sábado, 3 de fevereiro de 2018

CFM forma sua primeira turma no Nordeste



Na sexta-feira, 26 de janeiro, foi celebrada a cerimonia de formatura da primeira turma do Centro de Formação Missiológica – CFM Nordeste, composta por sete alunos. O evento aconteceu na capela do SPN – Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, PE.

O ato contou com a presença de representantes da Assembleia da APMT, o Rev. Aguinaldo de Melo e o Rev. Marcos André Marques, o Executivo, Rev. Marcos Agripino, a coordenadora do curso, Ms. Mônica de Mesquita, pastores da região, familiares e amigos dos formandos.

O curso do CFM é um dos pre-requisitos para aqueles que desejarem se tornar missionários da APMT. Ele é oferecido em um ano, na cidade de São Paulo, nas dependências da IP Unida,  ou de modo intensivo durante dois anos, nas férias de janeiro e junho, em Recife, nas dependências do SPN.

Quem desejar maiores informações, pode entrar em contato com a secretaria do curos cfm@apmt.org.br

Veja as fotos da formatura CLIQUE AQUI

GRANDE ENCONTRO DE JOVENS PRESBITERIANOS DO INTERIOR DE PERNAMBUCO


O Sínodo de Garanhuns estará promovendo o Grande Encontro de Jovens do Interior de Pernambuco no dia 03 de março de 2018 no auditório do Colégio Presbiteriano XV de Novembro de Garanhuns-PE.   O preletor do Encontro será o atleta Daniel Dias. Ore e participe.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

OS 300 MIL CRISTÃOS PERSEGUIDOS E SECRETOS – Saiba como sobrevive, cresce e se fortalece a Igreja Perseguida da Coreia do Norte

Os 300 mil cristãos perseguidos e secretos  Os cristãos perseguidos norte-coreanos são testemunhos vivos de fidelidade e amor a Jesus

No país que mais uma vez é o número um na Lista Mundial da Perseguição, dezenas de milhares de cristãos estão encarcerados em campos de trabalhos forçados, enquanto outros milhares mantêm a fé em Jesus completamente secreta. No entanto, apesar de tudo, a igreja na Coreia do Norte continua crescendo.

A Portas Abertas estima que haja 300 mil corajosos cristãos no país. Como eles sobrevivem? Nos próximos dias, vamos compartilhar alguns aspectos que mostram como a Igreja Perseguida sobrevive na Coreia do Norte. O convidamos a orar e se envolver com nossos irmãos.

Em primeiro lugar, um cristão perseguido norte-coreano precisa manter a fé em segredo, pois há constante vigilância. As autoridades estão sempre procurando sinais de alguma coisa que possa ameaçar o regime vigente no país. Quem “descobre” cristãos pode até mesmo ser recompensado com uma casa ou emprego melhor.

SOB VIGILÂNCIA CERRADA

Em cada bairro, há um sistema de vigilância chamado Inminban, em que o líder de cada unidade escreve relatórios sobre os moradores. No relatório consta quem entra e sai da casa, se fazem trabalho voluntário, se pintam o retrato dos líderes do país no muro da casa – toda casa tem o retrato, que precisa ser limpo e devidamente pintado.

Toda semana, os norte-coreanos participam de uma sessão de autocrítica em sua comunidade, na qual devem confessar se fizeram algo errado naquela semana. Eles também podem acusar-se uns aos outros por erros cometidos. Geralmente, os amigos combinam entre si de apontar somente ofensas menores uns nos outros.

Com uma vigilância tão cerrada, os cristãos perseguidos da Coreia do Norte devem tomar muito cuidado para manter a fé secreta. Ore por sabedoria, força, graça e renovo da fé de nossos irmãos, para que possam perseverar em meio a tanta opressão e que os outros possam ver suas boas obras e ser atraídos a Jesus.

Fonte: Portas Abertas

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A BATALHA É DO SENHOR

2 R eis 6 :8 – 7:20

A nosso ver, teria sido muito mais lógico o Senhor designar Elias, o “filho do trovão”, para confrontar os exércitos inimigos que invadiram Israel. Em vez disso, porém, Deus escolheu Eliseu, o jovem agricultor de espírito pacífico. Eliseu era como o “cicio tranquilo e suave” que veio depois do tumulto do vento, do terremoto e do fogo (1 Rs 19:11, 12), assim como Jesus veio depois de João Batista, o pregador com um machado na mão. Ao declarar a justiça de Deus e chamar ao arrependimento, tanto Elias quanto João Batista prepararam o caminho para o ministério de seus sucessores, pois sem convicção da culpa não há verdadeira conversão.

Neste momento convido você para juntos olharmos para este texto da Palavra de Deus e aprendermos algumas lições que nos ajudarão em nossa caminhada no meio da batalhas da vida.

  1. O DEUS QUE VÊ (2 RS 6:8-14)

Sempre que os siros planejavam um ataque à fronteira, o Senhor dava a informação a Eliseu, e o profeta avisava o rei. Baal jamais poderia ter feito isso pelo rei Jorão, pois os ídolos “Têm olhos e não vêem” (Sl 115:5). O Senhor não apenas vê as ações, mas também os pensamentos de todos (Sl 9 4:11; 139:1-4) bem como o coração (Pv 15:3, 11; Jr 1 7:10; At 1:24). A maioria das pessoas em Israel, o reino do Norte, não era fiel ao Senhor e, no entanto, em sua misericórdia, ele cuidou do seu povo. “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121:4).

O rei da Síria estava certo de que havia um traidor em seu acampamento, pois a mente do incrédulo interpreta todas as coisas do ponto de vista do mundo. Os idólatras tornam-se como os deuses que adoram (Sl 11 5:8), de modo que Ben-Hadade estava tão cego quanto seu deus Rimom (2 Rs 5:18). Porém, um dos oficiais de Ben-Hadade sabia o que estava  acontecendo e informou ao rei que o profeta Eliseu estava encarregado da “inteligência militar” e tinha conhecimento do que o rei dizia e fazia até no próprio quarto.

