sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Se Deus é soberano, por que fazer alguma coisa?

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Por Matt Perman


A soberania de Deus, tal como estou convencido de que a Bíblia ensina, significa que Deus preordenou tudo o que acontece. Antes da criação, Deus planejou e decidiu ("ordenou") toda a direção da história humana até os mínimos detalhes. Todas as circunstâncias no tempo são portanto a evidência externa do plano de Deus o qual Ele decretou na eternidade.

À luz disto, uma objeção comum é: "Se Deus já decidiu o que vai acontecer, então por que eu devo fazer alguma coisa? Nós, de qualquer jeito, não controlamos a história. Portanto, apenas nos acomodaremos num assento e não faremos nada". O oponente está dizendo que o resultado lógico da crença na absoluta soberania de Deus é o que nós chamaremos "fatalismo indiferente": a visão de que nós não devemos fazer nada, uma vez que Deus a tudo controla.

Como responderemos à objeção do fatalismo indiferente? Por que não acreditar na soberania absoluta de Deus leva ao fatalismo indiferente? E se Deus é absolutamente soberano, como nossas escolhas podem ter um sentido real? São questões muito boas que uma compreensão própria da soberania de Deus responderá.

Primeiro nós precisamos entender a diferença entre fatalismo e o que é chamado de compatibilismo. Compatibilismo é a visão de que Deus é absolutamente soberano e ainda assim nossas escolhas têm sentido real e somos responsáveis por elas. É o que creio que a Bíblia ensina, e é muitas vezes chamando "calvinismo". O fatalismo, de outra sorte, ensina que, aconteça o que acontecer, o que você escolha ou faça, as coisas produzirão o mesmo resultado. Por exemplo, se está determinado que Bill vai obter um "zero" na sua prova de amanhã, então não importa quão duro ele tenha estudado, ou quão bem ele saiba a matéria: ele vai fracassar. Suas escolhas não vão realmente afetar o que vai acontecer.[1]

A compatibilismo, em contraste com o fatalismo, diz que nossas escolhas realmente afetam o futuro, e que se uma escolha diferente tivesse sido feita, o futuro teria sido diferente. Nesse ponto de vista, se Bill não estudar, ele vai fracassar. Mas se ele estudar duro, então seu estudo será o meio que lhe fará obter uma boa colocação. Em consideração à soberania Do Deus, isso significa que Deus não apenas ordena os fins (por exemplo, uma boa classificação para Bill) e então dizer "isso vai acontecer, não importa como". Não, Deus também ordenou os meios de Seu plano final (por exemplo, Deus ordena que Bill vá estudar tal como os meios da obtenção de uma boa colocação que Ele decretou). Nossas decisões são como vínculos na cadeia de meios ordenados por Deus para ocasionar Seu plano final. Se decisões diferentes foram feitas, as conseqüências serão diferentes. Mas Deus trabalha para verificar que os meios que Ele tem ordenado certamente ocorrerão para que nenhum de Seus propósitos possa fracassar. Isto faz das decisões humanas realmente significativas e vitais.

Deveria ser agora mais evidente por que a absoluta soberania de Deus não remonta à indiferença do fatalismo. Em resumo, Bill deve estudar porque são esses os meios que Deus usa para perfazer sua boa colocação. Se Bill consegue boa colocação, então seu estudando esteve tão predestinado pelo plano de Deus como sua boa classificação. Todas as boas escolhas que alguém faz são definitivamente causadas por Deus; todas as más escolhas são permitidas de bom grado por Deus como uma parte de Seu plano. Além disso, Deus perfaz Seus decretos preservando de certo modo nossa responsabilidade e não viola nossa vontade (isso será explicado mais daqui a pouco).

A segunda razão para a indiferença do fatalismo é sua auto-contradição. A pessoa que é fatalisticamente indiferente estará dizendo: "Porque Deus decide tudo o que vai acontecer, eu pararei de fazer escolhas". Mas a escolha de parar de fazer escolhas é em si mesma uma escolha!

Deus nos fez de modo tal que somos seres tomadores de decisão. Sempre faremos um escolha ou outra em dada situação - não podemos ajudar mas para fazer escolhas quando confrontado com alternativas (não temos escolha nesse caso!). Por exemplo, quando confrontado com a opção de comer uma torta qualquer ou um bolo, seria impossível para mim não fazer um tipo de escolha. Eu teria ou a torta, ou o bolo, ou nenhum. Se eu me recuso a fazer uma escolha, eu ainda estou fazendo uma escolha - a escolha de não comer. O fatalismo indiferente é falso porque é impossível - ele se auto-destrói numa auto-contradição. Impossibilidades são totalmente inaplicáveis, porque tentar propor o fatalismo indiferente é negá-lo. Para esta razão isto não pode ser a aplicação lógica de opinião em soberania absoluto Do Deus.

Evidentemente, a soberania de Deus não REMOVE a necessidade e a realidade das nossas escolhas. Mas se uma pessoa "modifica" sua posição de fatalismo indiferente e tenta usar a soberania de Deus como uma desculpa para permanecer em pecado?

