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sexta-feira, 4 de abril de 2014
Filme Noé: Fantasia Antibíblica
Por Roger Patterson
Um exame das escolhas de entretenimento do cristão e o filme Noé. Ver ou não ver?
[Alerta de spoilers: Esta breve análise revela certos elementos do filme Noé, mas apenas até o ponto de comunicar as preocupações com o filme. Esta crítica pré-lançamento se baseia em informações de uma variedade de fontes, inclusive afirmações de várias pessoas que foram à pré-estreia do filme e publicaram artigos em vários sites, assim como informações de um membro da equipe do Answers in Genesis que viu todo o filme na versão sem cortes em novembro de 2013. Eu fiz o melhor que pude para representar o filme de forma precisa com base nessas informações. Se houver algum equívoco revelado quando o filme for lançado, eu alegremente os corrigirei como um adendo a este artigo. A AiG publicará uma análise breve inicial em 28 de março e uma crítica completa assim que puder.]
Ultimamente, há muita discussão sobre se cristãos deveriam investir em certos filmes. Esses filmes vêm em vários formatos e têm níveis diferentes de precisão bíblica. Alguns são relatos fictícios retratando a vida de cristãos, enquanto outros presumem retratar relatos bíblicos na telona.
Minha esperança com este artigo é usar o filme Noé como um arcabouço para discutir a questão de assistir a filmes com temas cristãos e enredos bíblicos. Espero que você consiga entender os princípios discutidos aqui e aplicá-los a outras situações. Por exemplo, há um filme retratando o Êxodo a ser lançado no futuro, assim como outros que certamente virão. Eu não tenho a menor intenção de dizer a você o que fazer ou pensar (...). Antes, peço que você procure pensar com o filtro das Escrituras e tomar todo pensamento cativo à obediência de Cristo segundo a sua consciência quanto a essas questões.
Que fique claro, eu pretendo assistir o filme Noé com alguns colegas quando este sair, mas não por entretenimento. Eu pessoalmente creio que seja errado buscar entretenimento em meios que promovem blasfêmia (más representações de Deus e Sua Palavra ou Seus representantes[1]) ou que celebram os pecados pelos quais meu Salvador morreu (e.g., linguagem vulgar, fornicação, indecência, humor impróprio e por aí vai). Porém, há aqueles no corpo de Cristo que trabalham para ajudar outros a entender certas questões e a exercitar discernimento. Compreendo esse como um dos meus papéis como presbítero na minha igreja local e parte do meu papel no Answers in Genesis. Eu também dependo de outros para me ajudar a fazer escolhas sábias e que glorificam a Cristo no que se trata de livros, filmes, e coisas tais. Isso dito, não creio que seja sábio que todos os cristãos saiam correndo para assistir a esse filme ou outros que aparecerão no futuro. Não estou sendo hipócrita; estou clamando que nós, como corpo, tenhamos sabedoria. Peço que considerem meu argumento quanto a isso abaixo.
Noé: Um Estudo
Num artigo publicado online recentemente no Christian Post, John Snowden, o consultor bíblico da produção, conta às pessoas da fé que elas podem aceitar o novo filme Noé. Eu gostaria de examinar algumas das afirmações dele e chamar os cristãos a considerar cuidadosamente se vale a pena investir nesse filme. Outros acrescentaram suas vozes à discussão, e eu incluirei links para alguns deles dentro do artigo.
Erros na abertura
Snowden começa seu artigo afirmando, “Infelizmente, aqueles que se sentiram compelidos a criticar o filme nessas histórias, na verdade, não o viram – então é difícil entender exatamente o que eles estão criticando. Eu assisti a Noé – na verdade, estive trabalhando nele durante os últimos dois anos como o consultor bíblico dos produtores”[2]. Bem, essa censura não é verdadeira no caso da crítica vinda do Answers in Genesis. Em novembro de 2013, um membro da equipe e outros assistiram o filme na forma bruta (rough cut)[3] e, em fevereiro de 2014, outros membros da equipe participaram de uma discussão na Convenção Nacional de Broadcasters onde o Sr. Snowden discutiu essas questões. As críticas publicadas neste site se basearam nessa sessão e na discussão, em vez de em especulação cega. Mesmo os cristãos postando em nossas páginas do Facebook a respeito do filme – supostamente nossos apoiadores – têm batido na mesma tecla dizendo que não devemos condenar um filme ao qual não assistimos. Isso não é verdade e apenas mostra que, ironicamente, as pessoas que nos criticam por criticar o filme, na verdade, não leram o que escrevemos sobre ele.
Sr. Snowden também afirma que “as Escrituras são abertamente citadas por vários personagens em Noé. As palavras de Deus da Bíblia são indiscutivelmente uma parte deste filme. O filme é pró-Deus”. Então, quero tratar essa questão neste artigo para ver se esse realmente é o caso. Intencionalmente distorcer a Palavra de Deus e representar mal o que a Bíblia claramente ensina é blasfêmia. Fazer um filme cheio de distorções blasfemas não é pró-Deus.
Para validar ainda mais esse ponto, Darren Aronofsky, o produtor do filme, contou a um amigo que Noé é “o filme bíblico menos bíblico já feito”[4], e outra fonte diz que “o filme é completamente honroso ao texto”[5]. Parece que a “história” é o que importa, em vez de ser fiel ao que Deus revelou.