A solução lógica era eliminar Eliseu. Mais uma vez, vemos a ignorância do rei, pois se Eliseu ficava sabendo de todos os planos do rei para o ataque à fronteira, por certo também ficaria sabendo desse plano – e foi exatamente o que aconteceu! Os espias de Ben-Hadade encontraram Eliseu em Dotã, uma cidade cerca de 20 quilômetros ao norte da capital, Samaria. A casa de Eliseu ficava em Abel-Meolá, mas, em seu ministério itinerante, ele se deslocava de uma cidade para a outra. Em termos humanos, teria ficado mais seguro na cidade fortificada de Samaria, mas o profeta não teve medo, pois sabia que Deus cuidava dele. A chegada de uma companhia de soldados, cavalaria e carros com seus cavaleiros aquela noite não perturbou nem um pouco o profeta. Não era o exército todo, mas sim um grupo grande, como aquele que realizava os ataques na fronteira (v. 23; 5:2; 13:20; 24:2).

Quando os servos de Deus estão dentro de sua vontade e realizando sua obra, tornam-se imortais até que essa obra esteja completa. Os discípulos tentaram dissuadir Jesus a não voltar para Judá, mas ele lhes garantiu que trabalhava dentro de um “cronograma divino” e, portanto, não corria perigo algum (Jo 11:7-10). Somente quando “era chegada a sua hora” (Jo 13:1; 17:1) é que seus inimigos tiveram o poder de prendê-lo e de  crucificá-lo. Se o Pai cuida até mesmo de um pardal (Mt 10:29),então certamente está cuidando de seus filhos preciosos.

  1. O DEUS QUE PROTEGE (2 RS 6:15-17)

 O jovem acordava cedo – o que é bom sinal, mas ainda era deficiente em sua fé. Vendo a cidade cercada de soldados inimigos, sua reação foi natural e buscou a ajuda de seu senhor.

Uma mulher disse ao evangelista D. L. Moody ter encontrado uma promessa maravilhosa que lhe dava paz quando estava preocupada e citou o Salmo 56:3: “Em me vindo o temor, hei de confiar em ti”. Moody disse que tinha uma promessa ainda melhor para ela e citou Isaías 12:2: “Eis que Deus é minha salvação; confiarei e não temerei”. Ficamos imaginando quais promessas do Senhor vieram à mente e ao coração de Eliseu, pois é a fé na Palavra de Deus que traz paz em meio à tempestade. É possível que se tenha lembrado das palavras de Davi no Salmo 27:3: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança”. Ou talvez as palavras de Moisés em Deuteronômio 20:3, 4 lhe tenham vindo à mente: “Não desfaleça o vosso coração; não tenhais medo, não tremais, nem vos aterrorizeis […] pois o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar”.

Eliseu não se preocupou com o exército; antes, sua maior preocupação foi com o servo assustado. Ao andar com Eliseu e servir a Deus, o rapaz enfrentaria várias situações difíceis e perigosas e teria de aprender a confiar no Senhor. Nesse caso, provavelmente oraríamos pedindo ao Senhor que desse paz ao coração do jovem ou que acalmasse sua mente, mas Eliseu orou pedindo a Deus que abrisse os olhos do servo. Ele vivia de acordo com as aparências, não pela fé, e não conseguia ver o enorme exército angelical do Senhor cercando a cidade. A fé nos permite ver o exército invisível de Deus (Hb 11:2,7) e crer que ele nos dará a vitória. Jacó teve uma experiência parecida antes de se encontrar com Esaú (Gn 32), e Jesus sabia que, se fosse da vontade de seu Pai, um exército de anjos poderia livrá-lo (Mt 26:53). “Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o Senhor, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre” (Sl 125:2). “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34:7). Os anjos são servos do povo de Deus (Hb 1:14), e, até chegarmos ao céu, jamais saberemos exatamente quanto eles nos ajudaram.

  1. O DEUS QUE MOSTRA MISERICÓRDIA (2 RS 6:18-23)

Eliseu não pediu que o Senhor ordenasse ao exército angelical para destruir os soldados insignificantes de Ben-Hadade. Como acontece com as nações nos dias de hoje, a derrota só serve para promover a retaliação, e Ben-Hadade teria mandado outra companhia de soldados. Deus deu a Eliseu um plano muito melhor. Havia acabado de orar pedindo que o Senhor abrisse os olhos de seu servo e, então, orou pedindo que Deus escurecesse a vista dos soldados siros. Os homens não ficaram inteiramente cegos, pois se isso tivesse acontecido, não poderiam ter seguido Eliseu; porém, sua visão foi enevoada de tal modo que puderam ver, mas não compreender. A ilusão deles era que estavam sendo conduzidos à casa de Eliseu quando, na verdade, Eliseu os estava levando para a cidade de Samaria!

Se dependesse do rei Jorão, teria executado todos os soldados siros e assumido o crédito pela grande vitória, mas Eliseu interveio. O rei usou de muita gentileza, chamando Eliseu de “meu pai” (v. 21), uma designação usada pelos servos para se dirigir a seu senhor (5:13), mas, algum tempo depois, o rei quis cortar a cabeça de Eliseu (v. 32)! Como Acabe, seu pai perverso, Jorão poderia matar um inocente num dia e “andar cabisbaixo” diante do Senhor no dia seguinte (1 Rs 21), uma instabilidade típica de pessoas de ânimo dobre (Tg 1:8).

A resposta de Eliseu deixou o rei inteiramente de fora. Acaso Jorão havia derrotado exército em combate? De modo algum! Se houvesse vencido a batalha, teria o direito de executar os prisioneiros, mas se esse não foi o caso, a responsabilidade do rei era lhes dar de comer. Jorão sabia que partilhar uma refeição com eles era o mesmo que fazer uma aliança com os siros (Gn 26:26-31), mas ainda assim obedeceu. Na verdade, fez mais do que o profeta havia pedido – que desse pão e água – e preparou um grande banquete aos soldados.

