante 25 anos, o local foi um bar popular neste bairro residencial tranquilo, em Saitama Prefecture.

Escondido em uma esquina, o exterior do 'Noiva de Junho' pouco mudou ao longo dos anos. Mas por dentro, o local passou por uma transformação drástica. O antigo bar e palco de karaokê se foram, agora substituídos por um púlpito decorado com uma grande cruz. Fileiras de cadeiras lentamente se enchem o com rostos úmidos, mas principalmente sorridentes. Eles conversam silenciosamente entre si.

Mesmo que alguns dos rostos na multidão sejam de fregueses antigos do bar, eles já não estão mais ali para beber. Agora, aquele é, sem dúvida, um local de culto.
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Uma das últimas pessoas a entrar na sala é o homem que todo mundo chama de "professor", o Sensei Tatsuya Shindo.
A partir do momento em que ele entra pela porta, os membros da igreja se esquecem do clima sombrio, enquanto a eletricidade enche a sala. Shindo assume o comando do púlpito - levantando seus braços, balançando a cabeça, e pregando com intensidade como se estivesse pulsando com "energia vinda do alto".

Ex-gângster
Aos 44 anos de idade, Shindo ainda aparenta certa jovialidade, parcialmente por causa de seu cabelo longo e também porque ele parece ter um sorriso permanente. Ele ri, muitas vezes, mesmo quando se fala sobre o passado sombrio que ele compartilha com muitos membros de sua congregação de cerca de 100 pessoas.

"Antes, nós estávamos em gangues rivais, disparando armas", ele exclama do púlpito. "Agora, estamos louvando o mesmo Deus".

O submundo do crime no Japão

Como alguns dos membros de sua congregação, o pastor, é um ex-gângster. A maioria deles era adolescente quando eles se juntaram à máfia japonesa, conhecida como a yakuza. Shindo tinha 17 anos.

"Eu era uma criança. Eu não pensava muito profundamente sobre as coisas", diz ele. "E eu admirava a yakuza, só pelo o que era visível na superfície. Eles têm muito dinheiro, gastam seu dinheiro ricamente, e jogam ostensivamente. Os bandidos pareciam tão legais aos meus olhos".

Pagamento em sangue

A ilusão inebriante de uma vida fácil no crime atraiu dezenas de milhares de adolescentes japoneses para se juntar à yakuza. Shindo diz que a maioria de seus colegas gangsters vieram de famílias disfuncionais. A yakuza promoveu um senso de lealdade e fraternidade. Mas Shindo caiu mais fundo no submundo japonês, aprendendo o real preço de pertencer ao grupo, que muitas vezes era pago em sangue.

"Meu chefe foi morto. As pessoas foram mortas em lutas pelo poder. As pernas das pessoas foram baleadas. Um cara que estava usando drogas comigo morreu de intoxicação. Suicídios aconteceram, mortes súbitas. Eu já vi muitas mortes", diz Shindo. "Eu vi meus capangas serem esfaqueados até a morte".

O corpo que Shindo carrega, as cicatrizes de sua antiga vida. O peito e os braços estão cobertos de tatuagens intrincadas - o símbolo que indica de adesão à mafia no Japão. Em um esforço para excluir os membros da yakuza da sociedade, tatuagens visíveis são proibidas na maioria dos locais públicos. Muitas vezes, o pastor tira a camisa, atualmente, quando batiza outros ex-gangsters tatuados.

Durante sua vida no crime, Shindo tornou-se viciado em metanfetamina. Ele dirigia sob a influência de drogas e bateu o carro de seu chefe. Ele mostra seu dedo mindinho em decepado, que foi cortado com um cinzel em um ritual da yakuza, para que ele pagasse por sua 'transgressão'.

Shindo foi preso sete vezes. Quando ele estava com 32 anos, ele havia sido excomungado da yakuza, depois de passar cerca de 8 a 10 anos na prisão. Ele diz que teve um encontro com Deus, enquanto lia a Bíblia em um confinamento solitário. Ele estudou e tornou-se um pastor, após sua libertação da cadeia, há mais de uma década.

Vida nova

Hoje, Shindo lidera uma congregação crescente em sua cidade.

"Um monte de pessoas com diferentes origens chegam aqui. Os que são divorciados, falidos e desprezados. Há também os pais que têm crianças desaparecidas, aqueles cujos filhos estão presos, ou aqueles que foram abandonados depois de passarem um tempo na prisão. Esta é um lugar para reiniciar a sua vida", diz ele. "Ex-membros da yakuza retornando para a sociedade é algo realmente extraordinário".

Um dos mais recentes membros da congregação é o ex-membro da yakuza, chamado Hiro, que fugiu do maior sindicato do crime do Japão, o Yamaguchi Gumi, após passar cinco anos na gangue.

"É muito difícil voltar para a sociedade normal", diz ele.

O homem de 37 anos tem sido evitado por sua família e estende uma esteira fina a cada noite para dormir no chão da igreja. Um outro membro da congregação contratou Hiro como pintor.

"Na vida que eu tive no passado, eu nunca acordei de manhã tão cedo quanto agora. Eu vivia apenas para ganhar dinheiro. Para conseguir dinheiro, eu fiz coisas ruins, vendi drogas. Mas a minha nova vida é a fase mais importante para eu me tornar uma pessoa melhor. Eu mudei muito depois de chegar a esta igreja", diz ele.

Hiro acredita que se ele não tivesse encontrado a igreja, ele já estaria de volta à cadeia. Ele diz que esta é uma rara oportunidade de transformar a sua vida, em uma sociedade na qual não é fácil dar uma segunda chance a pessoas como ele.

Encolhimento da Yakuza
Ex-mafiosos não têm muitas opções no Japão. Seu submundo secreto está diminuindo e os lucros estão secando com um novo tempo de repressão do governo. Hoje, a polícia estima que haja cerca de 50.000 filiados à yakuza - com uma queda drástica, se comparada a alguns anos atrás.

Jake Adelstein, um autor e jornalista, em Tóquio, que tem escrito extensivamente sobre a yakuza, diz que a máfia japonesa mantém bandidos (ladrões / assaltantes) em cheque. Ele diz que se a yakuza perder influência, os crimes rua poderiam surgir em Tóquio - considerada a cidade mais segura do mundo.