Alguém poderia tomar a soberania de Deus e (in)aplicá-la nesse caminho. Isso seria pecado. Mas um ensino não se torna falso tão-somente porque ele foi mal aplicado. Deveríamos chegar também à conclusão de que a confiança da segurança eterna e a justificação pela fé só seriam falsas porque algumas pessoas tentam usá-las como desculpa para o pecado? (veja em Romanos 6:1-2 como Paulo responde à inaplicabilidade dessas verdades) Uma pessoa pode decidir não buscar a Deus ou não O obedecer porque "tudo está submetido a Ele, de qualquer jeito". Mas perfaz indiferença e passividade o resultado lógico de crer na soberania de Deus? A crença na soberania de Deus não poderia apenas ser tomada tão facilmente em outra direção e devidamente aplicada para encorajar a obediência zelosa, ao invés de um fatalismo indiferenteUma vez que nós devemos fazer uma escolha ou para viver em retidão ou viver pecaminosamente, em que base se pode dizer que a soberania de Deus conduz logicamente para uma escolha de preguiça humana/pecaminosidade, em vez de uma escolha para a piedade humana? Paulo diz algo aplicável aqui: "e por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa." (Romanos 3:8).

Em vez de dizer "Deus é soberano, portanto Eu não me preocuparei em buscá-Lo e fazer o que é correto" poder-se-ia dizer com igual coerência lógica que "Deus é soberano, portanto eu O obedecerei zelosamente em todo tempo porque eu sei que Ele certamente abençoará minha obediência com ótimos frutos. E sei que Ele me susterá vitoriosamente com Sua força e perseverança, uma vez que Ele não está somente no controle mas também é um Deus santo e piedoso, que ama a justiça." Um caminho ou outro será escolhido. Nós nãopodemos não escolher.

Mas como são feitas as escolhas? Responder a essa pergunta nos levará à real questão em jogo. Como seres humanos, nós fazemos escolhas segundo nosso estrito desejo momentâneo - nós escolhemos o que pensamos ser a melhor opção no momento. Isso quer dizer que nossas escolhas revelam nosso caráter, uma vez que é nosso caráter quem produz nossos desejos e, portanto, determina o que consideramos a melhor opção. Um bom caráter geralmente desejará boas coisas, e um mau caráter desejará coisas más. O que nós escolhemos, portanto, revela a condição de nosso coração.

Portanto, se nós usamos a soberania de Deus como uma desculpa para pecar, isso revela a iniquidade em nosso coração. Se aplicamos corretamente essa doutrina, no entanto, e vemos a liberdade que ela nos dá para obedecer diligentemente, ela revela a bênção de que Deus está trabalhando em nossos corações. Se tentamos usar e usamos a soberania de Deus como desculpa para pecar, precisamos ir a Ele e nos arrependermos ao invés de concluir que Deus não é realmente soberano, afinal.

A soberania de Deus é, realmente, uma doutrina grandemente libertadora para nós. Ela nos liberta para obedecermos com alegre confiança, segurança e paz. Tal como um crente, nós devemos pensar assim: "Uma vez que Deus é soberano, a não obediência pode fazer mal ao meu relacionamento com Deus e, portanto, a obediência nenhuma, não importa quão "bobo" isso seja ao mundo e não importam as conseqüências, isso no final pode fazer mal a mim". Não é dessa maneira que Paulo usou a doutrina em Romanos 8:28-36? Ele disse no verso 28 e então procedeu à explicação de que a segurança que ela nos dá através do zelo, da obediência de risco porque "nada nos separará do amor de Cristo".[2]

Olhe a maneira pela qual Paulo aplica a soberania de Deus à nossa obediência em Filipenses 2:12-13: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, porqueDeus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." De acordo com Paulo, o fundamento de nossa obediência é o fato de que Deus é no final das contas Quem coloca em nós a boa vontade e o efetuar a obediência. Paulo não disse que "Deus põe a boa vontade e trabalha em você, portanto fique na cama". Muito pelo contrário, ele viu a soberania de Deus como uma razão profunda e animadora para a obediência de risco!

Tendo entendido como nós fazemos as escolhas, estamos agora numa posição de entender como Deus pode controlar todas as coisas, e ainda conduzir Seu plano de modo a preservar a responsabilidade e liberdade humanas. Provérbios 16:9 diz que "O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos." Este versículo parece afirmar a liberdade humana e o controle absoluto de Deus por cima de nossa liberdade - ao mesmo tempo. Como podem ser compatíveis?

Como vimos anteriormente, nós escolhemos sempre segundo nosso desejo -sempre escolhemos a opção que preferimos. Isso faz cada escolha determinada (está determinado que eu vou escolher a opção que eu acho preferível), livre ainda (uma vez que não estamos sendo forçados a escolher, mas estamos escolhendo o que nós queremos).[3] Além disso, a ação de escolher está sempre acompanhada, subconscientemente ou conscientemente, pelo processo de considerar todos os aspectos da situação e pelo nosso desejo de realizar a opção que mais queremos. Uma vez que nós percebemos qual opção preferimos, sempre decidiremos por aquela opção, então. Por exemplo, quando dada a opção entre chocolate ou bolo branco, eu não posso e não determinoespontaneamente que desejarei o bolo branco. Antes, eu reconheçoponderadamente que meu grande desejo é o bolo branco. Nossas escolhas são livres e são realmente nossas porque consideramos todos os aspectos da situação por nós mesmos e vimos à conclusão acerca de qual escolha ser melhor através de nossos próprios processos mentais. Assim, "a mente do homem planeja seu caminho"

Deus, no entanto, pode ainda estar no final das contas no controle e assim "dirigir nossos passos" regulando nossas situações e assim as informações sobre as quais baseamos nossas escolhas. Uma vez que sempre escolheremos a opção que nossas mentes encontram como a mais preferível à luz da situação, Deus pode simplesmente fazer as circunstâncias de modo tal que essa opção a qual achamos ser a preferível (e por isso a opinião que escolheremos) seja a escolha que Ele ordenou para realizarmos. Nossa escolha é livre e realmente nossa uma vez que é um resultado de nosso próprio raciocínio e processo mental ("a mente do homem planeja seu caminho"), mas Deus ainda a controla porque Ele ordenou e conduziu para que as informações de nossos processos mentais fossem a base para verificarmos que a escolha que fazemos é a que Ele desejou ("o Senhor dirige seus passos").