As Declarações
Depois de afirmar que o filme é mais próximo do texto bíblico do que já foi sugerido, o Sr. Snowden sustenta a declaração, dizendo, entre outras coisas, “Ninguém mais sobrevive o dilúvio que não devia. Há uma pomba, um arco-íris, dois de cada animal…” Mas quem sobrevive no filme? Noé, sua esposa, seus três filhos e uma nora. Isso não é fiel ao texto; é um erro que leva aqueles que estão assistindo o filme a crer que a Bíblia ensina que um casal repopulou o planeta, em vez de confiar no que as Escrituras ensinam em Gênesis 9–11. Isso também rejeita o ensinamento claro do Novo Testamento de que oito pessoas foram salvas (2Pedro 2.5). Além disso, fica claro a partir do trailer e do filme bruto (rought cut)[6] que mais do que dois de cada tipo de animal foi salvo na arca. Vários que assistiram o filme se referem aos animais sendo “apertados” para dentro da arca. Isso é uma distorção do texto e provavelmente servirá para reforçar a ideia promovida por escarnecedores de que não havia espaço suficiente na arca para todos os animais.
Snowden aponta para Noé buscando sabedoria com um ancião como um ponto positivo: “Num mundo pós-moderno que diz para nunca confiarmos em quem tem mais de 30 anos, essa história mostra Noé buscando seu avô amoroso, sábio (e bíblico), Matusalém, para ajudá-lo a interpretar a visão que está recebendo de Deus e a agir com base nisso. Matusalém também dá a explicação bíblica chave de por que Deus está causando o dilúvio. Fique atento a isso.” O único problema é que o personagem de Matusalém “é um tipo de pajé, cuja saúde mental é questionável”, de acordo com quem viu o filme bruto. Um pajé dando explicações bíblicas é blasfemo e só promoverá a má compreensão do caráter de Deus na mente do espectador que não é cônscio do verdadeiro caráter de Deus revelado nas Escrituras.
Sob o título “Noé toma uma posição firme pela justiça”, Snowden afirma, “Um Noé hollywoodiano bonzinho seria tentado a deixar uma penca de humanos ‘bonzinhos’ ou ‘legais’ entrar no barco, ou três ou quatro girafas muito fofas das quais ele tivesse pena. Mas Noé é firme. Sua missão é clara: Ninguém além de sua família sobrevive.”
Então o personagem de Noé no filme só se importa com sua família e os “inocentes” – os animais. Essa é uma forma incrível de interpretar a Bíblia, especialmente quando sabemos a partir de 2Pedro 2.5 que o Noé bíblico era um pregador de justiça. Qual era o assunto da pregação? Chamar as pessoas ao arrependimento. Por que Noé pregaria sobre a justiça encontrada na graça de Deus (Gênesis 6.8) se ele só se importava com sua família e os animais? Retratar mal um dos servos fiéis de Deus (Hebreus 11.7) assim é total zombaria da Palavra perfeita de Deus. Isso desconecta o Novo do Antigo Testamento, uma violação da boa interpretação bíblica. Pregadores não apontam para longe da salvação.
Ademais, o filme retrata Noé como um homem ríspido e perverso. Não há dúvida de que o Noé verdadeiro era um pecador (ele era um descendente de Adão), mas Deus descreve Noé com estas palavras: “Esta é a história da família de Noé: Noé era um homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus” (Gênesis 6.9). No filme bruto, apresenta-se um retrato diferente da personagem de Noé:
“Noé a princípio é retratado como um homem humilde, contudo forte e bom — um pai e um marido que protegia a sua família do mal que sobreviera a terra. Porém, ao ajudar a construir a arca, ele era retratado mais como um maluco que estava convencido de que a sua família era a última geração. Ele repetia vez após vez que Deus não permitiria que eles repopulassem, visto que Deus replantaria o Éden sem o homem e a perfeição se reestabeleceria com os ‘animais inocentes’ que Deus trouxera à arca. Mesmo quando o filho de Noé trouxe à família na arca a notícia de que sua esposa estava grávida, o Noé do filme disse, essencialmente, ‘Se for macho, ele viverá. Se for menina, eu a matarei porque não é a vontade de Deus que o homem repopule’.”
Outra distorção apresentada no filme é a de que Noé não entende claramente a mensagem de Deus a ele. Isso está em clara contradição do texto de Gênesis 6–7, onde Deus clara e diretamente Se comunica com Noé. Não foi uma série de sonhos enigmáticos que Noé tinha que decifrar. Snowden apresenta essa luta interna na personagem de Noé. “É saudável que Noé lute para compreender exatamente o que Deus está dizendo, porém, a despeito disso, Noé confia e age com fidelidade. A luta nem sempre é fácil de ver, especialmente em partes posteriores do filme, mas os valores que saem dessa narrativa são especiais.” Como um humano, Noé provavelmente teve momentos de dúvida, mas Deus falou claramente a Noé. Sugerir o contrário é representar mal a Palavra de Deus. Sugerir o contrário é afirmar que Deus manteve Noé no escuro, sem Se comunicar claramente com ele. Isso é uma má representação do caráter de Deus conforme é revelado a nós na Bíblia.