"Eles vão ter que encontrar uma maneira de usar essas pessoas. E eles vão ter que encontrar uma maneira de remover esse estigma de ser um ex-yakuza", diz Adelstein. "Esses caras, quando eles saem da máfia, estão recorrendo à pequena criminalidade, vão para a cadeia ou cometem suicídio. Muitos deles cometem suicídios. Porque, o Japão não é um lugar muito amigável para as pessoas que têm dedos decepados, que são cobertos com tatuagens e que nunca trabalharam de maneira honesta por tantos anos de suas vidas".

Em seu novo papel como sensei, Shindo batizou cerca de 100 pessoas, incluindo sua mãe, Yoshimi Shindo, que orgulhosamente observa seu filho pregar todos os domingos.

"Quando ele voltou [da prisão], ele pediu desculpas e disse, 'eu sobrevivi por você, mãe". Quando ouvi essas palavras, eu decidi esquecer tudo o que aconteceu no passado. E agora, estou muito feliz", diz ela.

Quando seu filho precisava de um espaço para o culto de domingo, ela prontamente ofereceu o 'Noiva de Junho' - o bar que possuía na época. Nos primeiros anos, menos de 10 pessoas participaram dos cultos dominicais. Agora, estabelecimento é rotineiramente preenchido com dezenas de pessoas a cada fim de semana.

"Penso que este lugar tem um significado que Deus forneceu aqui para nós. Creio que esta foi a intenção de Deus", diz ela.

Ela ri quando vê seu filho sendo chamado de sensei, considerando o caminho tumultuado que o trouxe até os dias atuais. O 'Noiva de Junho' não é mais um lugar para coquetéis e karaokê, mas sim um local cheio de música a cada fim de semana, com dezenas de vozes cantando músicas cristãs com uma mensagem de esperança.

"Eu acredito que a vida do meu filho retrata a surpresa final de Deus", acrescenta ela.


Testemunhos
Recentemente, nos Estados Unidos, um pastor também decidiu usar o seu passado negro e a transformação que Jesus operou em sua vida para evangelizar.

Autor do livro "Faça Uma Pausa para Ele", o pastor norte-americano Bill Purvis traz um testemunho de sua juventude rebelde e como Deus o salvou da morte, após ele ter levado golpes de facão no peito, na garganta e no estômago.


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Guiame

CRISTÃOS ENVIAM BÍBLIAS E FOLHETOS À COREIA DO NORTE ATRAVÉS DE BALÕES


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Na Coreia do Sul, existem cerca de 50 “guerreiros baloeiros”, pessoas que enviam todo tipo de informação por sobre a fronteira para que os cidadãos da Coreia do Norte possam saber que existe outro tipo de vida. No país mais isolado do mundo não há internet livre e a mídia é totalmente controlada pelo governo.

A maioria desses baloeiros são desertores da Coreia do Norte, que sonham em ver a liberdade de volta ao país onde nasceram. O mais antigo deles é Lee Min-Bok, 59 anos, que começou a soltar grandes balões em 2005. Embora não tenha inventado o método, sua dedicação acabou gerando uma “onda”, sendo seguido por muitos outros. Ele hoje lança entre 700 e 1.500 balões por ano, sendo que cada um transporta de 30 a 60 mil folhetos.

Lee é evangélico e foi destaque de uma matéria no New York Times. Além de panfletos com mensagens evangelísticas e Bíblias ele envia aparelhos de rádio, notas de US$ 1, pendrives e comida. 
Seu objetivo é desacreditar o culto à personalidade que cerca Kim Jong-un, o jovem ditador da Coreia do Norte, que herdou o posto de seu pai.


Os balões de Lee voam entre 3.000 e 5.000 metros acima do nível do mar, passando pela fronteira mais fortemente guardada do mundo, sem dar chance para que os soldados norte-coreanos consigam abatê-los. Aciona então os “timers”, que soltam os fardos. Os folhetos se espalham pelos céus da Coreia do Norte, onde a população sabe muito pouco do que se passa no mundo.

Uma vez que eles só conhecem a versão do governo norte-coreano sobre os fatos, são proibidos de praticar livremente qualquer religião. O regime comunista impõe que todos sejam ateus. Há diversos registros de cristãos sendo colocados à força em campos de trabalho forçado por causa de sua fé.

O baloeiro acredita na eficácia do seu trabalho pois sua própria vida foi mudada por um folheto. Ele trabalhava como biólogo de um instituto de pesquisa agrícola estatal em 1990 quando achou o material deixado por um balão vindo da Coreia do Sul. Curioso para saber se as informações estavam corretas, começou a fazer perguntas sobre o regime comunista.

Isso irritou as autoridades, ele foi preso e torturado. Conseguiu escapar da cadeia em 1991 e fugiu para China. Tempos depois foi para a Rússia, onde ouviu o evangelho e se converteu.
Chegou à Coreia do Sul em 1995. Lá foi para o seminário e se tornou missionário em tempo integral. 

Hoje lidera a Aliança de Cristãos Norte Coreanos, que se dedica a denunciar ao mundo a perseguição aos cristãos no país e a usar balões para divulgar o Evangelho.

Evangelização já foi chamada de “ato de guerra”

Lee Min-Bok mantém seu ministério com ofertas vindas de igreja de vários países. Questionado sobre a eficácia, ele disse que “folhetos são mais baratos e mais seguros. Não há guardas de fronteira, radar ou interferência no sinal de rádio que possa detê-los.”

Realizar essa atividade não é tarefa simples. Sua casa é feita com dois contêineres de carga, e monitorada por 12 câmeras de vigilância da polícia. Cães latem para qualquer estranho que se aproxime sem avisar. Detetives à paisana o acompanham para onde quer que ele vá, visando protegê-lo de possíveis assassinos enviados pela Coreia do Norte.

Ele já foi ameaçado abertamente pelo governo comunista. Pyongyang já classificou a atividade dos baloeiros de “ato de guerra”. Isso não amedronta o evangelista. Sempre que o vento é favorável, soprando para o norte, Lee sai com seu caminhão de 5 toneladas, transportando um enorme tanque de hidrogênio até a fronteira, a uma hora de distância. Chegando lá, ele e os eventuais voluntários enchem com gás dezenas de balões de 7 e 12 metros em forma de barril e os soltam no ar.