Se alguém com quem nós estamos conversando tenta sempre usar a soberania absoluta de Deus como uma desculpa para não buscar a Deus ou Lhe obedecer, a solução não é dizer que "Deus não é realmente soberano - você tem um livre-arbítrio para escolher contra os propósitos eternos de Deus". Os pecadores, a Bíblia diz, fogem de Deus por natureza e procuram uma desculpa qualquer para justificar sua fuga. Uma tentativa de usar a soberania de Deus como desculpa para continuar em pecado revela as pessoas pecadoras e a necessidade da graça de Deus. A soberania de Deus não é a causa da indiferença - o pecado é a causa. Não atribuímos a culpa a quem ela não pertence.

Então, o que devemos fazer não é apelar ao "livre-arbítrio" numa tentativa de convencer a pessoa de que ela deva obedecer, mas apontar-lhe seu pecado, dobrar nossos joelhos e orar: "Deus, Eu sei que controlas todas as coisas. Portanto eu oro a Ti para que mudes o coração do meu amigo e o faça buscar a Ti. Por favor, dá-lhe um desejo irresistível por Ti." Deus é a resposta para uma fuga de Deus pelo incrédulo, não o livre-arbítrio. Apelar para seu "livre-arbítrio" não pode ajudar, uma vez que seu "livre-arbítrio" não pode se submeter a Deus além de Sua graça soberana (Romanos 8:7; João 6:44,65). A soberania de Deus não é problema deles, é sua única esperança.

Concluindo, eu tive um experiência no verão passado que talvez dê uma luz a essa questão. Estava no topo do Monte Pike no Colorado. As nuvens acima eram de cor preta e ameaçadoras, mas eu não estava muito consciente do perigo. Estava gostando da vista do cume da montanha numa área escancarada, longe de qualquer abrigo. De repente meu cabelo levantou todo. Isso sinalizou a mim de que um relâmpago ia cair bem perto a mim, e logo. Eu não tinha nenhum controle sobre isso, se iria acertar ou não, e eu sabia. Soube também que não havia nenhum lugar para procurar abrigo do relâmpago. Não havia nem permanecido ali ainda e disse: "Eu não estou no controle da situação, então que importa se ele vai me acertar ou não - não me interessa." Não - eu estava assustado e corri até um abrigo, mesmo sabendo que podia não conseguir. Sabendo ser incapaz foi a razão pela qual eu procurei refúgio.

É uma situação parecida com a soberania de Deus. Nós não estamos no controle - Deus está. Mas saber disso pode ser talvez o sentido de Deus usar meios para MOVER um santo ocioso a agir. A soberania de Deus, no entanto, é ligeiramente diferente da minha experiência do relâmpago. Se Deus principia em nós um escape para refúgio em Sua misericórdia e bondade, essa não é uma esperança fugaz. Ele nos trará com segurança a Si mesmo.

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Notas:
1. Veja Lowell Kleiman e Stephen Lewis, Filosofia: Uma Introdução Através da Literatura, (Paragon House: Nova Iorque, 1992), p. 554.
2. Se somos cristãos obedientes, podemos estar sempre satisfeitos completamente na esperança que a divina providência nos dá - mesmo quando experimentamos momentos difíceis nessa terra. O desejo íntimo de um cristão é que eles se deleitem nisso e estejam plenos na glória de Deus e adorem exaltá-Lo no mais alto do céu. O maior desejo de Deus, por outro lado, também é o de ser exaltado no mais alto do céu. E Ele é mais glorificado quando Seu povo se satisfaz Nele. Uma vez que Deus é soberano - tão bem quanto infinitamente desejoso por Sua própria glória - Ele não deixará Seu prazer em ser glorificado fracassar. Realmente, Ele trabalha todas as coisas em conjunto para Sua maior glória, o que é nosso maior bem. E isso significa que um deleite de um cristão obediente por um dia apreciar a glória de Deus ao máximo possível não pode ser decepcionado!
3. Que ocorre quando você escolhe, por exemplo, estudar para uma prova quando você na verdade quer ir ao cinema à noite? Nesse caso, você desejou os benefícios, de longo prazo, da boa nota que o estudo lhe trará, mais do que o prazer de curto prazo que um bom filme trará. Assim quando opta pelo estudo, você ainda está escolhendo o que prefere, no final das contas.

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Fonte: Center for Biblical Theology and Eschatology 
Tradução: Cleber Olympio

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pornografia: uma ilusão que realmente aprisiona

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Por Thomas Magnum


Meu objetivo ao escrever sobre esse tema não é fazer um exame estatístico, psicológico ou mesmo dos efeitos neurológicos sobre a questão da sexualidade humana e seus desdobramentos históricos. A sexualidade foi criada por Deus e dada ao homem e a mulher como meio de procriação, de satisfação e felicidade. Vale ressaltar que Deus criou a sexualidade com fins familiares, ou seja, o casamento. O sexo foi criado para um relacionamento de um homem e uma mulher perante seu criador, Deus quer que seus filhos desfrutem dessa bênção, no entanto, dentro do âmbito conjugal. Toda a manifestação sexual fora do casamento é pecado, e a Bíblia trata isso como fornicação e adultério.

