quinta-feira, 17 de abril de 2014

Os milagres e seus propósitos

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Por Denis Monteiro


A Bíblia está cheia de passagens que indicam algum tipo de milagre, sinal e/ou obra. Milagres são acontecimentos extraordinários vindos da parte de Deus, por intermédio de seus santos para algum fim especifico que não são explicados por foças naturais. 

Infelizmente, algumas pessoas tem uma concepção muito errônea do que é um milagre. Confundimos providência com milagre. Não que os milagres não sejam providencia de Deus, mas que nem todas as providências sejam milagres. Providência é quando Deus envia aquilo que mais necessitamos quando não temos mais esperança, quando Deus abre uma oportunidade onde não achamos que tenhamos oportunidade. Isso é providência.[1]

Então, o que é um milagre e qual seu proposito?

Milagre

Milagres, segundo John Frame, são: “acontecimentos causados de modo incomum pelo poder de Deus, acontecimentos tão extraordinários que em geral os consideramos impossíveis.” [2] Deus, em sua infinita misericórdia, age como Ele quer segundo a Sua vontade. Não contra a sua lei natural, mas “são reafirmações da normatividade da boa criação, da permanente fidelidade de Deus às promessas de seu pacto. Os milagres são sinais e maravilhas doshalom que Deus quer para nós, por enquanto destruído, mas restaurado em Cristo. [3]

O seu propósito

John McArthur diz: “A maioria dos milagres registrados na Bíblia ocorreu em três períodos relativamente curtos: nos dias de Moisés e Josué, durante os ministérios de Elias e Eliseu e no tempo de Jesus e seus apóstolos. Nenhum desses períodos estendeu-se por mais de cem anos.” [4]

Na Lei

No decálogo não vemos milagres sendo feito por outra pessoa, a não ser por Moises – e depois Josué que fora seu substituto (cf. Js 3.16). Segundo Calvino, os milagres feitos por Moisés foram feitos para testifica-los como um mensageiro Divino e libertador.[5] Todos os sinais que Moisés fizera foram, também, para mostrar ao teu servo [Moisés] a tua grandeza e a tua poderosa mão (Dt 3.24). Podemos resumir que o propósito dos milagres por intermédio destes dois homens foram para autenticar a mensagem que traziam - a Lei – e chamar a atenção para as novas revelações. 

Nos profetas

Podemos ver no caso de Elias e Eliseu onde, aproximadamente, se somam 39 milagres [6], entre eles: Deu vida ao filho da viúva (I Reis 17: 21-23); 102 homens são consumidos pelo fogo (II Reis 1:10, 12); Curou Naamã da lepra (II Reis 5:14); Depois de morto ressuscitou um defunto (II Reis 13:21). Todos estes milagres foram para provar a autenticidade profética, onde que, também, não falaram de si mesmos, mas da parte de Deus olhando sempre para a Lei e chamar a atenção para as novas revelações. 

Cristo e os Apóstolos

Como podemos ver acima, os milagres sempre foram feitos com um propósito específico – mostrar a autoridade, controle e presença. No caso de Cristo não é diferente. Cristo fez diversos milagres que Moisés não realizou; Elias e Eliseu e os apóstolos não fizeram. Cristo fez milagres sobre a natureza, sobre os doentes, sobre os leprosos (que envolvia pecado), ressurreição de mortos, restauração de visão, coxos andando. Todos estes sinais estavam inseridos num contexto que apontava para a Sua divindade. Como mostra Simon Kistemaker: “Depois de curar os leprosos, Jesus mandava-os para os sacerdotes como testemunho de que ele era realmente o enviado de Deus”. [7] Então, podemos concluir que os milagres que estão relatados sobre Cristo, são para: revelar a glória de Deus – há dois textos que deixa isso em evidência (Jo 9.1-41; 11.2-44) - em grande força e poder, provar que Ele era e é Deus e para mostrar que Ele era o Messias prometido. 

Os Evangelhos (Mt 10.8; Mc 3.15; 6.7), nos relata que em relação aos discípulos, antes de descer o Espirito Santo sobre eles em Atos 2, é dito que eles curaram e expulsaram demônios. E, que, depois só tivemos relatos disso em Atos 2 – 19. Contudo que, estes sinais também não eram para demostrar a fé de quem recebia ou fazia, no entanto foi pra testificar a autenticidade da Igreja na terra, assim como, os 4 derramamentos do Espírito Santo que Atos nos relata (Atos 2; 8; 10 e 19). Pois, após Atos 19 não vemos nenhum relato de derramamento do Espírito e/ou curas (sinais) miraculosos. Não que o poder tenha cessado, mas que o propósito de Deus era outro, isso podemos ver nas cartas de Paulo, Pedro, João, Tiago e Hebreus que não é citado em nenhum lugar os feitos dos apóstolos como sinal de continuidade [8]. Até porque, Paulo pede para que Timóteo tome um pouco de vinho por causa de sua enfermidade no estomago e fica triste com a doença de morte de seu companheiro Epafras (Fp 2.27;  1Tm 5.23). Por que Paulo não os curou? Mas isso é outra história. 

Conclusão


Para finalizar, quero mostrar uma má aplicação dos milagres e o que não devemos fazer. Existe uma música gospel que tocam e cantam em quase todo lugar: “Pra tocar no manto tem que estar prostrado para tocar no manto...” Esta música é baseada em uma situação em que esteve o nosso Senhor Jesus quando estava indo curar a filha de Jairo, chefe da sinagoga (Mt 9.20,22; Mc 5.24b-34; Lc 8.42b-48). O propósito da música é fazer com que o ouvinte faça a mesma coisa que a mulher, prostre-se e toque no manto. Primeiro, a música em si tira todo o foco da passagem e o seu sentido. Quando nós lemos esse relato nos três Evangelhos vemos que cada um deu uma ênfase diferente. No entanto, o mais interessante é um detalhe que Lucas – doutor Lucas (cf. Cl 4.14) – nos oferece. Por exemplo, Mateus faz um breve relato da ocasião diferente de Marcos que é mais extenso do que Mateus. Só que Lucas diz que “ninguém tinha podido curar”. Ou seja, que todos os médicos (cf. Mc 5.26) que ela havia passado não podiam curá-la, mostrando que a natureza humana não pode dar conta do corpo humano, somente Deus. Portanto, o propósito do milagre que está relatado nos Evangelhos é para certificar com autoridade que Jesus é Deus de fato. E segundo, o texto não diz que ela, a mulher, estava prostrada aos pés de Cristo e foi curada. Mas que a mulher se prostra diante de Cristo para explicar o que havia ocorrido com ela (Cf. Mc 5.33; Lc 8.47). 