Não existe um estudo confiável sobre quantos norte-coreanos leram os folhetos ou como reagem. Contudo, há testemunhos de desertores que fugiram do país após lerem os folhetos ou ouvirem às transmissões externas nos rádios que caíram junto.


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Gospel Prime

Amados falsos mestres!

image from google


Falsos mestres com uma língua comum – com heresias óbvias, não são os mais perigosos. O problema está no falso mestre que tem uma língua bifurcada. Ela é capaz de discursos díspares, já que mistura coisas que mostram “amor”, “interesse ao próximo”, “o social”... com os mais sutis e devastadores desvios. Em toda a história da igreja homens que propagaram heresias destruidoras eram amáveis... Os teólogos liberais sempre foram diligentes estudantes do espírito da época.

Um século atrás eles eram conhecidos como “modernistas” porque os valores pós-iluministas foram o PRETEXTO que eles usaram para fazer avançar a agenda liberal. Eles, como agora, insistiam que, se a igreja se recusasse a mudar com o tempo, o próprio cristianismo se tornaria irrelevante. Exatamente o argumento atual.

Naturalmente, “mudar com os tempos”, se tornar “relevante” significava cercear o evangelho de seus objetivos centrais e essenciais, para moldá-lo a uma agenda palatável ao homem natural e daquilo que a cultura acha relevante.

Isso me lembra um personagem de O Senhor dos Anéis de J R. R. Tolkien – As Duas Torres – chamado Grimma Língua de Cobra. É óbvio, que mesmo sendo um agente do Sauron, senhor do escuro... Grimma sob o pretexto de cuidar de Théoden – Rei de Rohan, terra dos cavaleiros – usurpa a autoridade moral de Théoden, dissipando o poder moral do rei com uma língua bifurcada que pode misturar “bons conselhos” com veneno mortal. A história da igreja está cheia de Grimmas língua de Cobra deste o início.

No fim da vida do grande apóstolo da circuncisão ele teve que dizer aos cristãos daqueles dias: “...como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.” - 2 Pedro 2:1

O mesmo aviso flui dos lábios do apóstolo dos gentios: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.” - Atos 20:29-31 – O apóstolo da circuncisão e o apóstolo dos gentios falam a mesma coisa – ou seja, não devemos de forma alguma ficar surpresos ao descobrir que, em todos os tempos, a igreja de Deus foi tentada pelos enganos e erros de homens com línguas bifurcadas (juntando amor e heresias, cuidado com o próximo e liberalismo).

Isso deixa sem discurso também todos esses que dizem que como há enganos e falsos líderes (exatamente o que Deus sempre avisou que haveria) se tornam anti-igreja – (foi avisado que sempre seria assim). Devemos esperar essas coisas e ainda assim nos manter firmes e inabaláveis. Há e sempre haverá “falsos irmãos” e “falsos mestres”, como anteriormente houve “falsos apóstolos”, “falsos profetas”, e até mesmo “falsos cristos”.

O drama é que o erro mais sutil e destruidor sempre flui de línguas bifurcadas que dizem que o evangelho para atingir a geração atual precisa de mudanças e adaptações. O perigo maior está não em quem tem uma língua só, voltada para heresias óbvias, mas sim os Grimmas língua de cobra – pois sua língua bifurcada pode misturar discursos, escondendo seus desvios heréticos. Tão modernos, tão prontos a denunciar as heresias óbvias, tão contemporâneos, tão “relevantes”... tão Grimmas!

No filme de Peter Jackson, As Duas Torres – podemos ver nitidamente como Théoden vai se tornando, sob a influência de Grimma língua de cobra, numa mera casca de um homem, sem brilho, olhos vidrados... pois seu conselheiro com seu discurso “bifurcado” age sobre ele como um parasita que aos poucos o deixa vazio de tudo o que construiu a integridade do Rohan.

O discurso sempre parece “relevante” pois propõe, como Grimma língua de cobra, a salvação do cristianismo – o brado é igual o dos liberais tantos anos atrás – “O Cristianismo deve mudar ou morrer” – Quando mais ouvimos mestres assim, mais óbvias ficam suas línguas bifurcadas que misturam sutilmente o abandono da verdade com a relevância e salvação do Cristianismo”

Falsos mestres são mais perigosos ao manifestar grande devoção e manter boa moral... A respeito de Pelágio, Agostinho testifica que ele “sempre manteve uma vida de moral justa e decente” – e que mesmo no tempo em que começou a ensinar seus erros fatais, “sua reputação de piedade séria era grande em toda a igreja”. A quantidade de zelo exibida por falsos mestres às vezes é prodigiosa. Sua devoção muitas vezes parece surpreendente.

A palavra mais comum na boca de Grimma língua de Cobra é: “Será que realmente Deus quis dizer?” – Em seguida a resposta virá: “Não!” – Então começam a mostrar um evangelho que pode ser aceito pelo mundo de um modo muito mais admirável e relevante. Releitura relativista da Bíblia começa sutilmente a substituir o que logo será chamado de dogmatismo. A proposta sempre é a de “salvar o cristianismo” – torná-lo “relevante” para a mente atual... a necessidade de que agora temos que respeitar valores diferentes... tudo tão moderno... tudo tão mais palatável para esta geração... línguas bifurcadas.

01) Falsos mestres exercem astúcia e engano ao difundir falsas doutrinas. Pedro claramente diz que ele “disfarçadamente introduziam heresias destruidoras”. E Paulo adverte aos Efésios que eles, “não deviam ser crianças, levadas pelas ondas do mar e soprados por todo vento de doutrina, pela astúcia humana que usa sempre de inteligentes técnicas de engano” – Efésios 4.14. Normalmente falsos mestres seguram ao máximo seus sentimentos ofensivos, ensinando-os aos iniciados, até chegar o momento de despejá-los ao ouvido de todos.

02) Falsos mestres prometem sempre muito mais do que realizam. Assim a pena de Pedro descreve o veneno das línguas bifurcadas: “Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” - 2 Pedro 2:18-19. A liberdade prometida logo se tornou libertinagem. O “esclarecimento” das dificuldades consistia em deixar de lado doutrinas do Evangelho que ofende o homem natural, e logo uma multidão se  simpatiza com o novo e mais “livre” modo de pensar.