Com esse entendimento sobre sexualidade, baseado na Palavra de Deus, podemos falar um pouco agora sobre o problema que realmente tem sido um inimigo feroz na vida de muitas pessoas dentro da igreja: a pornografia. Numa média de dez anos atrás não tínhamos tanto problema com material pornográfico na proporção que temos hoje, embora o Brasil sempre foi “terra fértil” para o mercado pornográfico. Com o passar dos anos o Brasil se tornou uma grande indústria do sexo. Com o advento da internet a coisa mudou e muito, o que antes era limitado a revistas de mulheres nuas e a filmes pornôs, agora possui amplo material free, disponível na web. 

Ao analisarmos essa evolução é importante pontuarmos aqui que o problema não se limita a pessoas que estão fora da igreja, mas, as que estão dentro também. E mais, não são somente jovens que tem problemas com a pornografia, mas pessoas das mais variadas idades e de ambos os sexos. 

A pornografia, na verdade, começa com pensamentos libidinosos que são vendidos a desejos com pessoas com quem não são casadas. Desse desejo não mortificado surge a “necessidade” do prazer, isso é a porta para a pornografia e às práticas sexuais desenfreadas. A Pornografia está entre os negócios mais rentáveis do mundo, a sociedade e a mídia praticamente vivem em torno de sugestões sexuais. Adultérios são incentivados pelas novelas e filmes, nas redes sociais vivemos um momento bem curioso das selfs, é normal vermos jovens cristãs fazendo poses sensuais para seduzir e sugestionar desejo nos homens que admirarem suas fotos. 

Existe, de fato, um estimulo a sexualidade desenfreada, o culto ao sexo, e a precocidade disso tem sido prejudicial não só a sociedade, mas também a igreja. Muitos casamentos têm sido prejudicados pela pornografia. Materiais eróticos têm sido cultuados como um bem cultural. O que é interessante notar é que, quanto mais a pornografia se avoluma e as exposições do mundo erótico se tornam comuns, a tendência é um abismo chamar outro abismo. As exposições tendem a ficar cada vez mais intensas e provocantes, e a demanda por material pornográfico aumentar a cada dia. 

Os jovens cristãos e a pornografia

A liberdade para navegar na internet tem sido um dos fatores que mais contribuem para o crescimento da procura por pornografia. Infelizmente muitos jovens cristãos têm caído nesse laço. Podemos identificar alguns motivos que mais tem levado jovens, que frequentam comunidades cristãs, a estarem envolvidos com pornografia, vejamos:

1 - Pelo fato de não serem casados procuram um escape ao seu desejo sexual em material pornográfico.
2 - Muitos foram inseridos no mundo erótico por amigos, parentes, namorados ou namoradas, e até mesmo pelos pais.
3 - Por não poderem manter relações sexuais no NAMORO, buscam um escape na pornografia.

É claro que temos uma lista de motivos muito maior que isso, mas, vale a reflexão. 

Como combater a pornografia em sua mente 

Como dissemos anteriormente, todo o processo erótico não começa quando se está na frente de um computador, mas, na mente. Ao alimentar pensamentos pecaminosos, ao desejar sexualmente pessoas que não são pares conjugais, ao manter um NAMORO libertino, o jovem está contribuindo para que sua vida continue presa nas correntes da pornografia. Mas, não devemos ficar no problema, e sim avançar para a solução. Primeiro, deve-se entender isso como pecado de idolatria. Quando um jovem não confia ao Senhor em suas afeições e suas necessidades, ele está sendo idólatra. Segundo, a busca pela pornografia é pecado e é uma afronta a Deus, a sexualidade está limitada ao casamento e toda manifestação sexual extraconjugal é prostituição. Terceiro, depois de uma convicção de pecado, arrependa-se. O arrependimento é o início do fim dessa prisão. Em quarto lugar, cultive em sua mente pensamentos espirituais. Deus lhe dará poder espiritual para vencer as tentações externas e internas. Leia a Palavra de Deus, uma vida devota ao Senhor é o maior instrumento para vencer as tentações. Ore, tenha uma vida de oração constante. 

Bom, até aqui falamos de armas espirituais, mas devem-se tomar alguns cuidados para não entrar em tentação.

1 - Lembre-se da história de José – Ao ser abordado pela mulher de Potifar ele fugiu dela. Fuja do pecado, fuja de toda aparência do mal.
2 - Evite circunstâncias que o leve facilmente a pornografia, como por exemplo, determinados sites, programas de televisão e revistas.
3 - Cuidado com o que você está olhando no facebook, muitas fotos de “amigos e amigas” são sensuais e provocantes, isso é muito prejudicial e pode levar ao pecado de cobiça. Se necessário faça uma faxina no seu facebook, é melhor perder uma amizade virtual do que sofrer com esse peso.
4 - Lembre-se do texto de Mateus 4 – Jesus estava sendo tentado por satanás, o inimigo lhe instigou para transformar pedras em pães, Jesus recusou. A Bíblia nos diz que Jesus estava com fome, mas aquele não era o tempo de comer. No final do texto nós lemos que os anjos o serviam. Espere o tempo de Deus, Ele o sustentará e ajudará. Deseje a Deus acima de tudo, o sexo não é a coisa mais importante da vida. Viver uma vida santificada é gratificante e fortalecedor.

Creia que o Senhor Jesus é a fonte da vida e da liberdade, anseie ser servo somente de Cristo e não de práticas vis como a pornografia. Os cafetões do mundo pornográfico estão enriquecendo porque sabem que esse é o desejo mais baixo do ser humano. Não destrua sua vida e família por causa de um prazer momentâneo. Como dissemos, o sexo é bom e uma dadiva de Deus, dada exclusivamente ao matrimônio entre um homem e uma mulher. Considere o que dissemos aqui, sua felicidade não está na pornografia, toda verdadeira felicidade está em Cristo. A pornografia é uma prisão podre, fria e mortificadora. Se você leu esse texto e tem vivido nessa prisão, não foi por acaso que abriu essa página, procure refúgio em Deus e sua palavra, você vencerá essa situação quando zelar mais pela vontade de Deus do que a sua. 
Valorize as disciplinas espirituais: Leitura bíblica, meditação, oração e jejum.