Ademais, os animais na terra não eram inocentes:
“Ora, a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência. Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, Deus disse a Noé: ‘Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei juntamente com a terra’.” (Gn 6.11-13)
Toda carne enfrentava o juízo de Deus como extensão da maldição que sobreviera aos animais assim como à humanidade.
A intenção de Deus em trazer os animais à arca era salvá-los e repopular a terra (Gn 8.17). O filme bruto retrata um homem frustrando os planos de Deus: “Um Tubal-Caim entra às machadadas na arca em mais ou menos dez minutos e se esconde lá dentro… Tubal-Caim sobrevive alimentando-se de lagartos que hibernavam”. Como animais impuros, os lagartos teriam sido representados por um par. Ao comer os lagartos, ele teria frustrado o plano de Deus de manter aqueles lagartos vivos para repopular a terra. Isso apresenta Deus como um desastrado que não consegue realizar os Seus planos. Isso pode parecer picuinha, mas é exatamente esse tipo de coisa que zombadores usam para tirar sarro da Bíblia e de Deus, sugerindo que Noé ou os tigres podem ter sentido vontade de comer uma carninha e feito uma refeição de alguma outra criatura a bordo. Mas a Bíblia revela que homens e animais ainda estavam comendo uma dieta vegetariana, e só após o dilúvio Deus permitiu que se comesse carne (Gn 1.29-31; 9.3-4).
Snowden também indica em seu apelo que o filme retrata a intervenção sobrenatural de Deus. “Um Deus ativo com um plano frequentemente se moverá em poder para fazer milagres acontecerem. Nosso Deus torna conhecido o fim desde o começo; Seus propósitos permanecerão e Ele fará tudo que Lhe agrada, inclusive curar os fisicamente afligidos para realizar o Seu plano.” Isso aparentemente faz referência a essa descrição (a partir da apresentação do filme bruto) de uma menina sendo curada de um ferimento, mas não de forma sobrenatural que dê glória a Deus:
“Por exemplo, os principais personagens no filme são Noé, sua esposa e três filhos – e uma garotinha que eles salvaram depois que toda a família dela foi assassinada por uma tribo perversa. Ela estava gravemente ferida quando a encontraram, mas a esposa de Noé passou um néctar curativo na barriga dela, e ela cresceu para se tornar depois a esposa do filho mais velho. Por bastante tempo ela foi estéril até que a esposa de Noé convenceu Matusalém de abençoar o ventre dela – contra a vontade de Noé.”
Há outros elementos do filme que são apresentados como mágicos ou fantasiosos. Isso também mina a autoridade das Escrituras, fazendo o relato depender de um Noé com uma pulseira de superpoderes e criaturas de pedra gigantes que não estão em nenhum lugar do texto. Em cima disso, a criação dos animais é descrita por Noé como um processo evolutivo, não uma criação especial de Deus, e os tons ambientalistas são altos, para não dizer retumbantes.[7]
Uma plataforma para o evangelho
Snowden sugere que em “uma época em que conversas sobre a cultura pop tende a focalizar entretenimento que apresenta super-heróis, vampiros e zumbis, todo o país está alvoroçado por uma história que abraça temas das Escrituras”. Mas ela ainda distorce a Palavra de Deus. Ela pode abraçar um tema bíblico, mas ela abraça a verdade sobre o Deus que inspirou a Bíblia?
Snowden encerra com:
“Se você está preocupado que um descrente vai aprender a história com detalhes errados, eu o encorajo a reler a lista acima e começar a ter conversas lindas sobre fé para acompanhar um pouco de pipoca e refrigerante de forma não ameaçadora com pessoas com as quais você nunca teria essa oportunidade de outra forma. O Evangelho por si só é boa nova com ou sem um filme, mas quando perguntas teológicas começam a emergir de dentro de qualquer pessoa, eu preferiria muito que você e eu ouvíssemos em vez de criticar. Lembre-se: é a responsabilidade da igreja anunciar o evangelho – não de Hollywood. Que Noé dê início a uma conversa sobre Deus e Seu plano de salvação para nós é uma bênção ponderável.”
Eu concordo que esse filme abrirá oportunidades para as pessoas se engajarem em conversas, mas isso não significa que todo cristão precisa assistir o filme para ter uma conversa. Eu duvido que o sr. Snowden encorajaria as pessoas a assistirem a um filme que maldissesse a mãe dele da forma como esse filme faz para com a verdade da Bíblia e o caráter de Deus – mesmo que viesse com um aviso de isenção na introdução. Podemos engajar as pessoas numa conversa perguntando o que elas aprenderam sobre Noé ou Deus ou sobre outros aspectos do filme e as ouvindo. Porém, por causa da natureza muito antibíblica da história, há de haver alguma crítica – erros precisarão ser apontados ou a verdade não será revelada. A verdade sempre critica a mentira.
Ao fazer boas perguntas, podemos extrair as ideias apresentadas no filme e então convidar as pessoas a se sentarem conosco com uma Bíblia aberta. Podemos ler para elas as palavras inspiradas das Escrituras que entesouramos e guiar as pessoas até a magnífica graça de Deus revelada em todas as Escrituras, mas finalmente à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo em favor dos pecadores.