03) Falsos mestres acabam por ser sempre prepotentes. Eles podem tanto se gloriar em sua riqueza como podem fazer o oposto, e se gloriar em sua humildade, vida dedicada aos pobres... Eles se orgulham do número e do sucesso, ou então se orgulham de sua pobreza e generosidade. Língua bifurcada é assim. Só não se gloriam em toda a Verdade bíblica.

04) Falsos mestres sempre focam em agradar o ouvido humano. “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” - Gálatas 1:10 – “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.” - 1 Tessalonicenses 2:4 – Pregam não para o lucro do coração humano, mas para o deleito do ouvido – “Que dizem aos videntes: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos.” -  Isaías 30:10 – Falsos mestres não tem como relevância a santidade de Deus, mas sim a inteligência insignificante do homem – o foco de sua “relevância” nunca está no temor e reverência pela glória de Deus, mas é focada no homem, seu mundo, sua sociedade... “Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” - Jeremias 23:17 – Grimmas línguas de cobra são muito mais devastadores que hereges óbvios. Eles são sutis em passar esperanças fúteis.

Eles consideraram pura loucura os pregadores ressaltarem características difíceis que soam primitivas e ofensivas aos ouvidos modernos como a ira de Deus, a expiação pelo derramamento do seu sangue e especialmente, a punição eterna. Uma agenda comum com o mundo e a mente natural sempre será mais relevante para eles.

Eles dizem que as igrejas que insistirem nessas verdades perderão as gerações futuras, então, devem se acomodar ao pensamento moderno. O mundo, em constante mutação, mudou perifericamente algumas coisas (essencialmente é o mesmo mundo alienado de Deus) mas mais uma vez, não usando o nome, os liberais ainda estão reclamando que a igreja está ficando para trás, fora do passo do mundo e cada vez mais irrelevante. Agora, mesmo não se auto-denominando liberais (seria uma boa estratégia – uma língua bifurcada nunca faz isso), a linha de argumentação que eles usam e sua agenda é a mesma.

Não podem suportar como antes, nem acham relevante... especialmente o ódio de Deus ao pecado, a razão pela qual Cristo de fato veio ao mundo, esvaziando o significado profundo da cruz e substituindo por um que o mundo ache “sensível” – o exemplo de amor para construir um mundo melhor...

Não é nenhum segredo que o mundo sempre desprezou os aspectos essenciais da verdade bíblica. De fato, se você desejar manter o igreja em sintonia com o mundo, terá que sempre reavaliar e reajustar sua mensagem de vez em quando. Mas a igreja está proibida de cortejar o espírito da época, e uma das principais razões porque o evangelho é uma pedra de tropeço é que ele não pode ser adaptado para atender as preferências culturais ou cosmovisões alternativas. Em vez disso, ele as confronta.

A língua bifurcada de Grimma sempre está mais preocupada em ser contemporânea do que ser doutrinariamente ortodoxa, mais preocupada com a “relevância” e metodologia do que com a mensagem ofensiva da cruz, mas cativada com o que é politicamente correto para a cultura do que pela Verdade.

"Será que Deus realmente quis dizer?" – Sempre é o início do discurso de Grimma língua de cobra – foi assim com Eva no Paraíso e não é diferente hoje. A atitude de Gandalf ( No livro As Duas Torres ) com Grimma língua de cobra é a única que podemos tomar ainda hoje:

“Cale-se cobra” – Disse Gandalf de repente com uma voz terrível. “Quanto tempo faz que Saruman o comprou? Qual foi o preço prometido?” – “Cale-se, mantenha a sua língua bifurcada entre os dentes!” – O não precisa ser “salvo” pela “relevância”, precisa ser proclamado com fidelidade!

Não há outra maneira de manter-se fiel.

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Autor: Josemar Bessa
Fonte: Site do autor

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O QUE É A REFORMA PROTESTANTE?


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O final da Idade Média foi marcado por muitas convulsões políticas, sociais e religiosas. Entre as políticas destacou-se a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre a Inglaterra e a França, na qual tornou-se famosa a heroína Joana D’Arc. Houve também muitas revoltas camponesas, o declínio do feudalismo, a expansão das cidades e o surgimento do capitalismo. No aspecto social, havia fomes periódicas e o terrível flagelo da peste bubônica ou peste negra (1348). As guerras, epidemias e outros males produziam morte, devastação e desordem, ou seja, a ruptura da vida social e pessoal. O sentimento dominante era de insegurança, ansiedade, melancolia e pessimismo. Isso era ilustrado pela “dança da morte”, gravuras que se viam em toda parte com um esqueleto dançante.

Na área religiosa, houve a erosão do ideal da cristandade ou “corpus christianum”, a sociedade coesa sob a liderança da igreja e dos papas. A religiosidade era meritória, com missas pelos mortos, crença no purgatório e invocação dos santos e Maria. Ao mesmo tempo, havia grande ressentimento contra a igreja por causa dos abusos praticados e do desvio dos seus propósitos. Isso é ilustrado pela situação do papado no final do século 15 e início do século 16. Os chamados papas do renascimento foram mais estadistas e patronos das artes e da cultura do que pastores do seu rebanho. A instituição papal continuou em declínio, com muitas lutas políticas, simonia, nepotismo, falta de liderança espiritual, aumento de gastos e novos impostos eclesiásticos. Como papa Alexandre VI (1492-1503), o espanhol Rodrigo Borja foi um generoso promotor das artes e da carreira dos seus filhos César e Lucrécia; Júlio II (1503-1513) foi um papa guerreiro, comandando pessoalmente o seu exército; Leão X (1513-1521), o papa contemporâneo de Lutero, teria dito quando foi eleito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”.



O contexto social e religioso

Vimos, na seção anterior, alguns elementos que caracterizavam a sociedade européia às vésperas da Reforma. Havia muita violência, baixa expectativa de vida, profundos contrastes socioeconômicos e um crescente sentimento nacionalista. Havia também muita insatisfação, tanto dos governantes como do povo, em relação à Igreja, principalmente ao alto clero e a Roma. Na área espiritual, havia insegurança e ansiedade acerca da salvação em virtude de uma religiosidade baseada em obras, também chamada de religiosidade contábil ou “matemática da salvação” (débitos = pecados; créditos = boas obras).