Deus o abençoe.

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Divulgação: Bereianos
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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Qual o futuro da igreja evangélica no Brasil?

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Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Quando olho o atual cenário da igreja evangélica brasileira – estou usando o termo “evangélica” de maneira ampla – confesso que me sinto incapaz de prever o que vem pela frente. Há muitas e diferentes forças em operação em nosso meio hoje, boa parte delas conflitantes e opostas. Olho para frente e não consigo perceber um padrão, uma indicação que seja, do futuro da igreja.

Há, em primeiro lugar, o crescimento das seitas neopentecostais. Embora estatísticas recentes tenham apontado para uma queda na membresia de seitas como a Universal do Reino do Deus - que ressurge das cinzas com o "templo de Salomão" - , outras estão surgindo no lugar, como na lenda grega da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que se regeneravam quando cortadas. A enorme quantidade de adeptos destes movimentos que pregam prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais acaba moldando a imagem pública dos evangélicos e a percepção que o restante do Brasil tem de nós. Na África do Sul conheci uma seita que mistura pontos da fé cristã com pontos das religiões africanas, um sincretismo que acaba por tornar irreconhecível qualquer traço de cristianismo restante. Temo que a continuar o crescimento das seitas neopentecostais e seus desvios cada vez maiores do cristianismo histórico, poderemos ter uma nova religião sincrética no Brasil, uma seita que mistura traços de cristianismo com elementos de religiões afro-brasileiras, teologia da prosperidade e batalha espiritual em pouquíssimo tempo.

Depois há o movimento “gospel”, que mostrou sua popularidade ao ter o festival “Promessas” veiculado pela emissora de maior audiência do país. Não me preocupa tanto o fato de que a Rede Globo exibiu o show, mas a mensagem que foi passada ali. A teologia gospel confunde “adoração” com pregação, exalta o louvor como o principal elemento do culto público, anuncia um evangelho que não chama pecadores e crentes ao arrependimento e mudança de vida, que promete vitórias mediante o louvor e a declaração de frases de efeito e que ignora boa parte do que a Bíblia ensina sobre humildade, modéstia, sobriedade e separação do mundo. Para muitos jovens, os shows gospel viraram a única forma de culto que conhecem, com pouca Bíblia e quase nenhum discipulado. O impacto negativo da superficialidade deste movimento se fará sentir nesta próxima geração, especialmente na incapacidade de impedir a entrada de falsos ensinamentos e doutrinas erradas.

Notemos ainda o crescimento do interesse pela fé reformada, não nas igrejas históricas, mas fora delas, no meio pentecostal. Não são poucos os pentecostais que têm descoberto a teologia reformada – particularmente as doutrinas da graça, os cinco slogans (“solas”) e os chamados cinco pontos do calvinismo. Boa parte destes tem tentado preservar algumas idéias e práticas características do pentecostalismo, como a contemporaneidade dos dons de línguas, profecia e milagres, além de uma escatologia dispensacionalista. Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa. Mas o tipo de movimento, igrejas ou denominações resultantes desta surpreendente integração ainda não é previsível.

O impacto das mídias sociais também não pode ser ignorado. E há também o número crescente de desigrejados, que aumenta na mesma proporção da apropriação das mídias sociais pelos evangélicos. Com a possibilidade de se ouvir sermões, fazer estudos e cursos de teologia online, além de bate-papo e discipulado pela internet, aumenta o número de pessoas que se dizem evangélicas mas que não se congregam em uma igreja local. São cristãos virtuais que “freqüentam” igrejas virtuais e têm comunhão virtual com pessoas que nunca realmente chegam a conhecer. Admito o benefício da tecnologia em favor do Reino. Eu mesmo sou professor a quinze anos de um curso de teologiaonline e sei a benção que pode ser. Mas, não há substituto para a igreja local, para a comunhão real com os santos, para a celebração da Ceia e do batismo, para a oração conjunta, para a leitura em uníssono das Escrituras e para a recitação em conjunto da oração do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos. Isto não dá para fazer pela internet. Uma igreja virtual composta de desigrejados não será forte o suficiente em tempos de perseguição.

Eu poderia ainda mencionar a influência do liberalismo teológico, que tem aberto picadas nas igrejas históricas e pentecostais e a falta de maior rapidez e eficiência das igrejas históricas em retomar o crescimento numérico, aproveitando o momento extremamente oportuno no país. Afinal, o cristianismo tem experimentado um crescimento fenomenal no chamado Sul Global, do qual o Brasil faz parte.

Algumas coisas me ocorrem diante deste quadro, quando tento organizar minha cabeça e entender o que se passa.

1 – Historicamente, as igrejas cristãs em todos os lugares aqui neste mundo atravessaram períodos de grande confusão, aridez e decadência espiritual. Depois, ergueram-se e experimentaram períodos de grande efervescência e eficácia espiritual, chegando a mudar países. Pode ser que estejamos a caminho do fundo do poço, mas não perderemos a esperança. A promessa de Jesus quanto à Sua Igreja (Mateus 16:18) e a história dos avivamentos espirituais nos dão confiança.