Muitos cristãos sugerem que se eles não assistiram o filme, não serão capazes de falar com credibilidade com um descrente. Isso é um falso argumento – você não diria a mesma coisa sobre ver pornografia, ficar bêbado ou outros atos impiedosos a fim de falar deles com mais credibilidade. Em cada um desses casos, tudo que você precisa fazer é comparar essas coisas com a verdade da Palavra de Deus. Você não precisa experimentar a embriaguez para poder falar com um beberrão sobre a verdade. O mesmo é verdadeiro sobre qualquer filme – seja ele baseado na Bíblia ou não. Não engula essa falsa linha de raciocínio se você está convencido que não vale a pena assistir a esse filme. Você pode tomar essa decisão inicial lendo uma resenha do filme escrita por alguém em quem você confia e que escolheu assistir o filme, e então usar esses elementos para discutir com outros. Além disso, não julgue seus irmãos e irmãs que optam por assistir a filmes que você acha impróprio com base em questões da consciência que não são questões claras de pecado (Rm 14.5-13).
Na verdade, responder a alguém que lhe pergunta se você assistiu o filme com, “Eu decidi não assistir porque soube de uma fonte fidedigna que ele retrata mal as Escrituras e o Deus a quem amo tanto”, pode ser um testemunho forte para eles. Diga-lhes, com graça e verdade, que você escolheu tomar uma posição quanto a suas convicções e evitar algo que você considera blasfemo. Fale que você ama seu Deus mais do que o entretenimento. Esse é um testemunho radical em nossa cultura.
Pergunte a eles qual é o propósito da arca no filme. Pergunte como era Noé. Peça que lhe contem e depois abra a fonte de verdade e esperança com eles e mostre o que Deus realmente disse e como Ele realmente é. Diga-lhes que Ele abriu um caminho para eles serem perdoados dos seus pecados, assim como Noé foi, ao confiar no Salvador para receber perdão.
Temas ou Verdade
Um padrão fica claro no artigo – sr. Snowden está mais interessado nos “temas” das Escrituras a serem retratados do que na sua veracidade. Certamente há temas na Bíblia, mas esses temas são alicerçados na verdade. Essa verdade se alicerça no caráter de Deus. Esse filme apresenta um Deus que não cumpre aquilo que a Bíblia claramente diz que Ele Se propôs a fazer nem Se comunica claramente com Seus filhos. Apresenta Noé não como um homem reto, justo e fiel que é perfeito em meio a sua geração, mas como um homem iracundo e perturbado que pretende assassinar sua neta pra exterminar o futuro da humanidade.
“Pessoas de fé” talvez possam aceitar esse filme, mas eu sinceramente peço que você considere se um cristão que confia na Palavra inspirada, infalível, inerrante e suficiente de Deus pode aceitá-lo. Muitos ditos cristãos não creem que Noé foi uma pessoa real da qual todos descendemos. Muitos creem que o dilúvio foi apenas um evento regional. Outros creem que o dilúvio é apenas uma alegoria que comunica um certo tema que todos aceitamos. Eu oro para que todos nos posicionemos ao lado da autoridade da Palavra de Deus e busquemos defender Sua honra a todo custo, mesmo à custa do nosso próprio entretenimento.
A Paramount Pictures quer o seu dinheiro, e querem que você creia, como um aviso acrescentado ao material promocional diz, que Noé “é inspirado pela história de Noé. Por mais que a licença artística tenha sido tomada, cremos que o filme seja fiel à essência, aos valores e à integridade de uma história que é a pedra angular de fé para milhões de pessoas por todo o mundo. A história bíblica de Noé se encontra no livro de Gênesis.”[8] Deixarei a seu encargo decidir se eles estão contando a verdade ou uma estória. Antes de você comprar um ingresso, leia Efésios 4.17–5.21 e peça por sabedoria do Espírito Santo, para que você caminhe em obediência a seu Senhor, Jesus Cristo.
____________
Notas:
[1] O dicionário bíblico Tyndale inclui esta explicação sob o verbete “Blasfêmia”: “A forma mais comum de blasfêmia no Novo Testamento é a blasfêmia contra Deus. Pode-se insultar Deus diretamente ( Ap 13.6; 16.9), zombar da sua palavra (Tt 2.5), ou rejeitar sua revelação e seu portador (At 6.11)” (Tyndale Bible Dictionary, Logos Version 2001, s.v. “Blasphemy”).
[2] John Snowden, Why People of Faith Can Embrace the ‘Noah’ Movie, Christian Post, February 26, 2014.
[3] Para ler uma resenha da pré-estreia, veja Ken Ham, Don’t Be Taken in by the Noah Movie’s Promotion, Around the World with Ken Ham. Embora seja possível que algumas pequenas mudanças tenham sido feitas desde que o filme bruto foi apresentado em novembro, é impossível que todos esses elementos antibíblicos tenham sido removidos, visto que são centrais para o enredo do filme.
[4] Darren Aronofsky Gets Biblical, The New Yorker, March 10, 2014.
[5] Darren Aronofsky: Noah is the perfect film to bring believers and non-believers together, Christianity Today, March 11, 2014.