Então, os milagres feitos por Moisés e Josué, Elias e Eliseu, e Jesus e os apóstolos eram para dar uma introdução às novas revelações, sinal de autenticidade dos mensageiros e, assim, os milagres chamavam a atenção para as novas revelações. E não para imitarmos os milagres e nem para fazerem músicas que distorcem o sentido e proposito do milagre. O salmista, algumas vezes, quando se lembra dos feitos do Senhor, ele sempre lembrava como consolo para sua aflição (Sl 77.11-20) e de forma didática (Sl 78) E João nos diz que: Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. João 20.30,31 (acréscimos meu).

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Notas:
[1] Providência é o controle divino sobrenatural e soberano sobre todos os acontecimentos naturais, de modo que os propósitos de Deus sejam realizados.
[2] JOHN, Frame M. A doutrina de Deus. São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 197
[3] SPYKMAN, Gordon J. Teologia Reformacional. Um novo paradigma de se fazer teologia: Milagres. Disponível aqui. Acesso: 14/04/14.
[4] MCARTHUR, John. O Caos Carismático. São José dos Campos, São Paulo: Editora Fiel, p. 145
[5] Cf.: CALVINO, João As Institutas – 2ª Ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2006. Livro I, VIII, V
[6] Cf.: Os milagres e profecias de Eliseu e Elias, acessado dia 13/04/2014 as 12:45pm
[7] KISTEMAKER, Simon J. Os Milagres de Jesus. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. p. 8
[8] Alguém pode fazer tal objeção: “Mas 1º Coríntios, não nos é falado sobre o dom de milagre?” Entende-se que o milagre é poder, pois a palavra é dunamis. Os dons eram para os apóstolos, já em Coríntios não diz que eram para todos os crentes, todos os dons. 

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Fonte: Bereianos 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Karl Marx e a sua dialética racionalista-irracionalista

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Por John Frame


Karl Marx (1818 - 1883) provavelmente exerceu mais influência na política e na história mundial do que qualquer outro filosofo dos últimos duzentos anos. Muitas pessoas se tornam marxistas, a meu ver, por razões éticas. Encontram em Marx um pensador que se importa com os pobres e tem um plano para fazer algo por eles.

Contudo, é importante lembrar que Marx é um subjetivista rematado. Ele pensa que os padrões éticos são relativos à classe de cada um. Na sua visão, os sistemas éticos são recursos dos movimentos políticos para promover os interesses de uma classe contra outra. Há uma ética para a burguesia (os donos dos meios de produção) e outra para o proletariado (os trabalhadores nas fábricas). Quando o proletariado inicia a revolução, tudo que promove a revolução é bom, o que atrapalha é mau. Quando a revolução se torna vitoriosa, o que leva em direção a uma sociedade sem classes (o eschaton marxista) é bom, o que retarda é mau.

Padrões éticos específicos podem mudar á medida que os interesses da classe mudam. O que é bom hoje pode ser mau amanhã. Os comunistas americanos louvaram Hitler quando ele fez um pacto com Stalin. Quando Hitler quebrou o pacto, tudo que passou a fazer era mau.

Qual é a ética correta? Para Marx, não há retidão objetiva na ética, embora valorize muito a objetividade cientifica ao formular seu determinismo econômico. Quando jovens idealistas são atraídos ao marxismo por motivos éticos, é pastoralmente importante lembra-los de que para o marxismo a ética é negociável. Os interesses da classe são supremos, e a ética é um instrumento deles. Quando percebemos o marxismo dessa perspectiva, ele parece menos nobre.

No entanto, muitas vezes Marx fala como se seus julgamentos éticos fossem objetivos. Por exemplo, é famosa sua condenação do cristianismo como "o ópio do povo". Ele o considera uma ideologia maquinada pelos ricos para subjugar os trabalhadores, fazê-los satisfeitos com a miserável atual e com a recompensa celestial, de modo que não pensem em revolução. Os cristãos protestarão que o evangelho contribuiu muito ao longo do século para o bem-estar dos pobres e da sociedade em geral. Porém, Marx replica que também se deve fazer oposição a esse cristianismo "profético", pois causa mais mal do que bem. Gera esperanças falsas de reforma, pacífica as massas e, portanto, retarda a revolução necessária para uma mudança real.

Isso soa como uma critica ética ao cristianismo. Marx diz que o cristianismo é a ética religiosa que uma classe particular usa para oprimir outra classe. Mas devemos lembrar que a ética alternativa de Marx é apenas a ética de outra classe particular projetada, uma vez que aquela classe chegar ao poder, para oprimir qualquer classe rival. Marx não dá motivos - exceto pela lealdade à classe - para preferir essa ética à ética cristã. 