Foi bastante inusitado o episódio mais imediato que desencadeou o protesto de Lutero. Desde meados do século 14, cada novo líder do Sacro Império Romano era escolhido por um colégio eleitoral composto de quatro príncipes e três arcebispos. Em 1517, quando houve a eleição de um novo imperador, um dos três arcebispados eleitorais (o de Mainz ou Mogúncia) estava vago. Uma das famílias nobres que participavam desse processo, os Hohenzollern, resolveu tomar para si esse cargo e assim ter mais um voto no colégio eleitoral. Um jovem da família, Alberto, foi escolhido para ser o novo arcebispo, mas havia dois problemas: ele era leigo e não tinha a idade mínima exigida pela lei canônica para exercer esse ofício. O primeiro problema foi sanado com a sua rápida ordenação ao sacerdócio.

Quanto ao impedimento da idade, era necessária uma autorização especial do papa, o que levou a um negócio altamente vantajoso para ambas as partes. A família nobre comprou a autorização do papa Leão X mediante um empréstimo feito junto aos banqueiros Fugger, de Augsburgo. Ao mesmo tempo, o papa autorizou o novo arcebispo Alberto de Brandemburgo a fazer uma venda especial de indulgências, dividindo os rendimentos da seguinte maneira: parte serviria para o pagamento do empréstimo feito pela família e a outra parte iria para as obras da Catedral de São Pedro, em Roma. E assim foi feito. Tão logo foi instalado no seu cargo, Alberto encarregou o dominicano João Tetzel de fazer a venda das indulgências (o perdão das penas temporais do pecado). Quando Tetzel aproximou-se de Wittenberg, Lutero resolveu pronunciar-se sobre o assunto.

Martinho Lutero (1483-1546)

Martinho Lutero nasceu em 1483 na pequena cidade de Eisleben, na Turíngia, em um lar muito religioso. Seu pai trabalhava nas minas e a família tinha uma vida confortável. Inicialmente, o jovem pretendeu seguir a carreira jurídica, mas em 1505 defrontou-se com a morte em uma tempestade e resolveu abraçar a vida religiosa. Ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt, onde se dedicou a uma intensa busca da salvação. Em 1512, tornou-se professor da Universidade de Wittenberg, onde passou a ministrar cursos sobre vários livros da Bíblia, como Gálatas e Romanos. Isso lhe deu um novo entendimento acerca da “justiça de Deus”: ela não era simplesmente uma expressão da severidade de Deus, mas do seu amor que justifica o pecador mediante a fé em Jesus Cristo (Rom 1.17).

No dia 31 de outubro de 1517, diante da venda das indulgências por João Tetzel, Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg as suas Noventa e Cinco Teses, a maneira usual de convidar-se uma comunidade acadêmica para debater algum assunto. Logo, uma cópia das teses chegou às mãos do arcebispo, que as enviou a Roma. No ano seguinte, Lutero foi convocado para ir a Roma a fim de responder à acusação de heresia. Recusando-se a ir, foi entrevistado pelo cardeal Cajetano e manteve as suas posições. Em 1519, Lutero participou de um debate em Leipzig com o dominicano João Eck, no qual defendeu o pré-reformador João Hus e afirmou que os concílios e os papas podiam errar.

Em 1520, a bula papal Exsurge Domine (= “Levanta-te, Senhor”) deu-lhe sessenta dias para retratar-se ou ser excomungado. Os estudantes e professores da universidade queimaram a bula e um exemplar da lei canônica em praça pública. Nesse mesmo ano, Lutero escreveu várias obras importantes, especialmente três: À Nobreza Cristã da Nação Alemã, O Cativeiro Babilônico da Igreja e A Liberdade do Cristão. Isso lhe deu notoriedade imediata em toda a Europa e aumentou a sua popularidade na Alemanha. No início de 1521, foi publicada a bula de excomunhão, Decet Pontificem Romanum. Nesse ano, Lutero compareceu a uma reunião do parlamento, a Dieta de Worms, onde reafirmou as suas idéias. Foi promulgado contra ele o Edito de Worms, que o levou a refugiar-se no castelo de Wartburgo, sob a proteção do príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio. Ali, Lutero começou a produzir uma obra-prima da literatura alemã, a sua tradução das Escrituras.

A Reforma na Alemanha

A partir de então, a reforma luterana difundiu-se rapidamente no Sacro Império, sendo abraçada por vários principados alemães. Isso levou a dificuldades crescentes com os principados católicos, com o novo imperador Carlos V (1519-1556) e com o parlamento (Dieta). Na Dieta de 1526, houve uma atitude de tolerância para com os luteranos, mas em 1529 a Dieta de Spira reverteu essa política conciliadora. Diante disso, os líderes luteranos fizeram um protesto formal que deu origem ao nome histórico “protestantes”. No ano seguinte, o auxiliar e eventual sucessor de Lutero, Filipe Melanchton (1497-1560), apresentou ao imperador Carlos V a Confissão de Augsburgo, um importante documento que definia em 21 artigos a doutrina luterana e indicava sete erros que Lutero via na Igreja Católica Romana.

Os problemas político-religiosos levaram a um período de guerras entre católicos e protestantes (1546-1555), que terminaram com um tratado, a Paz de Augsburgo. Esse tratado assegurou a legalidade do luteranismo mediante o princípio “cujus regio, eius religio”, ou seja, a religião de um príncipe seria automaticamente a religião oficial do seu território. O luteranismo também se difundiu em outras partes da Europa, principalmente nos países nórdicos, surgindo igrejas nacionais luteranas na Suécia (1527), Dinamarca (1537), Noruega (1539) e Islândia (1554). Lutero e os demais reformadores defenderam alguns princípios básicos que viriam a caracterizar as convicções e práticas protestantes: sola Scriptura, solo Christo, sola gratia, sola fides, soli Deo gloria. Outro princípio aceito por todos foi o do sacerdócio universal dos fiéis.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

BRUXOS E MUÇULMANOS SE CONVERTEM AO CRISTIANISMO NO SUL DO SUDÃO


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Cristãos do Sudão do Sul, vem sofrendo incessante perseguição, mas a constância, perseverança, fé e confiança em Deus, fez nascer frutos. Graças à disposição destes irmãos na fé, de estarem prontos a morrer por Cristo.