Salomão escreveu: “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o Senhor te retribuirá” (Pv 25:21, 22). Paulo citou essas palavras em Romanos 12:20, 21, aplicando-as aos cristãos de hoje. Ver também as palavras de Jesus em Mateus 5:43-48 e Lucas 6:27-36. O rei Jorão desejava executar os siros, mas Eliseu os “abateu com sua bondade”. Ao comerem juntos, fizeram uma aliança de paz, e as companhias de soldados siros deixaram de atacar as fronteiras de Israel.

Será que esse tipo de abordagem evitaria conflitos nos dias de hoje? Devemos nos lembrar de que Israel era uma nação da aliança e de que o Senhor lutava suas batalhas. Nenhuma nação poderia reivindicar esse tipo de privilégio. Porém, se a bondade substituísse as profundas e tão antigas diferenças étnicas e religiosas entre os povos, bem como o orgulho nacional e a cobiça internacional, sem dúvida haveria menos guerras e bombardeios. O mesmo princípio aplica-se ao fim do divórcio e ao abuso nas famílias, a tumultos e saques em bairros, a agitações em campi universitários e a divisões e conflitos em nossas comunidades. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5:7).

  1. O DEUS QUE É FIEL À SUA ALIANÇA (2 Rs 6:24-33)

Os ataques às fronteiras cessaram, mas Ben-Hadade ll decidiu que era chegada a hora de ir à guerra.1 Os governantes devem provar seu valor ao povo, e derrotar e saquear o inimigo é uma das melhores maneiras de revelar a própria força e sabedoria. Dessa vez, o rei enviou um exército completo, e temos a impressão de que pegou Jorão inteiramente despreparado. Talvez a paz nas fronteiras tenha tranqüilizado Jorão e o levado a crer que a Síria não representava mais uma ameaça. Tudo indica que, em se tratando de assuntos militares, Jorão não era muito perspicaz.

O cerco de Samaria durou tanto tempo que o povo da cidade começou a morrer de fome. Ao que parece, Eliseu havia aconselhado o rei a esperar (v. 33), prometendo que o Senhor faria algo, mas quanto mais esperavam, pior sua situação se tornava. No entanto, é importante lembrar que Deus advertiu que castigaria seu povo se os israelitas não vivessem de acordo com as estipulações de sua aliança. Esses castigos incluíam a derrota militar (Lv 26:17, 25, 33, 36-39; Dt 28:25, 26, 49-52) e a fome (Lv 26:26, 29; Dt 28:1 7, 48), e Israel estava sofrendo com as duas coisas. Se o rei Jorão tivesse chamado o povo ao arrependimento e à oração, a situação teria mudado (2 Cr 7:14). O povo foi degradado a tal ponto que precisou recorrer a alimentos imundos, como cabeça de jumento e esterco de pombos, pagando por eles preços exorbitantes: um quilo de prata pela cabeça de jumento e sessenta gramas de prata pelo esterco.

Pior do que isso, porém, era que os israelitas estavam comendo os próprios filhos, um castigo que também havia sido previsto no caso de o povo transgredir a aliança com Deus (Lv 26:29; Dt 28:53-57). O rei encontrou duas mulheres nessa situação quando estava andando sobre as muralhas e inspecionando a cidade. Uma das mulheres pediu a ajuda do rei, e Jorão pensou que ela queria algo para comer e beber. Na realidade, a resposta do rei colocou a culpa no Senhor e não nos pecados de Israel. Somente Deus poderia encher o chão da eira e o lagar e suprir o alimento e a bebida. Mas aquela mãe não queria comida e bebida, mas sim justiça. A amiga dessa mulher não havia cumprido sua parte no trato e escondera o filho!

Jorão ficou estarrecido que a nação houvesse decaído a esse ponto e rasgou as roupas em público, não como sinal de tristeza e de arrependimento, mas como prova de sua ira contra Deus e Eliseu (ver 5:7). Ao fazê-lo, mostrou que estava usando um pano de saco sob o manto real, mas de que adiantavam panos de saco se não havia humildade nem arrependimento no coração? As palavras que proferiu em seguida deixam claro que Jorão não assumiu qualquer responsabilidade pelo cerco e pela fome e que desejava matar Eliseu. Chegou até a usar o juramento que havia aprendido de Jezabel, sua mãe perversa (v. 31; 1 Rs 19:2). Acabe, o pai de Jorão, chamou Elias de “perturbador de Israel” (1 Rs 18:17), e Jorão culpou Eliseu pela situação calamitosa em que Samaria se encontrava. O rei enviou um mensageiro para prender Eliseu e para que fosse executado.

O profeta não se perturbou nem se preocupou, pois o Senhor sempre dizia a Eliseu tudo o que ele precisava saber. Enquanto o profeta estava sentado em sua casa com os anciãos de Israel, alguns líderes que o haviam procurado para pedir conselho e ajuda, soube que um oficial estava a caminho. Também soube que o próprio rei o seguiria para ter certeza de que a execução seria levada a cabo. Eliseu já havia deixado claro que não aceitava a autoridade do rei de Israel, pois Jorão não era da linhagem de Davi (3:14). Jorão era filho de Acabe, o rei assassino que, juntamente com a esposa, Jezabel, matou os profetas do Senhor que se opuseram à adoração de Baal (1 Rs 18:4). Além disso, mataram seu vizinho, Nabote, para que pudessem confiscar sua propriedade (1 Rs 21).

Eliseu ordenou que os anciãos mantivessem as portas fechadas até que os dois homens estivessem do lado de fora. Ser obrigado a ficar esperando à porta não melhorou em nada o humor do rei, que gritou para Eliseu: “Eis que este mal vem do Senhor; que mais, pois, esperaria eu do Senhor?” (v. 33). Ele deveria ter dito: “Eu sou a causa dessa grande tragédia e me arrependo de meus pecados! Orem por mim!”. Havia uma cláusula na aliança para a confissão e o perdão (Dt 30), caso o rei Jorão e o povo tivessem lançado mão dessa possibilidade. O Senhor é sempre fiel a sua aliança, quer seja para abençoar quando seu povo é obediente quer para disciplinar quando é desobediente.