[6] A partir do filme bruto, “parece que todas as espécies foram apertadas para dentro da arca em vez de só os tipos de animais, assim zombando do relato da arca da mesma forma que os secularistas fazem hoje”.
[7] Ed Stetzer, Noah: Five Negative Features about the Film, Christianity Today, March 3, 2014.
[8] Kim Masters, Aaron Couch, ‘Noah’ Marketing Tweaked at Urging of Religious Group (Exclusive), The Hollywood Reporter.
***
Traduzido por: Tirzah Fernandes Pinto
Confira o original, clicando aqui!
Imagem: Tuporém
Fonte: Tuporém
.Cidade aprova projeto de vereador evangélico para o uso da Bíblia como
A Câmara Municipal de Itapema, interior de Santa Catarina, aprovou por
unanimidade um projeto de lei que coloca a Bíblia como material de estudo nas
aulas de história das escolas municipais e particulares da cidade.
O projeto, de autoria do vereador Mouzatt Barreto (DEM), deverá ser
encaminhado ao prefeito Rodrigo Costa (PSDB) para sanção.
De acordo com Barreto, que é presbítero assembleiano e teólogo, o
projeto sugere o uso da Bíblia como material de estudo, mas não a impõe aos
educadores, e por isso, não desobedeceria a Constituição Federal.
Segundo o jornal local Diário Catarinense, o vereador acredita que a
Bíblia Sagrada não constrangerá os alunos adeptos de outras religiões porque
será usado como livro de história.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
A Nociva Semente do Evangelho da Prosperidade
Por que o evangelho da prosperidade
prosperou? Qualquer um envolvido no ministério hoje está ciente do quão
difundido é esse novo ensino. Ele alcançou quase todas as nações. Eu fiquei
surpreso ao encontrá-lo até mesmo em Cuba, em uma de minhas muitas viagens para
a ilha caribenha.
Por que essa heresia? E por que
agora?
Seria fácil dizer que a propagação do
evangelho da prosperidade é simplesmente o resultado de uma falta de
conhecimento bíblico, e certamente ninguém pode negar isso. O movimento
interpreta erroneamente a Escritura, seletivamente se utiliza de textos
bíblicos negligenciando outros, perdendo a visão balanceada do completo
conselho de Deus sobre a saúde e a riqueza. Em uma era em que muitos mestres da
Palavra não estão pregando expositivamente, todo tipo de heresia tende a
surgir.
Mas duas perguntas permanecem: por
que essa heresia? E por que agora? Eu sugeriria que há profundas raízes
malignas nos corações das pessoas e fortes ideias seculares no coração da nossa
sociedade — e até mesmo na igreja — que servem como fertilizantes para essa
semente nociva.
1. Do meu jeito!
Primeiro, criaturas caídas desejam
ser independentes de Deus. Se você pensar bem, a mensagem da antiga serpente
era uma versão do evangelho da prosperidade. O que Satanás poderia oferecer a
um casal que havia recebido o planeta inteiro para usar e dominar? Nada! Bom,
nada material. Mas o mais astuto dos animais da terra ainda tinha uma carta na
manga... prosperidade espiritual: “Sereis como Deus” (Gn 3.5). Satanás ofereceu
uma maneira de eles aprimorarem sua já abençoada condição, algo conquistável
independentemente do Criador, para que eles pudessem dizer: “Eu fiz do meu
jeito”.
Hoje, Satanás oferece prosperidade
material para criaturas caídas e destituídas: “Você pode ser mais rico”. E você
pode fazer isso do seu jeito, agora mesmo. A desobediência inicial do primeiro
casal e a subsequente desobediência de seus descendentes, parece ser um clamor
de independência do seu Criador.
Satanás sabe bem como explorar esse
aspecto da nossa humanidade. Ele encontrou Cristo no deserto após ter Cristo
deixado para trás a sua glória, seus direitos como a segunda pessoa da
Trindade, e após tomar sobre si a fraqueza da carne humana. Nessa condição, o
que a antiga serpente ofereceu a ele? “Riquezas, glória, poder possível de ser
conquistado do seu jeito, Jesus, e aqui mesmo. Você não tem que esperar, você
não tem que trabalhar por isso, você não tem que sofrer para obter os reinos
deste mundo, e você não tem que depender do seu Pai. Apenas me adore, Jesus!” O
Filho de Deus resistiu, mas a humanidade repetidas vezes se curva a mamon. O
homem caído pensa que dinheiro é a fonte de felicidade, poder, conforto e até
mesmo saúde. Talvez seja por isso que Gordon Fee diga que “De fato, a teologia
nesse novo ‘evangelho” parece muito mais adequada ao “Sonho Americano” do que o
ensino daquele que não tinha ‘lugar para repousar a cabeça’”.[1]
A fome por independência (Gn 3.1-7),
a fome por riquezas (Js 7.16-21), a fome por imortalidade (Ec 3.11) e a
impaciência da criatura (1Sm 13.8-15) tornam o homem especialmente suscetível a
esse tipo de evangelho herético. Como podemos ver, as ofertas de Satanás
naquela época e agora são similares em seu conteúdo, mas ele é um mestre em
mudar o embrulho de seus “presentes”.