Os pastores Simon Deng Dut Chok e Willian Deng Koch, já experimentaram a dor da perseguição. Ainda estremecem quando lembram do que sofreram por causa da Fé. Mas também, estão felizes com a construção da igreja e de como os cristãos estão dispostos a pregar o evangelho.

Nos últimos anos, mais de 512 igrejas surgiram no Sudão do Sul. O líder dos jovens, Philip Alich Mayoldit, treinado a ensinar leitura no idioma nativo, está disposto a pregar “o evangelho a todas as nações” com uma bicicleta. “Vamos por todos os cantos de Aweil e também fora da cidade para ensinar as pessoas a lerem a bíblia em seu idioma e ensinar sobre Cristo”.
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Dezenas de bruxos deixaram de praticar o ocultismo e feitiçaria e agora fazem parte de uma congregação em Akuem. “Não queriam ir à igreja ou ouvir o evangelho”, explicou pastor William, “porém, quando as esposas escutaram o evangelho e entregaram suas vidas à Cristo, 40 de 60 bruxos descobriram que o Evangelho era a Verdade, então aceitaram à Cristo e se batizaram”, disse.
Atualmente, aproximadamente 3.000 pessoas frequentam regularmente os cultos.
Michael Deng era o segundo curandeiro mais “poderoso” da região, mas “ao ouvir o evangelho, se entregou a Cristo e desde então investe seu tempo e vida à serviço do Rei”. O evangelho é a chave de tudo, acrescentou o pastor.

“Vamos continuar pregando a Palavra de Deus até que cada vida saiba que Jesus Cristo é o Senhor”.

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Traduzido por Jonara Gonçalves  no Consciência Cristã

MISSÕES, UM INVESTIMENTO DE CONSEQUÊNCIAS ETERNAS


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Por Hernandes Dias Lopes

Jesus, o Filho de Deus, deixou a glória que tinha com o Pai, no céu, e veio ao mundo, encarnou-se e habitou entre nós. Veio como nosso representante e substituto. Veio para morrer em nosso lugar. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um exemplo, sua morte foi um sacrifício vicário, sua ressurreição uma vitória retumbante. Jesus concluiu sua obra redentora e comissionou sua igreja a ir por todo o mundo, proclamando o evangelho a toda a criatura. Por essa razão, a obra missionária merece nossos melhores investimentos. Destacamos, aqui, dois investimentos que devemos fazer na obra missionária:


Em primeiro lugar, o investimento de recursos financeiros. A Bíblia diz que aquele que ganha almas é sábio (Pv 11.30). Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas . Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Os recursos que Deus nos dá não são apenas para o nosso deleite. Devemos empregar, também, esses recursos para promover o reino de Deus, levando o evangelho até aos confins da terra. A contribuição cristã não é um peso, mas um privilégio; não é um fardo, mas uma graça. Deus nos dá a honra de sermos cooperadores com ele na implantação do seu reino. Não fazemos um favor para Deus contribuindo com sua obra; é Deus quem nos dá o favor imerecido de sermos seus parceiros. Estou convencido, portanto, de que a melhor dieta para uma igreja é a dieta missionária. Quando Oswald Smith chegou à Igreja do Povo, em Toronto, com vistas a assumir o pastorado daquela igreja, fez uma série de conferências de uma semana. Nos três primeiros dias pregou sobre missões. A liderança da igreja reuniu-se e disse ao pastor que a igreja estava com muitas dívidas e que aquele não era o momento oportuno de falar sobre missões. Smith continuou nessa mesma toada e no final da semana fez um grande levantamento de recursos para missões. O resultado é que aquela igreja, por longas décadas, jamais enfrentou crise financeira. Até hoje, ela investe mais de cinquenta por cento de seu orçamento em missões mundiais.

Em segundo lugar, investimento de vida. A obra de Deus não é feita apenas com recursos financeiros, mas, sobretudo, com recursos humanos. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as boas novas de salvação. Tanto os que ficam como os que vão são importantes nesse processo de proclamar o evangelho de Cristo às nações. Os missionários que vão aos campos e as igrejas enviadoras precisam estar aliançados. William Carey, o pai das missões modernas, disse que aqueles que seguram as cordas são tão importantes como aqueles que descem às profundezas para socorrer os aflitos. Os que guardam a bagagem e os que lutam no campo aberto recebem os mesmos despojos. Devemos fazer missões aqui, ali e além fronteiras concomitantemente. Devemos empregar o melhor dos nossos recursos, o melhor do nosso tempo e da nossa vida para que povos conheçam a Cristo e se alegrem em sua salvação. Alexandre Duff, missionário presbiteriano na Índia, retornou à Escócia, seu país de origem, depois de longos anos de trabalho. Seu propósito era desafiar os jovens presbiterianos a continuarem a obra missionária na Índia. Esse velho missionário, numa grande assembleia de jovens, desafiou-os a se levantarem para essa mais urgente tarefa. Nenhum jovem atendeu seu apelo. Sua tristeza foi tamanha, que ele desmaiou no púlpito. Os médicos levaram-no para uma sala anexa e massagearam-lhe o peito. Ao retornar à consciência, rogou-lhes que o levassem de volta ao púlpito, para concluir seu apelo. Eles disseram: “O senhor não pode”. Ele foi peremptório: “Eu preciso”. Dirigiu-se, então, aos moços nesses termos: “Jovens presbiterianos, se a rainha da Escócia vos convidasse para ir a qualquer lugar do mundo como embaixadores, iríeis com orgulho. O Rei dos reis vos convoca para ir à Índia e não quereis ir. Pois, irei eu, já velho e cansado. Não poderei fazer muita coisa, mas pelo menos morrerei às margens do Ganges e aquele povo saberá que alguém o amou e se dispôs a levar-lhe o evangelho”. Nesse instante, dezenas de jovens se levantaram e se colocaram nas mãos de Deus para a obra missionária!

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Palavra da Verdade, via Ministério Beréia

FOGE TAMBÉM DAS PAIXÕES INFAMES DO FACEBOOK E DO WHATSAPP


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Por Fabio Campos

O facebook deu voz ao coração. As redes sociais democratizaram a opinião do anonimato. Agora não somente ouvimos, mas também somos ouvidos. O verbo veio a público. Gente de todas as religiões (até mesmo pessoas que consideravam, até então, internet coisa do capeta, agora estão online). Militantes de todos os partidos políticos; os extremos estão guerreando; direita versus esquerda. Todos estão lá querendo ser ouvidos. Tudo na santa paz! O respeito reina! Só que não, né!? ...