  1. O DEUS QUE CUMPRE SUAS PROMESSAS (2 RS 7:1-20)

Será que Eliseu e os anciãos permitiram que o rei entrasse na sala, junto com seu capitão e mensageiro? E provável que sim, mas quando os homens finalmente abriram a porta, Jorão teve de ser contido – não muito diferente daquilo  de ter assassinado Nabote (1 Rs 21:1 7ss). As únicas mensagens que o Senhor havia enviado ao rebelde rei Jorão eram o exército ao redor da cidade e a fome dentro da cidade e, ainda assim, o rei não se arrependeu.

As boas novas do Senho r (vv. 1, 2). Que grande privilégio para o reino de Israel ter o profeta Eliseu vivendo e ministrando no meio de seu povo! Nos momentos de crise ao longo da história de Israel, os profetas transmitiam a mensagem de Deus para seu povo, quer eles lhe obedecessem quer não. O rei Jorão podia procurar os sacerdotes de Baal, mas estes não tinham o que lhe dizer. O Senhor falava por meio “dos seus servos, os profetas” (21:10).

Jorão queria que alguma coisa acontecesse de imediato, pois se recusava a esperar mais. Porém, Eliseu começou sua mensagem dizendo: “Amanhã, a estas horas mais ou menos”. O que aconteceria? Voltaria a haver comida disponível, e os preços abusivos cairiam drasticamente. A flor da farinha para as pessoas e a cevada para os animais deveria custar, àquela altura, aproximadamente o dobro de seu preço habitual em tempos de paz. Tratava-se de um grande alívio diante dos preços que o povo havia pago por alimentos imundos.

O capitão que estava com o rei não creu nas palavras do profeta e zombou do que Eliseu disse. “Por acaso será como o dilúvio de Noé, com comida sendo derramada do céu em vez de chuva?”, perguntou ele (ver Gn 7:11. A palavra hebraica traduzida por “janelas” significa “comportas”). Para o coração humilde que se submete ao Senhor, a Palavra produz fé, mas o coração orgulhoso e egocêntrico é ainda mais endurecido pela Palavra. O mesmo sol que derrete o gelo endurece a argila. Na manhã seguinte, todo o povo da cidade – exceto esse capitão – despertaria para a vida; o capitão, porém, despertaria para a morte.

Boas novas do acampamento inimigo (vv. 3-16). A cena se desloca para fora das portas trancadas de Samaria, onde quatro leprosos viviam em isolamento (Lv 13:36). Ninguém havia falado sobre a promessa de Eliseu de que haveria comida. Estavam discutindo sua situação precária, quando chegaram a uma conclusão: se ficassem à beira do muro, morreriam de fome, mas se fossem até o acampamento inimigo, poderiam despertar alguma piedade e receber um pouco de alimento. Mesmo que os siros os matassem, seria melhor ter uma morte rápida pela espada do que morrer lentamente de fome. A fim de não serem vistos do muro da cidade, esperaram até o crepúsculo para se dirigirem ao acampamento dos siros. A maior parte dos soldados no acampamento estaria descansando, e os leprosos teriam de tratar apenas com alguns dos guardas.

Mas não havia ninguém lá! O Senhor havia feito os soldados ouvirem um som que interpretaram como a aproximação de um grande exército, e os siros abandonaram o acampamento do modo que se encontrava e fugiram 40 quilômetros até o rio Jordão, deixando seus pertences para trás enquanto corriam (v. 15). O Senhor derrotara os moabitas com um milagre que havia alterado sua percepção visual (3:20-23) e, no caso dos siros, o milagre alterou sua audição e pensaram que os exércitos dos egípcios e dos heteus estavam chegando para destruí-los. Os quatro leprosos fizeram o que qualquer homem faminto teria feito: comeram até se fartar e, depois, saquearam as tendas e esconderam toda a riqueza que puderam encontrar.

Porém, quando veio a noite, fizeram outra conferência e analisaram a situação. Por que uma cidade inteira deveria ficar passando fome e as mães comerem os próprios filhos, enquanto quatro homens em via de morrer desfrutavam egoisticamente os recursos do acampamento abandonado? Além disso, quando viesse o dia, a cidade toda descobriria que o inimigo havia fugido e se perguntaria por que os homens não haviam dito coisa alguma. Quando a verdade aparecesse, os quatro homens seriam castigados por não terem transmitido as boas novas.

            Já era noite quando voltaram para a cidade e se aproximaram do guarda que estava à porta. Uma vez que esses quatro homens viviam junto à porta, é bem provável que o guarda os conhecesse. Os leprosos lhe deram as boas notícias, e um dos oficiais levou a mensagem ao rei. Revelando mais uma vez sua incredulidade e pessimismo (3:10, 13), Jorão afirmou que aquilo não passava de uma armadilha e que o inimigo estava escondido, tentando atrair a cidade para fora, a fim de que pudessem invadi-la. Josué havia derrotado a cidade de Ai dessa maneira (Js 8). O rei não estava duvidando do relato dos leprosos, mas sim rejeitando a palavra de Eliseu. Se Jorão houvesse crido na Palavra do Senhor, teria aceitado as boas novas dos leprosos.

Um dos oficiais teve o bom senso de arrazoar com o rei, sugerindo que deixasse alguns oficiais levarem cavalos e carros e investigarem o terreno. Se tudo não passasse de um ardil e eles fossem mortos, não faria diferença, pois também teriam morrido se tivessem ficado na cidade. O oficial pediu cinco cavalos, mas o rei lhe deu apenas dois carros, provavelmente com dois cavalos cada um. Os homens encontraram o acampamento vazio e, então, seguiram a rota de fuga dos soldados até o rio Jordão, uma distância de quarenta quilômetros, e viram no chão roupas e equipamentos que os siros haviam deixado para trás durante a fuga.