2 – Apesar de toda a mistura de erro e verdade que testemunhamos na sincretização cada vez maior das igrejas, é inegável que Deus tem agido salvadoramente e não são poucos os que têm sido chamados das trevas para a luz, regenerados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus, apesar das ênfases erradas, das distorções doutrinárias e da negligência das grandes doutrinas da graça. Ainda assim, parece que o Espírito Santo se compraz em usar o mínimo de verdade que encontra, mesmo em igrejas com pouca luz, na salvação dos eleitos. Não digo isto para justificar o erro. É apenas uma constatação da misericórdia de Deus e da nossa corrupção. Se a salvação fosse pela precisão doutrinária em todos os pontos da teologia cristã, nenhum de nós seria salvo.

3 – Deus sempre surpreende o Seu povo. É totalmente impossível antecipar as guinadas na história da Igreja. Muito menos, fazer com que aconteçam. Há fatores em operação que estão muito acima dos poderes humanos. Resta-nos ser fiéis à Palavra de Deus, pregar o Evangelho completo – expositivamente, de preferência – viver uma vida reta e santa, usar de todos os recursos lícitos para propagar o Reino e plantar igrejas bíblicas e orar para que nosso Deus seja misericordioso com os seus eleitos, com a Sua igreja, com aqueles que Ele predestinou antes da fundação do mundo e soberanamente chamou pela Sua graça, pela pregação do Evangelho.

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Fonte: O Tempora! O Mores!
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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico

“Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus”, disse mãe do piloto
por Jarbas Aragão
geraldo e esposa Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico 
Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico
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Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, um dos pilotos queestava no acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, tinha 20 anos de experiência. Com mais de 1500 horas de voo, foi piloto da TAM antes de assumir o cargo de piloto do candidato, há 3 meses.
A família afirma que ele estava feliz com a nova conquista profissional. De berço evangélico, era natural de Governador Valadares (MG), mas viajava constantemente para os EUA, onde reside seu cunhado.
Entrevistada pelo jornal Estado de Minas, a mãe do piloto, Odete Ferreira da Cunha, 73, soube da notícia da morte do filho caçula pela televisão. “Eu estava no médico quando vi a notícia”, lembra. Afirmou ainda que sua fé está ajudando a superar a perda. “Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus. O Senhor está me confortando. É nosso refúgio e nossa fortaleza”.
Sua esposa, Joseline, está em New Jersey (EUA). Segundo o EM, ela viajou para fazer o enxoval do segundo filho do casal. A menina deverá nascer em Outubro e se chamará Ana. Rui Barbosa, irmão do piloto, conta que a mulher está em estado de choque. Assim que se recuperar voltará para Santa Luzia, zona urbana de Belo Horizonte, onde mora.
Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélicoO pastor Renato Bernarde, da Comunidade Cristã Presbiteriana de Newark, onde Geraldo e Josiane congregavam nos EUA, deixou a seguinte nota em sua página do Facebook.
“Aos irmãos, congregados e amigos da CCP Newark. Um dos tripulantes do avião que caiu em Santos, São Paulo, onde faleceu o candidato Eduardo Campos, era o nosso Geraldo (Magela) Cunha. Ele está com o Senhor. Josiane, sua esposa, grávida de 7 meses, está aqui NJ, preparando o enxoval do bebê. Muitos irmãos e amigos estão juntos neste momento de dor com eles. A presença e conforto de Deus são claras. Cubra-os com suas orações e cuidado”.

Fonte:gospelprime


Esposa, você vem concedendo a devida benevolência ao seu marido? .

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Por Angela E. P. Machado


O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento” (1 Coríntios 7:3-6).

Primeiramente, é importante mencionar que a pergunta feita neste artigo poderia destinar-se aos esposos cristãos, até porque alguns deles podem apresentar problemas neste sentido, porém, como creio que a dificuldade em praticar esta ordenança seja mais comum para nós mulheres, resolvi destinar a pergunta a nós mesmas. 

Muitos homens ao lerem “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente” (Provérbios 5:18-19), talvez pensem: "Ah, como eu gostaria que fosse assim!" 

De um modo geral, os versículos acima citados, não parecem trazer grandes desafios para os homens, afinal, eles têm uma disposição mais intensa para tais coisas, já para nós mulheres, normalmente mais emotivas do que eles, muitas vezes tais versículos são bastante desafiadores. O cansaço devido a agitação do dia, as dificuldades com os filhos pequenos, a tristeza ou o mau humor, o fato de não sentir-se bonita/atraente podem levar-nos a negar ao marido o que lhe é devido e preferirmos esquecer que, conforme diz a Escritura, o nosso corpo pertence ao cônjuge.

Mas, por qual razão Paulo deixa tal advertência em 1 Coríntios 7:5, “(...) para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”? Porque ele sabia que “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5:17); por saber que o adultério e a impureza são frutos da carne (Gálatas 5:19), com os quais o cristão ainda luta - “(...) porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). 

Mulher, se você não concede sexo ao seu esposo, você está deixando-o desprotegido e as lutas travadas no coração dele são mais árduas sem a sua ajuda. Ao observar com mais atenção os versículos acima citados, chegamos a conclusão de que Paulo afirma, em outras palavras, “pratiquem bastante sexo”. A escritora Martha Peace tem um capítulo destinado apenas a este assunto em seu livro Esposa Excelente (Ed. Fiel), e ela afirma: “(...) Contudo, uma vez que os desejos do homem tendem a ser mais fortes, pode ser difícil para os homens pensarem em outra coisa que não seja sexo, quando experimentam anseio físico. Sendo assim, Deus instruiu a esposa a suprir as necessidades físicas de seu marido. A esposa também experimenta anseio físico. Por isso, Deus instruiu o marido a satisfazer as necessidades físicas de sua esposa. De outo modo, o marido e a esposa podem ser tentados a nutrir pensamentos e ações imorais. De fato, o marido deve ser tão satisfeito, que, embora outra mulher o seduza, ele não será tentado. (…)” (p.137). Ela ainda comenta: “Se uma esposa pensa: 'Como posso dar prazer ao meu marido?', ela está demonstrando amor. Ao dar prazer ao marido, a esposa possivelmente começará a experimentar mais prazer do que imaginava. (...)” (p.141).