Minha impressão é que o mundo vai explodir a qualquer momento. Sério mesmo! Sem sensacionalismo. As pessoas não querem aprender e nem escutar. Elas anseiam em ser ouvidas (talvez seja por uma demanda reprimida de notoriedade). Raiva, ansiedade, frustração, decepção, inveja etc. Tudo na mesma panela. Imagine o resultado da receita.

Alguém posta algo com um intuito. Outra pessoa, num espírito totalmente diferente, comenta ou compartilha. Chega um terceiro, com outro ânimo, emite a opinião. Ninguém mais ouve ninguém. Vira diálogo de surdo. Cada qual na sua indignação emite o desabafo na sua página. Outros, porém, incomodados (que pensaram ser uma indireta a eles), comentam. Geraram-se mais tretas! E assim é desde o dia que foi dado voz aos escondidos (como eu).

Nem o futebol tem gerado tanta confusão como política e religião.E por falar em religião; como crente, preciso admitir: nós somos os mais chatos. Divergirmos em TODOS os assuntos. Mas isso não é novo. A “história da teologia” denuncia isso1. É sábio admitir que não exista teologia perfeita. Somente a Escritura é pura e cristalina! Teologia nada mais é que o esforço (legítimo) do homem para compreender o divino. 
Suas várias vertentes de interpretações passou-se por longas discussões. E muitas das vezes, acaloradas. Gente morreu por ter defender seu ponto de vista teológico. Coisas que afirmamos ser inerrantes foram formuladas no calor da paixão através de respostas e refutações! Cada sistemática defende o seu ponto de vista. Diferente das Escrituras. Ainda que contenha refutações (principalmente nas cartas), a Bíblia toda, diferente da teologia, foi inspirada por Deus de forma livre e perfeita, sem paixão humana, para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir na justiça o homem de Deus, preparando-o para toda boa obra. 

Não me entenda mal, por favor. Eu amo teologia mais do que qualquer outra coisa na academia. Mas entendo que ela é um sistema imperfeito para entender o que é perfeito. Isso me ajuda muito, pois quando sou tentado a ensoberbecer-se na minha refutação – este pensamento coloca-me no devido lugar.

Discutir teologia ao vivo já é complicado. Imagine fazer isso pela internet. Poucos são os que sabem usar a ferramenta do diálogo e do debate para a glória de Deus. É desanimador acompanhar certos debates (a maioria deles). Há mais calor do que luz. Será que vale a pena ser afligido pelo o que os outros dizem? Até onde Deus está envolvido nesta gritaria?

Eu mesmo tenho sido mais polido e criterioso em assuntos polêmicos. Não me acovardei (até onde sei); apenas tornei-me seleto pelo o que debater (se precisar). Digo isso porque já errei bastante. Perdi amigos de bobeira. Através da minha beligerância, levantei muros. Lamento muito, de verdade! Sei da importância das “vozes” cristãs a despeito de todos os assuntos. Só não caia na tentação de querer ser um messias cibernético. Quem fala muito traz perturbações (Pr 13.3). Portanto, com sabedoria, escolha a sua treta!

O cristão não pode ser superficial. Nós temos a mente de Cristo. Discernimos o mundo sem por ele se discernidos. As pessoas nos escutarão de fato se falarmos com propriedade. Aquele que possui fundamento não grita –, argumenta. 

Evitaremos muito sofrimento (nosso e para outros) se tivermos mais cuidado com o que iremos publicar, compartilhar e comentar (Pr 21.23). Foge, igualmente, das paixões do facebook e do whatsApp. O conselho bíblico é para seguirmos a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. Faça isso para o bem da sua alma.

Antes de postar algo – pare, pense, reflita, ore. Se for necessário, então escreva. Se não, fuja! Lembre-se que Nosso Senhor, em seu sofrimento, triunfou sobre seus adversários com a boca calada, como está escrito: “... ele não abriu a boca” (Is 53.7). Isso demonstra que não é a persuasão do homem quem faz as coisas, mas o poder de Deus.
Fuja, portanto, das paixões do Facebook e do WhatsApp. Você vai ser mais feliz e menos depressivo. É serio mesmo!

Em Cristo Jesus, considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!
________________
1 Para saber mais sobre o assunto sugiro a leitura de OLSON, Roger em “História da Teologia Cristã” publicado pela Editora Vida Acadêmica.

4 RAZÕES PELAS QUAIS ESTOU VOLTANDO A USAR UMA VERSÃO FÍSICA DA BÍBLIA


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Por Scott Slayton 

Com tantas pessoas fazendo uso de seus smartphones para a leitura do Evangelho, a versão física ainda teria seu lugar? Pesada, inconveniente e de difícil manuseio, seria o fim da impressão das escrituras e da tinta? Bem, Scott Slayton certamente não pensa assim, como ele escreve no “IBelieve” (Eu acredito).

“Durante vários anos, eu tentei realizar meus devocionais diários em um aplicativo da Bíblia em um dispositivo. Em momentos diferentes, eu usei meu  iPhone, iPad, um aplicativo do Kindle no meu Macbook ou o Logos (software para leitura bíblica). Depois de tentar isso por um tempo, meus devocionais ficaram atrasados e eu acabei retornando para a versão física  da Bíblia, como um experimento,” escreve Slayton.
“Ler uma versão física da Bíblia, ao invés de fazê-lo num dispositivo digital, parecia muito mais proveitoso pra mim, e agora eu faço quase toda minha leitura bíblica na minha Thinline ESV (bíblia de estudo)”.
1- Posso escrever na minha Bíblia.

“Um dos meus maiores problemas com a leitura da Bíblia em uma tela era que eu perdia minha atenção facilmente. Embora muitos aplicativos tenham capacidade para se fazer anotações, ler com um lápis na mão me transforma de um leitor passivo para um leitor ativo. Segurar o lápis me ajuda a fazer algumas coisas quando estou focado como sublinhar sentenças, desenhar caixas em torno de palavras-chave e escrever algumas notas nas margens. Quando eu volto para aquela mesma passagem, em outro momento, eu posso ver algo que me impressionou anteriormente. Aplicativos bíblicos possuem esses artifícios, mas eu acredito que um lápis é muito mais eficaz.