Podemos perceber em Marx a dialética racionalista-irracionalista. Marx nega a ética objetiva (irracionalismo), mas prega uma alternativa moralista e critica seus oponentes com certeza dogmática (racionalismo).[1]

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Nota:
 
[1] Veja Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista (1848); Marx, O capital (1887)

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Fonte: FRAME, John. A Doutrina da Vida Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013. Pags. 95-96

Igreja neopentecostais atraem jovens com baladas gospel

Sara Nossa Terra e Renascer em Cristo são algumas das denominações que realizam esses eventos
por Leiliane Roberta Lopes

Igreja neopentecostais atraem jovens com baladas gospelIgreja neopentecostais atraem jovens com baladas gospel
No dia 22 de março a sede da Igreja Sara Nossa Terra em São Paulo organizou a Festa Colors, uma balada gospel que atraiu cerca de 1,1 mil jovens entre 16 e 28 anos.
A estratégia é usada não apenas para entreter os evangélicos, mas também para atrair aqueles que não frequentam nenhuma igreja.
A reportagem da Folha de São Paulo acompanhou o evento e entrevistou o produtor João Rodrigues, mais conhecido no meio gospel como DJ MP7. Ele foi o responsável por agitar os jovens durante toda a noite.
MP7 garante que a falta de entretenimento nas igrejas faz com que muitos jovens busquem diversão em baladas seculares. “Não tem como negar. O jovem evangélico não tem opção para se divertir. Boliche todo dia cansa, muitos acabam indo para baladas seculares. E isso interfere no modo de vida cristão”, disse.
Ele chegou a fazer um levantamento em uma festa tradicional da Vila Olímpia e constatou que 30% dos frequentadores eram evangélicos. É nesses lugares que o produtor e DJ evangeliza, fazendo convite para que essas pessoas conheçam os eventos das igrejas. “A gente não cobra dessas pessoas. A gente convida. É uma estratégia de evangelização”.
Apesar de ainda causar estranhamento entre os religiosos mais tradicionais, balada gospel não é novidade no meio. A Igreja Renascer em Cristo faz evangelismos parecidos desde o final da década de 80.
Nessa época os membros da Renascer evangelizavam em locais pouco convencionais como a Galeria do Rock, no Centro de São Paulo, fazendo convites para os shows que aconteciam às segundas-feiras na antiga sede da igreja no Cambuci.
Com muita música e sem oferecer bebidas alcoólicas para os frequentadores, as baladas evangélicas são opções para quem quer evangelizar um amigo mais jovem que não aceitaria assistir a um culto normal.
“A gente diz para os jovens convidarem um colega da faculdade, um vizinho do bairro”, disse o bispo Felipe Corrêa, responsável pela balada Sky, da Igreja Renascer.
A balada da Sara Nossa Terra é coordenada pelo bispo Christiano Guimarães e acontece duas vezes por ano. Ali há “atalaias”, obreiros responsáveis em garantir que os casais não excedam nos carinhos e beijos trocados, enquanto o “bar” oferece apenas bebidas sem álcool. “Além de suco, refri e energético – muuuito energético-, tem batida. Sem álcool, claro”, diz o bispo.
Fonte:gospelprime

Casamento, uma instituição essencialmente cristã



Por R. C. Sproul


Alguns anos atrás, compareci a um casamento interessante. Fui especialmente surpreendido pela criatividade da cerimônia. A noiva e o noivo tinham desenvolvido ideias com o pastor para inserir elementos novos e empolgantes no culto, e eu gostei daqueles elementos. Contudo, no meio da cerimônia, eles incluíram porções da cerimônia de casamento clássica e tradicional. Quando comecei a ouvir as palavras da cerimônia tradicional, minha atenção foi despertada e fiquei comovido. Lembro-me de ter pensado: “Não há como melhorar isso, pois as palavras são tão belas e significativas”. Uma grande quantidade de reflexão e cuidado foi colocada nessas velhas e familiares palavras.

Hoje, é claro, muitos jovens estão não apenas dizendo “não” para a tradicional cerimônia de casamento, como também estão rejeitando o próprio conceito do casamento. Mais e mais jovens estão vindo de lares rachados e, como resultado, têm medo e desconfiança quanto ao valor do casamento. Então vemos casais vivendo juntos ao invés de se casarem, por medo de ser grande demais o custo de tal comprometimento. Eles temem que isso os torne vulneráveis demais. Isso significa que uma das mais estáveis e, costumávamos pensar, mais permanentes tradições de nossa cultura está sendo desafiada.

Uma das coisas que eu mais gosto na cerimônia tradicional de casamento é que ela inclui uma explicação para o motivo da existência de algo como o casamento. Nos é dito, naquela cerimônia, que o casamento é ordenado e instituído por Deus — isso significa dizer que o casamento não simplesmente brotou arbitrariamente de convenções sociais ou tabus humanos. O casamento não foi inventado por homens, mas por Deus.

Nós vemos isso nos primeiros capítulos do Antigo Testamento, onde encontramos o relato da criação. Encontramos que Deus vai criando em etapas, começando com a luz (Gn 1.3) e finalizando o processo com a criação do homem (v. 27). Em cada etapa, ele profere uma bênção, uma “boa palavra”. Deus repetidamente olha para o que ele criou e diz: “Isso é bom” (vv. 4, 10, 12, 18, 21, 25, 31).

Mas então, Deus nota algo que provoca não uma bênção, mas o que chamamos de maldição, isto é, uma “palavra má”. O que é essa coisa que Deus viu na sua criação que ele julgou como “não é bom”? Nós a encontramos em Gênesis 2.18, quando Deus declara: “Não é bom que o homem esteja só”. Isso o leva a criar Eva e a trazê-la até Adão. Deus instituiu o casamento, e ele o fez, em primeira instância, como uma resposta à solidão humana. Por essa razão, Deus inspirou Moisés a escrever: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (v.24).

Mas embora eu goste de apreciar as palavras da cerimônia tradicional de casamento, eu creio que a forma da cerimônia é ainda mais importante. Isso porque a cerimônia tradicional envolve fazer um pacto. Toda a ideia de pacto está profundamente enraizada no cristianismo bíblico. A Bíblia ensina que nossa própria redenção é baseada em um pacto. Muito poderia ser dito a respeito do caráter dos pactos bíblicos, mas uma faceta vital é que nenhum deles é uma questão privada. Todo pacto é tomado diante de testemunhas. É por isso que trazemos convidados aos nossos casamentos, para que eles testemunhem os nossos votos — e nos considerem responsáveis por cumpri-los. Uma coisa é um homem sussurrar expressões de amor para uma mulher quando ninguém ouve; mas é muito diferente quando ele fica de pé em uma igreja, diante de pais, amigos, autoridades eclesiásticas ou civis, e diante do próprio Deus e, lá, faz promessas de amá-la e protegê-la. Votos de casamento são promessas sagradas feitas na presença de testemunhas que se lembrarão delas.