O problema (o pecado de negar a prática do sexo) pode persistir e gerar dificuldades ainda maiores, pois mais e mais pecados serão cometidos tanto por parte da esposa como do marido, a desunião entre o casal se intensificará, o marido poderá vir a acessar sites indevidos, a esposa já não admirará tanto o marido e perderá a confiança nele e, em alguns, casos pode ocorrer o adultério, normalmente por parte do esposo. 

Lembro de uma história relatada por Dave Harvey em seu livro “Quando pecadores dizem sim”, em que um casal cristão, ambos orgulhosos, travavam uma disputa entre si e tal desunião resultou em um adultério por parte do homem. Graças a Deus, este casal reconciliou-se, perdoando-se mutuamente e renovando seu compromisso para com Cristo. Mas o que chamou grandemente minha atenção nesta história foi o fato da esposa deste homem admitir sua parcela de responsabilidade neste adultério. Quando o esposo cai em tentações na área sexual tendo uma mulher que não lhe cuida devidamente, sem, aqui, querer diminuir a responsabilidade/pecado do homem, a esposa tem uma parcela de culpa nesta situação. 

É verdade, também, que há momentos difíceis na vida do homem e da mulher, em que não há clima algum para a prática do sexo, devido a traumas emocionais intensos (como a morte de alguém querido, por exemplo), uma depressão grave, uma doença física, entre outros. Estes momentos devem ser discernidos pelo marido ou esposa, que tem o dever de serem compreensíveis com seu cônjuge, demonstrando apoio e carinho. Porém, que voltem assim que possível a praticar o que lhes é de direito/dever.

Por fim, talvez você esteja passando por isso no seu casamento e fica, então, a pergunta: por qual razão isto vem acontecendo? Para ajudar neste quesito, busque praticar atividade física, como caminhadas frequentes, por exemplo. Se a dificuldade persistir, talvez seja necessário que o esposo e a esposa procurem a ajuda de um médico de confiança. Sabemos que este é um assunto sério e não podemos nos esquecer que quando o descumprimos estamos não apenas pecando contra o cônjuge, mas contra Deus, primeiramente. Por isso é necessário confessar este pecado e pedir perdão ao Senhor, bem como ajuda para cumprir esta ordenança. Orar diariamente a Deus, ler/meditar nas Escrituras são atitudes fundamentais. Pedir perdão ao esposo, bem como perdoá-lo por suas falhas, pedir a ajuda dele, incentivá-lo a afirmar diariamente que a ama, que a acha bela e atraente e trazer algum presente de vez em quando, igualmente são atitudes muito importantes.

Que Deus nos ajude e fale ao nosso coração acerca desta doutrina desafiadora para nós mulheres!

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Sobre a autora: Angela E. P. Machado é esposa de Filipe Machado - Presbítero da Igreja Cristã Reformada de Blumenau e autor do blog 2Timóteo 3.16.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Vocação, juventude e um certo Simonton


  
Ele organizou o primeiro jornal protestante da América do Sul (1864), a primeira escola paroquial (1866), o primeiro seminário (1867) e ordenou o primeiro pastor brasileiro (1865). Desembarcou no Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859 (há exatos 155 anos) e morreu de febre amarela em São Paulo, aos 34 anos, em 1867. Esse é um resumo de Ashbel Green Simonton, o primeiro missionário presbiteriano no Brasil, publicado na quarta capa de Mochila nas Costas e Diário na Mão.

12 de agosto não é apenas um dia para lembrar a jornada do jovem missionário, mas também é o Dia Internacional da Juventude, estabelecido pela ONU, em 1999.

A coincidência das datas nos leva inevitavelmente a uma relação entre vocação e juventude. As palavras de Simonton, quando comemorava seus 22 anos de idade em 1855, são bem honestas:
“Hoje é meu aniversário. Faço 22 anos [...] É hora de fazer reflexões morais sobre o meu aniversário. Bem, para ser honesto, devo preocupar-me em chegar aos 22 anos e estar vivendo com tão pouco propósitos”.

Não que não possamos descobrir nossa vocação mais tardiamente, mas é especialmente na juventude que nossos sonhos parecem mais alcançáveis, mais palpáveis. A paixão que aquece nosso peito nos move e quase nos convence de que é possível transformar o mundo, fazer diferença. Os obstáculos, sim, podem ser superados.

Deus não ignora esses sentimentos e certezas. Na verdade, o que aquece nossos corações e ativa nossas mentes é matéria-prima para a grande construção do reino de Deus.

Por isso, é tão triste ler estatísticas como estas:

Segundo estimativas de População Residente do Datasus/MS de 2012, o Brasil tem população jovem de 52,2 milhões de pessoas. Dados do mais recente levantamento feito pelo Datasus mostram que, em 2012, mais de 30 mil morreram em razão de homicídios, o que representa mais da metade dos homicídios no Brasil (53,38%). Deste grupo, 77,02% das vítimas são negras. O número de homicídios de jovens negros é três vezes maior que de jovens brancos1.

A juventude, que poderia ser o tempo da maior descoberta de todas, tem se tornado o fim da vida. E o fato de que os negros são os mais vitimados pode apontar para recortes sociais sérios.