2- Eu não posso fazer nada mais com minha Bíblia

“Eu tenho uma dificuldade que é ficar facilmente distraído. Enquanto eu estou escrevendo essa publicação, estou sendo tentado a clicar num ícone do Google Chrome, onde eu posso checar meu Twitter ou ver o que as pessoas estão dizendo a respeito das finais da NBA. Meu telefone tem aplicativos de mídia social, meu iPad tem jogos e tem alguns trabalhos que eu preciso fazer no meu Mac. A única coisa que eu posso fazer com a minha Bíblia é ler a minha Bíblia. Ter meus devocionais matinais somente com a minha Bíblia sobre a mesa me ajuda a manter minha atenção focada na Bíblia e somente nela.

3- Meus filhos me veem lendo a Bíblia

“Uma das coisas que queremos fazer é construir nas crianças um amor pelo Evangelho. Nós queremos que elas amem a leitura, ouvir, estudar as Escrituras. Nós incutimos isso através de devocionais em família, catecismo, memorização da Palavra, e os encorajamos a fazer pequenas anotações durante um sermão. Elas também precisam ver o exemplo de seus pais, lendo e meditando sobre a Bíblia. Se estou usando o telefone, elas não sabem se o pai está fazendo uma leitura bíblica, verificando seu e-mail ou visualizando o Instagram. Quando elas descem as escadas pela manhã e me veem lendo minha Bíblia, elas estão me vendo fazer o que eu as encorajo a fazer. Às vezes, elas se sentam ao meu lado e me perguntam o que eu estou lendo, o que leva a boas conversas sobre as coisas de Deus. Isso geralmente não acontece se elas me veem olhando o telefone.

4- Eu me lembro de ler a Bíblia

“Eu sou um pastor, mas há dias em que estou enfrentando uma agenda lotada e eu preciso de um lembrete para ler a Bíbia. Ver a minha Bíblia num saco, onde eu a coloco quando a levo para o trabalho, me faz lembrar que eu tenho que ter alguns minutos, sentado, e ouvir de Deus nas Escrituras. Olhar para o meu telefone ou para o meu laptop não me lembra de nada, mas minha Bíblia me lembra. Além disso, ter uma Bíblia comigo me incentiva a lê-la durante os poucos intervalos de tempo que surgem ao longo do dia. Se eu estou esperando alguém e ela chega tarde, eu posso pegar minha Bíblia e lê-la por alguns minutos, antes que esse alguém chegue. Eu poderia, teoricamente, fazer isso no meu telefone, mas a Bíblia é um dos inúmeros aplicativos que me chamam a atenção. Uma versão física da Bíblia, na minha bolsa, chama a minha atenção apenas para ela”.

***
Traduzido por Bruno Bonete no Consciência Cristã

Otimismo e pensamento positivo não é fé!

image from google


Vivemos numa época em que muitos na igreja confundem pensamento positivo e otimismo com fé. Mas é sutil, ao olharmos para os problemas da vida, da sociedade, da igreja... acharmos que o otimismo simplesmente é a chave.

Quem tem menos chance de sobreviver a um campo de prisioneiros de guerra? Provavelmente nenhum de nós experimentou tal situação. Quem tem menos chance de sobreviver?

Um otimista!

Espere antes de discordar. Segundo o general Stockdale, que foi mantido em cativeiro por oito anos durante a Guerra do Vietnã e foi torturado inúmeras vezes antes de finalmente ser liberto e voltar para casa, foi principalmente – quase em sua totalidade – os otimistas que não saíram de lá vivos.

Que explicação ele dá para isso? Ele diz: “Eles foram os únicos que disseram – ‘Nós vamos estar em casa até o Natal’. E o Natal chegava e nada tinha acontecido. Então eles diziam, ‘Nós vamos estar em casa até a Páscoa’. E a Páscoa chagava e nada. ‘Estaremos em casa até o dia de Ações de Graças...’ Nada! E, então, seria no Natal novamente... E eles morreram de um coração partido e desiludido”.

Mero otimismo é completamente diferente do que podemos chamar de fé realista: - “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” -  Romanos 14:8

Em completo contraste com o que podemos chamar de falso otimismo, Stockdale atribui a sua sobrevivência a fé realista. Ele diz: “Você nunca deve confundir a fé que você por fim pode prevalecer sobre aquela situação, com o otimismo que faz esvair toda a disciplina para enfrentar os fatos mais brutais de sua realidade atual, seja o que ela possa ser no momento”. 

Isso que é que podemos chamar de O Paradoxo Stockdale – A fé supera o otimismo! Ou seja, abandonar a ideia que é apenas uma miragem no deserto. Que temos balas de prata para matar o monstro, que tudo simplesmente vai se ajustar, mas que somos chamados a perseverar em meio as aflições – “Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência” - Tiago 1:3 – “... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.” - Romanos 5:2-4

Devemos aplicar esse princípio as nossas vidas, nossos ministérios... Muitas vezes tudo que os cristãos fazem é entreter otimismo sem fim na “próxima grande coisa” – na próxima “grande estratégia” – no próximo “grande método” – no próximo “grande avanço”... em suas vidas, igrejas. A consequência é o aumento do número de cristãos, pastores, igrejas... desiludidos. Como disse Stockdale, “morrendo de corações partidos”.

Só podemos evitar isso abandonando todo otimismo centrado na próxima grande coisa, ministério, personalidade... no próximo grande sermão, técnica, estratégia, contextualização, filme, música... achando que isso será o ponto de virada para corrigir nossa vida, igreja. Tudo isso nos tira da realidade e, por fim, explode em nossa cara.

Devemos enfrentar a realidade brutal em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas igrejas, em nossa sociedade. Tendo uma fé inabalável na Palavra de Deus. Na Sua promessa que não pode falhar de que ela nos fará perseverar: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória” - Judas 1:24 – Irá edificar a Sua igreja: “...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” -  Mateus 16:18 – Fará tudo cooperar para o bem daqueles que Ele chamou soberanamente: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” - Romanos 8:28 – Quer vivamos, quer morramos: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” -  Romanos 14:8

Otimismo não é fé. Mas a fé é otimista.

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Autor: Josemar Bessa
Fonte: Site do autor

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