Eu creio que o casamento é a mais preciosa de todas as instituições humanas. É também a mais perigosa. Em nossos casamentos, derramamos as nossas mais profundas expectativas. Colocamos as nossas emoções. Lá podemos alcançar a mais profunda felicidade, mas também podemos experimentar a maior decepção, a maior frustração, a maior dor. Com tudo isso em jogo, precisamos de algo mais solene do que uma promessa casual.

Mesmo em cerimônias formais de casamento, com o envolvimento de estruturas de autoridade, cerca de cinquenta por cento dos casamentos fracassam. Infelizmente, entre homens e mulheres que permanecem juntos como marido e mulher, muitos não se casariam com o mesmo cônjuge novamente, mas permanecem juntos por várias razões. Algo foi perdido quanto ao caráter sagrado e santo do pacto do casamento. A fim de fortalecer a instituição do casamento, devemos considerar fortalecer a cerimônia de casamento com uma clara e bíblica lembrança: o casamento é instituído por Deus e forjado à sua vista.

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Fonte: Ligonier Ministries
Tradução: Alan Cristie

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Provando se procede de Deus

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Por Denis Monteiro


O que é ser espiritual? Ser espiritual é ir à igreja varias vezes? Ser espiritual é determinar pelo tempo que eu oro? Ser espiritual é ser moldado pelas experiências que tive ou o cargo que eu possuo na igreja? 

Cristo já havia predito que falsos cristos e falsos profetas agiriam, agiriam de tal forma que se possível enganaria até os eleitos, pois viriam vestidos de peles de ovelhas (Mateus 7.15;  24.24). Desde o derramamento do Espírito Santo em Atos 2, Deus agiu extraordinariamente na vida da igreja. No entanto, havia falsificações que se disseminavam. Os apóstolos combateram e alertaram a igreja dessas heresias e falsos mestres (Atos 8.9; 13.6-8; 16.16; 20.29,30; 2 Timóteo 3.5; 4.3; 2 Pedro 2.1-3).

Diante disso, como podemos saber quem provém de Deus ou não? Quem é o verdadeiro mestre? Quem é o espiritual? Quais são algumas das características deste verdadeiro? João, em sua carta, aponta três caraterísticas dos verdadeiros crentes e por consequência dos verdadeiros mestres. Um dos textos que João enfatiza é quarto capitulo de sua primeira carta. Nestes textos vemos as três características para identificarmos o verdadeiro crente e o verdadeiro mestre. 

João, em sua introdução ao “teste”, mostra que devemos provar se os espirito provêm de Deus “porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” e, a partir dos versos 2-6 mostra 3 características de uma pessoa que possui o Espírito de Deus. Então abordarei somente o que João nos mostra. 

A primeira característica é: Apreço por Cristo (vs 2-3)

Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo. (1 João 4.2-3)

Umas das heresias que a igreja do primeiro século enfrentou, e ainda enfrenta, era contra a natureza humana e divina de Cristo. Nos três primeiros séculos da Era Cristã o gnosticismo influenciava (e muito) as religiões monoteístas. Era uma doutrina com implicações filosóficas, que para resumir numa visão bíblico-teológica, o espirito seria santo e a matéria pecado (espírito = bom, matéria = mal). Então, crer que o Filho de Deus veio em carne, para um gnóstico, seria impossível. Pois como alguém santo pode ser encarcerado em uma matéria má? Para o gnosticismo falar que Cristo era o Verbo (logos) encarnado seria uma mentira. Mas isso não passa, apenas, de uma má interpretação e uma ação demoníaca. Primeiro: a Bíblia é clara em mostrar que Deus criou Adão sem pecado contendo um espírito e um corpo (Gn 1.27; 2.7). Segundo: a Escritura não escondeu a natureza humana de Cristo. Os Evangelistas, Mateus e Lucas, falaram do Seu nascimento (Mateus 1.18ss; Lucas 2), a bíblia fala de sua encarnação (João 1.1-14), que Jesus teve fome (Mateus 1.18), que chorou (João 11.35) e que foi ferido e tais feridas foram mostradas aos seus discípulos (João 20.25,27). Estas são provas de que Cristo, o Filho de Deus, foi homem como nós, mas sem pecado. Como o próprio João pergunta: Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai. (1 João 2.22-23). Isso não só implica teologicamente. A vida cristã também pode mostrar se confessamos ou não a Cristo. Como diz Jonathan Edwards: a palavra confessar, como normalmente usada no Novo Testamento, significa mais do que admitir, implica estabelecer e confirmar algo pelo testemunho, proclamando-o com manifestações de estima e zelo. Ou seja, confessar que Cristo veio em carne é louvar Seu nome entre os gentios e cantar Seu nome entre as nações (cf. Rm 15.9). É confessa-lo diante dos homens (Mt 10.32). É confessar que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp 2.11). No entanto, a Escritura compara o confessar com obras: Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra (Tito 1.16). 

A segunda característica é: Apreço em combater o pecado (vs 4-5)

Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. (1 João 4.4-5)

O apóstolo João aqui estabelece a antítese entre o Espirito verdadeiro e o falso. João conforta o coração dos leitores de sua carta mostrando que eles eram filhos de Deus e o que habitava neles era maior do que o que habitava no mundo. 