Os espias correram de volta para a cidade e contaram as boas notícias de que o exército siro havia partido e de que seu acampamento estava esperando para ser saqueado. Sem dúvida, foram ótimas novas para o povo, que encontrou comida para se alimentar e para vender na cidade, sem falar no valor dos bens materiais que poderiam ser transformados em dinheiro. Porém, a lição mais importante desse relato não é que Deus salvou seu povo quando não merecia, mas que Deus cumpriu a promessa que havia feito por intermédio de seu profeta, Eliseu. Observe a ênfase sobre a expressão “segundo a palavra do S e n h o r ” nos versículos 16 a 18.

Jesus prometeu voltar, mas, neste fim dos tempos em que vivemos, há quem questione ou que até mesmo negue essa promessa. Cumprindo o que Pedro anteviu em 2 Pedro 3, os escarnecedores encontram-se em nosso meio e perguntam: “Onde está a promessa da sua vinda?” A igreja é como os quatro leprosos: temos as boas novas da salvação e não devemos guardá-las para nós mesmos. Se as pessoas não crerem na Palavra do Senhor, não estarão prontas para sua vinda; mas, se nós não transmitirmos a mensagem, não há como se prepararem. O que diremos quando encontrarmos o Senhor?

Más notícias para o capitão do rei (vv. 17-20). Ao que parece, aos poucos esse oficial havia aceitado a atitude pessimista e incrédula do rei. Para ele, era impossível os preços caírem tanto num só dia e haver farinha e cevada disponíveis tão rapidamente, mas foi isso o que Deus fez! As mesmas pessoas que pensaram que iriam morrer de fome correram para fora da porta, derrubaram o capitão, pisotearam seu corpo, e ele morreu. A Palavra do Senhor permaneceu, mas o homem que negou essa Palavra foi morto. Jesus disse: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24:35).

Meus irmãos, todos os dias neste mundo, estamos diante de batalhas, mas nós precisamos nos conscientizar que o Senhor luta por nós, pois “a peleja não é vossa, mas de Deus” ( 2 Cr 20.15). O mesmo Deus que livrou Samuel, Josafá, ele é o nosso Deus. Ele sabe o momento que estamos passando, ele nos protege a cada dia, é fiel a sua aliança e cumpre as suas promessas. Nesta certeza nele nós podemos descansar.

 (W.W e E.V.)


O barulho dos ímpios e o silêncio dos piedosos

O mal está dentro de nós e fora de nós. Está em nosso coração e em nossas palavras. Está em nossas ações, reações e omissões.


“Vós que amais o Senhor, detestai o mal…” (Sl 97.10a).

Neste mundo assaz conturbado precisamos pedir a Deus discernimento e coragem. Discernimento para saber a hora certa de falar e a hora precisa de calar e coragem para não se calar na hora que o silêncio é sinal de covardia. Duas coisas nos perturbam: o barulho dos ímpios e o silêncio dos piedosos. Pior do que o barulho dos ímpios é o silêncio covarde dos piedosos. Aqueles que são chamados para amar o Senhor, devem na mesma proporção, detestar o mal. O mal não pode erguer sua fronte altiva sem ser confrontado. O mal não pode desfilar na passarela do tempo sem ser detestado. Calar-se diante do mal é ser não apenas covarde, mas também conivente. O apóstolo Paulo, nessa mesma toada, escreve: “Detestai o mal, apegando-vos ao bem” (Rm 12.9).

Mas o que é o mal? É tudo aquilo que afronta a santidade de Deus, conspira contra os princípios morais e espirituais estabelecidos por Deus e tem o propósito de corromper os relacionamentos instituídos por Deus e balizados pela palavra de Deus. O mal se infiltra nas estruturas políticas e econômicas. O mal destila seu veneno nas redes sociais e no cinema. O mal mostra sua carranca nas ruas, no guetos, nos palácios e nas choupanas. O combustível que alimenta o mal é o pecado. O pecado é o pior de todos os males, pois nos priva do maior bem. O pecado nos afasta de Deus, do próximo e de nós mesmos. O pecado é maligníssimo. Seu salário é a morte.

O mal está dentro de nós e fora de nós. Está em nosso coração e em nossas palavras. Está em nossas ações, reações e omissões. Está no governo e no povo. Está na imprensa e na literatura. Está na televisão e no teatro. Está nas relações internacionais e nos acordos econômicos. Está na academia e nas cortes. Está na igreja e na família. Está na cidade e no campo. O mal é o bafo do diabo, o refluxo do pecado, o produto da rebelião contra Deus.

O mal tem um arsenal muito diversificado. Sua indumentária é variada. Apresenta-se sob o manto da tolerância, mas abespinha-se com qualquer pessoa que ousa discordar de sua cosmovisão. Usa a máscara do respeito aos direitos do outro, mas apenas quando o outro se curva aos seus rasteiros interesses. É nessa sociedade que se diz plural, mas exige subserviência à ditadura do relativismo que somos chamados a amar o Senhor e a detestar o mal. É nesse mundo caído, rebelado contra Deus, que somos convocados a não nos conformarmos com este século, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente. É nesse ambiente hostil à fé cristã, que somos chamados a sair para fora dos portões da religiosidade, para nos encontrarmos com o Cristo vivo, na escola, na empresa, na família, na rua, levando o vitupério de Cristo. O mundo odiou Cristo e também vai nos odiar. Ser cristão é viver os valores no céu numa terra manchada pelo pecado. Ser cristão é andar na luz num mundo de trevas. Ser cristão é praticar o bem num ambiente governando pelo mal.

Ser cristão é andar na verdade num mundo rendido à mentira. Ser cristão é viver em santidade num mundo que se refestela no pecado. O mal sempre vai se insurgir contra Deus e desferir golpes violentos contra seu povo. O povo de Deus, porém, não pode ser vencido pelo mal, mas deve vencer o mal com o bem. O povo Deus não pode acovardar-se diante da arrogância do mal, mas deve erguer sua voz em defesa do bem. O barulho dos ímpios não pode silenciar os piedosos!