No entanto, a juventude evangélica brasileira tem fé, apesar das circunstâncias. A pesquisa Juventude Evangélica: crenças, valores, atitudes e sonhos, realizada pela revista Ultimato, em julho de 2010, com 1960 jovens de idade entre 13 e 34 anos, mostrava que 97% deles têm condições de repetir a confissão de dois mil anos atrás: “Senhor, tu és o Criador do céu, da terra, do mar e de tudo o que existe neles!”. Não se trata uma fé meramente nominal, mas de convicções que podem gerar ações, como sugere o cruzamento dos dados da pesquisa. Como disse o teólogo Valdir Steuernagel, “o Evangelho é como primavera, é sob medida para os jovens”.

Por tudo isso, vocação e juventude deveriam andar de mãos dadas. Para o bem da própria juventude, mas também de todo mundo. Para o bem da igreja e para o bem da sociedade.

Nota:
1. Boletim da ACNUR Brasil (11/08/2014)


Foto: Yasmin Pinheiro  
  
Equipe Editorial Web


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Por que existem crentes endividados?

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Por Renato César


Não é novidade nem surpresa para ninguém que vivemos numa sociedade capitalista que supervaloriza as aparências e, mais especificamente no caso do Brasil, incentiva o consumo para estimular o crescimento econômico. 

Infelizmente, também não é novidade que muitos crentes estão tão envolvidos com os valores dessa sociedade materialista que a própria Igreja tem se deixado influenciar pelo ritmo do consumismo das sociedades modernas a ponto de, algumas vezes, ser difícil discernir o crente do incrédulo se aquele não estiver com a Bíblia “debaixo do sovaco” e este com uma latinha de cerveja numa das mãos.

Os evangélicos, que deveriam ser exemplos morais, estão tão PRESENTESquanto os incrédulos nas listas do SERASA e SPC. Dever na praça é comum, natural, banal. Quem se importa se Cristo se importa? O negócio é ter o que todo mundo tem, mostrar que pode, que sai, que usa e abusa. O caráter íntegro deixou de ser elemento essencial para o cristão, virou item de “checklist”. Alguns tem, outros não.

Alguns crentes devem e dizem que não conseguem se livrar das dívidas. Estão sempre afogados, religiosamente pedindo dinheiro emprestado a um irmão da fé, e como não podem sonegar o imposto que devem ao Estado, deixam de pagar sua contas e ficam conhecidos como crentes velhacos, inclusive dentro de suas próprias igrejas. Muitos sequer se constrangem de seu mau testemunho, pois se tivessem alguma vergonha na cara mudariam seus hábitos. Para estes que não conseguem viver um dia sem estar devendo, sugiro que façam uma rápida busca na internet por George Müller, que tinha como base para sua vida o texto de Rm 13:8: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”.

É óbvio que não estou falando aqui para viver segundo Müller viveu, nem tampouco para jogar-se para o alto financiamentos ou empréstimos eventualmente necessários para atingir-se um propósito específico. Esta crítica vai para aqueles que fazem dívidas sem possuir capacidade de pagamento, e o fazem sabendo disso. A carapuça serve para os cristãos que abusam da má fé para realizar despesas que não se sabe de onde virá o recurso para honrá-las, e especialmente para aqueles pastores que adoram fazer compromissos com base na fé alheia, sobrecarregando suas congregações com pedidos de ofertas para quitar débitos oriundos de seus desejos carnais.

Se você ganha mil reais, aprenda a viver com seus mil. Não tente ter aquilo que seu irmão que ganha dez mil possui. Viva segundo sua condição financeira, e se não consegue conformar-se vá trabalhar ou estudar para conseguir um emprego melhor, mas não desonre sua igreja nem o evangelho com seu mau testemunho. 

Reconheça que o único culpado por suas dívidas é você mesmo. Ninguém obriga ninguém a gastar. Cabe ao cristão ter nem que seja um pouquinho da firme personalidade que Cristo tinha para ter uma postura correta diante das tentações no caminho, não se deixando influenciar pelas propagandas, anseios pessoais ou amizades, usando-os como justificativa para seu atoleiro financeiro.

Só compre o que você tem plena convicção de que poderá pagar. Não gaste o que não tem, pois quando você deixa de honrar com seus compromissos alguém sai prejudicado e você, em vez de ser benção, torna-se uma maldição na vida dos outros. 

Quando acordar uma negociação, cumpra-a. Tenha palavra, “seja o seu sim, sim, e seu não, não” (Mt 5:37, Tg 5:12). Como diziam os antigos, seja homem! Seja mulher sábia, que sabe governar sua casa e que ajuda o marido a gerenciar o dinheiro da família, em vez de fazer compras fúteis que só servirão para desestabilizar a paz familiar, pois, como diz uma piada, “se você não crê no diabo, fique sem dinheiro e você verá o cão”.

Não há segredo para se ter uma vida financeira equilibrada. Basta gastar menos do que ganha. Se seu emprego não é estável, evite financiamentos e empréstimos. Evite-os sempre que possível, pois os juros comem seu dinheiro como traças consomem roupas. Olhando de perto você não percebe, mas em alguns meses o estrago é enorme. E, por último, não faça dívidas pela fé pois, por motivos óbvios, Deus não é o responsável pelas suas idiotices e, por esse mesmo motivo, não pagará suas contas.

Se você seguir esses conselhos e evitar agir como um mundano na hora de honrar seus compromissos, tenha certeza de que, além de estar honrando a Deus, terá mais paz e provavelmente melhores noites de sono.

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Fonte: Bereianos

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