Enquanto o crente possui o Espirito de Deus, o mundo possui o espirito do anticristo. Como foi mostrado acima, quem é de Deus confessa que Jesus veio em carne ou como diz Paulo que ninguém pode falar que “Jesus é o Senhor!” a não ser pelo Espirito Santo (cf. 1Co 12.3). Ao contrário do mundo, o Espirito de Deus em seu povo age, conforme o escrito paulino, em: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22,3; cf. Ef 4.25-32). O espirito deste mundo além de negar a Cristo, age impiamente. Todo e qualquer que age, permanentemente, contrário à vontade de Deus este é o espirito de anticristo, todavia o Espirito de Deus age em nós para nos fazermos santos a cada dia dedicando-se a Deus, como diz Jonathan Edwards: “se diminui o apego dos homens aos prazeres, benefícios e honras do mundo; se arranca de seus corações a procura ambiciosa dessas coisas; se os envolve em uma profunda solicitude pela condição futura e pela fidelidade eterna revelada no evangelho, levando-os a uma busca zelosa do reino de Deus e sua justiça; se os convence a respeito da terrível natureza do pecado, da culpa que ele provoca e da desgraça a que expõe as pessoas – esse só pode ser o Espirito de Deus.

Por isso, aquele que tem o Espirito de Deus ele também tem: Apreço pela verdade (vs 6) - A terceira característica.

Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro. (1 João 4.6)  

Este versículo é semelhante às palavras de Jesus o qual o próprio João relatou em seu evangelho: “Quem é de Deus ouves as palavras de Deus” (João 8.47). Então, podemos entender o que João quis dizer em sua epístola. De que aqueles que não são de Deus, além de ter o espirito de anticristo, eles eram iguais aos fariseus, pois tinha o mesmo pai, o Diabo (João 8.44). Mas suas ovelhas ouvem Sua voz e elas O seguem (cf. João 10.27). 

Aquele que tem o Espírito de Deus este conhece a Deus. Esse “conhece”, o qual João diz, gramaticalmente, indica uma pessoas em ação para adquirir conhecimento de Deus. Ou seja, aquele é de Deus estima em adquirir e prosseguir conhecendo o Deus que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Não há possibilidade de alguém querer conhecer a Deus, verdadeiramente e em santidade, sem ser escolhido por Deus, pois João diz que “aquele que é de Deus” e não “quem adquire conhecimento este se torna filho de Deus”. 

Eu fico em dúvida quando vejo as megas igrejas lotadas, mas que são vazias do conhecimento Divino. Não há lógica em crer que em um lugar, que se diz que o Espirito Santo está agindo “maravilhosamente” não aja “maravilhosamente” na vida das pessoas em santificação e dedicação na Palavra de Deus. Creio não ser o mesmo Espírito, pois a promessa de Cristo foi que quando Ele viesse guiaria o seu povo em toda verdade (cf. João 16.13) e como saber se há verdade se não leem as Escrituras? Como provar os espíritos se não leem as Escrituras? Como saber se tal profecia veio de Deus se não leem as Escrituras? 

Igrejas sem doutrina ortodoxa, igrejas sem ensino da Palavra de Deus, igrejas que têm pastores que não são obreiros aprovados são um prato cheio para que Satanás aja sorrateiramente, para que, de uma vez por todas, afunde esta igreja em erros. 

Conclusão

Devemos analisar, primeiramente, nossas vidas e ver se nos encaixamos nos requisitos que o texto nos mostra, para que, depois, possamos analisar outro. Pois do que adiantaria acusar o falso profeta se nossa vida é igual?

Pois, podemos nos enganar a nós mesmos com uma falsa cristandade e, assim, julgarmos precipitadamente a outro. 

E tal prova só pode ser analisada à luz das Escrituras. São as Escrituras que devem moldar nossas vidas e a vida espiritual da Igreja. 

Amém! 

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Notas:
[1] Cf.: LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João– São Paulo. Cultura Cristã, 2004. P. 21
[2]  EDWARDS Jonathan. A verdadeira obra do Espirito: sinais de autenticidade. 2º ed. rev. – São Paulo. Vida Nova, 2012. P. 46
[3] Ibid., p. 49

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Fonte: Bereianos

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O que fazer quando não há uma verdadeira Igreja onde você vive




por John Knox


Conselhos saudáveis ​​de uma carta de John Knox dirigida a seus irmãos na Escócia. 

Meus queridos irmãos, não tanto para instruir-lhes como deixar-lhes algo do testemunho de meu amor por vocês, eu considerei como algo bom a comunicar-lhes meus débeis conselhos de como eu quero que se conduzam no meio desta geração maligna e perversa, no que diz respeito ao exercício da santíssima Palavra de Deus, sem a qual não se pode aumentar o conhecimento, nem se pode desenvolver a piedade, nem pode continuar o fervor espiritual entre vocês. Porque, assim como a Palavra de Deus é o princípio da vida espiritual, sem a qual toda a carne está morta na presença de Deus, e como é lâmpada para os nossos pés, sem cuja luz toda a posteridade de Adão anda em trevas, e como é o fundamento da fé, sem a qual ninguém pode compreender a boa vontade de Deus, assim também é o único órgão e instrumento que Deus usa para fortalecer os fracos, para confortar os aflitos, para trazer debaixo de misericórdia pelo arrependimento aqueles que se desviaram, e, finalmente, para preservar e guardar a mesma vida na alma contra todos os ataques e tentações.

Portanto, se vocês querem que vosso conhecimento cresça, que a vossa fé seja confirmada, que vossas consciências sejam aquietadas e consoladas, e, finalmente, [que] a vida seja preservada em vossa alma, cuidem de exercitarem-se frequentemente na lei do Senhor, vosso Deus. Não tenhais em pouco estima os preceitos que Moisés deu aos israelitas com estas palavras: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”( Deuteronômio 6:6-9 – ACF). E Moisés, em outro lugar, ordenou-lhes para “lembrarem-se da lei do Senhor Deus, para cumpri-la, para que lhes vá fosse bem a eles e a seus filhos na terra a qual o Senhor vosso Deus lhes daria”. Dando a entender que, assim como frequentemente recordar e repetir os preceitos de Deus é o meio pelo qual o temor de Deus (que é o princípio da sabedoria e bem-aventurança), é mantido vivo na mente; assim também a negligência e o esquecimento dos benefícios recebidos de Deus é o primeiro passo para distanciar-se de Deus.