FONTE: GUIAME, HERNANDES DIAS LOPES

Gideão: Crer é a Vitória

Juízes 7.1-25

Warren Wiersbe disse: “Lembro-me de poucas mensagens que ouvi na capela quando era seminarista, mas nunca me esqueci de uma pregação de Vance Havner que me deu ânimo em muitas ocasiões. Ao falar sobre Hebreus 11, disse que, pelo fato de Moisés ser um homem de fé, podia “ver o invisível, escolher o imperecível e fazer o impossível”. Ainda hoje nós precisamos ouvir mensagens assim que nos desafiam a viver pela fé´. Mas vivemos em uma atualidade onde homens de fé parecem que estão faltando hoje na igreja, especialmente notáveis por glorificar a Deus por meio de  grandes atos de fé.

Lembre-se de que a fé não depende de como nos sentimos, daquilo que vemos nem do que pode acontecer.

O relato tão conhecido e empolgante da vitória de Gideão sobre os midianitas é, na verdade, uma história de fé que nos desafia a crermos na palavra de Deus e a viver esta palavra de maneira prática em nossos dias. Este texto nos revela três princípios importantes sobre essa fé. Se queremos ser vencedores e não vencidos diante dos inimigos que estão diante de nós, precisamos ver o que a Palavra de Deus nos ensina nesse texto.

1 . DEUS  PROVA  NOSSA  FÉ ( JZ 7 :1-8 )

Quando olhamos para o texto de Juizes 7,1-8 podemos contemplar Deus provando a fé de Gideão ao falar-lhe sobre a quantidade de pessoas que se encontrava com ele,  e assim levou Gideão a fazer uma peneirada daqueles soldados

A primeira peneirada (vv. 1-3). Deus testou a fé de Gideão ao peneirar os 32 mil voluntários até que restaram apenas trezentos homens. Se a fé de Gideão tivesse sido do tamanho de seu exército, então não teria sobrado muita coisa depois das peneiradas de Deus! Menos de 1% do contingente  inicial acabou seguindo Gideão até o campo  de batalha. As palavras de Wisnton Churchill sobre a Força Aérea Britânica na Segunda Guerra Mundial certamente se aplicam aos “trezentos homens de Gideão: “No campo dos conflitos humanos, nunca tanta gente deveu tanto a tão poucos”.

Deus explicou a Gideão o motivo de estar diminuindo seu exército: não queria; que e os soldados se vangloriassem de que haviam vencido os midianitas. As vitórias alcançadas pela fé glorificam a Deus, pois ninguém é capaz de explicar como ocorreram. “Se você é capaz de explicar o que está acontecendo em seu ministério, então é porque não foi Deus quem fez”, disse o Dr. Bob Cook. Quando trabalhava no mistério Mocidade para Cristo, costumava: ouvir os líderes pedirem em suas orações: Senhor, mantenha sempre o trabalho de Mocidade para Cristo funcionando à base de milagres”. Isso era viver pela fé.

Ao ordenar que os soldados temerosos que voltassem para casa, Gideão estava apenas obedecendo à lei que Moisés havia dado: Qual o homem medroso e de coração tímido? Vá, torne-se para casa, para que o coração de seus irmãos se não derreta como o seu coração” (Dt 20:8). “Deus não pode  usar homens trêmulos e temerosos”, disse C . Campbell Morgan. “O problema hoje em dia é que os homens trêmulos e temerosos insistem em permanecer no exército. Uma redução de membros que peneira da igreja os amedrontados e vacilantes é um ganho imenso e glorioso”.1

Não se pode confiar numa fé não testada. Costuma-se pensar que a fé não passa de um “sentimento cheio de calor e de aconchego” ou, quem sabe, há os que simplesmente “acreditam na fé”.

 De acordo com J. G. Stipe, a fé é como uma escova de dente: todo mundo deve ter uma e usá-la com frequência, mas não é recomendável usar a de outra  pessoa.

Podemos cantar em alta voz sobre a fé dos antigos, mas não podemos exercitar a fé de nossos pais.  Podemos seguir homens e mulheres de fé e participar de seus grandes feitos, mas não teremos sucesso em nossa vida pessoal dependendo apenas da fé de outrem.

Há pelo menos dois motivos pelos quais Deus prova a nossa fé: em primeiro lugar, a fim de nos mostrar se nossa fé é verdadeira ou se não passa de uma imitação e, em segundo lugar, a fim de fortalecer nossa fé para as tarefas que colocou diante de nós. Deus, muitas vezes, nos faz passar pelo vale da provação antes de permitir que alcancemos o ápice da vitória. Spurgeon estava certo quando disse que as promessas de Deus brilham mais forte na fornalha da aflição, e é ao nos apropriarmos dessas promessas que alcançamos a vitória.

 As vitórias alcançadas pela fé glorificam a Deus, pois ninguéé capaz de explicar como ocorreram. “Se você é capaz de explicar o que está acontecendo em seu ministério, então é porque não foi Deus quem fez”, disse o Dr. Bob Cook. Quando trabalhava no mistério Mocidade para Cristo, costumava: ouvir os líderes pedirem em suas orações: Senhor, mantenha sempre o trabalho de Mocidade para Cristo funcionando à base de milagres”. Isso era viver pela fé.

Com frequência  somos como o rei Uzias, que “foi maravilhosamente ajudado, a medida  que se tornou forte. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua  própria ruína” (2 Cr 26:15, 16). As pessoas que vivem pela fé conhecem suas fraquezas e, cada vez mais, dependem de Deus para lhes dar forças. “Porque, quando sou  fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12:10).

O orgulho depois da batalha toma do Senhor a glória que lhe é devida, e o medo durante a batalha toma dos soldados do Senhor a coragem e o poder. O medo costuma se espalhar, e um único soldado temeroso é capaz de causar mais estrago do que um regimento inteiro de soldados inimigos.