2. Narcisismo e a cultura do direito
Abordamos a natureza do coração
humano, e agora vamos lidar com o coração da nossa geração. Narcisismo é
um termo que muitos usam para descrever pessoas cuja busca na vida é a
autogratificação à qual elas sentem ter direito. De fato, toda a indústria de
marketing é dominada por este sentimento: “Você merece o luxo deste carro”;
“Cuide de você mesmo, porque ninguém mais vai cuidar”; “Você merece férias em
um resort”, e centenas de outras frases similares. Se as pessoas estão
dispostas a acreditar em tais mentiras, imagine como elas se sentem quando
ouvem um pastor pregando que Deus quer que você seja rico e saudável, ou que
você deveria ter o melhor que a vida pode te proporcionar agora. Membros dessa
cultura do direito podem concluir que até mesmo Deus acredita que nós merecemos
riquezas e saúde incondicionais. Então o crente não se aproxima de Deus com um
coração humilde e contrito, buscando a sua graça, mas com uma postura
orgulhosa, esperando as bênçãos merecidas.
Houve um tempo em que até mesmo a
população em geral no ocidente confiava na providência de Deus para orquestrar
a história e até prover para o povo. Mas a cultura hoje não é essa. Agora
sentimos que devemos ter o que quisermos e quando quisermos, porque é meu
direito constitucional ser feliz. Se o governo não pode prover isso, então
outros deveriam. E se eles não podem, então o Deus que me criou deveria ser
esse fornecedor. Alguns até mesmo se iram com Deus por não fornecer o que eles
desejam. Ravi Zacharias escreve: “Nós estamos vivendo em um tempo em que a
máxima de G.K. Chesterton provou ser verdadeira. A insignificância não vem de
fatigar-se da dor, mas de fatigar-se do prazer. Nós nos exaurimos nesta cultura
indulgente”.[2]
3. Ceticismo e pragmatismo
Ao mesmo tempo em que essa cultura de
direito surgiu, o movimento pós-moderno das últimas décadas produziu um vácuo
da verdade, lançando fora os absolutos. Na ausência da verdade, as pessoas
começaram a ficar cada vez mais céticas e, portanto, mais pragmáticas. Muitos
pregadores abraçaram essa mentalidade. Em vez de nos chamarem para seguir Jesus
como a Verdade, o Caminho e a Vida, eles proclamam um pragmático evangelho do
“como fazer” que nos diz como resolver os nossos problemas, especialmente
aqueles relacionados às finanças e enfermidades.
Quando o pragmatismo invade o
púlpito, a exposição é colocada de lado e a ignorância bíblica se torna seu
fruto. Agora as ovelhas se tornam mais vulneráveis a todo tipo de mentira. O
pragmatismo tem por alvo o homem e a sua vida conveniente; já a exposição da
Palavra tem por alvo Deus e a sua glória.
Leia atentamente o que Joseph
Haroutunian, um teólogo presbiteriano do passado recente (1904-1968), disse:
“Antes, a religião era teocêntrica. Antes, o que quer que não conduzisse à
glória de Deus, era infinitamente mau; agora o que não conduz à felicidade do
homem é mau, injusto e impossível de atribuir à Deidade. Antes, o bem do
homem consistia, em última análise, em glorificar a Deus; agora, a glória de
Deus consiste no bem do homem”.[3] A nossa sociedade se tornou utilitária até o
âmago.
Ora, de algumas maneiras isso não é
novo, visto que não há pecados novos debaixo do céu. Mas a remoção da sociedade
de certas limitações como pudor, culpa e dever, deixou o campo aberto para tais
tendências do coração humano correrem soltas. Para uma geração tão egocêntrica
e gananciosa como a nossa, o evangelho da prosperidade é a receita certa.
Quando os membros desta sociedade se
convertem, eles precisam de uma transformação total de cosmovisão que só o
evangelho pode fornecer. Infelizmente, muitos pregadores concluíram que
não-cristãos hoje não ouviriam o evangelho de Cristo com todas as suas
demandas. “Quem iria querer ouvir uma mensagem sobre o custo do discipulado?”
eles pensam. “Quem quer ouvir sobre o fato de que neste mundo você terá
tribulações?” O verdadeiro evangelho foi substituído por um que seria mais
apropriado para a nossa geração: um evangelho de riquezas, saúde e felicidade.
E muitas pessoas estão comprando o “evangelho” que esses pregadores estão
vendendo.
4. Uma maior distribuição de riquezas
Em 1999, Angus Maddison, professor
emérito na Groningen University, publicou um artigo intitulado “Poor
until 1820” (Pobres até 1820, em tradução livre), no qual explicou
que “após a queda do Império Romano, o ocidente entrou em uma recessão que
durou cerca de um milênio. Após a Revolução Industrial, devido à produção em
massa, a rendaper capita começou a crescer regularmente”.[4] Isso é
verdade até mesmo para o continente africano, embora em um grau menor. Conforme
esperado, maior renda criou maior demanda. Conforme a produção crescia,
cresciam também as alternativas para satisfazer o gosto e as preferências das
pessoas.
Isso sem dúvida fomentou o
materialismo. Novamente, as estratégias de marketing foram projetadas para
vender produtos baseando-se na satisfação que eles trariam ao consumidor.