Agora, se a Lei, a qual, por causa de nossa fraqueza, não opera nada mais do que raiva e fúria, foi tão eficaz (que relembrada e repetida, para pratica-la) [que] trouxe ao povo uma bênção corporal, o que diremos que não trará o glorioso Evangelho de Cristo Jesus quando tratado com reverência? Paulo lhe chama de cheiro de vida para aqueles que receberam a vida, usando a semelhança de ervas aromáticas e unguentos preciosos, cuja natureza é que quanto mais estes são friccionadas exalam seu aroma mais agradável e prazeroso; assim também, amados irmãos, é o bendito Evangelho de Jesus, nosso Senhor. Porque quanto mais nos ocupamos dele, mais confortável e agradável é para aqueles que o escutam, leem-no, ou  se exercitam no mesmo. 

Não ignoro, que como os filhos de Israel se enfastiaram do maná, porque era o único que viam e comiam todos os dias, assim também agora há alguns que depois de ler algumas porções da Escritura, se voltam de todo aos escritores profanos ou escritos humanos. Porque a variedade de assuntos que estes contêm trazem com e para eles deleite diário. Por outro lado, dentro das Escrituras de Deus não há muito adorno humano em si, a repetição de uma coisa lhes é chata e cansativa. Confesso que essa tentação pode entrar até mesmo nos eleitos por um tempo, porém é impossível que continue até o fim. Porque os eleitos de Deus, além de outras características evidentes, possuem sempre esta unida com as demais, que os eleitos de Deus são chamados para fora da ignorância (falo dos que têm idade suficiente para compreender) para provar e sentir um pouco da misericórdia de Deus, da qual nunca estão satisfeitos nesta vida, mas que ocasionalmente têm fome e sede de comer o pão que desceu do céu e de beber a água que salta para a vida eterna. O que não podem fazer, senão pelo meio ou pelo instrumento da Fé, e a Fé sempre objetiva a vontade de Deus revelada pela Palavra, de maneira que a Fé tem tanto o seu início como sua continuação pela Palavra de Deus. E por isto eu digo, que é impossível que os filhos escolhidos por Deus possam depreciar ou rejeitar a Palavra de sua salvação por muito tempo, como tampouco podem enfastiar-se dela definitivamente.

É coisa comum que os eleitos de Deus são mantidos em tal escravidão e servidão, de modo que eles não podem conseguir que se lhes conceda o pão da vida, como tampouco têm a liberdade para exercitar-se na Palavra de Deus. Mas eles não se enfastiam, antes de bom grado anelam o alimento da sua alma, antes acusam sua negligência anterior, e lamentarem a aflição miserável de seus irmãos, e clamam e pedem em seus corações (e também em público, onde eles podem) para que corram livremente ao Evangelho. Esta fome e sede confirma que existe vida em suas almas. Mas se tais homens, que têm a liberdade de ler e exercitarem-se a si mesmo nas Escrituras, começam a fadigar-se porque quase sempre leem o mesmo, eu pergunto, por que não se cansam também de comer o pão de cada dia? Por que não se cansam de beber vinho todos os dias [não o tipo de bebidas alcoólicas de hoje]? Por que não se cansam de olhar diariamente a luz do sol? Por que não se cansam de usar as demais criaturas de Deus que mantêm diariamente sua própria substância, curso e natureza? Penso que responderam: “Porque tais criaturas têm um poder [quantas vezes são usadas para suprimir a fome e a sede e para infundir alento e forças e] para preservar a vida.” Oh, criaturas miseráveis! Quem se atreve a atribuir mais poder e força a criaturas corruptíveis para nutrir e preservar o corpo humano mortal, do que à Palavra eterna de Deus para nutrir a alma que é imortal! O querer arrazoar com sua ingratidão abominável não é o meu propósito agora. Porém a vós outros, amados Irmãos, quero compartilhar meu conhecimento e lhes abrir a minha consciência, que é tão necessário como é o uso de comida e da bebida para preservar a vida do corpo, e assim como necessário é o calor e a luz do sol para dar vida a erva e para dissipar as trevas, assim também é necessário para a vida eterna, e para a iluminação e  luz da alma, a meditação, exercício e uso perpétuo da Sagrada Palavra de Deus.

Portanto, queridos Irmãos, se anelais a vida vindoura, por necessidade devem exercitarem-se a si mesmos no Livro do Senhor, vosso Deus. Que não haja nenhum dia que não recebais algum consolo da boca de Deus. Abram seus ouvidos, e Ele falará coisas deleitosas ao vosso coração. Não fechem seus olhos, antes com diligência contempleis que porção substanciosa vos é deixada no Testamento de vosso Pai. Que suas línguas aprendam a louvar a Sua terna bondade, em cuja, somente por misericórdia, vos chamou das trevas para a luz, da morte para a vida. Tampouco façais isto tão privadamente que não admita testemunhas. Não, irmãos, o Senhor Deus vos ordena que vocês governem suas casas em verdadeiro temor, e de acordo com a Sua Palavra. Dentro de suas casas, digo, em alguns casos, sóis bispos e reis, sua esposa, filhos e família são o vosso bispado e encargo. Disto se vos pedirá conta de quanto cuidado e diligência usastes para instruí-los no verdadeiro conhecimento de Deus, de como procurastes implantar virtudes e reprimir vícios. Por tanto, digo, vocês devem faze-los participantes da leitura, da exortação e da oração comuns, a qual deveria acontecer em cada casa pelos menos uma vez por dia. Mas, acima de tudo, queridos irmãos, procurem praticar diariamente e viver como manda a Palavra de Deus, e então vocês comprovarão que nunca ouvireis ou lerei o mesmo sem que obtenhais algum fruto. Creio que isto é o suficiente para os exercícios dentro de vossa casa.