O medo e a fé não podem conviver por muito tempo no mesmo coração. Ou o medo vence a fé e desistimos, ou a fé conquista o medo e triunfamos. É possível que John Wesley estivesse pensando no exército de Gideão quando disse: “Dê-me um exército de cem homens que não temem coisa alguma a não ser o pecado e que não amam coisa alguma a não ser Deus e farei estremecer as portas do inferno!”.2

A segunda peneirada (vv. 4-8). Deus fez os dez mil homens que haviam restado do exército de Gideão passarem por mais um teste ao pedir-lhes que bebessem água de um rio. Nunca  sabemos quando Deus está nos testando com alguma experiência comum da vida. Ouvi falar de um pastor titular de uma igreja que sempre andava de carro com os candidatos à vaga de pastor assistente no carro deles, só para ver se o carro estava  bem cuidado e se o candidato dirigia com cuidado. É discutível se o asseio e o cuidado  ao dirigir garantem que alguém seja bem sucedido em seu ministério, mas se trata de uma lição que vale a pena considerar. Mais de um candidato a emprego já acabou com suas chances de ser contratado durante um almoço com o possível chefe por não perceber que estava sendo avaliado. “Faça de toda ocasião uma grande ocasião, pois nunca sabe quando alguém o está avaliando para algo mais elevado.” Quem disse isso foi um homem chamado Marsden e, há muitos anos, tenho sua citação – agora amarelada pelo tempo – debaixo do vidro de minha mesa de trabalho. Sempre me fez bem refletir sobre essa frase.

A meu ver, Deus escolheu esse método para peneirar o exército, pois era simples, despretensioso (nenhum soldado sabia que estava sendo testado) e fácil de ser aplicado.

Só depois dessa identificação é que os homens descobriram que haviam sido testados. “Porque para o S e n h o r nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (1 Sm 14:6).

Algumas igrejas hoje se encantam com as estatísticas e acreditam que são fortes por terem muitos membros e recursos, mas os números não são garantia da bênção de Deus. Moisés assegurou os israelitas de que, se obedecessem ao Senhor, um soldado perseguiria mil e “dois [fariam] fugir dez mil” (Dt 3 2 :3 0 ). Assim, Gideão só precisava de 27 soldados para derrotar todo o exército midianita com seus 135 mil homens (Jz 8 :1 0 ), mas Deus lhe deu trezentos. Juízes  7:14 deixa claro que os midianitas conheciam Gideão e, sem dúvida, estavam observando todos os seus movimentos. Muitas vezes me pergunto o que os espias inimigos pensaram quando viram o exército israelita aparentemente se desfazer. Isso deixou os midianitas ainda mais confiantes e, portanto, descuidados? Ou será que seus líderes ficaram ainda mais alertas, imaginando se Gideão estava armando uma estratégia complicada para pegá-los?

Em sua graça, Deus deu a Gideão mais uma promessa de vitória: “Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei” (v. 7). Gideão, ao apropriar-se dessa promessa e seguir as instruções do Senhor, derrotou o exército inimigo e trouxe à terra uma paz que durou quarenta anos (8:28).

Os soldados que voltaram para casa deixaram parte de seu equipamento com os trezentos homens, de modo que cada um tivesse uma tocha, uma trombeta e um cântaro – armas estranhas para um combate.

2 . DEUS ENCORAJA SEU SERVO (JZ 7:9-15A )

O Senhor queria que Gideão e seus trezentos homens atacassem o acampamento inimigo durante a noite, mas primeiro teve de tratar do medo que persistia no coração de Gideão. Deus já havia dito três vezes a Gideão que daria a vitória a Israel (Jz 6:14, 16; 7:7) e o havia tranqüilizado com três sinais especiais: o fogo de uma rocha (6:19-21), a lã molhada (6:36-38) e a lã seca (6:39,40 ). Depois de toda essa ajuda divina, Gideão deveria ter se  fortalecido em sua fé, mas não foi o que aconteceu. Como devemos ser gratos por Deus nos entender e não nos condenar por nossos medos e dúvidas! Ele sempre nos dá sabedoria e não nos repreende quando continuamos pedindo (Tg 1:5). Nosso grande Sumo Sacerdote no céu identifica-se conosco em nossas fraquezas (Hb 4:14-16) e continua a dar mais graça (Tg 4:6). Deus se lembra de que somos apenas pó (Sl 103:14) e carne (Sl 78:39).

Deus estimulou a fé de Gideão de duas maneiras. Por meio de mais uma promessa (v. 9). O Senhor disse a Gideão pela quarta vez que havia entregue o exército midianita em suas mãos. (Observar o tempo verbal; ver também Js 6:2.) Ainda que precisassem lutar na batalha, os israelitas já haviam vencido! Os trezentos homens poderiam atacar o exército inimigo certos de que Israel seria vitorioso.

Os cristãos que crêem nas promessas de  Deus e que o vêem fazer grandes coisas são conduzidos à humildade por saberem que o Deus do universo cuida deles e está a seu lado.

A esperança e o amor são virtudes cristãs importantes, mas o Espírito Santo dedicou um capítulo inteiro do Novo Testamento -Hebreus 11 – às vitórias conquistadas pela FÉ por pessoas comuns que ousaram acreditar em Deus e agir em função de suas promessas .Pode soar como um chavão para alguns, mas o velho ditado é verdadeiro: “Se Deus diz, eu creio e ponto final!”

Através de mais um sinal (vv. 10-14).Gideão e seu servo precisaram de coragem  para entrar no território inimigo e aproximar-se do acampamento midianita o suficiente  para ouvir a conversa dos dois soldados. Deus havia dado um sonho a um dos soldados, e esse sonho informou Gideão de que Deus entregaria os midianitas em suas mãos.

O Senhor já havia comunicado esse fato a Gideão, mas dessa vez o comandante de Israel ouviu-o da boca do inimigo!

A melhor maneira de obter a orientação de Deus é pela sua Palavra, pela oração e pela sensibilidade ao Espírito, enquanto observamos as circunstâncias.