Portanto, quanto mais eu possuísse, mais feliz eu seria. Mas eu preciso de
dinheiro para comprar os produtos que eu quero, e se o dinheiro pode ser
provido por Deus através do evangelho da prosperidade, então eu não seria
apenas rico, mas também me sentiria abençoado. “Por que não?” muitos
perguntariam. Afinal, nós somos filhos do Rei, portanto merecemos viver como
seus príncipes. Qualquer um familiarizado com a pregação da prosperidade já
ouviu essa fala comum.
Como Salomão teria testificado, maior
renda nem sempre resulta em maior satisfação, mas apenas em possessão de mais
coisas. Contudo, muitas pessoas não concluem que coisas não
podem trazer felicidade. Em vez disso, pensam que o problema se deve ao fato
delas não possuírem o suficiente do que quer que desejam. Eis aqui o conselho
de Salomão para aqueles que ainda não estão convencidos:
Quem ama o dinheiro jamais dele se
farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade.
Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem; que mais
proveito, pois, têm os seus donos do que os verem com seus olhos? Doce é o sono
do trabalhador, quer coma pouco, quer muito; mas a fartura do rico não o deixa
dormir. (Ec 5.10-12)
Imagine viver em um bairro muito
carente, vendo gente rica vivendo de um jeito muito diferente do seu. A
conclusão no passado era: “Eu preciso trabalhar mais para que, um dia, eu possa
viver daquele jeito”. Hoje, muitos desejariam o mesmo sonho, e eles desejam
alcançá-lo com mais facilidade. A maior distribuição de renda não produziu uma
melhor ética de trabalho, mas simplesmente um apetite maior por mais.
O ´Sonho Americano´ em Exposição
Toda heresia nasce em algum lugar. O
evangelho da prosperidade nasceu nos Estados Unidos, e há algo na história
desse país que ajudou a promover esse movimento. Em seu livro de 1931 The
Epic of America (A Epopéia Americana, em tradução livre), James
Truslow Adams afirmou que o Sonho Americano é “aquele sonho de uma terra em que
a vida seria melhor, mais rica e mais plena para todos, com oportunidades para
todos de acordo com as suas habilidades ou conquistas”.[5] Essa ética nacional
criou uma nação próspera.
Anos atrás, as pessoas ouviam falar
da prosperidade nos Estados Unidos e queriam vir e ver essa prosperidade, assim
como a rainha de Sabá queria ver o reino de Salomão (1 Reis 10). Hoje, você não
tem que vir aos Estados Unidos para ver a prosperidade, você pode simplesmente
ligar a sua televisão, não importa em qual distante ou pobre lugar você viva. O
programa de televisão “Lifestyles of the Rich and Famous” (O Estilo de
Vida dos Ricos e Famosos, em tradução livre) se tornou muito popular, não
apenas nos Estados Unidos, mas também fora deles; não apenas por causa da
curiosidade, mas porque ele deu às pessoas a capacidade de sonhar por um
momento.
Países poderosos exportam muitos
produtos, mas também exportam as suas crenças e culturas. E em nossa época, nós
exportamos até mesmo o evangelho da verdade e o evangelho do engano ao mesmo
tempo através dos mesmos canais. Desde quando os Estados Unidos se tornaram uma
nação rica, onde todos parecem prosperar, qualquer mensagem que vem de lá deve
ser verdadeira, especialmente essa mensagem de prosperidade. Essa é a
mentalidade de muitos na América Latina, e suspeito que em muitos outros
lugares também.
Infelizmente, quando as pessoas
assistem à televisão, elas não apenas sonham em ter um estilo de vida com o
qual elas não podem arcar, mas se tornam mais gananciosas. A ganância é uma
característica do coração que obscurece o entendimento e escraviza a vontade.
Quando tal mente é exposta ao evangelho da prosperidade, ele encontra solo
fértil para essa semente maligna. Os produtores conhecem o efeito da televisão
nas vidas das pessoas, então eles gastam grandes somas de dinheiro para nos
servir de imagens. Os produtores sabem disso muito bem; os consumidores não. Se
um membro de igreja adota os mesmos hábitos televisivos de uma pessoa na rua,
no final ele pode acabar se parecendo mais com um pagão do que com um cristão.
Isso pode ajudar a explicar o motivo de até crentes legítimos terem sido
capturados por tais falsos mestres.
Quer ouçam, quer deixem de ouvir
O evangelho da prosperidade é o
resultado dos desejos de um coração caído, que vive no meio da abundância, em
uma cultura que reivindica o “eu primeiro”, que valoriza o conforto, os bens
materiais e escolhas, em busca de desfrutar a vida aqui e agora. Uma vez que
esse “evangelho” (que não é evangelho algum) nasceu, foi facilmente disseminado
devido à globalização. Todos os meios de comunicação e de transporte foram
usados para carregar as boas novas e essas más novas. Hoje temos que dizer não
apenas que ideias têm consequências, mas também que ideias viajam rapidamente.
Também precisamos lembrar que é mais fácil disseminar uma mentira do que
desfazer seu estrago.