Considerando-se que Paulo chama a igreja de “o corpo de Cristo”, do qual cada um de nós é membro, e ensinando-nos com que nenhum membro pode sustentar-se e alimentar-se sem a ajuda e o apoio de outro, creio que é necessário que se tenham estudos e palestras sobre as Escrituras como reuniões entre irmãos. Como Paulo dá a ordem a ser observada para isto [1 Coríntios 14:26-29], somente quero salientar que, quando vos reunais, que seria bom fazê-lo uma vez por semana, que seu início fosse confessando seus pecados e implorando que o Espírito do Senhor os assista em todos os vossos projetos e objetivos espirituais. Depois que se leia alguma porção das Escrituras de forma clara e modesta, tanto quando se pense ser necessário para a ocasião ou tempo. Quando terminar, se algum irmão tem exortação, pergunta ou dúvida, que não tenha medo de falar ou trata-la ali mesmo, fazendo-o com moderação, seja para edificar [a outros] ou para edificar-se. E sem dúvida disto virá grande proveito. Porque, em primeiro lugar, o ouvir, ler e estudar as Escrituras nestas reuniões ajudarão a examinar o juízo e a atitude das pessoas, sua paciência e modéstia serão conhecidos e, finalmente, seus dons e expressões serão manifestos. Por outro lado, deve ser evitado em todas as ocasiões e em todos os lugares os falatórios vãos, as interpretações longas e aborrecidas e a teimosia sobre pontos controversos. Mas acima de tudo, quando se reunirem como igreja, ali nada deve ser considerado mais em conta do que a glória de Deus e o consolo e edificação dos irmãos.

Se algo brota do contexto em discussão ou debate que vosso juízo não pode resolver ou vossas faculdades não podem compreender, que seja observado e escrito antes do final da reunião, para que quando Deus proveja uma solução para o assunto, suas dúvidas que brotaram sejam resolvidas com mais facilidade. Por outro lado, se vocês tem a oportunidade de escrever ou se comunicar com outros, suas cartas manifestarão o vosso grande desejo por Deus e por Sua verdadeira religião. Não duvido que eles, segundo seus talentos se esforçarão e lhes concederão seu fiel trabalho para atender às suas solicitações devotas. Quanto a mim mesmo falo o que eu penso: empregaria quinze horas com muito bom gosto (segundo agrada a Deus iluminar-me) para lhes explicar alguma porção das Escrituras, do que meia hora em outra coisa.

Ademais, eu gostaria que, na leitura das Escrituras, tomem também alguns livros do Antigo Testamento e alguns do Novo, como Gênesis e um dos Evangelhos, Êxodo com outro livro, etc., porém sempre terminando [a leitura] dos livros que você começaram (segundo lhes permita o tempo). Pois lhes confortará o ouvir a harmonia e a concordância do Espírito Santo, falando através de nossos pais desde o princípio. Os confirmará nestes dias perigosos o contemplar a face de Jesus Cristo, o amado esposo, e sua igreja, desde de Abel até o próprio Cristo, e de Cristo até este dia, que há unidade e um mesmo propósito em todas as gerações. Estudem com frequência os profetas e as epístolas de Paulo. Pois a abundância de  assuntos mui consoladores que estão ali requerem exercício e uma boa memória. Semelhantemente, assim como as vossas reuniões devem começar com a confissão e súplica do Espírito de Deus, assim também deve acabar com ações de graças e orações pelos governantes e magistrados, pela liberdade do Evangelho de Cristo, que seja anunciado livremente, para o consolo e liberdade dos nossos irmãos que ainda estão sob tirania e servidão, por outras coisas que o Espírito do Senhor Jesus Cristo os ensine que vos é útil, seja para vós mesmos, ou para os seus irmãos, onde quer que estejam.

Se assim for (ou até melhor) ouço que vos exercitais a vós mesmos, queridos Irmãos, então louvarei a Deus por sua grande obediência, como também para aqueles que receberam a palavra de graça não somente com gozo, mas também com solicitude e diligência, e guardam a mesma como um tesouro e uma joia preciosa. E porque eu não tenho suspeitas de que fareis o contrário, não usarei de ameaças. Bem, a minha sincera esperança é que vocês andem em meio a esta geração perversa como filhos da luz, que sereis como estrelas à noite (que não são envolvidas pelas trevas), que sereis como o trigo entre o joio, e que sem embaraço não mudareis vossa natureza que recebestes pela graça, através da comunhão e participação que temos com o Senhor Jesus Cristo em Seu corpo e em Seu sangue. E, finalmente, que sereis do número das virgens prudentes, que diariamente granjeiam e enchem suas lâmpadas com azeite, enquanto aguardam pacientemente a aparição gloriosa e vinda do Senhor Jesus Cristo, cujo Espírito onipotente governe e instrua, ilumine e conforte suas mentes e corações em toda provação, agora e sempre. Amém.

A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco.

Lembrem-se de minhas fraquezas em suas orações. 


07 julho de 1556.

Vosso sincero irmão,


John Knox


***
Traduzido por: William Teixeira
Revisão: Camila Rebeca Almeida
 

Via: O Estandarte de Cristo
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Pastores butaneses permanecem detidos sem acusações oficiais