Uma vez que a cevada era um cereal usado principalmente pelos pobres, a imagem do pão de cevada com relação a Gideão e seu exército referia-se a sua condição fraca e humilde. Trata-se de um pão seco e duro que podia girar feito uma roda – uma comparação nada elogiosa! O homem que interpretou o sonho não fazia ideia que estava proferindo a verdade de Deus e encorajando  o servo do Senhor. Gideão não se importou de ser comparado com um pão seco, pois soube com certeza que Israel derrotaria os midianitas e livraria a terra da servidão.

É relevante o fato de Gideão ter se detido para adorar ao Senhor antes de fazer qualquer coisa. Estava tão sobrepujado pela bondade e misericórdia de Deus que se curvou com o rosto em terra em sinal de submissão e de gratidão. Josué fez a mesma coisa antes de tomar a cidade de Jericó (Js 5:1 3-1 5), e se trata de uma boa prática a ser seguida hoje. Antes de ser guerreiros vitoriosos, precisamos nos tornar adoradores sinceros.

3 . DEUS  HONRA  A FÉ DOS SEUS SERVOS(JZ 7 : 1 5 B – 2 5 )

De que maneira Deus recompensou a fé de Gideão? Deus lhe deu sabedoria para preparar o exército (7:15b-18). Quando Gideão e seu servo voltaram para o acampamento israelita, Gideão era um novo homem. Seus medos e dúvidas se dissiparam, enquanto ele mobilizava seu pequeno exército e enchia de coragem o coração dos soldados com suas palavras e ações. ” O S e n h o r entregou o arraial dos midianitas nas vossas mãos”, anunciou aos homens (Jz 7:1 5). Como Vance Havner disse, a fé vê o invisível (vitória numa batalha que ainda não havia ocorrido) e faz o impossível (vence a batalha com poucos homens e com armas incomuns).

O plano de Gideão era simples porém eficaz. Deu a cada um de seus homens uma trombeta para tocar, um cântaro para quebrar e uma tocha para acender. Os israelitas iriam rodear o  acampamento inimigo com as tochas dentro dos cântaros e segurando as trombetas. Essas trombetas eram, na verdade, chifres de carneiro (o shofar), como os que Josué usou em Jericó, e essa relação com aquela grande vitória talvez tenha ajudado a animar Gideão e seus homens ao enfrentar a batalha. Quando Gideão desse o sinal, os homens tocariam as trombetas, quebrariam os cântaros, revelariam as tochas e gritariam: “Espada pelo Senhor  e por Gideão!”, e Deus faria o resto.

Gideão era o exemplo que deveriam seguir. “Olhai para mim […] fazei como eu fizer […] como fizer eu, assim fareis” (Jz 7:1 7). Gideão havia feito um bocado de progresso desde que Deus o havia encontrado escondido no lagar! Não o ouvimos mais perguntando: “Se […] por que […] onde?” (Jz 6:13). Não o vemos mais buscando um sinal. Antes, deu as ordens a seus homens com segurança, sabendo que o Senhor lhes daria a vitória.

Alguém disse bem que as Boas Novas do evangelho são estas: não precisamos continuar do jeito que somos. Pela fé em Jesus Cristo, qualquer um pode ser transformado. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17).

Deus pode pegar um homem cheio de dúvidas como Gideão e fazer dele um general! Deus lhe deu coragem para comandar o exército (vv. 19-22). Gideão conduziu seu pequeno exército da fonte de Harode (“estremecimento”) para o vale de Jezreel, onde todos se colocaram a postos ao redor do acampamento. Quando Gideão deu o sinal, todos tocaram os chofares, quebraram os cântaros e bradaram: “Espada pelo Senhor e por Gideão!” Vendo-se cercados pela luz repentina e por todo aquele barulho, os midianitas concluíram que estavam sendo atacados por um exército enorme e, portanto, entraram em pânico. O Senhor interveio e colocou um espírito de confusão no acampamento, de modo que os midianitas começaram a matar uns aos outros. Então, perceberam que a coisa mais segura a fazer era fugir.

Deus lhe deu a oportunidade de aumentar seu exército (vv. 23-25). Era evidente que trezentos homens não poderiam perseguir um exército de milhares de soldados inimigos, de modo que Gideão chamou mais voluntários. Creio que muitos dos homens do primeiro exército de 32 mil responderam ao chamado de Gideão; até mesmo a tribo orgulhosa de Efraim foi ajudá-lo.

Esses homens tiveram a honra de capturar e matar Orebe (“corvo”) e Zeebe (“lobo”), os dois príncipes de Midiã.

A história de Gideão começa com um homem se escondendo num lagar (6:11), mas termina com o príncipe inimigo sendo morto num lagar.

A grande vitória de Gideão sobre os midianitas tornou-se um marco na história de Israel, não muito diferente da Batalha de Waterloo para a Grã-Bretanha, pois lembrou os israelitas do poder de Deus de livrá-los de seus inimigos. O dia de Midiã foi um grande dia do qual Israel jamais se esqueceria (Sl 83:11; Is 9:4; 10:26).

A Igreja de hoje também pode aprender com esse acontecimento e ser encorajada por ele. Deus não precisa de um grande número de pessoas para realizar seus propósitos, como também não precisa de líderes com talentos especiais. Gideão e seus trezentos homens colocaram-se a serviço do Senhor, e ele os capacitou para que conquistassem o inimigo e trouxessem paz à terra de Israel.

Quando a igreja começa a depender da ‘ “grandiosidade” – grandes construções,  grandes multidões, grandes orçamentos – , passa a depositar sua fé no lugar errado, e Deus não pode dar sua bênção.

Quando os líderes dependem de seu currículo acadêmico, aptidões e experiência em vez de Deus, então Deus os abandona e sai em busca de um Gideão.

O importante é que estejamos à disposição de Deus, para ele nos usar como lhe aprouver. Podemos não entender inteiramente seus planos, mas devemos confiar inteiramente em suas promessas. E a fé em Deus que nos dá a vitória.

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