Para deixar as coisas piores, tudo
isso foi acompanhado por uma fome da Palavra de Deus no púlpito e uma falta de
confiança na Palavra para destruir os ídolos do coração e mudar as mentes das
pessoas. Em vez disso, muitos fizeram o que Arão fez no deserto: ele deu ao
povo o que o povo queria; um bezerro de ouro para adorar.
Então, o que devemos fazer? Pregar o
evangelho “quer ouçam, quer deixem de ouvir” (Ez 2.5), e confiar no poder da
Palavra de Deus para fazer repetidas vezes o que ela sempre fez: converter a
alma, iluminar a mente, quebrar o jugo do pecado e trazer alegria para a pessoa
como um todo.
[1] Gordon D. Fee, The
Disease of the Health and Wealth Gospels (Vancouver: Regent College
Publishing, 2006), edição para kindle, Loc 28.
[2] Ravi Zacharias, “An Ancient
Message, Through Modern Means to a Postmodern Mind,” em Telling the
Truth, editado por D.A. Carson (Grand Rapids: Zondervan, 2000), 28.
[3] Citado por Erwin Lutzer em 10
Lies about God and the Truth that Shatter Deception, (Grand Rapids: Kregel,
2009), 8.
[4] Per Capita Income in World
History, http://www2.econ.iastate.edu/classes/econ355/choi/rankh.htm;
acessado em 15 de novembro de 2013.
[5] The American Dream; Biblioteca do
Congresso, (http://www.loc.gov/teachers/classroommaterials/lessons/american-dream/students/thedream.html),
acessado em 15 de novembro de 2013.
Tradução: Alan Cristie
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tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça
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AutorMiguel Núñez
Miguel Núñez é
pastor da International Baptist Church e presidente do
Ministério Wisdom and Integrity em São
Carta a um universitário Cristão
.
Caro irmão em Cristo,
Você tem o privilégio de freqüentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.
Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez em algumas ocasiões você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.
Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a idéias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Alguns de seus valores e crenças parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. Para ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.
Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque o ajuda a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a si mesmos” (2 Co 13.5, NVI). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15, NVI).
Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A idéia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes – agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.
Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições anti-religiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.
Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.
Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?
O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio, Galeno e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.
Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentando argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Dois bons exemplos recentes são o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida, e o livro de Phillip Johnson, Ciência, Intolerância e Fé, cujo subtítulo já diz muito: “A cunha da verdade: rompendo os fundamentos do naturalismo”. É importante que você, universitário cristão, leia esses e outros bons autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.
Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm núcleos da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.
Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!
Perguntas para reflexão:
1. As universidades nasceram à sombra da igreja e por muitos séculos foram moldadas por princípios cristãos. Por que hoje a maior parte delas se tornaram cidadelas do secularismo e do ceticismo?
2. O que é melhor – que os cristãos criem as suas próprias universidades ou que procurem exercer maior influência nas universidades seculares?
3. O que as igrejas podem fazer para minimizar o impacto sofrido por muitos jovens crentes ao ingressarem no meio universitário?
4. Como as igrejas podem fazer melhor uso da boa apologética para defender a fé cristã das acusações que lhe são feitas pela academia e outras instituições?
5. Quais são as áreas em que os jovens cristãos encontram maior dificuldade para conciliar a sua fé com os posicionamentos da ciência e do mundo acadêmico?
Sugestões bibliográficas:
CRAIG, William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea. São Paulo: Vida Nova.
JOHNSON, Phillip. Ciência, intolerância e fé. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2004.
JOHNSON, Phillip. As perguntas certas. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
LARSEN, Dale e Sandy. Sete mitos sobre o cristianismo. São Paulo: Vida.
MacARTHUR, JR., John. Criação ou evolução: a luta pela verdade sobre o princípio do universo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
SCHAEFFER, Francis. A morte da razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
SCHAEFFER, Francis. O Deus que intervém: o abandono da verdade e as trágicas conseqüências para a nossa cultura – a única esperança na verdade histórica do cristianismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
STOTT, John. Por que sou cristão. Viçosa, MG: Editora Ultimato.
STROBEL, Lee. Em defesa da fé. São Paulo: Vida, 2002.
Fonte: Mackenzie
Pastor evangélico morre em acidente grave em rodovia no Paraná
Na manhã dessa quarta feira (02), o pastor evangélico Renato Cesar de
Araújo, de 31 anos, morreu após sofrer um acidente de trânsito na rodovia
PR-092. De acordo com o site Bonde, o acidente ocorreu por volta das 7h, no
trecho próximo a Jacarezinho, entre as cidades de Joaquim Távora e Guapirama.
Araújo era pastor da igreja Avivamento Bíblico, de Conselheiro Mairinck
(61 km ao sul de Jacarezinho). O veículo que o pastor conduzia, um Corsa,
colidiu frontalmente com um caminhão, que era conduzido por André Felipe
Ferreira, de 27.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Jacarezinho
o motorista do caminhão parou para prestar socorro, mas Araújo faleceu no
local. As responsabilidades do acidente serão investigadas pela polícia.
Além de Araújo, estava no veículo Jorge Teodoro Rodrigues, de 50, que
também é pastor. Rodrigues sofreu ferimentos leves e foi encaminhado ao
Hospital de Joaquim Távora.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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