Policiais de Samtse, um distrito a oeste do Butão, prenderam Tandim Wangyal e Mon Bdr. Thapa no dia 5 de março, quando eles estavam a caminho da Unidade Básica de Saúde Khapdani para levar uma criança doente
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De acordo com o Ministro do Lar e Relações Culturais, Lyonpo Damcho Dorji, os dois pastores foram acusados criminalmente. "O caso está nas mãos do Procurador Geral" informou Dorji ao jornal local Thimphu Business Bhutan, que publicou um relatório sobre o caso no dia 28 de março, vinte e cinco dias após a prisão.
Uma fonte anônima disse a esse mesmo jornal que a polícia os acusa de proselitismo. Mas os dois apenas lidavam com os convertidos e não com os não-cristãos. No momento dessa publicação, as notícias mencionadas pela reportagem e pelo site da Business Bhutan não estavam mais disponíveis.
Ambos com base na capital Thimphu, os pastores estavam conduzindo um seminário de três dias em uma igreja doméstica em Dorokha, Samtse. O treinamento começou no dia 4 de março com cerca de 15 cristãos participantes.
Um dos vizinhos da comunidade reclamou sobre o evento com as autoridades da cidade, alegando que os organizadores não tinham permissão para a reunião. 
Os familiares dos acusados foram informados apenas seis dias depois da prisão. A agência de notícias on-line The Christian Post reportou a prisão no dia 10 de março e tentou contatar o superintendente da polícia do distrito de Samtse inúmeras vezes sobre o caso, mas não teve êxito.
Nenhuma acusação oficial foi proposta contra Tandin e Thapa. Enquanto isso, as famílias dos dois pastores estão impedidas de pagar fiança até que o Procurador Geral conclua suas investigações e decida sobre o mérito das alegações.
O Butão ocupa a 31ª posição na Classificação da Perseguição Religiosa, onde os cristãos vivem sob pressão diária ao serem monitorados e forçados a renegar sua fé nesse país de predominância budista.
Em 2008, o Butão vivenciou a transição de uma monarquia para o parlamentarismo democrático como forma de governo. Uma nova constituição foi ratificada, garantindo "o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião" (Art. 7, sessão 3). No entanto, está articulado na Constituição o reconhecimento do budismo como "herança espiritual" do povo (Art. 3, parágrafo iii).

Pedidos de oração
  • Peça pela paz, provisão e proteção de Deus para as famílias dos dois cristãos presos.
  • Ore para que a justiça prevaleça no desenrolar do caso Tandin e Thapa.
  • Interceda por Tandin e Thapa, para que eles permaneçam firmes em sua fé em Jesus Cristo.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoCecília Padilha

terça-feira, 8 de abril de 2014

RELATO DAQUILO QUE EU VI NA VENEZUELA DE NICOLÁS MADURO


Por Renato Vargens
Neste último sábado eu estive em Santa Elena De Uairén, Venezuela.

Ao andar pelas ruas capital de Gran Sabana, pude testemunhar com os meus olhos que a situação econômica da terra de Maduro é a pior possível, senão vejamos:

Moeda, poder de compra e inflação: Um Real equivale a 24 bolívares. A moeda Venezuelana não vale praticamente nada. Nas principais vias de Santa Elena era possível encontrar dezenas de cambistas desesperados em "vender" seu dinheiro. Além disso, os produtos devido a Inflação, (A inflação na Venezuela chegou a 56,2% em 2013, a mais alta da América Latina e quase o triplo da registrada há um ano) constantemente sofrem aumentos levando portanto o cidadão venezuelano a um estado de pobreza extrema.

Supermercados:  Em santa Elena eu visitei seis supermercados e em todos eles faltavam alimentos. Em todos os mercados que fui não encontrei para venda carne, ovos, leite, manteiga, como também latícinio. Em alguns deles as prateleiras estavam vazias de grãos como arroz, feijão e etc.  (veja a foto acima) 

Comércio: Ao andar pelas ruas de Santa Elena bem como observar seu comércio pude constatar a falência do país. Todas as lojas, absolutamente todas elas encontravam-se vazias sem compradores e fregueses.

Racionamento de alimentos: Entrei numa padaria e vi um cartaz fixado numa coluna (veja acima) que dizia que devida a falta de farinha eles só podiam vender dois pães por pessoa. Nessa padaria, pertencente a um português, até era possível comprar queijo, presunto e similares, contudo, os venezuelanos não o faziam por falta de dinheiro. 

Papel higiênico - Em nenhum lugar da cidade foi possível encontrar papel higiênico para venda. Segundo testemunhas, fazem alguns meses que o venezuelano não sabe o que é ter esse produto de higiene em suas casas.

Hugo Chavez - Apesar de morto, o ditador venezuelano continua presente nas ruas. Por onde se anda é possível ver fotos de Chaves, pichações em muro com seu nome, cartazes e muito mais. A impressão que se tem é que o "fantasma" do ex-presidente bolivariano caminha pelas ruas oprimindo o país. 

Politica - Conversei com um venezuelano que resumiu o momento nevralgico do seu país, com a seguinte afirmação: "Os políticos estão acabando com a Venezuela."

Ditadura - Nicolás Maduro, presidente venezuelano ordenou a todos aqueles que possuem casas com inquilinos a mais de 20 anos que VENDAM suas propriedades para estes. 

Energia elétrica -  Conversei com um brasileiro que me disse que a empresa de eletricidade de Roraima teve que acudir a Companhia de energia venezuela por esta ter entrado em colapso.

Pobreza, fome e miséria - Sem dinheiro para comprar alimentos, sem mantimentos nos mercados, com racionamento de comida, não é díficil constatar que a poupulação de Santa Elena encontra-se em estado de pobreza, fome e miséria.

Saúde - Quanto a saúde não tive tempo de averiguar a real situação do povo venezuelano, contudo, o jornal do Estado de São Paulo, publicou uma matéria, dizendo que a saúde encontra-se em colapso. (leia aqui)

Conclusão:

Verdadeiramente a Venezuela encontra-se debaixo de uma grave crise proporcionada por um governo despótico, ditadorial e comunista. 

Diante do que vi e ouvi asssusta-me o fato de que o governo brasileiro apóie integralemente Nicolás Maduro e seu socialismo bolivariano. O silêncio de Dilma diante do sofrimento do povo venezuelano, nos mostra o nível de comprometimento do Partido dos Trabalhadores com essa maldita política Chavista.

Isto posto, resta-nos colocar as barbas de molho e orarmos tanto pela Venezuela como pelo Brasil. Pela Venezuela para que o Senhor nosso Deus os livre de dias piores, e pelo Brasil para que isso aqui não vire uma Venezuela.

Renato Vargens
Via: Púlpito Cristão

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